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Todos os direitos autorais desse material sao do IJEP e de seus autores, nao podendo ser citada, mesmo que
parcialmente, sem as devidas referencias, copiada, reproduzida, emprestada ou cedida em nenhuma hipotese sob
pena de medidas judiciais.
ANIMA
E
ANIMUS
Apontamentos
de
aula
Lilian
Wurzba
“Quanto
mais
velho
fico,
mais
me
impressiona
a
fragilidade
e
incerteza
de
nosso
conhecimento
e
tanto
mais
procuro
refúgio
na
simplicidade
da
experiência
imediata,
para
não
perder
o
contato
com
as
coisas
essenciais,
isto
é,
as
dominantes
que
governam
a
existência
humana
[...]
É
bem
possível
que
estejamos
olhando
o
mundo
do
lado
errado
e
que
poderíamos
encontrar
a
resposta
certa,
mudando
nosso
ponto
de
vista
e
olhando
o
mundo
pelo
lado
correto,
isto
é,
não
pelo
lado
de
fora,
mas
de
dentro.”
(C.G.JUNG,
1960)
“E
criou
Deus
o
homem
à
sua
imagem:
fê-‐lo
à
imagem
de
Deus,
e
crio-‐os
macho
e
fêmea.”(Gn
1:27)
“Mandou
pois
o
Senhor
Deus
um
profundo
sono
a
Adão;
e
quando
ele
estava
dormindo,
tirou
Deus
uma
das
suas
costelas,
e
pôs
carne
em
seu
lugar.
E
da
costela
que
tinha
tirado
de
Adão,
formou
o
Senhor
Deus
uma
mulher,
que
Ele
lhe
apresentou.
Então
disse
Adão:
eis
aqui
agora
o
osso
de
meus
ossos
e
a
carne
da
minha
carne.
Esta
se
chamará
Virago,
porque
de
varão
foi
tomada.
Por
isso
deixará
o
homem
a
seu
pai
e
a
sua
mãe
e
se
unirá
a
sua
mulher:
e
serão
dois
numa
mesma
carne.”(Gn
2:
21-‐24)
“Desde
a
eternidade
fui
constituída,
e
desde
o
princípio,
antes
da
terra
ser
criada.
[...]
Quando
Ele
preparava
os
céus,
eu
me
achava
presente:
quando
com
lei
certa,
e
dentro
do
seu
âmbito
encerrava
os
abismos.
Quando
firmava
lá
no
alto
a
região
etérea,
e
quando
equilibrava
as
fontes
das
águas;
quando
circunscrevia
ao
mar
o
seu
termo,
e
punha
lei
às
águas,
para
que
não
passassem
os
seus
limites;
quando
sustentava
pendentes
os
fundamentos
da
terra.
Estava
eu
com
Ele
regulando
todas
as
coisas.”(Prov
8:20-‐30)
“Com
efeito,
nossa
natureza
outrora
não
era
a
mesma
que
a
de
agora,
mas
diferente.
[…]
andrógino
era
então
um
gênero
distinto,
tanto
na
forma
como
no
nome
comum
aos
dois,
ao
masculino
e
ao
feminino,
enquanto
que
agora
nada
mais
é
que
um
nome
posto
em
desonra.
[...]
Depois
de
laboriosa
reflexão,
diz
Zeus:
‘acho
que
tenho
um
meio
de
fazer
com
que
os
homens
possam
existir,
mas
parem
com
a
intemperança,
tornados
mais
fracos.
[...]
Por
conseguinte,
desde
que
nossa
natureza
se
mutilou
em
duas,
ansiava
cada
uma
por
sua
própria
metade
e
a
ela
se
unia...”
(PLATÃO,
O
Banquete,
189d-‐191a)
“Assim
como
a
sombra
sempre
segue
aquele
que
anda
no
Sol
[...],
o
nosso
Adão
hermafrodita,
ainda
que
apareça
em
sua
forma
de
homem,
sempre
carrega
consigo
a
sua
Eva
ou
mulher,
oculta
em
seu
corpo.”(Tractatus
aureus
apud
JUNG,
Psicologia
e
Alquimia,
p.
162)
Esta copia esta registrada em nome de Andréia Broering com CPF: 007.533.219-12 e telefone (48)99152-0447.
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"O
homem
é
não
só
um
ser
sexual,
mas
igualmente
um
ser
bissexual,
que
combina
em
si
o
principio
masculino
e
o
feminino
em
proporções
diferentes
e,
não
raro,
mediante
um
duro
conflito.
O
homem
em
que
o
principio
feminino
estivesse
completamente
ausente
seria
um
ser
abstrato,
inteiramente
separado
do
elemento
cósmico.
A
mulher
em
que
o
principio
masculino
estivesse
completamente
ausente
não
seria
uma
personalidade.
Somente
a
união
desses
dois
princípios
é
que
constitui
um
ser
humano
completo.
A
união
deles
se
realiza
em
todo
homem
e
em
toda
mulher,
dentro
de
sua
natureza
bissexual,
andrógina,
e
isto
ocorre
também
através
da
intercomunhão
entre
as
duas
naturezas,
a
masculina
e
a
feminina."
(Nicholas
BERDIAEV,
Destin
de
l’homme,
p.
58)
Yang
=
bandeira
ondulando
ao
sol;
céu,
firmamento,
brilho,
criatividade,
lado
sul
da
montanha,
lado
norte
do
rio;
gerador;
força;
impulsividade;
agressividade;
rebelião;
caracteriza-‐se
pelo
calor,
estímulo
e
luz;
é
divisor
–
espada,
lança,
portanto
representa
o
poder
de
penetração,
separação
e
disciplina;
centrífugo;
espiritual;
desperta,
cria,
luta
e
destrói.
Yin
=
o
nublado,
o
obscuro;
terra,
escuro,
frio,
úmido,
concreto,
receptivo,
dócil,
envolvente,
continente,
gerador
(doador
de
forma),
centrípeto;
lado
norte
da
montanha;
lado
sul
do
rio;
natureza.
Yang
e
Yin
=
dois
polos
espirituais
ao
redor
dos
quais
circula
toda
a
vida.
“O
poder
primordial
receptivo
do
Yin
[...]
é
o
complemento
perfeito
do
Criativo
–
o
complemento,
não
o
oposto,
pois
o
Receptivo
não
combate
o
Criativo,
mas
completa-‐
o.”(Richard
WILHELM,
Comentários
I
Ching,
p.
9)
Alma
hun
=
coração,
consciência,
logos
(alma-‐espírito
superior)
Alma
p’o
=
rins,
sexualidade,
eros
(espírito
branco)
“Sentia-‐me
extremamente
interessado
pelo
fato
de
que
uma
mulher,
que
provinha
de
meu
íntimo,
se
imiscuísse
em
meus
pensamentos.
Refleti
que
provavelmente
se
tratava
da
‘alma’,
no
sentido
primitivo
do
termo
e
perguntei
a
mim
mesmo
por
que
a
alma
foi
designada
com
o
nome
de
anima.
Por
que
é
representada
como
sendo
feminina?”
(JUNG,
Memórias,
sonhos,
reflexões,
p.
165)
“Se
sois
rapazes,
então
vosso
Deus
é
uma
mulher.
Se
sois
mulheres,
então
vosso
Deus
é
um
rapaz.
Se
sois
homens,
então
vosso
Deus
é
uma
moça.
Deus
está
onde
vós
não
estais.”
(JUNG,
Livro
Vermelho,
p.
234
–
Alma
e
Deus)
“Na
noite
seguinte,
tive
de
escrever,
fiel
ao
seu
teor
original,
todos
os
sonhos
de
que
me
lembrava.
O
sentido
deste
procedimento
era
obscuro
para
mim.
Por
que
tudo
isso?”
(Ibid.,
Sobre
o
serviço
da
alma)
Esta copia esta registrada em nome de Andréia Broering com CPF: 007.533.219-12 e telefone (48)99152-0447.
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parcialmente, sem as devidas referencias, copiada, reproduzida, emprestada ou cedida em nenhuma hipotese sob
pena de medidas judiciais.
“Estas
ideias
sobre
anima
e
animus
levaram-‐me
a
adentrar
ainda
mais
nos
problemas
sentidos
supremos,
e
mais
coisas
afloraram
para
reexame.
Nessa
época,
eu
concordava
com
o
princípio
kantiano
de
que
existiam
coisas
que
nunca
poderiam
ser
resolvidas
e
que,
portanto,
não
se
deveria
especular
sobre
elas,
mas
me
parecia
que,
se
eu
pudesse
encontrar
essas
ideias
precisas
sobre
a
anima,
valia
bem
a
pena
tentar
formular
uma
concepção
de
Deus.
Mas
não
consegui
chegar
a
nada
de
satisfatório
e
pensei,
por
algum
tempo,
que
talvez
a
figura
da
anima
fosse
a
divindade.
Eu
disse
a
mim
mesmo
que
talvez
os
homens
tivessem
originariamente
um
Deus
feminino;
mas,
cansando-‐se
de
ser
governados
pelas
mulheres,
derrubaram
este
Deus.
Pus
praticamente
todo
o
problema
sentido
supremo
na
anima
e
concebi-‐a
como
o
espírito
dominante
da
psique.
Desta
forma,
travei
uma
discussão
psicológica
comigo
mesmo
acerca
do
problema
de
Deus.”
(JUNG,
Analytical
Psychology,
p.
46)
Quatro
estágios
no
desenvolvimento
da
anima:
Eva
–
relacionamento
instintivo
e
biológico
Helena
–
romântico
e
estético
Maria
–
devoção
espiritual
Sofia
–
sapiência
(Sulamita)
Quatro
estágios
no
desenvolvimento
do
animus:
Força
física
-‐
Tarzan
Iniciativa
e
capacidade
de
planejamento
“verbo”-‐
professor
ou
clérigo
Encarnação
do
“pensamento”
–
verdade
espiritual
“As
palavras
tornam-‐se
fúteis
quando
não
se
sabe
o
que
representam.
Isso
se
aplica
especialmente
à
psicologia,
onde
se
fala
tanto
de
arquétipos
como
a
anima
e
o
animus,
o
homem
sábio,
a
Grande
Mãe,
etc.
Pode-‐se
saber
tudo
a
respeito
de
santos,
de
sábios,
de
profetas,
de
todos
os
homens-‐deuses
e
de
todas
as
mães-‐deusas
adoradas
no
mundo
afora.
Mas
se
são
meras
imagens,
cujo
poder
numinoso
nunca
experimentamos,
será
o
mesmo
que
falar-‐se
como
num
sonho,
pois
não
se
sabe
do
que
se
fala.
As
próprias
palavras
que
usamos
serão
vazias
e
destituídas
de
valor.
Elas
só
ganham
sentido
e
vida
quando
se
tenta
levar
em
conta
sua
numinosidade
–
isto
é,
a
sua
relação
com
o
indivíduo
vivo.
Apenas
então
começa-‐se
a
compreender
que
todos
aqueles
nomes
significam
muito
pouco
–
tudo
o
que
importa
é
a
maneira
por
que
estão
relacionados
conosco.”
(JUNG,
O
homem
e
seus
símbolos,
p.
98)
“É
fácil
imaginar
o
quanto
se
gostaria
de
desfazer
as
projeções
num
caso
deste
gênero.
Por
isso
há
sempre
otimistas,
convencidos
de
que
é
possível
encaminhar
o
mundo
para
essa
idade
de
outro,
bastando
para
isso
dizer
às
pessoas
onde
se
encontra
o
caminho
certo
que
para
lá
conduz.
Eles
gostariam
de
tentar
explicar-‐lhes,
alguma
vez,
em
casos
como
este,
que
seu
comportamento
se
assemelha
ao
de
um
cachorro
que
persegue
a
própria
cauda.
Para
que
alguém
tome
consciência
das
falhas
de
sua
posição,
exige-‐se
muito
mais
que
um
simples
‘dizer’,
pois
aqui
se
trata
de
muito
mais
do
que
a
razão
comum
pode
permitir.
Em
outros
termos:
trata-‐se
daqueles
‘equívocos’
que
determinam
Esta copia esta registrada em nome de Andréia Broering com CPF: 007.533.219-12 e telefone (48)99152-0447.
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pena de medidas judiciais.
o
destino
dos
indivíduos
e
que
nunca
percebemos
em
situações
normais.
Seria
como
se
quiséssemos
convencer
um
homem
medianamente
comum
de
que
é
um
delinquente.
[...]
A
autonomia
do
inconsciente
coletivo
se
expressa
nas
figuras
de
anima
e
do
animus.
Eles
personificam
os
seus
conteúdos,
os
quais
podem
ser
integrados
à
consciência,
depois
de
retirados
da
projeção.
Neste
sentido,
constituem
funções
que
transmitem
conteúdos
do
inconsciente
coletivo
para
a
consciência.
[...]
As
atuações
do
animus
e
da
anima
podem
tornar-‐se
conscientes,
mas,
em
si,
são
fatores
que
transcendem
o
âmbito
da
consciência,
escapando
à
observação
direta
e
ao
arbítrio
do
indivíduo.”
(JUNG,
Aion,
p.
17-‐18)
“Nessa
transformação,
é
essencial
afastar
os
objetos
dos
demônios
do
animus
ou
da
anima.
Eles
só
se
preocupam
com
objetos
quando
você
se
permite
a
autoindulgência.
Concupiscentia
é
o
termo
para
isso
na
igreja
...
Nesse
tópico,
as
grandes
religiões
convergem.
O
fogo
do
desejo
é
o
elemento
que
deve
ser
combatido
no
bramanismo,
no
budismo,
no
tantrismo,
no
maniqueísmo,
no
cristianismo.
Também
tem
importância
em
psicologia.
Quando
você
se
abandona
ao
desejo,
seu
desejo
se
volta
para
o
céu
ou
para
o
inferno,
você
dá
um
objeto
à
anima;
esse
objeto
vai
para
o
mundo,
em
vez
de
ficar
no
interior,
seu
lugar
próprio
...
Mas
se
você
puder
dizer:
“Sim,
eu
o
desejo
e
tentarei
obtê-‐
lo,
mas
não
sou
obrigado
a
tê-‐lo,
se
decidir
renunciar,
eu
posso”;
não
há
chances
para
o
animus
ou
para
a
anima.
Caso
contrário,
você
é
governado
pelos
seus
desejos,
está
possuído
...
Mas
se
tiver
colocado
o
animus
ou
a
anima
numa
garrafa,
está
livre
de
possessão,
mesmo
que
sofra
interiormente,
porque,
quando
seu
demônio
sofre,
você
também
sofre.
Mas,
pouco
depois,
vai
perceber
que
foi
correto
(engarrafá-‐lo(a)).
Você
vai,
pouco
a
pouco,
ficar
calmo
e
mudar.
E
então
vai
perceber
que
há
uma
pedra
crescendo
na
garrafa
...
desde
que
o
autocontrole,
ou
a
não
indulgência,
tenha
se
tornado
um
hábito,
é
uma
pedra
...
quando
essa
atitude
se
torna
um
fait
accompli,
a
pedra
será
um
diamante.”
(Carl
Gustav
JUNG,
The
Visions
Seminars)