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27/06/2023 20:47 Estudo em tumba de Tutancâmon traz novas ‘maldições’ | National Geographic

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HISTÓRIA

Descoberto tesouro sagrado em caverna do império maia


que ficou ‘intocada’ por mil anos
A exploração de Balamku (a caverna do Deus Jaguar) revela antigas práticas religiosas — e pode conter indícios sobre a ascensão
e queda do império maia.

POR GENA STEFFENS


P U B L I C A D O 1 2 D E M A R . D E 2 0 1 9 0 7 : 4 0 B R T , AT U A L I Z A D O 5 D E N O V. D E 2 0 2 0 0 3 : 2 2 B R T

Guillermo de Anda, explorador da National Geographic, examina uma área de vasos de rituais dentro da caverna
Balamku (Deus Jaguar) em Iucatã, no México. Os objetos permaneceram intocados por pelo menos mil anos.

FOTO DE KARLA ORTEGA

Arqueólogos que buscavam um poço sagrado embaixo da antiga cidade maia de Chichén
Itzá, na Península de Iucatã, no México, descobriram por acaso um tesouro com mais de 150
artefatos de rituais — intocado por mais de mil anos — em uma série de câmaras de cavernas
que pode conter indícios sobre a ascensão e queda dos antigos maias. A descoberta do sistema
de cavernas, conhecido como Balamku, ou “Deus Jaguar”, foi anunciada pelo Instituto
Nacional de Antropologia e História (INAH) do México.

Após a descoberta inicial por agricultores em 1966, Balamku foi visitada pelo arqueólogo
Víctor Segovia Pinto, que fez um relatório indicando a presença de uma grande quantidade de
material arqueológico. Contudo, em vez de escavar o sítio arqueológico, Segovia orientou os
agricultores a lacrar a entrada e, ao que parece, todos os registros da descoberta da caverna
desapareceram.

Balamku permaneceu lacrada por mais de 50 anos, até sua reabertura em 2018 por Guillermo
de Anda, explorador da National Geographic, e sua equipe de pesquisadores do Projeto
Grande Aquífero Maia, enquanto procuravam o lençol d'água embaixo de Chichén Itzá. A
exploração do sistema foi parcialmente financiada por uma bolsa da National Geographic
Society.

De Anda recorda-se de ter que se arrastar de barriga através dos estreitos túneis de Balamku
por horas antes que sua lanterna de cabeça iluminasse algo totalmente inesperado: uma
sucessão de oferendas deixadas por antigos residentes de Chichén Itzá, tão perfeitamente
preservadas e intocadas que se formaram estalagmites ao redor de incensários, vasos, pratos
decorados e outros artefatos na caverna.

o longo dos séculos, formaram-se estalagmites ao redor de objetos de rituais como este incensário, que
apresenta uma efígie de Tlaloc, o deus da chuva.

FOTO DE KARLA ORTEGA

“Fiquei sem palavras, comecei a chorar. Analisei restos humanos no Cenote Sagrado de
Chichén Itzá, mas nada se compara à sensação que tive ao entrar sozinho pela primeira vez
nessa caverna”, afirma de Anda, pesquisador do INAH e diretor do Projeto Grande Aquífero
Maia, que tenta explorar, entender e proteger o aquífero da Península de Iucatã no México.

“Quase se sente a presença dos maias que depositaram ali esses objetos”, acrescenta ele.

Uma segunda chance sem precedentes


Para acessar apenas as sete primeiras câmaras de rituais de oferendas identificadas até agora
em Balamku, os arqueólogos precisam rastejar de barriga por dezenas de metros de passagens
estreitas e tortuosas. No relatório original sobre a caverna (encontrado recentemente
por James Brady, arqueólogo e pesquisador do GAM da Universidade do Estado da Califórnia,
em Los Angeles), Segovia identificou 155 artefatos, alguns com o rosto de Tláloc, o deus
tolteca da chuva, e outros com marcações da árvore sagrada samaúma, uma representação
forte do universo maia. Em comparação, a caverna vizinha de Balankanché, um local de
rituais escavado em 1959, possui apenas 70 dessas relíquias.

“Balamku parece ser a 'mãe' de Balankanché”, afirma de Anda. “Não estou dizendo que
quantidade é mais importante que informação, mas a existência de numerosas oferendas em
uma caverna que também é muito mais difícil de acessar é sugestiva”.

Ainda há muito debate sobre a razão para Segovia resolver lacrar essa descoberta fenomenal.
Entretanto, com essa atitude, ele ofereceu inadvertidamente aos pesquisadores uma “segunda
chance" sem precedentes para responder a algumas das questões mais desconcertantes que
continuam a despertar controvérsias entre os atuais estudiosos da civilização maia, como o
grau de contato e influência trocado entre as diferentes culturas mesoamericanas e o que se
passava no mundo maia antes da queda de Chichén Itzá.

“Para os antigos maias, grutas e cenotes (cavidades cheias d'água) eram considerados
aberturas para o submundo”, afirma Holley Moyes, especialista da Universidade da Califórnia
em Merced em arqueologia e uso religioso de cavernas maias que não participou do projeto.
“Eles representavam alguns dos espaços mais sagrados para os maias e também influenciaram
a organização social e o planejamento de locais. São fundamentais, incrivelmente importantes
para a experiência maia”. CIÊNCIA V I AG E M ANIMAIS HISTÓRIA MEIO AMBIENTE

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No entanto, até o conceito de arqueologia de cavernas começar a tomar forma na década de


1980, os arqueólogos estavam mais interessados em arquitetura de monumentos e artefatos
intactos do que em analisar os resíduos e materiais encontrados em relíquias ou ao seu redor.
Quando Balankanché foi escavada em 1959, as cavernas ainda eram mapeadas à mão no
escuro e artefatos eram rotineiramente retirados de seus locais, limpos e depois colocados de
volta. De todos os incensários encontrados em Balankanché cheios de materiais que poderiam
fornecer provas definitivas da cronologia do local, por exemplo, apenas um foi analisado.

Pesquisadores do Projeto Grande Aquífero Maia veem a (re)descoberta de Balamku como uma
chance de implantar um modelo totalmente novo de arqueologia de cavernas, um que
empregue tecnologia de ponta e campos especializados como mapeamento tridimensional e
paleobotânica. Essas novas percepções poderiam nos apresentar uma noção mais detalhada
do que estava realmente ocorrendo nos rituais de cavernas maias, além da história da grande
cidade de Chichén Itzá, da qual não se conhecem as razões para o declínio no século 13.

“Balamku pode nos revelar não apenas o momento do colapso de Chichén Itzá”, afirma de
Anda. “Ela provavelmente também pode nos revelar o momento de seu início. Agora, temos
um cenário lacrado, com grande quantidade de informações, inclusive matéria orgânica que
podemos utilizar para entender o desenvolvimento de Chichén Itzá”.

Mais estudos do local também esclarecerão detalhes mínimos das secas catastróficas que
provavelmente provocaram o colapso da civilização maia. Embora essa área sempre esteja
propensa a ciclos drásticos de variabilidade climática, alguns pesquisadores sugeriram que o
desmatamento excessivo dos vales maias, que já abrigaram cerca de 10-15 milhões de pessoas,
poderia ter exacerbado o problema e tornado inabitável a região inteira.

Entender esses ciclos passados também pode ser uma vantagem a mais para a vida moderna,
conta Fredrik Hiebert, arqueólogo residente da National Geographic. “Ao estudar essas
cavernas e cenotes, é possível aprender algumas lições sobre como utilizar melhor o ambiente
nos dias de hoje, em termos de sustentabilidade para o futuro.”

Dessa forma, de Anda acredita que a arqueologia tem o potencial de se tornar uma ciência
muito mais "útil”.

“Ela sempre foi considerada o oposto: um campo da ciência belo e interessante, porém sem
grande utilidade”, afirma. “Acredito que aqui conseguiremos demonstrar o contrário porque,
quando começarmos a entender esses contextos maravilhosos, entenderemos as marcas que a
humanidade deixou no passado e o que estava acontecendo na Terra em um dos momentos
mais dramáticos da história.”

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HISTÓRIA

Estudo em tumba de Tutancâmon traz novas ‘maldições’


Entre manchas microbianas e poeira pegajosa, os arqueólogos resolveram algumas questões do monumento funerário do faraó
com 3,3 mil anos, mas surgem mais preocupações no processo

POR MICHELLE Z. DONAHUE


P U B L I C A D O 2 1 D E O U T. D E 2 0 1 9 1 8 : 2 6 B R T , AT U A L I Z A D O 5 D E N O V. D E 2 0 2 0 0 3 : 2 2 B R T

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Ao abrir a tumba de Tutancâmon em 1922, Howard Carter deu início a uma série de


descobertas que instigariam a imaginação do mundo e desencadeariam um caso de amor
duradouro com a câmara mortuária do menino rei Tutancâmon e seus tesouros de ouro. Sua
câmara foi pintada com cores vivas e tem 3,3 mil anos. Quase um século depois, uma equipe
de cientistas concluiu o exame mais significativo da tumba até o momento: um projeto de
conservação e estudos minuciosos, que durou uma década e desvendou alguns mistérios, mas
também levantou novas questões sobre o futuro de um dos monumentos antigos mais
famosos do mundo.

Um simpósio realizado em Luxor em janeiro deste ano trouxe detalhes dos resultados do
projeto realizado conjuntamente pelo Ministério das Antiguidades do Egito e pelo Instituto de
Conservação Getty, com sede em Los Angeles. O trabalho na tumba de mais de 100 metros
quadrados, feito por mais de uma dezena de conservadores e curadores simultaneamente,
começou em 2009 e sua conclusão estava originalmente prevista para 2014. O projeto
atrasou, no entanto, em razão da revolução no Egito em 2011 e das agitações subsequentes em
2013.

Mistério sobre a morte do Rei Tut resolvido? Talvez não

“Todos que vão ao Vale dos Reis querem conhecer a tumba de Tutancâmon”, disse Neville
Agnew, cientista líder do Getty e encarregado do projeto. Foram necessários extensa
documentação, diagnóstico e prognóstico sobre as condições da tumba para desenvolver um
plano para o futuro: “O que acontece se nada for feito? Estávamos interessados em todo o
espectro de atividades, passadas, presentes e futuras, e em como abordá-las de maneira
abrangente.”

Misteriosas manchas marrons


Uma das marcas registradas da tumba são as manchas marrons espalhadas em todas as
pinturas de parede. Já existentes quando Carter abriu a câmara funerária e documentadas
exaustivamente nas fotografias da época, os “pontos misteriosos” persistem como fonte de
curiosidade e preocupação. O que são exatamente? E mais importante que isso: estão se
multiplicando?

Um estudo das manchas revelou altas concentrações de ácido málico, um subproduto


metabólico de alguns fungos e bactérias, o que confirma que as manchas são de origem
microbiana. A análise de DNA das amostras colhidas por esfregaço nas paredes da tumba
revelou a presença de organismos modernos, como Bacillus e Kocuria. Porém imagens das
manchas obtidas por microscópio eletrônico não indicaram reminiscências dos organismos
originais que as criaram. Os conservadores presumem que, como Tutancâmon morreu
inesperadamente, a preparação de sua tumba provavelmente foi feita às pressas e as paredes
recém-rebocadas e pintadas teriam retido umidade suficiente para que micróbios se
desenvolvessem no ambiente escuro e quente da tumba após ter sido lacrada. Entretanto os
pesquisadores podem ao menos fornecer uma garantia: as manchas estão completamente
inertes, estão assim há muito tempo e não estão em crescimento – fato que pode ser
confirmado com a comparação entre as fotografias tiradas imediatamente após a abertura da
tumba e as fotografias atuais.

Como são consideradas parte da história da tumba, as manchas misteriosas não serão
pintadas nem removidas, comentaCAgnew.
I Ê N C I AEsseVnem
I A G Esempre
M Afoi
N Io
Mentendimento
AIS H I S T Ó consagrado:
RIA MEIO AMBIENTE

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durante os estudos anteriores, foram


“Não é um show de coletadas amostras das manchas, que
foram tratadas de várias formas com
horrores; é uma
produtos antimicrobianos mediante a
tumba de um rei e é suspeita de que estivessem se
preciso reverência.” espalhando.

P O R N E V I L L E AG N E W
Fotos exclusivas: recomeça a busca por
C I E N T I S TA L Í D E R E C U R A D O R D O
GETTY ENCARREGADO DO PROJETO salas escondidas na tumba do Rei Tut

Levantou poeira
Um dos problemas mais complexos da tumba é a presença constante de poeira. Fina e seca, o
pó do deserto se acumula quando os cerca de 500 a mil visitantes diários tocam em todas as
superfícies da tumba e a sujeira fica ainda mais resistente ao absorver a umidade da
respiração humana.

Embora os guardas tenham conseguido limpar o sarcófago coberto de vidro que agora fica no
centro da câmara funerária de Tutancâmon, não houve solução para os finos véus de poeira
sobre as frágeis pinturas da tumba que fosse livre de danos.

Assim, enquanto os conservadores conduziam o meticuloso estudo e a limpeza dos murais,


também elaboraram um plano para resolver o problema da poeira em longo prazo, instalando
um sofisticado sistema de filtragem e ventilação do ar que não apenas filtrava a poeira
inoportuna para fora do ambiente da tumba, como também impedia a entrada de partículas
em excesso. A troca regular de ar também estabilizou a temperatura e a umidade no interior
da tumba, anteriormente com flutuação descontrolada.

E, ao fim, a tumba do projeto de conservação revelou algumas novas maldições: ao remover a


antiga plataforma de observação sobre a câmara funerária de Tutancâmon para montar as
saídas de ar do sistema, os funcionários do projeto ficaram surpresos ao encontrar, entre
pilhas de fiapos e detritos de lixo, pedaços de papel com súplicas de bênçãos a Tutancâmon –
e pedidos de que fossem lançadas maldições faraônicas em outras pessoas.

Riscos futuros
Embora a inspeção mais completa da tumba de Tutancâmon na história moderna tenha
terminado, ainda restam várias questões sobre seu futuro.

O impacto da poeira em longo prazo ainda permanece uma incógnita. Composta basicamente
de cálcio, magnésio, alumínio e fósforo, segundo análises, não se sabe ao certo que tipos de
interações químicas podem ocorrer entre a poeira e os minerais naturais das tintas e
pigmentos nas paredes da tumba ao longo de um período maior.

Os riscos físicos resultantes do aumento das inundações em razão das mudanças climáticas
são outra preocupação e ainda não foram considerados, afirma Agnew. Embora a tumba de
Tutancâmon esteja a salvo de inundações diretas, ela é construída com a mesma rocha porosa
e argilosa que todas as suas vizinhas no Vale dos Reis. Se as tumbas adjacentes forem
inundadas, o vapor poderia infiltrar nas paredes e "destruir completamente" suas paredes
com reboco e suas pinturas, afirma Lori Wong, curador líder de pinturas do Getty,
encarregado do projeto Tutancâmon.

O turismo permanece a maior ameaça imediata à tumba. Apesar da existência de uma réplica


superdetalhada e de alta qualidade a menos de dois quilômetros de distância, não se sabe ao
certo se o governo egípcio acabará restringindo a maior parte do acesso do público à tumba
original (o que reduziria uma fonte de receitas garantida). A França, por exemplo, constatou
que retirar os visitantes dos locais originais de arte rupestre pré-histórica
em Lascaux e Chauvet e redirecioná-los a cópias não diminui o interesse do público pelos
monumentos. Uma réplica relativamente nova em Lascaux atraiu cerca de 260 mil
visitantes em 2017.

“Estamos cientes do impacto provocado pelo homem em nosso patrimônio”, afirma Pascal
Terrasse, presidente do Grandioso Projeto de Pont d’Arc, uma réplica da caverna Chauvet, que
atrai mais de 2 mil visitantes por dia. “Quando surgem novas tecnologias para a proteção do
patrimônio, os administradores de obras históricas devem aproveitar a oportunidade.
Construímos a maior caverna falsa do mundo com técnicas digitais, o que nos permitiu
realizar um trabalho bastante realista”.

“É preciso lembrar que uma visita a uma tumba deve ser feita com humildade e interesse”,
conclui Agnew. “Não é um show de horrores; é uma tumba de um rei e é preciso reverência. É
algo raro na era do turismo de massa.”

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