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Quando a vida surgiu no universo?

A origem da vida na Terra é uma questão ainda em aberto. A formação da crosta terrestre, segundo estudos
geológicos recentes, ocorreu há cerca de 4,4 bilhões de anos – ou seja, 160 milhões de anos após a formação de
nosso planeta. Antes, a Terra era provavelmente estéril, pois sua superfície era formada por rochas em fusão.

Sabemos que, há cerca de 3,5 bilhões de anos, já havia na Terra primitiva atividade de organismos unicelulares
(cianobactérias)

Vários processos químicos antecederam a vida unicelular. Primeiramente, foi preciso que ingredientes químicos
básicos (metano, amônia, sulfeto de hidrogênio, monóxido e dióxido de carbono, fosfatos e água) formassem
compostos de interesse biológico, como os monômeros, e que estes dessem origem aos aminoácidos, que são
estruturas básicas das proteínas, moléculas essenciais para a vida.

Em uma segunda etapa, os monômeros teriam produzido gorduras (lipídios e fosfolipídios) que formam a membrana
celular. Posteriormente, em fases mais avançadas, moléculas de ácido ribonucleico (RNA) seriam formadas,
permitindo a síntese de proteínas. Ao surgir, o RNA agia como um catalisador, enquanto, nas fases ainda mais
avançadas do processo, passou a servir ao genoma e ao processo de autorreprodução.

Panspermia cósmica

Há aproximadamente 3,8 bilhões de anos, a Terra sofreu um importante ‘bombardeio’ de cometas e meteoritos que
podem ter sido responsáveis pela presença de parte significativa da água do planeta, essencial para a vida. (imagem:
Nasa)

Outra possibilidade, no entanto, é a origem extraterrestre desses componentes. No início do século passado, o
químico sueco Svante Arrhenius (1859-1927) propôs a teoria da panspermia: a vida teria se desenvolvido fora da
Terra e aqui chegado sob a forma de esporos. Essa teoria – inicialmente abandonada – foi retomada por dois
astrofísicos, o britânico Fred Hoyle (1915-2001) e o cingalês Nalin Wickramasinghe, na década de 1970, que
passaram a defender que compostos orgânicos necessários para o aparecimento da vida foram trazidos para a Terra
por cometas que colidiram com nosso planeta.

Em 2004, a sonda espacial Stardust coletou material da cauda do cometa P/Wild, e sua análise mostrou a presença
de glicina (aminoácido presente em proteínas), bem como compostos à base de dois elementos essenciais à vida
como a conhecemos, nitrogênio e carbono. O meteorito Murchison, que caiu na Austrália em 28 de setembro de
1969, apresentou, em sua análise química, um conteúdo orgânico ainda mais surpreendente: cerca de 70 tipos de
moléculas, entre elas os materiais genéticos: RNA e o DNA.

Contaminação?

Observações radioastronômicas indicam a presença de moléculas orgânicas com 10 ou mais átomos (por exemplo,
benzeno, butanona e cianeto de propila) em regiões densas do meio interestelar, onde se formam estrelas, planetas,
cometas e asteroides.

As causas desse bombardeio foram estudadas pelo grupo do Observatório da Côte d’Azur (OCA), liderado pelo
astrônomo italiano Alessandro Morbidelli. Constatou-se que elas estão ligadas a instabilidades dinâmicas do sistema
solar ainda em fase de formação, o que teria posto asteroides em rota de colisão com os planetas internos e
rochosos – a Terra é um deles.

As simulações desse mesmo grupo francês ainda indicam que esses corpos são responsáveis por parte significativa
da água presente na Terra – hipótese sustentada pela mesma abundância do deutério (hidrogênio ‘pesado’)
observada nesses corpos e nos oceanos terrestres.

Questões

1 – Explique a teoria da Panspermia Cósmica

2 – Como era a atmosfera primitiva?

3–

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