Você está na página 1de 15

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL
GRADUAÇÃO DE SERVIÇO SOCIAL

GILVÂNISSON RAFAEL SANTOS DE LIMA

A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NAS INSTITUIÇÕES PARA


O TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
(COMUNIDADES TERAPÊUTICAS)

Maceió – AL
2023
2

GILVÂNISSON RAFAEL SANTOS DE LIMA

A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NAS INSTITUIÇÕES PARA


O TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
(COMUNIDADES TERAPÊUTICAS)

Projeto de pesquisa apresentado à Faculdade de


Serviço Social, Campus A. C. Simões, como parte dos
requisitos necessários à aprovação na disciplina de
Pesquisa em Serviço Social, ministrada pela
Professora Dra. Maria Adriana Torres.

Maceió - AL
2023
3

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 4
2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 4
3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................... 5
4 HIPÓTESE .............................................................................................. 5
5 OBJETIVOS ............................................................................................ 6
5.1 Objetivo geral ........................................................................................ 6
5.2 Objetivos específicos ........................................................................... 6
6 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 6
7 METODOLOGIA ..................................................................................... 7
8 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ......................................................... 7
9 DEPENDÊNCIA QUÍMICA E AS COMUNIDADES
TERAPÊUTICAS..................................................................................... 7
9.1 Políticas públicas frente a questão das
drogas.................................................................................................... 8
10 A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS COMUNIDADES
TERAPÊUTICAS .................................................................................... 9
11 A RELATIVA AUTONOMIA DO ASSISTENTE SOCIAL NA ESFERA
DO TERCEIRO SETOR ......................................................................... 10
12 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS COMUNIDADES
TERAPÊUTICAS..................................................................................... 12
13 PROJEÇÕES FINAIS DA
PESQUISA............................................................................................... 13
REFERÊNCIAS....................................................................................... 14
4

1. INTRODUÇÃO

A dependência química é uma doença reconhecida pela Organização Mundial


da Saúde (OMS), dito isso, o crescente número de pessoas dependentes de
substâncias lícitas (álcool) e ilícitas evidencia a necessidade de um debate acerca
desse tema, que ainda é estigmatizado socialmente. A dependência química é uma
doença de múltiplas características, que gera vários transtornos físicos e mentais para
o indivíduo, de acordo com a OMS (2001) “a dependência química deve ser tratada
simultaneamente como uma doença médica crônica e como um problema social.”
Tendo isso em vista, nota-se que a mesma é uma expressão da questão social, e,
portanto, necessita de uma ação interventiva dos assistentes sociais, principalmente
na prevenção.
Este documento é composto por alguns tópicos de uma investigação, serão
abordados os aspectos para o conhecimento da evolução dessa problemática, a
relação com as instituições para o tratamento da dependência química (comunidades
terapêuticas), a luta para a compreensão desta como doença e as políticas públicas
de enfrentamento.
Em um segundo momento, é realizada uma discussão acerca da intervenção
do assistente social nas comunidades terapêuticas, seguido da argumentação sobre
a relativa autonomia desses profissionais nessas instituições.
Por fim, o último tópico vai tratar da atuação do assistente social nessas
instituições, como se dá seu perfil e intervenções nessa esfera.

2. JUSTIFICATIVA

Essa pesquisa está fundamentada no eixo Serviço Social: Fundamentos,


Formação e Trabalho Profissional, e tem a finalidade de explorar e dar maior clareza
ao tema abordado. Embora, seja, inicialmente superficial, o presente o documento
busca contribuir com os debates acerca da atuação profissional dos assistentes
sociais nas instituições para o tratamento da dependência química (comunidades
terapêuticas), tendo em vista o crescente aumento da dependência química no país,
que se tornou um grave problema de saúde e social.
Iremos abordar a dependência química e as comunidades terapêuticas, a
intervenção e o papel do assistente social no âmbito dessas instituições, refletir sobre
5

quais são as estratégias e intervenções usadas na atuação direta e a importância do


serviço social nesses espaços em tempos desafiadores, é de extrema importância
para a sociedade, tendo em vista que se dá como uma expressão da questão social
e, portanto, objeto do Serviço Social.

3. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Sabe-se que, atualmente, o assistente social apresenta-se introduzido em


vários campos sócio-ocupacionais, dentre eles o da saúde, e nesse contexto dentro
das instituições de tratamento da dependência química, as chamadas comunidades
terapêuticas. Contudo, é um espaço pouco debatido e ainda estigmatizado
socialmente, por conta da problematização necessária na esfera das políticas
públicas no que tange o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça, que tem
perspectivas distintas. O Ministério da Saúde tem como pauta a redução de danos
para álcool e outras drogas e o Ministério da Justiça através da antiga SENAPRED
(Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas), que fora atualizada em
2022 para DACT (Departamento de Apoio às Comunidades Terapêuticas), que
prioriza a internação nas comunidades terapêuticas em uma perspectiva de
abstinência total e religiosidade.
Tendo isso em vista, há uma problemática nesse âmbito, que é a limitação do
profissional nessas instituições do terceiro setor. Até que ponto o assistente social
deve se limitar, perante os responsáveis/donos desses espaços, para atuar na prática
de suas atribuições?

4. HIPÓTESE

Esse estudo tem a premissa de possibilitar uma melhor compreensão acerca


da atuação e atribuições do assistente social nas instituições para o tratamento da
dependência química (comunidades terapêuticas) e políticas direcionadas ao
enfrentamento das drogas.
Além disso, tem o intuito de destacar a importância do assistente social e sua
atuação para a garantia de direito e suporte na ressocialização dos indivíduos, que
inúmeras vezes têm seus direitos violados. Somado a isso, existe a capacidade
profissional de modificar e se adequar às necessidades que lhe são apresentadas a
6

fim de responder às contradições da sociedade e expressões da questão social.

5. OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral

Explicitar, com base no código de ética e projeto ético político do serviço social,
que o assistente social não deve limitar suas práticas e ações nas instituições para o
tratamento da dependência química (comunidades terapêuticas), aplicando sua
autonomia para efetivar suas atividades sem ser assediado moralmente dentro do
campo de atuação.

5.2 Objetivos Específicos

● Debater acerca do Código de Ética da profissão;


● Descrever e determinar o Projeto Ético Político do Serviço Social, explicitado
na Lei de Regulamentação (Lei 8662/93);
● Analisar a relativa autonomia do Assistente Social nas Comunidades
Terapêuticas.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

Com base no código de ética do serviço social, a Lei de regulamentação (Lei


8.662/1993), a autonomia relativa no exercício profissional do assistente social, de
Elis Taborda, Lilian dos Santos e Mariana Pfeifer, as políticas públicas e as
comunidades terapêuticas no atendimento à dependência química e a intervenção
do(a) assistente social, de Alyne Borges Rodrigues de Morais, Nara Graziela Avelar
Silva e Sara Regina de Castro Rosa, e o Serviço Social e Saúde Mental: atuação do
assistente social em comunidade terapêutica, de Camila Biribio Woerner, o presente
trabalho tem como objetivo explicitar e dar melhor compreensão acerca do
desempenho profissional do assistente social nas comunidades terapêuticas sob o
aspecto dos campos sócio-ocupacionais da saúde mental, bem como sua autonomia
nas instituições do terceiro setor.
7

7. METODOLOGIA

A abordagem desse documento se realiza através de uma pesquisa bibliográfica


e documental, com base em artigos científicos, leis, códigos e matérias, que busca a
compreensão interpretativa para o desempenho do assistente social nessa esfera.
Para o embasamento desta investigação, fora visitada bibliotecas digitais, como:

● Google acadêmico
● Periódicos CAPES/MEC
● Sites jornalísticos – G1.com.br
● Planalto.gov

8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ABRIL MAIO
Levantamento bibliográfico X X
Leitura e resumos documentais X X
Elaboração do projeto de pesquisa X
(primeiro modelo)
Apresentação do projeto de pesquisa X
(primeiro modelo)
Elaboração do projeto de pesquisa X
(segundo modelo)
Apresentação do projeto de pesquisa X
(segundo modelo)

9. DEPENDÊNCIA QUÍMICA E AS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS

O uso de drogas é um assunto de extrema preocupação para nossa sociedade,


e a presença dessas substâncias levanta uma mobilização em massa, visto que sua
introdução no cotidiano populacional, de forma descontrolada aumentou
desastrosamente nos últimos anos. Fato que acomete homens e mulheres de
diversas faixas etárias e classes sociais.
8

Em 2021, a UNIAD elaborou um levantamento que mostra que durante o


primeiro ano da pandemia e o ano seguinte, houve um aumento significativo nos
internamentos decorrente do uso de drogas ilícitas.

Nestes meses de isolamento social observou-se um expressivo aumento no


número de internações hospitalares decorrentes de drogas ilícitas. De acordo
com dados do Ministério da Saúde, os hospitais credenciados pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) tiveram um aumento de 54% em 2020 no atendimento
de dependentes químicos se compararmos a 2019. Este aumento é
preocupante pois, nos últimos anos, nunca foi registrado tamanho
crescimento. (UNIAD 2021)

Visando debater a questão do crescimento brusco e desse órgão “parceiro”,


que são as CTs no enfrentamento das drogas, faremos uma breve discussão.

9.1 Políticas públicas frente a questão das drogas

O debate sobre políticas públicas sobre drogas é de extensa complexidade,


não podendo limitá-la ao conflito entre legalização e proibição. Contudo, uma boa
resposta é focar na prevenção e atenção aos usuários dessas substâncias, ou seja,
o Estado deve investir mais na conscientização dos cidadãos sobre as consequências
do uso e dependência

Construir uma nova política sobre drogas é imprescindível para reverter o


quadro atual de violência, descaso e dependência química que atinge os
jovens no país. A população jovem é um dos segmentos mais expostos às
consequências do proibicionismo, da repressão e da criminalização do uso,
características que estruturam o modelo das políticas públicas sobre o tema
em todos os níveis de governo. (MORAES; SILVA; ROSA, 2019).

Em caráter nacional, o principal instrumento normativo é Sistema Nacional de


Políticas Públicas sobre Drogas (Lei 11.640/19) que determina um regulamento para
o tratamento de usuários dependente destas substâncias proibidas e para a repressão
de sua venda e tipificando crimes ligados a droga com suas respectivas penalidades.
9

Existem uma variável quantidade de diferentes drogas, que necessariamente não


antecede a dependência ou provoca riscos a terceiros, contudo, se torna um tema
negligenciado.

Contudo, a nova Lei de Drogas, aprovada neste ano de 2019, vem contribuir
para que novas instituições como as comunidades terapêuticas possam
agregar novos métodos para recuperar pessoas que fazem o uso nocivo de
substâncias psicoativas – Lei 13.840 de 05 de junho de 2019. Esta lei prevê
o endurecimento à política nacional antidrogas, facilita internações
involuntárias e fortalece as comunidades terapêuticas – instituições de
tratamento com modelos de residências temporárias, regidas no acolhimento
de pessoas que fazem o uso nocivo de drogas e que passam por acolhimento
de no máximo 12 meses, de carácter voluntário. As comunidades foram
incluídas no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) e
também na RAPS (Rede de Atenção Psicossocial a Saúde).
(MORAES; SILVA; ROSA, 2019).

Apesar do modelo que é aplicado e destinado às CTs, existe uma grande


contradição em parte destas instituições são corruptas ou não estão focadas na
recuperação destes indivíduos. Segundo o G1 (2022) essas comunidades recebem
milhões do poder público, mas não fazem o trabalho de cuidado, prevenção e
ressocialização que as mesmas se dispuseram. Para além disso, algo interessante e
para se indagar, é que os repasses à essas CTs estão ligadas a pasta de segurança
pública, e não a de saúde.
No Brasil, as CTs cresceram gradativamente e seguem modelos e critérios
recomendados pelo poder público. Algumas delas complementam seus serviços com
a inserção de profissionais especializados, como, médicos, psicólogos, enfermeiros,
terapeutas ocupacionais, assistentes sociais etc., que foram adicionando e
reformulando técnicas ao repertório terapêutico.

10. A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS INSTITUIÇÕES PARA O


TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA (COMUNIDADES TERAPÊUTICAS)

É fundamental destacar que os trabalhos em comunidades terapêuticas são


desenvolvidos com base na organização e particularidades das entidades. Para além
disso, outro ponto importante se dá pelo público atendido, como adultos,
10

adolescentes, idosos, homem e mulher, e a partir daí se monta um plano de ação e


atividades para cada instituição.
Essas unidades devem possuir uma capacidade, faixa etária, período de
acolhimento, regulamento interno, etc. além de uma equipe técnica, com o intuito de
ofertar um atendimento integral e observatório que dê prosseguimento a suas
demandas de forma qualificada.

Embora em alguns momentos algumas atividades acabem “sobrando” para


o assistente social, principalmente aquelas nas quais não há clareza com
relação a quem as executa. Nesses momentos é de fundamental importância
que o profissional tenha entendimento de suas atribuições embasado na
legislação pertinente para tal e no Código de Ética da profissão, de forma que
não seja absorvida por questões “urgentes” em detrimento das essenciais.
(WOERNER, 2015)

Inicialmente vale destacar que a função e reconhecimento do assistente social


no âmbito das comunidades terapêuticas se dá em um longo processo histórico de
luta, e que recentemente foi consolidado, tudo isso levando em consideração a
gênesis da profissão em seu caráter religioso e assistencialista, e não da luta e
garantia de direitos.
Durante sua atuação, o assistente social deve atuar na garantia de direitos, e
sua intervenção profissional ocorre junto com a realidade e seu processo de
reconstrução de forma periódica, tendo sempre um olhar crítico e uma escuta
qualificada. Contudo, sua intervenção tem como ponto principal a reinserção dos
dependentes químicos na sociedade e direcionar ou buscar parceiros externos que
possam qualificar os indivíduos que se encontram acolhidos nessas instituições

11. A RELATIVA AUTONOMIA DO ASSISTENTE SOCIAL NA ESFERA DO


TERCEIRO SETOR

A compreensão sobre o processo de trabalho do assistente social se dá por


meio do referencial histórico e social que a profissão se desenvolve no contexto
brasileiro no decorrer de sua legitimação no país.
Diante de um ambiente de aumento exponencial das comunidades
terapêuticas, cria-se um novo panorama no mercado de trabalho nesses espaços
11

sócio-ocupacionais para o profissional do serviço social, entretanto, o crescimento


dessas instituições se dá pela lógica neoliberal, onde se dificulta e deteriora o as
políticas públicas, transferindo as responsabilidades do Estado para o setor privado.
Portanto, o assistente social passa atuar, também, nessas instituições, que em
sua maioria são de caráter religioso, e nessa perspectiva os responsáveis, donos,
pastores e/ou padres, ainda enxergam o serviço social como função assistencialista.
Nesse sentido, algumas vezes há uma resistência por parte da administração
da instituição na hora do assistente social aplicar os instrumentos teórico-
metodológicos, seu arcabouço teórico na prática profissional, tendo em vista que
algumas das instituições estão apenas para o recolhimento do repasse público e não
para a proposta principal para com o público alvo. Contudo, o profissional tem que
balizar algumas ações desempenhadas na instituição, e, aos poucos construindo uma
ponte sólida que chegue até o líder da organização.

Desta forma, os argumentos postos a descrição e a análise do processo de


trabalho do assistente social no Terceiro Setor, se faz mediante a
identificação de seu objeto de intervenção o qual diz respeito às expressões
da questão social postas na sociedade brasileira. (NEVES; OLIVEIRA, 2018)

Portanto, se faz necessário demonstrar as expressões da questão social como


objeto de trabalho, como exemplo as consequências catastróficas da precariedade
estrutural da educação como uma das formas de inserção do ambiente do uso de
drogas.
A autonomia profissional também constitui um dos desafios contemporâneos
postos ao Assistente Social, mesmo garantida como um dos seus direitos no
Artigo 2º, alínea “h”, do Código de Ética de 1993: “ampla autonomia no
exercício da profissão, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais
incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções” (CFESS, 2003,
p. 13). Também é necessário salientarmos que é imprescindível ultrapassar
o aspecto legal e considerar a autonomia no sentido de formular respostas
profissionais críticas, coletivas, articuladas necessariamente às
necessidades da classe trabalhadora e pautadas no projeto ético-político
profissional do Serviço Social (SOUZA, 2012).

Nesse sentido, independente do caráter público, privado ou filantrópico, essas


instituições também são espaços de lutas, entretanto a hierarquia estrutural destas,
12

são fatores que limitam o assistente social em sua ação profissional.

Embora os assistentes sociais possam atribuir uma direção social ao seu


exercício, a interferência dos organismos empregadores ocorre através do
estabelecimento de metas, normas, atribuições, condições de trabalho e
relações de trabalho (IAMAMOTO, 2004, p. 18).

Diante disso, sabe-se que o núcleo do projeto ético-político tem como o


reconhecimento da liberdade como valor central, o compromisso com a autonomia, a
emancipação da classe trabalhadora na sociedade capitalista, ligado a um projeto
societário da construção de uma nova sociedade, posicionando-se a favor da
equidade e da justiça social.

Na busca constante e incessante por sua autonomia profissional, percebe-se


que o assistente social elabora estratégias de superação aos limites
institucionais e a competência teórica, política e técnica ainda têm sido as
melhores aliadas num espaço de tantas contrariedades. Neste ponto é que a
discussão da relativa autonomia profissional do assistente social coaduna
tanto com as polêmicas que envolvem a relação teoria / prática no serviço
social, haja vista que ter o conhecimento de como todo o instrumental ético-
político pode e deve ser aplicado na prática profissional é elemento essencial
para que o assistente social avance na conquista de sua autonomia
profissional nos espaços onde está inserido. (TABORDA, 2015)

12. A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS COMUNIDADES


TERAPÊUTICAS

O assistente social é um profissional que tem uma formação de caráter


sociopolítico, crítico e interventivo, onde, o mesmo se utiliza do instrumental científico
multidisciplinar das ciências humanas e sociais, para se fazer análise necessária na
proposta de intervenção em refrações da questão social.
Esse profissional é extremamente importante nesse âmbito, pois sua
introdução nas comunidades terapêuticas é decorrente de inúmeros direitos violados.
Sua função garante o direito de ir e vir, além de atuar diretamente no diagnóstico e
debate das condições sociais dos acolhidos dessas entidades.
13

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação (CF, 1988).

Nesse sentido, o assistente social deve utilizar a prática reflexiva, debatendo e


trazendo o usuário para, juntamente, fazer uma reflexão social, de forma que este
indivíduo consiga compreender, na medida do possível, a mobilidade da realidade
social em que se está inserido.
Tendo isso em vista, nota-se que o assistente social que ocupa-se
profissionalmente em comunidades terapêuticas deve lutar pela garantia de direitos,
romper com a desigualdade, que se dá diante da barbárie do modelo econômico
capitalista que produz e aumenta a desigualdade social, tal como defender e lutar pelo
fortalecimento dos movimentos sociais e estar sempre em defesa dos direitos da
classe trabalhadora para brigar por uma sociedade livre e emancipada.

13. PROJEÇÕES FINAIS DA PESQUISA

Esse estudo possibilitará compreender um pouco mais a atuação do assistente


social e sua relativa autonomia nas instituições para o tratamento da dependência
química (comunidades terapêuticas) e políticas públicas direcionadas ao
enfrentamento das drogas.
Para além disso, essa pesquisa, enfatizará a relevância desse profissional e
sua atuação na garantia de direitos e ressocialização desses indivíduos, que
frequentemente tem seus direitos violados por algumas instituições.
Diante dessa constatação, o perfil do assistente social é compreendido como
uma combinação de experiências e habilidades, com a capacidade de adaptar sua
abordagem profissional de acordo com as necessidades que lhe são apresentadas a
fim de responder às contradições da sociedade e às expressões da questão social.
14

REFERÊNCIAS

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Código de ética


Profissional do Assistente Social. Brasíliam 1993. Disponível em:
<https://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf.> Acesso em: 17 mai
2023.

Comunidades terapêuticas recebem milhões do Poder Público para acolher


dependentes, mas submetem internos a castigos. G1, 2023. Disponível
em:<https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/06/19/comunidades-terapeuticas-
recebem-milhoes-do-poder-publico-para-acolher-dependentes-mas-submetem-
internos-a-castigos.ghtml.> Acesso em 6 abril 2023.

Constituição de 1988. Disponível em: <https://www10.trf2.jus.br/comite-estadual-


de-saude-rj/legislacao/constituicao-de-1988/> Acesso em 10 abril 2023.

MORAES, A, B, R.; SILVA, N, G, A.; ROSA, S, R, C. As políticas públicas e as


comunidades terapêuticas no atendimento à dependência química e a
intervenção do(a) assistente social. 2019. Disponível em:
<https://facunicamps.edu.br/cms/upload/repositorio_documentos/160_AS%20POL%
C3%8DTICAS%20P%C3%9ABLICAS%20E%20AS%20COMUNIDADES%20TERA
PEUTICAS%20NO%20ATENDIMENTO%20%C3%80%20DEPEND%C3%8ANCIA%
20QU%C3%8DMICA%20E%20A%20INTERVEN%C3%87%C3%83O%20DO(A)%2
0ASSISTENTE%20SOCIAL.pdf> Acesso em:10 abril 2023

NEVES, S, L, S; OLIVEIRA, K, V, A, O. A PRÁTICA DO/DA ASSISTENTE SOCIAL NO


TERCEIRO SETOR COMO LUTA E RESISTÊNCIA. Disponível em:
<https://periodicos.ufes.br/abepss/article/view/23377/16096.> Acesso em: 23 mai 2023

O aumento do consumo de drogas na pandemia. Disponível em:


<https://www.uniad.org.br/artigos/2-alcool/o-aumento-do-consumo-de-drogas-na-
pandemia/> Acesso em: 6 abril 2023
15

O trabalho do assistente social na prevenção da dependência química.


Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com.br/saude/o-trabalho-doa-
assistente-social-na-prevencao-dependencia-quimica.htm#indice_1> Acesso em: 7
abril 2023.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (2001). Transtornos devido ao uso de


substâncias. Em Organização Pan-Americana da Saúde & Organização Mundial da
Saúde (Orgs.). Relatório sobre a saúde no mundo. Saúde Mental: nova concepção,
nova esperança (pp. 58-61). Brasília: Gráfica Brasil.

TABORDA, E; MANN, L, S; PFEIFER, M. A AUTONOMIA RELATIVA NO EXECÍCIO


PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL. 2015. Disponível em:
<https://seminarioservicosocial2017.ufsc.br/files/2017/05/Eixo_2_61.pdf.> Acesso em: 20 de
mai 2023.

WOERNER, C, B. Serviço Social e Saúde Mental: atuação do assistente social em


comunidade terapêutica. Jan/jun. 2015. Disponível em:
<file:///C:/Users/C%C3%A9sar/Downloads/admin,+13.+Servi%C3%A7o+Social+e+S
a%C3%BAde+Mental%20(3).pdf> Acesso em 7 abri 2023.

Você também pode gostar