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UNIFAVELA - SEMEANDO O ENSINO POPULAR

EDUCADOR: TIAGO – tiagobetel@gmail.com

Aula #1: As Funções da Linguagem

Nesta primeira aula, falaremos sobre um tema importantíssimo e muito relevante para os
principais vestibulares do país: as famosas Funções da Linguagem. Antes de tratarmos
especificamente delas, é necessário pontuar algumas conceituações sobre o tema.
Primeiro: para falar de Funções da Linguagem, precisamos assimilar a chamada Teoria da
Comunicação. Em suma – e sem entrar nos seus pormenores – essa teoria considera que,
em todo processo comunicativo (isto é, em toda mensagem), existe uma predominância no
que diz respeito ao objetivo dos enunciados. Basicamente, todo enunciado tem,
predominantemente, uma finalidade específica.
A partir desse termo (finalidade), é que podemos pensar como a palavra Função precisa ser
concebida nesta aula, ou seja, para que “serve” a linguagem? Veremos que a linguagem
pode ser usada com diferentes “serventias” e, por conta disso, diferentes predominâncias.
Ainda precisamos falar de outra coisa antes de nos debruçarmos diretamente sobre o tema
da aula de hoje: os Elementos da Comunicação. Eles são fundamentais para a compreensão
desta matéria, mas vocês vão ver como não é difícil compreendê-los.

Os Elementos da comunicação
Vejamos: para que haja comunicação, o que é necessário? A primeira coisa que poderá nos
vir à mente é: pessoas que se comuniquem. Sim, e a essas chamaremos de Emissor e
Receptor. Naturalmente, numa comunicação dinâmica, esses papéis irão se alternar. Mas
aqui estamos falando de um enunciado específico.
E é exatamente no enunciado que encontramos mais um elemento da comunicação. A ele,
daremos o nome de Mensagem, isto é, Mensagem, a grosso modo, é qualquer ideia (verbal
ou não) que parte do Emissor e chega ao Receptor.
Para chegar ao Receptor, a Mensagem precisa de um meio pelo qual transita. Esse meio
pode ser físico ou virtual. Estamos falando do elemento Canal - e seus exemplos são
diversos: em se tratando de uma conversa oral e presencial, são as ondas sonoras; num
texto escrito, o papel; etc. Precisamos verificar as circunstâncias de cada processo
comunicativo, para descobrir por qual Canal determinado enunciado está sendo
transmitido.
Além desses, para que a comunicação se efetive, é necessário que Receptor compreenda a
Mensagem do Emissor. Para tal, o Emissor precisa utilizar uma linguagem que seja de
conhecimento do Receptor. Chama-se Código a convenção linguística utilizada no
enunciado. No nosso caso, na maioria das vezes, o Código virá a ser a Língua Portuguesa,
mas isso não é regra. Ele pode se dar em outras línguas, em imagens, sinais e até mesmo
através de uma comunicação padronizada e restrita a Emissor e Receptor.
Por fim, chegamos ao último elemento: o Contexto. O significado da palavra já resume bem
a forma como deve ser considerada neste tema. Contexto aqui são as condições de espaço,
tempo e circunstâncias diversas em que mensagem é produzida. Basicamente, tudo faz
parte do Contexto: os outros elementos da comunicação, o conhecimento de mundo do
Emissor e do Receptor etc.
Resumindo e exemplificando: nesta Mensagem, eu (Tiago) sou o Emissor. O Receptor é
você, leitor deste texto. O Canal pode variar: o papel no caso de impressão, meios digitas
caso a leitura se faça por celular, computador etc. Até mesmo as ondas sonoras, no caso de
uma leitura em voz alta. O Código é, obviamente, a Língua Portuguesa. O Contexto, falando
especificamente, é a nossa aula de Português, o Pré-Vestibular do Unifavela e tudo correlato
a isso. Mas por Contexto também se compreende tudo que nos circunda neste momento:
desde o planeta Terra, partindo do geral, chegando à nossa sala de aula, na Nova Holanda.
Incluem-se também aquilo que temos em comum e o quanto sabemos um do outro.
Observação: Consideramos Contexto Linguístico tudo aquilo que é informado anteriormente
a determinado enunciado. Exemplo, considerem os seguintes enunciados:
1: O Bruno não veio hoje. 2: Ele disse que precisou ficar com o filho.
Um Receptor que receba somente o enunciado 2 não poderá compreender de quem se está
falando. Logo, não entenderá a Mensagem integralmente. Isso ocorrerá porque ele não
estará inteirado quanto ao que chamamos de Contexto Linguístico, isto é, as circunstâncias
que foram transmitidas através de enunciados anteriores.

Esquematizando:

Pois bem, já compreendemos as conceituações necessárias, já conhecemos os Elementos da


Comunicação. Agora, enfim, vamos conhecer as Funções da Linguagem.

Funções da Linguagem
Foi necessário falarmos dos Elementos da Comunicação por um motivo essencial: as
Funções da Linguagem se apoiam em cada um deles. Quero dizer: cada Função da
Linguagem consiste numa predominância, em determinado enunciado, do enfoque sobre
algum Elemento da Comunicação. A compreensão ficará mais clara com os exemplos. Então
vamos a elas:

Função Emotiva
Chamada também de Função Expressiva e centrada no Emissor, Emotiva é a função que
predominantemente buscará exprimir toda a subjetividade deste. Emoções, opiniões,
marcas de sua personalidade etc. A presença da primeira pessoa (pronomes e verbos), de
exclamações, interjeições e modalizações pode ser um ótimo indício de que estamos diante
dela. Exemplo:
“Eu vim pelo que sei
E, pelo que sei,
Você gosta de mim...” (Ana Carolina).

Função Conativa
Chamada também de Função Apelativa e centrada no Receptor, a Função Conativa é aquela
pela qual a Mensagem procura influenciar no comportamento do Receptor, ou seja, fazer
com que ele se adeque a determinada ideia - e em determinado contexto – através da
persuasão da Mensagem que lhe é dirigida. Marcas bastante presentes dessa função são a
presença da segunda pessoa (pronomes e verbos), o modo verbal imperativo e a presença
do termo da oração vocativo. Exemplos típicos, obviamente, são as propagandas.

Mas não somente propagandas:

“Você merece, você merece


Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba e amanhã, seu Zé,
Se acabarem teu carnaval?”
(Gonzaguinha)
Função Fática
Centrada no Canal – vale dizer – no contato entre Emissor e Receptor, a Função Fática é
aquela que procura testar o canal de comunicação ou estabelecer, iniciar ou finalizar um
processo comunicativo. Aí se encaixam o “alô” ao telefone, o “né” e o “entendeu”
enunciado em meio a uma fala e, até mesmo, as falas de exigência social, pelas quais nada
se diz efetivamente e que pretendem iniciar uma fala ou estabelecer uma relação social
transitória e breve entre Emissor e Receptor. Exemplos:

“Alô, alô, marciano


Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra” (Rita Lee / Roberto de Carvalho).

Função Metalinguística
Centrada no Código, a Função Metalinguística consiste em uma espécie de autorreferência.
Explico: isso se dará quando o código utilizado no processo comunicativo (língua
portuguesa, imagem, sinal etc) designar o próprio código. Todas as nossas aulas de Língua
Portuguesa, por exemplo, irão recair na predominância desta função, visto que estaremos
nos valendo desta língua para descrever, refletir e explicar a mesma. Exemplos:

“Mas pra fazer um samba com beleza


É preciso um bocado de tristeza” (Vinícius
de Moraes e Toquinho)
Função Referencial
Também chamada de Função Denotativa e centrada no Contexto (ou referente), a Função
referencial relaciona temas de interesse comum entre os participantes da comunicação, em
razão de ter enfoque no contexto que esses compartilham. Uma transmissão objetiva de
informações estará predominantemente debruçada sobre esta função da linguagem.
Imaginem que eu precise dar um aviso sobre a grade horária do Unifavela. Minha
comunicação, consequentemente, estará centrada num contexto que ambos
compartilhamos, em interesses que temos em comum. Exemplos:

“A cada quatro horas, um jovem negro


morre violentamente em São Paulo.”
(Racionais MC´s)

Função Poética
E, por fim, centrada da Mensagem, temos a Função Poética, que está ligada a um processo
de criatividade e estilística. Através desta função, procura-se chamar atenção para o que é
dito, valendo-se prioritariamente da forma como se diz. Um jogo de palavras, uma rima,
uma inversão sintática, entre outros recursos, e muito provavelmente estaremos diante da
Função Poética. Por consequência, as poesias e poemas – haverá exceções -
predominantemente estarão amparadas sob esta função. Mas isso não é uma exclusividade.

“Apaixonada,
saquei minha arma,
minha alma,
minha calma,
só você não sacou nada.” (Ana Cristina
César)
Atenção:
Vamos aproveitar o ensejo desse último exemplo (o anúncio dO Boticário) para fazer uma
importante observação. Embora quase sempre seja possível identificar a predominância de
determinada Função da Linguagem em um enunciado, precisamos estar atentos quanto aos
diversos aspectos sobre os quais um texto (verbal ou não) se constrói.
Vejamos: o anúncio se vale de um jogo de palavras (Função Poética) para dar expressividade
ao que é veiculado e assim, como toda propaganda, influenciar no comportamento do leitor
(Função Conativa).
Poderíamos, sim, classificar a predominância deste texto a partir da sua finalidade. Logo,
iremos dizer que predomina a Função Conativa. Mas a forma como iremos nos debruçar
sobre qualquer texto precisa ser plena e autônoma. Assim, tudo vai depender de como
estará o comando do enunciado das questões com as quais nos depararmos. Nesse
exemplo, uma questão poderia aludir à função sobre a qual apoia o anúncio para dar
expressividade à propaganda, e não necessariamente à sua finalidade.
Após o domínio do conteúdo, vem a parte mais importante: sermos críticos, analíticos e
termos autonomia para fazer diferentes reflexões sobre a Linguagem.

Nossa aula termina aqui. No decorrer do ano, iremos sempre retornar a este assunto com a
resolução de questões de vestibular. Em caso de qualquer dúvida, vocês têm o meu suporte
no e-mail e através do WhatsApp.

Questões de Vestibular

O exercício da crônica
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de
um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar
dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele
diante de sua máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato
qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as
suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o
recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de
repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela
concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já
bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas.
São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

Questão 01 – Enem 2014


Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui
A) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
B) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
C) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
D) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
E) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.

Desabafo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não
dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz
acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária
eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou
zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).

Questão 02 – Enem 2012


Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem,
com o predomínio, entretanto, de uma sobre outras. No fragmento da crônica Desabafo, a
função da linguagem predominante e a emotiva ou expressiva, pois
A) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
B) a atitude do enunciador se sobrepõe aquilo que está sendo dito.
C) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
D) o referente e o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
E) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.

A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em
unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até
um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos
dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Questão 03 - Enem 2010


Predomina no texto a função da linguagem
A) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.
B) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.
C) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.
D) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
E) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.

Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas,


O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses


E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
(BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Jose Aguilar, 1967.)

Questão 04 - Enem 2009


Predomina no texto a função da linguagem
A) fática, porque o autor procura testar o canal de comunicação.
B) metalinguística, porque há explicação do significado das expressões.
C) conativa, uma vez que o leitor e provocado a participar de uma ação.
D) referencial, já que são apresentadas informações sobre acontecimentos e fatos reais.
E) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e artística da estrutura do
texto.

14 coisas que você não deve jogar na privada


Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina o ambiente e os animais.
Também deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem
causar entupimentos:
• cotonete e fio dental;
• medicamento e preservativo;
• óleo de cozinha;
• ponta de cigarro;
• poeira de varrição de casa;
• fio de cabelo e pelo de animais;
• tinta que não seja à base de água;
• querosene, gasolina, solvente, tiner.
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo de cozinha, medicamento e
tinta, podem ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a destinação final
adequada.
(MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado).)

Questão 05 - Enem 2015


O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco no interlocutor, que
caracteriza a função conativa da linguagem, predomina também nele a função referencial,
que busca
A) despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza, induzindo-o a ter atitudes
responsáveis que beneficiarão a sustentabilidade do planeta.
B) informar o leitor sobre as consequências da destinação inadequada do lixo, orientando-o
sobre como fazer o correto descarte de alguns dejetos.
C) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mostrando exemplos de atitudes
sustentáveis do autor do texto em relação ao planeta.
D) estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando certificar-se de que a mensagem
sobre ações de sustentabilidade está sendo compreendida.
E) explorar o uso da linguagem, conceituando detalhadamente os termos utilizados de
forma a proporcionar melhor compreensão do texto.

TEXTO I
Seis estados zeram fila de espera para transplante da córnea
Seis estados brasileiros aproveitaram o aumento no número de doadores e de transplantes
feitos no primeiro semestre de 2012 no país e entraram para uma lista privilegiada: a de não
ter mais pacientes esperando por uma córnea.
Até julho desse ano, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte e
São Paulo eliminaram a lista de espera no transplante de córneas, de acordo com balanço
divulgado pelo Ministério da Saúde, no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Em
2011, só São Paulo e Rio Grande do Norte conseguiram zerar essa fila.
TEXTO II

Questão 06 - Enem 2014


A notícia e o cartaz abordam a questão da doação de órgãos. Ao relacionar os dois textos,
observa-se que o cartaz é
A) contraditório, pois a notícia informa que o país superou a necessidade de doação de
órgãos.
B) complementar, pois a notícia diz que a doação de órgãos cresceu e o cartaz solicita
doações.
C) redundante, pois a notícia e o cartaz têm a intenção de influenciar as pessoas a doarem
seus órgãos.
D) indispensável, pois a notícia fica incompleta sem o cartaz, que apela para a sensibilidade
das pessoas.
E) discordante, pois ambos os textos apresentam posições distintas sobre a necessidade de
doação de órgãos.

Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos.


Revista Época. Nº 424, 03 de jul. 2006.
Questão 07 – Enem 2010
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo
configurações específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o
texto publicitário, seu objetivo básico é
A) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao
consumo.
B) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.
C) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder
aquisitivo.
D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente
desfavorecidas.
E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais
moderna.

É água que não acaba mais


Dados preliminares divulgados por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA)
apontaram o Aquífero Alter do Chão como o maior depósito de água potável do planeta.
Com volume estimado em 86 000 quilômetros cúbicos de água doce, a reserva subterrânea
está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá. “Essa quantidade de água seria
suficiente para abastecer a população mundial durante 500 anos”, diz Milton Matta,
geólogo da UFPA. Em termos comparativos, Alter do Chão tem quase o dobro do volume de
água do Aquífero Guarani (com 45 000 quilômetros cúbicos). Até então, Guarani era a maior
reserva subterrânea do mundo, distribuída por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
(Época. N.º 623, 26 abr. 2010.)
Questão 08 - Enem 2011
Essa notícia, publicada em uma revista de grande circulação, apresenta resultados de uma
pesquisa científica realizada por uma universidade brasileira. Nessa situação específica de
comunicação, a função referencial da linguagem predomina, porque o autor do texto
prioriza
A) as suas opiniões, baseadas em fatos.
B) os aspectos objetivos e precisos.
C) os elementos de persuasão do leitor.
D) os elementos estéticos na construção do texto.
E) os aspectos subjetivos da mencionada pesquisa.

Pequeno concerto que virou canção


Não, não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
(VANDRÉ, G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br
Acesso em: 29 jun. 2011.)

Questão 09 - Enem 2011


Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, que
é percebida na elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de combinações
sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se, também, a presença
marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor
A) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos.
B) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção.
C) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento.
D) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção.
E) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.
Quadrinho quadrado

XAVIER, C. Disponível em: www.releituras.com: Acesso em: 24 abr. 2010.

Questão 10 - Enem 2013


Os objetivos que motivam os seres humanos a estabelecer comunicação determinam, em
uma situação de interlocução, o predomínio de uma ou de outra função de linguagem.
Nesse texto, predomina a função que se caracteriza por
A) tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se tomarem certas medidas para a
elaboração de um livro.
B) enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta para sua obra seus sonhos e
histórias.
C) apontar para o estabelecimento de interlocução de modo superficial e automático, entre
o leitor e o livro.
D) fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios que estruturam a forma e o
conteúdo de um livro.
E) retratar as etapas do processo de produção de um livro, as quais antecedem o contato
entre leitor e obra.

Lusofonia

rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.

Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada


no café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar o
atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo
sem pensar em áfrica, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga do
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma
rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.
JÚDICE, N. Materia do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

Questão 11 – Enem 2013


O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico
justifica-se pela
A) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.
B) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX.
C) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.
D) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.
E) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser
reconhecida.

Questão 12 – Enem PPL 2015


Nesse texto, o autor remonta às origens da expressão “perder a tramontana”. Ao tratar do
significado dessa expressão, utilizando a função referencial da linguagem, o autor busca:
A) apresentar seus indícios subjetivos.
B) convencer o leitor a utilizá-la.
C) expor dados reais de seu emprego.
D) explorar sua dimensão estética.
E) criticar sua origem conceitual.

Questão 13 – Enem PPL 2015


A notícia é um gênero textual em que predomina a função referencial da linguagem. No
texto, essa predominância evidencia-se pelo(a)
A) recorrência de verbos no presente para convencer o leitor.
B) uso da impessoalidade para assegurar a objetividade da informação.
C) questionamento do código linguístico na construção da notícia.
D) utilização de expressões úteis que mantêm aberto o canal de comunicação com o leitor.
E) emprego dos sinais de pontuação para expressar as emoções do autor.

Questão 14 – Enem PPL 2014


No texto de Leminski, a linguagem produz efeitos sonoros e jogos de imagens. Esses jogos
caracterizam a função poética da linguagem, pois
A) objetivam convencer o leitor a praticar uma determinada ação.
B) transmitem informações, visando levar o leitor a adotar um determinado
comportamento.
C) visam provocar ruídos para chamar a atenção do leitor.
D) apresentam uma discussão sobre a própria linguagem, explicando o sentido das palavras.
E) representam um uso artístico da linguagem, com o objetivo de provocar prazer estético
no leitor.
Questão 15 – Enem PPL 2014
Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das
funções da linguagem, identificada como
A) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa
para explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.
B) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz
respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.
C) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o
leitor, por isso o emprego dos termos “sabe-se lá” e “torne- se hipotrélico”.
D) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em
prosa, por isso o emprego de “hipotrélico”.
E) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso
do advérbio de dúvida “talvez”.

Questão 16 - Uemg 2014


O poema explora os seguintes recursos literários:
A) metalinguagem, polissíndeto, metáfora e paradoxo.
B) metalinguagem, trocadilho, metáfora e paradoxo.
C) ironia, trocadilho, comparação e metonímia.
D) ironia, polissíndeto, comparação e metonímia.

Um anúncio publicitário articula texto verbal e visual a um conjunto de valores expressos


por essa composição. O cartaz abaixo foi divulgado pelo Tribunal de Justiça do Maranhão
para a companha do combate às drogas.
Questão 17 – Uema 2015
No slogam “Jogue contra as drogas. Entre neste time. Você também é responsável”,
predomina a função de linguagem
A) metalinguística, por se direcionar ao próprio código.
B) fática, por se centrar no contato entre o locutor e o interlocutor.
C) referencial, por se tratar de uma mensagem essencialmente informativa.
D) emotiva, por expressar visão de mundo centrada no locutor do anúncio.
E) conativa, por tentar persuadir o destinatário.

Questão 18 – Upe 2014


Com base nos textos 1 e 2, analise as afirmativas a seguir:
I – A linguagem literária é predominantemente referencial, visto que é de natureza
complexa e ambivalente.
II – A denotação está presente no texto 1, pois as palavras possuem sentidos mais precisos.
III – O texto 1 é polissêmico por ser literário e passível de provocar interpretações
diferenciadas.
IV – A expressão “... celebrar nossa justiça...” é produzida com ironia pelo
eu lírico.
V – A sigla PEC 300, utilizada no texto 2, possui sentido figurado e gera dubiedade na
compreensão.

Questão 19 - Enem 2010 (2ª aplicação)


Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o compromisso dos dirigentes e de
todos os componentes com a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Uma das
diferenças que se estabelece entre os textos é que
A) o artigo jornalístico cumpre a função de transmitir emoções e sensações, mais do que a
letra de música.
B) a letra de música privilegia a função social de comunicar a seu público a crítica em relação
ao samba e aos sambistas.
C) a linguagem poética, no Texto I, valoriza imagens metafóricas e a própria escola,
enquanto a linguagem, no texto II, cumpre a função de informar e envolver o leitor.
D) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o Texto I acende a rivalidade entre
escolas de samba, enquanto o Texto II é neutro.
E) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira, enquanto o Texto II destaca o trabalho
na escola de samba.
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do
texto, ser capaz de nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria
vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não
prevista.
LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.

Questão 20 - Enem 2016


Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos,
valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o
texto:
a) ressaltar a importância da intertextualidade.
b) propor leituras diferentes das previsíveis.
c) apresentar o ponto de vista da autora.
d) discorrer sobre o ato de leitura.
e) focar a participação do leitor.

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