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CURSO DE JORNALISMO
DESINFORMAÇÃO E PANDEMIA:
UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO JORNALÍSTICO EM CANAIS
DE EXTREMA DIREITA NO TELEGRAM
Natal
2022
DESINFORMAÇÃO E PANDEMIA:
UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO JORNALÍSTICO EM CANAIS DE
EXTREMA DIREITA NO TELEGRAM
Monografia apresentada à
Coordenação do Curso de
Jornalismo da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial à obtenção
do Título de Bacharel em
Comunicação social – Habilitação
em jornalismo.
Natal
Fevereiro, 2022
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes -
CCHLA
Bezerra, Maria Ylanna Pires.
Desinformação e pandemia: uma análise de conteúdo jornalístico
em canais de extrema direita no Telegram / Maria Ylanna Pires
Bezerra. - Natal, 2022.
65f.: il. color.
e aprovada por todos os membros da Banca Examinadora foi aceita pelo Colegiado do Curso de
Comunicação Social- Habilitação em jornalismo e homologada pelos membros da banca, como
requisito parcial à obtenção do título de BACHAREL EM JORNALISMO
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Dr. Antonino Condorelli – Orientador
_________________________________________________
Profa. Dra. Janina Dias Barcelos – Examinadora 1
_________________________________________________
Prof. Dr. Francisco de Assis Duarte Guimarães – Avaliador 2
_________________________________________________
Nome do Professor Examinador 2 (Afiliação)
RESUMO
The present study is motivated by the spread app of the covid-19 pandemic in Brazil in pre-
selected channels of the Telegram app. The research has as a corpus of analysis of materials read
as journalistic or news broadcast in these digital. In addition, the study is limited to an analysis of
the treatment focus and themes also presented as pre-established, early content and social
distancing. Due to the public relevance of the topic and considering the present scenario, a
research is necessary to reflect on the role of disinformation in the opinion, in the behavior of
Brazilians and in the reach of disinforming materials within the platform itself. Using as raw
material the materials shared in the communication channels of the extreme right bloggers Allan
dos Santos and Bernardo Küster. Methodological tools for categorization, content analysis and
data interpretation were used in order to understand the communication processes in a linear and
accurate way.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 9
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 63
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 65
9
1. INTRODUÇÃO
Desde 2020 o mundo tem passado por novos desafios políticos, sanitários,
econômicos e sociais impostos pela pandemia da Covid-19. Ainda no referido ano, frente à
situação de calamidade e aos altos índices de contágio, a Organização Mundial da Saúde
(OMS), caracterizava a situação como emergência de saúde pública e anunciava que o
mundo enfrentaria a primeira crise sanitária do século1 (AGÊNCIA BRASIL, 2020). Não
demorou muito para que os efeitos decorrentes desta crise fossem vistos com mais
intensidade e profundidade ao redor do globo.
1
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-01/oms-declara-estado-de-emergencia-global-em-razao-do-
coronavirus
10
1 https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/01/28/brasil-e-pior-pais-do-mundo-na-gestao-da-epidemia-de-covid-
19-aponta-estudo-australiano.ghtml
11
nos seguintes canais de comunicação do Telegram: canal do blogueiro Allan dos Santos 4
(122,425 mil inscritos); e canal do youtuber e blogueiro Bernardo Kuster2 (61,646 mil
inscritos).
4O blogueiro Allan dos Santos é um dos principais aliados do bolsonarismo. Dono do canal Terça Livre, o jornalista é
investigado por dois inquéritos no STF: um sobre disseminação de notícias falsas na internet e o outro por financiamento de
atos antidemocráticos.
5
https://www.nucleo.jor.br/especiais/2021-02-18-telegram-extrema-direita/
2
youtuber do Paraná, diretor do site jornalístico de Olavo de Carvalho, o Brasil Sem Medo e investigado na CPI da
Covid por disseminação de notícias falsas.
3
Regras de conduta e termos de uso que regulam, entre outras coisas, o que pode e o que não pode ser veiculado na
plataforma
12
Sendo assim, a monografia busca respostas para os seguintes questionamentos: qual o teor
predominante nas mensagens analisadas? Como elas se classificam de acordo com os critérios e
categorias pré-estabelecidas? É possível inferir, dentro de um período específico de análise, o
caráter quantitativo e qualitativo das comunicações desinformantes compartilhadas nos canais?
Ademais, o estudo conta com as seguintes hipóteses finais:
• Os canais em questão, tais como as personalidades públicas responsáveis pela divulgação
das informações, reforçam e espalham voluntariamente conteúdos desinformantes;
Por fim, o estudo conta com três capítulos de desenvolvimento, sendo eles; I)
Desinformação, funcionamento e contexto político do Telegram no Brasil; II) Análise de
conteúdo enquanto metodologia e III) Tratamento dos resultados, inferência e interpretação.
13
2.1 Funcionamento
No Brasil, tal migração foi observada mais fortemente a partir de 2020, quando Meta
Inc. (então Facebook Inc) fez o anúncio de uma moderação de conteúdo mais rígida no que diz
respeito à disseminação de desinformação nas plataformas Facebook e Instagram (LINDNER
E TURTELLI, 2020). Movimento que, na linha do tempo dos fatos recentes do Brasil, veio
após investigações do Superior Tibunal Federal (STF) acerca de uma sub-pasta presidencial –
e seu impacto na pandemia da Covid-19 - conhecida como “gabinete do ódio”: estrutura
responsável pela criação e distribuição de conteúdos digitais falsos em benefício do Governo
Federal e contra adversários ideológicos. (ROSA E MONTEIRO, 2019).
que coincidem com o desenrolar e agravamento da pandemia, bem como com o aumento de
comunicações nos canais aqui analisados:
De acordo com Fallis (2010), a principal distinção está no fato de que o termo
‘misinformation’ corresponderia a um engano ou ilusão originada no emissor, de maneira não
proposital. Ao passo que, semanticamente, ‘disinformation’, teria correlação com a intenção de
provocar engano acerca de uma informação.
Floridi (2010), também traça uma conceitualização que conversa com Fallis (2010),
quando ele define que “disinformation” é o ato de desinformar intencionalmente, enquanto
misinformation corresponde ao ato de não intencionalmente divulgar uma informação que não
é condizente com a realidade.
Já o dicionário de Oxford, que possui uma definição política – necessária para o
entendimento global desta monografia – define a desinformação como “informação falsa que
tem a intenção de enganar, emitida principalmente via propaganda por uma organização
governamental para um poder rival ou a mídia” (OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2018a,
p.1.).
17
• Sátira ou Paródia – onde não há a intencionalidade do dano, mas pode haver engano por parte do
receptor;
18
4. PRÉ-ANÁLISE NA PRÁTICA
4.2 Codificação:
Finalizada a fase de leitura flutuante (Bardin, 2004) das mais de 200 mensagens de texto
e links de redirecionamento coletados, realizamos a primeira organização do conteúdo com base
nos critérios: data de veiculação; termo pesquisado; frequência de aparecimento no canal; tipo
de conteúdo (este, com subcategorias em: mensagem de texto, mensagem de texto e link de
redirecionamento, vídeo ou imagem); texto contido na mensagem enviada; link de acesso ao
conteúdo no Telegram; link de redirecionamento externo (em casos onde havia link de
redirecionamento) e alcance desses conteúdos no Telegram, como observados nas imagens de
planilhas abaixo:
23
A leitura flutuante, assim como a criação das primeiras categoriais de análise do material
bruto, nos possibilitou identificar núcleos secundários de conteúdo para a criação de categoriais
mais específicas e relevantes para a análise. Sendo assim, as categorias de coleta de mensagens –
e as devidas justificativas de escolha – deram-se de acordo com os seguinte grupos de termos de
pesquisa por palavra-chave: “Covid-19” e “Coronavírus” (com a finalidade de colher o máximo
de mensagens gerais sobre o tema); “Lockdown” e “distanciamento social” (devido aos ataques e
posicionamento contrário do Governo Federal e apoiadores às medidas de contenção);
24
4.3 Categorização:
Para Bardin (1977, p. 96), um corpus pode ser definido como “o conjunto dos
documentos tidos em conta para serem submetidos aos procedimentos analíticos”. Sendo assim,
e levando em consideração que a categorização é a fase do processo em que é necessário decidir,
com base nos objetivos centrais da pesquisa, quais serão as unidades de análise escolhidas,
levamos o enfoque da pesquisa para duas vertentes: a primeira, analisar quantitativamente,
mediante o volume de material textual as dinâmicas de construções de narrativas desinformantes.
Ao passo que, qualitativamente, identificamos e produzimos unidades de registro que nos
permitiram caracterizar o debate realizado nos dois canais do Telegram acerca das temáticas da
4
Termo pejorativo utilizado por bolsonaristas para se referir a vacina “CoronaVac” de origem chinesa
25
análise. Para isso, iremos apresentar no capítulo de discussão de resultados, os seguintes quadros
e tabelas de análise:
• Regra da exaustividade: onde é postulado que: “ [...] é preciso terem-se em conta todos
os elementos desse corpus” (BARDIN, 1977, p. 97). Todo o corpus foi meticulosamente
selecionado, categorizado e coletado de maneira a não restar elementos faltantes para a
análise, constituindo-se assim de: registros textuais, links redirecionantes, arquivos de
mídia como fotos, screenshoots, vídeos e manchetes divulgados nos canais analisados;
• Regra da homogeneidade: “Os documentos retidos devem ser homogêneos, quer dizer,
devem obedecer a critérios precisos de escolha e não representar demasiada singularidade
fora destes critérios de escolha” (BARDIN, 1977, p. 98). Devido ao uso homogêneo de
categorização, codificação e uso de unidades de registro temáticas, compreende-se que
esta regra também foi atendida;
• Regra de pertinência: sobre os documentos, expõe: “os documentos retidos devem ser
adequados, enquanto fonte de informação, de modo a corresponderem ao objetivo que
suscita a análise” (BARDIN, 1977, p. 98). Uma vez que os documentos selcionados são
fontes imprescindíveis de investigação, conteúdo e entendimento das dinâmicas de
desinformação, acreditamos que a regra em questão foi contemplada.
Apesar de estar banido das redes sociais, Allan conta com os assinantes do seu conteúdo
exclusivo no domínio www.allandossantos.com, site intitulado pelo próprio autor como “o
conteúdo que as redes sociais temem que chegue até você”, que surgiu após a determinação de
derrubada do domínio tercalivre.com em ação judicial movida pela Google (empresa dona do
Youtube, plataforma onde o blogueiro mantinha um canal com o mesmo nome).
Além do exposto, Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos judiciais de autoria
do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda no ano de 2021, como resultado das investigações
preliminares, o ministro Alexandre de Moraes decretou a sua prisão preventiva e início imediato
do processo de extradição – visto que o mesmo se encontra, desde julho do referido ano, morando
com visto de turista nos Estados Unidos da América (EUA). Dos inquéritos citados anteriormente,
um diz respeito a disseminação de conteúdos falsos na internet e o segundo ao financiamento de
atos antidemocráticos no Brasil.
Ademais aos processos judiciais, as contas do blogueiro nas redes sociais Instagram e
Twitter, respectivamente, foram tiradas do ar mediante ordem judicial ainda em Outubro de 2021.
No Telegram, a conta pessoal de Allan dos Santos (utilizada no corpus desta pesquisa),
consta como existente desde o início de 2020. Ao longo do tempo, o blogueiro angariou 122.6883
inscritos – o que corresponde a um número superior de inscritos ao do canal do Telegram do
próprio “TV Terça Livre”.
Para realizar a análise, a priori, ingressamos no canal do Telegram por meio do link:
https://t.me/AllanDosSantos. Em sequência, foram observadas, analisadas e coletadas mensagens
do período de 23.03.2020 (data da primeira mensagem correlata às palavras-chaves escolhidas
para este corpus) até 29.12.2021 (período de encerramento das coletas para elaboração desta
pesquisa), resultando assim em um corpus de 143 mensagens veiculadas na amostragem temporal
de 1 ano e 8 meses envolvendo as palavras-chave “covid”, “coronavírus”, “lockdown”,
“distanciamento social”, “tratamento precoce”, “Hidroxicloroquina”, “Ivermectina”, “vacina”,
“vacinação” e “vachina”.
O fato dos termos “covid” e “coronavírus” serem identificados de maneiras diferentes no
buscador interno de termos do Telegram, fez com que a variação fosse necessária, uma vez que
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as palavras não possuem prefixo, sufixo e nem radical semelhante – o que seria facilmente
entendido pelo buscador. Outro termo correlato observado em algumas comunicações dos canais
analisados foi a ocorrência “Vírus chinês”, utilizado para se referir de maneira ofensiva e
xenofóbica ao Coronavírus. Do ponto de vista metodológico, não foi necessário incluir o termo
de maneira literal no levantamento de dados, uma vez que o radical “vírus” seria coletado pelo
buscador em qualquer ocorrência graças ao termo “coronavírus”.
Situação semelhante ocorreu para os termos “vacina” (que é a principal palavra-chave da
categoria) “vacinação” que, apesar de ter radical igual ao do termo anterior, denota ao ato das
campanhas de vacinação e, portanto, merece um destaque temático a parte nas categorias. Já o
termo “vachina”, precisou ser incluso uma vez que não seria detectado pelo buscador na busca
pelos termos “vacina” e “vacinação” e representa um caráter específico da discussão, aquele que
caracteriza o teor xenofóbico já discutido anteriormente.
Após a explanação inicial e, para iniciar a análise dos dados que constituem a narrativa
investigada nesta análise de conteúdo, realizamos uma caracterização quantitativa do canal.
Consideramos, os fatores de: tipo de conteúdo compartilhado (categorizando em mensagens de
texto com link externo; mensagens de texto sem link externo; imagens, vídeos e áudios);
frequência do aparecimento desses tipos de conteúdo no canal e alcance médio de visualizações
no Telegram (informação que é pública) para cada tipo de mensagens. Separamos essa análise
primária na tabela de dados abaixo, a fim de melhorar a visualização geral e, na sequência,
esmiuçamos a metodologia de coleta utilizada:
18,9 K
Mensagens de texto 4,1%
e vídeos
15 K
2,1%
Apenas vídeo
1,3% 22,8 K
Áudios
Outros
(compartilhamento
1,4% 15,4 K
de mensagens de
outros canais)
Prosseguindo com a análise, inferimos que o segundo tipo de conteúdo mais veiculado foi
“Apenas mensagens de texto” (32,5%). Nestes conteúdos, ainda que o autor apresentasse números
ou informações compartilhadas como noticiosas, havia a ausência de links, imagens, citações,
referenciação ou outros tipos de conteúdo que confirmassem os dados veiculados. Um exemplo
do exposto é a mensagem veiculada em 24.09.2021, reproduzida a seguir e disponível no link:
https://t.me/AllanDosSantos/3659.
“Ex-membro acusa Partido Comunista Chinês de espalhar coronavírus.
Wei Jingsheng, ex-membro do Partido Comunista Chinês, acusa a organização de ter
espalhado o vírus Covid-19 deliberadamente meses antes de notificar oficialmente a
Organização Mundial da Saúde (OMS). A denúncia de Wei Jingsheng foi publicada pelo
DayliMail, nessa quarta-feira (22). De acordo com o denunciante, a China teria utilizado
os Jogos Militares Mundiais como um evento super disseminador do vírus. O evento
aconteceu em outubro de 2019 na cidade de Wuhan, epicentro da pandemia. O torneio
internacional reuniu atletas militares de vários países e, segundo Jingsheng, não por
acaso atletas que estiveram no evento supostamente adoeceram de uma doença
misteriosa.“[Eu sabia] da possibilidade de o governo chinês usar algumas armas
estranhas, incluindo armas biológicas, porque sabia que eles estavam fazendo
experimentos desse tipo”, disse ele. Ainda de acordo com a publicação, Jingsheng disse
que atletas da França, Alemanha e Estados Unidos estavam entre os que adoeceram no
torneio com sintomas semelhantes aos da Covid-19, porém, nunca foram testados para o
vírus. O analista político José Carlos Sepúlveda questionou o fato de a China utilizar a
tribuna da Organização das Nações Unidas (ONU) para se arrogar liderança mundial e,
pior ainda, a imprensa mundo afora não dar a devida publicidade para uma denúncia tão
grave. “Essa é a notícia grave que eu tinha lido, porque estamos falando do membro do
Partido Comunista Chinês. Essa reportagem do DayliMail dá a entender que isso foi
proposital. Ora, nós estamos então diante de mais um aspecto escandaloso e gravíssimo
dessa Pandemia. E, até agora, poucos países tiveram coragem de apontar o dedo à China
para pedir uma investigação completa, séria, do que pode ter sido um crime. Mas não, a
33
China vai à ONU fazer um discurso de que é preciso uma ordem global, que eles têm
solução para tudo. Essa denúncia deveria estar em todas as primeiras páginas do mundo
e não está”, concluiu.””
Em terceiro lugar, observamos que o tipo de conteúdo mais veiculado é “Mensagens de
texto e imagem” com uma taxa de 20,2% de aparecimento. Pela análise, conseguimos chegar à
conclusão que a maior parte dos conteúdos deste tipo são veiculados com sátiras ou ironias
indiretas. Dois exemplos destintos podem ser claramente observados nas mensagens do dia
05.01.2021 com uma crítica a jornalistas (sem teor noticioso) disponível em:
https://t.me/AllanDosSantos/1273 e em 29.12.2021, sobre vacinação, com um recorte fora de
contexto de um Tweet noticioso, disponível no link: https://t.me/AllanDosSantos/4916. Abaixo,
reproduzimos as mensagens que exemplificam:
FIGURA 10- PRINT DE TWEET DO THE NEW YORK TIMES VEICULADO NO CANAL ALLAN
DOS SANTOS
34
Por fim, o aparecimento de outros materiais do tipo “Imagens”, que correspondem aos
materiais de mídia sem o acompanhamento de mensagens de texto, representaram 8% do índice
de aparecimento, enquanto o tipo de conteúdo “vídeos” (também sem acompanhamento de
mensagens de texto elaboradas pelo blogueiro) foi de 2,1% de taxa de aparecimento e os tipos de
conteúdo intitulados como “outros”, ou seja, áudios enviados por Allan dos Santos e conteúdos
compartilhados de outros canais do Telegram, representam um total de 1,4% dos conteúdos
compartilhados.
No que diz respeito ao teor dos conteúdos acima, observa-se que tanto as imagens quanto
os vídeos compartilhados sem contexto textual, diziam respeito a peças de divulgação ou de
conteúdos fabricados, ou seja, montados exclusivamente para a ocasião e com comunicação visual
mista (imagens com texto ou vídeos legendados, por exemplo). Os conteúdos intitulados como
“outros”, fugiam do corpus da pesquisa do ponto de vista prático – por serem áudios ou materiais
oriundos de outros canais não analisados.
Em última instância, comentaremos as métricas quantitativas de alcance. Ao contrário do
que se pode inferir, os conteúdos com mais alcance não necessariamente são aqueles mais
veiculados – não nesta primeira análise que considera, primordialmente, o tipo de conteúdo e não
apenas as palavras-chave, por exemplo.
Apesar de as maiores médias – ou seja, números obtidos utilizando a fórmula de média
aritmética comum, somando-se todas as médias de visualização de cada tipo de conteúdo e
dividindo pela quantidade de vezes que o tipo de conteúdo aparece na amostra – serem dos tipos
de conteúdo mais veiculados “Mensagens de texto e link de redirecionamento” (com uma média
de 30,2 K de visualizações no Telegram) e “Apenas texto” (com média de 25k de visualizações
por mensagens do tipo), os demais conteúdos que possuem frequência de aparecimento menor,
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19 K
Mensagens de
Lockdown 33%
texto e vídeo
Mensagens de
Distanciamento texto e imagens 15,2 K
social 2,1%
Mensagens de
texto com links
37
Tratamento de 34,8 K
precoce; 15% redirecionamento
Hidroxicloroquina;
Ivermectina
Mensagens de
texto com links
43,2 K
Vacina; Vacinação; de
Vachina 68% redirecionamento
Por fim, como os grupos de palavras-chave com menos domínio nos eixos temáticos nós
temos: Lockdown, com 33% de ocorrência, tipo de conteúdo majoritariamente de mensagens de
texto e vídeo e com alcance médio de 19k por mensagens do tipo. Seguido do grupo de palavras
“tratamento precoce”, ‘hidroxicloroquina” e “ivermectina” (15% de frequência de aparecimento
e 38k de alcance) e com links externos como principal tipo de conteúdo. E, por fim,
“distanciamento social” com 2,1% de aparecimento, tendo como principal tipo de conteúdo
imagens e mensagens de texto e com 15,2 K de média de alcance no canal.
No próximo quadro, daremos início a análise de conteúdo qualitativa das categorias de
palavras-chave, realizando ainda a discussão sobre os eixos temáticos predominantes em cada
uma delas, assim como a exemplificação com conteúdos de texto e mídia coletados no canal:
Chegada a fase de análise de conteúdo propriamente dita do canal Allan dos Santos,
podemos inferir algumas informações baseadas na leitura, coleta, tratamento e categorização dos
materiais do corpus. As primeiras análises dizem respeito ao conteúdo da categoria de palavras-
chave “Covid”; “Coronavírus”. Das 75 mensagens veiculadas no período de 23.03.2020 (primeira
ocorrência de veiculação de mensagens com o uso da palavra-chave) até 29.12.2021 (data da
última ocorrência de mensagens com a palavra-chave no corpus), é cobservada a construção de
duas estratégias de comunicação claras: 1) a criação de um inimigo em comum que sirva para
validação das teorias de conspiração e 2) um sistema de negação de informações oficiais. Esse
fenômeno é bem observado no material “jornalístico” veiculado em 23.03.2020, logo no início da
pandemia no Brasil (disponível no link: https://t.me/AllanDosSantos/203). E, mais tarde, em
27.05.2020 onde é veiculado um conteúdo em vídeo de uma suposta “denúncia” envolvendo uma
morte proposital de uma criança em Touros- RN a fim de “inflar o número de mortes por covid-
19 na cidade”, segundo o blogueiro (conteúdo disponível no link:
https://t.me/AllanDosSantos/505).
FIGURA 13- PRINT “VÍDEO DENÚNCIA” VEICULADO NO CANAL ALLAN DOS SANTOS
Nas mensagens acima, são observadas as duas estratégias descritas, além da presença do
tipo de conteúdo com link de redirecionamento para o TheBlaze. Nos conteúdos, podemos
observar a criação da China enquanto “inimigo”, a negação de informações oficiais através do
uso das estratégias de falso contexto e exagero e o teor de “terror” estabelecido pelo
compartilhamento de um vídeo explícito intitulado como “denúncia”.
Em uma próxima análise, no que diz respeito aos termos “lockdown”(citado em 27
mensagens durante o período de coleta) e “distanciamento social” (com apenas 1 ocorrência de
uso), é possível observar que não há uma predominância da temática. O foco do canal se dá,
basicamente, em comunicações acerca da negação das informações oficiais de letalidade e
contágio do vírus e, mais tarde, na desconfiança e na negação da eficácia das vacinas. Sobre o
grupo de palavras “lockdown” e “distanciamento social”, o que observa-se é o uso de exemplos e
situações estrangeiras que remetam ao “fracasso” ou a “falhas” nessas estratégias de
enfrentamento, assim como o possível uso de “autoritarismo” por parte das autoridades no trato
com quem descumpre as regras de isolamento. É também construída a retórica de que esse
enfrentamento é diretamente ligado ao colpaso econômico e aos níveis de desemprego. A seguir,
separamos alguns materiais “jornalísticos” e “noticiosos” compartilhados dentro dessa categoria
que exemplificam a análise:
FIGURA 14- PRINT MENSAGEM CANAL ALLAN DOS SANTOS
Por fim, temos a análise das plavras-chaves relacionadas à vacina, sendo elas “Vacina”,
“Vacinação” e “Vachina”. Os termos tem uma ocorrência de 75 mensagens do tipo veiculadas
durante o período de análise e, através das etapas de leitura flutuante, codificação e categorização
da análise de conteúdo é possível inferir algumas características dos conjuntos de informações e
materiais que compõem esse corpus: a maior parte do conteúdo é acompanhado de link de
redirecionamento externo ao Telegram (majoritariamente sites – já tabelados aqui – e vídeos do
Youtube do extinto canal TV Terça Livre), o teor das mensagens começa com um significante de
desconfiança – com críticas à obrigatoreidade do imunizante - e, ao longo do tempo, vai
evoluindo para discursos negacionistas, uma vez que atribuí, por exemplo, o aumento de número
de mortes à vacinação. Há também, ao longo do corpus, a presença de críticas constantes aos
governadores, principalmente ao governador de São Paulo, João Dória (PSDB) devido à corrida
pela vacinação– o que corrobora com os posicionamentos do Presidente Jair Bolsonaro durante o
mesmo período.
Ao longo da linha do tempo da análise, percebemos que é utilizada também a estratégia
de uso de outros termos – sobretudo com teor pejorativo – para se referir aos imunizantes, sendo
eles “picada” e “injeção”. Em última instância, mas não menos relevante, também é utilizada a
estratégia de uso de “depoimentos” de pessoas que tenham sido vacinadas sobre os possíveis
“efeitos colaterais” da vacinação encontramos depoimentos sobretudo relacionados a mortes. A
seguir, alguns exemplos de como os conteúdos são construídos:
FIGURA 19- PRINT VÍDEO “RELATO” COMPARTILHADO NO CANAL ALLAN DOS SANTOS
Tipo de Frequência de
desinformação aparecimento
(%)
Sátira ou 0%
paródia
Conteúdo 7,3%
enganoso
Conteúdo
0%
Impostor
Conteúdo
fabricado 29,8%
Falsa conexão 0%
Conteúdo
manipulado 0%
Conteúdo 15%
inconclusivo
46
FIGURA 22- PRINT DAS INFORMAÇÕES GERAIS DO CANAL DO TELEGRAM BERNARDO KUSTER
No que diz respeito à análise quantitativa dos tipos de conteúdos veiculados no canal do
48
Telegram do blogueiro Bernardo Kuster, chegamos as seguintes inferências baseados nos dados
coletados e apresentados da Tabela 3: o tipo de conteúdo mais compartilhado no canal são
“Mensagens de texto com links de redirecionamento”, cerca de 94,4% de todo o corpus analisado
de 18.03.2020 (data da primeira ocorrência de mensagens com as plavras-chave) até 29.12.2021
(data da última ocorrência de algum termo das palavras-chave em 2021) corresponde ao tipo de
conteúdo descrito, que possui também a maior média de alcance de visualizações na plataforma,
cerca de 30,9 K de visualizações por conteúdo do tipo.
Vale salientar que, nos links de redirecionamento presentes no canal, há um domínio de
links para o site “Brasil sem Medo”, o autointitulado jornal do guru Olavo de Carvalho, no qual
Bernardo Kuster é editor-chefe. O aparecimento de links redirecionando para o site corresponde
a uma taxa de 87% de todos os links veiculados no canal, sendo os demais divididos entre links
de redirecionamento para o próprio canal no Youtube de Bernardo Kuster e matérias de portais
como R7.com, do grupo Record, cujo fundador é o pastor e mepresário brasileiro Edir Macêdo,
alinhado ideologicamente ao bolsonarismo e Terça-livre, blog do também blogueiro Allan dos
Santos.
Na sequência, com uma incidência de 14,2% de aparecimento no corpus do conteúdo,
temos o tipo “Mensagens de texto e imagens”. Os conteúdos desse tipo geralmente são screenshots
de manchetes, tweets ou conteúdos de terceiros, comentados pelo bogueiro e raramente
apresentam intersecção com outros tipos de conteúdo (como a presença de links de
redirecionamento, por exemplo). Conteúdos desse tipo costumam ter um alcance médio de 25,5
K, o que demonstra que apesar da maior incidência de aparecimento, não tem um nível de
engajamento tão alto quanto a categoria anterior. Em paralelo, os conteúdos da categoria “Apenas
mensagem de texto” constituem uma parcela menor do corpus (8,6% com uma média de alcance
de 30k de visualizações por mensagens do tipo), seguidos das porcentagens referentes aos tipos
“Mensagem de texto e vídeos” (4,1% e 33,2K de média de alcance); “Apenas imagens” (3,1% e
18 K de média) e “Apenas vídeo” (1,3% de ocorrência e 22k de média de alcance). O fato do
blogueiro priorizar mensagens de texto e links de redirecionamento, assim como a resposta do
público na média de alcance ser maior nesse tipo de conteúdo, demonstra o caráter “jornalístico”
que o mesmo pretende passar ao conteúdo veiculado – sobretudo se nos atentarmos ao fato dos
links externos redirecionarem ao site “noticioso” no qual o mesmo é editor-chefe.
14,2% 25,5 K
Mensagens de texto
e imagens
1,3% 22 K
Apenas vídeo
0%
Áudios --------
Outros
(compartilhamento 0%
de mensagens de
outros canais) --------
Os sites com maior frequência de aparecimento (para além do Brasil sem Medo), assim
como os links de redirecionamento que constavam ou na manchete ou na URL, palavras-chaves
escolhidas para a composição do corpus da pesquisa, constam no quadro a seguir:
Por conseguinte, assim como na análise do canal anterior, realizamos o levantamento dos
50
21 K
Mensagens de
Lockdown 12,1%
texto e vídeo
Mensagens de
Distanciamento texto e imagens 12,2 K
social 0,8%
Mensagens de
Tratamento texto com links
precoce; de 19,4 K
Hidroxicloroquina; redirecionamento
Ivermectina 14%
Mensagens de
Vacina; Vacinação; texto com links
Vachina de 31,7 K
63,2% redirecionamento
sobre o tema.
O foco também é dividido no reforço de posicionamentos do Governo Federal – mais
presente no canal de Kuster do que na análise anterior. Sendo assim, podemos caracterizar as
narrativas construídas em três frentes específicas: 1) apontamento das ações do Governo Federal
sobre as vacinas, sobretudo das ações contrárias à compra dos imunizantes ou obrigatoriedade de
vacinação pela população (como a declaração emitida em 21.20.2020 pelo Presidente Bolsonaro
sobre não comprar os imunizantes do tipo Coronavac, disponível no link:
https://t.me/bkuster/553):
2) Defesa da ideia de que as vacinas provocam reações graves e mortes (como observado
no conteúdo veiculado em 08.02.2021 e disponível em: https://t.me/bkuster/776 e em 06.05.2021
disponível em: https://t.me/bkuster/1137):
O próximo e último passo da análise qualitativa dos conteúdos se deu na distribuição dos
materiais supostamente noticiosos conforme os 7 tipos de desinformação tabulados por Wardle e
Derakhshan (2017) e Wardle (2019).
61
Tipo de Frequência de
desinformação aparecimento
(%)
Sátira ou 0%
paródia
Conteúdo 17,8%
enganoso
Conteúdo
0%
Impostor
Conteúdo
fabricado 0%
Conteúdo
manipulado 0%
Conteúdo 10%
inconclusivo
mensagens de texto como parte do conteúdo jornalístico veiculado e manchetes que ignoram ou
excluem informações essenciais para a veracidade do contexto do conteúdo (como “Desde 2003,
50 estudos atestam a eficácia da Hidroxicloroquina”, onde não é apontado que os estudos dizem
respeito a outros tipos de doenças na qual a cloroquina já era usada para tratamento).
Em segundo lugar, com 17,8% da porcentagem de frequência de aparecimento, temos o
“conteúdo enganoso” que ocorre quando a maior parte ou todas as informações contidas em um
material supostamente noticioso são falsas. A exemplo, temos o conteúdo veiculado em
25.02.2021 (disponível no link: https://brasilsemmedo.com/novo-estudo-sugere-que-
ivermectina-reduz-hospitalizacoes-e-mortes-por-covid-19-em-ate-75/). Segundo a agência Aos
Fatos5, que realizou a checagem das informações, o conteúdo é majoritariamente falso: “Não é
verdade que um estudo tenha comprovado que a ivermectina foi capaz de reduzir em 75% as
infecções pelo novo coronavírus, conforme alegam postagens nas redes sociais. A pesquisa citada
pelos posts é uma metanálise - revisão que compila resultados de outros estudos - que não chegou
a esse percentual nem foi revisada por pares e que teve a publicação rejeitada pela revista científica
de farmacologia Frontiers.”
Vale salientar que além da ocorrência de conteúdos em texto como o exemplo citado, o
tipo de desinformação por conteúdo enganoso também é identificado nos vídeos do Youtube feitos
por Bernardo Kuster e divulgados em seu canal do Telegram, como por exemplo o vídeo
veiculado em 12.05.2020 (disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=pyiBxLGGB48) e intulado ironicamente de
“Hidroxicloroquina NÃO funciona”, nele o Youtuber usa a retórica de conspiração para criticar
estudos que demonstram a ineficácia do medicamento frente a Covid-19.
Em sequência, tivemos cerca de 12% do conteúdo analisado como “falsa conexão”, ou
seja, esses conteúdos noticiosos que possui um ou mais elementos (imagens, manchetes, dados
no texto) que não corroboram com o conjunto de informações veiculadas, como o que ocorre no
artigo “A verdade sobre os números da Covid-19” (disponível no link:
https://brasilsemmedo.com/a-verdade-sobre-os-numeros-da-covid-19/), onde o autor, o médico
Alessandro Loiola 6, usa gráficos que não correspondem em sua totalidade com as informações
veiculadas no texto, traçando uma comparação entre mortes no extremo inverno na Europa e
projeções de mortes por coronavírus. E por fim, identificamos 10% de conteúdo “inconclusivo”,
onde os dados e informações veiculados não foram suficientes para identificação do conteúdo em
5
https://www.aosfatos.org/noticias/e-falso-que-estudo-concluiu-que-ivermectina-reduziu-em-75-infeccoes-por-
covid-19/
6
Médico direitista que também compartilhou informações falsas sobre vacina do coronavírus:
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/medico-espalha-informacoes-falsas-sobre-seguranca-das-
vacinas-mrna-contra-covid-19/
63
6. CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS
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australiano. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/01/28/brasil-e-
pior-pais-do-mundo-na-gestao-da-epidemia-de-covid-19-aponta-estudo-
australiano.ghtml. Acesso em: 13 nov. 2021.
ESTADÃO. Medico espalha informações falsas sobre segurança das vacinas mRA
contra Covid-19. Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-
verifica/medico-espalha-informacoes-falsas-sobre-seguranca-das-vacinas-mrna-contra-
covid-19/. Acesso em: 13 nov. 2021.
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