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GUIA DE ASSENTAMENTO
PLACAS CERÂMICAS

G RAN D E S
FORMATOS
PISOS E PAREDES INTERNOS
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GUIA DE APLICAÇÃO: PLACAS CERÂMICAS DE


GRANDE FORMATO EM PISOS E PAREDES INTERNAS
COM USO DE ARGAMASSA COLANTE

PROMOÇÃO
Coordenação Geral
Dra. Ana Paula Margarido - CCB

Grupo Técnico
MSc. Amanda de Andrade Neme
MSc. Marcos Serafim - CCB
REALIZAÇÃO
Dra. Claudia Gibertoni - CCB
Eng. Civil Julio C. Carvalho - CCB
Eng.Civi Ricardo Pires - CCB
Eng. Civil Gerson Gastaldi - CCB

Revisão crítica e apoio técnico


APOIO
Indústrias Nacionais de Placas Cerâmicas,
associadas Anfacer
Cortag Revolution Tools
Sou Cunheiro

Projeto Gráfico e Diagramação


Msc. Marcos Serafim - CCB

1ª Edição | Setembro de 2023


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Fundada em 1984, representa institucionalmente


a indústria brasileira de cerâmica promovendo
seu desenvolvimento sustentável, competitividade
e ampliação de mercado para seus produtos.

VISÃO
Potencializar o valor do ecossistema cerâmico brasileiro.
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SUMÁRIO

SUMÁRIO

Pág.

5 Capítulo 1 Introdução

6 Capítulo 2 Objetivo

7 Capítulo 3 Especificação dos Materiais

14 Capítulo 4 Cuidado no manuseio das placas

18 Capítulo 5 Especificação dos Equipamentos e EPI’s

23 Capítulo 6 Serviços preliminares (incluindo cortes)

25 Capítulo 7 Preparação de Argamassa Colante

27 Capítulo 8 Assentamento das placas cerâmicas de grande formato

31 Capítulo 9 Execução das juntas

36 Capítulo 10 Verificação do assentamento

39 Capítulo 11 Limpeza e cuidados

42 Bibliografia
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1 | INTRODUÇÃO
O Brasil desempenha um papel de liderança no mercado mundial de cerâmicas,
ocupando o posto de terceiro maior produtor mundial e segundo maior consumidor
mundial. Com capacidade de produção instalada acima de 1.200 milhões de m2, a
média de vendas nos últimos anos foi de 890 milhões de m2, dos quais 820 milhões
de m2 foram distribuídos no mercado interno e 94 milhões de m2 exportados.

O fato da indústria brasileira ter duas tecnologias de fabricação (moagem das


matérias primas via seca e via úmida) confere ainda mais competitividade em
relação a outros países. O setor tem mais de 90% de sua produção nacional com
qualidade certificada/qualificada voluntariamente.

Porém é fato que a qualidade esperada não dependente apenas da qualidade da


placa cerâmica, a correta especificação e instalação são etapas primordiais para
o desempenho do produto em uso.

Uma tendência mundial do setor cerâmico é fabricação de produtos de grandes


formatos, que requerem cuidados especiais no manuseio, transporte, escolha da

CAPÍTULO 1 argamassa colante e assentamento.

Portanto este primeiro Guia confeccionado pela ANFACER, desenvolvido pelo


CCB - Centro Cerâmico do Brasil, com apoio da CORTAG e da Central de
Assentadores, tem como objetivo trazer informações técnicas importantes para o
bom assentamento de placas cerâmicas de grande formato, que é uma tendência
mundial de fabricação.

NÚMEROS DO SETOR

3ºmaior 2ºmaior 7ºmaior


PRODUTOR CONSUMIDOR EXPORTADOR
mundial mundial mundial

28 mil 200 mil 6% do PIB


EMPREGOS EMPREGOS da ind. de material
diretos indiretos de construção
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O objetivo deste guia de aplicação de placas de grandes for-

CAPÍTULO 2
matos é trazer informações importantes referentes ao manuseio,
transporte, especificação dos materiais, equipamentos necessá-
rios e assentamento para os assentadores. Placas de grandes

OBJETIVO formatos são aquelas com áreas maiores ou iguais a 1m2, as


quais requerem condições especiais de manuseio e transporte.
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3 | ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

PLACAS CERÂMICAS

As placas cerâmicas são revestimentos adequados ao clima brasileiro e podem


ser utilizadas tanto em ambientes internos como externos, em pisos e paredes e
em locais de pequeno ou grande fluxo de pessoas. Sua durabilidade, facilidade
de limpeza e manutenção da higiene conferem ao material uma preferência dos
consumidores.

VANTAGENS DO USO DE PLACAS CERÂMICAS


CAPÍTULO 3 - Adequado ao clima brasileiro
- Facilidade de limpeza (higiene)
- Durável e resistente
- Antialérgico
- Não inflamável
- Alta resistência mecânica
- Estabilidade de cores
- Possibilidade de criar diferentes tipos de decorações (paginações)
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FLUXO SIMPLIFICADO | PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE PLACAS CERÂMICAS

MATÉRIAS PRIMAS
A indústria nacional possui duas rotas de fabricação, conhecidas como via
seca e via úmida. A diferença das rotas se resume, principalmente, no pro-
cesso de moagem. Como o próprio nome sintetiza, a rota via seca tem a
moagem a seco e a rota via úmida realiza a moagem com adição de água,
o que posteriormente deve ser removida. Este processo de secagem é deno-
minado de atomização. Outros processos poderiam ser empregados, como
filtro-prensa, mas na indústria de revestimento e para grandes escalas é utili-
zada a tecnologia de atomização. Posterior ao preparo da massa, o material
segue para sua conformação, dando forma à placa, que em sua maioria é
realizada pela prensagem, porém pode ser por extrusão. Posteriormente a
PROCESSO DE
MOAGEM À ÚMIDO MOAGEM À SECO
placa segue para os denominados processos de linha, esmaltação, decora-

FABRICAÇÃO DE
ções, processos de acabamento e sinterização, a queima da placa crua para
a conferência das propriedades finais (vide fluxo ilustrativo).
VIA VIA
ÚMIDA SECA As etapasPLACAS CERÂMICAS
de esmaltação e decoração são as que conferem o resultado
final estético da placa esmaltada. Há também as placas cerâmicas não es-
ATOMIZAÇÃO GRANULAÇÃO maltadas, onde a superfície é a própria massa e esta também pode receber
MODELO
tratamentos, polimentos eSIMPLIFICADO
outros processos de linha para melhoria estética
e desempenho.

PRENSAGEM SECAGEM ESMALTAÇÃO E QUEIMA ACABAMENTO


[POLIMENTO E RETÍFICA]
DECORAÇÃO
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Entretanto, para o bom desempenho em uso dos revestimentos cerâmicos é ne- Outras propriedades também estão relacionadas com a absorção de água como
cessário colocar o produto certo para cada ambiente, ou seja, é necessário espe- resistência mecânica, resistência ao gelo, resistência química, resistência ao im-
cificar corretamente. pacto, entre outras.

Alguns aspectos fundamentais para a escolha correta do produto são: as proprie- Resistência Mecânica
dades do material, o clima e o local de uso. Apenas a visão conjunta desses A resistência mecânica da placa cerâmica é avaliada pelo módulo de resistência à
três fatores possibilitará uma escolha adequada. flexão (em MPa) e pela carga de ruptura (em N), a qual depende tanto do material
quanto da espessura da peça.
As placas cerâmicas possuem características próprias determinadas por suas pro-
priedades, e através do seu conhecimento, é possível especificar corretamente. Dilatação Mecânica
A dilatação térmica e a expansão por umidade se referem a um aumento do ta-
manho da placa cerâmica mediante variações de calor e umidade. A dilatação
ENTENDA AS PRINCIPAIS PROPRIEDADES DAS PLACAS CERÂMICAS térmica é um fenômeno reversível e acontece geralmente em locais sujeitos a
Absorção de Água aquecimentos. A expansão por umidade pode ocorrer em lugares com alta umi-
dade, sendo um processo irreversível. Geralmente a dilatação térmica das placas
A absorção de água da placa está diretamente relacionada com a porosidade cerâmicas é baixa. As placas cerâmicas geralmente apresentam expansão por
da peça (Tabela 1). Quanto menor a porosidade menor é a absorção de água e umidade bem baixa.
quanto maior a porosidade maior é a absorção de água.
Resistência ao Gretamento
Resistência ao gretamento, o gretamento ocorre quando o acordo dilatômétrico
Tabela 1: Grupo de absorção de água, classe técnica e classe comercial das placas cerâmicas. entre massa, engobe e esmalte não está adequado, pode causar durante o resfria-
mento da placa cerâmica na saída do forno, uma tração na camada de esmalte,
GRUPO DE gerando fissuras semelhantes a fios de cabelos.
CLASSE TÉCNICA CLASSE COMERCIAL
ABSORÇÃO DE ÁGUA
Resistência ao Choque Térmico
0,0 a 0,5% AIa/BIa Porcelanato A resistência ao choque térmico significa que a placa cerâmica geralmente resiste
bem a uma grande variação de temperatura.
0,5 a 3% AIb/BIb Grês
Resistência ao Gelo

3 a 6% AIIa/BIIa Semi Grês A resistência ao gelo significa que em regiões frias a água que penetra nos poros
da placa cerâmica, ao se congelar, aumenta o volume, danificando as peças. É
6 a 10% AIIb//BIIb Semi Poroso uma característica altamente dependente da absorção de água. Para usos onde
ocorre congelamento, a placa deve ter uma baixíssima absorção de água.
≥ 10% AIII/BIII Porosa/Monoporosa
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Resistência a Manchas
A resistência a manchas indica a facilidade de limpeza da superfície da placa
cerâmica.
Resistência ao Ataque Químico
A resistência ao ataque químico é a resistência do produto ao ataque químico de
produtos de limpeza e produtos ácidos e álcalis de baixa concentração. Existem RETITUDE DOS LADOS
duas classes : residencial e para uso em piscinas (que é obrigatória a qualquer
placa cerâmica para usos domésticos) e a industrial que requer altas resistências
químicas a ácidos e álcalis de alta concentração (uso em laticínios, frigoríficos,
cozinhas industriais, etc).
Resistência ao Escorregamento
O ato de escorregar pode ser definido como sendo uma perda de equilíbrio cau-
sada por um escorregamento inesperado, imprevisto e fora de controle, do pé. A ORTOGONALIDADE
resistência ao escorregamento não é uma característica intrínseca do material de
superfície, além de não ser uma constante em todas as condições de utilização,
uma vez que depende de uma série de fatores relacionados como: o material em-
pregado, o tipo de solado que caminha sobre ele, meio físico entre o solado e a
superfície4 do produto (sujidades por exemplo) e a forma como o usuário interage
com a superfície durante o seu uso. Nenhuma destas variáveis pode ser responsa- CURVATURA CENTRAL
bilizada isoladamente pela resistência ao eescorregamento.
As superfícies rugosas podem apresentar maior resistência ao escorregamento,
porém, por serem mais ásperas, não são de fácil manutenção e limpeza.
São considerados ambientes onde se requer resistência ao escorregamento: áre-
as molhadas, rampas, escadas em áreas de uso comum e terraços.
Características Geométricas CURVATURA LATERAL
Características geométricas: a ortogonalidade define se a peça está ou não dentro
do esquadro. Significa dizer que seus lados são perpendiculares e os ângulos
internos são retos. A retitude dos lados define se os lados da placa não estão
curvados para dentro ou para fora. A planaridade envolve três aspectos: curvatura
central, curvatura lateral e o empeno. A curvatura central constitui-se no desvio
vertical do centro da peça em relação a uma diagonal da placa. A curvatura lateral EMPENO
é definida pelo desvio vertical da lateral da placa. O empeno caracteriza o desvio
de pelo menos um vértice em relação ao plano estabelecido pelos outros três.
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A correta especificação não deve ser baseada em uma única propriedade da pla- importantes, tanto para o uso doméstico quanto em situações em que o uso do
ca cerâmica e, sim, em um conjunto de características técnicas que definem a sua revestimento envolve contato com agentes químicos.
utilização nos diferentes ambientes. Para facilitar o processo de especificação da
Em uma residência há locais com pouca solicitação mecânica, como paredes
placa cerâmica, pode se começar utilizando uma tabela que correlaciona absor-
e pisos de quartos, ao mesmo tempo em que há locais que exigem um maior
ção de água com resistência mecânica.
cuidado, como áreas externas e fachadas. É evidente que mesmo o ambiente de
maior tráfego dentro de uma residência não pode ser comparado com a situação
ABSORÇÃO DE RESISTÊNCIA
CLASSE CLASSE COMERCIAL de usos como público e industrial.
ÁGUA MECÂNICA
No caso de uso público, o alto tráfego necessita quase sempre de maiores resis-
0,0 a 0,5% Ia Altíssima Porcelanato tência a abrasão, resistência mecânica e resistência ao manchamento. No caso de
pisos avaliar também o coeficiente de atrito.
0,5 a 3% Ib Muito Alta Grês
Em geral, ambientes industriais exigem características semelhantes as de uso pú-
blico somadas a uma maior resistência ao ataque químico e resistência mecânica.
3 a 6% IIa Alta Semi Grês
Deve-se considerar também a facilidade de limpeza e manutenção e o coeficiente
de atrito.
6 a 10% IIb Média Semi Poroso

≥ 10% III Baixa Porosa/Monoporosa


Sempre verificar junto ao fa-
As placas cerâmicas para uso em pisos requerem características técnicas mais
bricante da placa cerâmica
exigentes do que para uso em paredes, principalmente em relação à resistência
mecânica, resistência a abrasão, resistência a manchas e facilidade de limpeza. para quais locais de uso o
Para uso em parede pode-se usar o produto Classe III. Dependendo das condi- produto é indicado.
ções do local de uso, outras características podem ser levadas em consideração,
tais como: expansão por umidade, resistência ao ataque químico, resistência a
manchas/facilidade de limpeza.
Para uso em ambientes externos, as placas cerâmicas também devem possuir
características mais exigentes do que para uso interno. No caso de ambiente
externo, a placa cerâmica encontra-se exposta às alterações de clima, sol, chuva,
vento, etc. Essas condições exigem que o material tenha menor absorção de água
e baixa expansão por umidade (<= 0,6 mm/m). Se o revestimento estiver exposto
a baixas temperaturas é importante que seja resistente ao congelamento. A resis-
tência a manchas e a resistência ao ataque químico são também características
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ARGAMASSAS COLANTES
As argamassas de assentamento, ou mais comumente chamadas de argamas- A resistência de aderência mede a força até ruptura daquele tipo de argamassa
sas colantes, tem a função de aderir a placa cerâmica na base do sistema piso/ colante versus um padrão de base e de placa cerâmica, em condições controla-
parede. das de execução.
As argamassas são produtos à base de misturas de aglomerantes e agregados O Tempo em aberto é uma simulação do período que aquela argamassa conse-
com água, que possuem capacidade de endurecimento e aderência. As arga- gue ficar exposta, sem a perda expressiva de sua umidade que resulte ainda em
massas colantes em sua maioria são compostas por areia e cimento, com ou um mínimo de resistência de aderência.
sem adição de cal. A aplicação das argamassas é diversa, desde formulações e
traços específicos para usos como chapisco, emboço, reboco, até as argamassas
colantes, ou seja, de fixação, das camadas de acabamento.
As argamassas colantes devem estar em conformidade com a ABNT NBR 14081-1.
No mercado existem as argamassas adesivas, não contempladas por esta referida
norma.
A referida norma classifica as argamassas colantes pelo seu desempenho em
resistência de aderência e tempo em aberto, conforme tabela 2.

Tabela 2: Classificação normativa argamassa colante (Fonte: ABNT NBR 14081-1)

Sempre verificar junto ao fabricante


MÉTODO DE UNIDA- CRITÉRIO
REQUISITO
ENSAIO DE da placa cerâmica, qual argamassa
ACI ACII ACIII
colante é recomendada utilizar.
Tempo em aberto ABNT NBR 14081-3 min >15 >20 >20

Cura normal >0,5 >0,5 >1,0


Resistência de
aderência à tra-
Cura
ção aos 28 dias, ABNT NBR 14081-4 MPa >0,5 >0,5 >1,0
subermsa
em função do tipo
de cura
Cura em
- >0,5 >1,0
estufa
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ARGAMASSAS DE REJUNTAMENTO

As argamassas destinadas para rejuntamento, ou seja, para preenchimento das jun-


tas entre placas cerâmicas, são da mesma forma que a argamassa colante compos-
tas por uma mistura de aglomerantes, cargas minerais e aditivos. A composição das
argamassas para rejuntamento difere nos traços, na granulometria e principalmente
na incorporação de aditivos para as funções do rejunte. Entre as principais funções
podemos destacar a de absorver e atenuar as tensões da camada de acabamento.
Outra função relevante é de vedar os espaços das juntas para permitir que o sistema
revestimento cerâmico seja estanque.
Os rejuntes cimentícios, embora tenham a capacidade de atenuar a penetração de
água líquida, não são produtos impermeáveis; assim, quando juntas impermeáveis
são necessárias, outros tipos de produtos devem ser considerados, desde que com-
patíveis com o local de aplicação. Ainda assim revestimentos cerâmicos com placas
e rejuntes impermeáveis não podem ser considerados sistemas de acabamento
totalmente impermeável.
As argamassas para rejuntamento devem, no mínimo, estar de acordo com a ABNT
NBR 14992.
A especificação do tipo de rejuntamento, bem como a junta de assentamento, deve
respeitar a recomendação do fabricante da Placa Cerâmica e atender as particulari-
dades, estética e qualidade almejada em projeto.
Rejuntes denominados comercialmente de “junta fina”, “super fino” são rejuntes apro-
priados para espaçamentos reduzidos de juntas de assentamento, porém voltamos a
frisar que deve ser respeitado a recomendação do fabricante de placa e na escolha do
rejunte avaliar se este pode ser utilizado para a largura de junta estabelecida.
Rejuntes a base de resina, como acrílicos, epóxi, ou mistos, tem usos espe-
cíficos e costumam estar associado ao uso de Placas Cerâmicas retificadas,
onde juntas no limite mínimo são realizadas.
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4 | CUIDADO NO MANUSEIO DAS PLACAS

CAPÍTULO 4 As placas cerâmicas de grande formato, por serem pesadas e frágeis, e em alguns
casos, por apresentarem baixas espessuras e terem alto valor agregado, requerem
cuidados especiais nas fases de transporte, armazenamento e movimentação. Os
cuidados e os pontos de atenção descritos nesse manual são importantes tanto
para a segurança do assentador quanto para manter a integridade física das placas,
mas lembre-se sempre de verificar junto ao fabricante se há alguma especificidade
a ser considerada na segurança do manuseio dos produtos.

TRANSPORTE E CHECAGEM DOS PRODUTOS


O correto deslocamento do produto até a obra garante que o mesmo chegue às
mãos do assentador de acordo com as especificações em que foi adquirido. A fase
de transporte deve ser feita de forma especial, como orientado pelo fabricante, mas,
em geral as placas de grandes formatos são paletizadas individualmente em emba-
lagens especiais, como madeira ou outro suporte rígido.
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No recebimento do produto também é importante atentar-se para al-


guns pontos como:

• Conferência dos produtos entregues em relação ao descrito na nota fiscal,


verificando quantidade, nome, tonalidade e tamanho (calibre);

• Conferir se todas as caixas têm a mesma referência e lote;

• No caso de notar alguma avaria na embalagem, deve ser feito um registro


fotográfico primeiramente e posteriormente abri-la com cuidado e verificar se
há algum dano físico no produto;

• Para descarregar as placas, orienta-se utilizar sistemas mecânicos com o


uso de empilhadeiras com o produto ainda embalado. Na absoluta impos-
sibilidade do uso de empilhadeira, o traslado das placas embaladas deve ser
feito em grupos de 4 ou mais pessoas, a depender do tamanho da placa,
evitando qualquer tipo de impacto;

• Em caso de descarregamento em edifícios ou locais de acesso restrito que


requeiram transporte vertical, pode haver a necessidade de içamento mecâ-
nico. Nesse caso devem ser contratadas empresas especializadas e ainda,
consultar as regras e normas no local de descarga do produto.
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ARMAZENAMENTO MANUSEIO DAS PLACAS


Para placas cerâmicas ou porcelanatos, independente do formato é orientado que O manuseio das placas de grandes formatos deve ser feito com muito cuidado e
seja adquirida uma reserva técnica de peças. Em tratando-se de placas de grandes atenção, tanto ao retirar as placas das embalagens, quanto no traslado em obra. A
formatos o correto armazenamento, seja o de reserva técnica ou para uso imediato depender da espessura e do tamanho das placas os cuidados devem ser redobra-
em obra, requer alguns cuidados: dos, pois o risco de quebra é grande ao serem retiradas e manuseadas.
• Como já mencionado a movimentação do produto até seu local de estocagem Para a remoção, com segurança, das placas é importante sempre retirá-las com ao
deve ser feita preferencialmente por via mecânica em empilhadeiras, mas nessa menos duas pessoas utilizando o sistema de ventosas, além de luvas. Em movimen-
impossibilidade, deve ser utilizado um grupo de 4 ou mais pessoas, a depender do tações curtas o uso de ventosas evita que a placa sofra qualquer tipo de “flexão”,
tamanho da peça. Em ambos os casos, a armazenagem deve ser feita sempre com assim qualquer risco de quebra é eliminado.
o produto no palete;
• Os paletes devem ser empilhados horizontalmente e a quantidade de produtos
empilhados deve ser consultado nas orientações do fabricante;
• Quanto ao local onde os produtos serão armazenados esse deve ter acesso É importante que a ferramenta permita a
controlado, ser coberto, arejado e livre de umidade, ter contrapiso regular e ser re- movimentação da peça na vertical, incli-
sistente à carga que vai receber. nada e na horizontal, pois no momento
do assentamento a placa será sujeita as 3
posições.

SIMULAÇÃO DE PALETIZAÇÃO
HORIZONTAL DE PLACAS DE
GRANDE FORMATO
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Para movimentações mais longas em pisos planos é recomendado a


utilização do sistema de transportes em cavaletes móveis, que além
de transportar as placas, serve de suporte durante a aplicação de
argamassa na peça.

Lembre-se: as placas de grandes formatos adquiri-


rão resistência mecânica somente após seu assen-
tamento, por isso até sua aplicação, em razão de
suas dimensões elevadas e em alguns casos baixas
espessuras, são produtos muito frágeis. Por isso, os
cuidados com seu transporte e manuseio são extre-
mamente importantes.

Para evitar riscos de acidentes sempre utilize os equipamentos ade-


quados, as recomendações dos fabricantes e todos os EPI’s (Equipa-
mentos de Proteção Individual). Essas recomendações garantirão a
integridade física do assentador e a qualidade do produto.
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18

5 | ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E EPI’S

Para o assentamento de placas de grandes formatos, que garanta seu melhor de-
sempenho, é de grande importância que todos os aparatos de segurança pessoal
CAPÍTULO 5 e o uso de equipamentos adequados em todas as fases do assentamento, desde a
preparação, transporte, manuseio, aplicação e pós assentamento sejam adotados.
Nesse guia preparamos uma lista dos equipamentos necessários para uma boa exe-
cução do assentamento e listamos os EPI’s (equipamentos de proteção individual)
que garantem a segurança física do aplicador.
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EQUIPAMENTOS
4 - Cortador para Grandes Formatos
Infinity – É indicado para cortar placas de
grandes formatos com até 8 mm de espes-
sura. Possui capacidade de corte de até
1 - Bancada para Corte – A bancada 3,40 m de comprimento com o conjunto
deve ter dimensões superior a placa cerâ- padrão, podendo ser aumentado com a
mica de grande formato a ser cortada, este aquisição de novos trilhos. O carro guia
equipamento evita erros e quebra de peças possui sistema que permite ajuste de folga
durante operação de corte ou retífica. entre os rolamentos e o trilho, assegurando
um corte reto e preciso.

2 - Sistema de Movimentação com Ven-


tosas Infinity – Este equipamento é fun- 5 - Serra Mármore Manual – Utilizada
damental para movimentação e instalação para realizar pequenos cortes, como no
de placas cerâmicas de grandes formatos caso de abertura para caixa elétrica e retífi-
com ergonomia e segurança, tanto do ca de cantos.
profissional quanto do próprio revestimento.
O sistema de transporte e movimentação
Infinity podem ser utilizados simultanea-
mente, gerando maior facilidade, agilidade
e segurança no manuseio das placas de
grandes formatos.
6 - Disco de Corte Diamantado – O
disco de corte diamantado contínuo ou
liso apresenta superfície plana formada por
um anel contínuo e sem cisões, garantindo
corte com alta qualidade de acabamento.
3 - Sistema Movimentação com Rodas Evite cortes a seco, pois sua estrutura não
Infinity – Este equipamento é ideal para o possibilita a ventilação necessária para
deslocamento de placas de grandes forma- evitar o superaquecimento. Ele é utilizado
tos, evitando quebra e incidentes além de em máquina de serra mármore manual.
reduzir o esforço que esse tipo de opera-
ção demanda para o assentador.
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EQUIPAMENTOS

10 - Ventosa de Sucção à Vácuo Infinity


– Utilizada para o transporte de placas
cerâmicas de grandes formatos com su-
7 - Furadeira Impacto – A furadeira com perfícies lisas evitando incidentes e quebra.
impacto possui botão de acionamento que Possui faixa de segurança que avisa caso
permite a mudança do sistema com impac- haja perda de sucção.
to para rotação simples e foi projetada para
furar placas cerâmicas. Recomenda-se
utilizar broca ou serra copo diamantado.

11 - Prumo Parede – Utilizado para


verificar o alinhamento vertical das paredes
antes do assentamento da placa cerâmica
de grande formato.

8 - Serra Copo Diamantado – Utilizado


para realizar furos com precisão em placas
cerâmicas, é necessário utilizar refrigeração
com água. 12 - Alicate de Nivelamento Piso, Espa-
çador e Cunha – Utilizados para auxiliar
no nivelamento correto e espaçamento
das juntas dos revestimentos cerâmicos de
grande formato assentados.

9 - Nível Laser – Utilizado para nivelar pa-


redes e pisos para assentamento de placas 13 - Desempenadeiras Aço Dentada
cerâmicas de grande formato. Por meio – São utilizadas para aplicar argamassa
de um projetor de laser rotativo, o feixe de e criar sulcos e cordões de modo a obter
luz pode ser projetado em torno do eixo uma distribuição homogenea para assen-
horizontal ou vertical. tamento dos revestimentos cerâmicos de
grandes formatos.
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EQUIPAMENTOS

14 - Balde Plástico – Utilizado para mistu- 18 - Martelo Borracha – O martelo de


ra e transporte de argamassa / rejunte para borracha serve para auxiliar o assentador
assentamento ou rejunte da placa cerâmica na hora do assentamento da placa cerâmi-
de grande formato. ca de grande formato.

15 - Misturador Elétrico de Argamas-


19 - Régua de Alumínio – Serve como
sa HM-140 – Tem como sua principal
equipamento auxiliar na verificação do nível
função garantir a correta homogeneidade
da parede ou piso a ser assentado o reves-
da argamassa colante e rejunte para o
timento cerâmico de grande formato.
assentamento e rejunte da placa cerâmica
de grande formato.

16 - Colher de Pedreiro – Utilizado


para aplicar argamassa colante na placa 20 - Brocha Retangular – Utilizada na
cerâmica de grande formato antes do limpeza da base para garantir o máximo
espalhamento com a desempenadeira de de aderência da placa cerâmica de grande
aço dentada. formato.

17 - Martelo Vibrador – É utilizado para


pressionar a placa cerâmica de grande
formato contra a base. Combinando o tra-
balho com praticidade e precisão, permite
21 - Espátula em Borracha EVA – Ideal
que o assentador a manuseie de forma
para a aplicação de rejuntes, facilitando a
prática e facilitada, garantindo uma maior
remoção de excessos sobre o revestimento
exatidão no assentamento de grandes
cerâmico gerando um ótimo acabamento
formatos. Possui vibração em alta velocida-
final.
de, evitando batidas extremas que poderia
danificar o revestimento cerâmico.
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EPI’s - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

1 - Óculos de Segurança – Utilizado para proteger os 6 - Mangote Longo – Utilizado para proteção do Braço e
olhos contra diversos tipos de risco. Ele deve ser utilizado Antebraço contra cortes e perfurações. Deve ser utilizado na
em todas as etapas de assentamento e rejunte da placa etapa de corte, retifica e movimentação da placa cerâmica
cerâmica de grande formato. de grande formato.

2 - Bota de Segurança com Biqueira Composite – Tem


como principal função proteger os pés e seus membros 7 - Respirador Descartável PFF2 – Utilizado na etapa de
contra vários riscos, por exemplo, queda de objetos preparação da base, corte, retifica e mistura da argamassa.
pesados ou cortantes. Ela deve ser utilizada em todas as Essencial para evitar inalação de fumos, poeiras e particula-
etapas de preparação da base, assentamento e rejunte do dos.
revestimento cerâmico de grande formato.

8 - Capacete com Jugular – Ele deve ser utilizado em


todas as etapas e tem como principal função proteger a
3 - Luva de Segurança Carbocut – Para proteção das
cabeça contra objetos em queda, objetos voadores e muitos
mãos contra cortes, amputações e perfurações. Deve ser
outros perigos. Além disso, o capacete com Jugular tem um
utilizada na operação de manuseio, corte e assentamento
importante papel para a segurança do assentador em caso
das placas cerâmicas de grande formato.
de quedas, evitando que um eventual impacto mecânico
ocorra diretamente na cabeça, de modo a reduzir o trauma.

9 - Cinto Lombar – Ele deve ser utilizado em todas as eta-


4 - Protetor Auricular Silicone – O uso do protetor au-
pas de assentamento da placa cerâmica de grande formato
ricular silicone previne a perda auditiva parcial ou mesmo
e tem como principal função dar sustentação e impedir que
total e deve ser utilizado nas operações de corte e retifica
a região lombar realize movimentos não ergonômicos, possi-
da placa cerâmica de grande formato.
bilitando alguma lesão.

5 - Avental de Proteção (Lona, Raspa ou Couro) – 10 - Joelheira – Utilizada na etapa de preparação da base,
Tem como principal função proteger a parte superior e assentamento e rejunte e tem como principal função proteger
inferior do tronco contra cortes e perfurações. Deve ser os joelhos. Elas atuam como estabilizadores que fazem a
utilizado na etapa de corte e retifica da placa cerâmica de proteção dos ligamentos de diferentes formas, seja evitando
grande formato. desvios ou reduzindo a carga de peso.
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6 | SERVIÇOS PRELIMINARES (incluindo cortes)


Em tratando-se de placas de grandes formatos, é necessária uma atenção especial
no planejamento da obra antes de iniciar o assentamento das mesmas.
Nesse sentido deve ser verificado se a base (substrato) que receberá as placas ce-
râmicas está bem preparada, bem como as camadas intermediárias desse sistema
estão adequadas.

IMPORTANTE
Tanto o contrapiso, no caso de pisos, e o emboço, no caso de
paredes, devem estar:

Curados com no mínimo 14 dias para contrapiso e no mínimo 28


dias para emboço

CAPÍTULO 6 Com boa resistência superficial, sem formação de película

Com resistência à tração direta; superior a 0,30 MPa para aplica-


ções internas

Estanques, ou seja, sem a presença de umidade. Caso contrário,


é preciso refazer a impermeabilização

Absolutamente limpos

Sem depressões, massas aderidas e lombadas

Totalmente nivelados
24

CORTE
Para cortes circulares/furos é necessário
Sempre que for realizar qualquer tipo de a utilização de uma serra copo diamanta- É necessário que o corte circular/furo
Após ter certeza de que o local de assen- corte em uma placa de grande formato, da ou broca diamantada, e sempre que seja feito com cuidado para evitar que
tamento das placas de grande formato é fundamental que ela esteja totalmente for realizar um trabalho com esse tipo de a serra copo escorregue e danifique o
está em perfeitas condições, ainda há apoiada, eliminando qualquer risco de ferramenta, será necessário iniciar a perfu- esmalte próximo ao local onde está reali-
mais alguns aspectos importantes a serem quebra durante a realização do corte. ração entrando com ela em ângulo. zando o furo.
observados antes do assentamento.
Primeiramente, todos os cuidados ao
retirar as placas das embalagens e os
cuidados com manuseio já mencionados
no capítulo 5 devem ser adotados e ainda,
é importante ter certeza de que todas as
instalações elétricas e hidráulicas estão
finalizadas, especialmente no caso das
paredes.
Por tratar-se de placas de grandes dimen-
sões, uma característica importante é o
grande número de recortes que poderão
ser realizados, seja para cortar a placa em
tamanhos menores, seja para fazer recor-
tes de acabamento. Para cortes especiais de caixinhas, cortes
de pilares, entre outros, é fundamental
que seja feito um furo em cada extremi- Após realizar a furação nos 4 cantos, é
dade do corte para retirar a “tensão” da iniciado o corte com disco diamantado
peça, evitando que ocorra qualquer tipo de um furo ao outro, sendo refrigerado
de quebra ou trinca durante o corte. com água, até finalizar totalmente o corte.
Para maior segurança, é possível utilizar
um guia para serra copo evitando assim,
qualquer risco de danificar o esmalte do
revestimento, certificando-se de que o
corte será refrigerado com água. Evitando
assim aquecimento excessivo no local do
corte/furo e a geração de uma possível
trinca na peça e/ou desgaste prematuro da
ferramenta que está sendo utilizada.
25

7 | PREPARAÇÃO DE ARGAMASSA COLANTE

Antes de se preparar a argamassa colante, é necessário verificar se a tipologia, indi-


cação de uso, referência e data de validade estão de acordo com a placa cerâmica
de grande formato a ser assentada. Ressaltando que a argamassa colante deve ser
a indicada para assentamento de placas cerâmicas de grande formato.
É essencial avaliar as recomendações dos fabricantes para o preparo.
A preparação da argamassa colante deve ser realizada estritamente conforme as
recomendações dos fabricantes e em quantidades apropriadas para o uso dentro
do intervalo de limite declarado na embalagem. Normalmente, o tempo limite de
utilização da argamassa preparada é de 2,5 horas.

IMPORTANTE
CAPÍTULO 7
A quantidade de água a ser utilizada deve ser exatamente igual à
recomendada pelo fabricante da argamassa em sua embalagem.
Tal quantidade pode variar de fabricante para fabricante e, também,
unidade fabril na qual foi produzida.

Deve-se preparar uma quantidade de argamassa para, no máximo,


40 minutos de trabalho, a fim de se evitar a perda de aderência do
produto. Na execução de dupla colagem obrigatória para grandes
formatos, o consumo usual de argamassa é em torno de 10 Kg/m2.
26

PREPARANDO A ARGAMASSA

Deve-se preparar a argamassa, exclusivamente, em um balde plástico.


Recipientes de madeira podem absorver parte da água adicionada, o que
comprometerá o desempenho da argamassa.
No preparo manual, deve-se colocar a argamassa colante em pó no
recipiente plástico e adicionar a quantidade de água recomendada aos pou-
cos, misturando e amassando até se obter uma argamassa sem grumos,
homogênea, pastosa e aderente.

No preparo mecânico (o mais recomendado), utiliza-se um misturado


elétrico de argamassa HM-140 (Cortag). Coloca-se a quantidade de
água, recomendada pelo fabricante da argamassa, no balde plástico.
Sob a agitação do misturador, deve-se acrescentar o pó aos poucos,
até se obter uma argamassa homogênea, sem grumos, pastosa e
aderente

Para os aditivos iniciarem sua ação, a argamassa colante preparada deve


ficar em repouso pelo período de tempo indicado na embalagem do
produto (geralmente, 15 minutos). Após esse período, a argamassa deve
ser misturada novamente com o uso do misturador. Com o auxílio de uma
colher de pedreiro, deve-se retirar o ar incorporado.

Como já mencionado anteriormente, o emprego da argamassa deve ocorrer, no


máximo, 2 h e 30 min após o seu preparo (recomenda-se, por segurança, que
esta seja utilizada dentro do prazo de 1h do seu preparo), não podendo se adicio-
nar mais água ou outros produtos neste período.
Somente a colher de pedreiro deve ser utilizada para desenvolver a trabalhabilida-
de da argamassa dentro do recipiente plástico.
A argamassa colante preparada deve ser protegida do sol, da chuva e do vento.
27

7 | ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS


DE GRANDE FORMATO

As normas técnicas vigentes, para assentamento de placas cerâmicas, não com-


templam os cuidados e orientações para grandes formatos. Desta forma, utilizam-se,
ainda, as orientações para as placas com área superior a 900 cm2.

Como já mencionado, as peças devem ser manuseadas por, no míni-


mo, duas pessoas. Para levantá-las, é preciso erguer lentamente um
dos lados mais longos, com o objetivo de compensar o efeito de
vácuo embaixo da peça. Recomenda-se que, para o manuseio, sejam
utilizadas luvas de proteção.
Cada pessoa deverá segurar a peça com uma das mãos na extremi-
dade, e a outra próxima ao centro da peça. Recomenda-se o uso de

CAPÍTULO 8
sistema de movimentação com ventosas Infinity da Cortag, equipa-
mento que garante maior segurança durante o manuseio das peças.
28

APLICAÇÃO DE ARGAMASSA COLANTE


Não é recomendado espalhar argamassa colan-
Após a correta preparação da argamassa, descrita no capítulo anterior é importante te em uma área superior à área correspondente a
que sua aplicação se dê seguindo as seguintes etapas: uma placa, de modo a garantir o tempo em aberto
da argamassa (prazo máximo em que a argamassa
espalhada pode receber o revestimento sem perda
de aderência). Este tempo varia conforme o tipo de
argamassa e condições climáticas e pode ser verifi-
Espalhar a argamassa
cado pelo teste do dedo.
com o lado liso da desem-
penadeira, em um ângulo
aproximado de 30o.
TESTE DO DEDO

Antes de assentar a placa, deve-se tocar com o dedo a argamassa


Formação dos cordões na que está aplicada sobre a base de assentamento. Se a argamassa
argamassa colante utili- se deformar ou grudar no dedo, pode-se prosseguir com o assenta-
zando o lado dentado da mento. Caso não ocorra a deformação ou não sujar o dedo, significa
desempenadeira, formando
que o tempo em aberto foi ultrapassado, o que prejudicará a aderên-
um ângulo de, aproximada-
mente, 60o. cia. Neste caso, a argamassa pode ser retirada e voltar para o balde
de plástico. Deve-se, então, misturar novamente a argamassa com
o uso do misturado elétrico de argamassa HM-140 (Cortag), sem
adição de água. Na sequência ser novamente aplicada.

Os cordões de argamassa colante, formados com a desempenadeira den-


teada, devem ficar completamente preenchidos. Caso contrário, deve-se
repetir o procedimento colocando mais argamassa até que estes fiquem
preenchidos por completo, sem falhas.
29

DUPLA COLAGEM NIVELADORES E ESPAÇADORES

É obrigatória a aplicação de dupla colagem quando a placa cerâ-


Para controlar a largura e alinhamento
mica for de grande formato. das juntas de assentamento (segundo
indicação do fabricante da placa cerâ-
mica de grande formato contida na em-
A DUPLA COLAGEM CONSISTE EM balagem do produto), recomenda-se o
uso de espaçadores plásticos.

A | Espalhar e pentear a argamassa co-


lante no contrapiso/emboço e no tardoz
da placa cerâmica de grande formato. Para garantir o alinhamento entre pla-
cas adjacentes, recomenda-se o uso
de niveladores plásticos (para placas
com, no mínimo, 6 mm de espessura
B | Aplicar cada placa cerâmica sobre – em pisos).
os cordões de argamassa colante ligeira-
mente fora de posição (cerca de 5 cm).
Os cordões da base de assentamento e
da placa cerâmica devem ficar em senti-
A remoção das cunhas deve ser realiza-
do paralelo, para garantir melhor aderên-
da antes do assentamento. Para isso, é
cia. Os cordões irregulares, curvilíneos ou
recomendado o uso de martelo de bor-
cruzados reduzem a aderência em 25%.
racha, com movimento paralelo à borda
Em seguida, deve-se pressionar a placa,
da placa cerâmica. Este procedimento
arrastando-a até a sua posição final, de
evita o lascamento das bordas, princi-
preferência, na diagonal. A utilização de
palmente em produtos retificados.
ventosas Infinity da Cortag facilita o arras-
te da placa.

C | Atingida a posição final, aplicar vibrações manuais - Remover excessos de argamassa de as-
de grande frequência, transmitidas pelas pontas dos de- OBSERVAÇÕES sentamento que, porventura, fiquem entre
dos, nas duas direções, procurando obter a maior aco- IMPORTANTES as placas cerâmicas, no mesmo dia. As
modação possível, que pode ser constatada quando a juntas devem estar isentas de argamassa
argamassa colante fluir nas bordas da placa cerâmica. colante antes de aplicar o rejunte.
Na aplicação de placas cerâmicas de grande formato, os
cordões de argamassas devem ser totalmente desfeitos,
- Juntas de movimentação não podem ser
formando uma camada uniforme, conferindo impregna-
ção total do tardoz pela argamassa colante. A utilização cobertas com revestimento.
de martelo de borracha e vibradores precisa ser feita
com muito cuidado para evitar a quebra das placas.
30

REJUNTAMENTO

A etapa de rejuntamento do produto assentado só deve ter início após


o período mínimo de cura (72 horas para a secagem). Se este prazo
não for obedecido, o rejunte poderá ficar manchado com a cor da arga-
massa colante ainda úmida, além de se evitar a ocorrência de mancha
d’água na placa cerâmica (caso não seja resistente).

As juntas de assentamento devem estar limpas (sem argamassa colan-


te em seu interior) e secas. Deve-se remover o pó lateral das placas e,
também, do fundo das juntas.

Para o preparo da argamassa de rejuntamento, deve-se seguir as orien-


tações do fabricante. Não deve ser adicionada água além do conteúdo
recomendado pelo fabricante, pois poderá resultar em um rejunte poro-
so, o que pode prejudicar a impermeabilização do sistema. O processo
de mistura é o mesmo da argamassa colante, ou seja, pode ser manual
ou com auxílio de um misturador elétrico de argamassa HM-140 da
Cortag.

Para a aplicação, deve-se espalhar a argamassa de rejuntamento (em


excesso) com o auxílio de uma desempenadeira de borracha, preen-
chendo totalmente as juntas com movimentos em sentidos opostos (vai-
vém), diagonalmente às juntas, forçando a penetração do rejunte.

Deixar a argamassa de rejuntamento secar durante 15 min a 30 min


(rejunte cimentício ou epóxi). Caso o rejunte utilizado tenha sido do tipo
acrílico, a limpeza deve ser realizada após 60 minutos da sua aplicação.

A seguir, deve-se realizar a limpeza do revestimento cerâmico com uma


esponja de borracha macia, limpa a úmida. Finalizar a limpeza com um
pano limpo e seco.
31

9 | EXECUÇÃO DAS JUNTAS

Os revestimentos cerâmicos estão sujeitos a muitas tensões em consequência das


variações de temperatura, vento e umidade, assim como as sobrecargas estrutu-
rais e movimentações intrínsecas da construção.
Com a finalidade de controlar estes movimentos, diminuindo incidências de trincas
e fissuras no revestimento e descolamento de placas, são usadas as juntas. Jun-
tas são espaços deixados entre duas placas cerâmicas ou entre dois painéis no
revestimento. As juntas elásticas devem ser previstas e executadas de acordo com
as normas técnicas vigentes de assentamento ou projeto específico elaborado por
um especialista. O assentamento das placas cerâmicas deve respeitar e acompa-
nhar as juntas estabelecidas em projeto.
CAPÍTULO 9 Para atenuar as tensões no sistema, e de acordo com o tipo de movimentação,
existem quatro tipos de juntas a serem avaliadas, calculadas e definidas em proje-
to executivo, são elas:

JUNTAS DE ASSENTAMENTO

JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO

JUNTAS DE DESSOLIDARIZAÇÃO

JUNTAS DE DILATAÇÃO OU ESTRUTURAL


32

JUNTAS DE ASSENTAMENTO

São espaços regulares entre as placas cerâmicas que compõe o revestimento. JUNTAS DE ASSENTAMENTO
Normalmente, as juntas de assentamento são preenchidas com argamassa de
rejuntamento. É importante resssaltar que deve ser respeitada a recomendação do
fabricante das placas cerâmicas sobre a largura mínima da junta de assentamento, 5
pois, desta forma, consegue-se um alinhamento harmonioso entre as peças. O
Capítulo 8 deste guia traz o procedimento de como deve ser feito o rejuntamento
entre as placas cerâmicas. 4
A sua função é de:
• Absorver parte das deformações do revestimento; 3
• Compensar as eventuais diferenças dimensionais da placa cerâmica de grande
formato, facilitando o alinhamento de placas adjacentes;
• Minimizar a infiltração de água e outros agentes; 2
• Evitar descolamento quando ocorrem expansões e contrações da obra e alve-
naria;
• Melhorar a higiene, facilitando a limpeza entre os revestimentos; 1

• Facilitar a troca das placas cerâmicas, no caso de quebra acidental ou conser-


tos de equipamentos hidráulicos e elétricos.

Cabe ressaltar que o uso de espaçadores, com espes-


sura mínima igual ao valor da junta de assentamento reco-
mendada pelo fabricante das placas cerâmicas de grande 1. CONTRAPISO/LAJE DE CONCRETO ARMADO
formato, auxilia muito no assentamento e alinhamento das
2. REGULARIZAÇÃO DE CONTRAPISO/LAJE
placas adjacentes.
3. ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO
Adicionalmente, é importante citar que o assentamento 4. REVESTIMENTO CERÂMICO
sem juntas, ou “junta seca” em placas cerâmicas de
5. REJUNTE
grande formato, só deve ser executado quando garantido
pelo fabricante da placa, seguindo rigorosamente suas re-
comendações. (Veja página 33)
33

JUNTA SECA
A junta seca é uma solução que permite que placas cerâmicas sejam assentadas
sem nenhum espaçamento, encostando-as umas nas outras. Deve ser executada LOCAIS DE USO
somente quando for especificada e garantida pelo fabricante da placa cerâmica. A junta seca pode ser aplicada em di-
versos locais, como em quartos, salas,
Existem muitas vantagens com a junta seca, além de proporcionar um visual
escritórios.
homogêneo causando a sensação de painel único, ele oferece amplitude ao am-
biente, além de facilitar na limpeza, já que não acumula sujeira entre as peças. A Em áreas internas molháveis, como pa-
junta seca também é garantia da utilização de menos rejunte na obra. rede do box do chuveiro, piso da cozi-
nha, banheiro, lavabo, área de serviço
e em garagem.
Assim como em áreas externas, calça-
EXECUÇÃO da, sacada coberta, entorno da casa,
deck de piscina, muros e paredes de
Para o assentamento junta seca, as placas cerâmicas devem ser en-
até 3 metros.
costadas umas nas outras. Importante limpar o excesso de argamas-
sa das laterais das placas para garantir que encostem perfeitamente.
É essencial respeitar as juntas estruturais e exigências de assenta-
mento seguindo a norma para as juntas obrigatórias de movimenta-
ção e dessolidarização indicadas nesse guia.
EXCEÇÕES
A aplicação de rejunte em áreas secas é opcional, em áreas molha-
das e externas é obrigatório, mesmo que superficialmente; • Teto em qualquer tipo de ambiente;
O rejunte deve ser tipo acrílico, epóxi ou com aditivos (utilizar a pro- • Piso no box do chuveiro;
porção de 1 litro de aditivo para cada 2,5 kg de rejunte). Rejuntes
cimentícios não terão aderência necessária.
• Piso sobre piso e piso e parede de
sauna, piscina, câmara fria e piso
aquecido;
• Churrasqueiras e lareiras;
• Paredes de gesso acartonado;
A base de assentamento deve estar devidamente
nivelada, pois não é possível o uso de niveladores • Paredes externas acima de 3 metros.
para o assentamento com junta seca.
34

JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO Execução das juntas de movimentação:


A largura ‘L” das juntas de movimentação deve ser dimensionada em função das
São espaços regulares que dividem o revestimento cerâmico em frações menores,
movimentações previstas para o revestimento e em função da deformabilidade
servindo para acomodar movimentações estruturais, alterações térmicas e quando
admissível do selante.
houver mudança de tipo de revestimento. Suas aberturas são determinadas em
projeto, não sendo nunca menores que as juntas de assentamento. A junta deve aprofundar-se até a base, ou até a camada de impermeabilização,
quando existir, devendo ser preenchida com material deformável, sendo, em segui-
A sua função é de:
da, vedada com material selante flexível.
• Controlar fissuração;
• Subdividir as superfícies revestidas com placas cerâmicas de grande formato,
de modo a formar painéis que suportem os efeitos cumulativos das movimenta- JUNTA DE MOVIMENTAÇÃO
ções transmitidas pelo revestimento e/ou substrato e pelos fatores climáticos.
São juntas previamente calculadas, de total responsabilidade do engenheiro civil
ou responsável técnico pela obra. 4
8
As juntas de movimentação devem ser especificadas em projeto quando: 5 7
Pisos Internos
3

• Quando a área do piso for igual ou maior que 32 m²


• Quando uma das dimensões for maior que 8 m 2
Pisos Internos e Externos
• Nos cantos verticais 1
6
• Mudanças de direção
• Encontro da área revestida com pisos e forros, colunas, vigas, encontros de
diferentes tipos de materiais e perímetros 1. CONTRAPISO/LAJE DE CONCRETO ARMADO 5. REJUNTE

2. REGULARIZAÇÃO DE CONTRAPISO/LAJE 6. VAZIO


Paredes Internas
3. ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO 7. TARUGO-TARUCEL
• Sempre que área for igual ou maior que 32 m² ou uma das dimensões for maior
4. REVESTIMENTO CERÂMICO 8. MÁSTIQUE
que 8 m
• Em paredes expostas à insolação e/ou umidade com área maior ou igual a 24
m² ou sempre que uma das dimensões for maior ou igual a 6 m
É importante ressaltar que as juntas de movimentação não podem ser cobertas
• Nos cantos verticais, mudanças de direção, encontro da área revestida com pi-
pelo revestimento cerâmico.
sos e forros, colunas, vigas, encontros de diferentes tipos de materiais e perímetros
35

JUNTAS DE DESSOLIDARIZAÇÃO JUNTAS DE DILATAÇÃO OU ESTRUTURAL


São os espaços que separam a área com revestimento cerâmico de outras áreas
(paredes, tetos, pisos, pilares e lajes), aliviando, assim, as tensões provocadas
pelo revestimento e/ou pelo substrato.
O material de enchimento dessas juntas deve ser altamente deformável para que São espaços regulares previstos no projeto estrutural, com a finalidade de garantir
haja absorção das tensões, tal como borracha alveolar, espuma de poliuretano, a segurança da obra frente às cargas mecânicas previstas no projeto. Esta junta já
manta de algodão, cortiça e outros materiais encontrados em comércio de mate- existe na fase de construção e deve ser respeitada, em posição e largura, integral-
riais de construção. mente, no revestimento cerâmico.
No caso de assentamento de piso, deve-se deixar uma junta de 5 mm por todo o
perímetro do piso (no encontro do piso com as paredes). É importante não rejuntar
este vão, pois ele será coberto pelo revestimento da parede ou rodapé.

1 JUNTAS DE JUNTAS DE DILATAÇÃO OU ESTRUTURAL


DESSOLIDARIZAÇÃO
3 1. CHAPISCO E EMBOÇO
4 7
2. ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO
3. REVESTIMENTO CERÂMICO
5 6
4. MÁSTIQUE 3
5. TARUGO-TARUCEL
9 6. VAZIO
7. CONTRAPISO/LAJE DE CONCRETO ARMADO 2
8. REGULARIZAÇÃO DE CONTRAPISO/LAJE
4 9. REJUNTE
1
7 5
8
2
8 1. CONTRAPISO/LAJE DE CONCRETO ARMADO 5. REJUNTE

2. REGULARIZAÇÃO DE CONTRAPISO/LAJE 6. TARUGO- TARUCEL

3. ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO 7. MÁSTIQUE

6 4. REVESTIMENTO CERÂMICO 8. VAZIO


36

10 | VERIFICAÇÃO DO ASSENTAMENTO
Para o bom desempenho do sistema revestimento cerâmico, é fundamental que
100% do tardoz da placa cerâmica esteja preenchido com a argamassa colante.

CAPÍTULO 10 Para isso, três testes podem ser realizados para se verificar se a aderência do
sistema base/argamassa colante/placa cerâmica de grande formato foi bem su-
cedida.

TESTE DO ARRANCAMENTO APÓS A COLOCAÇÃO DE UMA


PLACA DE GRANDE FORMATO

TESTE DA FORMAÇÃO DE PELÍCULA, CONTROLANDO


O TEMPO EM ABERTO

TESTE DO SOM OCO (SOM CAVO)


37

TESTE DO ARRANCAMENTO APÓS A COLOCAÇÃO DE UMA TESTE DA FORMAÇÃO DE PELÍCULA, CONTROLANDO O TEMPO
PLACA DE GRANDE FORMATO EM ABERTO E DEFORMAÇÃO DOS CORDÕES DE ARGAMASSA
Durante o assentamento, devem ser realizados testes para verificar o preenchimen- Deve-se retirar uma placa de grande formato e verificar as condições da argamas-
to total por argamassa colante do tardoz da placa cerâmica de grande formato sa. Se ocorreu a formação de uma película esbranquiçada, ou, se os cordões não
recém assentada. Também deve ser feita a verificação das condições dos cordões foram totalmente desfeitos, o assentamento não deve continuar a ser realizado,
de argamassa, que devem ser totalmente desfeitos. Para isso, deve-se retirar uma pois o tempo em aberto está vencido. As placas assentadas devem ser removidas,
placa de grande formato (1 m2) e verificar as condições dos cordões de argamas- pois a aderência está prejudicada. Se a argamassa estiver dentro do tempo de va-
sa. Se os cordões estiverem totalmente desfeitos, o assentamento está correto e lidade de preparo (até 2 h 30 min do preparo), esta pode ser removida, misturada
pode-se continuar o processo. Caso os cordões estiverem íntegros ou somente novamente(sem adição de água) e aplicada.
amassados, deve-se retirar a placa e reiniciar o assentamento.

TESTE DO SOM OCO


Durante o assentamento, pode ser realizado o teste de som oco. Deve-se percutir
as placas com um cabo de vassoura ou martelo de borracha. Se ocorrer o som
oco, a placa de grande formato deve ser cuidadosamente removida e assentada
novamente.

Na etapa de verificação, deve-se tomar cuidado para se levan-


tar as placas de grande formato. As placas devem ser levanta-
das pela ponta, com auxílio de ventosas: nunca se deve utilizar
a colher de pedreiro como alavanca.
38

Após finalizado o assentamento e rejuntamento, é necessário


verificar se atendem as seguintes condições:

Existência de placas danificadas


Alinhamento e espessura das juntas
Planaridade do revestimento
Caimento (caso esteja especificado)
Existência de placas com som cavo (oco)
Aderência

A inspeção e aprovação final deve ser feita antes do início de


qualquer outro serviço de acabamento como por exemplo:

Portas, rodapés, pintura, espelhos

Após finalizado o revestimento e sua inspeção, deve ser reali-


zada a proteção do piso, antes das etapas posteriores, com o
objetivo de se evitar:

Riscos
Manchamentos
Quebras
Fissuras
39

10 | LIMPEZA E CUIDADOS

As limpezas de manutenção podem ser classificadas em limpeza pós-obra, di-


ária e limpeza pesada, quando aplicável. Na sequência serão apresentadas as
principais recomendações, orientações e precauções no processo de limpeza das
placas cerâmicas.

CAPÍTULO 11
LIMPEZA PÓS-OBRA
A limpeza pós-obra deve ser feita com extremo cuidado, pois podem existir ma-
teriais abrasivos aderidos à superfície.
Primeiramente, deve-se remover os resíduos soltos com vassoura ou aspirador
de pó e proceder com a limpeza da superfície com uma esponja macia ou pano
de algodão umedecido em água limpa. Em seguida, deve-se diluir o detergente
neutro em água e aplicar na área a ser limpa com o auxílio de um pano. Após
esses procedimentos, deve-se lavar com água limpa e, em seguida, secar o piso.
Caso seja necessário algum produto removedor de sujidades pós obra, deve-se
fazer um teste antes: colocar sobre em um ponto discreto da peça e lavar imedia-
tamente. Verificar se o produto de limpeza altera a superfície da placa cerâmica de
grande formato. Utilizar, apenas, produtos de procedência conhecida.
40

IMPORTANTE

Verificar nas fichas técnicas o PH do produto de limpeza. O pH


deve ser sempre próximo a 7. Deve-se impreterivelmente seguir
as instruções da embalagem quanto à diluição do produto de
limpeza e nunca aplicar o limpador diretamente sobre o piso.
Sempre efetue a diluição em um balde para, posteriormente,
aplicar no revestimento. Seguir com as recomendações do fa-
bricante do limpador com relação ao tempo de ação do produ-
to. Em seguida, deve-se esfregar a superfície com vassoura ou
escova de cerdas macias. Após essa etapa, deve-se enxaguar
o revestimento, de modo a retirar completamente a solução
e os resíduos. A conclusão da limpeza é feita então com um
pano limpo e seco

Os produtos pós-obra NÃO devem ser utilizados como manu-


tenção ou uso diário

Atenção: nunca deve ser utilizado produto que contenha áci-


dos ou álcalis em sua composição (por exemplo, o produto
chamado de Limpa Pedras), o ácido ataca a superfície do re-
vestimento cerâmico de forma irreversível

NUNCA UTILIZE ÁCIDO MURIÁTICO OU LIMPA PEDRAS

Escovas com cerdas de aço ou qualquer outro metal (como


esponjas de aço) não devem ser utilizadas. Elas podem riscar,
danificar e retirar o brilho do revestimento
41

LIMPEZA DIÁRIA A tabela abaixo apresenta algumas dicas de limpeza de alguns tipos de manchas. A utili-
zação destes procedimentos de limpeza é somente para a mancha pontual. Para a limpeza
Recomenda-se a limpeza diária apenas água limpa e sabão neutro. Não se deve utili- geral do ambiente deve-se utilizar somente água e detergente neutro. Após a utilização
zar produtos ácidos na limpeza, principalmente aqueles que contenham ácidos fluorídrico do procedimento para a limpeza da mancha pontual, deve-se enxaguar abundantemente
e muriático em sua formulação. com água limpa e secar o revestimento. Repetir o processo quando necessário, ou se a
Jamais utilizar misturas com limão, flúor, cloro, amônia, hidróxido de potássio, entre mancha não for totalmente removida na primeira tentativa. Sempre fazer um teste antes
outros, etc; para verificar que o produtos de limpeza não vai agredir a superfície da placa cerâmica de
grande formato.
Não é recomendada a utilização de esponjas ásperas para limpeza da superfície dos
produtos: toda superfície brilhante pode ser riscada se os devidos cuidados não forem
SUJEIRA DE PODE SER LIMPO COM
tomados.
Graxas e óleos Água quente e detergente alcalino
Todos os produtos utilizados para limpeza dos revestimentos devem ser diluídos previa-
mente em água limpa. A utilização de água morna ou quente facilita a limpeza do Tinta Removedor de tintas
revestimento. Ferrugem e Café Água sanitária e saponáceo

Não se deve utilizar ceras ou impermeabilizantes sobre a superfície dos revestimentos Cerveja e Vinho Água sanitária e saponáceo
sem antes consultar o fabricante. Tinta de Caneta Acetona e benzina

Deve-se evitar o uso de sabão em pó para limpeza dos revestimentos; esse produto Borracha de Pneu Aguarrás, saponáceo ou água sanitária
possui baixa eficiência e deixa a superfície dos produtos mais lisa e suscetível a quedas Sais Solúveis (escorrido branco) Vinagre de álcool ou água sanitária
e escorregamentos. Alumínio Água sanitária e saponáceo
Nunca deixar secar as soluções de limpeza utilizadas sobre os revestimentos, pois Risco de Lápis Borracha comum
estas podem causar manchas e o ataque químico da superfície. Excesso de impermeabilizante Limpa vidros ou detergente neutro
Produtos com superfície mais rugosa possuem maior dificuldade de limpeza. É Batom Acetona e benzina
importante salientar que não é possível limpar estes produtos com pano úmido: devem Sangue Água oxigenada
ser limpos com vassoura, detergente neutro e água.
Pós Obra Vinagre de álcool ou água sanitária + saponáceo
Para a remoção de manchas específicas no revestimento pode ser necessária a utiliza-
ção de produtos especiais. É importante ressaltar que, antes de iniciar a limpeza é Rejunte Epóxi Removedor de tinta epóxi, pasta automotiva ou vinagre
importante fazer um teste em uma peça não assentada ou menos aparente. Neste
teste, deve ser observado se o produto agride ou não a superfície da placa cerâmica. Terra vermelha em produtos Água Sanitária diluída em água, 15 min sobre a mancha +
A utilização de vinagre branco de álcool, por exemplo, associado ao saponáceo cre- antiderrapantes saponáceo em pó com escola de cerdas duras

moso, possibilita uma limpeza eficiente e remove manchas de diversas origens,


como: rejuntes, gorduras ou alumínio. Água Sanitária diluída em água, 15 min sobre a mancha +
Terra vermelha em produtos polidos
saponáceo em pó com escola de cerdas duras
Caso seja possível, é importante limpar a superfície do revestimento imediatamente
após o contato com a substância que poderá ocasionar a mancha. Como exemplo, po- Terra Vermelha em produtos Água Sanitária diluída em água, 15 min sobre a mancha +
de-se citar que no caso do vinho quando em contato com a superfície do porcelanato, a acetinados saponáceo em pó com escola de cerdas duras
facilidade na limpeza será bem maior se efetuada imediatamente.

Recomendação: a água sanitária deve ser diluída em água, em uma proporção de 3 (água) por 1
(água sanitária).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NBR 7200:1998 – Execução de revestimento de paredes


RECOMENDAÇÕES ABNT NBR 7200:1998, Execução de revestimento de
e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento;
paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Proce- NBR 8214:1983 – Assentamento de azulejos – Proce-
dimento dimento;
ABNT NBR 13529:2013, Revestimento de paredes e ABNT NBR 15825:2010 – Qualificação de pessoas
tetos de argamassas inorgânicas – terminologia. para a construção civil – Perfil profissional do
assentador e do rejuntador de placas cerâmicas e
ABNT NBR 13755:2017, Revestimento de paredes porcelanato para revestimentos.
externas e fachadas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante – Procedimento ABNT NBR 9818:1987 - Projeto de execução de
Recomendam-se cuidados adicionais para aumentar a vida ABNT NBR 13753:1996, Revestimento de pisos
piscina (Tanque e área circundante);
útil da placa cerâmica de grande formato, em sua estética interno ou externo com placas cerâmicas e com ABNT NBR 10339:2018 - Projeto e execução de piscinas;
original: utilização de argamassa colante – Procedimento ANFACER, Manual de Desempenho Setorial Placas
ABNT NBR 13754:1996, Revestimento de paredes Cerâmicas. Disponível em: https://www.anfacer.org.
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Recomenda-se o uso de capachos ou outros dispositivos para limpeza nições, classificação, características e marcação rio_041_2022_Rev01.pdf
dos calçados antes de se entrar nos ambientes. Tal cuidado gera uma SINAPROCIM, Relatório do Programa Setorial de
ABNT NBR ISO 10545-3:2020, Placas cerâmicas - Par-
menor possibilidade de riscos; te 3: Determinação da absorção de água, porosidade Argamassa Colantes.
aparente, densidade relativa aparente e densidade SABBATINI, F.H.; BARROS, M. M. S. B. Produção de
aparente revestimentos cerâmicos para paredes de vedação
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- Parte 1: Requisitos Manual de Revestimento de Argamassa.
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Parte 3: Determinação do tempo em aberto tos cerâmicos de fachadas de edifícios. USP, 1999.
ABNT NBR 14081-4:2012, Argamassa colante indus- JUNGIGER, M. Rejuntamento de Revestimentos Ce-
trializada para assentamento de placas cerâmicas râmicos: influência do rejuntamento na estabilidade
Deve-se evitar quedas de objetos pesados e pontiagudos para que não dos painéis. USP, 2009.
- Parte 4: Determinação da resistência de aderência
ocorram lascamentos. Materiais cerâmicos, em geral, é frágil ao impacto à tração FIORITO, A. J. S. I. Manual de Argamassas e Revesti-
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ABNT NBR 15575-4:2013, Edificações habitacionais Desempenho da edificações: Guia Orientativo
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ABNT NBR 15575-3:2013, Edificações habitacionais - Manual de aplicação de revestimentos cerâmicos.
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NBR 6118:1980 – Projeto e execução de obras de under the Construction Products Directive 89/106/
concreto armado – Procedimento; EEC (CPD). https://www.eota.eu/etags-archive
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GUIA DE APLICAÇÃO
PLACAS CERÂMICAS DE GRANDE FORMATO EM
PISOS E PAREDES INTERNAS COM USO DE
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