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INICIATIVA ANFACER
Avaliação do
Ciclo de Vida
Placas Cerâmicas
para Revestimento
[média nacional]
INDÚSTRIA BRASILEIRA
DE PLACAS CERÂMICAS
PARA REVESTIMENTO
NAVEGUE:
A ANFACER
A Iniciativa ANFACER + Sustentável
Panorama do Setor
CAPÍTULO 1
Definição de objetivo e escopo
> Processos Elementares do Sistema
> Alocação – Tratamento das Situações
de Multifuncionalidade
CAPÍTULO 2
Inventário do ciclo de vida
CAPÍTULO 3
Avaliação de impacto do ciclo de vida
CAPÍTULO 4
Análise crítica dos resultados
> Análise dos impactos
CAPÍTULO 5
Conclusões
Referências bibliográficas
Expediente
> A ANFACER PANORAMA ACV: REVESTIMENTO CERÂMICO REFERÊNCIAS
> A INICIATIVA DA CONSTRUÇÃO CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 5 BIBLIOGRÁFICAS
SUSTENTÁVEL
> PANORAMA CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 4 EXPEDIENTE
APRESENTAÇÃO
Boa leitura!
A ANFACER
A Associação Nacional dos Fabricantes de internacionalização do segmento, com a
A
Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias incorporação de valores de competências e
e Congêneres (ANFACER) desempenha um competitividade no contexto global;
papel fundamental no posicionamento da
indústria brasileira como um dos principais compromisso com a conformidade
O
players mundiais do segmento. técnica, o aprimoramento dos processos
de normalização, o estímulo à certificação
Por conta de sua capacidade de articulação de produtos e processos, bem como a
política e institucional, visão estratégica e participação ativa em comitês técnicos
orientação para os resultados, a ANFACER internacionais;
conquistou, ao longo dos anos, avanços
significativos no desenvolvimento do setor, fortalecimento da marca da cerâmica
O
no incremento de sua competitividade e na brasileira por meio de iniciativas que agregam
ampliação de mercados. Destaque para: valor, o desenvolvimento de design com
identidade nacional, a promoção comercial e a
presença em eventos setoriais;
PARCERIA ESTRATÉGICA
valorização do conhecimento – técnico,
A
A APEX-BRASIL é um apoiador de legislação, do mercado nacional e
estratégico das inciativas de internacional, dentre outros aspectos
estratégicos – como diferencial competitivo,
internacionalização da indústria promovendo sua ampla difusão no setor
brasileira de revestimento cerâmico com o uso intensivo de recursos
tecnológicos de gestão de informações e
cerâmico.
bases de dados.
A INICIATIVA
ANFACER
+ SUSTENTÁVEL
Para transformar o setor de revestimento O trabalho, que se iniciou em 2016 com a
cerâmico, impulsionando a incorporação realização de ações técnicas e a elaboração
de critérios socioambientais na gestão e na de documentos, entrou em uma nova
estratégia das suas empresas, a ANFACER criou a fase em 2019, focada no engajamento das
Iniciativa Anfacer + Sustentável. empresas associadas. A participação dos
fabricantes contribui para o posicionamento
O objetivo desse amplo programa é permitir da cerâmica brasileira nos mercados nacional
que as empresas brasileiras agreguem valor e internacional, além de melhorar a gestão e
ambiental e valor social ao negócio, ao mesmo impulsionar a inovação.
tempo em que geram resultados econômicos.
Dessa maneira, o setor reforça sua liderança
global e ganha diferencial competitivo nos
mercados nacional e internacional.
AGENDA 2030
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PANORAMA
DO SETOR
O Brasil desempenha um papel de liderança no O fato de a indústria brasileira se valer de duas
mercado mundial de cerâmicas, ocupando o tecnologias de fabricação (via seca e via úmida)
posto de terceiro maior produtor global. confere mais competitividade em relação a
outros países, ancorados em um único método
Com capacidade de produção instalada de de produção.
1.055 milhões de m2, a média de vendas
nos últimos anos foi de 800 milhões de m2, Além de ter diferencial estratégico e números sig-
dos quais 706 milhões foram distribuídos no nificativos, a indústria brasileira também é referên-
mercado interno e 94 milhões, exportados. cia mundial em eficiência energética e hídrica.
PANORAMA DA
CONSTRUÇÃO
SUSTENTÁVEL
A construção civil representa aproximadamen- fazendo uso da Avaliação do Ciclo de Vida
te 15% do PIB brasileiro, incluindo materiais, como ferramenta de quantificação de impactos
serviços e a construção em si. Além da im- ambientais. Portanto, a realização deste estudo
portância econômica dessa atividade, exis- setorial fornece aos fabricantes conteúdo técni-
tem diversos impactos ambientais e sociais co e metodológico para que desenvolvam sua
associados, tais como a geração de resíduos, Declaração Ambiental do Produto, apresentando
a extração de recursos naturais, a emissão de em detalhes seus impactos e diferenciais, tor-
gases de efeito estufa e a ocupação do solo. nando possível ao consumidor e especificador
realizar uma escolha consciente.
Diante desse cenário, foram criadas certifica-
ções ambientais com o intuito de orientar e Somada à vantagem de favorecer a construção
avaliar o desempenho ambiental de edifícios. As sustentável, a ACV setorial colabora com a Ini-
certificações atualmente mais conhecidas são a ciativa Anfacer + Sustentável em identificar seus
LEED® (Leardership in Energy and Environmen- pontos de melhorias para que o setor invista em
tal Design) e a AQUA-HQE. Ambas promovem a processos e produtos que maximizem os impac-
escolha consciente de materiais da construção tos positivos e minimizem os negativos. É a ino-
para reduzir a pegada ambiental dos edifícios, vação para a sustentabilidade empresarial.
AVALIAÇÃO DO
CICLO DE VIDA:
REVESTIMENTO
CERÂMICO
Um estudo setorial
O presente relatório tem por finalidade apre- Com o objetivo de ampliar o nível de informação
sentar o perfil de desempenho ambiental calcu- do setor de cerâmica para revestimentos, a As-
lado para a fabricação de placas cerâmicas para sociação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica
revestimento a partir das rotas tecnológicas via para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congê-
úmida e via seca, de acordo com dados primá- neres (ANFACER) incorporou em seu Programa
rios do mercado brasileiro. A análise foi desen- de Sustentabilidade o desenvolvimento da Avalia-
volvida com base na técnica da Avaliação do ção do Ciclo de Vida Setorial, a partir da qual as
Ciclo de Vida (ACV). empresas poderão comparar o perfil de impacto
de seus produtos com a média brasileira.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma fer-
ramenta de gestão ambiental que tem por ob- Os resultados dessa iniciativa caracterizam-se
jetivo compilar os impactos ambientais de um como entrega final do projeto realizado junto
produto, processo ou serviço ao longo do seu à ANFACER, que compõe a primeira fase do
ciclo de vida. Programa de Sustentabilidade dessa mesma
Associação.
INTRODUÇÃO
A ACV pode ser entendida como uma técnica pondo a série ISO 14040. Segundo essa norma,
quantitativa de análise, voltada à determinação estudos de ACV são estruturados em quatro
dos impactos ambientais associados ao exer- fases operacionais, quais sejam:
cício da função de um produto, processo ou
serviço (SILVA e KULAY, 2006). Por essa razão, a [1] Definição de Objetivo e Escopo;
ferramenta foi escolhida para a estruturação das [2] Análise de Inventário;
atividades realizadas para o presente estudo. [3] Avaliação de Impacto;
[4] Interpretação dos Resultados.
As características metodológicas da ACV foram
normalizadas pela International Organization Essas fases aparecem encadeadas de maneira
for Standardization – ISO (ABNT, 2009a), com- lógica e iterativa como mostra a Figura 1 indi-
cada a seguir.
FIGURA 1
ESTRUTURA DE ANÁLISE DO CICLO DE VIDA
INTERPRETAÇÃO
ANÁLISE DE INVENTÁRIO DOS
RESULTADOS
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
bem como de emissões para o ar, água e solo fatores de referência, os quais magnificam
resultantes do exercício da função previamen- a contribuição de fluxos elementares para o
te estabelecida para o produto em análise, en- efeito ambiental a que estes se associam. Al-
contram-se quantificados e remetem à Unida- gebricamente os fatores de equivalência são
de Funcional ou, quando for o caso, ao Fluxo expressos na forma de um composto de refe-
de Referência. rência para a categoria em análise.
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÃO
DE OBJETIVO
E ESCOPO
Este capítulo apresenta as definições de objetivo mente naquelas publicadas pelo Instituto Bauen
e escopo fixadas para o desenvolvimento deste und Umwelt e pela Environdec.
estudo e realização dos balanços mássicos e
energéticos pertinentes à etapa de Inventário Com base nessas Regras de Categoria, a seguir
do Ciclo de Vida. Todas as premissas definidas são conceituadas e descritas as definições de es-
foram validadas e estão balizadas em Regras de copo utilizadas na realização deste estudo de ACV.
Categoria de Produto internacionais, especial-
CATEGORIA DEFINIÇÕES
CATEGORIA DEFINIÇÕES
CATEGORIA DEFINIÇÕES
SISTEMAS DA ACV
MANUFATURA
CONSTRUÇÃO USO TÉRMINO DO CICLO RECICLAGEM
DO PRODUTO
Energia – operação
Processamento do
Água – operação
Transporte até o
Disposição final
Desconstrução
Remodelação
Matéria-prima
Manutenção
consumidor
Reciclagem
Manufatura
Montagem
Transporte
Transporte
Reposição
resíduo
Reparo
Uso
A1 A2 A3 A4 A5 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 C1 C2 C3 C4 D
Quanto ao sistema de produto, todas as etapas elementos que alimentam diretamente esse pro-
da linha principal do processo de fabricação da cesso, sempre considerando o critério de uni-
placa cerâmica de revestimento foram contem- formidade de dados para efeito de modelagem.
pladas no estudo, além dos processamentos de
Em função dos diferentes controles adotados resíduos, todas as etapas de manufatura foram
pelas empresas participantes do estudo para agrupadas em um único processo elementar,
levantamento de dados de consumo de água, denominado “produção de placas cerâmicas
energia, emissão de poluentes atmosféricos e para revestimento”.
Entre cada subsistema foram levantados os as- Isto posto, nas Figuras 2 e 3 são apresentadas as
pectos e impactos referentes aos transportes em formas esquemáticas dos sistemas de produto
seus diversos modais, incluindo os modelos ro- da manufatura de placas cerâmicas para revesti-
doviário, dutoviário, transoceânico e ferroviário. mento, para cada uma das rotas tecnológicas.
FIGURA 2
FLUXOGRAMA DO SISTEMA DE PRODUTO DA PRODUÇÃO DE PLACAS
CERÂMICAS PARA REVESTIMENTO – VIA SECA
Extração de matérias-
primas (argila, talco,
feldspato, etc.)
Produção de placas
Extração de gás natural Refino de petróleo +
cerâmicas para
e petróleo Produção de diesel
revestimento
Extração e produção
de embalagens
(papelão, pallet, etc.)
FIGURA 3
FLUXOGRAMA DO SISTEMA DE PRODUTO DA PRODUÇÃO DE PLACAS
CERÂMICAS PARA REVESTIMENTO – VIA ÚMIDA
Extração de matérias-
primas (argila, talco,
feldspato, etc.)
Produção de placas
Extração de gás natural Refino de petróleo +
cerâmicas para
e petróleo Produção de diesel
revestimento
Extração e produção
de embalagens
(papelão, pallet, etc.)
Extração de
carvão mineral
Como mencionado antes, definiu-se que a absorção química ou física são adotados para
cobertura tecnológica deveria refletir a tecno- garantir ao final do processo um gás seco de-
logia média de produção no Brasil no curso de sacidificado, segundo as premissas da ANP, Re-
toda a cadeia produtiva. No caso da produção gulamento Técnico nº 001/98 (SANTOS et. al.,
de petróleo nacional, predomina a extração 2002). Após esse tratamento primário, o gás é
offshore em plataforma. Para os países impor- enviado por meio de gasodutos até as Unidades
tadores de petróleo, foram respeitadas as ca- de Processamento de Gás Natural (UPGN), onde
racterísticas e particularidades locais. é desidratado e fracionado (MELO, 2005). Tanto
nas plataformas de extração quanto nas UPGNs,
O gás natural, extraído majoritariamente em parte do gás natural é utilizada para alimentar
poços associados no país (ANP, 2016), é bombe- o sistema de geração de energia das unidades
ado para vasos separadores, onde ocorre a reti- produtoras (SANTOS et. al., 2002).
rada da água e separação dos hidrocarbonetos
em estado líquido. O processo de purificação é Dada à falta de informação com nível de preci-
complementado na etapa de depuração, na qual são equivalente ao dispensado para os demais
partículas líquidas e sólidas de hidrocarbonetos fluxos, admitiu-se como hipótese simplificatória
são removidas, para então ser encaminhado à que aditivos e catalisadores empregados nos
unidade de adoçamento ou dessulfurização para subsistemas de extração de petróleo e gás natu-
remoção de enxofre. Nessa etapa, sistemas de ral fossem recursos advindos do meio ambiente.
Para a produção de diesel foi adotada a rota A extração de carvão mineral no Brasil compre-
de craqueamento catalítico fluido (FCC) para ende todo o processo de obtenção desse recurso
retratar a característica média brasileira. para consumo nas unidades de fabricação das pla-
cas. As maiores reservas de carvão do país estão
A extração e produção de embalagens abran- situadas na região Sul e contemplam carvão linhito
ge todas as atividades pertinentes a obtenção e sub-betuminoso, cujo processo de mineração
de recursos naturais do meio para transforma- ocorre a partir da técnica de lavra a céu aberto.
ção e manufatura de embalagens utilizadas
pela indústria de placas cerâmicas para revesti- A geração de energia elétrica foi caracterizada
mentos, incluindo: pallets e cantoneiras de ma- por banco de dados e adaptada para as condições
deira, filme de PVC, fita de arquear e papelão. brasileiras de acordo com a matriz energética dis-
ponibilizada no Balanço Energético Nacional (EPE,
2016) para o ano de 2015, conforme Tabela. De-
vido à insignificante contribuição da energia solar,
essa fonte foi desconsiderada na análise.
TABELA 1
MATRIZ BRASILEIRA DE ENERGIA ELÉTRICA – ANO 2015
CONTRIBUIÇÃO
FONTE CONSUMO TWH
PERCENTUAL
Obs.: Quaisquer outras alocações aplicadas foram resultado do uso de banco de dados para complementação do estudo em questão.
CAPÍTULO 2
INVENTÁRIO
DO CICLO
DE VIDA
Durante o período de 2016 a 2017, a ANFA- COBERTURA TEMPORAL
CER, em parceria com o Centro Cerâmico
Brasileiro, e sob orientação do Centro de Tec- A cobertura temporal definida para o projeto
nologia de Edificações, coletou junto às prin- representa os dados médios de produção do
cipais indústrias do setor de placas cerâmicas ano de 2015 da indústria de placas cerâmicas
para revestimento dados primários do proces- para revestimentos. Desse modo, a busca por
so de manufatura, quanto a: dados secundários para complementar as in-
formações adotadas no Inventário do Ciclo de
> Quantidade; Vida também esteve centralizada em referências
> Tipo e origem das matérias-primas; do mesmo ano, buscando garantir o maior grau
possível de homogeneidade das informações.
> Consumo, origem e fontes de água;
> Consumo, origem e fontes de energia; As demais coberturas temporais estiveram
condicionadas ao período de referência dos
> Quantidade de emissões atmosféricas;
inventários disponibilizados nos bancos de da-
> Geração de resíduos sólidos e produção; dos. Dentro das condições impostas por este
> Modais de transporte das matérias-primas trabalho, entende-se que essa alternativa resulta
até às fábricas e internos às unidades de no cenário mais homogêneo e consistente pos-
manufatura. sível, objetivando aproveitar dados de processos
elementares da literatura especializada.
A produção de placas cerâmicas para o ano formações primárias sobre seus processos, bem
de 2015 foi de 899,4 milhões de m², dos quais como suas respectivas produções mensais para
73,4% foram produzidos via seca e os demais o ano de referência. Os números resultam em
26,6% de m² por via úmida. 26% de representatividade na rota via seca e 32%
na rota via úmida, com um total de 27,6% de re-
A Tabela 3, a seguir, apresenta o volume de pro- presentação setorial.
dução participante do estudo, fornecendo in-
TABELA 3
REPRESENTATIVIDADE DO ESTUDO (ANO-BASE 2015)
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO DE
IMPACTO DO
CICLO DE VIDA
Após o término da fase de levantamento de da- etapa de Avaliação de Impactos Ambientais deste
dos primários, iniciou-se a montagem dos mo- estudo de ACV. A versão Midpoint do ReCiPe pro-
delos de sistema de produto dos processos em porciona a quantificação de impactos ambientais
si, cuja uniformização foi realizada com auxílio segundo 18 categorias de impacto ambiental, nas
do software SimaPro 8.2.3.0 – PRe Consultants. quais esses efeitos são modelados a partir de pa-
Os fluxos de entrada e saída de cada proces- drões físicos estabelecidos cientificamente.
so elementar foram trabalhados de maneira a
atender aos fluxos de referência definidos para Foram selecionadas dentro desse universo, dez
as placas cerâmicas. A fim de complementar os categorias de impacto, a saber:
dados com informações pertinentes à matriz
energética brasileira, transportes, processos de > Mudanças Climáticas (MC)1;
extração das matérias-primas, entre outros, fo- > Depleção da Camada de Ozônio (DO)2;
ram pesquisados dados secundários de fontes > Acidificação Terrestre (AT)3;
nacionais e internacionais seguras e precisas. > Toxicidade Humana (TH)4;
> Formação de Oxidantes Fotoquímicos (OF)5;
> Formação de Material Particulado (MP);
MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO
> Ocupação de Terras Agrícolas (TA);
Para análise dos impactos, os métodos utilizados > Depleção de Água (DA);
foram o método ReCiPe Midpoint (H) V1.12 / Eu- > Depleção de Recurso Fóssil (DF);
rope Recipe H, selecionado para operacionalizar a > Eutrofização.
1. Mudanças Climáticas: representa o aumento da radiação infravermelha na superfície terrestre, proveniente em especial da crescente quantidade de
CO2, N2O, CH4, aerossóis e outros gases na atmosfera, que impedem a dispersão dos raios solares.
2. Depleção da Camada de Ozônio: redução da camada de ozônio existente na estratosfera, que permite a passagem de radiação ultravioleta à superfície
terrestre, aumentado a ocorrência de problemas de pele, doenças oculares e interferências no ecossistema.
3. Acidificação: ocorre a partir da emissão de substâncias solúveis em água que, em primeira instância, ocasionam na redução do pH das chuvas. Dentre as
causas de ordem secundária, tem-se: a alteração do teor de acidez do solo e degradação de patrimônios e da vida aquática.
4. Toxicidade Humana: emissão de substâncias tóxicas no ar, solo ou água, como compostos aromáticos, metais, dentre outros, que podem causar
problemas à saúde do homem quando inaladas ou ingeridas.
5. Formação Fotoquímica de Ozônio: nevoeiro decorrente da reação fotoquímica entre óxidos de nitrogênio e substâncias orgânicas voláteis, que podem
diminuir a atividade de fotossíntese da flora pela redução de luminescência solar.
TABELA 4
COMPOSIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA FABRICAÇÃO DA MASSA
Grande parte das matérias-primas utilizadas na in- transporte até a fábrica, devido ao baixo proces-
dústria cerâmica é natural. Após a mineração, os samento e significância percentual e ambiental.
materiais são beneficiados, isto é, desagregados
ou moídos, classificados de acordo com a granu- Devido à indisponibilidade de um inventário pró-
lometria e, por vezes, purificados. As argilas utili- prio para retratar o desempenho ambiental da
zadas na massa são extraídas, fundamentalmente, extração de feldspato e calcário, foram adotadas
de jazidas próprias, de tal modo que os fluxos as seguintes referências internacionais:
de entrada e saída de seu processamento foram
contabilizados na manufatura da placa cerâmica. > Feldspato: Feldspar {RoW} | production |
Alloc Def, U (Ecoinvent v3.2);
Para as demais matérias-primas (caulim, talco
e silicato de sódio) a contribuição no perfil de > Calcário: Limestone, crushed, washed {RoW}
impacto está relacionada exclusivamente ao | production | Alloc Def, U (Ecoinvent v3.2).
TABELA 5
VOLUME DE CARGA PROCESSADA, SEGUNDO ORIGEM NACIONAL
E IMPORTADA – 2015 (ANP, 2016)
PERCENTUAL PERCENTUAL DE
ORIGEM PERCENTUAL DE
BARRIS/DIA ACUMULADO DE CONTRIBUIÇÃO
PAÍS/REGIÃO CONTRIBUIÇÃO
CONTRIBUIÇÃO NORMALIZADA
Assim, para a modelagem do processo elementar utilizado para a identificação da origem e proce-
de extração de petróleo, foram selecionados por dência de gás natural. Os dados de consumo de
critério de contribuição cumulativa mássica, os gás natural por origem nacional e importada apa-
seguintes países: Brasil, Nigéria e Arábia Saudita. recem discriminados na Tabela 6.
O mesmo procedimento aplicado ao petróleo foi
TABELA 6
PRODUÇÃO CONSUMIDA DE GÁS NATURAL, SEGUNDO ORIGEM
NACIONAL E IMPORTADA – 2015 (ANP, 2016)
PERCENTUAL PERCENTUAL DE
ORIGEM PERCENTUAL DE
BARRIS/DIA ACUMULADO DE CONTRIBUIÇÃO
PAÍS/REGIÃO CONTRIBUIÇÃO
CONTRIBUIÇÃO NORMALIZADA
Isto posto, no que se refere ao gás natural, fo- Desse modo, o volume do recurso transportado
ram considerados para a modelagem a produ- foi calculado a partir da média aritmética entre o
ção offshore em poços associados no Brasil e a total de material que deixa o porto de origem, e
produção onshore na Bolívia. aquele que chega ao porto de destino, gerando
uma emissão de 8,30 g de óleo cru por quilo de
TRANSPORTE material transportado.
Após a extração, o petróleo (tanto de origem O transporte de gás natural da Bolívia para as
nacional como importada) é encaminhado à refinarias no Brasil é realizado pelo gasoduto
unidade de refino por oleodutos e ou por navios GASBOL. Segundo dados da TBG (2017), o ga-
para os terminais petroquímicos, para então ser soduto GASBOL opera em alta pressão, a fim de
recebido nos terminais marítimos. Nenhuma transportar o gás proveniente da Bolívia para os
perda de material no transporte realizado por estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Para-
oleodutos foi considerada para efeito da mode- ná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Conside-
lagem desses deslocamentos. rando que os maiores centros produtivos de pla-
cas cerâmicas estão localizados em São Paulo
As distâncias do transporte marítimo foram si- e Santa Catarina, foram levantadas as distâncias
muladas com o auxílio de ferramentas de geor- médias de transporte de gás natural boliviano
referenciamento que consideram rotas de trans- para essas localidades, as quais foram de 1.979
porte regulares constantes no AliceWEB (2017). km e 2.103 km respectivamente.
A partir dessa análise, verificou-se que a distância
média percorrida do petróleo oriundo da Nigéria BANCO DE DADOS
e da Arábia Saudita para o Brasil é, respectiva-
mente, de 4.733 e 8.498 milhas náuticas. Em virtude da ausência de dados primários para
o processo de extração de petróleo no Brasil,
Segundo Vianna (2006), a perda de óleo cru no considerou-se por referência a extração de pe-
transporte transoceânico é estimada em 0,83%. tróleo offshore na Noruega. Essa decisão foi
tomada em função da semelhança tecnológica Para o caso do gás natural extraído no Brasil, foi
que tal processamento demonstra com relação selecionado o estudo desenvolvido para a extra-
às práticas exercitadas no Brasil. As informações ção offshore de gás associado na Grã-Bretanha,
contidas no inventário foram obtidas no banco o qual inclui as emissões relacionadas ao pro-
de dados Ecoinvent versão 3.2 e a origem da cessamento, consumo de energia e transporte
eletricidade consumida no processo foi ajustada do gás para a costa. A matriz energética desse
para equivaler às condições brasileiras de 2015. inventário foi adaptada para representar as con-
dições brasileiras de 2015.
Com relação ao petróleo importado, foram
identificados, também na base de dados Ecoin- Em contrapartida, os aspectos ambientais do
vent, os datasets que melhor retratavam as práti- gás natural extraído da Bolívia estão balizados no
cas exercitadas nos países exportadores do ativo inventário desenvolvido para a extração onshore
fóssil que foram contemplados por este estudo. de gás natural não associado na Alemanha, cujas
Portanto, a tecnologia de extração onshore da emissões estão calculadas para as etapas de ex-
Nigéria [NG] foi compulsoriamente escolhida tração e processamento.
para representar a obtenção do insumo no país,
enquanto a extração onshore do Oriente Médio Os códigos de identificação para os inventários
[RME] foi adotada para a Arábia Saudita. utilizados estão apresentados na Tabela 7.
TABELA 7
BANCOS DE DADOS UTILIZADOS PARA MODELAR A EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO
ORIGEM
BARRIS/DIA
PAÍS/REGIÃO
Desse modo, por exemplo, para a região de O referido banco de dados compõe-se dos se-
Santa Gertrudes, considerou-se que o diesel tem guintes estágios de refino:
origem direta da Refinaria do Planalto Paulista
(REPLAN), localizada em Paulínia (SP). (i) Dessalgação;
(ii) Destilação;
Como premissa para a contabilização dos im- (iii) Coqueamento;
pactos resultantes do transporte de diesel, foram (iv) Craqueamento catalítico;
quantificados os aspectos ambientais exclusiva- (v) Hidrotratamento.
mente do transporte rodoviário. Para tanto, foi utili-
zada uma distância média percorrida de 124 km. Ressalta-se que a matriz energética do modelo
foi alterada para condizer à característica de ge-
BANCO DE DADOS ração existente no Brasil para o ano de 2015.
TABELA 8
CONSUMO DE EMBALAGEM POR M² DE PLACA CERÂMICA PRODUZIDA
Durante o processo de coleta de dados, obser- Para o cálculo dessa distância foram considera-
vou-se uma variação significativa no montante das as quantidades de embalagens e a localiza-
de embalagem consumida pelas indústrias par- ção dos fornecedores para cada uma das indús-
ticipantes do estudo. Nesse contexto, diante de trias participantes deste estudo, utilizando-se a
todos os dados primários utilizados, este é o que média ponderada entre esses indicadores para a
apresenta maior tendência de fragilidade, ou obtenção da quilometragem.
seja, insegurança de informação.
BANCO DE DADOS
TRANSPORTE
Devido a inexistência de dados primários dos
Após a extração e manufatura, as embalagens são diversos fabricantes de embalagens, bem como
encaminhadas por modal rodoviário até as uni- a ausência de referências nacionais nos bancos
dades fabris. O transporte é feito por caminhões, de dados de estudos de ACV, foram pesquisados
cuja capacidade varia de 14 a 32 toneladas. Com datasets médios mundiais que representassem
base nas informações recebidas, constatou-se as condições de extração e manufatura das em-
que a distância média entre os fornecedores e as balagens. Os modelos adotados para o estudo
indústrias de placas cerâmicas é de 257 km. estão identificados na Tabela 9.
TABELA 9
BANCOS DE DADOS UTILIZADOS PARA REPRESENTAR EXTRAÇÃO
E MANUFATURA DE EMBALAGENS
INSUMO BANCO DE DADOS - ECOINVENT
TABELA 10
CONSUMO DE RECURSOS NATURAIS, MATERIAIS E ENERGÉTICOS PARA
A FABRICAÇÃO DE 1 M² DE PLACA CERÂMICA, POR ROTA TECNOLÓGICA
RECURSO NATURAL,
UNIDADE VIA SECA VIA ÚMIDA
ENERGÉTICO E MATERIAL
Feldspato kg - 3,77
Caulim kg - 0,97
Calcário kg - 0,58
Talco kg - 0,42
Agência Nacional do Petróleo, o teor máximo Além das emissões atmosféricas, também são
de enxofre no gás natural deve ser de 80 mg/m³ gerados efluentes líquidos nas atividades de
e, portanto, essa concentração foi utilizada para prensagem e limpeza da unidade fabril. Esse
cálculo de emissões de dióxido de enxofre. efluente é direcionado para um sistema de trata-
mento, de modo que as características da água
As emissões de ácido fluorídrico e óxidos de ni- tratada seguem as especificações apresentadas
trogênio foram fornecidas nos inventários elabo- na Tabela 11.
rados pelas indústrias participantes.
TABELA 11
COMPOSIÇÃO DA CORRENTE DE SAÍDA
DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTE
Boro 1,52
Cádmio 0,007
Chumbo 0,022
Cobre 0,007
Manganês 0,232
CAPÍTULO 4
ANÁLISE
CRÍTICA DOS
RESULTADOS
Os Inventários do Ciclo de Vida elaborados para aspectos ambientais, foram obtidos os perfis de
as placas cerâmicas para revestimento via úmida desempenho ambiental apresentados na Tabela
e via seca foram compostos por fluxos elemen- 12, para cada uma das categorias de impacto
tares, em função das premissas descritas nos compreendidas por este estudo. Os resultados
capítulos anteriores. Após a caracterização dos foram calculados para a produção de 17,5 kg de
placa cerâmica, ou seja, 1 m².
TABELA 12
PERFIL DE DESEMPENHO AMBIENTAL DA PRODUÇÃO DE 1 M² DE PLACA
CERÂMICA PARA REVESTIMENTO
CATEGORIA DE IMPACTO UNIDADE VIA SECA VIA ÚMIDA
A partir dos dados constantes da Tabela 14, foi vos sinóticos, os perfis ambientais apresentam
possível elaborar o Gráfico a seguir, no qual é distinções expressivas, com variações de mag-
realizada a comparação percentual entre de- nitude de impacto superiores a 100% para duas
sempenhos ambientais das rotas tecnológicas. das nove categorias de impacto
Conforme evidenciado em ambos os dispositi-
GRÁFICO
COMPARAÇÃO PERCENTUAL DOS DESEMPENHOS AMBIENTAIS DAS
PLACAS CERÂMICAS PRODUZIDAS POR VIA ÚMIDA E VIA SECA
100%
84%
36%
40% 33%
20%
0%
MC DO AT TH OF MP TA DA DF
O motivo pelo qual essas diferenças ocorrem Importante salientar que as rotas atuais, via seca
está basicamente centralizado na quantidade de e via úmida, diferem em perfil ambiental e em
recurso energético adicional requerido no pro- fluxo produtivo, mas não há referência direta de
cesso por via úmida, além do próprio consumo tipologia ou de qualidade. A cerâmica é classifi-
de água e da distinção do tipo e origem das ma- cada mundialmente pelo seu Grupo de Absor-
térias-primas para a fabricação da massa. ção (ISO 13006). Cada grupo de absorção tem
uma tabela de especificação das propriedades
das placas cerâmicas, conforme tabela a seguir.
No mercado nacional, há uma concentração de A rota via úmida compreende uma concen-
tipologia em cada rota de fabricação. A produ- tração em produtos cerâmicos de maior valor
ção nacional de revestimentos cerâmicos pela agregado, englobando placas da tipologia BIII e
rota via seca concentra produto da tipologia a tipologia Porcelanato, que possui uma norma
BIIb, placas cerâmicas com absorção de água de técnica específica, NBR 15755, com critérios
6% a 10%, denominadas semiporoso. mais rígidos. Isto posto, esclarece e pondera as
diferenças atribuídas no perfil ambiental.
FORMAÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO Nesse contexto, para a rota via úmida, a produ-
ção de feldspato acabou representando mais
A emissão de material particulado ocorre de de 50% da depleção de água. O motivo pelo
forma bem distribuída na rota via úmida, na qual isso ocorre está diretamente relacionado
qual as emissões na indústria cerâmica repre- ao banco de dados utilizado e aos dados se-
sentam 23%; as emissões no transporte repre- cundários disponibilizados pelo Ministério de
sentam 13,8%; as emissões na produção de Minas e Energia (MME). De acordo com o MME,
eletricidade, gás natural, diesel e carvão so- a etapa de aspersão para controle de material
mam 24,9%; a produção de embalagem con- particulado na extração do feldspato consome
tribui com 24,5%; e a manufatura de feldspato, de 0,75 a 0,37 m³ de água por tonelada de mi-
individualmente, representa 11,8%. Portanto, nério (MME, 2009), cujo valor médio foi utilizado
para essa rota tecnológica há um destaque para a quantificação desse impacto. Pela indis-
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
De modo geral, considera-se que os dados pri- Dentre as limitações, a principal a ser apontada
mários e secundários referentes aos processos e que não se restringe especificamente a este
elementares tidos como relevantes para a ela- estudo, mas sim a todos aqueles que de manei-
boração dos modelos de sistema de produto ra geral sejam produzidos no Brasil com o mes-
são suficientes para fundamentar as conclusões mo objetivo, refere-se à ausência de bancos de
do estudo, de acordo com o objetivo e o esco- dados nacionais para apoio a estudos de ACV
po definidos. Desse modo, o objetivo definido – conforme visto no capítulo anterior –, que
para este estudo de quantificar o perfil de de- contribuem de forma expressiva para uma série
sempenho ambiental associado à produção de de categorias de impacto.
placas cerâmicas para revestimento via seca e
via úmida, da forma como ela é praticada pela Outro ponto relevante é que parte dos dados
indústria brasileira, foi atendido. primários não apresentava o detalhamento ne-
cessário ao estudo, sendo preciso o desenvol-
No curso desse projeto foram, porém, identifi- vimento de cálculos teóricos para os gases de
cadas limitações que, inevitavelmente, acaba- combustão da etapa de secagem e consumo
ram por influenciar em maior ou menor grau os de água. Logo, estes carecem de melhor ges-
resultados obtidos. tão e estudo, o que é um ponto frágil do pro-
cesso de levantamento de informações.
Por fim, conclui-se que os resultados aqui apre- Esta é a primeira edição de uma Avaliação do Ci-
sentados são, respeitadas as limitações e condicio- clo de Vida de Revestimentos Cerâmicos e faz par-
nantes, consistentes para efeito de representação te da Iniciativa Anfacer + Sustentável, que pretende
do perfil de desempenho ambiental das placas usar essa ferramenta da ACV de forma sistêmica.
cerâmicas para revestimento produzidas no Brasil. Logo, há planos de novas edições, com atualiza-
Além disso, esses resultados se mostram em con- ções dos dados primários, busca por mais precisão
dições de subsidiar processos de tomada de deci- dos dados secundários e aumento do percentual
são relacionados ao processo de manufatura, com de participantes, ampliando a representatividade.
enfoque na dimensão ambiental, no negócio e no
crescimento sustentável do setor, como almejado
dentro da Iniciativa Anfacer + Sustentável.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ANFACER – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS CABRAL Jr., M., et al. Panorama e Perspectivas da
FABRICANTES DE CERÂMICAS PARA REVESTI- Indústria de Revestimentos Cerâmicos no Brasil.
MENTOS, LOUÇAS SANITÁRIAS E CONGÊNE- Cerâmica Industrial, 15 (3), maio/junho, 2010.
RES. Sobre a ANFACER. Disponível em: http://
www.anfacer.org.br/sobre-a-anfacer. Acesso CETESB – COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTA-
em: 06/12/2017. DO DE SÃO PAULO. Guia Técnico Ambiental
da Indústria de Cerâmicas Branca e de Revesti-
mentos. São Paulo: CETESB, 2008.
EXPEDIENTE
ANFACER
Iniciativa Anfacer + Sustentável
Presidente
José Nilson Crispim Junior (Elizabeth)
Vice-Presidentes
Benjamin Ferreira Neto (Alfagres)
Paulo Cesar Benetton (Cecrisa)
Raul Penteado de Oliveira Neto (Deca)
Superintendente
Antonio Carlos Kieling
Diretor Executivo
Mauricio Borges
Coordenação Geral
Amanda De Andrade Neme
Equipe técnica
Laura Paiva
Anderson Vieira
Consultoria técnica
Centro de Tecnologia de Edificações
Coordenação
Adriana Hansen
Agência de comunicação
rpt.com
www.iniciativaanfacer.com.br