Você está na página 1de 231

 

Laboratório Nacional
de Engenharia Civil

PROGRAMA HABITACIONAL

Edifício

Lisboa, 1999

João Branco Pedro


Arquitecto, Estagiário de Investigação
do Departamento de Edifícios

ICT
INFORMAÇÃO TÉCNICA
ARQUITECTURA
ITA 6
P R O G R A M A H A B I T A C I O N A L

EDIFÍCIO

RESUMO

Neste documento apresenta-se o programa de qualidade arquitectónica


habitacional aplicável ao nível físico do Edifício. No programa são definidas as
exigências relativas à agradabilidade, segurança, adequação espacio-funcional,
articulação, personalização e economia.

O programa habitacional foi elaborado com base numa extensa revisão dos
conhecimentos, que incluiu o resumo e harmonização das disposições
regulamentares e normativas aplicáveis em Portugal, e a síntese das
especificações de qualidade apresentadas por diversos autores nacionais e
estrangeiros.

O documento inclui os seguintes capítulos:

1) apresentação do conteúdo, interesse, limitações, metodologia e estrutura


do programa habitacional;

2) caracterização geral do edifício habitacional quanto aos espaços que o


compõem, aos critérios de classificação em tipologias, e aos tipos mais
frequentes;

3) apresentação das exigências de qualidade que devem ser seguidas na


concepção, análise e avaliação de edifícios habitacionais no seu conjunto;

4) apresentação das exigências de qualidade que devem ser seguidas na


concepção, análise e avaliação dos espaços que constituem os edifícios
habitacionais;

5) apresentação de modelos de espaços comuns e de edifícios habitacionais,


exemplificativos da aplicação do programa proposto às tipologias mais
frequentes.
H O U S I N G P R O G R A M M E

BUILDING

SUMMARY
This document presents the housing programme applicable to the building. In the program,
the architectural quality requirements are defined in terms of comfort, safety, space-
functional adequacy, articulation, personalisation and economy.

The housing programme was based on a comprehensive revision of the state of the art,
which included the summary and harmonisation of Portuguese standards and regulations,
and the synthesis of quality requirements presented by portuguese and foreign authors.

The document includes the following chapters:

1) presentation of the content, interest, limitations, methodology and structure of the


housing programme;

2) general characterisation of the housing building as regards the spaces forming it, the
criteria of classification in types and the most current types;

3) presentation of the quality requirements that should be followed in the design,


analysis and evaluation of housing buildings;
4) presentation of the quality requirements that should be followed in the design,
analysis and evaluation of each space of housing buildings;

5) presentation of buildings models that illustrate the application of the programme to


the most frequent type solutions.

P R O G R A M M E D U L O G E M E N T

BÂTIMENT

RESUMÉ
Ce document présente le programme du logement applicable au bâtiment. Le programme
définit les exigences de qualité architecturale, en ce qui concerne la possibilité de
satisfaction, la sécurité, l'adéquation à l'espace et au fonctionnement, l'articulation, la
personnalisation et l'économie.

Le programme du logement a été préparé ayant comme base une révision intensive des
connaissances. Il comprend le résumé et l'harmonisation des règlements et des normes
applicables au Portugal, ainsi que la synthèse des spécifications de qualité présentées par
plusieurs auteurs portugais et étrangers.

Le document contient les chapitres suivants:

1) présentation du contenu, de l'intérêt, des limitations, de la méthodologie et de la


structure du programme de logement;

2) caractérisation générale du bâtiment d'habitation par rapport à ses espaces, aux


critères de classification en types, et aux types les plus courants;
3) présentation des exigences de qualité qui devront être suivies lors de la conception,
de l'analyse et l'évaluation des bâtiments d'habitation;

4) présentation des exigences de qualité qui doivent être suivies lors de la conception,
de l'analyse et l'évaluation d'espaces formant les bâtiments d'habitation;
5) présentation de modèles de bâtiments, exemplifiant l'application du programme aux
typologies les plus courantes.

II
P R O G R A M A H A B I T A C I O N A L

EDIFÍCIO

PREÂMBULO

Com vista a contribuir para uma melhor programação e concepção de novas


habitações, e uma análise e avaliação mais objectiva de habitações construídas
ou em projecto, foi realizado um estudo em que se definiu um programa
habitacional, ajustado à situação portuguesa contemporânea, que resume um
conjunto de exigências de qualidade arquitectónica.

O programa habitacional proposto é apresentado em quatro publicações do


LNEC, integradas na colecção Informação Técnica Arquitectura (ITA), relativas
aos níveis físicos dos Espaços e compartimentos, da Habitação, do Edifício e da
Vizinhança próxima.

O estudo foi desenvolvido no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC),


no âmbito da tese de doutoramento na Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto intitulada "Definição e Avaliação da Qualidade
Arquitectónica Habitacional".

A realização deste estudo foi possível graças ao apoio do Laboratório Nacional


de Engenharia Civil, que proporcionou o enquadramento científico e técnico, e
ao Programa PRAXIS XXI, que concedeu parte do apoio financeiro, através de
uma Bolsa de Doutoramento (BD/3536/94) e de um Projecto de Investigação
Científica (PRAXIS/2/2.1/CSH/844/95).

Ao Arq.o Reis Cabrita, deve-se a orientação e o incentivo para a realização do


estudo e, no desenvolvimento deste, deve salientar-se o grande apoio e
acompanhamento do Arq.o Baptista Coelho.

III
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 1
CONTEÚDO ............................................................................................................................................................. 1
INTERESSE.............................................................................................................................................................. 1
LIMITAÇÕES ............................................................................................................................................................ 1
PARÂMETROS DE DEFINIÇÃO .................................................................................................................................... 2
MÉTODO DE DEFINIÇÃO ........................................................................................................................................... 5
FORMA DE APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................... 5

1. DADOS DE PROGRAMA...................................................................................................................................... 9
1.1 ESPAÇOS DO EDIFÍCIO .................................................................................................................................... 9
1.2 TIPOLOGIAS E TIPOS DE EDIFÍCIOS ................................................................................................................ 12

2. EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO................................................................................ 27


2.1 AGRADABILIDADE......................................................................................................................................... 28
2.2 SEGURANÇA ................................................................................................................................................ 30
2.3 ADEQUAÇÃO ESPACIO-FUNCIONAL ................................................................................................................ 33
2.4 ARTICULAÇÃO.............................................................................................................................................. 39
2.5 PERSONALIZAÇÃO ........................................................................................................................................ 41
2.6 ECONOMIA .................................................................................................................................................. 43

3. EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO ..................................................... 49


3.1 ESPAÇOS DE USO COMUM ............................................................................................................................ 51
3.2 ESPAÇOS PARA SERVIÇOS COMUNS .............................................................................................................. 79
3.3 ESPAÇOS PARA SERVIÇOS TÉCNICOS ............................................................................................................ 84
3.4 FOGOS ........................................................................................................................................................ 86
3.5 DEPENDÊNCIAS DOS FOGOS ......................................................................................................................... 88
3.6 ESPAÇOS NÃO HABITACIONAIS ...................................................................................................................... 91

4. MODELOS DE EDIFÍCIOS ................................................................................................................................. 97


4.1 REGRAS DE COMPOSIÇÃO............................................................................................................................. 97
4.2 DESCRIÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS MODELOS................................................................................................ 99
4.3 ANÁLISE DE MODELOS ................................................................................................................................ 185

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................................................... 187

GLOSSÁRIO .............................................................................................................................................................. 193

ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS.............................................................................................................................. 199

ANEXO 1 QUADRO RESUMO DE ÁREAS DE HABITAÇÕES .................................................................................. 201

ANEXO 2 MODELOS DE HABITAÇÕES ................................................................................................................. 203

V
VI
ÍNDICE DETALHADO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 1
CONTEÚDO.......................................................................................................................................................................1
INTERESSE .......................................................................................................................................................................1
LIMITAÇÕES .....................................................................................................................................................................2
PARÂMETROS DE DEFINIÇÃO ............................................................................................................................................2
Campo de aplicação ............................................................................................................................................2
Níveis de qualidade..............................................................................................................................................3
Divisão entre edifício no seu conjunto e espaços constituintes do edifício.......................................................3
Exigências de desempenho da habitação ..........................................................................................................3
METODOLOGIA DE DEFINIÇÃO ..........................................................................................................................................5
FORMA DE APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................................5

1. DADOS DE PROGRAMA ..............................................................................................................................................9


1.1 ESPAÇOS DO EDIFÍCIO ............................................................................................................................................9
1.1.1 Classificação de espaços .......................................................................................................................9
1.1.2 Classificação de funções e actividades ...............................................................................................11
1.2 TIPOLOGIAS E TIPOS DE EDIFÍCIOS........................................................................................................................12
1.2.1 Classificação programática...................................................................................................................12
1.2.1.1 Critérios de classificação programática ...............................................................................12
1.2.1.2 Descrição de tipologias programáticas................................................................................13
Número de habitações englobadas no edifício ...................................................................13
1.2.2 Classificação morfológica .....................................................................................................................15
1.2.2.1 Critérios de classificação morfológica .................................................................................15
1.2.2.2 Descrição de tipologias morfológicas..................................................................................16
Forma de agrupamento de edifícios.....................................................................................16
Número de pisos ...................................................................................................................18
Tipo de acesso dominante....................................................................................................20

2. EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO .....................................................................................27


2.1 AGRADABILIDADE .................................................................................................................................................28
2.1.1 Conforto acústico ..................................................................................................................................28
2.1.2 Conforto visual.......................................................................................................................................28
2.1.3 Qualidade do ar.....................................................................................................................................29
2.1.4 Conforto higrotérmico ...........................................................................................................................29
2.2 SEGURANÇA .........................................................................................................................................................30
2.2.1 Segurança no uso normal ....................................................................................................................30
2.2.2 Segurança contra incêndio...................................................................................................................31
2.2.3 Segurança contra a intrusão.................................................................................................................32
2.3 ADEQUAÇÃO ESPACIO-FUNCIONAL .......................................................................................................................33
2.3.1 Capacidade – Programa de espaços ...................................................................................................33

VII
2.3.2 Espaciosidade – Área ...........................................................................................................................34
2.3.2.1 Área bruta do edifício ............................................................................................................34
Área bruta de espaços comuns ............................................................................................34
Espaços individuais...............................................................................................................35
Espaços de uso não habitacional.........................................................................................35
2.3.2.2 Índices de área......................................................................................................................36
Índice entre área bruta dos espaços comuns e área bruta dos espaços
individuais do edifício ...........................................................................................................36
Índice de utilização do lote ...................................................................................................36
Índice de ocupação do lote..................................................................................................36
Índice de tolerância...............................................................................................................37
2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ..................................................................................................................37
2.3.3.1 Dimensão do edifício no seu conjunto .................................................................................37
2.3.4 Funcionalidade......................................................................................................................................38
2.4 ARTICULAÇÃO ......................................................................................................................................................39
2.4.1 Privacidade ............................................................................................................................................39
2.4.2 Acessibilidade .......................................................................................................................................39
2.5 PERSONALIZAÇÃO ................................................................................................................................................41
2.5.1 Apropriação ...........................................................................................................................................41
2.5.2 Adaptabilidade ......................................................................................................................................42
2.6 ECONOMIA ...........................................................................................................................................................43
2.6.1 Custo de construção.............................................................................................................................43
Relação entre o volume interno e a superfície envolvente...................................................................43
Relação entre os perímetros de fachada e de empena .......................................................................43
Relação entre o modo de agrupamento de fogos e a extensão de canalizações...............................43
Relação entre as características dos edifícios e as instalações técnicas suplementares ..................43
Modulação, normalização e optimização de dimensões e de componentes da
construção .............................................................................................................................................43
Número de pisos ...................................................................................................................................44
Relação entre o tipo de comunicação horizontal comum e o número de habitações por
piso ........................................................................................................................................................45
2.6.2 Custo de exploração .............................................................................................................................46
2.6.3 Custo de manutenção...........................................................................................................................47

3. EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO.........................................................49


3.1 ESPAÇOS DE USO COMUM ....................................................................................................................................51
3.1.1 Átrio comum ..........................................................................................................................................51
3.1.1.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................51
3.1.1.2 Dimensionamento .................................................................................................................51
3.1.1.3 Articulação.............................................................................................................................52
3.1.1.4 Agradabilidade ......................................................................................................................53
3.1.2 Comunicações verticais – Escadas comuns........................................................................................54
3.1.2.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................54
3.1.2.2 Dimensionamento .................................................................................................................55
3.1.2.3 Articulação.............................................................................................................................56

VIII
3.1.2.4 Agradabilidade ......................................................................................................................58
3.1.3 Comunicações verticais – Escadas comuns de acesso a garagens ..................................................58
3.1.3.1 Dimensionamento .................................................................................................................58
3.1.3.2 Agradabilidade ......................................................................................................................59
3.1.4 Comunicações verticais – Elevadores comuns ...................................................................................60
3.1.4.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................60
Tipos de elevadores..............................................................................................................60
Número de elevadores..........................................................................................................61
3.1.4.2 Dimensionamento .................................................................................................................62
3.1.5 Comunicações verticais – Rampas comuns ........................................................................................63
3.1.5.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................63
3.1.5.2 Dimensionamento .................................................................................................................64
3.1.6 Comunicações horizontais – Patamares comuns................................................................................64
3.1.6.1 Dimensionamento .................................................................................................................64
3.1.6.2 Agradabilidade ......................................................................................................................65
3.1.7 Comunicações horizontais – Galerias e corredores comuns..............................................................65
3.1.7.1 Dimensionamento .................................................................................................................65
3.1.7.2 Agradabilidade ......................................................................................................................66
3.1.8 Sala de condóminos .............................................................................................................................68
3.1.8.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................68
3.1.8.2 Dimensionamento .................................................................................................................68
3.1.8.3 Articulação.............................................................................................................................69
3.1.8.4 Agradabilidade ......................................................................................................................69
3.1.9 Lavandaria comum................................................................................................................................69
3.1.10 Espaço de estacionamento comum.....................................................................................................70
3.1.10.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................70
3.1.10.2 Dimensionamento .................................................................................................................71
3.1.10.3 Articulação.............................................................................................................................73
3.1.10.4 Agradabilidade ......................................................................................................................74
3.1.11 Espaço exterior comum ........................................................................................................................74
3.1.11.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................74
3.1.11.2 Dimensionamento .................................................................................................................75
3.1.11.3 Articulação.............................................................................................................................75
3.1.11.4 Agradabilidade ......................................................................................................................76
3.1.11.5 Segurança .............................................................................................................................76
3.1.12 Outros espaços de uso comum ...........................................................................................................76
3.2 ESPAÇOS PARA SERVIÇOS COMUNS .....................................................................................................................79
3.2.1 Espaço de arrumação de contentores prediais de recolha de lixo.....................................................79
3.2.2 Sistema de evacuação de lixo por condutas .......................................................................................80
3.2.2.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................80
3.2.2.2 Condutas de evacuação de lixo ...........................................................................................80
3.2.2.3 Espaços para vazamento de lixo ..........................................................................................81
3.2.2.4 Espaço de acumulação de lixo.............................................................................................81

IX
3.2.3 Espaço de arrecadação de material de limpeza..................................................................................82
3.2.4 Bateria de receptáculos postais ...........................................................................................................83
3.3 ESPAÇOS PARA SERVIÇOS TÉCNICOS ...................................................................................................................84
3.3.1 Espaço para concentração de contadores ..........................................................................................84
3.3.2 Espaço para ductos de canalizações ..................................................................................................84
3.3.3 Espaço para máquinas e equipamento electromecânico ...................................................................85
3.4 FOGOS .................................................................................................................................................................86
3.4.1 Articulação.............................................................................................................................................86
3.4.1.1 Articulação entre fogos vizinhos ...........................................................................................86
3.4.1.2 Articulação entre fogos térreos e espaços exteriores..........................................................86
3.4.1.3 Articulação entre fogos em cave e espaços exteriores .......................................................87
3.5 DEPENDÊNCIAS DOS FOGOS .................................................................................................................................88
3.5.1 Espaços exteriores privados.................................................................................................................88
3.5.2 Arrecadações privadas .........................................................................................................................88
3.5.3 Espaços de estacionamento individual................................................................................................88
3.5.3.1 Espaços e equipamentos......................................................................................................88
3.5.3.2 Dimensionamento .................................................................................................................89
3.5.3.3 Articulação.............................................................................................................................89
3.5.3.4 Agradabilidade ......................................................................................................................90
3.5.4 Dependências de lavagem de roupa ...................................................................................................90
3.6 ESPAÇOS NÃO HABITACIONAIS .............................................................................................................................91

4. MODELOS DE EDIFÍCIOS .........................................................................................................................................97


4.1 REGRAS DE COMPOSIÇÃO ....................................................................................................................................97
4.1.1 Pormenorização dos modelos..............................................................................................................97
4.1.2 Habitações.............................................................................................................................................97
4.1.3 Coordenação estrutural ........................................................................................................................98
4.1.4 Modulação geométrica .........................................................................................................................98
4.2 DESCRIÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS MODELOS ......................................................................................................99
4.2.1 Modelos de espaços de uso comum .................................................................................................100
4.2.2 Modelos de edifícios de baixa altura para o nível mínimo (estudo 1)...............................................118
4.2.3 Modelos de edifícios de média altura para o nível mínimo (estudo 2) .............................................168
4.2.4 Modelos de edifícios variantes para o nível mínimo (estudo 3) ........................................................174
4.2.5 Modelos de edifícios de níveis recomendável e óptimo (estudo 4)..................................................178
4.3 ANÁLISE DE MODELOS ........................................................................................................................................185

BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................................................187
Bibliografia geral...............................................................................................................................................187
Bibliografia com exemplos de edifícios...........................................................................................................190

GLOSSÁRIO ........................................................................................................................................................................193
Tipos de utentes ...............................................................................................................................................193
Níveis físicos .....................................................................................................................................................193
Segurança contra incêndio..............................................................................................................................195

X
Escadas ............................................................................................................................................................196
Elevadores/ascensores ....................................................................................................................................196
Elementos da envolvente da habitação/edifício..............................................................................................197
Áreas .................................................................................................................................................................197

ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS......................................................................................................................................199

ANEXO 1 QUADRO RESUMO DE ÁREAS DE HABITAÇÕES .....................................................................................201

ANEXO 2 MODELOS DE HABITAÇÕES ........................................................................................................................203

XI
XII
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Critérios de classificação morfológica (parte 1) ........................................................................................................................................................23


Figura 2 - Critérios de classificação morfológica (parte 2) ........................................................................................................................................................24
Figura 3 - Tabela de modelos de edifícios por distribuição e número de fogos por piso ............................................................................................................25
Figura 4 - Dimensões de espaços de uso comum: átrio e escadas. ..........................................................................................................................................92
Figura 5 - Dimensões de espaços de uso comum: elevadores e rampas. .................................................................................................................................93
Figura 6 - Dimensões de espaços de uso comum: patamares, galerias e corredores. ...............................................................................................................94
Figura 7 - Dimensões de espaços de uso comum: garagens comuns e garagens individuais....................................................................................................95
Figura 8 - Dimensões de espaços de uso comum: garagens comuns.......................................................................................................................................96
Figura 9 - Modelos de espaços de uso comum: átrio e elevadores. ........................................................................................................................................102
Figura 10 - Modelos de espaços de uso comum: escadas. ....................................................................................................................................................103
Figura 11 - Modelos de espaços de uso comum: escadas. ....................................................................................................................................................104
Figura 12 - Modelos de espaços de uso comum: escadas. ....................................................................................................................................................105
Figura 13 - Modelos de espaços de uso comum: garagem comum. .......................................................................................................................................106
Figura 14 - Modelos de espaços de uso comum: garagem comum. .......................................................................................................................................107
Figura 15 - Modelos de espaços de uso comum: garagem comum. .......................................................................................................................................108
Figura 16 - Modelos de espaços de uso comum: escadas e patamares..................................................................................................................................109
Figura 17 - Modelos de espaços de uso comum: escadas, patamares, e um elevador............................................................................................................110
Figura 18 - Modelos de espaços de uso comum: escadas, patamares, e dois elevadores.......................................................................................................111
Figura 19 - Modelos de espaços de uso comum: escadas e patamares..................................................................................................................................112
Figura 20 - Modelos de espaços de uso comum: escadas, patamares e um elevador.............................................................................................................113
Figura 21 - Modelos de espaços de uso comum: escadas, patamares e dois elevadores........................................................................................................114
Figura 22 - Modelos de espaços de uso comum: escadas e patamares..................................................................................................................................115
Figura 23 - Modelos de espaços de uso comum: escadas, patamares e um elevador.............................................................................................................116
Figura 24 - Modelos de espaços de uso comum: escadas, patamares e dois elevadores........................................................................................................117
Figura 25 - Modelos de edifícios: resumo. Edifícios isolados, de baixa altura e acesso por coluna. .........................................................................................121
Figura 26 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 4 fogos por piso (2*T0+2*T1).........................122
Figura 27 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (2*T1+2*T3)........................123
Figura 28 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (T2+2*T3+T4). ...................124
Figura 29 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (4*T2). ..................................125
Figura 30 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (4*T3). ..................................126
Figura 31 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (4*T2). ..................................127
Figura 32 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (4*T3). ..................................128
Figura 33 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 5 fogos por piso (T0+2*T2+2*T3). ...............129
Figura 34 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 6 fogos por piso (2*T0+T2+2*T3+T4). ........130
Figura 35 - Modelos de edifícios: resumo. Edifícios isolados, de baixa altura e acesso linear. .................................................................................................131
Figura 36 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/galeria, distribuição linear e 4 fogos por piso (T1+T3+2*T4). ........................132
Figura 37 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/galeria, distribuição linear e 7 fogos dúplex por piso (2*T2+3*T3+2*T4). .....133
Figura 38 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/galeria, distribuição linear e 6 fogos dúplex por piso (2*T2+2*T3+2*T4). .....134
Figura 39 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/galeria, distribuição linear e 6 fogos por piso (2*T1+4*T3). ...........................135
Figura 40 - Modelos de edifícios: isolado, de baixa altura, acesso por escada/galeria, distribuição linear e 6 fogos dúplex por piso (4*T2+4*T3). ................136
Figura 41 - Modelos de edifícios: Resumo. Edifícios geminados/gavetos, de baixa altura e acesso por coluna........................................................................137
Figura 42 - Modelos de edifícios: geminado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (T0+T1+T3)......................138
Figura 43 - Modelos de edifícios: geminado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 4 fogos por piso (2*T0+2*T1).....................139
Figura 44 - Modelos de edifícios: geminado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (2*T1+2*T3)....................140
Figura 45 - Modelos de edifícios: geminado, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (T0+2*T3+T4). ...............141
Figura 46 - Modelos de edifícios: gaveto, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (T0+T2+T3)...........................142
Figura 47 - Modelos de edifícios: gaveto, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (T0+T1+T3)...........................143
Figura 48 - Modelos de edifícios: gaveto, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (3*T2). ....................................144
Figura 49 - Modelos de edifícios: resumo. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por coluna...........................................................................145
Figura 50 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T2 - 0930)..............146
Figura 51 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T2 - 0930)..............147

XIII
Figura 52 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T2 - 1140)..............148
Figura 53 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T2 - 1020)..............149
Figura 54 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T2 - 1140)..............150
Figura 55 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T2 - 1140.B)...........151
Figura 56 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T3 - 0930)..............152
Figura 57 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T3 - 0930)..............153
Figura 58 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T3 - 1140)..............154
Figura 59 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T3 - 1020)..............155
Figura 60 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T3 - 1140)..............156
Figura 61 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 2 fogos por piso (2*T3 - 1140.B)...........157
Figura 62 - Modelos de edifícios: resumo. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por coluna...........................................................................158
Figura 63 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (T0+T1+T3 - 1140). ..159
Figura 64 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (T1+2*T3 - 0930). .....160
Figura 65 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (T1+2*T3 - 1140). .....161
Figura 66 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (T2+2*T3 - 0930). .....162
Figura 67 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 3 fogos por piso (T2+2*T3 - 1140). .....163
Figura 68 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 4 fogos por piso (2*T0+2*T1 - 1140). .164
Figura 69 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 4 fogos por piso (2*T0+2*T3 - 0930). .165
Figura 70 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição lateral e 4 fogos por piso (2*T0+2*T3 - 1140). .166
Figura 71 - Modelos de edifícios: banda simples, de baixa altura, acesso por escada/patamar, distribuição central e 4 fogos por piso (2*T1+2*T3 -
1140). ...................................................................................................................................................................................................................167
Figura 72 - Modelos de edifícios. Edifícios em banda simples, de média altura e acesso por escada/patamar/elevador...........................................................169
Figura 73 - Modelos de edifícios. Edifícios em banda simples, de média altura e acesso por escada/patamar/elevador...........................................................170
Figura 74 - Modelos de edifícios. Edifícios em banda simples, de média altura e acesso por escada/patamar/elevador...........................................................171
Figura 75 - Modelos de edifícios. Edifícios em banda simples, de média altura e acesso por escada/patamar/elevador...........................................................172
Figura 76 - Modelos de edifícios. Edifícios em banda simples, de média altura e acesso por escada/patamar/elevador...........................................................173
Figura 77 - Modelos de edifícios - Estudo 3.1. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................175
Figura 78 - Modelos de edifícios - Estudo 3.2. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................176
Figura 79 - Modelos de edifícios - Estudo 3.3. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................177
Figura 80 - Modelos de edifícios - Estudo 4.1. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................179
Figura 81 - Modelos de edifícios - Estudo 4.2. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................180
Figura 82 - Modelos de edifícios - Estudo 4.3. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................181
Figura 83 - Modelos de edifícios - Estudo 4.4. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................182
Figura 84 - Modelos de edifícios - Estudo 4.5. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................183
Figura 85 - Modelos de edifícios - Estudo 4.6. Edifícios em banda simples, de baixa altura e acesso por escada/patamar. .....................................................184
Figura 86 - Modelos de Habitações: resumo. Habitações: símplex; 1 fachada; acesso na empena (corredor, galeria, patamar)...............................................204
Figura 87 - Modelos de Habitações: resumo. Habitações: símplex; 1 ½ fachadas opostas; acesso na fachada (galeria). ........................................................205
Figura 88 - Modelos de Habitações: resumo. Habitações: símplex; 2 fachadas opostas; acesso na empena (patamar); profundidade de 9.30m; escada
periférica. ..............................................................................................................................................................................................................206
Figura 89 - Modelos de Habitações: resumo. Habitações: símplex; 2 fachadas opostas; acesso na empena (patamar); profundidade de 11.40m; escada
periférica. ..............................................................................................................................................................................................................207
Figura 90 - Modelos de Habitações: resumo. Habitações: símplex; 2 fachadas secantes, acesso na empena (patamar); escada central. ................................208
Figura 91 - Modelos de Habitações: resumo. Habitações: símplex; 2 fachadas opostas; acesso na empena (patamar); escada central. .................................209
Figura 92 - Modelos de Habitações: resumo. Habitações: dúplex; 3½ fachadas; acesso na fachada (galeria ou directo).........................................................210
Figura 93 - Modelos de Habitações: resumo de modelos do nível recomendável. Habitações: símplex; 2 fachadas opostas; acesso na empena (patamar).....211
Figura 94 - Modelos de Habitações: resumo de modelos do nível óptimo. Habitações: símplex; 2 fachadas opostas; acesso na empena (patamar). ..............212
Figura 95 - Tabela de elementos de equipamento e mobiliário ................................................................................................................................................213

XIV
INTRODUÇÃO

CONTEÚDO

Neste documento apresenta-se o programa de qualidade arquitectónica


habitacional aplicável na concepção, análise e avaliação do nível físico do
Edifício. No programa são definidas as exigências relativas à agradabilidade,
segurança, adequação espacio-funcional, articulação, personalização e
1
economia .

O programa está organizado nos quatro seguintes capítulos:

1) dados de programa – caracterização geral do edifício habitacional quanto


aos espaços que o compõem, aos critérios de classificação em tipologias,
e aos tipos mais frequentes;

2) exigências de projecto do edifício – definição das exigências aplicáveis aos


edifícios habitacionais no seu conjunto;

3) exigências de projecto dos espaços comuns do edifício – definição das


exigências aplicáveis a cada um dos espaços dos edifícios habitacionais;

4) modelos – apresentação de exemplos da aplicação do programa proposto


às tipologias de edifícios mais frequentes.

INTERESSE

Considera-se que na concepção, análise e avaliação da qualidade dos edifícios,


a existência de um programa habitacional assume uma grande importância
devido a três razões:

1) os projectistas tendem a projectar conjuntos habitacionais em que


desconhecem os futuros utentes ou em que é muito difícil inquirir cada
utente sobre as suas necessidades e aspirações, servindo neste caso o
programa para definir as exigências que asseguram a satisfação de uma
percentagem alargada dos utentes, e evitar que o projectista seja
simplesmente influenciado pela sua experiência pessoal ou pela
observação de meios sociais limitados;

2) a verificação da satisfação do programa permite realizar uma análise e


avaliação objectiva de edifícios habitacionais em projecto ou construídos;

1
Ver Quadro 1.

INTRODUÇÃO 1
3) o programa permite acumular os conhecimentos e experiências do
passado, evitando que se repitam erros, e propiciando a aplicação de
soluções que se revelaram satisfatórias.

LIMITAÇÕES

O programa habitacional tem como principal objectivo auxiliar o projectista,


fornecendo-lhe informação técnica de base para o desenvolvimento das
propostas, e constituindo um instrumento de análise e avaliação que lhe permite
controlar a qualidade da solução proposta. No entanto, o programa habitacional
não deve ser considerado como um substituto da criatividade, talento e sentido
crítico do projectista, por duas razões:

1) Por um lado, as exigências de qualidade apontam, quando muito, para


modelos abstractos, sendo a função do projectista transformar os modelos
em "arquitectura", concretizando espaços abstractos em experiências reais,
introduzindo a componente estética, simbólica e construtiva.

2) Por outro lado, as exigências de qualidade não são universais, infalíveis, ou


exaustivas, nem prevêem todas as contingências específicas que os casos
concretos e as possibilidades criativas levantam. Assim sendo, as
exigências não são de aplicação automática, devendo ser interpretadas e
adaptadas pelo projectista.

PARÂMETROS DE DEFINIÇÃO

Por se considerar que não existe um programa ideal aplicável a todos os casos,
definiu-se o programa habitacional considerando um campo de aplicação
privilegiado, e de um modo que permita facilmente realizar alterações
fundamentadas ao programa proposto.

Para alcançar este objectivo o programa habitacional foi definido segundo os


parâmetros referidos nos pontos seguintes.

Campo de aplicação

O campo de aplicação privilegiado do programa são os empreendimentos


habitacionais cujo nível de qualidade se situa entre a Habitação a Custo
Controlado (HCC) e a habitação de promoção livre de nível médio.

O programa proposto foi também enquadrado pela situação portuguesa


contemporânea no que respeita:

1) à regulamentação da construção de edifícios de habitação e áreas


residenciais;

2 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2) às necessidades e modos de uso da habitação dos tipos de agregados
familiares mais frequentes.

Níveis de qualidade

O programa habitacional foi definido segundo três níveis de qualidade, que


representam diferentes patamares de satisfação das necessidades dos utentes.

O significado dos níveis de qualidade é o seguinte:

1) O nível mínimo satisfaz as necessidades elementares de vida quotidiana


dos utentes não concorrendo para os prejudicar pessoalmente nem para
2
restringir significativamente o seu modo de vida .

2) O nível recomendável confere um maior grau de qualidade que o nível


mínimo, o que permite suportar melhor diferentes modos de uso, assim
como, a evolução previsível das necessidades dos utentes durante o
período de vida útil das habitações.

3) O nível óptimo suporta uma resposta integral às necessidades dos utentes,


e permite também o uso permanente por utentes condicionados de
3
mobilidade após pequenas adaptações.

A definição do programa habitacional segundo três níveis de qualidade tem


como vantagens permitir:

1) contemplar as necessidades dos utentes, para além das necessidades


elementares da vida quotidiana presente (níveis recomendável e óptimo);

2) flexibilizar a aplicação do programa, pois cabe ao projectista escolher qual


o nível de satisfação desejado para cada exigência.

Divisão entre edifício no seu conjunto e espaços constituintes


do edifício

O programa habitacional foi definido segundo duas escalas:

1) as exigências gerais aplicáveis ao edifício no seu conjunto;

2) as exigências aplicáveis a cada espaço comum do edifício.

Exigências de desempenho da habitação

O programa habitacional foi definido com base na classificação das exigências


de desempenho da habitação apresentadas no Quadro 1.

2
Este nível é definido pelos regulamentos e normas nacionais aplicáveis, em particular as
Recomendações Técnicas de Habitação Social (RTHS - MES 1985) e o Regulamento Geral das
Edificações Urbanas (RGEU - Portugal 1951). Nos aspectos em que a documentação é omissa, este
nível é definido pela boa prática da construção e do projecto.
3
Ver conceito no glossário.

INTRODUÇÃO 3
Esta classificação resulta da compatibilização das classificações propostas por
vários autores, tendo como principal objectivo, integrar as exigências de
natureza arquitectónica na classificação das exigências de desempenho de
edifícios corrente em Portugal, principalmente no domínio da engenharia (Canha
da Piedade 1986; Cabrita 1987; Coelho 1993a).

No programa proposto foram definidas apenas as exigências de desempenho


da habitação indicadas no quadro a "bold", pelas seguintes razões:

1) porque existem contribuições significativas da arquitectura para a sua


satisfação;

2) porque são passíveis de uma definição com base em critérios quantitativos


e mensuráveis.

As exigências indicadas com um asterisco (*) constituem matérias de estudo


das respectivas especialidades, pelo que são apenas tratados os principais
aspectos que estão directamente relacionados com o domínio da arquitectura.

A utilização do termo Agradabilidade representa uma limitação do âmbito das


Exigências de habitabilidade, que se justifica por se considerar que no domínio
da arquitectura não estão em causa problemas de sobrevivência, mas apenas
de agrado e bem-estar.

Quadro 1

Exigências de habitabilidade Agradabilidade* Conforto higrotérmico


Conforto acústico
Conforto visual
Conforto táctil
Qualidade do ar
Protecção/estanquidade à água
Salubridade

Exigências de segurança Segurança* Segurança estrutural


Segurança no uso normal
Segurança contra incêndio
Segurança contra a intrusão
Segurança viária

Exigências de uso Adequação espacio-funcional Capacidade


Espaciosidade
Funcionalidade

Articulação Privacidade
Convivialidade
Acessibilidade
Comunicabilidade

Personalização Adaptabilidade
Apropriação

Exigências estéticas Aspecto e coerência Atractividade


Domesticidade
Integração

Exigências de economia Economia* Economia

4 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


METODOLOGIA DE DEFINIÇÃO

O programa habitacional foi desenvolvido segundo os quatro passos a seguir


indicados.

Em primeiro lugar, foi realizada uma extensa recolha e síntese bibliográfica, que
incluiu o resumo e harmonização das disposições regulamentares e normativas
aplicáveis em Portugal, e a síntese das especificações de qualidade
apresentadas por diversos autores nacionais e estrangeiros. Na realização desta
síntese foi ponderada a actualidade das especificações propostas e a
proximidade da sociedade de referência para que foram realizadas à sociedade
portuguesa contemporânea. Desta síntese resultou uma proposta de programa
de exigências aplicável ao nível físico do edifício.

Em segundo lugar, foram definidos os critérios de classificação tipológica de


edifícios, seguidos da sua aplicação a uma amostra alargada para selecção das
soluções mais frequentes. As tipologias mais frequentes foram caracterizadas
quanto às suas características de habitabilidade.

Em terceiro lugar, foi seguida uma via experimental para aferição do programa
proposto, que consistiu na realização de modelos de ensaio para cada tipologia
e nível de qualidade. Foram realizados modelos para espaços de uso comum
isolados, associações entre diferentes espaços de uso comum, e edifícios no
seu conjunto. Os modelos realizados não pretendem representar todas as
tipologias de edifícios, mas ser exemplificativos das soluções mais frequentes.

Por último, com base nos dados recolhidos da análise dos modelos, foram
aferidas as exigências do programa.

FORMA DE APRESENTAÇÃO

A apresentação do programa, aplicável ao nível físico do edifício habitacional, foi


realizada com base na estrutura que se resume em seguida:

1) Dados de programa

a) Classificação de espaços e funções do edifício:

• lista de espaços comuns, individuais e não habitacionais do edifício;

• lista de funções, sistemas de actividades e actividades que se


desenvolvem nos espaços comuns.

b) Definição e caracterização de tipologias:

• selecção de critérios de tipificação;

• caracterização de tipologias parciais.

2) Exigências de projecto aplicáveis ao edifício no seu conjunto

a) Agradabilidade:

• conforto acústico;

INTRODUÇÃO 5
• conforto visual;

• qualidade do ar;

• conforto higrotérmico.

b) Segurança:

• segurança no uso normal;

• segurança contra incêndio;

• segurança contra a intrusão.

c) Adequação espacio-funcional:

• capacidade – programa de espaços;

• espaciosidade – área;

• espaciosidade – dimensão;

• funcionalidade.

d) Articulação:

• privacidade;

• acessibilidade.

e) Personalização:

• apropriação;

• adaptabilidade.

f) Economia:

• custo de construção;

• custo de exploração;

• custo de manutenção.

3) Exigências de projecto aplicáveis a cada um dos espaços do edifício

a) Agradabilidade.

b) Adequação espacio-funcional:

• capacidade – programa de espaços e equipamentos;

• espaciosidade – área;

• espaciosidade – dimensão.

c) Articulação.

4) Modelos

a) Modelos de espaços de uso comum;

b) Modelos com associações de espaços de comunicação comuns;

c) Modelos de edifícios.

6 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Anexos

a) quadro resumo do programa de áreas aplicáveis a tipologias


programáticas;

b) modelos de habitações que serviram de base à realização dos modelos


de edifícios.

INTRODUÇÃO 7
1. DADOS DE PROGRAMA

Neste capítulo apresentam-se a classificação dos espaços que compõem o


edifício, as funções e actividades em que se pode classificar o uso dos espaços
comuns, os critérios de classificação de edifícios em tipologias, e a descrição
das características dos tipos mais frequentes.

1.1 ESPAÇOS DO EDIFÍCIO

Um Edifício é uma "construção permanente, fixa, distinta, encerrada, com acesso


independente, que compreende um ou mais espaços destinados a servir de
abrigo ou suporte à realização de actividades humanas. Por construção
permanente, entende-se uma construção erigida sem prazo limite de utilização.
Por construção fixa entende-se uma construção virtualmente inamovível do seu
local de implantação sem desmonte extensivo dos seus elementos primários e
secundários. Por construção distinta entende-se uma construção dotada de
fundações próprias, funcionalmente distintas das fundações das construções
adjacentes. Por construção encerrada entende-se uma construção dotada de
paredes envolventes e cobertura própria, cujos vãos de comunicação com o
exterior sejam dotados de elementos de preenchimento apropriados. Por
construção com acesso independente entende-se uma construção que é
directamente acessível a partir de um espaço não edificado, sem atravessamento
obrigatório de outras construções" (NTPU pág. 85 - MOPTC 1993).

Um edifício habitacional pode englobar espaços individuais (fogos e as suas


dependências), espaços comuns (espaços de uso comum, espaços para
serviços comuns e espaços para serviços técnicos) e zonas não habitacionais
atribuídas a terceiros.

1.1.1 Classificação de espaços

Os espaços que compõem o edifício podem ser classificados segundo o


esquema apresentado no Quadro 2.

DADOS DE PROGRAMA 9
Quadro 2

EDIFÍCIO

Espaços comuns Espaços de uso comum Átrio Exterior


Interior
Comunicações verticais Escadas
Elevadores
Rampas
Comunicações horizontais Galerias
Corredores
Patamares
Espaço de estacionamento
Sala de condóminos
Lavandaria
Espaço exterior de representação
de serviço
de lazer e reunião
"Atelier"
Sala de recreio de crianças
Espaço de arrumação de bicicletas e motorizadas

Espaços para serviços comuns Espaço de vazamento de lixo


Espaço de acumulação de lixo
Espaço de recolha de contentores prediais de lixo
Espaço para bateria de receptáculos postais
Arrecadação de material de limpeza

Espaços para serviços técnicos Espaço para concentração de contadores


Espaço para ductos de canalizações
Espaço para máquinas e equipamentos

4
Espaços individuais (habitações) Fogos Compartimentos habitáveis

Compartimentos não habitáveis

Dependências dos fogos Arrecadações


Dependências de lavagem de roupa
Espaços exteriores privados
Espaços de estacionamento individual
Espaços não habitacionais

4
A classificação completa dos espaços que compõem as habitações é apresentada no documento
"Programa Habitacional. Habitação" (Pedro 1999b).

10 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


1.1.2 Classificação de funções e actividades

O uso dos espaços comuns do edifício pelos respectivos utentes (moradores e


outros) pode ser classificado segundo as funções, sistemas de actividades e
actividades apresentadas no Quadro 3 (MHOP e LNEC 1978a).

Quadro 3

Funções Sistemas de actividades Actividades


1 Acesso/circulação Acesso/circulação de carácter normal Esperar e comunicar com os fogos
Entrar e sair do edifício
Circular em comunicações horizontais
Circular em comunicações verticais
Encontrar ocasionalmente vizinhos
Orientar-se nos percursos
Identificar os fogos
Atender pessoas à porta dos fogos
Receber e acompanhar pessoas
Acesso/circulação de emergência Aceder e circular em caso de incêndio (bombeiros)
Fugir em caso de incêndio (moradores)
Aceder e circular em caso de emergência médica (serviços de assistência
domiciliária)
Transportar doentes
Acesso/circulação de serviço Transportar cargas e volumes (por exemplo, mudança de morador)
Realizar leitura periódica de contadores (água, gás, electricidade)
Circular durante operações de conservação e manutenção do edifício
Acesso/circulação de representação Aceder e circular durante eventos sociais (por exemplo, casamento,
funeral, ou outro ritual socia )
2 Estar/reunir Descansar
Ler
Reunir e conversar com vizinhos
Estar no exterior
3 Jogo/recreio Brincar (crianças e jovens)
Jogar
4 Trabalho informal Realizar trabalho oficinal e artesanal
Cuidar de plantas
5 Limpeza Arrumar utensílios e produtos de limpeza
Limpar pavimentos, paredes, vãos, armaduras de iluminação, etc.
Limpar sistema de evacuação de lixo
6 Evacuação de lixo Vazar lixo
Recolher lixo em contentores
Movimentar contentores de lixo
7 Distribuição/recolha de Identificar receptáculos
correspondência
Introduzir correspondência
Retirar correspondência

DADOS DE PROGRAMA 11
1.2 TIPOLOGIAS E TIPOS DE EDIFÍCIOS

O estudo de critérios de tipificação, de tipologias e de tipos de edifícios tem


como objectivo permitir, na fase de concepção, antecipar as consequências das
decisões de projecto e, na fase de avaliação, comparar os edifícios com
programas de exigências e modelos tipo.

A definição de tipologias e tipos de edifícios iniciou-se pela definição de critérios Método de definição de
tipologias e tipos
de classificação, foi seguida pela aplicação dos critérios a uma amostra alargada
de exemplos, da qual resultaram grupos com características idênticas
designados de tipologias, e descritos concretamente por tipos.

A amostra que fundamentou a presente classificação tipológica foi constituída


por cerca de 150 exemplos de edifícios, nacionais e estrangeiros, com particular
incidência em soluções portuguesas de HCC.

As tipologias de edifícios foram definidas segundo as duas perspectivas de Perspectivas de


definição de tipologias
classificação seguintes: e tipos

1) perspectiva programática – conjuntos de edifícios com programas


funcionais idênticos (por exemplo, o mesmo número de fogos ou de pisos);

2) perspectiva morfológica – conjuntos de edifícios com características


formais idênticas (por exemplo, o mesmo número de pisos ou de
fachadas).

1.2.1 Classificação programática

1.2.1.1 Critérios de classificação programática

Os critérios utilizados na classificação programática foram os seguintes:

1) Número de habitações do edifício:

A. edifício unifamiliar – com uma habitação;

B. edifício bifamiliar – com 2 habitações;

C. edifício multifamiliar de pequena dimensão – com 3 a 8 habitações;

D. edifício multifamiliar de dimensão média – com 9 a 20 habitações;

E. edifício multifamiliar de grande dimensão – com 21 a 60 habitações;

F. edifício multifamiliar de muito grande dimensão – com mais de 60


habitações.

2) Número de fogos por tipologia: T0, T1, T2, T3, T4 e T5.

3) Número médio de moradores por habitação:

A. 1 a 2 moradores por habitação;

B. 3 a 4 moradores por habitação;

12 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


C. 5 a 6 moradores por habitação;

D. 7 a 8 moradores por habitação;

E. mais de 8 moradores por habitação.

1.2.1.2 Descrição de tipologias programáticas

Com base nos critérios de classificação programática identificaram-se as


diversas tipologias parciais de edifícios, que se descrevem em seguida quanto
às principais características de habitabilidade.

Número de habitações englobadas no edifício

Edifícios unifamiliares Os edifícios unifamiliares (com uma única habitação) correspondem para a
maioria dos utentes à "casa sonhada", por possuírem as características
seguintes:

1) possibilidade de realizar alterações significativas na compartimentação da


habitação e, frequentemente, possibilidade de expansão da habitação com
a construção de anexos;

2) ausência de outros condóminos que condicionem a vontade do morador


quanto ao modo de uso e manutenção do edifício;

3) possibilidade de realizar alterações personalizadoras na imagem exterior


do edifício;

4) acesso directo ao exterior sem a necessidade de utilizar espaços comuns


de comunicação (escadas ou elevadores);

5) possibilidade de estacionar os veículos próximo das habitações;

6) existência, frequente, de um espaço exterior privado térreo onde se podem


realizar diversas funções (por exemplo, refeições formais, estar/reunir,
recreio de crianças, etc.);

7) privacidade relativamente a habitações vizinhas;

8) facilidade de fuga em caso de incêndio;

9) facilidade de evacuação do lixo doméstico.

Edifícios multifamiliares Na caracterização dos edifícios multifamiliares segundo o número de habitações


podem distinguir-se as seguintes categorias:

1) Edifícios bifamiliares

Os edifícios com duas habitações mantêm muitas das características dos


edifícios unifamiliares, designadamente, a possibilidade de acesso directo
ao exterior, a existência frequente de espaços exteriores privados, e a
privacidade relativamente a habitações vizinhas.

DADOS DE PROGRAMA 13
O exemplo mais frequente deste tipo de edifícios é constituído por
habitações símplex ou dúplex sobrepostas e com acesso directo ao
exterior.

2) Edifícios de pequena dimensão

Os edifícios com 3 a 8 habitações caracterizam-se por o número de


condóminos ser suficientemente pequeno para permitir fortes relações de
vizinhança, os fogos térreos e do primeiro piso poderem ter acesso directo
ao exterior, e existirem frequentemente espaços exteriores privados ou
comuns.

Como exemplos desta tipologia de edifícios referem-se: os edifícios de


esquerdo-direito, com R/C mais 1, 2 ou 3 pisos de altura e sem elevador; e
os edifícios constituídos por habitações térreas em pátio, reunidas em
núcleos e criando espaços exteriores comuns.

3) Edifícios de dimensão média

Os edifícios com 9 a 20 habitações desenvolvem-se geralmente em altura,


5
têm um elevador, e o número de moradores (40 a 80 habitantes) permite o
desenvolvimento de relações de vizinhança.

Como exemplos desta tipologia de edifícios referem-se: os edifícios de


esquerdo-direito com mais de 4 pisos, com elevador, e com duas ou mais
habitações por piso; e os edifícios com acesso por galeria e com menos de
5 pisos.

4) Edifícios de grande dimensão

Os edifícios com 21 a 60 habitações, desenvolvem-se geralmente em


altura, têm um ou dois elevadores, e um número de moradores elevado
(entre 80 e 240 moradores). Estas características têm as seguintes
consequências:

• dificuldade no estabelecimento de relações de vizinhança entre


vizinhos, limitando-se estas relações essencialmente aos vizinhos do
mesmo piso;

• dificuldade na gestão do condomínio;

• anonimato (este aspecto pode ser considerado positivo por alguns


moradores, mas frequentemente conduz a um isolamento excessivo).

Como exemplos desta tipologia de edifícios referem-se: os edifícios com


acesso por patamar, com dois a quatro fogos por piso, e mais de 5 pisos; e
os edifícios com acesso por galeria ou corredor, com mais de quatro fogos
por piso.

5
Para calcular o número de moradores do edifício considerou-se uma lotação média de 4 utentes por
fogo.

14 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


5) Edifícios de muito grande dimensão

Os edifícios com mais de 60 fogos têm geralmente acesso por um espaço


de comunicação horizontal em galeria ou corredor. Este tipo de edifícios é
pouco frequente e desaconselhável em condições normais, por comportar
um número excessivo de moradores (mais de 240 moradores), o que
naturalmente agrava os inconvenientes referidos para a tipologia anterior.

1.2.2 Classificação morfológica

1.2.2.1 Critérios de classificação morfológica

Os critérios utilizados na classificação morfológica foram os seguintes:

1) Forma de agrupamento do edifício:

A. isolado;

B. geminado (três fachadas);

C. banda simples (duas fachadas opostas);

D. em ângulo (duas fachadas secantes);

E. banda dupla (uma fachada);

F. em pátio;

G. em terraço (natural ou artificial);

H. em pirâmide.

2) Número de pisos acima do nível de entrada principal (altura determinada


pela diferença de nível entre a cota de soleira do átrio comum exterior e a
cota do último piso susceptível de ocupação para fins habitacionais):

A. edifício térreo (R/C a R/C+1 piso, ou até 4.0m de altura);

B. edifício de baixa altura (R/C+2 a R/C+3 pisos, ou até 9.0m de altura);

C. edifício de média altura (R/C+4 a R/C+9 pisos, ou até 28.0m de altura);

D. edifício de grande altura (mais que R/C+9 pisos, ou altura superior a


28.0m).

3) Tipo de acesso dominante:

A. directo (ligação directa da habitação ao espaço público);

B. pontual: escada/patamar (B.1), escada/patamar/elevador (B.2);

C. linear: escada/galeria (C.1), escada/galeria/elevador (C.2), escada/


corredor (C.3), escada/corredor/elevador (C.4).

4) Distribuição e número de habitações por piso:

A. unifamiliar;

DADOS DE PROGRAMA 15
B. lateral (habitações dispostas em torno de uma coluna vertical de
acessos, sem envolver um dos seus lados): duas habitações por piso
(B.1), três habitações por piso (B.2), quatro habitações por piso (B.3),
cinco habitações por piso (B.4), seis habitações por piso (B.5);

C. central (habitações dispostas em torno e envolvendo uma coluna


vertical de acessos): duas habitações por piso (C.1), três habitações
por piso (C.2), quatro habitações por piso (C.3), cinco habitações por
piso (C.4), seis habitações por piso (C.5);

D. radial (habitações dispostas em torno de uma coluna vertical de


acessos, sem envolver, pelo menos, dois dos seus lados): duas
habitações por piso (D.1), três habitações por piso (D.2), quatro
habitações por piso (D.3), cinco habitações por piso (D.4), seis
habitações por piso (D.5);

E. linear (habitações dispostas ao longo de uma galeria ou corredor): até


seis habitações por piso (E.1), mais de seis habitações por piso (E.2).

Na Figura 1 e na Figura 2 apresenta-se a representação gráfica dos critérios


morfológicos, para melhor compreensão do seu significado. Na Figura 3
apresenta-se o desenvolvimento do critério distribuição e número de habitações
por piso com diversos exemplos.

1.2.2.2 Descrição de tipologias morfológicas

Com base nos critérios de classificação morfológica podem identificar-se


diversas tipologias parciais de edifícios, que se descrevem em seguida quanto à
configuração geral e quanto às principais características de habitabilidade.

Forma de agrupamento de edifícios

As principais características dos edifícios unifamiliares, com espaço exterior Edifícios unifamiliares
privado, são as seguintes (Coelho 1993b; Coelho 1997c):

1) Os edifícios unifamiliares isolados, permitem liberdade na organização


interna e orientação dos compartimentos e total isolamento relativamente a
habitações vizinhas. No entanto, quando os lotes são muito pequenos,
proporcionam um fraco nível de privacidade nos espaços que rodeiam o
edifício. Este tipo de implantação implica um baixo índice de ocupação.

2) Os edifícios unifamiliares geminados, apresentam características muito


semelhantes às referidos para os edifícios unifamiliares isolados.

3) Os edifícios unifamiliares em banda simples, impõem limitações à


organização interna e orientação dos compartimentos e impõem a
contiguidade com habitações vizinhas (causando por vezes problemas de
privacidade nos espaços exteriores privados e de isolamento acústico entre

16 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


os fogos). Este tipo de implantação proporciona um índice de ocupação
médio.

4) Os edifícios unifamiliares em ângulo, constituem um tipo de implantação


pouco frequente, limitando-se geralmente aos lotes de mudança de
direcção de bandas.

5) Os edifícios unifamiliares com pátio, permitem, mesmo em lotes reduzidos,


boas condições de privacidade como resultado da própria forma do
edifício, e suportam diversas formas de implantação relativamente ao
acesso, orientação e topografia. Este tipo de implantação permite obter
conjuntos com disposições muito variadas e um índice de ocupação
médio.

A organização das habitações pode aproveitar o pátio para conseguir: mais


iluminação natural, maior privacidade relativamente aos espaços da
envolvente (vias ou caminhos pedonais), prolongar visualmente os
compartimentos, e contrapor o verde exterior aos espaços interiores.

A ausência de espaço exterior privado térreo nos edifícios unifamiliares reduz


uma das suas principais qualidades que é a possibilidade de se desenvolverem
funções de permanência no exterior (por exemplo, refeições formais,
estar/reunir, recreio de crianças, e trabalhos de jardinagem) sem as limitações
de dimensão impostas pelos espaços exteriores elevados.

Edifícios multifamiliares As principais características dos edifícios multifamiliares segundo a forma de


agrupamento são descritas em seguida (Coelho 1993b):

1) Os edifícios multifamiliares isolados caracterizam-se geralmente por: serem


adequados a terrenos inclinados, permitirem abrir vãos em todas as
direcções, terem mais de duas habitações por piso, terem acesso comum
linear ou por coluna, possuírem uma imagem e volumetria condicionada
pela relação com a envolvente paisagística, e conformarem geralmente
espaços exteriores negativos (espaços verdes, de estacionamento e
arruamentos formam um continuo sem forma claramente definida).

2) Os edifícios multifamiliares geminados caracterizam-se geralmente por:


integrarem habitações com três fachadas, terem acesso comum por
coluna, terem duas ou três habitações por piso, constituírem o remate de
bandas, possuírem uma imagem e volumetria condicionada pela
continuidade da banda.

3) Os edifícios multifamiliares em banda simples caracterizam-se geralmente


por: integrarem habitações com duas fachadas opostas, terem acesso
comum por coluna, estarem integrados em bandas lineares ou formando
quarteirões, possuírem uma imagem e volumetria condicionada pela
continuidade da banda ou quarteirão, e conformarem geralmente espaços
exteriores positivos (edifícios e espaços exteriores formam ruas, praças,
pracetas, etc.).

DADOS DE PROGRAMA 17
4) Os edifícios multifamiliares em ângulo caracterizam-se geralmente por:
integrarem habitações mono-orientadas ou com duas fachadas secantes,
terem acesso comum por coluna, constituírem o gaveto de quarteirões,
possuírem uma imagem e volumetria condicionada pela continuidade do
quarteirão mas que pode ter algum destaque, serem privilegiados para a
integração de serviços e equipamentos no piso térreo.

5) Os edifícios multifamiliares em banda dupla integram exclusivamente


habitações mono-orientadas pelo que não constituem uma solução
adequada na construção de novos edifícios de habitação.

6) Os edifícios multifamiliares em pátio caracterizam-se geralmente por: terem


acesso linear ou por coluna, suportarem diversas formas de implantação
relativamente à orientação e à topografia, permitirem obter conjuntos com
formas muito variadas (por exemplo, bandas lineares e recortadas,
quarteirões, blocos isolados, etc.).

7) Os edifícios multifamiliares em terraço e em pirâmide caracterizam-se


geralmente por: integrarem habitações mono-orientadas, as habitações
disporem de espaço exterior privado elevado amplo (geralmente terraço),
terem acesso comum linear ou por coluna, adaptarem-se a terrenos
inclinados.

Número de pisos

Os edifícios térreos (R/C e R/C+1 piso, ou até 4.0m de altura) permitem o Edifício térreo
acesso directo ao exterior e possuem geralmente um espaço exterior privado
térreo (por exemplo, um quintal ou pátio). No entanto, este tipo de edifícios pode
apresentar problemas de: segurança contra a intrusão, privacidade visual
relativamente ao exterior, e conforto ambiental (mais sombra, mais ruído, menos
vista).

Estas habitações são, pelas suas características, particularmente adequadas


para famílias com filhos pequenos e para utentes condicionados de mobilidade.

As vantagens e desvantagens referidas para os edifícios térreos são geralmente


aplicáveis às habitações térreas integradas em edifícios de maior altura.

Os edifício de baixa altura (R/C+2 e R/C+3 pisos, ou até 9.0m de altura) Edifício de baixa altura
caracterizam-se por ser possível distinguir fisionomias e estabelecer
conversação entre os pisos elevados e o exterior, e por ser possível ir ao exterior
sem utilizar do elevador (aspecto particularmente relevante para as crianças
pequenas). Como resultado destas qualidades, existe geralmente um uso
intenso do exterior e os moradores tendem a sentir-se como parte integrante do
cenário exterior.

18 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Edifício de média altura
Os edifício de média altura (R/C+4 a R/C+9 pisos, ou até 28.0m de altura)
caracterizam-se pelos seguintes aspectos (WHO 1988; Coelho 1993b):

1) É necessário instalar pelo menos um elevador, mas para a maioria dos


utentes é possível recorrer às escadas sem desconforto excessivo.

2) É possível ver com algum pormenor o que se passa no exterior, sendo


inclusivamente possível a percepção de alguma comunicação verbal. No
entanto, com o aumento do número de pisos, tendem a romper-se
progressivamente as ligações entre os moradores e os espaços exteriores,
tornando-se a rua num cenário distante que desencoraja a sua utilização.
As razões que motivam esta ruptura são a dificuldade de comunicação
visual e verbal com o exterior, a demora no percurso entre a habitação e os
espaços exteriores (particularmente notória em grandes edifícios com
elevadores lentos ou edifícios com acesso por longas galerias ou
corredores), a existência na envolvente de amplos espaços exteriores
impessoais e com pouca animação, e a tendência para surgirem
problemas sociais ligados ao menor "controlo" do espaço público a partir
das habitações.

3) Este edifícios implicam uma forte cooperação entre condóminos, a


existência de hábitos metódicos de uso e manutenção do edifício, e uma
vida comum "auto-contida".

4) Vários estudos estrangeiros têm comprovado que entre os moradores de


habitações em pisos elevados existe uma maior incidência de problemas
de saúde. Os factores apontados para justificar este facto são: problemas
no clima interior (existem frequentemente maiores correntes de ar),
problemas de segurança das habitações (em particular nos espaços
exteriores privados elevados), problemas causados pela maior
permanência de crianças e donas de casa na habitação (por exemplo, falta
de contacto com os espaços exteriores, falta de acesso a ar fresco, falta de
convívio em grupos de crianças da mesma idade, falta de espaço para as
crianças brincarem).

5) As habitações em pisos elevados proporcionam geralmente boas vistas e


privacidade em relação ao exterior, isolamento relativamente aos vizinhos,
dificuldades de acesso ao exterior e afastamento do convívio e vida da
vizinhança. Estas características tornam este tipo de habitações adequado
a agregados familiares com uma reduzida necessidade de contacto com
os vizinhos (por exemplo, pessoas sós e casais sem filhos com uma
actividade intensa fora da habitação), mas inadequado a agregados
familiares com utentes que permaneçam longos períodos de tempo na
habitação ou que necessitem do contacto com outros indivíduos (por
exemplo, casais com filhos jovens e idosos sós).

Por todas as características referidas, este tipo de edifícios é pouco adequado a


grupos sócio-culturais desfavorecidos. No caso de grupos sociais mais

DADOS DE PROGRAMA 19
favorecidos é menos grave as habitações situarem-se em pisos elevados,
porque a qualidade construtiva é geralmente melhor, a dimensão dos fogos é
maior, e os moradores dispõem de meios de compensação para as restrições
impostas ao seu modo de vida (por exemplo, habitações de férias ou fim de
semana, facilidade de deslocação na cidade, e possibilidade de uso de locais de
convívio fora da vizinhança).

Os edifício de grande altura (mais que R/C+9 pisos, ou altura superior a 28.0m) Edifício de grande
altura
caracterizam-se por se acentuarem os inconvenientes referidos para os edifícios
de média altura.

Tipo de acesso dominante

Os edifícios unifamiliares e multifamiliares com acesso directo da habitação ao Edifícios com acesso
directo
espaço público caracterizam-se pelos seguintes aspectos:

1) permitem um acesso rápido ao exterior;

2) facilitam a existência de espaços exteriores privados térreos (quintais,


jardins, pátios);

3) apresentam maiores problemas de segurança contra a intrusão.

Os edifícios multifamiliares com acesso em coluna (comunicação vertical por Edifícios com acesso
em coluna
escada e, eventualmente, por elevador, e comunicação horizontal em patamar)
caracterizam-se pelos seguintes aspectos:

1) permitem volumetrias variadas, em que a coluna de comunicação vertical


ocupa geralmente uma posição central;

2) permitem diversas formas de associação dos edifícios entre si;

3) permitem a implantação em terrenos desnivelados, por exemplo, por


deslocações laterais e verticais, por sequências de desnivelamentos ou por
torções;

4) permitem diversas orientações e níveis de iluminação adequados em todos


os espaços, se for respeitada a profundidade máxima e se não existirem
dispositivos de sombreamento inadequados;

5) permitem a combinação de fogos de diferentes tipologias programáticas


no mesmo edifício;

6) permitem o acesso a um número de fogos por piso limitado, geralmente


não superior a quatro fogos, o que é vantajoso do ponto de vista das
relações de vizinhança; as características dos edifícios e das habitações
segundo o número de fogos por piso são as seguintes:

• se existirem dois fogos por piso, é retirada pouca rentabilidade da


comunicação vertical, mas é geralmente possível associar os edifícios
em banda e os fogos possuem duas fachadas opostas;

20 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


• se existirem três fogos por piso, é retirada maior rentabilidade da
comunicação vertical, é geralmente possível associar os edifícios em
banda, mas geralmente um dos fogos possui uma fachada única;

• se existirem quatro ou mais fogos por piso existem geralmente


significativas limitações no modo de associação dos edifícios e os
fogos ou têm duas fachadas adjacentes ou são mono-orientados.

Edifícios com acesso Os edifícios multifamiliares com acesso linear (comunicação horizontal em
linear
galeria ou corredor) caracterizam-se pelos seguintes aspectos:

1) permitem volumetrias variadas através de deslocamentos laterais e torções,


sendo também possível alguma deslocação vertical usando-se as caixas de
escada como marcos dessa deslocação;

2) têm uma reduzida adaptabilidade a topografias acidentadas e a edifícios


existentes e confinantes;

3) suportam o acesso a um elevado número de fogos por piso, geralmente


superior a 3 fogos por piso, o que permite tirar grande rentabilidade da
coluna de comunicações verticais;

4) implicam, relativamente aos edifícios com acesso por coluna, um maior


percurso entre a entrada do edifício e o acesso ao fogo;

5) permitem a combinação de fogos de diferentes tipologias programáticas


no mesmo edifício.

No caso específico de edifícios com acesso em galeria comum e habitações


símplex, referem-se os seguintes aspectos:

1) se as galerias forem orientadas a Norte, estão particularmente expostas ao


frio, à chuva e ao vento durante o período de Inverno;

2) as galerias reduzem o nível de iluminação natural das habitações contíguas


e só permitem uma insolação normal na fachada oposta à da galeria;

3) as galerias condicionam a organização interna das habitações, porque não


devem existir espaços de estar/reunir ou de dormir/descanso contíguos à
galeria.

No caso específico de edifícios com corredor comum e habitações símplex,


referem-se os seguintes aspectos:

1) as habitações são obrigatoriamente mono-orientadas, usualmente a


Nascente ou a Poente (excepto no topos do edifício);

2) frequentemente o corredor comum é contíguo aos espaços de serviço das


habitações (espaços de preparação de refeições e de higiene pessoal) o
que pode provocar a existência de cheiros e vapores domésticos no
corredor;

DADOS DE PROGRAMA 21
3) existe frequentemente pouca iluminação natural e problemas de
propagação de ruído ao longo do corredor.

As habitações em dúplex integram-se em edifícios com acesso por galeria ou


corredor central sem restrições significativas quanto à sua organização interna,
iluminação natural e abertura visual sobre o exterior. Esta melhor adaptação
deve-se ao facto de, normalmente, as habitações dúplex permitirem colocar os
espaços de uso individual num piso diferente do piso de acesso, que tem as
fachadas totalmente livres.

Salienta-se que os inconvenientes referidos para os edifícios com comunicação


horizontal em galeria ou corredor tornam-se tanto mais graves quanto mais
longa for a sua extensão. Por outro lado, se as galerias ou corredores tiverem
larguras superiores ao estritamente necessário para circulação e iluminação
natural abundante, podem desenvolver-se nestes espaços actividades de recreio
infantil e de reunião que contribuem para reduzir alguns dos inconvenientes
referidos.

Os elevadores influenciam o modo de uso dos edifícios nos seguintes aspectos: Elevadores

1) a ausência de um elevador constitui um motivo de incómodo para a


generalidade dos moradores dos pisos acima do R/C+1 piso, e uma
limitação para o uso por utentes condicionados de mobilidade ou com
dificuldades de movimentação;

2) a existência de elevadores nos edifícios para grupos sociais menos


favorecidos não é aconselhável, porque estes equipamentos têm elevados
custos de exploração e manutenção, e porque a sua utilização implica
algumas regras de conduta, por vezes, difíceis de implementar.

22 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


DADOS DE PROGRAMA 23
24 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
DADOS DE PROGRAMA 25
2. EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO
EDIFÍCIO

Neste capítulo apresentam-se as exigências de qualidade arquitectónica


aplicáveis à concepção, análise e avaliação de edifícios habitacionais.

As exigências de qualidade estão classificadas do seguinte modo:

1) Agradabilidade:

• conforto acústico;

• conforto visual;

• qualidade do ar;

• conforto higrotérmico.

2) Segurança:

• segurança no uso normal;

• segurança contra incêndio;

• segurança contra a intrusão.

3) Adequação espacio-funcional:

• capacidade – programa de espaços;

• espaciosidade – área;

• espaciosidade – dimensão;

• funcionalidade.

4) Articulação:

• acessibilidade;

• privacidade.

5) Personalização:

• apropriação;

• adaptabilidade.

6) Economia:

• custo de construção;

• custo de exploração;

• custo de manutenção.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 27


2.1 AGRADABILIDADE

2.1.1 Conforto acústico

Os edifícios devem ser concebidos de modo a proporcionarem um


adequado isolamento e afastamento relativamente a fontes de ruído
exteriores e a garantirem a ausência de fontes de ruído internas.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem satisfazer as seguintes


exigências de conforto acústico:

1) os edifícios e os respectivos espaços exteriores comuns de estar/reunir


(por exemplo, pátio ou jardim) devem estar implantados em locais
afastados de fontes de ruído, designadamente, vias de tráfego intenso,
actividades não habitacionais ruidosas e espaços de jogo e recreio de
jovens;

2) quando não existirem os referidos afastamentos, devem ser previstas


barreiras acústicas que atenuem a propagação de ruídos (por exemplo,
taludes, barreiras especializadas, vias num nível inferior ao dos edifícios,
colocação de edifícios cortina, etc.);

3) não devem existir no edifício equipamentos (por exemplo, motores de


elevadores, ventoinhas de ventilação) ou espaços não habitacionais, que
produzam níveis de ruído incómodos para as habitações ou para os
espaços exteriores comuns;

4) quando existir alguma destas fontes de ruído, devem ser adoptadas


disposições que atenuem a propagação de ruídos.

2.1.2 Conforto visual

Os edifícios devem ser concebidos de modo a que os espaços habitáveis


recebam insolação directa, e que os espaços interiores disponham de
iluminação natural e permitam o controlo visual do exterior.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem satisfazer as seguintes


exigências de conforto visual:

1) Orientação solar:

• os espaços de comunicação comum exteriores (escadas, patamares,


galerias, corredores) não devem estar orientados entre NE-N-NO;

• a área da sombra projectada (considerando a orientação Sul com uma


declinação de 45°) pelos edifícios não deve ser superior a metade da
área total dos espaços exteriores.

28 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2) Controlo visual:

• os espaços de uso comum (átrio interior, espaços de comunicação


vertical e horizontal, sala de condóminos) devem possuir vãos que
possibilitem um amplo contacto visual com o exterior;

• os vãos dos espaços de uso comum devem proporcionar


enquadramentos sobre situações seleccionadas, tais como, espaços
animados, paisagens naturais, enfiamento de ruas, espaços verdes,
etc..

2.1.3 Qualidade do ar

Os edifícios devem ser concebidos de modo a proporcionarem condições


de ventilação que assegurem a evacuação de cheiros e gases decorrentes
do uso normal e a desenfumagem em caso de incêndio.

Em condições normais, considera-se que as exigências de ventilação para


desenfumagem em caso de incêndio, asseguram um caudal de ventilação
suficiente para a evacuação de cheiros e a renovação do ar.

Assim, ao nível do edifício não se colocam exigências de ventilação


significativas, devendo ser satisfeitas as exigências de ventilação dos espaços
6
comuns apresentadas no capítulo 3, e as exigências de ventilação dos fogos .

2.1.4 Conforto higrotérmico

Os edifícios devem ser concebidos de modo a proporcionarem aos utentes


adequadas condições de protecção contra as temperaturas extremas e a
chuva.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem satisfazer as seguintes


exigências de conforto higrotérmico:

1) o percurso entre o local de estacionamento mais frequente e o edifício


deve realizar-se por espaços cobertos e protegidos do vento;

2) o átrio exterior comum deve ser coberto e estar protegido do vento;

3) o percurso entre o espaço de entrada/saída do edifício, ou outro local com


função equivalente, e a porta dos fogos deve realizar-se por espaços
encerrados ou cobertos e protegidos do vento (por exemplo, galeria
coberta em que existem floreiras ou outros elementos que reduzem a área
exposta);

4) a bateria de receptáculos postais deve estar situada num espaço coberto e


protegido do vento.

6
Ver ponto 2.1.3 do documento "Programa Habitacional. Habitação" (Pedro 1999b).

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 29


2.2 SEGURANÇA

2.2.1 Segurança no uso normal

Os edifícios devem ser concebidos de modo a não provocarem acidentes


decorrentes do uso normal dos seus espaços e equipamentos.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem satisfazer as seguintes


exigências de segurança no uso normal:

1) Generalidade dos espaços comuns:

• não devem existir ângulos vivos nem arestas (por exemplo, esquinas de
paredes, arestas de degraus, extremidades de corrimãos, etc.);

• deve existir iluminação natural;

• não devem existir degraus isolados ou outras irregularidades no


pavimento com altura superior a 0.02m.

2) Zonas envidraçadas dos espaços comuns (Coelho 1993a):

• as portas de vidro e zonas envidraçadas devem ser constituídas por


vidro espesso, de segurança, ou de outro material com idênticas
características de segurança;

• as portas de vidro e zonas envidraçadas devem ser assinaladas com


elementos bem visíveis.

3) Vãos de janela e de porta dos espaços comuns (MHOP e LNEC 1978b,


Coelho 1993a):

• as portas devem abrir no mínimo 90°, sendo aconselhável um ângulo


de 110°;

• as portas devem abrir contra paredes;

• as portas não devem interferir entre si quando abertas;

• não devem ser utilizadas portas que abram nos dois sentidos;

• não devem existir portas e janelas que se projectem para o interior do


7
átrio comum e dos espaços de comunicação comum ; são excepções a
esta exigência os seguintes casos:

− as portas manuseáveis exclusivamente a partir dos espaços de


comunicação comum e átrio comum;

− as portas de elevadores, quando na zona de movimento da porta


não seja de prever a circulação habitual de pessoas mas a
permanência para efeitos de uso dos elevadores;

− as portas de compartimentos para utensílios e produtos de limpeza;

7
Esta exigência justifica-se como forma de evitar o risco de colisão de utentes com portas ou com
janelas cuja abertura possa ocorrer inesperadamente.

30 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


− as portas de compartimentos de vazamento de lixo;

− as portas de compartimentos para elementos de instalações


técnicas que não se destinem a ser manobradas em caso de
incêndio.

2.2.2 Segurança contra incêndio

Os edifícios devem ser concebidos de modo a limitarem o risco de


ocorrência e de desenvolvimento de incêndio, a facilitarem a evacuação
dos ocupantes e a favorecerem a intervenção dos bombeiros.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem satisfazer as seguintes


exigências de segurança contra incêndio:

1) "Nas paredes exteriores de construção tradicional a parte compreendida


entre vãos sobrepostos situados em pisos sucessivos deve ter altura
superior a 1.10m; no entanto, quando a parede comportar, entre vãos,
elementos salientes, como palas, varandas ou galerias corridas, varandas
prolongadas para ambos os lados dos vãos numa extensão superior a
1.00m, ou varandas limitadas lateralmente por guardas cheias, a altura
indicada pode ser reduzida do balanço destes elementos" (RSCIEH Art. 16,
37 e 67 - Portugal 1990b).

2) As paredes exteriores com funções de parede de empena devem elevar-se


a uma altura acima da cobertura do edifício de pelo menos: 0.50m no caso
de edifícios unifamiliares, 0.60m no caso de edifícios multifamiliares de
altura não superior a 28m e cobertura inclinada, 1.20m no caso de edifícios
multifamiliares de altura não superior a 28m e cobertura plana ou de
edifícios multifamiliares de altura superior a 28m (RSCIEH Art. 16, 37 e 67 -
8
Portugal 1990b) .

3) "A existência de vãos em paredes exteriores de corpos do mesmo edifício


em confronto só pode ser consentida em ambas as paredes desde que a
distância entre elas seja superior a 8m; de contrário, somente uma das
paredes pode ter vãos" (RSCIEH Art. 37 e 67 - Portugal 1990b).

4) "A existência de vãos em paredes exteriores de corpos do mesmo edifício


que formem um diedro de abertura inferior a 135° só pode ser consentida
para vãos pertencentes a habitações diferentes desde que a distância entre
vãos seja superior a 3m. Esta disposição é igualmente extensiva a edifícios
vizinhos" (RSCIEH Art. 16, 37 e 67 - Portugal 1990b).

5) A distância entre paredes exteriores com vãos que confrontem com


terrenos vizinhos destinados a edificação e o limite da propriedade deve
ser superior a 3.00m nos edifícios unifamiliares, e 4.00m nos edifícios
multifamiliares (RSCIEH Art. 16, 37 e 67 - Portugal 1990b).

8
Ver definição de altura do edifício no glossário.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 31


2.2.3 Segurança contra a intrusão

Os edifícios devem ser concebidos de modo a conferirem protecção aos


moradores e às instalações comuns contra a intrusão indesejável de
pessoas, animais e objectos.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem satisfazer as seguintes


exigências de segurança contra a intrusão:

1) Características dos elementos da envolvente dos edifícios:

• todos os acessos do espaço público aos espaços de comunicação


comum devem ser encerrados;

• os espaços de estacionamento comum devem ser encerrados;

• devem existir elementos de protecção dos vãos nos pisos térreos ou de


vãos cujo acesso a partir dos espaços públicos seja fácil;

• o desenho dos elementos de protecção dos vãos deve ser coordenado


com a restante imagem do edifico e, dentro do possível, não deve
prejudicar a relação das habitações com o exterior.

2) Visibilidade e controlo dos espaços do edifício:

• deve existir visibilidade a partir das habitações sobre o percurso exterior


de acesso ao edifício;

• deve existir facilidade de controlo dos espaços de comunicação


comum, mesmo quando extensos, por: ausência de recantos,
transparência entre o átrio interior e o exterior do edifício, visibilidade
das escadas e elevadores a partir da rua, visibilidade das portas dos
fogos a partir das escadas ou elevadores.

32 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2.3 ADEQUAÇÃO ESPACIO-FUNCIONAL

2.3.1 Capacidade – Programa de espaços

Os edifícios devem ser concebidos de modo a disporem de programas de


espaços comuns, espaços individuais e espaços não habitacionais
adequados à sua utilização.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem ser compostos pelo


programa de espaços definido no Quadro 4, segundo a altura do edifício e o
nível de qualidade (mínimo/recomendável/óptimo). Os espaços que compõem o
programa estão classificados segundo três categorias de importância: essencial
(z), recomendável (~), facultativo ({) e não existe/não se aplica (-).

Quadro 4

Térreo (Unifam.) Baixa altura Média altura


Espaços*
M R O M R O M R O
Espaços comuns
Espaços de uso comum Átrio exterior - - - { ~ z { ~ z
Átrio interior - - - { ~ z { ~ z
Comunicações verticais Escadas - - - z z z z z z
Elevadores - - - - - { z z z
Rampas*1 - - - { ~ z { ~ z
Comunicações horizontais - - - z z z z z z
Estacionamento comum - - - - { ~ { ~ z
Sala de condóminos - - - - { ~ { ~ z
Espaço exterior comum - - - { ~ z { ~ z

Espaços para serviços comuns Condutas de evacuação de lixo - - - - - { { ~ z


Espaço de vazamento de lixo - - - - - { { ~ z
Espaço de acumulação de lixo - - - - - { { ~ z
Espaço de recolha de contentores de lixo - - - - - { z z z
Bateria de receptáculos postais - - - z z z z z z
Arrecadação de material de limpeza - - - z z z z z z

Espaços para serviços técnicos Espaço para máquinas e equipamentos*2 - - - - - { z z z


Espaço para ductos de canalizações - - - { ~ z { ~ z
Espaço para concentração de contadores - - - { ~ z { ~ z

Espaços individuais
Fogos z z z z z z z z z
Dependências dos fogos Arrumações privadas - { ~ - { ~ - { ~
Espaços exteriores privados (térreos ou elevados) ~ z z { z z { z z
Garagens individuais - { ~ - - - - - -

Espaços não habitacionais - - - { { { { { {

* Os edifícios de grande altura não foram incluídos porque são muito pouco frequentes.
*1 Rampas para vencer desníveis em percursos obrigatórios com degraus.
*2 Variável consoante as instalações comuns existentes no edifício.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 33


2.3.2 Espaciosidade – Área

Os edifícios devem ser concebidos de modo a disporem de espaços


comuns, espaços individuais e espaços não habitacionais com áreas
adequadas à sua utilização.

2.3.2.1 Área bruta do edifício

A área bruta do edifício resulta da soma da área bruta dos espaços comuns, dos
espaços individuais e dos espaços não habitacionais. Em seguida indica-se o
programa de áreas para cada uma destes tipos de espaços.

Área bruta de espaços comuns

A área bruta total dos espaços comuns é igual á soma da área bruta dos
espaços de uso comum, dos espaços para serviços comuns e dos espaços para
serviços técnicos, podendo ser calculada com base nos valores de referência
apresentados no Quadro 5.

Quadro 5

Espaços Mínimo Recomendável Óptimo


Espaços de Átrio exterior 4.00 6.00 8.00 m²
uso comum Átrio interior 0.50 0.75 1.00 m²/fogo
Comunicações escada 6.00 7.00 8.00 m²/fogo
escada + 1 elevador* 9.00 a 10.00 11 00 a 12.00 13.00 a 14 00 m²/fogo
escada + 2 elevadores* 10.00 a 11.00 12 00 a 13.00 14.00 a 15 00 m²/fogo
galeria (unilatera ) fr x (lg+0 30) fr x (lg+0.30) fr x (lg+0.30) m²/fogo
corredor (bilatera ) fr x (lg+0.30) / fr x (lg+0 30) / fr x (lg+0.30) / m²/fogo
2 2 2
Garagem comum*1 15 0 a 20.0 20.0 a 25.0 25.0 a 30 0 m²/veículo
Sala de condóminos área por fogo - 1.00 2.00 m²/fogo
área mínima - 25.00 40 00 m²
Espaço exterior comum - 1.00 2.00 m²/fogo

Espaços para Condutas de evacuação de lixo - - - m²


serviços comuns Espaço de vazamento de lixo 1 conduta 1.00 1.25 1.50 m²
2 condutas 1.50 1.75 2.00 m²
Espaço de acumulação de lixo 1 conduta 3.50 3.75 4.00 m²
2 condutas 7.00 7.50 8.00 m²
Espaço de recolha de contentores de lixo - - - m²
Arrecadação de material de limpeza 1.00 1.50 2.00 m²

Espaços para Casa das máquinas 1 elevador 7.50 10.00 12 50 m²


serviços técnicos 2 elevadores 15.00 17.50 20 00 m²
Espaço para ductos de canalizações - - - m²
Espaço para concentração de contadores - - - m²

* Área de comunicações para acesso a fogos, considerando edifícios com acesso por coluna, e com 2 a 6 fogos por piso.
*1 Área de estacionamento e circulação de veículos, a que pode ser necessário somar a área para os acessos.
fr Frente média dos fogos que compõem o edifício.
lg Largura da galeria (definida de acordo com o Quadro 20).

34 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


A área bruta dos espaços comuns de diferentes edifícios varia muito
significativamente em função dos seguintes aspectos: tipo de acesso (directo,
em coluna ou linear), existência de elevadores, número de fogos por piso,
existência de espaços de uso comum opcionais (por exemplo, garagem ou sala
de condóminos), e existência de espaços para serviços comuns opcionais (por
exemplo, sistema de evacuação de lixo por condutas).

Apesar desta variação, em edifícios correntes, o índice entre a área bruta dos
espaços comuns do edifício e a área bruta dos fogos é relativamente estável (ver
valor de referência do primeiro índice definido no ponto 2.3.2.2).

Utilizando este índice e as áreas brutas dos espaços individuais (ver Quadro 7)
calcularam-se os valores aproximados da área bruta dos espaços comuns por
9
fogo apresentados no Quadro 6 . Salienta-se que nestes valores não se incluem
as áreas para os espaços comuns que são opcionais (por exemplo, garagem ou
a sala de condóminos) ou cuja área pode variar muito significativamente (por
exemplo, espaço exterior) .

Quadro 6

Níveis de Tipologias programáticas


qualidade
T0/1 T1/1 T1/2 T2/2 T2/3 T2/4 T3/4 T3/5 T4/5 T3/6 T4/6 T4/7 T5/7 T5/8 T5/9

Nível mínimo 42 4.2 4.8 4.9 58 6.7 6.7 7.5 78 7.9 8.2 93 9.0 10.2 10.9 m²/fogo

Nível recomendável 52 5.2 6.0 6.0 7.4 8.6 8.5 9.4 97 10 0 10.3 11.8 11.4 12.8 13.6 m²/fogo

Nível óptimo 59 5.9 7.3 7.3 86 9.9 9.8 11.0 11.4 12 0 12.3 14.0 13 5 14.8 15.6 m²/fogo

Espaços individuais
10
No Quadro 7 , apresentam-se os valores da área bruta dos espaços individuais
(fogo e dependências do fogo).

Quadro 7

Níveis de Tipologias programáticas


qualidade
T0/1 T1/1 T1/2 T2/2 T2/3 T2/4 T3/4 T3/5 T4/5 T3/6 T4/6 T4/7 T5/7 T5/8 T5/9

Nível mínimo 43 43 49 52 62 72 76 84 88 93 97 110 113 127 136 m²

Nível recomendável 55 55 64 67 81 95 99 109 112 122 125 144 148 164 174 m²

Nível óptimo 64 64 78 81 95 110 115 128 132 146 150 171 175 190 200 m²

Espaços de uso não habitacional

Relativamente aos espaços de uso não habitacional não são definidos valores
de área bruta. A área destes espaços deve ser definida de acordo com o tipo de
uso pretendido e com o respectivo programa de espaços.

9
Valores apresentados no ponto 2.3.2.2 do documento "Programa Habitacional. Habitação" (Pedro
1999b).
10
Valores apresentados no ponto 2.3.2.2 do documento "Programa Habitacional. Habitação" (Pedro
1999b).

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 35


2.3.2.2 Índices de área

Índice entre área bruta dos espaços comuns e área bruta dos espaços
individuais do edifício

Este índice traduz o peso das áreas dos espaços comuns do edifício nas áreas
dos espaços individuais, e portanto, considera-se que uma solução é tanto mais
vantajosa quanto menor for o seu valor.

Os valores deste índice devem satisfazer os limites máximos apresentados no


Quadro 8, por tipologia programática da habitação.

Quadro 8

Tipologias programáticas

T0/1 T1/1 T1/2 T2/2 T2/3 T2/4 T3/4 T3/5 T4/5 T3/6 T4/76 T4/7 T5/7 T5/8 T5/9

Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Referência 0.100 0.100 0.100 0.095 0 095 0.095 0.090 0 090 0.090 0.085 0 085 0.085 0.080 0.080 0.080

Máximo 0.120 0.120 0.120 0.115 0.115 0.115 0.110 0.110 0.110 0.105 0.105 0.105 0.100 0.100 0.100

Ao calcular este índice, não se deve incluir no valor da área bruta dos espaços
comuns a área dos seguintes espaços: garagem, sala de condóminos, espaço
exterior, espaços de comunicação exclusivamente para o acesso a qualquer um
dos espaços anteriores.

Índice de utilização do lote


11
O índice de utilização ou construção do lote é determinado pelo quociente
entre a área bruta de construção do edifício e a área total do lote.

O índice de utilização do lote é definido pelo plano de ordenamento em vigor


que enquadra a zona. Quando este valor não for expresso no referido plano
devem ser utilizados os valores de referência apresentados no Quadro 9 (NTPU
Art. 8.5.2.f - MOPTC 1993).

Quadro 9

Tipos de ocupação
Edifícios unifamiliares 12
Fracção de garagens e arrecadações em edifícios anexos ao lote 02
Edifícios multifamiliares 30
Fracção de garagens e arrecadações em edifícios anexos ao lote 05

Índice de ocupação do lote

O índice de ocupação ou implantação do lote é determinado pelo quociente


entre a área total de implantação do edifício e a área total do lote.

O índice de ocupação do lote é definido pelo plano de ordenamento em vigor


que enquadra a zona. Quando este valor não for expresso no referido plano

11
Por lote entende-se uma unidade de terreno destinada à edificação.

36 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


devem ser utilizados os valores de referência apresentados no Quadro 10 (NTPU
- Art. 8.5.2.e - MOPTC 1993).

Quadro 10

Tipos de ocupação
Edifícios unifamiliares 0.60
Edifícios multifamiliares de altura não superior a R/C + 3 pisos 0.50
Edifícios multifamiliares de altura superior R/C + 3 pisos 0.40

Índice de tolerância

O índice de tolerância representa uma margem de variação (positiva ou


negativa) que é admitida nos valores de área propostos no programa, com vista
a permitir satisfazer as exigências de coordenação dimensional entre os
compartimentos, a estrutura e os espaços comuns do edifício.

Este índice não deve ter valores superiores a (Portaria 828/88 - Portugal 1988):

1) 1.03, para a área bruta total de empreendimentos no seu conjunto;

2) 1.10, para a área bruta das habitações incluídas nos referidos


empreendimentos.

2.3.3 Espaciosidade – Dimensão

Os edifícios devem ser concebidos de modo a disporem de espaços


comuns, espaços individuais e espaços não habitacionais com dimensões
adequadas à sua utilização.

2.3.3.1 Dimensão do edifício no seu conjunto

As dimensões de conjunto dos edifícios são muito variáveis em função da sua


morfologia não sendo portanto possível definir dimensões criticas. No entanto,
no Quadro 11 apresentam-se as dimensões de referência para as morfologias
de edifícios mais comuns.

Quadro 11

Tipo de Dimensão
Tipo de acesso Designação usual
agrupamento
Estreito Profundo

Isolado Directo Unifamiliar 8.0 12 0 m

Isolado Coluna Torre 12.0 18 0 m

Banda Simples Coluna Esquerdo/direito 9.0 13 0 m

Isolado Linear Unilateral Galeria 8.0 12 0 m

Isolado Linear Bilateral Corredor 14.0 18 0 m

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 37


2.3.4 Funcionalidade

Os edifícios devem ser concebidos de modo a proporcionarem aos utentes


adequadas condições no desenvolvimento das funções de uso dos
espaços que os integram.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem satisfazer as seguintes


exigências de funcionalidade:

1) localização do espaço de arrumação de contentores prediais de lixo e sua


relação com ponto de colecta (ver ponto 3.2.1);

2) localização da bateria de receptáculos postais (ver ponto 3.2.4);

3) localização de contadores individuais (ver ponto 3.3.1);

4) acesso a ductos de canalizações (ver ponto 3.3.2);

5) modo de acesso à cobertura para operações de manutenção e reparação


(ver ponto 3.1.2.3).

38 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2.4 ARTICULAÇÃO

2.4.1 Privacidade

Os edifícios devem ser concebidos de modo a proporcionarem privacidade


aos utentes, pelo modo como se estabelece a relação entre os espaços
individuais, comuns e públicos.

Para concretizar este objectivo, os edifícios devem satisfazer as seguintes


exigências de privacidade:

1) não devem existir portas de habitações vizinhas confrontantes, em que a


distância é inferior a 3.0m;

2) não devem existir espaços de comunicação horizontal comum que sirvam


mais de quatro habitações;

3) os espaços exteriores comuns devem estar claramente demarcados das


zonas públicas contíguas (por exemplo, existem vedações, diferenças de
nível, ou barreiras verdes);

4) deve estar assegurada a privacidade dos espaços exteriores comuns de


lazer e reunião, relativamente a espaços vizinhos e espaços públicos
movimentados, pelo menos em parte da sua área;

5) as habitações térreas não devem ser contíguas a espaços públicos em que


seja previsível uma forte intensidade de uso.

2.4.2 Acessibilidade

Os edifícios devem ser concebidos de modo a proporcionarem uma ligação


fácil entre o espaço exterior e as habitações, e entre as diversas habitações
entre si.

Situações de uso As exigências de acessibilidade do edifício devem ser definidas tendo em


consideração as seguintes situações de uso:

1) Acessibilidade para usos de carácter normal:

• acesso a fogos e dependências dos fogos, por utentes sem limitações


de movimentação, utentes com dificuldades de movimentação e
utentes condicionados de mobilidade.

2) Acessibilidade para usos de emergência:

• acesso de bombeiros em caso de incêndio;

• fuga de moradores em caso de incêndio;

• acesso de serviços médicos de assistência domiciliária;

• transporte de doentes.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 39


3) Acessibilidade para usos de serviço:

• tarefas de tratamento de lixo, em particular o transporte de contentores


de lixo desde o espaço de arrumação até ao local de recolha;

• transporte de cargas e volumes (por exemplo, transporte de mobiliário


durante a mudança de habitação);

• entregas por serviços domiciliários (por exemplo, entrega de correio);

• leitura periódica de contadores de redes de gás, electricidade e água;

• tarefas de manutenção do edifício.

4) Acessibilidade para usos de representação (por exemplo, casamento,


funeral, ou outro ritual social).

No edifício devem ser satisfeitas as seguintes exigências de acessibilidade: Exigências de


acessibilidade
1) Visibilidade e orientação:

• existência de visibilidade das escadas e elevadores a partir do átrio


interior;

• existência de visibilidade das portas dos fogos a partir das escadas ou


elevadores;

• existência de elementos de sinalização que permitam a orientação nos


espaços comuns do edifício;

• existência de elementos de sinalização que permitam a identificação


dos fogos.

2) Relações entre espaços:

• ausência de estrangulamentos ou cotovelos acentuados nas


comunicações comuns;

• existência de acessos alternativos de serviço ao edifício;

• existência de acessos directos das habitações térreas ao exterior.

3) Utentes condicionados de mobilidade:

• existência de rampas alternativas a desníveis vencidos por degraus, nas


comunicações horizontais entre a entrada no edifício e o patamar do
piso térreo;

• existência em todos os espaços de comunicação horizontal de rampas


alternativas a desníveis vencidos por degraus com altura superior a
0.02m.

40 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2.5 PERSONALIZAÇÃO

2.5.1 Apropriação

Os edifícios devem ser concebidos com elementos que suscitem relações


de identidade dos moradores e devem permitir realizar intervenções que
favoreçam a identificação individual e colectiva.

Edifícios multifamiliares Os edifícios multifamiliares apresentam por vezes sinais de intervenções


individuais de apropriação dos espaços comuns (por exemplo, colocação de
vasos e floreiras), mas proporcionam geralmente poucas possibilidades de
apropriação pelo conjunto dos moradores.

A apropriação dos edifícios deve ser fomentada pela existência dos seguintes
espaços e elementos:

1) elementos de identificação do edifício (por exemplo, placa com o nome e


número do edifício);

2) elementos de valor simbólico ou evocativo do condomínio (por exemplo,


arco, frontão, pérgula, ou outro elementos arquitectónicos com valor
simbólico);

3) espaços comuns exteriores que permitam a reunião e o convívio dos


moradores (por exemplo, galeria comum larga e protegida do vento e da
chuva, átrio comum exterior espaçoso e coberto, ou espaço exterior
comum de estar/reunir equipado);

4) espaços comuns interiores que permitam a reunião e o convívio dos


moradores (por exemplo, átrio comum interior com lugares sentados, ou
sala de condóminos).

Edifícios unifamiliares Os edifícios unifamiliares, contrariamente aos edifícios multifamiliares,


possibilitam a realização de intervenções de apropriação do edifício sem ser
necessário alcançar um acordo entre os vários condóminos. Nos edifícios
unifamiliares são geralmente realizadas diversas alterações, tanto na
compartimentação interior da habitação, como na imagem exterior do edifício
(por exemplo, realização de expansões das habitações, abertura de vãos,
alteração da cor da fachada, aplicação de novos revestimentos de fachada,
etc.).

As formas mais frequentes de apropriação dos edifícios unifamiliares devem ser


previstas durante a fase de concepção, de modo a evitar a realização de
alterações que prejudiquem a imagem dos edifícios ou a unidade do conjunto
edificado (por exemplo, podem ser realizados projectos tipo para as alterações
mais frequentes, ou podem ser deixados espaços para os utentes realizarem
intervenções de personalização).

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 41


2.5.2 Adaptabilidade

Os edifícios devem ser concebidos de modo a permitir aos moradores a


escolha da habitação com as características que lhes seja mais adequada
e/ou a realização de intervenções no sentido de adequar as habitações aos
seus modos de uso e necessidades específicas.

A adaptabilidade do edifício no momento da escolha, deve ser implementada Momento da escolha


pela existência de diferentes habitações quanto:

1) ao programa de espaços e compartimentos;

2) ao modo de conjugação das funções nos compartimentos;

3) ao modo de articulação dos compartimentos na habitação;

4) ao modo de relação da habitação com o exterior.

Geralmente, durante o período de uso, são realizadas poucas alterações nos Período de uso
espaços comuns do edifício no sentido de os adequar aos moradores. De um
modo geral, as alterações limitam-se à instalação de novos equipamentos
comuns (por exemplo, uma antena de televisão comum) e à melhoria dos
espaços exteriores comuns (por exemplo, arranjo de um jardim comum).

Com vista a aumentar a adaptabilidade dos edifícios durante o período de uso


podem ser previstas as seguintes estratégias:

1) Existência de espaços livres deixados especificamente para permitir a


montagem futura de equipamentos ou instalações técnicas (por exemplo,
elevadores ou redes de tele-comunicações).

2) Utilização de sistemas construtivos que permitam a separação entre


estrutura de suporte e elementos de preenchimento, e localização
estratégica de diversas condutas de adução e evacuação, que permitam
realizar alterações na compartimentação das habitações.

3) Previsão de compensações de área entre espaços, designadamente:

• expansão da habitação por aumento da área do edifício;

• expansão da habitação por diminuição da área da habitação vizinha;

• expansão da habitação por diminuição da área de espaços comuns no


mesmo, ou em outro, piso;

• conjugação de duas habitações numa só;

• divisão de uma habitação em duas.

4) Existência de espaços exteriores comuns adaptáveis pelo condomínio.

42 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2.6 ECONOMIA

Os edifícios devem ser concebidos de modo a, durante o seu período de


vida útil, satisfazerem as restantes exigências com um custo global
(construção, exploração e manutenção) mínimo.

2.6.1 Custo de construção

Os edifícios devem satisfazer as exigências de economia relativas ao custo de


construção indicadas nos pontos seguintes.

Relação entre o volume interno e a superfície envolvente

A relação entre o volume interno do edifício e a sua superfície externa deve ser
máxima. Este princípio, se considerado isoladamente, implica que os edifícios
com contornos regulares e forma aproximadamente cúbica são mais
económicos.

Relação entre os perímetros de fachada e de empena

A relação entre o perímetro de fachada e o perímetro de empena deve ser


12
mínima, porque, o custo do metro linear de parede de fachada é superior ao de
parede empena. Este princípio, se considerado isoladamente, significa que os
edifícios com duas fachadas opostas se tornam mais económicos quando se
aumenta a sua profundidade (empena) e se reduz a sua frente (fachada).

Relação entre o modo de agrupamento de fogos e a extensão de


canalizações

O modo de agrupamento dos fogos por piso e a organização interna de cada


fogo devem conduzir a traçados de canalizações com reduzida extensão
(principalmente de águas e de esgotos) e limitado número de prumadas
verticais (RTHS Art. 4.4.6 - MES 1983).

Relação entre as características dos edifícios e as instalações técnicas


suplementares

As características dos edifícios devem dispensar a instalação de grupos


hidropressores, grupos de bombagem de esgotos, e colunas secas de extinção
de incêndios (RTHS Art. 6.10.2 - MES 1983).

Modulação, normalização e optimização de dimensões e de componentes


da construção

Deve procurar rentabilizar-se a construção, recorrendo às seguintes estratégias


(RTHS Art. 5.10.1, 5.10.2 - MES 1985):

12
No custo da parede de fachada inclui-se o custo dos respectivos vãos e revestimentos exteriores.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 43


1) repetição de plantas de pisos;

2) utilização de soluções espaciais moduladas, que permitam racionalizar e


industrializar o processo construtivo;

3) utilização de componentes construtivos (tais como, janelas, portas,


fechaduras, torneiras, autoclismos, etc.) modulados, normalizados e
optimizados, nos aspectos formais, dimensionais e de construção;

4) utilização de elementos prefabricados.

Número de pisos

O número de pisos do edifício, que constitui um factor determinante no custo de


construção, deve ser estudado de modo a permitir economias de construção.
Neste estudo devem ser ponderados os seguintes factores (Bezelga 1984;
Mascaró 1985):

1) Factores com incidência crescente em relação à altura:

• a super-estrutura, em que se incluem pilares, vigas, paredes, lajes e


outros elementos de estrutura;

• as instalações electro-mecânicas, com particular incidência dos


elevadores;

• os paramentos (fachada e empena), porque o perímetro da construção


é, para uma mesma área de pavimento, tanto maior quanto o número
de pisos;

• a duração da obra, devido, nomeadamente, à necessidade de maiores


tempos de espera entre fases de construção da estrutura resistente dos
sucessivos pisos;

• a mão de obra, devido à menor produtividade provocada pelo maior


risco de acidente e pelo maior tempo de deslocação até ao local de
trabalho;

• as medidas de segurança, pelas exigências crescentes de segurança


contra o risco de queda.

2) Factores com incidência decrescente em relação à altura:

• o movimento de terras, considerando constante o tipo de terreno, as


fundações e o número de pisos enterrados;

• a cobertura, porque o seu custo é amortizado por um maior número de


pisos;

• os espaços comuns, porque em regra, a área dos espaços comuns por


habitação é menor quanto maior for o número de pisos;

• o terreno, porque o seu custo é amortizado por um maior número de


pisos;

• os elementos únicos do edifício (por exemplo, reservatórios de água).

44 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3) Factores com incidência variável:

• as fundações, porque o custo das fundações depende sobretudo do


tipo de solo e do tipo de fundação;

• a elevação dos materiais, porque o seu custo depende sobretudo do


sistema de transporte adoptado.

Da conjugação destes factores verifica-se que o custo dos edifícios de habitação


varia em função do número de pisos segundo os seguintes patamares
(Deilmann et al. 1973; Bezelga 1984):

1) R/C, custo elevado;

2) de R/C+1 até R/C+3 pisos, o custo diminui, atingindo um mínimo absoluto


para R/C+3 pisos;

3) R/C+4 pisos, o custo aumenta devido à necessidade de instalação de um


elevador;

4) de R/C+5 pisos até R/C+9 pisos, o custo aumenta devido à necessidade


de instalação de um segundo elevador, e depois diminui progressivamente,
atingindo um novo valor favorável para R/C+9 pisos;

5) mais de R/C+9 pisos, o custo volta a aumentar devido à necessidade de


satisfazer exigências acrescidas de segurança contra incêndio.

Relação entre o tipo de comunicação horizontal comum e o número de


habitações por piso

A relação entre o tipo de comunicação horizontal comum e o número de


habitações por piso deve ser estudada de modo a permitir economias de
construção. Neste estudo devem ser ponderados os aspectos indicados nos
parágrafos seguintes (Mascaró 1985).

Edifícios com Os edifícios com comunicação horizontal em patamar, constituem geralmente


comunicação
horizontal em patamar
uma solução económica, porque apesar de suportarem um número reduzido de
fogos por piso, e portanto rentabilizarem pouco a coluna de comunicações
verticais, implicam também um reduzido investimento de área em comunicações
horizontais.

Na determinação do custo dos edifícios com comunicação horizontal em


patamar devem ser ponderadas as seguintes variáveis:

1) número de habitações por piso – quanto maior é o número de habitações


por piso, maior a rentabilidade que é possível retirar do investimento
efectuado na comunicação vertical;

2) tipologia programática das habitações – quanto maior é a tipologia


programática das habitações, menor é a parcela de área para os espaços
de comunicação comuns afecta a cada habitação;

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 45


3) existência de elevador – a instalação de um ou dois elevadores implica um
investimento em equipamento e em área, que para ser rentabilizado deve
servir um número adequado de habitações;

4) implicações no modo de associação de edifícios – se existirem dois ou três


fogos por piso é geralmente possível associar os edifícios em banda; se
existirem quatro ou mais fogos por piso os edifícios deverão ser geminados
ou isolados, de modo a libertar fachadas para todos os fogos.

Os edifícios com comunicação horizontal em corredor ou galeria, constituem Edifícios com


comunicação
geralmente uma solução pouco económica, porque apesar de permitem horizontal em corredor
suportar um número elevado de fogos por piso, e portanto rentabilizar a coluna ou galeria

de comunicações verticais, implicam também um significativo investimento de


área em comunicações horizontais.

Na determinação do custo dos edifícios com comunicação horizontal em


corredor ou galeria devem ser ponderadas as seguintes variáveis:

1) número de níveis dos fogos – quando os fogos que compõem o edifício


são do tipo dúplex, é possível realizar-se o acesso por comunicações
horizontais comuns em pisos alternados o que permite reduzir para
aproximadamente metade a área afecta a este espaços;

2) tipo de comunicação horizontal (galeria, corredor central, corredor lateral) –


os diferentes tipos de comunicação horizontal têm diferenças de custo, tal
com se descreve em seguida:

• os corredores laterais têm maiores custos de construção que as


galerias e corredores centrais, e retiram pouca rentabilidade do espaço
investido porque suportam apenas a disposição unilateral dos fogos;

• as galerias comuns têm menores custos de construção que os


corredores, mas retiram pouca rentabilidade do espaço investido
porque suportam apenas a disposição unilateral dos fogos;

• os corredores centrais têm custos de construção maiores que as


galerias e menores que os corredores laterais, e permitem rentabilizar o
espaço investido porque suportam a disposição bilateral dos fogos;

3) implicações no modo de associação de edifícios – os edifícios com


comunicações comuns lineares são geralmente do tipo isolado o que
naturalmente coloca limitações no seu modo de associação.

Neste tipo de edifícios, a tipologia programática dos fogos e a existência de


elevadores têm uma importância reduzida no custo final do edifício.

2.6.2 Custo de exploração

No estudo do custo de exploração do edifício devem ser ponderados os


seguintes factores de ordem arquitectónica:

46 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


1) existência de equipamentos – a existência de máquinas e equipamentos
electromecânicos (grupo hidropressor, grupo de bombagem de esgotos e
elevadores) implica custos acrescidos de energia;

2) existência de sistema de poupança de energia – a existência, por exemplo,


de um adequado sistema de isolamento, ventilação e orientação dos
espaços comuns, permite economizar energia para aquecimento ou
arrefecimento;

3) existência de serviços de exploração – a existência, por exemplo, de


serviços de limpeza, portaria, vigilância, ou gestão de condomínio implica
custos acrescidos de exploração.

2.6.3 Custo de manutenção

No estudo do custo de manutenção do edifico devem ser ponderados os


seguintes factores de ordem arquitectónica:

1) número de pisos do edifício – o aumento do número de pisos implica


maiores custos nas operações de manutenção devido à necessidade de
montagem de maiores estruturas de apoio e ao menor rendimento da mão
de obra;

2) existência de equipamento – a existência de máquinas e equipamentos


electromecânicos (grupo hidropressor, grupo de bombagem de esgotos e
elevadores) implica custos periódicos de manutenção;

3) intensidade de uso dos espaços – os espaços do edifício sujeitos a um uso


intenso têm tendência a sofrer um desgaste mais acentuado, o que
geralmente implica um custo periódico de manutenção;

4) durabilidade dos elementos e equipamentos da construção – a não


satisfação das exigências de durabilidade da construção pode implicar
custo acrescidos de manutenção para reparação e substituição de
elementos e equipamentos deteriorados.

Os edifícios devem satisfazer as seguintes exigências de economia relativas ao


custo de manutenção (RRTHS Art. 5.4.1, 5.4.2, 5.4.3 - Duarte e Paiva 1994b):

1) as características funcionais dos edifícios e das instalações neles aplicadas


devem manter-se durante um período não inferior a 50 anos, admitindo que
se realizam acções de conservação periódicas e eventuais que incluam a
substituição de elementos da construção sujeitos a usos intensos; uma
especial atenção deve ser dada às características de durabilidade dos
materiais e elementos não facilmente substituíveis ou não acessíveis;

2) os elementos da construção e os respectivos dispositivos de ligação e


montagem devem ter resistência relativamente às acções de choque
acidentais provocadas por queda ou projecção de pessoas e objectos, em
situações de uso normal;

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AO EDIFÍCIO 47


3) deve existir facilidade de limpeza dos elementos e equipamentos da
construção, particularmente dos respectivos acabamentos, de modo a que
a acção do tempo e dos agentes atmosféricos e as acções decorrentes das
condições normais de uso não lhes provoquem, durante o seu período de
vida útil, degradações de aspecto que não possam ser eliminadas por
processos de limpeza correntes;

4) os elementos da construção que sejam acessíveis ao nível do solo e


vulneráveis a acções de choque devem estar protegidos (por exemplo,
protecção de tubos de queda exteriores).

48 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3. EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS
ESPAÇOS DO EDIFÍCIO

Neste capítulo apresentam-se as exigências de qualidade arquitectónica que


devem ser satisfeitas na concepção de cada um dos espaços que compõem o
edifício.

Os espaços que compõem o edifício estão classificados do seguinte modo:

1) Espaços de uso comum:

• átrio comum;

• comunicações verticais – escadas comuns;

• comunicações verticais – escadas comuns de acesso a garagens;

• comunicações verticais – elevadores comuns;

• comunicações verticais – rampas comuns;

• comunicações horizontais – patamares comuns;

• comunicações horizontais – galerias e corredores comuns;

• sala de condóminos;

• lavandaria comum;

• espaço de estacionamento comum;

• espaço exterior comum.

2) Espaços para serviços comuns:

• espaço de arrumação de contentores prediais de recolha de lixo;

• sistema de evacuação de lixo por condutas;

• espaço de arrecadação de material de limpeza;

• bateria de receptáculos postais.

3) Espaços para serviços técnicos:

• espaço para concentração de contadores;

• espaço para ductos de canalizações;

• espaço para máquinas e equipamento electromecânico.

4) Fogos.

5) Dependências dos fogos:

• espaços exteriores privados;

• arrecadações privadas;

• espaços de estacionamento individual;

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 49


• dependências de lavagem de roupa.

6) Espaços não habitacionais.

Salienta-se que, os espaços que compõem os edifícios unifamiliares são apenas


os fogos e as dependências dos fogos.

50 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3.1 ESPAÇOS DE USO COMUM

3.1.1 Átrio comum

O átrio comum é o espaço de entrada e recepção dos moradores e visitantes no


edifício, pelo que deve ter uma caracterização que reforce o seu valor simbólico.

3.1.1.1 Espaços e equipamentos

Átrio comum exterior Os edifícios devem possuir um átrio comum exterior que constitua um espaço de
recepção, total ou parcialmente coberto, onde os moradores e visitas possam
aguardar a entrada no edifício.

O átrio comum exterior pode também constituir um espaço de estar/reunir dos


moradores, devendo para o efeito possuir um maior desenvolvimento incluindo,
nomeadamente, lugares sentados e elementos verdes.

No átrio comum exterior devem existir instalações de intercomunicação


(telefónica e/ou visual) com as habitações e de comando para abertura da porta
do edifício.

Átrio comum interior Os edifícios devem possuir um átrio comum interior em que sejam satisfeitas as
seguintes exigências (Coelho 1993b, Aellen et al. 1979):

1) boas condições de permanência, designadamente prevendo a existência


de uma mesa de apoio, de um ou mais lugares sentados, de elementos
verdes, e de um placar para afixar circulares e informações do condomínio;

2) boas condições de circulação em situações correntes, tais como, abrir e


fechar portas, limpar os sapatos, pousar e sacudir ou escorrer guarda-
chuvas, vestir e despir agasalhos do próprio ou de outro, aceder à caixa de
correio e dar uma vista de olhos à correspondência, etc.;

3) boas condições de circulação em situações de excepção, tais como,


acesso de utentes condicionados da mobilidade, circulação de carrinhos
de bebé, manuseamento de grandes volumes (em ocasiões de mudança
de habitação), transporte de macas, etc..

3.1.1.2 Dimensionamento

Os átrios comuns, exterior e interior, devem ser dimensionados em função do


número de habitações englobadas no edifício e dos usos que se pretende que
suportem. Considera-se, também, que deve existir uma compensação de
espaciosidade entre os átrios interior e exterior.

Átrio comum exterior

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 51


A área do átrio comum exterior não deve ser inferior a 4.0m² no nível mínimo,
6.0m² no nível recomendável, e 8.0m² no nível óptimo. A área da zona coberta
não deve ser inferior a 2.0m².

O átrio comum interior deve respeitar as regras de dimensionamento Átrio comum interior
apresentadas no Quadro 12 (ITCC 1983; RSCIEH Art. 34 - Portugal 1990b;
NTMA Cap. III Art. 1.1, 1.2,1.4 - Portugal 1997).

Quadro 12

Mínimo Recomen. Óptimo


Largura mínima 1.20 1.50 1.80 m
Profundidade mínima 1.20 1.80 2.40 m
Altura mínima livre de obstáculos 2 00 2.00 2.00 m
Pé-direito mínimo 2.40 2.50 2.60 m
Largura mínima da porta de entrada 0 80 1.00 1.20 m
Altura mínima da porta de entrada 2.00 2.10 2.20 m
Área por fogo 0.50 0.75 1.00 m²
Área mínima 4.00 6.00 8.00 m²
Altura de ressaltos nos pavimentos (máxima) - 0.02 0.02 m
Altura da soleira da porta exterior (máxima) 0.15 0.10 0.02 m

Na Figura 4 apresenta-se graficamente um resumo das principais regras de


dimensionamento dos átrios comuns interiores.

3.1.1.3 Articulação

O átrio comum interior deve ter uma localização que proporcione a sua
visibilidade no percurso de aproximação ao edifício ou deve existir uma clara
marcação da entrada (por exemplo, por alteração no tratamento da fachada, por
existência de uma pala ou outro volume saliente, ou por alteração na altura do
edifício).

É recomendável que o átrio comum interior esteja na contiguidade de espaços


comuns vocacionados para o convívio dos moradores do edifício (por exemplo,
recanto de estar interior, sala de condóminos, ou amplo átrio comum exterior).

As exigências de articulação do átrio comum interior com outros espaços de uso


comum variam consoante a altura do edifício e o tipo de espaço, tal como se
apresenta em seguida:

1) Edifícios de altura não superior a 9m (RSCIEH Art. 34 - Portugal 1990b):

• não se aplicam exigências de articulação.

2) Edifícios de altura não superior a 28m (RSCIEH Art. 34 - Portugal 1990b):

• a ligação entre o átrio e escadas interiores que sirvam pisos elevados


através de espaços de comunicação horizontal comuns deve, no caso
do átrio dar também acesso a outros espaços interiores do edifício,

52 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


realizar-se por uma porta de largura não inferior a 0.80m e abrindo no
sentido do átrio;

• a ligação entre o átrio e escadas interiores que sirvam pisos enterrados


deve realizar-se por uma porta de largura não inferior a 0.80m e abrindo
no sentido do átrio;

• a ligação entre o átrio e escadas exteriores não requer qualquer


protecção.

3) Edifícios de altura superior a 28m (RSCIEH Art. 62 - Portugal 1990b):

• a ligação entre o átrio e escadas interiores que sirvam pisos elevados


através de comunicação horizontal comuns interiores deve, no caso do
átrio dar também acesso a outros espaços interiores do edifício,
13
realizar-se por uma câmara corta-fogo ;

• a ligação entre o átrio e escadas interiores que sirvam pisos elevados


através de comunicação horizontal comuns exteriores deve, no caso do
átrio não dar também acesso a outros espaços interiores do edifício,
realizar-se por uma porta de largura não inferior a 0.80m e abrindo no
sentido do átrio;

• a ligação entre o átrio e escadas interiores que sirvam pisos enterrados


deve ser protegida por uma porta de largura não inferior a 0.80m e
abrindo no sentido do átrio;

• a ligação entre o átrio e escadas exteriores não requer qualquer


protecção.

3.1.1.4 Agradabilidade

Átrio comum exterior O átrio comum exterior deve satisfazer as seguintes exigências:

1) deve estar protegido da incidência directa do sol e da chuva por elementos


de cobertura;

2) nas situações em que se justifique, devem também existir elementos


verticais que, embora sem encerrar o átrio, lhe confiram protecção contra
os ventos dominantes e a chuva.

Átrio comum interior O átrio comum interior deve satisfazer as seguintes exigências:

1) deve ter iluminação natural;

2) deve ter um, ou mais, vãos que permitam um amplo contacto visual com o
exterior;

3) deve ter um desenho e pormenorização consensual, com recurso a


materiais duráveis e que permitam uma limpeza fácil;

13
Ver definição no glossário.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 53


4) o ruído originado pelo "bater" da porta do átrio comum deve ser limitado
por dispositivos adequados.

3.1.2 Comunicações verticais – Escadas comuns

Geralmente, As escadas comuns constituem a segunda etapa no percurso de


acesso às habitações, devendo possuir uma qualificação que as torne mais do
que simples espaços de passagem. As principais qualidades que contribuem
para conferir uma maior representatividade às escadas são uma dimensão
ampla, a existência de iluminação natural e a proporção confortável dos
degraus.

As exigências relativas a escadas de acesso a garagens comuns são tratadas no


ponto 3.1.3.

3.1.2.1 Espaços e equipamentos

O número e localização das escadas a prever num edifício depende da altura do


edifício como se indica em seguida:

1) Edifícios multifamiliares com altura não superior a 28m (RSCIEH Art. 31 -


Portugal 1990b):

• pode existir uma escada única quando a distância entre a porta de


qualquer habitação e o acesso à caixa de escadas não for superior a
15m;

• em edifícios com duas ou mais escadas, estas não se podem encontrar


a uma distância (descontados os percursos ao ar livre) superior a 45m
ou inferior a 10m;

• em edifícios com duas ou mais escadas, a distância entre a porta de


qualquer habitação servida por um ramal derivado da comunicação
horizontal comum entre escadas e o ponto de derivação desse ramal,
não deve ser superior a 10m.

2) Edifícios multifamiliares com altura superior a 28m (RSCIEH Art. 59 -


Portugal 1990b):

• pode existir uma escada única se a área do piso não for superior a
500m² e a distância entre a porta de qualquer habitação e o acesso à
caixa de escadas não for superior a 10m;

• em edifícios com duas ou mais escadas, estas não se podem encontrar


a uma distância (descontados os percursos ao ar livre) superior a 30m
ou inferior a 10m;

• em edifícios com duas ou mais escadas, a distância entre a porta de


qualquer habitação servida por um ramal derivado da comunicação
horizontal comum entre escadas e o ponto de derivação desse ramal,
não deve ser superior a 10m.

54 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3.1.2.2 Dimensionamento

As escadas comuns de acesso a habitações devem satisfazer as regras de


dimensionamento apresentadas no Quadro 13 e na Figura 4 (RGEU Art. 46 -
Portugal 1951; Tutt e Adler 1979; Neufert 1980; ITCC 1983; MOPTC 1989;
RSCIEH Art. 32 - Portugal 1990b):

Quadro 13

Mínimo Recomen. Óptimo


Largura mínima das escadas (lanços e patins)
• edifícios de altura não superior a 28m 1.20 1.25 1.30 m
• em edifício de altura entre 28m e 60m 1.40 1.45 1.50 m
• em edifícios de altura superior a 60m a definir no estudo de segurança contra
incêndio
Largura mínima do patim intermédio da escada igual à largura da escada m
Número de degraus agrupados num mesmo local ou
constituindo um lanço de escadas*
• mínimo 3 3 3
• máximo 25 20 18
Desnível máximo vencido sem patim intermédio por um lanço de 3.00 2.70 2.40 m
escadas
Corrimão não interrompido nos patins ou patamares
• escadas com largura até 1 20m um um um
• escadas com largura superior a 1.20m um dois dois
Altura mínima das guardas*¹
• escadas interiores (lanço/patins) 0.90/1.00 0.90/1.00 0.90/1.00 m
• escadas exteriores(lanço/patins) 1.00/1.10 1.00/1.10 1.00/1.10 m
Altura mínima livre *² 2.00 2.00 2.00 m
Pé-direito mínimo *² 2.20 2.40 2.60 m
Gradiente máximo de escadas com lanços rectos:
• graus 38 34 30 °
• percentagem 78 68 58 %
Dimensão dos degraus (espelho/cobertor)*³
• edifícios com elevador 0.19/0.25 0.18/0 275 0.17/0.30 m
• edifícios sem elevador e R/C + 1 ou 2 pisos 0.19/0.25 0.18/0 275 0.17/0.30 m
• edifícios sem elevador e R/C + 3 ou 4 pisos 0.18/0.28 0.175/0.29 0.17/0.30 m

* Contados pelo número de espelhos.


*¹ Medida na vertical entre a aresta do focinho do degrau e o bordo superior do corrimão.
*² Altura medida entre o tecto e o patim ou o focinho dos degraus.
*³ Em escadas curvas a profundidade do cobertor é medida no ponto a 0.40m do lado mais apertado do degrau.

As guardas das escadas devem ainda satisfazer as seguintes exigências de


segurança contra o risco de queda de pessoas ou objectos (ITCC 1983; RTHS
Art.os. 5.7.6.3, 5.7.6.4 - MES 1985; MOPTC 1989):

1) o espaço (intervalo) livre nos orifícios ou distâncias entre elementos


existentes nas guardas não deve permitir a passagem de uma esfera rígida
com diâmetro superior a: 0.12m no nível mínimo, 0.10m no nível
recomendável, e 0.08m no nível óptimo;

2) o espaço (intervalo) livre entre a guarda e o pavimento não deve ser


superior a 0.05m;

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 55


3) não devem existir elementos horizontais nas guardas que facilitem a
escalada;

4) não devem existir guardas totalmente opacas que suscitem a curiosidade


infantil e a vontade de trepar;

5) as guardas e parapeitos devem resistir às acções que possam ser


submetidas, nomeadamente acções de choque acidental de pessoas.

Os degraus de escadas comuns devem ainda satisfazer as seguintes exigências


de segurança:

1) devem ter um revestimento anti-derrapante no focinho;

2) devem ter espelho;

3) não devem apresentar elementos de protecção em quina viva ou saliente


em relação à face do cobertor.

A existência de "bomba" de escadas (intervalo central entre lanços de escadas)


apresenta como vantagens uma maior facilidade nas operações de combate a
incêndio, uma maior eficácia na ventilação natural caso exista abertura de
ventilação no topo da caixa de escadas, e uma maior penetração da iluminação
natural zenital caso exista clarabóia no topo da caixa de escadas. No entanto a
"bomba" de escadas apresenta como inconveniente o risco de queda de
pessoas ou objectos.

3.1.2.3 Articulação

As exigências de articulação entre os espaços de comunicação comuns e as Articulação de escadas


com outros espaços
escadas, são as seguintes: comuns

1) em edifícios de qualquer altura (RSCIEH Art. 32 e 60 - Portugal 1990b):

• nas caixas de escadas interiores não devem ser instalados elevadores;

• as escadas interiores que servem pisos enterrados não devem


constituir o prolongamento directo das escadas que servem os outros
pisos, excepto se forem adoptadas disposições construtivas que
tornem independentes os dois troços da escada;

2) em edifícios de altura não superior a 9m, é dispensável a existência de uma


porta entre as escadas e os espaços de comunicação horizontal comuns,
salvo se for necessária para garantir a interioridade de um dos espaços
(RSCIEH Art. 33 - Portugal 1990b);

3) em edifícios de altura não superior a 28m, a ligação entre as escadas e os


espaços de comunicação horizontal comuns deve ser realizada por uma
porta com largura não inferior a 0.80m, excepto quando ambos os espaços
são exteriores e portanto não é necessária qualquer protecção (RSCIEH
Art. 33 - Portugal 1990b);

56 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


4) em edifícios de altura superior a 28m, o modo de ligação varia com a
interioridade ou não dos espaços (RSCIEH Art. 33 - Portugal 1990b):

• a ligação entre uma escada e um espaço de comunicação horizontal


interior implica a existência de uma câmara corta-fogo;

• a ligação entre uma escada exterior e um espaço de comunicação


horizontal interior implica a existência de uma porta de largura não
inferior a 0.80m;

• a ligação ente uma escada exterior e um espaço de comunicação


horizontal exterior não implica a existência de qualquer protecção.

Articulação de escadas Nas caixas de escada interiores não devem existir canalizações de gás,
com canalizações
electricidade, água, esgotos e descarga de lixo. São excepção as canalizações
destinadas à iluminação exclusiva das escadas, e os tubos de queda de águas
pluviais quando metálicos (RSCIEH Art. 32 e 60 - Portugal 1990b).

Acesso à cobertura Nos edifícios com mais de 1 piso acima do R/C deve existir um acesso directo à
cobertura, com as características seguintes:

1) Edifícios multifamiliares com altura não superior a 28m (RSCIEH Art. 32 -


Portugal 1990b):

• no nível mínimo, o acesso à cobertura deve realizar-se por meio de uma


escada auxiliar entre o patamar que serve o último piso habitado e a
cobertura;

• no nível recomendável, o acesso à cobertura deve realizar-se por meio


de uma escada fixa, que pode não observar as exigências
apresentadas para as escada dos restantes pisos, quanto à largura e
dimensão dos degraus;

• no nível óptimo, o acesso à cobertura deve realizar-se pelo


prolongamento das escadas do edifício.

2) Edifícios multifamiliares com altura superior a 28m (RSCIEH Art. 60 -


Portugal 1990b):

• o acesso à cobertura deve realizar-se pelo prolongamento das escadas


do edifício.

O acesso à cobertura deve realizar-se por meio de dispositivos que permitam


impedir o seu uso indevido, e que possam ser utilizados em situações de
emergência (o fecho da porta ou do alçapão deve poder ser accionado sem
dificuldade).

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 57


3.1.2.4 Agradabilidade

A iluminação natural nas escadas comuns exteriores realiza-se pelas aberturas Escadas comuns
exteriores
permanentes e não existem exigências específicas quando à sua dimensão.

A ventilação das escadas comuns exteriores deve realizar-se através de


aberturas permanentes cuja altura não seja inferior ao pé-direito deduzido da
altura das guardas e cuja largura, em cada piso, não seja inferior ao dobro da
largura dos lanços de escadas (RSCIEH Art. 32 - Portugal 1990b).

A iluminação natural nas escadas comuns interiores deve satisfazer as Escadas comuns
interiores
exigências seguintes (RGEU Art. 47 - Portugal 1951):

1) em edifícios até 9.00m de altura, a iluminação natural pode ser obtida por
clarabóias, devendo as escadas ter no seu eixo um espaço vazio ("bomba")
com largura não inferior a 0.40m;

2) em edifícios de altura superior a 9.00m, deve existir iluminação natural


obtida por meio de aberturas praticadas nas paredes em comunicação
directa com o exterior.

A ventilação das escadas comuns interiores pode ser natural e realizar-se por
uma das seguintes soluções (RSCIEH Art. 35 - Portugal 1990b):

1) arejamento através de aberturas para o exterior de área não inferior a


0.25m² por piso;

2) tiragem térmica através de uma saída de fumo no topo da caixa de


escadas, com área total não inferior a 1.00m², e de entradas de ar exterior,
com área total não inferior a 0.50m², situadas na base da caixa de escadas.

3.1.3 Comunicações verticais – Escadas comuns de acesso


a garagens

As escadas comuns de acesso a garagens comuns têm exigências de


dimensionamento e ventilação diferentes das apresentadas para as escadas dos
restantes pisos do edifício.

3.1.3.1 Dimensionamento

As escadas de acesso a garagens comuns devem respeitar as seguintes regras


de dimensionamento (RSCIPEC Art. 14 - Portugal 1995):

1) ter uma largura, não comprometida pela abertura de portas, não inferior a
0.90m nos patins e nos lanços de degraus;

2) ter guardas com altura de, pelo menos, 0.90m nos lanços de degraus
(altura medida na vertical entre a aresta do focinho de cada degrau e a
parte superior do corrimão), e 1.00m nos patins e patamares;

58 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3) no caso de escadas com lanços rectos:

• ter um gradiente máximo de 78%;

• ter um corrimão se a largura for inferior a 1.20m, e ter dois corrimãos


(um de cada lado) se a largura for superior a 1.20m;

• ter um número de degraus compreendido entre 3 e 25;

• se os degraus não possuírem espelho, existir uma sobreposição


mínima de 0.05m entre os seus cobertores;

4) no caso de escadas com lanços curvos:

• só são aceitáveis em parques de estacionamento com menos de quatro


pisos;

• ter gradiente constante;

• ter uma largura mínima dos cobertores dos degraus, medida a 0.60m
da face interior da escada, de 0.28m;

• ter uma largura máxima dos cobertores, medida na face exterior da


escada, de 0.42m;

• os degraus das escadas terem espelhos;

5) no caso de escadas exteriores:

• ter guardas perpendiculares ao enfiamento dos lanços de degraus de


altura não inferior a 1.20m;

• não ter vãos da caixa de escada a uma distância de outros vãos de


paredes não protegidos inferior a: 2.00m no caso de vãos no mesmo
plano, 4.00m no caso de vãos em planos perpendiculares, e 8.00m no
caso de vãos em planos paralelos e opostos;

6) satisfazer as regras de segurança contra risco de queda de pessoas ou


objectos apresentadas no ponto 3.1.2.2.

3.1.3.2 Agradabilidade

As escadas interiores e as câmaras corta-fogo de acesso a garagens podem ter


ventilação natural ou realizada por meios mecânicos. Caso a ventilação seja
natural deve satisfazer as seguintes exigências de dimensionamento (RSCIPEC
Art. 16 e 17 - Portugal 1995):

1) as escadas devem ter aberturas de ventilação de área não inferior a


1.00m²;

2) as câmaras corta-fogo devem ter condutas de ventilação natural de secção


não inferior a 0.10m².

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 59


3.1.4 Comunicações verticais – Elevadores comuns
14
Os elevadores comuns constituem um equipamento de comunicação vertical
cómodo para a generalidade dos utentes, e em particular para utentes
condicionados de mobilidade ou com dificuldades de movimentação. No
entanto a instalação de elevadores implica significativos custos de instalação,
uso e manutenção.

As instalações de elevadores devem cumprir diversos regulamentos e normas


aplicáveis, cujas disposições com maior influência na definição arquitectónica do
edifício se resumem nos pontos seguintes.

3.1.4.1 Espaços e equipamentos

Tipos de elevadores
15
Os elevadores podem possuir diferentes características de carga nominal e
16
velocidade nominal , tal como apresentado no Quadro 14 (prNP 3661 - IPQ
1988).

Quadro 14

Carga nominal
Tipo Velocidade nominal
1º 2º 3º
a 630 - - Kg 0 63 m/s
b 630 - - Kg 1 00 m/s
c 400 1000 - Kg 1 00 m/s
d 630 1000 - Kg 1 00 m/s
e 1000 1000 - Kg 1 00 m/s
f 400 400 1000 Kg 1 00 m/s
g 400 1000 - Kg 1 60 m/s
h 630 1000 - Kg 1 60 m/s
I 1000 1000 - Kg 1 60 m/s
j 630 1000 - Kg 2 50 m/s

A capacidade de uso dos elevadores referidos é a seguinte (prNP 3661 - IPQ


1988):

1) os elevadores de carga nominal igual a 400Kg permitem o transporte de


pessoas mas não permitem o transporte de utentes em cadeira de rodas;

2) os elevadores de carga nominal igual a 630Kg permitem o transporte de


pessoas, utentes em cadeiras de rodas e carrinhos de bebé;

3) os elevadores de carga nominal igual a 1000kg permitem, além dos usos


descritos nos pontos anteriores, o transporte de macas com punhos
escamoteáveis e de outros objectos volumosos.

14
A utilização do termo ascensor é mais adequada pois designa um elevador cuja cabina permite o
acesso de pessoas. No entanto, por simplicidade, foi neste estudo utilizado o termo elevador.
15
Ver definição no glossário.
16
Ver definição no glossário.

60 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Número de elevadores

No Quadro 15 e no Quadro 16 apresenta-se o número e o tipo de elevadores,


que devem ser instalados, respectivamente, em edifícios sem e com piso de
17
estacionamento sob o piso principal (prNP 3661 - IPQ 1988) . As letras utilizadas
nestes quadros referem-se aos elevadores descritos no Quadro 14.

Quadro 15

Sem estacionam. Número de utentes por piso acima do piso principal*


N.º pisos 8 12 16 20 24 28 32 36 40
R/C - - - - - - - - -
R/C+1 - - - - - - - - -
R/C+2 - - - - - - - - -
R/C+3 - - - - - - - - -
R/C+4 a a a a a a a a a
R/C+5 a a a a a a a a/b/b a/b/b
R/C+6 a a a a b b b b/c/c b/c/c
R/C+7 a a a/b/b a/b/b b/b/c b/c/c c c c
R/C+8 a/c/g a/c/g b/c/g b/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g
R/C+9 c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g
R/C+10 c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g
R/C+11 c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g d/d/g
R/C+12 c/e/j c/e/j c/e/j c/e/j c/e/j c/e/j c/e/j d/e/j e/e/j

* Níveis de qualidade mínimo/recomendável/óptimo

Quadro 16

Com estacionam. Número de utentes por piso acima do piso principal*


N.º pisos 8 12 16 20 24 28 32 36 40
R/C - - - - - - - - -
R/C+1 - - - - - - - - -
R/C+2 - - - - - - - - -
R/C+3 - - - - - -/-/b -/-/b -/-/b -/-/b
R/C+4 a/a/b a/a/b a/a/b a/a/b a/a/b a/a/c a/b/c a/b/c a/b/c
R/C+5 a/a/b a/a/b a/a/b a/b/c a/b/c a/b/c b/c/c b/c/c b/c/c
R/C+6 a/a/b a/a/b a/b/c b/b/c b/c/c b/c/c c c c
R/C+7 a/b/g a/b/g b/c/g b/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g
R/C+8 a/c/g b/c/g b/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g
R/C+9 c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g
R/C+10 c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g c/c/g d/d/g
R/C+11 c/g/j c/g/j c/g/j c/g/j c/g/j c/g/j c/g/j d/g/j e/g/j
R/C+12 c/g/j c/g/j c/g/j c/g/j c/g/j d/g/j d/g/j e/g/j f/i/j

* Níveis de qualidade mínimo/recomendável/óptimo

Na prática verifica-se que a norma não tem sido cumprida nos novos edifícios de
habitação, sendo correntemente utilizados os seguintes critérios de instalação
de elevadores:

1) instalação de um elevador em edifícios com 4 pisos acima do piso de


entrada, ou sempre que existam acessos a pisos susceptíveis de ocupação
permanente situados a mais de 9.00m acima ou abaixo do piso de entrada
17
Para conversão das exigências da norma, definidas segundo a altura dos edifícios em metros,
considerou-se uma distância piso a piso é de 2.80m.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 61


18
do edifício ; as dimensões do elevador satisfazem as exigências da norma
aplicável;

2) instalação de um segundo elevador em edifícios com 5 a 8 pisos acima do


piso de entrada, ou sempre que existam acessos a pisos susceptíveis de
ocupação permanente situados a mais de 14.50m acima ou abaixo do piso
de entrada do edifício; o segundo elevador tem geralmente dimensões
idênticas às do primeiro (elevador de 630Kg), e não são respeitadas as
disposições da norma aplicável quanto à largura mínima entre elevadores;

3) instalação de um segundo elevador em edifícios com 9 ou mais pisos


acima do piso de entrada, com dimensões do elevador e de largura mínima
entre elevadores satisfazendo a norma aplicável.

3.1.4.2 Dimensionamento
19
No Quadro 17 apresenta-se a dimensão da cabina e do poço de elevadores
consoante a sua velocidade e carga nominal (NP-2060 Quadro 1 - IPQ 1987).

Quadro 17
Carga nominal (Kg)
Dimensões para instalação Velocidade nominal (m/s)
400 630 1000
Largura da cabina 1.10 1.10 1.10 m
Profundidade da cabina 0.95 1.40 2.10 m
Altura da cabina 2.20 2.20 2.20 m
Largura das portas 0.80 0.80 0.80 m
Altura útil de acesso 2.00 2.00 2.00 m
Largura da caixa ≤1.60 1.80 1.80 1.80 m
Profundidade da caixa ≤1.60 1.60 2.10 2.60 m
Largura da caixa 1 60<Vn≤2 50 - 1.50 1.50 m
Profundidade da caixa 1 60<Vn≤2 50 - 2.60 2.60 m

Relativamente às exigências de dimensionamento salientam-se os seguintes


aspectos:

1) para determinar o dimensionamento do poço de elevadores (altura do


poço) e da casa das máquinas (altura da caixa acima do patamar extremo
superior e área, largura, profundidade e altura da casa das máquinas)
deverá ser consultada a Norma Portuguesa NP-2060 (IPQ 1987);

2) "a diferença de nível entre patamares sucessivos deve exceder em 0.45m,


pelo menos, a altura das portas de patamar" (NP-2060 Art. 4.1 - IPQ 1987);

3) "a profundidade dos patamares de acesso aos ascensores, considerada em


toda a extensão em largura da caixa e sem entrar em linha de conta com a
eventual reserva de espaço destinada a facilitar a circulação de pessoas
que não vão utilizar o ascensor, deve ser igual ou superior à profundidade

18
Em edifícios com mais do que uma entrada o início das contagens deve ser feito em relação ao piso
de entrada de cota mais baixa. No caso de existirem escadas ou rampas interiores ao plano da
fachada do edifício que dêem acesso ao piso de entrada, a contagem deve ser feita a partir da cota
mais baixa do arranque dos degraus ou rampas.
19
Ver definição no glossário.

62 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


da cabina, com um mínimo de 1.50m nos ascensores de carga nominal
igual a 630Kg ou a 1000Kg" (NP-2060 Art. 4.2 - IPQ 1987);

4) os elevadores devem, de preferência, ser dispostos lado-a-lado, sendo


outras disposições como frente-a-frente ou em esquadria menos
satisfatórias porque a circulação dos utentes é perturbada; a disposição
costas com costas não convém em caso algum porque não permite utilizar
o sistema de manobra apropriado (prNP-3661 - IPQ 1988);

5) os elevadores agrupados lado-a-lado com cabinas instaladas em caixa


comum devem satisfazer as disposições seguintes:

• "o número de ascensores agrupados quando em bateria não deve ser


superior a quatro" (NP-2060 Art. 5.1 - IPQ 1987);

• "a largura da caixa deve ser igual ou superior à soma das larguras
mínimas das caixas dos ascensores agrupados, acrescidas de tantas
vezes 0.20m quantos os ascensores agrupados menos um" (NP-2060
Art. 5.2 - IPQ 1987).

Na Figura 5 apresenta-se graficamente um resumo das principais regras de


dimensionamento de elevadores comuns.

3.1.5 Comunicações verticais – Rampas comuns

As rampas permitem vencer de forma cómoda e suave pequenas diferenças de


nível, sem recorrer a escadas que constituem obstáculos para alguns utentes,
nomeadamente, utentes condicionados de mobilidade e utentes com dificuldade
de movimentação.

3.1.5.1 Espaços e equipamentos

Devem existir rampas nas seguintes situações:

1) No nível recomendável:

• acesso do exterior ao átrio comum em que seja necessário vencer


desníveis superiores a 0.02m;

• acesso do átrio comum às habitações do piso térreo ou às portas dos


elevadores, em que seja necessário vencer desníveis superiores a
0.02m;

• acesso do exterior ao espaço de recolha de contentores de lixo ou ao


espaço de acumulação de lixo;

2) No nível óptimo:

• nos espaços de comunicação horizontal comum em que seja


necessário vencer desníveis superiores a 0.02m.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 63


3.1.5.2 Dimensionamento

As rampas existentes nos espaços de circulação comum devem respeitar as


regras de dimensionamento apresentadas no Quadro 18 (RGEU Art.45 revogado
- Portugal 1951; ITCC 1983; MHOP e LNEC 1978b; MOPTC 1989):

Quadro 18

Mínimo Recomend. Óptimo


Largura mínima 0.85 1.00 1.20 m
Extensão máxima - 9.00 9.00 m
Rampas precedidas e finalizadas com plataformas de nível - - sim
com a largura mínima de 1.50m
Gradiente máximo graus 68 5.7 46 °
percentagem 12 10 8 %
Pé-direito mínimo 2.20 2.40 2.60 m
Altura mínima da guarda 0.90 0.90 0.90 m
Corrimão
• rampas com largura até 1.20m um um um
• rampas com largura superior a 1.20m um dois dois

Na Figura 5 apresenta-se graficamente um resumo das principais regras de


dimensionamento de rampas comuns.

3.1.6 Comunicações horizontais – Patamares comuns

Os patamares comuns de acesso às habitações constituem um modo de


comunicação horizontal caracterizado por permitir o acesso a um pequeno
número de habitações por piso (geralmente não superior a quatro).

3.1.6.1 Dimensionamento

Os patamares comuns devem respeitar as regras de dimensionamento


apresentadas no Quadro 19 (RGEU Art. 45, 46 - Portugal 1951; MOPU 1978; NP
2060 - IPQ 1987; RSCIEH Art. 30 - Portugal 1990b).

64 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Quadro 19

Mínimo Recomen. Óptimo

Largura mínima de patamares em edifícios de altura ≤ 28.00m


• Sem acesso a elevadores 1.20 1.35 1.50 m
• Com acesso a elevadores* 1.50 1.50 1.50 m
Largura mínima de patamares em edifícios de altura > 28.00m
• Sem acesso a elevadores 1.40 1.45 1.50 m
• Com acesso a elevadores* 1.50 1.50 1.50 m
Afastamento mínimo entre extremidades de vãos de portas de - 0.15 0.25 m
fogos e início dos lanços de escadas
Afastamento mínimo entre planos que integram portas de fogos - 0.15 0.25 m
e planos marginais das escadas
Profundidade mínima de espaço desimpedido frente às portas de - 0.15 0.30 m
acesso aos fogos
Pé-direito mínimo 2.20 2.40 2.60 m
Altura livre mínima de quaisquer obstáculos 2.00 2.00 2.00 m
Altura das guardas de protecção em patamares interiores 1.00 1.00 1.00 m
Altura das guardas de protecção em patamares exteriores 1.10 1.10 1.10 m
Altura mínima do peito de janelas abertas para patamares 1.10 1.15 1.20 m
exteriores*1
Altura máxima
• de ressaltos nos pavimentos - 0.02 0.01 m
• da soleiras das portas 0.08 0.05 0.02 m

* A dimensão e a disposição dos elevadores instalados pode aumentar esta exigência (ver ponto 3.1.4 2).
*1 Altura medida do lado do patamar.

3.1.6.2 Agradabilidade

As exigências de ventilação de patamares comuns são idênticas às


apresentadas no ponto seguinte, para os espaços de comunicação horizontal
comum em galeria e corredor (ver ponto 3.1.7.2).

3.1.7 Comunicações horizontais – Galerias e corredores


comuns

As galerias e os corredores comuns constituem modos de comunicação


horizontal que permitem o acesso a um grande número de habitações por piso
(geralmente superior a quatro).

3.1.7.1 Dimensionamento

As galerias e corredores comuns devem respeitar as seguintes regras de


dimensionamento (RSCIEH Art. 30 - Portugal 1990b; MOPU 1978; MHOP e
LNEC 1978b; ITCC 1983):

1) a largura mínima de galerias e corredores deve satisfazer as exigências


apresentadas no Quadro 20;

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 65


Quadro 20

Altura do Mínimo Recomendável Óptimo


Distância*
edifício Uni. Bi. Uni. Bi. Uni. Bi.

Altura ≤ 28m d ≤ 10.0m 1.20 1 20 1 30 1.40 1.40 1.60 m


10 0m < d≤ 1.20 1 20 1.40 1.60 1.60 1.80 m
22.5m
Altura > 28m d ≤ 7.0m 1.40 1.40 1 50 1.60 1.60 1.80 m
7.0m < d ≤ 15.0m 1.40 1.40 1 60 1.80 1.80 2.00 m

* Distância de qualquer fogo à escada comum mais próxima. O limite máximo para a distância resulta das exigências
definidas no ponto 3.1.2.1.
Uni. Acesso unilateral (galeria ou corredor).
Bi. Acesso bilateral (corredor).

2) a largura de possíveis estrangulamentos não deve ser inferior a 1.20m em


edifícios de altura não superior a 28m, ou inferior a 1.40m em edifícios de
altura superior a 28m;

3) o comprimento de possíveis estrangulamentos não deve ser superior a


1.20m em edifícios de altura não superior a 28m, ou superior a 1.40m em
edifícios de altura superior a 28m;

4) a altura do pé-direito, das guardas de protecção, dos ressaltos nos


pavimentos, da soleira de portas e do peito dos vãos de janelas deve
satisfazer as exigências apresentadas para os patamares no Quadro 19;

5) caso existam janelas de compartimentos habitáveis abertos para a galeria,


é recomendável que o nível do pavimento da galeria esteja rebaixado
relativamente ao nível do fogo em 0.30m (permite aumentar a altura de
peito exterior das janelas sem prejudicar o controlo visual a partir do
interior);

6) é recomendável que exista um alargamento da galeria ou corredor junto à


entrada de cada fogo com uma profundidade mínima de 0.30m;

7) devem ser satisfeitas as regras de segurança contra risco de queda de


pessoas ou objectos apresentadas no ponto 3.1.2.2.

Na Figura 6 apresenta-se graficamente um resumo das principais regras de


dimensionamento de galerias e corredores comuns.

3.1.7.2 Agradabilidade

Nos espaços de comunicação horizontal comuns exteriores a ventilação deve Espaços de


comunicação
realizar-se através de aberturas de arejamento permanentes que, devem ter uma horizontal comum
altura não inferior ao pé-direito deduzido da altura da guarda, e uma área total exterior

não inferior a 50% da área em planta do espaço de comunicação (RSCIEH Art.


30 e 59 - Portugal 1990b).

É recomendável que nos espaços de comunicação horizontal comuns exteriores


sejam satisfeitas as seguintes exigências complementares:

1) não devem estar expostos aos ventos dominantes;

66 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2) não devem estar expostos a NE/N/NO;

3) devem existir protecções contra as intempéries (por exemplo, floreiras que


aumentem a distância entre a zona de circulação e o exterior, ou elementos
que reduzam a área exposta ao vento e à chuva).

Espaços de Os espaços de comunicação horizontal interiores devem satisfazer as seguintes


comunicação
horizontal comum
exigências de ventilação:
interior
1) em edifícios multifamiliares com altura não superior a 9m, em que não
existam portas de separação entre os espaços de comunicação horizontal
comuns e as escadas, a ventilação pode ser feita através das escadas
(RSCIEH Art. 35 - Portugal 1990b);

2) em edifícios multifamiliares com altura não superior a 28m, a ventilação dos


espaços de comunicação horizontal comuns pode ser natural e realizada
por uma das seguintes soluções (RSCIEH Art. 35 - Portugal 1990b):

• ventilação realizada por vãos abertos para o exterior, distribuídos de


modo a proporcionar uma circulação de ar que varra todo o espaço a
ventilar, de área não inferior a 1.5m², em que 0.50m² deve estar
permanentemente aberta;

• ventilação realizada por tiragem térmica através de condutas de


ventilação;

3) em edifícios multifamiliares com altura superior a 28m a ventilação dos


espaços de comunicação horizontal comuns deve seguir as
recomendações seguintes (RSCIEH Art. 63 - Portugal 1990b):

• no caso de espaços de comunicação horizontal comuns estarem


ligados a escadas interiores através de câmara corta-fogo, a ventilação
deve ser conjunta para os espaços referidos e realizada por meios
mecânicos;

• no caso de espaços de comunicação horizontal comuns estarem


ligados a escadas interiores através de câmara corta-fogo com
aberturas para o exterior (área de abertura recomendável 2m²), a
ventilação dos espaços interiores pode ser independente e realizar-se
de acordo com as disposições aplicáveis aos edifícios multifamiliares
de altura não superior a 28m.

Os espaços de comunicação horizontal comuns interiores devem satisfazer as


seguintes exigências de iluminação:

1) no nível mínimo, pode não existir iluminação natural;

2) no nível recomendável, deve existir iluminação natural, obtida por vãos


existentes nos espaços contíguos (por exemplo, escadas comuns) ou por
clarabóias.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 67


3) no nível óptimo, deve existir iluminação natural obtida por vãos em
contacto directo com o exterior.

3.1.8 Sala de condóminos

A sala de condóminos constitui um espaço destinado essencialmente à reunião


formal ou informal moradores do edifício, suportando actividades como por
exemplo, recreio e lazer, reuniões de condóminos, ou festas dos moradores
(usualmente alargadas a outros convidados).

3.1.8.1 Espaços e equipamentos

A existência de uma sala de condóminos é condicionada pelo nível de qualidade


e pelo número de fogos do edifício, como em seguida se define (MOPTC 1989;
Coelho 1993b):

1) no nível mínimo não é exigida a existência de uma sala de condóminos;

2) em edifícios até 11 fogos no nível recomendável, e até 7 fogos no nível


óptimo, considera-se que não é necessária uma sala de condóminos,
porque existe um número reduzido de moradores e, provavelmente, um
conhecimento mútuo efectivo;

3) em edifícios com mais de 11 fogos no nível recomendável, e com mais de 7


fogos no nível óptimo, deve existir uma sala de condóminos.

Na sala de condóminos, é recomendável a existência de uma instalação


sanitária (pelo menos com lavatório e bacia de retrete), e considerado óptimo a
existência de outros espaços e equipamentos de apoio, tais como, bancada de
apoio para preparação de refeições, arrumação para mobiliário, instalações
sanitárias separadas para homens e senhoras, e vestíbulo de entrada autónomo.

3.1.8.2 Dimensionamento

A sala de condóminos deve ter uma área adequada ao número provável de


utentes e aos modos de uso que se pretende que suporte, tal como exposto nos
critérios seguintes (Coelho 1993b; Tutt e Adler 1979).

1) no nível recomendável, quando se deseje uma sala de condóminos


essencialmente para as reuniões periódicas do condomínio, dever-se-á
atribuir uma área de cerca de 1m² por fogo, com uma área total mínima de
25m²;

2) no nível óptimo, quando se deseje uma sala de condóminos espaçosa


essencialmente para as reuniões periódicas do condomínio, dever-se-á
atribuir uma área de cerca de 2m² por fogo, com uma área total mínima de
40m²;

68 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3) considerando um nível de satisfação acima do óptimo, ou em casos
específicos em que se deseje uma ampla sala de condóminos
multifuncional, destinada à reunião e recreio, dever-se-á atribuir uma área
de cerca de 3m² por fogo, com uma área total mínima de 60m².

3.1.8.3 Articulação

A sala de condóminos deve situar-se no piso térreo, estar próxima do átrio


comum de entrada, e aproveitar os espaços com reduzidas condições de
privacidade.

As salas de condóminos devem respeitar as seguintes exigências de acesso


(RSCIEH Art. 50 - Portugal 1990b):

1) com área inferior a 50m², não necessitam de ter mais do que um acesso;

2) com área entre 50m² e 100m², devem ter pelo menos dois acessos;

3) com área superior a 100m², devem ser tratadas como locais de reunião
acessíveis a público e ser sujeitas a licenciamento especial;

4) a largura dos vãos de acesso não deve ser inferior a 0.80m;

5) os acessos devem ter saída directa para o exterior, ou saída para um


espaço de circulação com acesso directo ao exterior (o espaço de
circulação não deve dar acesso a outros espaços interiores);

6) caso existam dois acessos, devem estar afastados entre si.

3.1.8.4 Agradabilidade

A sala de condóminos deve possuir vãos em contacto directo com o exterior que
proporcionem: iluminação natural, insolação directa e ventilação natural. É
considerado óptimo que os referidos vãos proporcionem também um amplo
contacto com o exterior, de preferência sobre espaços com elementos verdes.

3.1.9 Lavandaria comum

A existência de lavandarias comuns é muito pouco frequente nos edifícios de


habitação em Portugal, não constituindo a lavagem de roupa fora de casa uma
prática corrente. Por este motivo, considera-se que mesmo que exista uma
lavandaria comum, as habitações deverão possuir um espaço de lavagem de
roupa, que neste caso pode ter dimensões inferiores às usuais.

Caso exista uma lavandaria comum, deve cumprir as seguintes exigências


(Aellen et al. 1979):

1) Espaços e equipamentos:

• deve possuir uma área proporcional ao número de habitações servidas,


com um total não inferior a 10m²;

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 69


• deve possuir equipamentos de lavagem e secagem de roupa
adequados ao número de habitações servidas;

• deve possuir uma mesa de trabalho e um armário para os produtos de


lavagem;

• deve existir um espaço exterior de secagem de roupa;

• em grandes condomínios, deve existir uma instalação sanitária comum


e lugares sentados.

2) Articulação:

• deve estar localizada de modo a permitir um acesso curto e directo ao


acesso vertical comum (escada ou elevador);

• deve permitir uma ligação directa, sem escadas, aos espaços comuns
de secagem de roupa.

3.1.10 Espaço de estacionamento comum

O espaço de estacionamento comum é um espaço delimitado destinado à


recolha dos veículos dos moradores do edifício fora da via pública. Geralmente,
os espaços de estacionamento constituem uma garagem comum.

Os espaços de estacionamento comum podem assumir diversas formas, em


que variam os seguintes aspectos:

1) dimensão – servindo um só edifício ou um conjunto de edifícios;

2) modo de articulação com os edifícios – destacados ou associados aos


edifícios;

3) nível relativamente ao solo – enterrados, semi-enterrados, térreos,


elevados;

4) modo de acesso de peões – acesso a partir da via pública ou através de


espaços comuns;

5) encerramento – cobertos e encerrados, cobertos mas não encerrados,


exteriores.

3.1.10.1 Espaços e equipamentos

O estacionamento comum constitui um dos vários tipos de estacionamento Existência de garagem


comum
existentes numa área residencial, devendo na sua concepção ser ponderados
os seguintes aspectos:

1) a relação entre a disponibilidade e a necessidade de estacionamento


existente ou prevista na vizinhança próxima;

2) o custo de cada lugar de estacionamento consoante o tipo de localização e


o grau de encerramento;

70 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3) as implicações que a existência de uma garagem comum pode ter no
edifício (particularmente no dimensionamento da estrutura e na forma dos
acessos);

4) as implicações que a existência de um número excessivo de lugares de


estacionamento exteriores pode ter para a imagem e ambiente da
vizinhança próxima;

5) a importância que os moradores atribuem à existência de estacionamento


encerrado.

Número de lugares de O número de lugares dos espaços de estacionamento comuns deve ser definido
estacionamento
tendo em consideração o número de lugares de estacionamento, dos diversos
20
tipos, previstos para vizinhança próxima .

No Quadro 21 apresenta-se o número de lugares de estacionamento que devem


ser atribuídos por habitação (ou por 100m² de área bruta da habitação), e destes
lugares quantos devem ser reservados para utentes condicionados de
mobilidade ou para utentes com dificuldades de movimentação.

Quadro 21

Mínimo Recom. Óptimo


Lugares para residentes 1 00 1 20 1.60 lug. / 100m² Ab
Lugares para visitantes - 0.10 0.20 lug. / fogo
Lugares para utentes condicionados de mobilidade
• estacionamento com 0 a 25 lugares - 1* 1 lug.
• estacionamento com 26 a 100 lugares - 2* 2 lug.

* No nível recomendável a existência de lugares de estacionamento para utentes condicionados de mobilidade é


facultativa, devendo ser tomadas em consideração as necessidades específicas de cada situação concreta.
Ab Área bruta de construção da habitação.

3.1.10.2 Dimensionamento

Caso os espaços de estacionamento comum constituam garagens com mais de


200m² de área bruta, devem ser satisfeitas as seguintes regras de
dimensionamento:

1) As garagens situadas em pisos de cota inferior ao nível horizontal da via de


acesso onde é possível lançar operações de combate a incêndio devem
estar divididas em sectores com área não superior a 3000m², caso
contrário devem estar divididas em sectores com área não superior a
6000m² (RSCIPEC Art. 9 - Portugal 1995).

2) Os arruamentos de acesso devem (RSCIPEC Art. 5.1 e 5.2 - Portugal 1995):

• permitir o acesso das viaturas de bombeiros;

• ter uma largura não inferior a 3.00m nos arruamentos ligados à rede
viária pública nos dois extremos;

20
Ver ponto 3.5.4.1 do documento "Programa Habitacional. Vizinhança próxima" (Pedro 1999c).

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 71


• ter uma largura não inferior a 7.00m nos arruamentos ligados à rede
viária pública num só extremo;

• ter uma inclinação da faixa de rodagem não superior a 15%;

• nos troços curvos com desenvolvimento circular da faixa de rodagem, o


raio interior R da faixa não deve ser inferior a 11m e, sempre que ele for
21
inferior a 50m, a sobrelargura S da faixa, no troço considerado deve
ser igual ao quociente 15/R, sendo R e S expressos em metros.

3) Em parques com pisos situados a uma altura superior a 9m são


necessárias vias para acesso, estacionamento e manobra de viaturas de
bombeiros (RSCIPEC Art. 5.3 - Portugal 1995).

4) Quando existam aberturas sobrepostas nas paredes exteriores dos


parques, estas devem estar distanciadas pelo menos 1.10m, subtraindo a
esta distância eventuais elementos salientes existentes em toda a largura
do vão (RSCIPEC Art. 8.1 - Portugal 1995).

5) Em cada piso ou sector resultante da compartimentação dos pisos, os


caminhos de evacuação devem estar definidos por passadeiras de peões,
marcadas no pavimento, com largura não inferior a 0.90m (RSCIPEC Art.
12 - Portugal 1995).

6) Nas garagens comuns com mais de 40 lugares, é considerada óptimo a


existência de uma zona destinada à manutenção e lavagem de veículos
automóveis.

Caso os espaços de estacionamento comum constituam garagens, devem


respeitar as regras de dimensionamento apresentadas no Quadro 22 (MOPU
1978; ITCC 1983; MOPTC 1989).

21
Aumento da largura da via relativamente ao perfil normal.

72 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Quadro 22

Mínimo Recomen. Óptimo


Dimensão dos veículos considerada:
• Largura 1.60 1 80 2.00 m
• Profundidade 4.20 4 50 5.00 m
Dimensão dos lugares de estacionamento numa percentagem
mínima de 75% de lugares:
• Largura 2.20 2 50 2.80 m
• Profundidade 4.50 5 00 5.50 m
Dimensão dos lugares de estacionamento numa percentagem
máxima de 25% de lugares:
• Largura 2.00 2 25 2.50 m
• Profundidade 4.00 4 50 5.00 m
Dimensão dos lugares de estacionamento destinados a
utentes condicionados de mobilidade:
• Largura 3.30 3 30 3.30 m
• Profundidade 4.50 5 00 5.50 m
Largura das faixas de circulação*: m
• Estacionamentos com faixa de acesso paralela a 2.80 3 00 3.20 m
veículos de um, ou dois lados
• Estacionamentos com faixa de acesso a 45º dos 2.80 3 00 3.20 m
veículos de um, ou dois lados
• Estacionamentos com faixa de acesso perpendicular a 5.00 5 50 6.00 m
veículos de um, ou dois lados
Largura das vias de acesso*1:
• Estacionamentos com menos de 41 lugares 3.00 4 00 2.50+2.50 m
• Estacionamentos com mais de 40 e menos de 101 2.50+2.50 2 75+2 75 3.00, 3.00 m
lugares
• Estacionamentos com mais de 100 lugares 3.00+3.00 3.00, 3 00 3.00, 3.00 m
Pé-direito mínimo 2.20 2 30 2.40 m
Pendente máxima de rampas de acessos interiores:
• Em linha recta graus 11 3 8.5 5.7 °
percentagem 20 15 10 %
• Em curva graus 8.5 7.1 5.7 °
percentagem 15 12.5 10 %
Rampas precedidas e seguidas de planos de nível com - sim sim
extensão mínima de 5.00m

* Nos valores apresentados considera-se que a disposição dos pilares não prejudica a funcionalidade das manobras.
*1 As larguras definidas por duas parcelas (a+b) indicam que as vias de acesso devem possuir dois sentidos, e as
larguras definidas por uma lista (a, b) indicam que devem existir duas vias de acesso.

Na Figura 7 e na Figura 8 apresenta-se graficamente um resumo das principais


regras de dimensionamento de garagens comuns.

3.1.10.3 Articulação

Caso os espaços de estacionamento comum constituam garagens, devem


respeitar as seguintes exigências de articulação:

1) as garagem com acesso ao interior do edifício devem ter ligação às


escadas, do átrio ou de outros espaços de comunicação comuns
interiores, por uma câmara corta-fogo, ou por outro espaço com função
equivalente (RSCIPEC Art. 8 - Portugal 1995) (embora contrarie as
disposições regulamentares de segurança contra incêndio, em edifícios

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 73


com altura não superior a 28m admite-se que esta ligação seja realizada
por uma porta com qualificação corta-fogo).

2) uma mesma câmara corta-fogo pode servir simultaneamente o acesso a


uma caixa de escada e a uma coluna de elevadores;

3) em cada piso ou sector resultante da compartimentação dos pisos, os


acessos ao exterior devem estar localizados de modo a que a distância
máxima entre qualquer ponto do piso e o acesso seja: 25m no caso de
existir um percurso de saída único, e 40m no caso de existir mais do que
um percurso saída (RSCIPEC Art. 13 - Portugal 1995);

4) o acesso ao estacionamento pode ser realizado por uma escada ou por um


passeio de peões marginando a rampa de acesso viário, com largura não
inferior a 0.80m;

5) as escadas de acesso a espaços de estacionamento comum devem ter


saída directa para o exterior ou para um espaço de comunicação horizontal
comum com acesso directo ao exterior, e o troço de acesso aos pisos de
estacionamento deve ser independente do troço de acesso aos pisos de
habitação (RSCIPEC Art. 14 - Portugal 1995).

3.1.10.4 Agradabilidade

Caso os espaços de estacionamento comum constituam garagens, devem ter


aberturas permanentes de ventilação natural com uma área total não inferior a
0.06m² por veículo.

É considerado recomendável que as garagens comuns possuam vãos em


contacto directo com o exterior que proporcionem iluminação natural (RSCIPEC
Art. 26 - Portugal 1995).

3.1.11 Espaço exterior comum

Os espaços exteriores comuns podem assumir diversas formas e suportar


diversos tipos de uso consoante a sua dimensão e forma de articulação com o
edifício.

3.1.11.1 Espaços e equipamentos

Os espaços exteriores comuns podem ser classificados em: Tipos de espaços


exteriores comuns
1) Espaços exteriores comuns de representação

Os espaços exteriores comuns de representação situam-se geralmente


numa posição frontal ao edifício ou junto ao átrio de entrada. Estes
espaços não suportam nenhum uso específico, e incluem os canteiros e os
pequenos jardins.

74 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2) Espaços exteriores comuns de serviço

Os espaços exteriores comuns de serviço incluem logradouros térreos,


coberturas em terraço, saguões e pequenos pátios fechados, que se
destinam, geralmente, a permitir a iluminação natural dos espaços
individuais. Os saguões ou pequenos pátios fechados devem ter, ao nível
do solo, ligação com o exterior permitindo o acesso e a ventilação.

3) Espaços exteriores comuns de lazer e reunião

Os espaços exteriores comuns de lazer e reunião incluem terraços, pátios e


jardins, frequentemente associados às traseiras do edifício, onde se
desenvolvem modos de uso muito variados, como por exemplo, lazer e
convívio dos moradores, jogos e brincadeiras de crianças pequenas e
actividades desportivas de jovens.

Exigências de espaços Em edifícios multifamiliares é considerado recomendável a existência de


exteriores comuns
espaços exteriores comuns de representação, e é considerado óptimo a
existência de espaços exteriores comuns de lazer e reunião.

Equipamento de Em espaços exteriores comuns de lazer e reunião é considerado óptimo


espaços exteriores
comuns
existirem os seguintes equipamentos (por ordem decrescente de prioridade):

1) zona exterior coberta;

2) zona de recreio de crianças, equipada, por exemplo, com uma caixa de


areia;

3) zona de estar/reunir de adultos, equipada, por exemplo, com bancos e


mesas de apoio;

4) zona de reunião de jovens, equipada, por exemplo, com um pequeno


terreiro de jogos.

Geralmente, este tipo de equipamentos só existe em edifícios com um número


de fogos elevado (superior a 60 fogos), estando nos restantes casos atribuído ao
conjunto de edifícios que constituem uma vizinhança próxima.

3.1.11.2 Dimensionamento

Os espaços exteriores comuns não devem ter uma profundidade inferior a


metade da altura das fachadas dos respectivos edifícios, sendo a sua
profundidade e área mínimas, respectivamente, 6.00m e 40.00m². Nos edifícios
em gaveto não se aplica esta exigência (RGEU Art. 62 - Portugal 1951).

3.1.11.3 Articulação

Os espaços exteriores comuns de lazer e reunião devem satisfazer as seguintes


exigências de articulação:

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 75


1) devem estar claramente demarcados das zonas públicas contíguas (por
exemplo, podem existir vedações, diferenças de nível, ou barreiras verdes);

2) devem ter o acesso reservado aos moradores;

3) devem ter acesso através de um espaço de comunicação comum do


edifício, ou através de vãos controláveis em contacto com o espaço
público;

4) é recomendável a orientação dos compartimentos habitáveis que


requeiram sossego e privacidade sobre os espaços exteriores comuns.

3.1.11.4 Agradabilidade

Os espaços exteriores comuns de lazer e reunião devem satisfazer as seguintes


exigências de agradabilidade:

1) devem ser orientados preferencialmente entre SE-S-SO;

2) a área da sombra projectada (considerando a orientação Sul com uma


declinação de 45°) pelos edifícios não deve ser superior a metade da área
total dos espaços exteriores;

3) devem estar protegidos relativamente aos efeitos do vento;

4) devem ser adoptadas estratégias para que o uso destes espaços não
perturbe nem a privacidade visual nem o conforto acústico das habitações.

3.1.11.5 Segurança

Os espaços exteriores comuns de lazer e reunião devem satisfazer as exigências


de segurança no uso normal definidas para a vizinhança próxima no ponto 2.2.1
do documento "Programa Habitacional. Vizinhança próxima" (Pedro 1999c).

3.1.12 Outros espaços de uso comum

Em determinados edifícios podem existir outros espaços de uso comum, tais


como os que se caracterizam em seguida (Aellen et al. 1979):

1) "Atelier"

O "atelier" é o espaço onde se podem realizar trabalhos artesanais ou


oficinais de lazer ou de manutenção de mobiliário e equipamento dos
fogos. O "atelier" pode ser utilizado em diferentes horários e por diferentes
utentes em actividades que são geralmente barulhentas e sujas.

O "atelier" deve satisfazer as seguintes exigências:

• possuir iluminação natural, estar isolado acusticamente dos espaços


vizinhos, e ser bem ventilado;

76 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


• possuir uma área entre 1.0 e 1.5m² por habitação, com um mínimo de
10m²;

• possuir um lava-mãos e permitir instalar mobiliário destinado aos mais


diversos tipos de actividades não domésticas, tais como, uma bancada
oficinal, bancadas de apoio, armários de arrumação, etc.;

• não estar situado próximo dos fogos.

2) Sala de recreio de crianças

A sala de recreio de crianças é um espaço comum para actividades como


jogos e outras formas de brincar individual ou em grupo, que pode ser
utilizado quando está mau tempo no exterior. Se o edifício agrupar um
número inferior a 10 habitações, a sala de recreio de crianças pode ser
conjunta para vários edifícios vizinhos.

A sala de recreio de crianças deve satisfazer as seguintes exigências:

• possuir iluminação natural, estar isolada acusticamente dos espaços


vizinhos, e ser bem ventilada;

• possuir uma área entre 0.5 e 1.0m² por habitação, com um mínimo de
20m²;

• ser acessível a partir dos fogos por um caminho coberto.

3) Espaço exterior de recreio de crianças

O espaço exterior de recreio de crianças permite a realização,


individualmente ou em grupo, de jogos e outras formas de brincar que são
geralmente barulhentas e sujas, pelo que não se podem desenrolar em
espaços interiores.

O espaço exterior de recreio de crianças deve satisfazer as seguintes


exigências:

• estar abrigado do vento, possuir insolação directa e zonas de sombra;

• estar localizado e isolado de modo a evitar perturbar o sossego dos


espaços individuais (quartos e zonas de estudo/trabalho);

• possuir uma área entre 1.0 e 2.0m² por habitação, com uma área
mínima de 20m²;

• possuir equipamento próprio para o recreio infantil e lugares sentados


para os adultos;

• estar situado a uma distância que permita a comunicação verbal e


visual com as habitações.

4) Espaço desportivo

O espaço desportivo permite a realização de actividades desportivas de


interior ou de exterior, tais como, ginástica, ténis de mesa, musculação,
sauna, ténis, natação, basquete, etc.. Considera-se que a existência deste

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 77


tipo de espaços comuns é positiva, pois favorece a criação e fortalecimento
das relações de vizinhança entre os moradores.

Os espaço desportivos devem satisfazer as exigências de


dimensionamento e articulação específicas de cada actividade.

5) Espaço para arrumação de bicicletas e motorizadas

Pode existir um espaço destinado à arrumação de bicicletas e motorizadas,


que deve satisfazer as seguintes exigências:

• estar protegido contra a chuva e o vento;

• estar protegido contra os risco de intrusão/roubo;

• possuir uma área entre 0.5 e 1.5 m² por habitação, com uma área
mínima de 10m²;

• ter acesso para veículos de nível ou por percurso em rampa com


inclinação não superior a 12%;

• ter acesso directo ao exterior independente do acesso de pessoas ao


edifício.

78 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3.2 ESPAÇOS PARA SERVIÇOS COMUNS

3.2.1 Espaço de arrumação de contentores prediais de


recolha de lixo

Em cada edifício com mais de quatro pisos habitáveis, que não disponha de
condutas de evacuação de lixo, deve existir um local destinado a contentores
prediais de recolha de lixo, com as seguintes características (RGEU Art. 97 -
Portugal 1951; MOPU 1978; RTHS Art. 4.3.5.1 - Portugal 1983; RSCIEH Art. 45 -
Portugal 1990b):

1) Articulação:

• deve situar-se ao nível da rua e não deve ter ligação ao interior do


edifício (embora contrarie as disposições regulamentares de segurança
contra incêndio, admite-se que em edifícios com altura não superior a
28m esta ligação seja realizada por uma porta com qualificação corta-
fogo, e em edifícios com altura superior a 28m esta ligação seja
realizada por uma câmara corta-fogo);

• o percurso entre este compartimento e o ponto de colecta pelos


serviços urbanos deve ser o mais curto e directo possível;

• deve permitir o uso de carrinhos para transporte dos contentores de


lixo, ou o uso de contentores com rodas.

2) Dimensionamento:

• deve ter forma e dimensões adequadas à fácil colocação, uso e


remoção dos contentores prediais de recolha de lixo, em número
compatível com a sua capacidade e a dimensão do edifício.

3) Equipamento:

• deve dispor de ventilação artificial;

• deve possibilitar a lavagem frequente, possuindo para o efeito: um


dispositivo de abastecimento de água, um ralo de pavimento, e
revestimentos até à altura de 2.00m resistentes às acções de lavagem
frequente e aos choques inerentes ao uso normal.

Na prática verifica-se que este compartimento tem geralmente pouca utilização,


sendo frequentemente destinado a outros usos. Esta circunstância pode levar à
sua anulação, desde que esteja garantido um sistema de recolha de lixo
alternativo, como por exemplo, através de contentores localizados nos espaços
públicos e na proximidade do edifício.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 79


3.2.2 Sistema de evacuação de lixo por condutas

3.2.2.1 Espaços e equipamentos

A existência de um sistema de evacuação de lixo por condutas é recomendável


em edifícios com mais de quatro pisos habitáveis. O sistema de evacuação de
lixo por condutas é constituído pelas condutas, pelo espaço de acumulação, e
eventualmente por espaços de vazamento.

Na prática, tem-se verificado que em alguns edifícios este sistema, mesmo


estando correctamente concebido, não é utilizado, preferindo os moradores,
ainda que com maior incómodo, colocar o lixo directamente nos contentores
existentes na via pública. Em geral, os motivos invocados para esta preferência
são a ausência de alguém que trate do lixo acumulado, e problemas de
funcionalidade do sistema, nomeadamente, o entupimento das condutas e
cheiros provocados pelo lixo acumulado.

Pelo exposto considera-se que este sistema só deve ser implementado quando
existem experiências anteriores bem sucedidas com o mesmo tipo de utentes,
ou quando esteja assegurada a formação prévia dos moradores e a
responsabilização de um utente pelo seu adequado funcionamento (por
exemplo, a porteira).

3.2.2.2 Condutas de evacuação de lixo

As condutas de lixo de edifícios habitacionais devem satisfazer as seguintes


exigências (RGEU Art. 98 - Portugal 1951; MHOP e LNEC 1978b):

1) Articulação:

• não devem abrir directamente para espaços de uso comum interiores;

• podem ser acessíveis a partir de um espaço de uso comum exterior,


mas não devem ser visíveis directamente a partir deste espaço (por
exemplo, podem estar num nicho, ou por detrás de um écran);
22
• podem ser acessíveis a partir de um espaço de vazamento de lixo ;

• não devem ser contíguas a compartimentos habitáveis, especialmente


quartos e salas; quando isto não for possível devem ser adoptadas
disposições que atenuem a propagação de ruídos;

• não devem abrir directamente para compartimentos habitáveis dos


fogos, podendo localizar-se por exemplo em varandas, em marquises,
ou em compartimentos próprios para o efeito.

2) Segurança:

• as bocas de despejo devem ter um acesso seguro relativamente a usos


indevidos, particularmente por crianças pequenas.

22
Ver ponto 3 2.2.3.

80 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3) Dimensionamento:

• devem servir todos os pisos habitacionais através de, pelo menos, uma
boca de despejo facilmente acessível e ligada à canalização vertical por
meio de ramais, cuja inclinação não deve ser inferior a 45°;

• devem ter uma secção útil proporcional ao número de utentes do


edifício, com um diâmetro mínimo de 0.30m.

3.2.2.3 Espaços para vazamento de lixo

Os espaços para vazamento de lixo junto às habitações ou no seu interior, caso


sejam necessários, devem satisfazer as seguintes exigências (MHOP e LNEC
1978b):

1) Articulação:

• não devem comunicar com escadas interiores;

• não devem ser contíguos a compartimentos habitáveis, especialmente


quartos e salas; quando isto não for possível devem ser adoptadas
disposições que atenuem a propagação de ruídos.

2) Equipamentos:

• devem dispor de ventilação artificial;

• devem possibilitar a lavagem frequente, possuindo para o efeito, um


dispositivo de abastecimento de água, um ralo de pavimento e
revestimentos até à altura de 2.00m resistentes às acções de lavagem
frequente e aos choques inerentes ao uso normal.

3) Dimensionamento:

• no caso de incluírem uma conduta, devem ter uma área de 1.00m² no


nível mínimo, 1.25m² no nível recomendável, ou 1.50m² no nível óptimo;

• no caso de incluírem duas conduta, devem ter uma área de 1.50m² no


nível mínimo, 1.75m² no nível recomendável, ou 2.00m² no nível óptimo.

3.2.2.4 Espaço de acumulação de lixo

O espaço destinado à arrumação de contentores prediais de recolha de lixo e à


acumulação temporária do lixo, deve satisfazer as seguintes exigências (MHOP
e LNEC 1978b; MOPU 1978; RSCIEH Art. 45 - Portugal 1990b):

1) Articulação:

• não deve ser contíguo a compartimentos habitáveis dos fogos,


especialmente quartos e salas; quando isto não for possível devem ser
adoptadas disposições que atenuem a propagação de ruídos;

• deve situar-se ao nível da rua e sem ligação ao interior do edifício


(embora contrarie as disposições regulamentares de segurança contra

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 81


incêndio, admite-se que em edifícios com altura não superior a 28m
esta ligação seja realizada por uma porta com qualificação corta-fogo, e
em edifícios com altura superior a 28m esta ligação seja realizada por
uma câmara corta-fogo);

• o percurso entre este compartimento e o ponto de colecta pelos


serviços urbanos deve ser o mais curto e directo possível, permitindo o
uso de carrinhos para transporte dos contentores de lixo, ou o uso de
contentores com rodas.

2) Equipamentos:

• deve dispor de ventilação artificial;

• deve possibilitar a lavagem frequente, possuindo para o efeito, um


dispositivo de abastecimento de água, um ralo de pavimento e
revestimentos até à altura de 2.00m resistentes às acções de lavagem
frequente e aos choques inerentes ao uso normal.

3) Dimensionamento:

• deve ter forma e dimensões adequadas à fácil colocação, uso e


remoção dos contentores prediais de lixo, em número compatível com
a sua capacidade e a dimensão do edifício;

• deve ter capacidade de recolha de resíduos sólidos maior ou igual a 4


litros por habitante dia;

• deve ser dimensionado prevendo-se faixas de circulação com 0.90m de


largura, e faixas de arrumação de contentores com 0.75m de largura;

• deve possuir uma área por conduta de 3.50m² no nível mínimo, 4.00m²
no nível recomendável, ou 4.50m² no nível óptimo; estes valores
poderão ser alterados se for justificável, atendendo aos seguintes
factores: tipo de contentores de recolha, sistema de descarga para os
contentores, sistema e periodicidade de mudança de contentores,
sistema e periodicidade de recolha, volume provável de lixo a recolher;

• deve ter um pé-direito mínimo de 2.00, recomendável de 2.20, ou


óptimo de 2.40m;

• deve permitir que os contentores, quando em posição de recolha de


lixo da conduta, se encontrem afastados da envolvente a uma distância
mínima de 0.15m.

3.2.3 Espaço de arrecadação de material de limpeza

Em cada edifício deve existir um compartimento destinado à arrecadação de


utensílios e produtos de limpeza dos espaços comuns, satisfazendo as
exigências apresentadas no Quadro 23 (MHOP e LNEC 1978b; RTHS Art. 4.3.5.2
- Portugal 1983):

82 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Quadro 23

Mínimo Recomendável Óptimo


Área mínima 1 00 1 50 2.00 m²
Área mínima por fogo - 0.15 0.20 m²
Pé-direito sob o vão das escadas 1 80 2.20 m
Equipamento - torneira e pia de despejo torneira e pia de despejo

3.2.4 Bateria de receptáculos postais

Em cada edifício deve existir uma bateria de receptáculos postais, satisfazendo


as seguintes exigências (RSRPD - Portugal 1990c, RRTHS Art. 4.3.3.3 - Duarte e
Paiva 1994b):

1) estar localizada junto ao acesso principal do edifício e situada de modo a


que o carteiro possa fazer a distribuição do correio sem ter necessidade de
entrar no edifício;

2) se for exterior, ser visível a partir dos fogos ou de espaços exteriores mais
usados e estar protegida dos excessos climáticos;

3) possuir um número de receptáculos postais igual ao dos fogos do edifício,


acrescido de um destinado à administração do condomínio sempre que tal
entidade esteja legalmente prevista.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 83


3.3 ESPAÇOS PARA SERVIÇOS TÉCNICOS

3.3.1 Espaço para concentração de contadores

Os contadores privados de água, de energia eléctrica e de gás canalizado


(quando exista) devem estar localizados do seguinte modo (RTHS Art. 4.3.6.1 -
Portugal 1983):

1) No nível mínimo, é admissível que os contadores estejam localizados no


interior dos fogos, num espaço de circulação, e de modo a que para
proceder à sua leitura não seja necessário passar por nenhum
compartimento habitável ou entrar na zona de espaços individuais da
habitação.

2) No nível recomendável, os contadores devem ser acessíveis a partir de um


espaço de comunicação horizontal ou dos patins de escadas comuns.

A localização dos contadores num espaço comum apresenta como


vantagem a possibilidade de realizar a leitura sem entrar na habitação.

3) No nível óptimo, os contadores devem estar concentrados num


compartimento ou armário próprio com acesso a partir dos espaços de
comunicação horizontal do piso de entrada no edifício, ou devem existir
processos automáticos de leitura.

A concentração dos vários contadores num mesmo espaço ou armário


apresenta como vantagem a maior funcionalidade da actividade de leitura
dos contadores.

Quando exista um compartimento para concentração dos contadores de


electricidade este deverá ser dimensionado considerando-se faixas de
actividade com uma largura mínima de 0.90m ou 1.00m servindo,
respectivamente, bandas de contadores dispostas de um ou dos dois lados
(MOPU 1978).

Em qualquer das situações, o espaço para concentração de contadores deve


apresentar condições de segurança própria contra o risco de acesso indevido e
contra acções de vandalismo.

3.3.2 Espaço para ductos de canalizações

Os ductos comuns de canalizações de água, de energia eléctrica, de gás


canalizado (quando exista) e de águas pluviais devem estar localizados do
seguinte modo:

1) No nível mínimo, é admissível que as canalizações estejam embutidas nas


paredes, mas devem ser acessíveis a partir de espaços comuns.

84 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


2) No nível recomendável, as canalizações devem ser acessíveis a partir de
um espaço de circulação comum por remoção de elementos da
construção (por exemplo, por remoção de painéis de madeira
aparafusados). Esta localização apresenta como principal vantagem a
possibilidade de realizar operações de manutenção e reparação sem que
seja necessário destruir elementos da construção.

3) No nível óptimo, as canalizações devem estar localizadas em espaços para


serviços técnicos acessíveis a partir de um espaço de circulação comum.
Esta localização apresenta como principal vantagem a possibilidade de
realizar operações de manutenção e reparação sem ocupar os espaços de
circulação comum.

Em qualquer das situações, as canalizações devem apresentar condições


segurança própria contra o risco de acesso indevido e contra acções de
vandalismo.

3.3.3 Espaço para máquinas e equipamento


electromecânico

Nos edifícios em que seja necessário instalar máquinas ou equipamento


electromecânico em virtude das características específicas do local devem ser
previstas reservas de espaços (RTHS Art.4.3.6.2 - MES 1985).

Como exemplos referem-se as seguintes:

1) casas para máquinas e equipamento electromecânico (grupo hidropressor,


grupo de bombagem de esgotos e elevadores);

2) posto de transformação;

3) posto de garrafas de gás do edifício.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 85


3.4 FOGOS

As exigências relativas aos fogos são pormenorizadamente tratadas no


documento "Programa Habitacional. Habitação" (Pedro 1999b). Neste ponto são
tratadas apenas as exigências de articulação entre os fogos, e entre os fogos e o
exterior.

3.4.1 Articulação

3.4.1.1 Articulação entre fogos vizinhos

A articulação entre fogos do mesmo edifício deve satisfazer as seguintes


exigências (Noble e Adams 1968):

1) não devem existir grandes conjuntos de habitações de pequena lotação


(número de utentes inferior a quatro) porque podem conduzir a uma
concentração excessiva de pessoas sós ou casais sem filhos;

2) não devem existir grandes conjuntos de habitações de grande lotação


(número de utentes superior a seis) porque podem conduzir a
concentrações excessivas de crianças e jovens;

3) não devem existir habitações de pequena lotação em contiguidade com,


ou sob, habitações de grande lotação, porque podem conduzir a conflitos
por diferenças de horário no uso dos espaços.

3.4.1.2 Articulação entre fogos térreos e espaços exteriores

As habitações térreas contribuem para garantir uma qualificação basicamente


residencial da área urbana e para potenciar alguma continuidade da presença
humana e animação urbana.

Nas habitações térreas devem ser satisfeitas as seguintes exigências de


articulação (Coelho 1993b):

1) adequado controlo de vistas sobre as habitações térreas a partir dos


23
espaços públicos e comuns envolventes ;
24
2) adequadas condições de segurança contra a intrusão ;

3) controlo do desenvolvimento de anexos nos quintais privados, segundo


projectos-tipo e apenas para usos previamente definidos.

As vantagens das habitações nos pisos térreos podem ser parcialmente


estendidas ao primeiro andar através de escadas exteriores.

23
Ver ponto 2.4.1.3 do documento "Programa Habitacional. Habitação" (Pedro 1999b).
24
Ver ponto 2 2.3.

86 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3.4.1.3 Articulação entre fogos em cave e espaços exteriores

Podem existir habitações em caves desde que sejam satisfeitas as seguintes


exigências (RGEU Art. 77 - Portugal 1990; MOPTC 1989):

1) a habitação deve possuir, pelo menos, uma fachada totalmente acima da


cota do terreno adjacente;

2) todos os compartimentos habitáveis devem ser iluminados e ventilados


directamente, através de:

• vãos na fachada acima da cota do terreno;

• vãos em outras fachadas, desde que os peitoris se situem, no máximo,


1.20m acima do pavimento interior, e desde que os desníveis entre os
peitoris e o terreno adjacente não sejam inferiores a 0.40m;

3) serem cumpridas todas as restantes exigências contidas neste programa.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 87


3.5 DEPENDÊNCIAS DOS FOGOS

3.5.1 Espaços exteriores privados

Os espaços exteriores privados elevados ou térreos destinam-se à função


permanência no exterior, que é pormenorizadamente abordada no capítulo 14
do documento "Programa Habitacional. Espaços e compartimentos" (Pedro
1999a).

3.5.2 Arrecadações privadas

As arrecadações privadas constituem espaços destinados à função arrumação,


que é pormenorizadamente abordada no capítulo 16 do documento "Programa
Habitacional. Espaços e compartimentos" (Pedro 1999a).

3.5.3 Espaços de estacionamento individual

Os espaços de estacionamento individual destinam-se essencialmente ao


estacionamento de veículos dos moradores fora da via pública. Geralmente, os
espaços de estacionamento individual são uma garagem individual onde se
podem desenvolver outras funções, tais como, arrumação, trabalho/recreio de
adultos (trabalho artesanal ou oficinal) e estudo/recreio de jovens (ler, escrever,
ouvir música, tocar música).

Os modos de uso alternativos ao estacionamento de veículos devem ser


limitados a actividades compatíveis com o uso habitacional dos espaços
contíguos, sendo expressamente proibidos usos que coloquem em risco a
segurança do condomínio (por exemplo, o armazenamento de produtos
inflamáveis).

3.5.3.1 Espaços e equipamentos

Os espaços de estacionamento individual podem assumir diversas formas, em


que variam os aspectos seguintes:

1) associação – associados em conjuntos, ou dispostos individualmente;

2) modo de articulação com os edifícios – destacados ou associados aos


edifícios;

3) nível relativamente ao solo – enterrados, semi-enterrados, térreos,


elevados;

4) encerramento – cobertos e encerrados, cobertos mas não encerrados,


exteriores.

88 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Quando os espaços de estacionamento individual constituem garagens, é
recomendável que possuam os equipamentos seguintes: dispositivos de
abastecimento de água, ralo de pavimento, revestimentos de pavimento
resistentes às acções de lavagem frequente e aos choques inerentes ao uso
normal, dispositivos que assegurem ventilação permanente, e iluminação
artificial.

3.5.3.2 Dimensionamento

Os espaços de estacionamento individual devem satisfazer as exigências de


dimensionamento apresentadas no Quadro 24 (Tutt Adler 1979; Prinz 1980;
Neufert 1980).

Quadro 24

Mínimo Recomendável Óptimo


Largura:
• Veículo 1.60 1.80 2.00
• Acesso unilateral ao veículo 0.2+1 6+0.7 0 25+1 8+0.75 0.3+2 0+0.8 m
• Acesso bilateral ao veículo 0.5+1 6+0.7 0 75+1 8+0.75 0.7+2 0+0.8 m
• Com bancada lateral 0.2+1 6+1.3 0 25+1 8+1.35 0.3+2 0+1.3 m
• Para utentes em cadeira de rodas 0.2+1 6+1.5 0 25+1 8+1.55 0.25+2.0+1.5 m
• Para dois veículos 0.2+1 6+0.7 0 25+1 8+0.75 0.3+2 0+0.8 m
+1.6+0.2 +1 8+0.25 +2.0+0.3
Profundidade:
• Veículo 4.20 4.50 5.00 m
• Veículo e espaço livre em redor 0.3+4 2+0.2 0.3+4 5+0.5 0.3+5 0+0.5 m
• Para utentes em cadeira de rodas 0.3+4.2+1.00 0.3+4.5+1.00 0.3+5.0+1 00 m
• Veículo e bancada no topo do fundo 0.3+4.2+1.50 0.3+4.5+1.50 0.3+5.0+1 50 m
Área (um veículo) 12 50 17 50 22 50 m²
Vão de entrada:
• Largura 2.20 2.30 2.40 m
• Altura 2.00 2.10 2.20 m
Pé-direito mínimo 2.20 2.30 2.40 m

Na Figura 7 apresenta-se graficamente um resumo das principais regras de


dimensionamento de garagens individuais.

3.5.3.3 Articulação

Quando os espaços de estacionamento individual constituem garagens devem


satisfazer as exigências de articulação seguintes:

1) devem estar localizadas na fachada oposta aos quartos;

2) não devem ter os portões voltados para as habitações;

3) quando associadas a edifícios unifamiliares, só devem comunicar com o


interior da habitação através de um espaço intermédio (por exemplo,
corredor ou arrecadação).

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 89


3.5.3.4 Agradabilidade

Caso se pretenda que as garagens individuais possam suportar modos de uso


alternativos ao estacionamento de veículos, devem ser proporcionadas
adequadas condições de iluminação e ventilação natural.

3.5.4 Dependências de lavagem de roupa

A existência de dependências de lavagem de roupa é muito pouco frequente,


limitando-se geralmente a alguns casos pontuais de edifícios unifamiliares.

As dependências de lavagem de roupa são, como o seu nome indica, espaços


destinados à função lavagem de roupa, que é pormenorizadamente abordada no
capítulo 10 do documento "Programa Habitacional. Espaços e compartimentos"
(Pedro 1999a).

90 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


3.6 ESPAÇOS NÃO HABITACIONAIS

Nos espaços não habitacionais dos edifícios multifamiliares podem incluir-se


actividades de comércio, indústria ou serviços que não colidam com a utilização
normal dos edifícios, nem prejudiquem as exigências de conforto dos utentes
das habitações. Estes espaços estão geralmente localizados no piso térreo e, se
correctamente integrados no edifício, podem contribuir para uma vitalização e
animação da sua envolvente.

Os espaços não habitacionais devem satisfazer as seguintes exigências (RGEU


Art. 65 - Portugal 1951; RTHS Art. 4.1.8 - MES 1985; NTPU Art. 8.4.3 - MOPTC
1993):

1) Conforto ambiental – não devem existir emissões de ruído, vibrações,


cheiros, radiações ou outros factores de degradação das condições
ambientais, acima dos níveis estabelecidos como normais na legislação
aplicável às áreas urbanizadas.

2) Segurança – não devem existir actividades que envolvam o


armazenamento ou a manipulação de produtos ou resíduos insalubres ou
perigosos.

3) Articulação:

• devem ser compartimentados de modo a constituírem unidades


autónomas aptas para uma exploração independente;

• devem ter um acesso directo ao exterior para cada espaço não


habitacional, independente do acesso às habitações;

• devem ter acessos para o público e para as viaturas que não


prejudiquem o acesso dos moradores aos edifícios e o uso dos
espaços exteriores envolventes;

• não devem ter lugares de estacionamento reservados para cargas e


descargas comerciais na contiguidade das principais zonas de acesso
ao edifício;

• não devem implicar um acréscimo acentuado do tráfego de veículos e


de peões na vizinhança imediata das habitações e dos espaços
públicos de recreio e logradouro.

4) Programa – devem ter instalações sanitárias dimensionadas em função da


área do espaço não habitacional, e da sua utilização prever ou não o
acesso do público a essas instalações sanitárias.

5) Dimensionamento – no caso de estabelecimentos destinados a fins


comerciais, devem ter um pé-direito livre mínimo de 3.00m.

EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 91


92 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 93
94 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
EXIGÊNCIAS DE PROJECTO APLICÁVEIS AOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO 95
96 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
4. MODELOS DE EDIFÍCIOS

Neste capítulo apresentam-se modelos exemplificativos da aplicação do


programa proposto às tipologias mais frequentes de espaços de uso comum e
de edifícios.

O capítulo está organizado nos três pontos seguintes:

1) descrição das regras de composição utilizadas;

2) descrição e apresentação dos modelos;

3) resumo dos resultados obtidos na análise dos modelos.

4.1 REGRAS DE COMPOSIÇÃO

4.1.1 Pormenorização dos modelos

Os modelos apresentados não constituem projectos de arquitectura, devendo


salientar-se os seguintes aspectos:

1) os modelos não incorporam exigências estéticas, que poderiam influenciar,


por exemplo, o tratamento volumétrico ou de fachada;

2) os modelos respondem ao programa de exigências, devendo na sua


aplicação ser adaptados aos requisitos específicos de cada situação, tais
como, características do sítio, preferências do dono de obra, modos de
vida locais, etc.;

3) os modelos incorporam uma definição construtiva genérica, que se limita à


coordenação da compartimentação com uma super-estrutura do tipo pilar-
viga de betão armado, e à utilização de paredes cuja espessura se adequa
à construção em alvenaria de tijolo.

4.1.2 Habitações

Os modelos de edifícios foram realizados com base nos modelos de habitações


apresentados no anexo 2.

Os modelos de habitações foram realizados com o objectivo de exemplificar


como se podem desenvolver as tipologias de habitações mais frequentes
satisfazendo as exigências definidas para os níveis de qualidade mínimo,
recomendável e óptimo.

MODELOS DE EDIFÍCIOS 97
4.1.3 Coordenação estrutural

A composição dos edifícios foi efectuada de modo a permitir a fácil coordenação


com a sua estrutura. Esta intenção é notória no alinhamento longitudinal e
transversal das principais paredes interiores e exteriores das habitações e dos
espaços comuns que compõem o edifício.

A estrutura considerada é do tipo pilar, viga e laje de betão armado, com


dimensões de secção e vãos idênticos aos utilizados na construção corrente.
Considera-se também que as paredes da caixa de escadas e do(s) elevador(es)
são em betão armado.

4.1.4 Modulação geométrica

Os modelos de edifícios foram realizados com base nas seguintes regras de


modulação geométrica:

1) a espessura de paredes interiores entre espaços de uso comum é de


0.20m, o que corresponde a paredes de 0.15m mais uma margem de
tolerância de 0.025m em cada lado da parede;

2) a espessura de paredes exteriores ou entre espaços comum e espaços


individuais é de 0.30m, o que corresponde a paredes de 0.25m mais uma
margem de tolerância de 0.025m em cada lado da parede;

3) a margem de tolerância de 0.025m é necessária porque podem existir


elementos de pormenor que reduzam a dimensão útil dos espaços (por
exemplo, rodapés, puxadores, guardas de portas e janelas, fichas de
electricidade, interruptores, canalizações, etc.).

98 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


4.2 DESCRIÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS MODELOS

Foram realizados modelos de espaços de uso comum e modelos de edifícios.

Os modelos de espaços de uso comum exemplificam a aplicação das


exigências definidas, às configurações de espaços de uso comum mais
frequentes.

Os modelos de edifícios estão organizados em quatro estudos complementares,


que visam exemplificar a aplicação das exigências definidas à generalidade das
tipologias de edifícios mais frequentes. A necessidade de realizar estudos
parciais justifica-se pelo facto de serem ilimitadas as possibilidades de
configurar diferentes tipos de edifícios segundo as variáveis: programa,
morfologia e nível de qualidade.

Foram realizados os estudos parciais seguintes:

1) Modelos de edifícios de baixa altura para o nível mínimo (estudo 1)

Estudo em que se exemplifica a aplicação das exigências do nível mínimo


a edifícios de baixa altura (R/C+2 pisos a R/C+3 pisos).

2) Modelos de edifícios de média altura para o nível mínimo (estudo 2)

Estudo em que se exemplifica a aplicação das exigências do nível mínimo


a edifícios de média altura (R/C+4 pisos a R/C+9 pisos).

3) Modelos de edifícios alternativos para o nível mínimo (estudo 3)

Estudo em que se exemplifica os modos de combinação de habitações de


diferentes tipologias programáticas numa tipologia de edifícios muito
frequente.

4) Modelos de edifícios para os níveis recomendável e óptimo (estudo 4)

Estudo em que se exemplifica a aplicação das exigências do níveis


recomendável e óptimo a uma tipologia de edifícios muito frequente.

MODELOS DE EDIFÍCIOS 99
4.2.1 Modelos de espaços de uso comum

Os modelos de espaços de uso comum compreendem cerca de 160 exemplos, Descrição geral
em que se aplicação as exigências de cada nível de qualidade às configurações
mais frequentes.

Os modelos de espaços de uso comum realizados foram os seguintes: Organização do estudo

1) Modelos isolados:

a) átrios;

b) elevadores (um e dois);

c) escadas;

d) garagens.

2) Modelos de associações:

a) escadas e patamares;

b) escadas e um elevador;

c) escadas e dois elevadores.

Não foram realizados modelos para espaços comuns de comunicação em


galeria ou corredor, porque estes espaços não exigem cuidados especiais de
configuração ou articulação, sendo a sua área basicamente determinada pelo
seu comprimento e largura, tal como definido no ponto 3.1.7.

Para maior facilidade de consulta dos modelos, apresenta-se no Quadro 25 a Apresentação de


modelos
lista dos modelos de espaços de uso comum, com o número da respectiva
figura e página.

100 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Quadro 25

Associação Tipo de espaço Nível de qualidade Figura n.º Pág. n.º

Isolados Átrios Mínimo, recom. e óptimo Figura 9 102


Elevadores Mínimo, recom. e óptimo Figura 9 102
Escadas Mínimo Figura 10 103
Recomendável Figura 11 104
Óptimo Figura 12 105
Garagem Mínimo Figura 13 106
Recomendável Figura 14 107
Óptimo Figura 15 108

Associados Escada + patamar Mínimo Figura 16 109


Escada + 1 elevador Mínimo Figura 17 110
Escada + 2 elevadores Mínimo Figura 18 111
Escada + patamar Recomendável Figura 19 112
Escada + 1 elevador Recomendável Figura 20 113
Escada + 2 elevadores Recomendável Figura 21 114
Escada + patamar Óptimo Figura 22 115
Escada + 1 elevador Óptimo Figura 23 116
Escada + 2 elevadores Óptimo Figura 24 117

MODELOS DE EDIFÍCIOS 101


102 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 103
104 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 105
106 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 107
108 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 109
110 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 111
112 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 113
114 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 115
116 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 117
4.2.2 Modelos de edifícios de baixa altura para o nível
mínimo (estudo 1)

Neste estudo foram realizados 40 modelos de edifícios de baixa altura (R/C + 3 Descrição geral
pisos), que exemplificam a aplicação das exigências do nível mínimo às
tipologias morfológicas mais frequentes.

Os modelos foram organizados nas cinco séries seguintes: Organização do estudo

1) edifícios isolados com acesso por coluna;

2) edifícios isolados com acesso linear;

3) edifícios geminados e em gaveto com acesso por coluna;

4) edifícios em banda simples com acesso por coluna e dois fogos por piso;

5) edifícios em banda simples com acesso por coluna e mais de dois fogos
por piso.

As cinco séries em que estão organizados os modelos deste estudo são


apresentadas por uma folha resumo inicial, seguida de folhas individuais
relativas a cada um dos edifícios que compõem essa série.

Cada folha individual de apresentação de um modelo de edifício contém os Conteúdo da folha


individual
seguintes elementos:

1) Elementos de identificação: identificação do modelo, nível de qualidade e


escala.

2) Planta do modelo: planta com definição de espaços comuns e fogos.

3) Elementos de análise:

• tabela de áreas parciais e totais do modelo;

• perímetro de fachada e de empena do modelo;

• índices de área e de perímetro (a compacidade é o quociente entre o


perímetro de parede exterior do modelo e o perímetro de uma
circunferência com a mesma área).

Para maior facilidade de consulta dos modelos apresenta-se no Quadro 26 e no Apresentação de


modelos
Quadro 27 a lista dos modelos de edifícios, com o número da respectiva figura e
página.

118 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Quadro 26

N.º de Tipologias
Associação Tipo de acesso N.º pisos Figura n.º Pág. n.º
fogos/piso programáticas

Isolado Coluna Baixa altura Resumo 1.1 Figura 25 121


4 fogos/piso 2*T0+2*T1 Símplex Figura 26 122
2*T1+2*T3 Símplex Figura 27 123
T2+2*T3+T4 Símplex Figura 28 124
4*T2 Símplex Figura 29 125
4*T3 Símplex Figura 30 126
4*T2 Símplex Figura 31 127
4*T3 Símplex Figura 32 128
5 fogos/piso T0+2*T2+2*T3 Símplex Figura 33 129
6 fogos/piso 2*T0+T2+2*T3+T4 Símplex Figura 34 130

Linear Baixa altura Resumo 1.2 Figura 35 131


≥ 4 fogos/piso T1+T3+2*T4 Símplex Figura 36 132
2*T1+4*T3 Símplex Figura 37 133
2*T2+3*T3+2*T4 Dúplex Figura 38 134
2*T2+2*T3+3*T4 Dúplex Figura 39 135
4*T3+4*T2 Dúplex Figura 40 136

Geminado Coluna Baixa altura Resumo 1.3 Figura 41 137


3 fogos/piso T0+T1+T3 Símplex Figura 42 138
4 fogos/piso 2*T0+2*T1 Símplex Figura 43 139
2*T1+2*T3 Símplex Figura 44 140
T0+2*T3+T4 Símplex Figura 45 141

Gaveto Coluna Baixa altura Resumo 1.3 Figura 41 137


T0+T2+T3 Símplex Figura 46 142
T0+T1+T3 Símplex Figura 47 143
3*T2 Símplex Figura 48 144

MODELOS DE EDIFÍCIOS 119


Quadro 27

N.º de Tipologias
Associação Tipo de acesso N.º pisos Figura n.º Pág. n.º
fogos/piso programáticas

Banda simples Coluna Baixa altura Resumo 1.4 Figura 49 145


2 fogos/piso 2*T2 Símplex Figura 50 146
2*T2 Símplex Figura 51 147
2*T2 Símplex Figura 52 148
2*T2 Símplex Figura 53 149
2*T2 Símplex Figura 54 150
2*T2 Símplex Figura 55 151
2*T3 Símplex Figura 56 152
2*T3 Símplex Figura 57 153
2*T3 Símplex Figura 58 154
2*T3 Símplex Figura 59 155
2*T3 Símplex Figura 60 156
2*T3 Símplex Figura 61 157

Resumo 1.5 Figura 62 158


3 fogos/piso T0+T1+T3 Símplex Figura 63 159
T1+2*T3 Símplex Figura 64 160
T1+2*T3 Símplex Figura 65 161
T2+2*T3 Símplex Figura 66 162
T2+2*T3 Símplex Figura 67 163
4 fogos/piso 2*T0+2*T1 Símplex Figura 68 164
2*T0+2*T3 Símplex Figura 69 165
2*T0+2*T3 Símplex Figura 70 166
2*T1+2*T3 Símplex Figura 71 167

120 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


MODELOS DE EDIFÍCIOS 121
122 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 123
124 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 125
126 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 127
128 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 129
130 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 131
132 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 133
134 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 135
136 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 137
138 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 139
140 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 141
142 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 143
144 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 145
146 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 147
148 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 149
150 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 151
152 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 153
154 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 155
156 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 157
158 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 159
160 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 161
162 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 163
164 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 165
166 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 167
4.2.3 Modelos de edifícios de média altura para o nível
mínimo (estudo 2)

Neste estudo foram realizados 18 modelos de edifícios de média altura (R/C+4 Descrição geral
pisos e R/C+9 pisos) que exemplificam a aplicação das exigências do nível
mínimo às tipologias morfológicas mais frequentes.

A realização deste estudo justifica-se por permitir, através da comparação com


os modelos do estudo 1 (ponto 4.2.2), ilustrar as alterações que são necessárias
realizar quando se aumenta o número de pisos de um edifício, designadamente,
a instalação de um elevador comum e a satisfação das exigências de segurança
contra incêndio (particularmente a protecção da escada relativamente ao
patamar).

Os modelos deste estudo são apresentado da Figura 72 à Figura 76. Apresentação de


modelos

168 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


MODELOS DE EDIFÍCIOS 169
170 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 171
172 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 173
4.2.4 Modelos de edifícios variantes para o nível mínimo
(estudo 3)

Neste estudo foram realizados 13 modelos de edifícios de baixa altura (R/C + 3 Descrição geral
pisos), que exemplificam a combinação de habitações com diferentes tipologias
programáticas numa tipologia de edifícios do nível mínimo e com características
morfológicas fixas.

Foi utilizada uma tipologia de edifícios caracterizada pela associação em banda


simples, baixa altura com acesso por escada/patamar, distribuição lateral e dois
fogos por piso.

Os modelos deste estudo são apresentados da Figura 77 à Figura 79. Apresentação de


modelos

174 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


MODELOS DE EDIFÍCIOS 175
176 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 177
4.2.5 Modelos de edifícios de níveis recomendável e
óptimo (estudo 4)

Neste estudo foram realizados 18 modelos de edifícios que exemplificam a Descrição geral
aplicação do programa de exigências dos níveis de qualidade recomendável e
óptimo, a uma tipologia de edifícios com características morfológicas fixas. Os
modelos permitem também exemplificar a combinação de habitações com
diferentes níveis de qualidade no mesmo edifício.

Foi utilizada uma tipologia de edifícios caracterizada pela associação em banda


simples, baixa altura com acesso por escada/patamar, distribuição lateral e dois
fogos por piso.

O estudo é apresentado nas seguintes figuras: Apresentação de


modelos
1) nível recomendável – Figura 80 e Figura 81;

2) nível óptimo – Figura 82 e Figura 83;

3) conjugação de habitações dos níveis recomendável e óptimo – Figura 84 e


Figura 85.

178 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


MODELOS DE EDIFÍCIOS 179
180 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 181
182 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
MODELOS DE EDIFÍCIOS 183
184 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
4.3 ANÁLISE DE MODELOS

Da análise dos modelos podem retirar-se as seguintes conclusões:

1) é possível solucionar a generalidade das tipologias de edifícios cumprindo


o programa proposto;

2) é possível cumprir a generalidade das exigências do programa, nos três


níveis de qualidade, com modelos de edifícios cujas áreas e índices se
situam dentro dos limites estabelecidos;

3) é possível conjugar no mesmo edifício habitações de diferentes tipologias


programáticas;

4) é possível conjugar no mesmo edifício habitações com diferentes níveis de


qualidade;

5) o índice de área bruta de espaços comuns sobre área bruta de espaços


individuais dos edifícios com acesso por coluna é inferior ao dos edifícios
com acesso linear;

6) o índice de área bruta de espaços comuns sobre área bruta de espaços


individuais de edifícios com diferentes níveis de qualidade é idêntico se o
tipo de acesso comum e a tipologia programática das habitações que os
compõem for idêntica;

7) o índice de área bruta de espaços comuns sobre área bruta de espaços


individuais de edifícios em que é necessária a instalação de elevadores é
superior ao de edifícios com características idênticas mas sem elevador.

MODELOS DE EDIFÍCIOS 185


BIBLIOGRAFIA

Bibliografia geral

1. ADAMS, Barbara – Whellchair housing. In The Architect's Journal, 25 de


Junho de 1975, pág. 1320 a 1348.

2. AELLEN, Kurt; THOMAS, Keller; MEYER, Paul; WIRGAND, Jürgen –


Système d’evaluation de logements (SEL). Berne, Ed. Office Fédéral du
Logement, 1979.

3. ALEXANDER, Christopher; ISHIKAWA, Sara; SILVERSTEIN, Murray; et al.


– A pattern language. Colecção Arquitectura Perspectivas. Barcelona,
Editorial Gustavo Gili, 1980.

4. BEZELGA, Artur A. – Edifícios de habitação. Caracterização e estimação


tecnico-económica. Lisboa, Ed. INCM, 1984.

5. CANHA DA PIEDADE, A. – Exigências funcionais. 1ª parte - versão


provisória. Curso de Mestrado em Construção. Lisboa, Ed. Instituto
Superior Técnico, 1986.

6. COELHO, A. Baptista – Análise e avaliação da qualidade arquitectónica


residencial. Volume II - Rumos e factores de análise da qualidade
arquitectónica residencial. Lisboa, Ed. LNEC, 1993a.

7. COELHO, A. Baptista – Análise e avaliação da qualidade arquitectónica


residencial. Volume III - Níveis físicos do habitat, tipologias gerais e
caracterização sistemática. Lisboa, Ed. LNEC, 1993b.

8. COELHO, A. Baptista – Descrição de tipos e tipologias de habitações.


Texto para publicação, 1997.

9. COELHO, A. Baptista; PEDRO, J. Branco – Do bairro e da vizinhança à


habitação. Tipologias e caracterização dos níveis físicos residenciais.
Colecção Informação Técnica Arquitectura, n.º 2. Lisboa, Ed. LNEC, 1998.

10. DEILMANN, Harald, KIRSCHENMANN, Jörg C.; PFEIFFER, Herbert – The


dwelling. Stuttgart, Ed. Karl Krämer Verlag, 1973.

11. DEILMANN, Harald, BICKENBACH, Gerhard.; PFEIFFER, Herbert –


Conjuntos residenciales em zonas centrales, suburbanas y periféricas.
Barcelona, Ed. Gustavo Gili, 1977.

12. DREYFUSS, D.; TRIBEL, J. – La cellule-logement. Cahiers du Centre


Scientifique et Techique du Bâtiment (Cahier 382). Paris, Ed. CSTB, 1961.

BIBLIOGRAFIA 187
13. DUARTE, J. Pinto; PAIVA, J. Vasconcelos – Normas técnicas para projecto
de edifícios de habitação. Lisboa, Ed. LNEC, 1994a.

14. DUARTE, J. Pinto; PAIVA, J. Vasconcelos – Revisão das recomendações


técnicas para habitação social (1ª Fase). Lisboa, Ed. LNEC, 1994b.

15. GRIFFINI, Enrico A. – Construzione razionale della casa. Milano, Editore


Ulrico Hoepli, 1948.

16. INSTITUT DE TECNOLOGIA DE LA CONSTRUCCIÒ DE CATALUNYA


(ITCC) – Condiciones mínimes d’habitabilitat I de construcció dels edificis a
contemplar en les ordenances d’edificació. Barcelona, Ed. Dir. General
d’Urbanismo, 1983.

17. INSTITUTO PORTUGUÊS DA QUALIDADE (IPQ) – Elevadores. Dimensões


para instalação de ascensores das classes I, II e III. Norma portuguesa NP-
2060. IPQ, 1987.

18. INSTITUTO PORTUGUÊS DA QUALIDADE (IPQ) – Elevadores.


Ascensores a instalar em edifícios de habitação. Projecto de Norma
Portuguesa, prNP-3661. IPQ,1988.

19. JEPHCOTT, P. – Homes in high flats. Edimburgo, Ed. Oliver Boyd, 1971.

20. LAMURE, Claude – Adaptation du logement à la vie familiale. Colecção ICI.


Paris, Ed. Eyrolles, 1976.

21. LÉGER, Jean-Michel – Derniers domiciles connus. Enquete sur les


nouveaux logements 1970-1990. Paris, Editions Creaphis, 1990.

22. MASCARÓ, Juan. L. – O Custo das decisões arquitectónicas. São Paulo,


Ed. Livraria Nobel, 1985.

23. MINISTÉRIO DA HABITAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS e LABORATÓRIO


NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL (MHOP e LNEC) – Instruções para
projectos de habitação promovida pelo estado. Documento 2: Exigências
relativas aos espaços e ao equipamento. Lisboa, Ed. LNEC, 1978a.

24. MINISTÉRIO DA HABITAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS e LABORATÓRIO


NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL (MHOP e LNEC) – Instruções para
projectos de habitação promovida pelo estado. Documento 5: Regras de
qualidade relativas aos espaços e ao equipamento. Lisboa, Ed. LNEC,
1978b.

25. MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E


COMUNICAÇÕES (MOPTC) – Proposta de regulamento geral das
edificações. 1989.

26. MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E


COMUNICAÇÕES (MOPTC) – Normas técnicas para projectos de
urbanização. Lisboa, Ed. LNEC, 1993.

188 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


27. MINISTERIO DE OBRAS PUBLICAS Y URBANISMO (MOPU) – Normas
técnicas de diseño y calidad de la vivienda social. Madrid, Ed. MOPU, 1978.

28. MINISTÉRIO DO EQUIPAMENTO SOCIAL (MES) – Recomendações


técnicas para habitação social (Portaria n.º 580/83, de 17 de Maio). Lisboa,
Ed. MES e LNEC, 1985.

29. MOITA, Francisco – Energia solar passiva 1. Lisboa, Ed. INCM, 1987.

30. NEUFERT, Ernst – Arte de projectar em arquitectura. Barcelona, Editorial


Gustavo Gili, 1980.

31. NOBLE, John; ADAMS, Barbara – Housing: the home in its setting. In The
Architect's Journal, 11 Setembro, 1968.

32. OLIVEIRA, R. Girão; MATEUS, A. Mascarenhas – Técnicas de engenharia


de trânsito. Lisboa, Ed. Ministério das Comunicações, 1970.

33. PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Espaços e compartimentos.


Colecção Informação Técnica Arquitectura, n.º 4. Lisboa, Ed. LNEC, 1999a.

34. PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Habitação. Colecção


Informação Técnica Arquitectura, n.º 5. Lisboa, Ed. LNEC, 1999b.

35. PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Vizinhança próxima. Colecção


Informação Técnica Arquitectura, n.º 7. Lisboa, Ed. LNEC, 1999c.

36. PORTUGAL, Leis e Decretos – Regulamento geral das edificações urbanas.


Decreto-lei n.º 38382 de 7 de Agosto de 1951.

37. PORTUGAL, Leis e Decretos – Actualização das recomendações técnicas


para habitação social. Portaria n.º 828/88 de 29 de Dezembro de 1988.

38. PORTUGAL, Leis e Decretos – Regulamento geral sobre ruído. Decreto-lei


n.º 292/89 de 2 de Setembro de 1989.

39. PORTUGAL, Leis e Decretos – Regulamento das características de


comportamento térmico dos edifícios. Decreto-lei n.º 40/90 de 6 de
Fevereiro de 1990a.

40. PORTUGAL, Leis e Decretos – Regulamento de segurança contra incêndio


em edifícios de habitação. Decreto-lei n.º 64/90 de 21 de Fevereiro de
1990b.

41. PORTUGAL, Leis e Decretos – Regulamento do serviço de receptáculos


postais. Decreto Regulamentar n.º 8/90 de 6 de Abril de 1990c.

42. PORTUGAL, Leis e Decretos – Regulamento de segurança contra incêndio


em parques de estacionamento cobertos. Decreto-lei n.º 66/95 de 8 de Abril
de 1995.

43. PORTUGAL, Leis e Decretos – Normas técnicas sobre acessibilidade.


Decreto-lei n.º 123/97 de 22 de Maio de 1997a.

BIBLIOGRAFIA 189
44. PORTUGAL, Leis e Decretos – Actualização das recomendações técnicas
para habitação social. Portaria n.º 371/97 de 6 de Junho de 1997b.

45. PORTUGAL, Leis e Decretos – Actualização das recomendações técnicas


para habitação social . Portaria n.º 500/97 de 21 de Junho de 1997c.

46. PRINZ, Dieter – Urbanismo I. Projecto urbano. Vila da Feira, Editorial


Presença, 1980.

47. PRINZ, Dieter – Urbanismo II. Configuração urbana. Vila da Feira, Editorial
Presença, 1984.

48. REIS, R. Antunes; LOURENÇO, M. Silva; CASTELÃO, J. Santos –


Avaliação da qualidade de projectos de habitação. Original fotocopiado,
Lisboa, 1987.

49. THIBERG, Sven (Ed.) – Housing research and design in Sweden.


Estocolmo, Ed. Swedish Council for Building Research, 1990.

50. VIEGAS, João C. – Ventilação natural em edifícios de habitação. Colecção


Edifícios, n.º 4. Lisboa, Ed. LNEC, 1995.

51. TUTT, Patricia; ADLER, David (Ed.) – New metric handbook, planning and
designing data. Ed. Butterworth Architecture, 1979.

52. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) – Guidelines for healthy


housing. Copenhagen, Ed. WHO, 1988.

Bibliografia com exemplos de edifícios

1. CABRITA, A. Reis; FREITAS; M. João; APPLETON, João; MENEZES,


Marluci; PEDRO, J. Branco – Análise da habitação de custos controlados
no concelho de Oeiras. Lisboa, Ed. LNEC, 1994.

2. CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA (CML) – Boletim do Gabinete Técnico


da Habitação, n.º 30/33. Ed. CML, 1976/77.

3. CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA (CML) – Departamento de Construção


de Habitação, n.º 52. Lisboa, Ed. CML, 1990.

4. CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA (CML) – Departamento de Construção


de Habitação, n.º 54. Lisboa, Ed. CML, 1996.

5. COELHO, A. Baptista; PEDRO, J. Branco – 1ª análise retrospectiva do


parque financiado pelo INH nos anos de 1985/87 - Análise arquitectónica,
fichas resumo dos empreendimentos e elementos gráficos dos projectos.
Lisboa, Ed. LNEC, 1995.

6. COELHO, A. Baptista; PEDRO, J. Branco; CABRITA, A. Reis –


Apresentação de 3 empreendimentos meritórios financiados pelo INH e
concluídos em 1991. Lisboa, Ed. LNEC, 1995.

190 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


7. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de
empreendimentos. Lisboa, Ed. INH, 1989.

8. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1990.

9. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1991.

10. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1992.

11. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1993.

12. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1994.

13. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1995.

14. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1996.

15. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1997.

16. INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO – Prémio INH. Apresentação de


empreendimentos. Lisboa, Ed. INH 1998.

17. KJELDSEN, Marius – Industrialized housing in Denmark. Copenhagen,


1988.

18. PETERS, Paulhans – Proyecto y planification. edificios plurifamiliares 14.


Barcelona, Ed. Gustavo Gili, 1979.

BIBLIOGRAFIA 191
GLOSSÁRIO

Tipos de utentes

Utentes condicionados Utentes condicionados de mobilidade constituem uma categoria que engloba
de mobilidade
utentes, permanentemente ou temporariamente, numa das seguintes condições:
em cadeira de rodas, utilizando bengala, ou utilizando canadianas.

Utentes com Utentes com dificuldades de movimentação constituem uma categoria que
dificuldades de
movimentação
engloba os seguintes tipos de utentes: grávidas, acompanhantes crianças de
colo, crianças pequenas, condicionados de mobilidade, invisuais, idosos, e
indivíduos transportando volumes.

Níveis físicos

Vizinhança próxima

Vizinhança próxima Uma vizinhança próxima constitui uma unidade residencial, organizada
funcionalmente e espacialmente em torno de um espaço exterior, onde se
tendem a estabelecer relações de vizinhança significativas entre os moradores, e
onde as crianças até aos 9-10 anos tendem a encontrar os seus espaços e
companheiros de recreio. Uma vizinhança próxima engloba lotes
(preferencialmente habitacionais, mas também, de serviços, de pequena
indústria e artesanato, e de equipamentos colectivos), espaços de circulação
(pedonais ou viários), outros sistemas de infraestruturas e áreas não
urbanizáveis (Statens Planverk 1972; Coelho 1993b).

Áreas verdes As áreas verdes englobam os seguintes espaços pertencentes ao domínio


público: espaços de jogo, recreio e reunião (parques e jardins); e áreas
classificadas como não urbanizáveis (NTPU Art. 14.3.1 - MOPTC 1993).

Não são englobados nas áreas verdes os seguintes espaços: canteiros e


separadores ajardinados realizados ao longo das vias, parques de
estacionamento e áreas de circulação de peões, taludes resultantes das obras
de modelação do terreno quando desinseridos dos parques e jardins públicos, e
áreas de reserva para equipamentos colectivos mesmo que plantadas (NTPU
Art. 14.3.2 - MOPTC 1993).

GLOSSÁRIO 193
Os espaços exteriores englobam os seguintes espaços pertencentes ao domínio Espaços exteriores
público ou privado: espaços públicos de jogo, recreio e reunião; áreas públicas
classificadas como não urbanizáveis; espaços exteriores privados das
habitações; e espaços exteriores comuns dos edifícios.

Edifício

Edifício é uma "construção permanente, fixa, distinta, encerrada, com acesso Edifício
independente, que compreende um ou mais espaços destinados a servir de
abrigo ou suporte à realização de actividades humanas. Por construção
permanente, entende-se uma construção erigida sem prazo limite de utilização.
Por construção fixa entende-se uma construção virtualmente inamovível do seu
local de implantação sem desmonte extensivo dos seus elementos primários e
secundários. Por construção distinta entende-se uma construção dotada de
fundações próprias, funcionalmente distintas das fundações das construções
adjacentes. Por construção encerrada entende-se uma construção dotada de
paredes envolventes e cobertura própria, cujos vãos de comunicação com o
exterior sejam dotados de elementos de preenchimento apropriados. Por
construção com acesso independente entende-se uma construção que é
directamente acessível a partir de um espaço não edificado, sem atravessamento
obrigatório de outras construções" (NTPU pág. 85 - MOPTC 1993).

Edifício unifamiliar é um edifício com qualquer número de pisos que Edifício unifamiliar
compreenda apenas um fogo.

Edifício multifamiliar é um edifício com qualquer número de pisos que Edifício multifamiliar
compreenda dois ou mais fogos.

Habitação

Habitação é a unidade em que se processa a vida de cada família, Habitação


compreendendo o fogo e as dependências do fogo (RTHS Anexo III Art. 1 - MES
1985).

Fogo é o conjunto dos espaços privados nucleares de cada habitação, Fogo


confinado por uma envolvente que o separa do ambiente exterior e do resto do
edifício. O fogo inclui espaços tais como, a sala, os quartos, a cozinha, as
instalações sanitárias, os arrumos, a despensa, os corredores, os vestíbulos,
etc.. O fogo pode ainda integrar arrumações em sótão ou em cave que tenham
acesso pelo seu interior.

194 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Dependências do fogo
Dependências do fogo são os espaços privados periféricos à envolvente que
confina o fogo, como por exemplo:

1) nos edifícios multifamiliares – as varandas, os terraços, as arrecadações;

2) nos edifícios unifamiliares – os corpos anexos, os logradouros, os quintais,


os jardins, os telheiros e os alpendres.

Compartimentos

Compartimento Compartimento de um fogo é um espaço privado, ou um conjunto de espaços


privados directamente interligados, delimitado por paredes e com acesso
através de vão ou vãos guarnecidos com portas ou disposições construtivas
equivalentes (caso de vãos de acesso a caves ou a sótãos) (RTHS Anexo III Art.
4 - MES 1985).

Compartimento Compartimento habitável de um fogo é um compartimento utilizado


habitável
exclusivamente como sala, quarto, ou cozinha desse fogo, ou um
compartimento que abranja um conjunto de espaços privados directamente
interligados que inclua a sala ou a cozinha desse fogo, no qual são respeitadas
as condições de área, de pé-direito e de iluminação natural, que, para tais
compartimentos, são definidas na regulamentação em vigor (RTHS Anexo III Art.
5 - MES 1985).

Compartimento não Compartimento não habitável de um fogo é um compartimento que não se


habitável
enquadra dentro dos requisitos dos compartimentos habitáveis, sendo
usualmente utilizado como: instalação sanitária, vestíbulo, corredor, "hall",
arrumação, ou despensa.

Segurança contra incêndio

Altura do edifício Na aplicação das exigências relativas a segurança contra incêndio, a altura do
edifício é determinada pela diferença de nível entre a cota do último piso
susceptível de ocupação e a cota da via de acesso ao edifício no local donde
seja possível aos bombeiros lançar eficazmente para todo o edifício as
operações de salvamento de pessoas e de combate ao incêndio (RSCIEH Art. 2
– Portugal 1990b).

Saída de emergência As saídas de emergência podem ser realizadas (RSCIEH Art. 13 - Portugal
1990b):

1) através de janelas de área não inferior a 1.00m², cuja menor dimensão seja
pelo menos de 0.60m, e o peitoril se situe a altura não superior a 1.00m
relativamente ao pavimento, nem superior a 3.00m relativamente ao terreno
exterior adjacente;

2) através de escadas de emergência fixas.

GLOSSÁRIO 195
Escadas protegidas, são escadas separadas dos restantes espaços de Escadas protegidas
comunicação horizontal ou vertical por paredes e portas corta-fogo

Escadas não enclausuradas ou exteriores, são escadas em que todos os pisos Escadas exteriores ou
não enclausuradas
têm aberturas para o exterior numa das paredes e em que a área de abertura
não é inferior a metade da área total dessa parede.

Escadas enclausuradas ou interiores, são escadas em que pelo menos um dos Escadas interiores ou
enclausuradas
pisos não têm aberturas para o exterior em pelo menos uma das paredes, ou em
que a área de abertura é inferior a metade da área total dessa parede.

Câmara corta-fogo é um espaço destinado a impedir a propagação do incêndio Câmara corta-fogo


e a passagem de fumos, que deve ter uma área não inferior a 3.00m², uma
dimensão mínima não inferior a 1.40m, uma distância entre aros de portas não
inferior a 1.20m e portas abrindo no sentido da saída do edifício.

Escadas

Patamar de escada é a zona da escada com largura igual ou pouco superior à Patamar de escada
dos lanços, situada ao nível de cada piso e destinada a permitir a ligação
horizontal entre os lanços e com as comunicações horizontais comuns.

Patim de escada é a zona da escada com largura igual ou pouco superior à dos Patim de escada
lanços, situada num nível intermédio ao dos pisos e destinada a permitir a
ligação horizontal entre os lanços.

Elevadores/ascensores

Por velocidade nominal do elevador entende-se a velocidade para a qual o Velocidade nominal
elevador é construído e instalado.

Por carga nominal do elevador entende-se a carga para a qual o elevador é Carga nominal
construído e instalado.

Por cabina entende-se o orgão do elevador onde são transportadas as pessoas Cabina
ou a carga.

Por caixa entende-se o espaço onde se desloca a cabina ou onde se desloca a Caixa
cabina e o contrapeso quando existe e não se desloca em caixa separada.

Por casa das máquinas entende-se o local onde se encontram instalados a Casa das máquinas
máquina e o equipamento de comando do elevador.

196 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


Elementos da envolvente da habitação/edifício

Fachada Fachada é uma parede da habitação, em contacto directo com o exterior, onde é
possível abrir vãos de janela ou de porta.

Empena Empena é uma parede da habitação, geralmente contígua a outro edifício ou ao


limite do lote, onde não é possível abrir vãos de janela ou de porta.

Áreas

Área útil

Área útil de um Área útil de um compartimento é a área de pavimento desse compartimento,


compartimento
incluindo roupeiros fixos, deduzida da área de implantação de pilares
destacados e da área de superfície com pé-direito inferior aos mínimos
regulamentares; nos compartimentos que se desenvolvem em dois níveis, a área
do compartimento integra as áreas dos dois pavimentos e a área em planta da
escada de ligação (RTHS Anexo III Art. 8 - MES 1985).

Área útil de um fogo Área útil de um fogo é a soma das áreas úteis de todos os compartimentos
desse fogo.

Área bruta

Área bruta de um fogo Área bruta de um fogo é a soma das áreas ocupadas pelo fogo em cada piso de
pé-direito não inferior a 2.20m. As áreas são delimitadas da seguinte forma:

1) pelo contorno externo das paredes exteriores do edifício e de anexos;

2) pelo eixo das paredes que separam o fogo, de espaços comuns do


edifício, de outros fogos, de dependências, e de espaços ocupados por
terceiros.

Área bruta de Área bruta de dependências do fogo é a soma das áreas ocupadas pelos
dependências do fogo
espaços privados exteriores à envolvente do fogo de pé-direito não inferior a
2.20m. As áreas são delimitadas da seguinte forma:

1) pelo contorno externo das paredes exteriores das dependências do fogo;

2) pelo eixo das paredes que separam as dependências do fogo, de espaços


comuns do edifício, de fogos, de dependências de outros fogos, e de
espaços ocupados por terceiros.

Área bruta de uma Área bruta de uma habitação é igual à soma da área bruta do fogo, das suas
habitação
dependências e da quota-parte dos espaços comuns. A parcela de área de
espaços comuns deve ser proporcional à área bruta do fogo.

GLOSSÁRIO 197
Não entram no cálculo da área bruta de uma habitação, as seguintes áreas:

1) áreas ocupadas por terceiros;

2) área de galerias e espaços públicos cobertos quando correspondam ao


cumprimento de exigências de planos de ordenamento do território
aprovados ou a exigências de integração urbanística local.

Área bruta de espaços comuns de um edifício é igual a soma das áreas Área bruta de espaços
comuns
ocupadas pelos seguintes tipos de espaços comuns:

1) espaços interiores do edifício, de pé-direito não inferior a 2.20m;

2) espaços exteriores à envolvente do edifício, cobertos e pavimentados, de


pé-direito não inferior a 1.80m.

As áreas são delimitadas da seguinte forma:

1) pelo contorno externo das paredes exteriores do edifício e de anexos;

2) pelo eixo das paredes que separam os espaços comuns, de fogos, de


dependências de fogos, e de espaços ocupados por terceiros.

Área de implantação

Área de implantação de um edifício é a superfície de solo edificável que é Área de implantação de


um edifício
delimitada pela intersecção do perímetro exterior das suas paredes exteriores
com o terreno, medida no plano horizontal. "Devem ser considerados no cálculo
da área de implantação, os pátios interiores e os terraços comuns dos edifícios
de tipo colectivo, quando esses pátios e terraços não sejam de acesso público
permanente e descobertos, e ainda, em qualquer tipo de edifício, a área de solo
subjacente a varandas e volumes salientes, acima ou abaixo do nível do solo,
que se projectem mais de 1.80m para fora do perímetro exterior das paredes
exteriores. Não serão considerados para efeitos de cálculo da área de
implantação, até ao limite de 25m², as construções anexas de um só piso,
destinadas a garagem ou arrecadação para uso exclusivo dos residente que não
constituam fracção autónoma da propriedade" (NTPU Anexo 1 - MOPTC 1993).

Área do lote

Área do lote é a superfície do solo compreendido nos limites cadastrais do lote. Área do lote
Está área deve corresponder ao valor que se encontra inscrito na respectiva
matriz de registo predial (NTPU - MOPTC 1993).

198 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

Sigla Significado
Ec Espaços e compartimentos
Ed Edifício
Ha Habitação
Vp Vizinhança próxima
HCC Habitação a Custo Controlado
IPHPE Instruções para Projectos de Habitação Promovida pelo Estado
NTPU Normas Técnicas para Projecto de Urbanização
NP Norma Portuguesa
NTMA Norma Técnica para Melhoria da Acessibilidade dos cidadão com mobilidade condicionada
aos edifícios, estabelecimentos que recebem público e via pública
prNP Projecto de Norma Portuguesa
RGE Proposta de Regulamento Geral das Edificações
RGEU Regulamentos Geral das Edificações Urbanas
RRTHS Proposta de Revisão das Recomendações Técnicas de Habitação Social
RSCIEH Regulamento de Segurança Contra Incêndio em Edifícios de Habitação
RSCIPE Regulamento de Segurança Contra Incêndio em Parques de Estacionamento Cobertos
RTHS Recomendações Técnicas de Habitação Social
DGAV Direcção Geral de Arquitectura y Vivienda (Espanha)
LNEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil
INH Instituto Nacional de Habitação
ITCC Institut de Tecnologia de la Construcciò de Catalunya (Espanha)
MES Ministério do Equipamento Social
MHOP Ministério da Habitação e Obras Públicas
MOPTC Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
MOPU Ministerio de Obras Publicas y Urbanismo (Espanha)
WHO World Health Organization (ONU)

ABREVIATURAS/ACRÓNIMOS 199
ANEXO 1 QUADRO RESUMO DE ÁREAS DE
HABITAÇÕES

Neste anexo apresenta-se, do Quadro 28 ao Quadro 30, um resumo dos


programas de áreas atribuídas às habitações para os níveis de qualidade
mínimo, recomendável e óptimo. No documento "Programa Habitacional.
Habitação" (Pedro 1999b) apresenta-se o desenvolvimento e justificação dos
programas de área propostos.

Para elemento de comparação apresenta-se também no Quadro 31 um resumo


do programa de áreas habitável e bruta mínimas previstas no RGEU (Art. 67 -
Portugal 1951) e do programa de área bruta máxima prevista nas RTHS (Art.
4.1.5 - MES 1985).

Quadro 28: Programa de áreas NÍVEL MÍNIMO

ÁREAS T0/1 T1/1 T1/2 T2/2 T2/3 T2/4 T3/4 T3/5 T4/5 T3/6 T4/6 T4/7 T5/7 T5/8 T5/9
Área do fogo
Área não habitável 11.5 11.5 12.0 12 5 14 0 15.0 15.5 17.0 17.5 18.0 18 5 21 5 22.0 25.0 26.5 m²
Área habitável (compart. individuais) - 6.5 10 5 16 0 17.0 21.0 23.5 27.5 30.0 31 5 34 0 38.0 40.5 44.5 48.5 m²
Área habitável (compart. comuns) 23.0 16.5 16 5 16 5 19.0 22.0 22.0 23.5 23.5 26 5 26 5 30.0 30.0 35.0 36.5 m²
Área habitável 23.0 23.0 27.0 29 5 36 0 43.0 45.5 51.0 53.5 58.0 60 5 68 0 70.5 79.5 85.0 m²
Área útil do fogo 34.5 34.5 39.0 42 0 50 0 58.0 61.0 68.0 71.0 76.0 79 0 89 5 92.5 104.5 111.5 m²
Área bruta do fogo 43 43 49 52 62 72 75 83 87 93 96 109 113 127 136 m²
Área dependências
Área útil de dependências - - - - - - - - - - - - - - - m²
Área bruta de dependências - - - - - - - - - - - - - - - m²
Área de espaços comuns
Área útil de espaços comuns 3.5 3.5 3.9 4.0 48 55 5.5 6.1 6.4 6.5 6.7 76 7.4 8.4 8.9 m²
Área bruta de espaços comuns 4.2 4.2 4.8 4.9 58 67 6.7 7.5 7.8 7.9 8.2 93 90 10.2 10.9 m²
Área do fogo e dependências
Área útil do fogo e dependências 34.5 34.5 39.0 42 0 50.0 58.0 61.0 68.0 71.0 76.0 79 0 89.5 92.5 104.5 111.5 m²
Área bruta do fogo e dependências 43 43 49 52 62 72 76 84 88 93 97 110 113 127 136 m²
Área bruta da habitação 47 47 54 57 68 79 82 91 95 101 105 119 122 138 147 m²

ANEXO 1 201
Quadro 29: Programa de áreas NÍVEL RECOMENDÁVEL

ÁREAS T0/1 T1/1 T1/2 T2/2 T2/3 T2/4 T3/4 T3/5 T4/5 T3/6 T4/6 T4/7 T5/7 T5/8 T5/9
Área do fogo
Área não habitável 14.0 14.0 14.5 15 5 17 0 19.0 19.5 21.0 21.5 24.0 24 5 28 0 28.5 32.5 34.0 m²
Área habitável (compart. individuais) 7.5 7.5 13 5 15 0 21.0 26.0 28.5 33.5 36.0 38 5 41 0 46.0 48.5 53.5 58.5 m²
Área habitável (compart. comum) 21.0 21.0 21.5 21 5 25 5 29.0 29.0 31.0 31.0 34.0 34 0 40 0 40.0 45.0 46.5 m²
Área habitável 28.5 28.5 35.0 36 5 46 5 55.0 57.5 64.5 67.0 72.5 75 0 86 0 88.5 98.5 105.0 m²
Área útil do fogo 42.5 42.5 49.5 52 0 63 5 74.0 77.0 85.5 88.5 96.5 99 5 114.0 117.0 131.0 139.0 m²
Área bruta do fogo 53 53 62 64 79 92 94 105 108 118 121 139 143 160 170 m²
Área dependências
Área útil de dependências 1.5 1.5 1.5 1.5 15 25 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 35 35 3.5 3.5 m²
Área bruta de dependências 2.0 2.0 2.0 2.0 20 30 3.0 3.0 3.0 3.0 3.0 40 40 4.0 4.0 m²
Área de espaços comuns
Área útil espaços comuns 4.3 4.3 5.0 4.9 60 70 6.9 7.7 8.0 8.2 8.5 9.7 9.4 10.5 11.1 m²
Área bruta espaços comuns 5.2 5.2 6.0 6.0 7.4 86 8.5 9.4 9.7 10.0 10 3 11 8 11.4 12.8 13.6 m²
Área do fogo e dependências
Área útil do fogo e dependências 44.0 44.0 51.0 53 5 65.0 76.5 79.5 88.0 91.0 99.0 102.0 117.5 120.5 134.5 142.5 m²
Área bruta do fogo e dependências 55 55 64 67 81 95 99 109 112 122 125 144 148 164 174 m²
Área bruta da habitação 60 60 70 73 88 103 107 118 122 132 136 156 159 177 187 m²

Quadro 30: Programa de áreas NÍVEL ÓPTIMO

ÁREAS T0/1 T1/1 T1/2 T2/2 T2/3 T2/4 T3/4 T3/5 T4/5 T3/6 T4/6 T4/7 T5/7 T5/8 T5/9
Área do fogo
Área não habitável 16.0 16.0 17.5 18 5 20 0 22.0 23.0 26.5 27.0 30.5 31 0 35 5 36.0 38.5 39.5 m²
Área habitável (compart. individuais) - - 15 0 17 0 23.5 29.5 32.0 38.0 40.5 44 0 46 5 52.5 55.0 61.0 67.0 m²
Área habitável (compart. comuns) 32.5 32.5 27 5 27 5 30.5 34.0 34.0 36.0 36.0 41 0 41 0 47.0 47.0 52.0 53.0 m²
Área habitável 32.5 32.5 42.5 44 5 64 0 63.5 66.0 74.0 76.5 85.0 87 5 99 5 102.0 113.0 120.0 m²
Área útil do fogo 48.5 48.5 60.0 63 0 74 0 85.5 89.0 100.5 103 5 115 5 118.5 135.0 138.0 151.5 159.5 m²
Área bruta do fogo 60 61 75 78 92 106 109 123 126 141 145 165 168 185 195 m²
Área dependências
Área útil de dependências 2.5 2.5 2.5 2.5 25 35 3.5 3.5 3.5 3.5 3.5 45 45 4.5 4.5 m²
Área bruta de dependências 3.0 3.0 3.0 3.0 30 40 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 50 50 5.0 5.0 m²
Área de espaços comuns
Área útil espaços comuns 4.9 4.9 6.0 6.0 70 8.1 8.0 9.0 9.3 9.8 10.1 11 5 110 12.1 12.8 m²
Área bruta espaços comuns 5.9 5.9 7.3 7.3 86 99 9.8 11.0 11.4 12.0 12 3 14 0 13.5 14.8 15.6 m²
Área do fogo e dependências
Área útil do fogo e dependências 51.0 51.0 62.5 65 5 76.5 89.0 92.5 104.0 107 0 119 0 122.0 139.5 142.5 156.0 164.0 m²
Área bruta do fogo e dependências 64 64 78 81 95 110 115 128 132 146 150 171 175 190 200 m²
Área bruta da habitação 69 70 85 89 104 120 124 139 143 158 162 185 188 205 216 m²

Quadro 31

ÁREAS T0/1 T1/1 T1/2 T2/2 T2/3 T2/4 T3/4 T3/5 T4/5 T3/6 T4/6 T4/7 T5/7 T5/8 T5/9
Área habitável mínima - RGEU 22.0 30.5 43.5 54.5 61 0 74.0 m²
Área bruta mínima da habitação - RGEU 35 52 72 91 105 122 m²
Área bruta máxima da habitação - RTHS 50 65 85 105 114 130 m²

202 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO


ANEXO 2 MODELOS DE HABITAÇÕES

Neste anexo apresentam-se os modelos de habitações que serviram de base à


realização dos modelos de edifícios desenvolvidos no capítulo 4. No ponto 3.3
do documento "Programa Habitacional. Habitação" (Pedro 1999b) são expostos
pormenorizadamente os referidos modelos.

Apresentação de Os modelos de habitações estão organizados por nível de qualidade e por tipo
modelos
de edifício em que se integram, tal como é descrito em seguida:

1) Nível mínimo:

• habitações símplex, com uma fachada, e acesso na empena por


corredor, galeria ou patamar comum (Figura 86);

• habitações símplex, com uma fachada e meia opostas, e acesso na


fachada por galeria comum ou acesso directo (Figura 87);

• habitações símplex, com duas fachadas opostas, profundidade de


9.30m, acesso na empena por patamar comum e escada comum
periférica (Figura 88);

• habitações símplex, com duas fachadas opostas, profundidade de


11.40m, acesso na empena por patamar comum e escada comum
periférica (Figura 89);

• habitações símplex com duas fachadas opostas, acesso na empena por


patamar comum e escada comum central (Figura 90);

• habitações símplex, com duas fachadas secantes, acesso na empena


por patamar e escada comum central (Figura 91);

• habitações dúplex, com três fachadas e meia, e acesso na fachada por


galeria comum ou acesso directo (Figura 92).

2) Nível recomendável:

• habitações símplex, com duas fachadas opostas, profundidade de


11.40m, acesso na empena por patamar comum e escada comum
periférica (Figura 93).

3) Nível óptimo:

• habitações símplex, com duas fachadas opostas, profundidade de


11.40m, acesso na empena por patamar comum e escada comum
periférica (Figura 94).

Para facilidade de interpretação, apresenta-se na Figura 95 uma tabela com a


identificação do mobiliário e equipamento utilizada na representação dos
modelos de habitações.

ANEXO 2 203
204 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
ANEXO 2 205
206 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
ANEXO 2 207
208 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
ANEXO 2 209
210 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
ANEXO 2 211
212 PROGRAMA HABITACIONAL • EDIFÍCIO
ANEXO 2 213

Você também pode gostar