Você está na página 1de 8

1.

Tecidos vegetais
● Tecidos de assimilação e de reserva
O tecido de parênquima desempenha funções importantes nas plantas. O
parênquima de assimilação, encontrado nas partes aéreas, como nas
folhas, realiza a fotossíntese devido à presença de cloroplastos. Existem
dois tipos de parênquima na folha: o paliçádico, com células dispostas
perpendicularmente à superfície, e o lacunoso, com espaços intercelulares
para a circulação de gases. O mesofilo é o conjunto desses dois tipos de
parênquima. O parênquima de reserva armazena substâncias como
amido, óleos e água em diferentes partes da planta, como raízes, caules,
folhas, sementes e frutos, desempenhando um papel importante no
armazenamento de nutrientes.

● Tecidos condutores de seiva


Plantas vasculares possuem um sistema de transporte eficiente por meio
de vasos condutores de seiva. Os vasos lenhosos transportam seiva bruta
da raiz para as folhas, enquanto os vasos liberianos transportam seiva
elaborada para todo o corpo da planta. Esses vasos são compostos por
células especializadas e permitem o transporte de substâncias a longas
distâncias.

● Tecidos secretores
As plantas armazenam produtos finais do metabolismo em células ou
agrupamentos de células. Exemplos incluem néctar, essências, resinas e
látex. Essas substâncias desempenham funções como atrair polinizadores,
proteger contra insetos e excretar excesso de água.

2. Raiz
● Morfologia externa
A raiz das plantas têm diferentes regiões com funções específicas. A coifa
protege os meristemas primários na extremidade da raiz. Acima dela,
está a região de crescimento, onde as células se alongam e promovem o
crescimento da raiz. A região pilífera é responsável pela absorção de água
e minerais do solo, com a ajuda dos absorventes. Por fim, a região
subterrânea contém ramificações da raiz e é composta por células
cobertas por suberina.

● Tipos de raiz
Existem diferentes tipos de raízes nas plantas. A raiz axial ou pivotante é
desenvolvida em plantas eudicotiledôneas, oferecendo suporte e
permitindo a absorção de água e minerais das camadas mais profundas
do solo. Por outro lado, a raiz fasciculada ou em cabeleira é encontrada
em monocotiledôneas, como grama e arroz, e se desenvolve na camada
superficial do solo, sendo útil para prevenir a erosão. Além disso, há
raízes adventícias que se originam de diferentes partes da planta, como
caule ou folha. As raízes podem ter outras funções, como sustentação,
reserva de alimentos, respiração, absorção de umidade do ar, absorção
de seiva de outras plantas e adaptações a ambientes aquáticos.
3. Caule
● Função e morfologia
O caule é uma parte essencial das plantas, desempenhando várias
funções cruciais. Ele fornece suporte estrutural para as folhas, flores e
frutos, permitindo a exposição à luz solar para a fotossíntese. Além disso,
o caule transporta água, nutrientes e carboidratos entre diferentes partes
da planta e pode armazenar reservas nutritivas. Sua morfologia varia de
acordo com a adaptação da planta, com caules aéreos, subterrâneos e
aquáticos, além de apresentar estruturas como espinhos, gavinhas e
cladódios

● Tipos de caules
Caules aéreos: crescem acima da superfície do solo e estão em contato
direto com a atmosfera. Alguns exemplos são o tronco (ipê), estipe
(palmeira), rastejante (pé-de-melancia), colmo (cana-de-açúcar), haste
(pé-de-feijão) e caule volúvel ou trepador.
Caules subterrâneos: estão localizados abaixo da superfície do solo e
podem acumular reservas nutritivas. Podem ser divididos em rizoma
(bananeira), tubérculo (pé-de-batata) e bulbo. Esses caules subterrâneos
são adaptados para sobreviver em condições adversas e dificultam a
ingestão por animais herbívoros.
Caules aquáticos: se desenvolvem em meio líquido, como no caso da
vitória-régia.
4. Folhas
● Função e morfologia
As folhas desempenham um papel crucial nas plantas, sendo
especializadas na realização da fotossíntese. Sua morfologia inclui o limbo
(região laminar), o pecíolo (que se prende ao caule) e a bainha. Além
disso, podem apresentar estípulas, pequenas formações de proteção.

● Tipos de folhas
Quanto aos tipos de folhas, existem as paralelinérveas (com nervuras
paralelas) encontradas nas monocotiledôneas, e as peninérveas (com
uma nervura mediana e ramificações), características das
eudicotiledôneas. As folhas também podem ter diferentes formas e podem
sofrer modificações, como espinhos (adaptação à vida em regiões secas),
brácteas (auxiliam na atração de animais polinizadores) e gavinhas
foliares (com funções semelhantes às gavinhas do caule).
5. Frutos
● Formação
Os frutos são formados após a fecundação, onde o ovário se desenvolve e
hipertrofia. O processo envolve a germinação do grão de pólen, a
formação do tubo polínico e a origem da semente. O pericarpo, composto
por epicarpo, mesocarpo e endocarpo, envolve a semente no interior do
fruto.

● Fruto verdadeiro
Os frutos verdadeiros são aqueles que se desenvolvem a partir do ovário
fecundado. Eles possuem pericarpo e sementes. Exemplos incluem o
chuchu, abóbora, pepino, berinjela, tomate, jiló, abobrinha, grãos de
milho e arroz, e vagem do feijão.

● Pseudofruto
Os pseudofrutos são partes comestíveis que se originam de outras partes
da flor, além do ovário. Na laranja, come-se os pelos suculentos do
endocarpo; no caju, a parte suculenta se desenvolve do pedúnculo; na
maçã e na pera, a parte carnosa vem do receptáculo; e no morango, os
frutos são os pequenos pontos vermelhos espalhados, desenvolvendo-se
do receptáculo. O figo e o abacaxi são exemplos de infrutescências, onde
a parte comestível se origina do receptáculo e de outras peças florais
reunidas.

● Infrutescência
A infrutescência ocorre quando várias estruturas frutíferas se unem em
uma estrutura maior. No figo, os frutos são chamados de "sementes" e
ficam no interior da infrutescência. No abacaxi, cada escama da casca é
um pequeno fruto que se une aos outros para formar a infrutescência.
6. Nutrição
● Fotossíntese
A fotossíntese é um processo pelo qual as plantas sintetizam carboidratos
a partir da energia solar, dióxido de carbono e água. Os carboidratos
produzidos são utilizados como fonte de energia e para o crescimento das
células da planta. Além disso, os minerais absorvidos do solo também são
essenciais para a fotossíntese.
● Plantas carnívoras
Algumas plantas, conhecidas como plantas carnívoras ou insetívoras,
complementam sua nutrição capturando pequenos animais e os digerindo
com enzimas digestivas. Essas plantas têm estratégias adaptadas para
capturar suas presas, como folhas que se fecham automaticamente
quando estimuladas ou pêlos pegajosos que prendem os insetos. Essas
plantas podem capturar não apenas insetos, mas também outros
invertebrados.
7. Transporte de águas e minerais
● Teoria da transpiração-coesa-tensão
A subida da seiva nas plantas é impulsionada pela pressão de raiz e pela
transpiração. A pressão de raiz é gerada pelas células do parênquima
próximo aos vasos lenhosos, que bombeiam minerais para o interior dos
vasos. A transpiração ocorre pelos estômatos das folhas, permitindo a
entrada de gás carbônico e a perda controlada de água. A coesão entre as
moléculas de água, devido às ligações de hidrogênio, permite que a
sucção provocada pela transpiração seja transmitida pela coluna líquida
até a raiz, garantindo a subida da seiva.

● Estômatos e o controle da transpiração


Os estômatos são estruturas nas folhas das plantas responsáveis pela
troca de gases e pela transpiração. Eles abrem quando há luz e boa
disponibilidade de água, permitindo a entrada de gás carbônico para a
fotossíntese. As células-guarda dos estômatos absorvem água das células
vizinhas, levando à abertura dos estômatos, e perdem água quando o
estômato se fecha. A entrada e saída de íons potássio nas células-guarda
são reguladas pela luz, concentração de gás carbônico e hidratação da
planta. A presença de luz estimula a abertura dos estômatos, enquanto a
baixa concentração de gás carbônico e a perda de água levam ao
fechamento dos estômatos. A transpiração cuticular ocorre quando os
estômatos estão fechados, resultando em uma perda mínima de água
pela superfície da folha.
8. Transporte da seiva orgânica
● Teoria do fluxo de pressão
A teoria do fluxo de pressão, proposta por Ernst Münch, explica o
transporte da seiva orgânica pelo floema nas plantas. A sacarose
produzida nas folhas é absorvida pelas células-companheiras dos vasos
liberianos, aumentando a pressão osmótica no floema. Isso resulta na
absorção de água do xilema vizinho, aumentando a pressão hidrostática.
Nas regiões consumidoras, as células-companheiras bombeiam a sacarose
para as células do órgão consumidor, diminuindo a pressão osmótica e
resultando na perda de água para o órgão. Esse gradiente de pressão
hidrostática impulsiona o fluxo da seiva de regiões de alta pressão para
regiões de baixa pressão. A teoria do fluxo de pressão é confirmada por
experimentos como o "anel de Malpighi" e o uso de balões conectados por
tubos de vidro permeáveis à água, demonstrando o movimento da seiva e
o equilíbrio entre produção e consumo de açúcar nas plantas.
9. Hormônios vegetais ou fitormônios
● Auxina
As auxinas são hormônios vegetais produzidos nas células
meristemáticas, principalmente na ponta do caule. O principal tipo de
auxina é o ácido indolacético (AIA). A presença de auxina nos caules e
raízes jovens estimula a produção de uma enzima que enfraquece as
paredes celulares, permitindo a expansão das células devido à pressão
osmótica dos vacúolos. Isso resulta no alongamento celular durante o
crescimento. As concentrações ideais de auxina são diferentes para o
crescimento do caule e da raiz, e concentrações excessivas podem inibir o
crescimento. Além de influenciar o alongamento do caule e da raiz, as
auxinas também afetam o desenvolvimento dos frutos. A aplicação de
auxinas artificiais pode resultar na formação de frutos em flores não
polinizadas. A auxina produzida pela gema apical inibe o crescimento das
gemas laterais, em um fenômeno chamado dominância apical. A remoção
da gema apical leva ao desenvolvimento das gemas laterais. As auxinas
também estimulam a formação de raízes adventícias e a diferenciação do
câmbio em vasos condutores de seiva. Essas propriedades são
aproveitadas na horticultura para a propagação de plantas a partir de
pedaços de caule tratados com auxina.

● Citocinina
As citocininas são hormônios vegetais produzidos por tecidos em
crescimento que têm a capacidade de estimular a divisão celular,
conhecida como citocinese. Elas desempenham um papel importante no
crescimento das gemas axilares ou laterais. No entanto, o efeito final das
citocininas depende da relação entre a concentração de auxinas e
citocininas. Em geral, se a concentração de citocininas for maior, ocorrerá
o desenvolvimento de brotos de caule, enquanto uma concentração maior
de auxinas favorecerá o desenvolvimento de raízes. Além disso, as
citocininas também desempenham um papel na germinação das
sementes, estimulando a ocorrência de mitoses, e retardam o processo de
envelhecimento das folhas, conhecido como senescência.

● Giberelina
As giberelinas são hormônios vegetais produzidos pelas raízes e folhas
jovens. Elas estimulam o rápido crescimento de caules e folhas, mas têm
pouco efeito no desenvolvimento das raízes. Esses hormônios receberam
esse nome devido a um fungo chamado Gibberella, que causava
crescimento excessivo e tombamento dos caules de plantações de arroz
na Ásia. As giberelinas também promovem a germinação de sementes e
são utilizadas comercialmente para aumentar o tamanho de frutos sem
sementes, conhecidos como frutos partenocárpicos.

● Etileno
O etileno é um hormônio gasoso produzido por órgãos vegetais, que está
envolvido na abscisão (queda) de folhas e frutos e no amadurecimento
dos frutos. Sua produção aumenta à medida que as células do fruto
amadurecem, e o hormônio é liberado para o ar, estimulando o
amadurecimento de frutos próximos. A queda de folhas e frutos no
outono é uma preparação natural das plantas para o inverno, e a
produção de etileno desempenha um papel importante nesse processo. A
mudança de cor das folhas no outono é causada por pigmentos como
carotenóides e antocianinas, enquanto a queda é resultado da formação
de uma camada de células na base do pecíolo, enfraquecendo e
permitindo a queda da folha.

● Ácido abscísico
O ácido abscísico é um hormônio vegetal que, ao contrário do que se
pensava anteriormente, não está diretamente relacionado à abscisão
(queda) de folhas, flores e frutos. Sua função principal é inibir o
crescimento das gemas e o desenvolvimento das sementes durante o
outono e o inverno, mantendo-as em estado de dormência até a
primavera. Além disso, o ácido abscísico também induz o fechamento dos
estômatos, controlando a perda de água das plantas.
10. Movimentos vegetais
● Fototropismo
No fototropismo, a luz atua como estímulo para o crescimento das
plantas. Quando uma planta é colocada em um ambiente escuro, ela
cresce em direção à região iluminada. Esse movimento ocorre devido à
migração da auxina, um hormônio vegetal, para o lado mais escuro do
caule. A ponta do caule possui um pigmento fotorreceptor sensível à luz,
que desencadeia essa resposta. O crescimento em direção à luz é
resultado de uma curvatura do caule, devido às células maiores presentes
no lado mais escuro.
● Gravitropismo
No gravitropismo, o estímulo é a gravidade. Quando uma semente
germina, a raiz cresce em direção ao solo (gravitropismo positivo),
enquanto o caule cresce na direção oposta (gravitropismo negativo). Isso
ocorre devido ao acúmulo de auxina, um hormônio vegetal, na face
inferior dos órgãos. A concentração de auxina inibe o crescimento das
células na parte inferior da raiz, fazendo com que as células superiores
cresçam mais e a raiz se curve para baixo. Por outro lado, o acúmulo de
hormônios nas células da face inferior do caule estimula seu crescimento,
resultando em uma curvatura para cima.

● Nastias
Os movimentos násticos são respostas rápidas e não orientadas a
estímulos externos. Um exemplo é o movimento de fechamento dos
folíolos da planta sensitiva quando tocados. Esse movimento é causado
pela perda de água dos pulvinos, pequenos órgãos na base dos folíolos.
Quando tocada, a planta perde água por osmose devido à saída de íons
potássio das células dos pulvinos, levando ao fechamento dos folíolos. O
movimento pode ser uma estratégia adaptativa para afastar herbívoros
ou reduzir a transpiração em condições de vento forte. A planta carnívora
Dioneia também exibe um movimento de fechamento da folha em
resposta ao pouso de um inseto, utilizando um mecanismo semelhante ao
da planta sensitiva.
11. Fotoperiodismo
● O que é e qual a influência para as plantas
O fotoperiodismo é a resposta das plantas à duração do dia em relação à
noite. Algumas plantas florescem independentemente do fotoperíodo,
enquanto outras são influenciadas por ele. Existem plantas de dia longo,
que florescem quando a duração da noite é menor que um valor crítico, e
plantas de dia curto, que florescem quando a duração da noite é maior
que o fotoperíodo crítico. O fotoperíodo é um indicador das estações do
ano e desencadeia a floração. Interrupções no período escuro, mesmo
breves, podem afetar o processo de floração das plantas de dia curto.
12. RESPOSTAS DAS PERGUNTAS
a) Por que a banana amadurece mais rápido quando está no saco de
lixo?
A banana amadurece mais rápido quando está no saco de lixo devido à
concentração de etileno e à retenção de umidade elevados por estarem
em um ambiente fechado.
b) Por que quando se coloca as bananas maduras junto com as verdes
elas amadurecem?
Quando se coloca bananas maduras junto com as verdes, as bananas
verdes amadurecem mais rapidamente devido à liberação de etileno pelas
bananas maduras, que estimula o processo de amadurecimento nas
frutas próximas.

c) Um cara botou uma rede em uma árvore e voltou depois de 20


anos, e não conseguiu subir na rede porque a rede tava muito alta,
explique o errado dessa história.
A veracidade da história é questionável devido ao fato de que, se os
eventos descritos fossem reais, o crescimento do tronco da árvore
ocorreria esticando-se a partir das extremidades, em vez de expandir-se
nessas regiões.

Você também pode gostar