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Lei da Energia Solar: Entenda Tudo (Sem “Juridiquês”)

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lei da energia solar

Desde sua criação, o projeto de lei 5829/2019 evoluiu, sofreu diversas alterações e finalmente
se tornou o que chamamos hoje de lei da energia solar – o marco regulatório da energia solar
fotovoltaica no Brasil.

Você também pode ouvir este artigo clicando no reprodutor abaixo:

Quer entender melhor quais são os impactos da nova lei de energia solar (lei 14.300/2022)
para você que já possui (ou pretende adquirir) um sistema de energia solar fotovoltaica?

Então você está no lugar certo!

Neste artigo vamos abordar de forma simples e direta, sem “juridiquês”, os principais impactos
do novo marco legal da energia solar no Brasil.

Nova lei da energia solar: o que muda para quem já possui um sistema fotovoltaico?

Se você já possui um sistema solar fotovoltaico instalado e em pleno funcionamento, gerando


uma economia mensal de até 95% na conta de luz da sua casa, empresa ou área rural, saiba
que nada muda no curto/médio prazo, mesmo após a aprovação da lei solar.

Todos aqueles que já desfrutam dos inúmeros benefícios da tecnologia fotovoltaica para
geração própria de energia poderão usufruir das regras antigas, muito mais vantajosas, até
31/12/2045.

Se pararmos para analisar o período de vida útil de um sistema fotovoltaico (cerca de 25 anos),
podemos facilmente concluir que os brasileiros que já possuem sistemas de energia solar
usufruirão das regras antigas por praticamente todo o período de vida de seus sistemas.

Antes de falarmos sobre a maior vantagem da regra antiga, é importante lembrar como
funciona um sistema solar para geração de energia (que chamamos de sistema fotovoltaico):
Quando o sistema gera energia, e ela não é consumida/usada instantaneamente, sobra uma
quantidade (excedente), que é injetada na rede elétrica da cidade, gerando créditos
energéticos – utilizados posteriormente para abater o valor da conta de energia.

Esse é o chamado “sistema de compensação”. Na regra antiga, a compensação acontece na


proporção de 1 para 1. Ou seja, a cada 1 kWh injetado na rede elétrica, você ganha 1 kWh de
crédito energético.

Essa é a principal vantagem da regra antiga, porque nas regras novas, após a lei, será cobrado
um “pedágio” nessa compensação, com o objetivo de cobrir os custos da distribuidora com
investimentos e manutenção da rede elétrica.

O que muda na nova lei da energia solar para quem ainda não comprou um sistema
fotovoltaico?

Se você ainda não economiza na sua conta de energia elétrica com um sistema fotovoltaico,
saiba que o MELHOR momento para adquirir um sistema é agora.

Todos que comprarem e solicitarem a ligação dos seus sistemas fotovoltaicos junto às
concessionárias de energia até o dia 07/01/2023 terão o direito adquirido (por lei) a
usufruírem da regra antiga da energia solar no Brasil.

É por esse motivo que essa janela de tempo (antes do dia 07/01/2023) é, sem dúvidas, o
melhor momento para dar o próximo passo e adquirir seu sistema fotovoltaico com a Blue Sol.

Mas não deixe para os últimos dias!

Esse período de tempo vai passar voando e o sistema já precisa estar instalado e cumprir todos
os requisitos até o dia 07/01/2023 (comprar o sistema solar nos últimos dias é extremamente
arriscado, pois você pode perder o prazo)

Ainda não entendeu a vantagem de instalar agora?

Como mencionamos acima, uma das principais vantagens da regra antiga é que a
compensação de energia acontece na proporção de 1:1.
Essa proporção é extremamente vantajosa, uma vez que utilizamos toda a estrutura elétrica
do nosso bairro/cidade/região sem pagar proporcionalmente por isso.

Para facilitar o entendimento, vamos supor a seguinte situação:

“Você aluga uma sala comercial em um escritório compartilhado e faz uso de toda a
infraestrutura do lugar. Para manter o escritório limpo, você e os outros inquilinos pagam uma
taxa mensal referente à limpeza semanal do local. Afinal, se você está utilizando a estrutura da
sala compartilhada, nada mais justo do que contribuir com uma pequena verba para cobrir os
custos de limpeza/manutenção. “

Seguindo a mesma lógica, o correto/justo seria pagar pelo uso de toda a infraestrutura da rede
elétrica onde enviamos nossa energia gerada excedente.

E é justamente por esse motivo que – quem ainda conseguir usufruir da regra antiga – terá
muito mais vantagens econômicas.

Com a nova lei da energia fotovoltaica, fica estipulado o pagamento desse “pedágio” pela
utilização (ao injetar energia excedente) da infraestrutura da rede elétrica, o que na nossa
visão (e da maioria do setor fotovoltaico brasileiro) é uma medida extremamente justa,
razoável e estável ao longo prazo.

Resumindo: quem adquirir e solicitar acesso do sistema à concessionária de energia até o dia
07/01/2023 terá o direito de usufruir da regra antiga – muito mais vantajosa – até 31/12/2045.

Vale ressaltar que existem 3 cenários onde é possível perder o direito adquirido e deixar de
usufruir da regra antiga. São eles:

Se você tentar adulterar seu relógio de energia, ou seja, tentar manipular os números do
relógio. É importante lembrar que isso também é crime.

Se você solicitar o desligamento da energia elétrica na propriedade.

Se você expandir o tamanho do seu sistema fotovoltaico (colocar mais painéis solares para
gerar uma quantidade de energia maior). O volume de geração extra se enquadra nas novas
regras e o volume de geração antiga permanece na regra antiga (direito adquirido).

E se eu adquirir meu sistema fotovoltaico depois de 07/01/2023? O que acontece?


Ótima pergunta! Caso você não garanta as melhores condições possíveis para geração de
energia através da fonte solar, haverá a cobrança do “pedágio” de forma gradativa. Será um
período de transição.

Lembrando que o percentual do pedágio incidirá somente sobre o montante de energia


excedente injetada na rede, ou seja, o pedágio será justo e proporcional somente ao uso que
você fizer da estrutura da rede.

Toda a energia que você gerar e consumir instantaneamente não terá nenhum tipo de tarifa,
assim como é na regra antiga.

Os valores percentuais do “pedágio” seguirão o seguinte cronograma:

(H3) Solicitações de acesso dos sistemas entre o período de 08/01/2023 e 07/07/2023:

Tabela da Regra de Transição da Lei da Energia Solar

Solicitações de acesso dos sistemas após 07/07/2023:

Tabela da Regra de Transição da Lei da Energia Solar 2

Como funciona esse pedágio na prática?

Nas regras acima, se em 2023 você injetar 100 kWh na rede, receberá 95,9 kWh de créditos
energéticos de volta (são seus 100 kWh descontando os 4,1% do pedágio), por exemplo.

Entendi, porém qual será o valor final do pedágio após o período de transição?

Desde o surgimento da lei da energia solar até o dia 07/07/2023, órgãos do Governo (CNPE e
ANEEL) e do setor solar brasileiro já começaram os estudos para a definição do valor final do
pedágio.

A definição pode ocorrer até mesmo antes do dia 07 de julho/2023.

O valor final desta tarifa (acerto de contas) levará em consideração os inúmeros benefícios da
energia fotovoltaica no nosso país. Benefícios como: redução de perdas e de investimentos;
facilidade nas manutenções; sustentabilidade dos sistemas; empregos gerados; etc.
Em essência, para a definição do pedágio, será um sistema de débito/crédito. De um lado
(débito) será ponderado os custos que são envolvidos na utilização da infraestrutura elétrica e
do outro lado (crédito) serão levantados os benefícios que os sistemas fotovoltaicos geram ao
sistema elétrico brasileiro.

Ok, mas no fim das contas a nova lei é boa ou ruim? A energia solar fotovoltaica ainda valerá a
pena?

A resposta direta para essas duas perguntas é: SIM, a nova lei da energia solar é
extremamente positiva para o mercado e SIM, gerar energia através dos sistemas fotovoltaicos
ainda será MUITO VANTAJOSO.

Podemos citar os principais benefícios da lei 14.300/2022:

Segurança Jurídica para quem utiliza os serviços de geração de energia (justamente porque
não havia regulamentação específica anteriormente, então agora temos a garantia desse
direito, antes ele poderia ser revogado pela ANEEL);

Inclusão social, por meio do Programa de Energia Renovável Social (PERS), destinado a
financiar a instalação de geração fotovoltaica e outras fontes renováveis para consumidores de
baixa renda;

Fim da cobrança em duplicidade. Na regra antiga havia a cobrança do “custo de


disponibilidade” – que é o valor mínimo a ser pago na conta de energia, mesmo que o
consumidor compensasse esse valor injetando energia na rede (ou seja, o consumidor pagava
o custo com a energia injetada e ainda pagava o custo de novo na conta de luz).

Possibilidade de distribuição dos créditos energéticos acumulados. Com a nova lei da energia
solar é possível enviar os créditos energéticos que já foram acumulados para outras
propriedades que estejam na mesma área de cobertura da concessionária de energia e que
pertençam ao mesmo proprietário. Ex: se você possui 2.000 créditos energéticos acumulados
na sua casa A (que possui sistema fotovoltaico), poderá enviar esse saldo de créditos para
abater a conta de energia da sua propriedade B ou C. Antes da lei essa possibilidade não
existia.

A nova lei da energia solar prevê que as bandeiras tarifárias não incidirão sobre a energia
excedente que é gerada e injetada na rede por aqueles que possuem sistemas fotovoltaicos.
Elas incidirão apenas sobre o montante de energia elétrica consumido normalmente, fato esse
que é extremamente positivo, pois evita uma cobrança dupla.

Antes da nova lei fotovoltaica, nem mesmo existia a possibilidade de venda dos créditos
energéticos excedentes. Após sua publicação, o tema ganhou mais força e agora há sim um
cenário de possibilidade de concretizar a venda dos créditos excedentes. Esse ainda é um
ponto que será regulamentado e definido pela ANEEL.

A garantia legal de que, se você realizar a troca de titularidade da sua conta de energia após o
período de 07/01/2023, os benefícios adquiridos (regra antiga) serão mantidos. Vamos supor
que sua casa possua um sistema fotovoltaico que usufrui das regras antigas. Se você vender
sua casa após janeiro de 2023 e fizer a mudança de titularidade para o comprador, o novo
proprietário continuará com o sistema enquadrado na regra antiga. É importante ressaltar que
antes da lei solar esse direito já existia, porém agora há um reforço com base legal na lei.

Conclusão

Sem dúvidas a sanção da nova lei da energia solar é uma grande conquista para todos os
brasileiros. Através dela conquistamos o direito legal de produzir nossa própria energia e
economizar muito com a conta de energia elétrica.

Um grupo de pessoas enxerga a lei como uma forma de “tributar o sol”, e que seria uma
cobrança de taxas absurdas.

Porém, como deixamos bem claro durante o artigo, nada mais justo e razoável do que a
pagarmos um “pedágio” por algo proporcional que utilizamos, de forma equilibrada.

Somando os prós e contras, os pontos positivos prevalecem com muita força, sobretudo na
segurança jurídica que essa modalidade de geração de energia ganhou.

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