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IEPG - UNIFEI 2023

EP3001

PROJETO E MEDIDA DO TRABALHO

2023

Prof. Dr. Fabiano Leal

fleal@unifei.edu.br
1

SUMÁRIO

1. CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

2. MÉTRICAS E INDICADORES
INTRODUÇÃO

3. MAPEAMENTO DE PROCESSOS

4. ANÁLISE DE MOVIMENTOS

5. BALANCEAMENTO DE LINHAS DE PRODUÇÃO

6. LAYOUT DO PROCESSO

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
• KRAJEWSKI, L.J.; MALHOTRA, M.K.; RITZMAN, L.P. Administração de produção e
operações, editora Pearson, 11ª Ed. 2017.

• BARNES, R. M. Estudo de Movimentos e de Tempos: Projeto e Medida do Trabalho. Sao


Paulo: Edgard Blucher, 6ª Ed. 2012.
INTRODUÇÃO

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
• SELEME, R. Métodos e Tempos: Racionalizando a Produção de Bens e Serviços. Editora
IBPEX, 2009.
• MOREIRA, D.A. Administração da Produção e Operações. Editora: Cengage Learning. 2ª
Ed. 2013.
• NETO, L.C. Proposta e aplicação de um procedimento para análise da porosidade e de
desperdícios em uma empresa de aeronaves. Dissertação defendida no Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da Unifei, 2017.
• KONG, F. Development of metric method and framework model of integrated complexity
evaluations of production process for ergonomics workstations. International Journal of
Production Research, 2018.

SÍMBOLOS UTILIZADOS NA APOSTILA

Consulta a arquivo pdf, disponível no SIGAA.


INTRODUÇÃO

Exercício.

Utilização de simulação para explicação de conceitos.

Conteúdo que não será apresentado em aula e deverá ser


estudado em casa.

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SÍMBOLOS UTILIZADOS NA APOSTILA

Exercício originado de concurso público.


INTRODUÇÃO

Exercício já utilizado no ENADE.

Vídeo do Youtube.

AVALIAÇÃO

As avaliações a serem aplicadas nesta disciplina serão divulgadas em um


arquivo a parte, disponibilizado no SIGAA.
INTRODUÇÃO

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LINHA DE ENSINO “GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA”

Proj. e Med. S3 Introd. Modelagem S8 Simulação de Op.


do Trabalho e Sim. de Proc. de Manuf. e Serv.

Mapeamento S1 Plan. e Contr. S5 Logística e Gestão S7 Logística de S8


INTRODUÇÃO

de processos da Prod da Cad. Sup. distribuição e transp.

Indústria 4.0: Gestão de Op. S8


Conc. e Fund. de Serviços

Gestão Sustentável Pesquisa S6 Tomada de decisão


da Cadeia de Suprimentos Operacional organizacional

Sistemas de S7 Introdução à
Informação Inteligência de Negócios
Disciplina obrigatória da linha

Disciplina obrigatória de Gestão da S7 Int. à Produção e S8 Implantação da Produção


outra linha Manutenção aos Serv. Enxutos e dos Serv. Enxutos

Disciplina optativa da linha

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC)


INTRODUÇÃO

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC)

As aulas presenciais ocorrerão nas terças-feiras, das 15:45 às 18:30.

As aulas virtuais, quando ocorrerem, serão noticiadas via SIGAA alguns dias
antes da sua ocorrência.
INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO 01- CRONOANÁLISE E TEMPO


PADRÃO
- Cronometragem e amostragem
- Cálculo do tempo padrão
- Método de observações instantâneas

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A CRONOANÁLISE
1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

A cronoanálise industrial é uma ferramenta que tem como principal objetivo


analisar os tempos de realização de atividades durante a fabricação de
peças e produtos, possibilitando o entendimento de qual a quantidade de
tempo está sendo efetivamente utilizado em tarefas que efetivamente
agregam valor ao processo de transformação.

Durante o processo de cronoanálise, geralmente são realizadas ações como:

- Mapear os processos e suas etapas;


- Definir elementos de cada etapa da atividade;
- Fazer levantamento dos tempos;
- Estabelecer os tempos padrão;
- Estabelecer ações de melhoria do método e movimentação;
- Padronizar e racionalizar os processos.

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DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Um elemento da tarefa consiste em um ou vários movimentos combinados


numa determinada sequencia para alcançar um certo resultado.

Para cronometragem, prefira elementos de curta duração. Entretanto,


cuidado na escolha de elementos com tempo muito pequeno, que dificulte a
cronometragem.

Defina pontos de separação claros entre os vários elementos, para facilitar


as leituras de cronômetros.

Elementos observados que não fazem parte do trabalho padronizado não


devem ser cronometrados aqui, mas sim em um trabalho a parte. Aqui
pretende-se definir o tempo para se executar o trabalho padronizado.

13

DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Posição para cronometragem

O operador pode alterar seu ritmo ao perceber o cronotécnico.

O ideal é que o cronotécnico não esteja no campo visual do operador.

É importante que o cronotécnico explique ao


operador as razões da cronometragem, na tentativa
de deixar o operador menos ansioso.

É normal que o cronotécnico descarte os


primeiros tempos coletados, e mantenha este
descarte até perceber uma estabilização dos
tempos (diminuindo assim o efeito da ansiedade
do operador).

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DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Leituras

Contínua: Este método oferece menos dificuldade durante a observação,


usando-se o cronômetro da mesma maneira que o relógio de pulso.

Exemplo:

• Saída de casa – hora marcada no relógio: 7h 15min


• Chegada à fábrica – hora marcada no relógio: 7h 45min

15

DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Parcial: Os tempo já são automaticamente subtraídos pelo cronometrista.

Exemplo:

• Saída de casa – tempo marcado: 0:00:00


• Chegada à fábrica – tempo marcado: 0:30:00

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DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

NeoChronos (UNIFEI) UltraChron

Alguns aplicativos
para
cronometragem

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DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1:00

https://www.youtube.com/watch?v=drasfpxRgEk

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DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Considere a seguinte situação:

Pegar 1 peça
Pegar 5 peças e e posicionar Fazer o furo
colocá-las na
bancada Checar e
colocar a peça
ao lado
Embalar 5 peças

19

DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1 – Pegar 5 peças e colocá-las na bancada


2 – Pegar 1 peça e posicionar
3 – Fazer o furo
4 – Checar e colocar a peça ao lado
5 – Embalar 5 peças

Perceba que o elemento 1 e o elemento 5 são irregulares, ou seja, não se


repetem em todos os ciclos do funcionário. Os demais elementos são
regulares.

Neste caso, a opção mais prática ao cronometrista é obter o tempo dos


elementos 1 e 5 para o conjunto de 5 peças. Veja a tabela a seguir...

20

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DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Elementos Em segundos
Obs. 1 2 3 4 5
1 12 12 11 23 30 53 9 62
2 10 72 20 92 10 102
3 9 111 21 132 11 143
4 9 152 20 172 9 181
5 20 201 20 221 10 231 10 241

parcial contínua

Perceba que o tempo de 12 segundos do elemento 1 refere-se a uma ação


envolvendo 5 peças. O mesmo ocorre para o elemento 5.

Para se saber o tempo médio que cada peça leva para passar do elemento 1
até o 5, deve-se considerar o somatório das médias dos elementos 2 a 4 e
de um quinto da médias dos elementos 1 e 5.
21

DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Objetivo: cronometrar o tempo de atendimento do caixa

Pontos de leitura: ????

Objetivo: cronometrar o tempo de espera do cliente na fila

Pontos de leitura: ????

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ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Quantos vezes devo cronometrar


cada elemento do trabalho?

23

ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Quantas vezes um elemento deve ser cronometrado?

Tempo gasto na
Confiabilidade
Número de cronometragem
dos resultados
observações e custo

Desejável Indesejável

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ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

População

Amostra

Média x Média μ

Desejamos estimar o valor da média μ (população) através do cálculo da


média x (amostra).

25

ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Serão necessárias as definições de 2 parâmetros

Nível de confiança Erro relativo

Exemplo: NC = 95% e ER = 3%

Com 95% de probabilidade, a média dos valores observados (amostra) para o


elemento não diferirá mais de 3% (para mais ou para menos) do valor
verdadeiro para a duração do elemento.

Afirmamos então que μ =

( x – erro ≤ μ ≤ x + erro)

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ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

n = tamanho da amostra necessário

Z = número de desvios em uma normal para obter a confiabilidade


necessária

e = máximo erro aceitável (absoluto)

2
Nível de confiança Valor de Z
Z.S
90% 1,65 n=
95% 1,96
e
98% 2,33
99% 2,58

É necessário que você tenha uma amostra piloto antes!!!

27

ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Quantas tomadas de tempo são necessárias para garantir um erro


1.1
máximo de 5%, com um nível de segurança de 95%? Você já
realizou algumas medições e possui a amostra abaixo:
6 5
5 5
(30 tempos cronometrados em 8 5
segundos para um elemento) 6 5
5 6
5 6
6 6
5 6
5 5
6 6
6 6
5 7
5 6
6 5
6 5

28

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ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.1
Resposta:
Como queremos um nível de confiança de 95%, Z=1,96.

2 Com os dados da amostra piloto, sabemos que o


Z.S desvio padrão da amostra é de 0,718 (Excel: função
n= DESVPAD).
e

Da amostra piloto, sabemos que a média x é 5,63.

Como o erro relativo é de 5%, sabemos que o erro absoluto “e” vale
(0,05*5,63 = 0,281).

Substituindo na fórmula, descobrimos que são necessárias 25 tomadas de


tempo.
29

ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.1 Neste caso, como você já havia coletado 30, mantenha a amostra
piloto.

Caso n tenha dado um valor maior que o número de elementos da amostra


piloto, como por exemplo n = 37, basta realizar mais 7 tomadas de tempo.

30

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ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Determine o número necessário de tempos a serem considerados


em cada elemento abaixo:

1.2
Pegar 01 peça Fazer o primeiro Virar e
e posicionar furo posicionar
15 seg 40 seg 5 seg
16 38 4
15 39 4
14 37 4
16 43 5
15 42 5
15 45 5
16 38 6
14 36 4
15 40 4
Média 15,1 39,8 4,6
Desvio Padrão 0,7 2,8 0,7

31

ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Resposta:

EL. 1 EL. 2 EL. 3


1.2
Média 15,1 39,8 4,6
Desvio Padrão 0,7 2,8 0,7

Para o primeiro elemento:


Foi adotado um erro
2
máximo de 5% em
1,96 . 0,7 relação à média e 95%
n=
0,05*15,1 de confiança!!!
n=4

Número de cronometragens necessárias para os 3 elementos


respectivamente: 4, 8 e 36.
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ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.3 Uma operação de empacotar peças em uma empresa de usinagem


possui 4 elementos para cronometragem.

Elemento Desvio padrão (min) Tempo médio (min) Tamanho da amostra

1. Pegar duas peças 0,0305 0,50 5


2. Registrar cada peça 0,0171 0,11 10

3. Acomodar cada peça 0,0226 0,71 10


em uma caixa

4. Fechar cada caixa 0,0241 1,10 10


com os manuais de
instrução

O elemento 1 foi observado somente 5 vezes pois ele é irregular (ocorre a


cada 2 ciclos). Esta cronometragem foi encerrada com 10 caixas prontas.

33

ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.3 Determine a quantidade de cronometragens adequada a cada


elemento considerando um erro de 4% e um nível de confiança de
95%.
Resposta:
2 2
1,96 . 0,0305 =9 1,96 . 0,0241
n1 = n4 = =2
0,04 . 0,5 0,04 . 1,10

2
1,96 . 0,0171 = 58
n2 = Aqui a recomendação é observar e
0,04 . 0,11
cronometrar toda a operação até a
geração de 58 caixas. Como já foram
2 cronometrados os tempos de
1,96 . 0,0226 =3 produção de 10 caixas, faltam mais
n3 =
0,04 . 0,71 48.

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CÁLCULO DO TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

“Tempo Padrão é o tempo necessário para executar uma operação de


acordo com um método estabelecido, em condições determinadas por um
operador apto e treinado, POSSUINDO HABILIDADE MÉDIA, trabalhando em
ESFORÇO MÉDIO, durante todas as horas de serviço.”

Apto e treinado ??????


Habilidade média ????
Esforço médio ??????

O tempo padrão é utilizado de forma determinística.

35

CÁLCULO DO TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

O Tempo Padrão é utilizado para as seguintes propostas:

1. Estabelecer custos: os tempos padrão podem ser usados para determinar


custos de produtos existentes ou novos, ou mesmo para auxiliar em decisões
do tipo fabricar ou comprar.

2. Motivar funcionários: os tempos padrão podem ser usados para definir o


planejado de um dia de trabalho ou para motivar funcionários a melhorar sua
eficiência.

3. Comparar diferentes projetos de processo: os tempos padrão podem ser


usados para comparar diferentes rotas/percursos de um item dentro da
empresa e para avaliar novos métodos de trabalho.

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CÁLCULO DO TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

4. Sequenciamento/programação: os engenheiros precisam dos tempos


padrão para atribuir tarefas a funcionários e máquinas de forma a utilizar os
recursos de forma bem planejada.

5. Planejamento da capacidade: os tempos padrão podem ser usados para


determinar a capacidade de produção atual da empresa.

6. Avaliação de desempenho: os outputs dos funcionários podem ser


comparados a um output padrão dentro de um período de tempo pré-
determinado.

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TEMPO PADRÃO - NIVELAMENTO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Ao se cronometrar, verifica-se que um ou outro tempo está completamente


afastado dos demais tempos do mesmo elemento.

Estas variações podem ocorrer por algumas causas, como:

• Erro do cronometrista

• A peça pode cair, ou se soltar, quebrar etc.

• O funcionário pode parar para limpar uma ferramenta, enxugar o suor da


testa etc.

É importante que o cronometrista registre estas ocorrências, para que


futuramente se decida se o tempo deve ser eliminado ou não.

É possível realizar esta eliminação de valores através de softwares de


análise estatística, como o Minitab (Box-plot).
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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Os tempos serão analisados levando-se em consideração a habilidade do


operador e seu esforço.

“Tempo Padrão é o tempo necessário para executar uma operação de acordo


com um método estabelecido, em condições determinadas por um operador
apto e treinado, POSSUINDO HABILIDADE MÉDIA, trabalhando em ESFORÇO
MÉDIO, durante todas as horas de serviço.”

Não é indicado calcular o cálculo do tempo padrão com um aprendiz, e nem


com um funcionário com desempenho muito superior aos demais.

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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Habilidade

Destreza manual
Mais anos de serviço Adquiridos
Melhor ritmo com o tempo
Físico mais ágil

Esforço

Disposição
Entusiasmo Varia com o momento
Incentivo
Colaboração
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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

ALTO NÍVEL DE SUBJETIVIDADE

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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Habilidade Regular E1: -0,05


Esforço Regular E2: -0,08 Usar o fator 0,87
Total: (-5%)+(-8%) = -13%
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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Após definir o fator de normalização, como utilizá-lo?

Resposta: o fator de normalização deverá multiplicar o


tempo médio de cada elemento.

OBS.: elementos puramente atribuídos a uma operação automática, sem


interferência do funcionário, não possuem normalização.

Um fator de normalização menor do que 1 indica que o funcionário utilizado


como referência tem habilidade e esforço inferiores aos demais funcionários
que executam a mesma operação. Desta forma, o tempo normal (normalizado)
será reduzido em relação à média obtida dos tempos de referência.

43

TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Petrobras, 2012

1.4

Uma operação de montagem de um determinado equipamento foi


cronometrada, obtendo-se um tempo real médio de 4 minutos. Estimando-
se em 115% a eficiência deste operador, o tempo normal, em minutos, para
realização da operação está compreendido entre:

a) 3e4
b) 4e5
c) 5e6
d) 6e7 Resposta: 4x1,15 = 4,6
e) 7e8 Alternativa B

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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

É possível ainda normalizar o tempo médio através do “Sistema


Westinghouse para avaliação do ritmo”. O Sistema Westinghouse para
Avaliação do Ritmo foi desenvolvido pela companhia Westinghouse em 1927
para estimar a eficiência do trabalhador com base nos fatores: (1)
habilidade, (2) esforço, (3) condições e (4) consistência
HABILIDADE ESFORÇO
+0,15 A1 +0,13 A1
Super-hábil Excessivo
+0,13 A2 +0,12 A2
+0,11 B1 +0,10 B1
Excelente Excelente
+0,08 B2 +0,08 B2
+0,06 C1 +0,05 C1
Bom Bom
+0,03 C2 +0,02 C2
0,00 D Médio 0,00 D Médio
-0,05 E1 -0,04 E1
Regular Regular
-0,10 E2 -0,08 E2
-0,16 F1 -0,12 F1
Fraco Fraco
-0,22 F2 -0,17 F2
CONDIÇÕES CONSISTÊNCIA
+0,06 A Ideal +0,04 A Perfeita
+0,04 B Excelente +0,03 B Excelente
+0,02 C Boa +0,01 C Boa
0,00 D Média 0,00 D Média
-0,03 E Regular -0,02 E Regular
-0,07 F Fraca -0,04 F Fraca

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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Tendo como referência o Sistema Westinghouse, o analista avalia o nível de


habilidade e esforço empregado pelo operador durante a execução da
operação. Além disso, questões ligadas às condições ambientais e à
consistência de trabalho do operador também são consideradas pelo
analista.

Para se obter o tempo normal (TN), faz-se necessário a multiplicação do


tempo selecionado (TS) pela soma dos valores definidos para cada fator da
tabela de estimativas de desempenho do Sistema Westinghouse.

Exemplo: Tempo médio


HABILIDADE ESFORÇO CONDIÇÕES CONSISTÊNCIA
(selecionado) de 0,5
B2 +0,08 C2 +0,02 C +0,02 C +0,01 min.

𝐓𝐍 = 0,5 × 1 + 0,08 + 0,02 + 0,02 + 0,01


TN = 0,565 min
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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Alguns autores preferem normalizar o tempo médio através de um único


fator chamado Fator de Desempenho, ou Performance Rating Factor (RF).
Este fator descreve o quanto está acima ou abaixo da média o desempenho
do funcionário, em cada elemento.

A definição deste fator depende de julgamento também.

Vamos retomar o exercício 1.3...

47

TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Elemento Tempo médio após Frequência RF


58 amostras (min)
1 0,53 0,5 1,05
2 0,10 1,0 0,95
3 0,75 1,0 1,10
4 1,08 1,0 0,90

Elemento 1: TN = 0,53 . 0,50 . 1,05 = 0,278 min


Elemento 2: TN = 0,10 . 1,00 . 0,95 = 0,095 min Valores
Elemento 3: TN = 0,75 . 1,00 . 1,10 = 0,825 min definidos
por
Elemento 4: TN = 1,08 . 1,00 . 0,90 = 0,972 min
julgamento
Tempo Normal do ciclo = 2,17 min

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TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

O tempo normal corrige o tempo médio, baseado no comportamento do


funcionário escolhido para o estudo. Este tempo normal deverá ser ainda
modificado (não é o tempo padrão ainda!) para gerar uma medida útil para
os outputs de um grupo de funcionários.

Nós não podemos usar o tempo normal do ciclo como um tempo padrão,
pois não foi considerado ainda o efeito da fadiga, dos períodos de
descanso, das esperas inevitáveis que ocorrem durante um dia de trabalho
médio.

Assim, nós devemos adicionar um tempo de tolerância no tempo normal


para ajustar estas situações. Desta forma, o tempo padrão passa a ser o
tempo normal somado ao percentual de tolerâncias.

49

TEMPO PADRÃO - FADIGA


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Fadiga: Esforço dos músculos, concentração mental, posição


do corpo, monotonia dos movimentos repetidos, determinam
um estado fisiológico particular.

Fadiga → diminuição progressiva da capacidade de produção do ser


humano.

A análise da fadiga também depende de uma avaliação, do cronotécnico ou


de um fisioterapeuta.

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TEMPO PADRÃO - FADIGA


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

51

TEMPO PADRÃO - FADIGA


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Trabalho Final de Graduação da aluna Gabriela Barros Ângelo, defendido em novembro de


2019.

52

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TEMPO PADRÃO - FADIGA


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

• Concentração, • Temperatura, peso do


iluminação, ruído, etc. material, dificuldade
dos movimentos, etc.

Esforço mental LEVE = +0,6% sobre o tempo normalizado


Esforço físico LEVE = +3,6 % sobre o tempo normalizado
Resultado: multiplicar o tempo normalizado por 1,042
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SUGESTÃO DE PESQUISA
1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Procure na internet sobre a técnica NASA-TLX. Ela é uma


ferramenta que permite aos usuários executarem avaliações
subjetivas de carga de trabalho em operadores que trabalham com
sistemas de interface homem-máquina.

Veja o procedimento do cálculo. Veja alguns trabalhos que


aplicaram esta técnica. Procure entender a ferramenta.

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TEMPO PADRÃO – TOLERÂNCIA PESSOAL


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Tempo durante o qual o operador atende às suas necessidades


fisiológicas: beber água, ir ao banheiro, lavar as mãos e todas as outras
exigências pessoais.

Limpar os óculos, assoar o nariz, enxugar o suor e outros.

Baseado em estudos em países industrializados, adota-se um coeficiente


de 5% de tolerância pessoal. Em um dia de 8 horas, tem-se 24 minutos de
tolerância.

Tempo padrão = tempo normalizado + tolerâncias

Tolerâncias = total de abonos considerados

55

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Se o tempo padrão estiver folgado, será fácil para o operador atingir o


máximo da tabela de bonificação por prêmio de produção. O contrário
também se aplica!!!!!

O registro dos tempos fará com que a empresa aperfeiçoe as estimativas de


habilidade, esforço e fadiga.

O tempo padrão servirá como informação para diagramas homem-máquina,


cálculo de balanceamentos de linha, cargas de mão de obra etc.

56

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CALCULANDO O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Um operador executa uma operação única, cujos tempos


1.5
cronometrados, em segundos, foram: 32, 30, 28, 25, 37, 33, 29, 30,
36, 26, 30, 32, 29, 34, 28. Estes tempos têm média de 30,60 e
desvio padrão de 3,42. Considere que estes tempos se ajustam a
uma distribuição normal. Considere sempre 2 casas após a
vírgula para este exercício.

a) Considerando uma confiabilidade de 95% (z=1,96) e um erro de 6%, qual é


o seu parecer sobre o tamanho desta amostra? Demonstre sua conclusão.

b) Calcule o tempo padrão deste operador citado, com os tempos fornecidos,


e demonstre passo a passo seu cálculo. Utilize o método que considera a
normalização e as tolerâncias. Considere um nível de esforço BOM (C1) e
uma habilidade EXCELENTE (B2). Considere uma fadiga mental grau médio e
uma fadiga física grau pesado. Não considere mais nenhuma tolerância. Não
há necessidade de nivelamento dos tempos.

57

CALCULANDO O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.5 Respostas:

a) De acordo com a equação, são necessárias 14 amostras (13,31). Assim, a


amostra é suficiente.

b) Normalização: 30,6 * 1,13 = 34,578


Fadiga: 34,578 + (1,8%+7,2%) = 37,69

58

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CALCULANDO O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.6 O posto de trabalho a seguir é formado por uma bancada onde atua
um único funcionário. A saída deste posto de trabalho é uma peça
furada com a gravação de um número nela. Foram definidos 3
elementos de cronometragem.

No primeiro elemento, o funcionário limpa 1 peça e a posiciona na furadeira


automática. No segundo elemento, a furadeira fura as 4 peças
automaticamente (o tempo do funcionário acionar a furadeira foi
desconsiderado, por ser muito pequeno, já que a furadeira já tem a
programação registrada na memória interna). No elemento 3 o funcionário
retira uma peça de cada vez da furadeira e grava um número na peça.

59

CALCULANDO O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Sentido do fluxo do processo


1.6

Elemento 1 Elemento 2 Elemento 3

Limpar 1 Furar as 4 peças Retirar 1 peça da furadeira


peça A e (movimento automática e gravar o
posicioná-la automático) número
na furadeira
automática

123

Bancada
Tempo médio do Tempo médio do Tempo médio do
elemento = 40 s elemento = 120 s elemento = 90 s

60

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CALCULANDO O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.6 Os tempos médios de cada elemento estão na figura. Considere


que estes tempos já foram nivelados. Considere que o funcionário
possui em esforço Normal e uma habilidade Excelente B1.
Considere o trabalho do funcionário com fadiga mental média e
fadiga física muito leve.

a) Qual deve ser o tempo de ciclo padrão considerado por peça furada e
gravada? Demonstre todas as etapas do cálculo do tempo padrão, elemento
por elemento.

61

CALCULANDO O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.6 Antes de apresentar a resposta, vamos entender o ciclo de


produção deste caso.

Elemento 1
4 peças com gravação a cada 640 s
40 s
ou, para efeito de cálculo,
40 s
1 peça com gravação a cada 160 s
40 s Elemento 2
40 s
Elemento 3
120 s
90 s
90 s
90 s
4 peças posicionadas 90 s
na furadeira 4 peças
furadas 4 peças com gravação

62

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CALCULANDO O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.6 Resposta: o cuidado a se ter nesta questão é que o elemento 2 é


automático, não cabendo portanto normalização ou consideração
de fadiga.

Elemento 1:

Média por peça: 40 s


Normalização: 40 x 1,11 = 44,4 s
Fadiga: 44,4 x (1+0,018+0,018) = 45,99 s

Elemento 2:

Média por peça: 120/4 = 30 s


Não há Normalização nem Fadiga

63

CALCULANDO O TEMPO PADRÃO


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.6 Elemento 3:

Média por peça: 90 s


Normalização: 90 * 1,11 = 99,9 s
Fadiga: 99,9 * (1+0,018+0,018) = 103,49 s

Tempo de ciclo padrão por peça = 45,99 + 30 + 103,49 = 179,48 s

64

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MTM – METHODS TIME MEASUREMENT


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Procure conhecer o método chamado MTM. Leia sobre ele na


internet e nos nossos livros de apoio:

• BARNES, R. M. Estudo de Movimentos e de Tempos: Projeto e Medida do Trabalho. Sao


Paulo: Edgard Blucher, 1977. 635 p.

• KRAJEWSKI, L.J.; MALHOTRA, M.K.; RITZMAN, L.P. Administração de produção e


operações, editora Pearson, 11ª Ed. 2017.

65

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Este método possibilita a coleta de dados em tempo menor e a custos


menores do que outros métodos de medida de trabalho. Foi usado pela
primeira vez na indústria têxtil britânica. Em 1940, nos EUA, foi utilizado
com o nome de “relação de esperas”.

Esta técnica, também chamada de “Amostragem do trabalho”, baseia-se na


probabilidade. Uma amostra ocasional, retirada de um grupo maior, tende a
ter distribuição igual ao grupo maior. Se a amostra for suficientemente
grande, as características desta amostra diferirão pouco das do grupo
maior.

Este método consiste em fazer observações em intervalos ocasionais de


um ou mais operadores ou máquinas e registrar quando eles estão inativos
ou trabalhando.

66

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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

No caso da estimativa de ociosidade ou porosidade, este método pode


ajudar a estimar o percentual de fadiga a ser usado no cálculo do tempo
padrão (diminuindo um pouco a subjetividade da determinação de
tolerâncias).

Os passos para executar este método são estes:

1. Definir as atividades a serem observadas.

2. Projetar a forma de observação.

3. Determinar a duração do estudo.

4. Determinar o tamanho inicial da amostra.

67

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

5. Selecionar os momentos das observações de forma aleatória.

6. Determinar a programação da atuação do observador.

7. Observar as atividades e registrar os dados.

8. Decidir se é necessário uma amostragem adicional.

68

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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Este método deve ser aplicado sobre um período de tempo que seja
representativo em condições normais de trabalho, no qual cada atividade
ocorra um número representativo de vezes.
Se a atividade ocorre somente uma vez por semana, o estudo irá se estender
por vários meses. Mas se a atividade ocorre de forma frequente ao longo da
semana, semana após semana ao longo do ano, o estudo irá se estender por
algumas semanas.
O objetivo deste método é obter um estimativa da
proporção do tempo gasto em uma atividade específica
que não difira da proporção verdadeira mais do que um
erro pré-determinado.

p–e≤p≤p+e

p = proporção da amostra (número de ocorrências dividido pelo tamanho da amostra)


e = erro máximo na estimativa

69

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

A técnica de amostragem do trabalho (observações instantâneas) envolve


estimativas de proporção; desta forma utiliza-se a distribuição binomial.
Assim, grandes tamanhos de amostras são necessários.

2
z
n= ( ) . p . (1 – p)
e
n = tamanho da amostra
z = número de desvios padrão necessários para alcançar a confiança
desejada

𝒑. 𝟏 − 𝒑
𝒆 = 𝒛.
𝒏

e = máximo erro

70

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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

A área sobre a curva é a probabilidade do valor da proporção verdadeira (que


nós não sabemos o valor real) estar dentro do intervalo limitado por (p - e) e
(p + e).
71

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Inicialmente, nós devemos “dar um chute” razoável quanto ao valor da


proporção p. Logo depois, devemos usar a equação para determinar o valor
de n. Ao finalizar as observações, devemos registrar o valor de p obtido.
Após, devemos verificar se mais amostras são necessárias.

Ao realizar as observações, faça-as em momentos aleatoriamente


escolhidos. Se por exemplo o funcionário souber que você irá observá-lo
exatamente às 14:35, ele poderá alterar seu comportamento neste horário, e
isto afetará de forma indesejada os resultados. Por isto é importante criar a
programação o observador.

Veremos mais adiante um exemplo de programação do operador.

72

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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1.7 Um hospital deseja estimar o percentual de tempo diário


que as enfermeiras gastam verificando registros de
pacientes no computador. O hospital precisa desta
informação para decidir se investe em uma sistema mais
automatizado para acesso a dados no computador ou não.

A estimativa do hospital é que as enfermeiras gastem 20% do tempo diário


verificando o computador. O hospital quer uma estimativa de proporção de
tempo com uma confiança de 95% e um erro de ± 0,03. Quantas observações
devem ser feitas?

Resposta:
2
z
n= ( ) . p . (1 – p)
e
estimativa

2
n = (1,96 / 0,03) . (0,2) . (0,8) = 683 observações necessárias

73

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

A partir de sua resposta, imagine que o hospital definiu um


funcionário para observar 683 vezes as enfermeiras. Como a
atividade estudada ocorre ao longo do dia e ao longo da semana,
definiu-se 683 horários aleatórios ao longo de uma semana
(programação do observador).

Após as observações, foram contabilizadas 124 observações da atividade


“consultar o computador”. As demais observações realizadas (683-124)
mostrar as enfermeiras realizando outra atividade qualquer.

As observações apontam para um p = 124/683 = 0,181.

Para descobrir se há necessidade de mais amostras, você pode recalcular n


para p = 0,181. Neste caso, n = 633 (que é menor que o número de
observações realizadas). Ou seja, já temos um número suficiente de
observações.

74

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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Como p = 0,181 e e = 0,03, temos que a proporção verdadeira está dentro


do intervalo:

Limite inferior: 0,181 – 0,03 = 0,151


Limite superior: 0,181 + 0,03 = 0,211

Vamos agora para um outro exemplo...

75

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Imagine agora que se queira determinar a porcentagem de


inatividade de uma máquina automática de fazer parafusos, via
método de observações instantâneas. Queremos um nível de
confiança de 95% e um erro máximo de ±0,05. Precisamos definir
o número mínimo de observações necessárias.

Através de um estudo preliminar (neste caso não foi utilizada uma estimativa
prévia de p), observou-se 100 vezes esta máquina, constatando 25
observações de inatividade (p = 0,25).

Perceba que tanto faz p ser relativo à probabilidade


2 de atividade ou inatividade.
n= ( ez ) . p . (1 – p)
Neste caso, N = 289 observações necessárias.

Podemos fazer estas observações em vários dias consecutivos. Ao final do


dia, recomenda-se recalcular n.
76

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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Vamos imaginar uma situação que representa uma realidade


hipotética. A figura a seguir mostra a distribuição do tempo de
trabalho de um funcionário em um posto de trabalho. Este
funcionário foi cronometrado via vídeo durante o dia todo. Cada
quadrado na escala representa o intervalo de 5 minutos.

8:00 9:00 10:00 11:00 12:00


8:05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48

49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96

13:00 14:00 15:00 16:00 17:00

77

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Este funcionário permanece 9 horas na empresa, sendo 1 hora em


parada para almoço, entre às 12:00 e 13:00. Além disto, existem 15
minutos de pausa para descanso de manhã e 15 minutos à tarde
(cor vermelha).

A cor verde representa que o funcionário está no posto de


trabalho, e a cor azul representa que ele está fora do posto de
trabalho.

8:00 9:00 10:00 11:00 12:00


8:05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48

49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96

13:00 14:00 15:00 16:00 17:00

78

Professor Fabiano Leal 39


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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Podemos contabilizar 90 quadrados, já descontando os 6


quadrados vermelhos, nos quais o funcionário está em parada
programada. Destes 90, podemos contabilizar 72 quadrados onde o
funcionário se encontra no posto (80%) e 18 quadrados nos quais o
funcionário não se encontra no posto (20%). Considere este o p
verdadeiro, que só foi obtido graças à filmagem.

Vamos aplicar a técnica das observações e validá-la com os dados reais. A


ideia aqui é verificar se o método poderia ter substituído bem a filmagem de
100% do tempo do funcionário.

Você gostaria de descobrir qual é o percentual de tempo por dia que este
funcionário não se encontra atuando em seu posto de trabalho. Sabemos
que a resposta certa é 20%, graças à filmagem que foi feita. Mas e se não
tivéssemos feito esta filmagem? Como poderíamos descobrir esta
informação via observações instantâneas?

79

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

A partir de agora vamos usar a escala disponibilizada para


representar nosso mundo real, de onde tiraremos as observações.

OBS H aleat MIN aleat SEG aleat Quadrado


1 10 2 18 25
2 9 58 59 Vamos estipular
24 um estudo preliminar com 20
3 12 26 51
4 10 30 26
observações.
31
5 10 33 6 31
6 9 26 19 18
7 15 1 31 No Excel, vamos definir 20 números aleatórios, definindo
73
8 11 19 26 3 colunas de números aleatórios, sendo uma coluna para
40
9 10 49 47 34
10 9 26 31 a hora (“=ALEATÓRIOENTRE(8;16)), uma coluna para o
18
11 13 7 23 minuto (“=ALEATÓRIOENTRE(0;59)) e uma coluna para o
50
12 12 48 29
13 9 17 7 segundo “=ALEATÓRIOENTRE(0;59)). Estes números
16
14 9 27 12 aleatórios representam os momentos exatos em que
18
15 8 12 40 3
16 12 16 12 observaremos o posto de trabalho.
17 11 55 32 48
18 13 43 24 57
19 8 7 23 2
20 13 45 31 58
21 13 54 23 59
80 22 14 13 41 63
23 10 50 50 35
24 8 33 38 7

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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

OBS H aleat MIN aleat SEG aleat Quadrado


1 10 2 18 25
2 9 58 59 24
3 12 26 51
4 10 30 26 31
Se tivéssemos feito 20 observações instantâneas e 5 10 33 6 31
aleatórias ao sistema real, teríamos 4 observações 6
7
9
15
26
1
19
31
18
73
em momentos de pausa programada (vermelho). A 8 11 19 26 40
9 10 49 47 34
pausa programada não nos interessa, pois nestes 10 9 26 31 18
momentos é certeza que o funcionário estará 11 13 7 23 50
12 12 48 29
inativo. 13 9 17 7 16
14 9 27 12 18
15 8 12 40 3
Descartando estas 4 e fazendo outras 4, teríamos 16 12 16 12
concluído que o percentual de ausência do posto 17 11 55 32 48
18 13 43 24 57
de trabalho é de 3/20 (azuis), ou 15%. 19 8 7 23 2
20 13 45 31 58
21 13 54 23 59
22 14 13 41 63
23 10 50 50 35
24 8 33 38 7

81

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Considerando 95% de confiança, um erro de 0,05 e um p de 0,15, temos que


2
z
n= ( ) . p . (1 – p)
e
N = 196

A equação recomenda um total de 196 observações, para garantir esta


confiabilidade e este erro máximo.

82

Professor Fabiano Leal 41


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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Observe agora um modelo de simulação envolvendo a técnica


de observações instantâneas.

Máquina
observada

Observador

83

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

A máquina recebe uma peça a cada 5


minutos em média, seguindo uma
distribuição Exponencial. Serão infinitas
chegadas de peças.

O tempo de ciclo da máquina é em média 3 minutos, com um desvio padrão


de 1 minuto, distribuídos segundo uma Normal.

O círculo ao lado da máquina ficará azul em caso de inatividade, e verde em


caso de atividade. O software Promodel é capaz de registrar o percentual de
inatividade da máquina, através da cronometragem de todos os tempos de
inatividade.

O modelo está programado para simular o papel do observador, que fará


algumas observações para registrar a inatividade da máquina, seguindo o
método das observações instantâneas.

84

Professor Fabiano Leal 42


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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Cada observação realizada será


registrada no display “Número de
observações”.

Cada observação que confirmar a


inatividade será registrada no
display “Número de inatividades
observadas”.

O cálculo do percentual de inatividade (valor de p) será registrado no display


“Percentual de inatividade”.

Vamos observar alguns cenários diferentes...

85

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Cenário 1: 50 observações (estudo preliminar), com intervalo


entre observações seguindo uma distribuição
uniforme, de 5 minutos a 30 minutos.

Isto significa que o menor intervalo entre uma observação e outra será de 5
minutos, e o maior intervalo entre uma observação e outra será de 30
minutos.

Respeitado estes limites, o software sorteará um intervalo de tempo entre


cada observação, com igual probabilidade de sorteio (distribuição uniforme)
de valores entre 5 e 30 minutos.

86

Professor Fabiano Leal 43


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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Cenário 1:

Simulação...

- As 50 observações foram feitas com aproximadamente 16 horas de


operação.
- Pelo método de observações instantâneas, tivemos um p de 50%. Porém, a
inatividade real contabilizada (em 1000 horas de produção) foi de 62,11%.

62,11%

87

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Considerando 95% de confiança, um erro de 0,05 e um p de 0,50


temos que:
2
z
n= ( ) . p . (1 – p)
e
n = 385

Cenário 2:
385 observações, com intervalo entre observações seguindo
uma distribuição uniforme, de 5 minutos a 30 minutos.

Simulação...

- As 385 observações foram feitas com aprox. 115 horas de operação.


- Pelo método de observações instantâneas, tivemos um p de 60,52%.
Porém, a inatividade real contabilizada (em 1000 horas de produção) foi de
62,13%.

88

Professor Fabiano Leal 44


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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

O gráfico abaixo mostra o resultado da variável “Percentual de


inatividade”, pelo método das observações instantâneas. As 385
observações foram feitas em aproximadamente 115 horas (4,79
dias de 24h).

89

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Perceba as semelhanças entre os resultados do método de


observações instantâneas (gráfico à esquerda) e os resultados da
cronometragem de 100% dos tempos de inatividade (gráfico à
direita).

90

Professor Fabiano Leal 45


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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Vamos estimar o valor de p a partir das 385 observações


realizadas. Começaremos pelo erro:

𝒑. 𝟏 − 𝒑
𝒆 = 𝒛. e = 4,99%
𝒏

Assim, estimamos um p com valor entre (60,52 - 4,99; 60,52 + 4,99), ou seja:
(55,53; 65,51). Sabemos que o valor considerado real é de 62,13%.

Vamos agora tentar uma estimativa mais precisa, com erro de apenas 2%.
Voltemos agora no p estimado após 50 observações, de 50%.

2
z
n= ( ) . p . (1 – p)
e
n = 2401 Cenário 3

91

MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

Cenário 3

2401 observações em 704 horas de operação.

𝒑. 𝟏 − 𝒑 e = 2,0%
𝒆 = 𝒛.
𝒏 p = 63,43
p = (61,43; 65,43)

92

Professor Fabiano Leal 46


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MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS


1 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

1. O observador deve conhecer bem a área e as funções do pessoal a ser


observado;

2. As observações devem ser feitas de forma aleatória;

3. As observações deverão ser feitas com intervalos mínimos. Quanto


maior o número de observações, mais correta é a amostragem;

4. Os gerentes devem ser informados da razão da amostragem e também


participar ativamente da mesma;

5. Os resultados devem ser discutidos e decidida qual a ação adequada


para cada problema

93

CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO

94

Professor Fabiano Leal 47

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