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NOV 2003 NBR ISO 10993-1

Avaliação biológica de produtos


ABNT – Associação
para a saúde
Brasileira de
Normas Técnicas
Parte 1: Avaliação e ensaio
Sede:
Rio de Janeiro
Av. Treze de Maio, 13 28º andar
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Rio de Janeiro – RJ
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26:003.05-012/1 – Biological evaluation of medical – Part 1: Evaluation and testing
Descriptors: Medical equipment. Surgical implants. Surgical equipment. Dental
equipment. Dental materials. Tests. Biological tests. Selection. General conditions.
Medical devices.
Esta Norma é equivalente à ISO 10993-1:2003

Copyright © 2003,
ABNT–Associação Brasileira de
Normas Técnicas Equipamento médico. Implante
Printed in Brazil/
Palavras-chave: 13 páginas
Impresso no Brasil cirúrgico. Equipamento cirúrgico.
Todos os direitos reservados Equipamento dentário. Material
dentário. Ensaio. Ensaio biológico.
Seleção. Condições gerais. Produto
para saúde

Sumário
Prefácio
Introdução
1 Objetivo
2 Termos e definições
3 Princípios gerais aplicados para avaliação biológica de produtos para saúde
4 Classificação de produtos para saúde
5 Ensaio
6 Seleção de ensaios de avaliação biológica
7 Segurança de métodos de ensaio
ANEXOS
A Fundamentos
B Fluxograma para auxílio na abordagem sistemática para avaliação biológica de produtos para a saúde
Bibliografia

Prefáci

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de
Normalização Setorial (ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por
representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros
(universidades, laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para
Consulta Pública entre os associados da ABNT e demais interessados.

A NBR ISO 10993 contém as seguintes partes, sob o título geral “Avaliação biológica de produtos para a
saúde”:

- Parte 1: Avaliação e ensaio;


2

Requisitos de conforto dos animais;

: Ensaios para genotoxicidade, carcinogenicidade e toxicidade sobre o sistema


ivo;

Seleção de ensaios para interações com sangue;

Ensaios para citotoxicidade “in vitro”;

Ensaios para efeitos locais pós-implante;

Resíduos de esterilização por óxido de etileno;

Seleção e qualificação de materiais de referência para ensaios biológicos;

Estrutura para identificação e quantificação de potenciais produtos de degradação;

: Ensaios de irritação e hipersensibilidade posterior;

: Ensaios de toxicidade sistêmica;

: Preparação de amostra e materiais de referência;

3: Identificação e quantificação de produtos de degradação de produtos para a saúde


cos;

: Identificação e quantificação de produtos de degradação de cerâmicos;

: Identificação e quantificação de produtos de degradação de metais e ligas;

: Projeto de estudos toxicocinéticos para produtos de degradação e lixiviáveis;

: Estabelecimento de limites permitidos para substâncias lixiviáveis;

: Caracterização química de materiais.

atarão de outros aspectos pertinentes a ensaios biológicos.

ém os anexos A e B, de caráter informativo.

NBR ISO 10993 é uma combinação/harmonização de inúmeras Normas e orientações


rnacionais referentes à avaliação biológica de produtos para a saúde. Objetiva ser um
rientação global para a seleção de ensaios que possibilitem a avaliação de respostas
tantes à segurança de produtos e materiais.

parte da NBR ISO 10993 é servir como uma estrutura na qual o planejamento para a
ca minimize o número e a exposição de ensaios em animais.

res humanos é o objetivo primário da NBR ISO 10993.

erpretação apropriadas de ensaios de avaliação biológica requerem um entendimento dos


r trás de tais ensaios. Uma justificativa para o uso desta parte da NBR ISO 10993 é
exo A. O anexo B contém um fluxograma para auxiliar na abordagem sistemática para
ca de produtos para a saúde. No final do texto é apresentada uma bibliografia.

BR ISO 10993 descreve

pios gerais que governam a avaliação biológica de produtos para a saúde;

icação dos produtos, com base na natureza e duração do seu contato com o corpo;

o de ensaios apropriados.

BR ISO 10993 não abrange ensaios de materiais e produtos que não entram em contato
o com o corpo do paciente, nem riscos biológicos originados de qualquer falha mecânica.
NBR ISO 10993-1:2003
3
NOTA – Outras partes da NBR ISO 10993 abrangem ensaios específicos (ver também os fundamentos em A.2).

2 Termos e definições

Para os efeitos desta parte da NBR ISO 10993, aplicam-se as seguintes definições:

2.1 produto para a saúde: Qualquer instrumento, aparelho, utensílio, material ou outro artigo, incluindo
software, projetado pelo fabricante para uso, sozinho ou em combinação, em seres humanos com o
propósito exclusivo ou principal de:

- diagnóstico, prevenção, monitoramento, tratamento ou alívio de doença;

- diagnóstico, monitoramento, tratamento, alívio de ou compensação para um ferimento ou


deficiência;

- investigação, substituição ou modificação da anatomia ou de um processo fisiológico;

- controle de concepção.

e que não atinja sua ação principal pretendida no corpo humano por meios farmacológicos, imunológicos
ou metabólicos, mas que possa ser auxiliado em suas funções por tais mecanismos.

NOTA 1 Os produtos são diferentes das drogas e suas avaliações biológicas requerem uma abordagem diferente.

NOTA 2 O uso do termo “produto para a saúde” inclui produtos odontológicos.

2.2 material: Qualquer polímero sintético ou natural, metal, liga, cerâmica, ou outra substância não viável,
incluindo tecido considerado não viável, usado como um produto para a saúde ou qualquer parte deste.

2.3 produto final: Produto para a saúde no seu estado de “condição de uso”.

3 Princípios gerais aplicados para avaliação biológica de produtos para saúde

3.1 A seleção e avaliação de qualquer material ou produto para uso em humanos requerem um programa
estruturado.

Na etapa de projeto, deve ser tomada e documentada uma decisão que considere as
vantagens/desvantagens das várias opções de material e procedimentos de ensaio. O programa de estudo
deve incluir uma avaliação biológica, para garantir que o produto final apresentará o desempenho
pretendido e será seguro para uso humano.

A avaliação biológica deve ser planejada, conduzida e documentada por indivíduos conhecedores e
experientes, capazes de tomar decisões com base nas vantagens e desvantagens dos vários materiais e
procedimentos de ensaio disponíveis.

3.2 Na seleção de materiais a serem utilizados na fabricação de produtos, recomenda-se que a primeira
consideração seja adequada ao propósito, com respeito às características e propriedades do material que
incluem propriedades químicas, toxicológicas, físicas, elétricas, morfológicas e mecânicas.

3.3 Recomenda-se que os seguintes pontos sejam considerados pela sua importância na avaliação
biológica global do produto:

a) o(s) material(s) de fabricação;

b) aditivos, contaminantes de processo e resíduos previstos;

c) substâncias lixiviáveis;

d) produtos de degradação;

e) outros componentes e suas interações no produto final;

f) as propriedades e características do produto final.

NOTA Se apropriado, recomenda-se que a identificação e a quantificação de entidades químicas extraíveis do


produto final precedam à avaliação biológica (ver ISO 10993-9).

3.4 Recomenda-se que os ensaios a serem utilizadas na avaliação biológica, e interpretações dos
resultados de tais ensaios, levem em consideração a composição química dos materiais, incluindo as
condições de exposição, assim como a natureza, grau, freqüência e duração da exposição do produto ou
4

uintes no corpo. Seguindo esses princípios, os produtos podem ser classificados para
ão de ensaios apropriados (ver seção 4). Esta parte da NBR ISO 10993 refere-se aos
conduzidos nos materiais e/ou no produto final.

biológicos potenciais é ampla e pode incluir:

de curto prazo (por exemplo, toxicidade aguda; irritação na pele; sensibilização, hemólise
ogênese das superfícies dos olhos e de mucosas).

óxicos específicos ou de longo prazo [por exemplo, efeitos tóxicos crônicos e subcrônicos,
zação, genotoxicidade, carcinogênese (tumorigênese) e efeitos sobre a reprodução,
o teratogênese].

se que todos os riscos biológicos potenciais sejam considerados para cada material e
as isto não implica que ensaios para todos os riscos potenciais sejam necessários ou
o 6).

saio in vitro ou in vivo deve ser baseado nas aplicações do uso final e em boas práticas
ropriadas, seguido de avaliação por pessoal competente e preparado. Sempre que
enda-se que o exame in vitro seja conduzido antes que ensaios in vivo sejam iniciados. Os
o, completos até o ponto em que uma análise independente possa ser realizada, devem
er A.2, subseção 3.6).

ou produto final devem ser submetidos a reavaliação biológica, caso ocorra algum dos

r mudança na origem ou na especificação dos materiais utilizados na fabricação do

r mudança na formulação, processo, embalagem primária ou esterilização do produto;

r mudança no produto final durante a estocagem;

r mudança no uso pretendido do produto;

r evidência de que o produto possa produzir efeitos adversos quando utilizado em


s.

se que a avaliação biológica realizada de acordo com esta parte da NBR ISO 10993 seja
conjunto com a natureza e mobilidade dos constituintes nos materiais utilizados para
to, bem como com outras informações, outros ensaios não clínicos, estudos clínicos e
-venda para uma avaliação global (ver seção A.2, subseção 3.8).

e produtos para saúde

seleção de ensaios apropriados, os produtos para a saúde podem ser classificados


princípios gerais estabelecidos na seção 3.

que os ensaios de qualquer produto que não se enquadre em uma das seguintes classes
ios gerais contidos nesta parte da NBR ISO 10993. Certos produtos podem se enquadrar
classe; neste caso recomenda-se que seja considerado o ensaio mais apropriado.

a saúde devem ser classificados de acordo com a natureza e com a duração do contato
mo descrito em 4.2 e 4.3.

o por natureza do contato corpóreo

sem contato

saúde que não tenham contato com o corpo do paciente direta ou indiretamente não
no escopo da NBR ISO 10993.

de contato de superfície

s para a saúde em contato com as seguintes superfícies:


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5
a) pele: produtos que tenham contato apenas com superfícies de pele intactas; os exemplos
incluem eletrodos, próteses externas, fitas de fixação, bandagens de compressão e monitores de
vários tipos;

b) membranas de mucosas: produtos que tenham contato com as membranas de mucosas intactas;
os exemplos incluem lentes de contato, cateteres urinários, produtos intravaginais e intra-
intestinais (tubos estomacais, sigmoidoscópios, colonoscópios, gastroscópios), tubos
endotraqueais, broncoscópios, próteses dentárias, produtos ortodônticos e produtos intra-
uterinos;

c) superfícies comprometidas ou rompidas: produtos que tenham contato com superfície do


corpo rompida ou comprometida de outra forma; os exemplos incluem curativos ou produtos
cicatrizantes e bandagens oclusivas para úlceras, queimaduras e tecidos em granulação.

4.2.3 Produtos de comunicação externa

Incluem produtos para a saúde em contato com os seguintes locais de aplicação:

a) vaso sangüíneo, indireto: produtos que tenham contato com o vaso sangüíneo em um ponto e
servem como um condutor para entrada no sistema vascular; os exemplos incluem equipos de
administração de solução, de extensão, de transferência e de administração de sangue;

b) tecido/osso/dentina: produtos que tenham contato com o tecido, osso ou sistemas polpa/dentina;
os exemplos incluem laparoscópios, artroscópios, sistemas de drenagem, cimentos odontológicos;
materiais de enchimento dentário e grampos de pele;

c) circulação sangüínea: produtos que tenham contato com a circulação sangüínea; os exemplos
incluem cateteres intravasculares, eletrodos de marcapasso temporários, oxigenadores, tubo e
acessórios de oxigenador extracorporal, dializadores, tubos e acessórios de diálise,
hemoadsorventes e imunoadsorventes.

4.2.4 Produtos implantáveis

Incluem produtos para a saúde em contato com os seguintes locais de aplicação:

a) tecido/osso:

1) produtos que tenham contato principalmente com o osso; exemplos incluem pinos ortopédicos,
placas, articulações de reposição, próteses ósseas, cimentos ósseos e produtos intra-ósseos;

2) produtos principalmente em contato com tecido e fluido tecidual; os exemplos incluem


marcapassos, produtos de suprimento de drogas, sensores e estimuladores neuromusculares,
tendões de reposição, implantes de mama, laringes artificiais, implantes subperiosteais e
grampos de ligação.

b) sangue: produtos que tenham contato principalmente com o sangue; exemplos incluem eletrodos
de marcapasso, fístula arteriovenosa artificial, válvulas cardíacas, enxertos de válvula, cateteres
de administração interna de droga e produtos de assistência ventricular.

4.3 Classificação pela duração do contato

Os produtos para a saúde devem ser classificados de acordo com a duração de contato, como segue:

a) Exposição limitada (A): produtos de uso único ou múltiplo cujo contato provável seja de até
24 h;

b) Exposição prolongada (B): produtos de uso único, múltiplo ou de longo prazo, cujo contato
provável exceda 24 h, mas não 30 dias;

c) Contato permanente (C): produtos de uso único, múltiplo ou de longo prazo, cujo contato
provável exceda 30 dias.

Se um material ou produto puder ser colocado em mais de uma classe de duração, devem ser aplicados
os requisitos de ensaios mais rigorosos. Com exposições múltiplas ao produto, recomenda-se que a
decisão sobre em qual classe um produto deve ser colocado leve em consideração o efeito cumulativo
potencial, tendo em mente o período de tempo sobre o qual estas exposições ocorrem.

5 Ensaio
6

princípios gerais estabelecidos na seção 3, deve-se aplicar os seguintes critérios para


de produtos para a saúde:

o deve ser realizado no produto final ou em amostras representativas do produto final ou


s.

a dos procedimentos de ensaio deve levar em consideração:

tureza, grau, duração, freqüência e condições de exposição ou contato de humanos ao


uto no uso normal pretendido;

tureza física e química do produto final;

ividade toxicológica dos elementos ou compostos químicos na formulação do produto


;

certos ensaios (por exemplo, aqueles destinados a avaliar efeitos sistêmicos) podem não
aplicáveis onde a presença de materiais lixiviáveis foi excluída, ou onde as lixívias
suem um diagnóstico de toxicidade conhecido e aceitável;

ação da área de superfície do produto com o tamanho do corpo receptor;

ormação existente com base na literatura, experiência e ensaios não clínicos;

oteção de humanos é o objetivo principal deste documento; um objetivo secundário é


egurar o bem-estar animal e minimizar o número e exposição de animais em ensaio.

dos produtos forem preparados, os solventes e as condições de extração utilizados


propriados à natureza e uso do produto final.

sitivos e negativos devem ser utilizados onde apropriado.

os de ensaios não podem assegurar isenção de risco biológico potencial, assim as


s biológicas devem ser acompanhadas por observações cuidadosas em relação a eventos
adversas inesperadas em humanos durante uso clínico do produto.

o, apresenta-se uma bibliografia de normas internacionais e diretivas sobre métodos de


sta biológica.

liação inicial

devem ser considerados para resposta biológica inicial são fornecidos nas seções de

écnicas de cultura de célula, estes ensaios determinam a lise celular (morte celular), a
scimento celular e outros efeitos em células provocadas por produtos para a saúde,
eus extratos. Os ensaios de citotoxicidade são descritos na NBR ISO 10993-5.

stimam o potencial para sensibilização de contato de produtos para a saúde, materiais


os, utilizando um modelo apropriado. Estes ensaios são justificáveis porque a exposição
lixívia, mesmo por poucos minutos, pode resultar em reações alérgicas ou de
Os ensaios de sensibilização são descritos na ISO 10993-10 1) .

stimam o potencial de irritação de produtos para a saúde, materiais e/ou seus extratos,
apropriados para tecidos implantáveis, tais como pele, olho e mucosa em um modelo
menda-se que o(s) ensaio(s) realizado seja adequado ao meio (pele, olho e mucosa) e à
osição ou contato para determinar os efeitos irritantes dos produtos, materiais e lixívias
nsaios de irritação são descritos na ISO 10993-10 1) .
NBR ISO 10993-1:2003
7
12 Reatividade intracutânea

Estes ensaios avaliam a reação localizada de tecido aos extratos de produto para a saúde. Esses ensaios
são aplicáveis onde a determinação da irritação por ensaios dérmicos ou de mucosa são inadequados
(por exemplo, produtos para a saúde que têm acesso ao fluxo sangüíneo). Estes ensaios podem também
ser úteis onde os extratos são hidrofóbicos. Os ensaios de reatividade intracutânea são descritos na
ISO 10993-10 1) .

13 Toxicidade sistêmica (toxicidade aguda)

Estes ensaios estimam os efeitos nocivos potenciais de exposições, tanto únicas como múltiplas, durante
um período menor que 24 h, aos produtos para a saúde, materiais e/ou seus extratos num modelo animal.
Esses ensaios são adequados onde o contato permite absorção potencial de lixívias tóxicas e produtos de
degradação.

Os ensaios de pirogenicidade são incluídos para detectar reações pirogênicas provenientes de extratos de
produtos ou materiais. Nenhum teste único pode diferenciar reações pirogênicas que são mediadas por
materiais daquelas relacionadas a contaminação por endotoxina. Os ensaios de toxicidade sistêmica são
descritos na ISO 10993-11 1) .

Recomenda-se considerar o ensaio de imunotoxicidade somente para produtos onde dados de outras
fontes indiquem efeitos imunotoxicológicos.

Ensaios de toxicidade sistêmica podem ser incluídos no protocolo de ensaios de toxicidade subaguda e
subcrônica e protocolo de ensaio de implantação.

14 Toxicidade subcrônica e subaguda

Estes ensaios determinam os efeitos de exposições ou contato, único ou múltiplo, aos produtos para a
saúde, materiais e/ou seus extratos durante um período não inferior a 24 h até um período não superior a
10% do tempo de vida do animal de ensaio (por exemplo, até 90 dias em ratos). Estes ensaios podem ser
descartados para materiais com dados de toxicidade crônica. Recomenda-se que a justificativa para
descarte dos ensaios seja incluída no relatório final. Recomenda-se que esses ensaios sejam adequados
ao meio e à duração do contato. Os ensaios de toxicidade subcrônica são descritos na
ISO 10993-11 1) .

15 Genotoxicidade

Estes ensaios aplicam cultura de células de mamíferos ou não mamíferos ou outras técnicas para
determinar as mutações de genes, mudanças na estrutura e número de cromossomos e outras toxicidades
de genes ou de DNA provocadas pelos produtos para a saúde, materiais e/ou seus extratos. Os ensaios
de genotoxicidade são descritos na ISO 10993-3 1) .

16 Implantação

Estes ensaios avaliam os efeitos patológicos locais em tecido vivo, nos níveis macro e microscópico, de
uma amostra de um material ou produto final que é implantado cirurgicamente ou colocado dentro de um
local de implante ou tecido apropriado à aplicação pretendida (por exemplo, ensaios específicos de uso
dentário). Recomenda-se que esses ensaios sejam apropriados ao meio e à duração de contato. Para um
material, estes ensaios são equivalentes a ensaios de toxicidade subcrônica, se os efeitos sistêmicos
forem também investigados. Os ensaios de implantação são descritos na ISO 10993-6 1) .

Os protocolos de ensaio de implantação podem ser expandidos para incluir ensaios de toxicidade
sistêmica, de toxicidade subcrônica e subaguda e de toxicidade crônica.

17 Hemocompatibilidade

Estes ensaios avaliam efeitos de produtos ou materiais em contato com sangue sobre o sangue ou
componentes sangüíneos, utilizando um modelo ou um sistema apropriado. Ensaios de
hemocompatibilidade específicos podem também ser projetados para simular resultados associados às
configurações, condições de contato e dinâmicas de fluxo do produto ou material durante aplicações
clínicas.

1 1)
Esta parte da ISO 10993 será objeto de estudo no âmbito do ABNT/CB-26, devendo compor
a NBR ISO 10993 e seus respectivos números.
8

olíticos determinam o grau de destruição de células vermelhas de sangue e a liberação de


usada pelos produtos para a saúde, materiais e/ou seus extratos in vitro. Os ensaios de
dade são descritos na ISO 10993-4 1) .

aliação suplementares

lementares que devem ser considerados para avaliação biológica são fornecidos nas
a 5.3.5.

ônica

eterminam os efeitos de exposições, única ou múltipla, para produtos para a saúde,


eus extratos durante no mínimo 10% do tempo de vida do animal em teste (por exemplo,
s em ratos). Recomenda-se que esses ensaios sejam apropriados ao meio e à duração de
ntato. Os ensaios de toxicidade crônica são descritos na ISO 10993-11 1 .

xicidade crônica podem ser incluídos nos protocolos de ensaio de toxicidade subaguda e
ensaio de implantação.

determinam o potencial tumorigênico de produtos para a saúde, materiais e/ou seus


de exposições ou contatos, únicos ou múltiplos, durante a maior parte do tempo de vida
saio. Estes ensaios podem ser estabelecidos a fim de examinar tanto a toxicidade crônica,
gênese em um estudo experimental único. Recomenda-se que ensaios de carcinogênese
os somente se houver dados indicativos por outras fontes. Recomenda-se que estes
propriados ao meio e à duração de exposição ou contato. Os ensaios de carcinogênese
ISO 10993-3 1) .

produtiva e de desenvolvimento

valiam os efeitos potenciais de produtos para a saúde, materiais e/ou seus extratos sobre
utiva, desenvolvimento embrionário (teratogênese), desenvolvimento pré-natal e no início
comenda-se que os ensaios ou bioanálises de toxicidade reprodutiva/de desenvolvimento
zidos quando o produto tiver impacto potencial na capacidade de reprodução do sujeito.
que o local de aplicação do produto seja considerado. Os ensaios de toxicidade
desenvolvimento são descritos na ISO 10993-3 1) .

possibilidade de reabsorção e/ou degradação, os ensaios correspondentes podem


cesso de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação de lixívias e de produtos
e produtos para a saúde, materiais e/ou seus extratos. Os ensaios de biodegradação são
10993-9 1) .

saios de avaliação biológica

e incluir tanto estudo de experiência pertinente, quanto ensaio real. Assim, uma avaliação
a conclusão de que o ensaio não seja necessário, se o material tiver um histórico
uso em uma aplicação específica que seja equivalente àquela do produto em projeto.

fica os ensaios de avaliação inicial que devem ser considerados para cada categoria de
uração. A tabela 2 identifica os ensaios de avaliação suplementares que devem ser
ra cada categoria de produto e de duração.

dade de produtos para a saúde, reconhece-se que nem todos os ensaios identificados
serão necessários ou praticáveis para qualquer produto dado. É indispensável para o
a produto seja considerado pelas suas próprias características: ensaios adicionais não
ela podem ser necessários.

1
Esta parte da ISO 10993 será objeto de estudo no âmbito do CB-26/ABNT, devendo compor a
NBR ISO 10993 e seus respectivos números.
NBR ISO 10993-1:2003
9
Devem ser registrados os ensaios considerados e os fundamentos para a seleção e/ou descarte de
ensaio.

25 Segurança de métodos de ensaio

26 Segurança de método de ensaio

Os métodos de ensaio utilizados na avaliação biológica devem ser sensíveis, precisos e exatos.
Recomenda-se que os resultados de ensaio sejam reprodutíveis (interlaboratorial), bem como repetíveis
(intralaboratorial).

27 Segurança continuada

A segurança de que um material é inicialmente aceitável para seu uso pretendido em um produto para a
saúde e sua aceitabilidade contínua no longo prazo são aspectos de um sistema de gestão da qualidade
(ver A.2, seção 7.2).

NOTA – A NBR ISO 9001 especifica os requisitos para tais sistemas de gestão da qualidade.

Tabela 1 – Ensaios de avaliação inicial a serem considerados

Classificação do produto para a saúde por Efeito biológico

Irritação ou reatividade intracutânea

e sub-agudaToxicidade subcrônica
Toxicidade sistêmica (aguda)
Duração do contato

Hemocompatibilidade
(ver 4.3)

Genotoxicidade
Citotoxicidade

Sensibilização
A-limitada

Implantação
Natureza do contato com o (< 24 h)
corpo B-prolongada
(ver 4.2)
(24 h a 30 dias)
C-permanente
( 30 dias)

Categoria Contato
A X X X
Pele B X X X
C X X X
A X X X
Produtos de
Mucosa B X X X
superfície
C X X X X X
A X X X
Superfícies
comprometidas ou B X X X
não-íntegras
C X X X X X
A X X X X X
Vaso sangüíneo,
B X X X X X
indireto
C X X X X X X
A X X X
Produtos de
Tecido/osso
comunicação B X X X X X X X
/dentina
extracorpórea
C X X X X X X X
A X X X X X
Fluxo sangüíneo B X X X X X X X X
C X X X X X X X X
10

A X X X
Tecido/osso B X X X X X X X
C X X X X X X X
A X X X X X X X
Sangue B X X X X X X X X
C X X X X X X X X

é uma estrutura para o desenvolvimento de um programa de avaliação e não uma lista de


o 6).

Tabela 2 – Ensaios de avaliação suplementares a serem considerados

ssificação do produto para a saúde por Ensaios biológicos

Toxicidade crônica

Reprodutividade/
desenvolvimento

Biodegradação
Carcinogênese
Duração do contato
contato com o (ver 4.3)
rpo A-limitado (<24 h)
4.2) B-prolongado (24 h a 30 dias)
C-permanente (30 dias)

Contato
A
Pele B
C
A
Mucosa B
C
A
Superfícies
comprometidas B
ou não-íntegras
C
A
Vaso sangüíneo,
B
indireto
C X X
A
Tecido/osso/
B
dentina
C X X
A
Fluxo sangüíneo B
C X X
A
Tecido/osso B
C X X
A
Sangue B
C X X
la é uma estrutura para o desenvolvimento de um programa de avaliação e não uma lista de
ção 6).
NBR ISO 10993-1:2003
11
_________________________

/ ANEXO A
12

Anexo A (informativo)
Fundamentos

BR ISO 10993 refere-se à segurança no uso de produtos para a saúde e materiais. É


avaliar a resposta biológica de produtos e materiais como parte da avaliação total e
de produtos e materiais. Como outros trabalhos atuais sobre este assunto, destina-se a
s efeitos de produtos e materiais no tecido de maneira geral, mais do que para aplicações
cíficas. Então, esta parte da NBR ISO 10993 classifica produtos para a saúde em
s e indica, em matrizes, os ensaios biológicos que se supõe serem relevantes para
m cada categoria de produto.

e ensaio expandido podem compreender ensaios de avaliação inicial. Exemplos poderiam


nicos expandidos para: ensaios de sensibilização, irritação e reatividade intracutânea; ou
dade sistêmica, toxicidade subaguda e subcrônica, toxicidade crônica e implantação.

scos biológicos é ampla. A interação tecidual de um material não pode ser considerada
projeto do produto como um todo. O melhor material com relação à interação tecidual
m produto menos funcional, sendo a interação tecidual apenas uma característica de um
o o material é projetado para interagir com o tecido a fim de que o produto desempenhe
aliação admite dimensões não geralmente tratadas em normas e diretivas atualizadas.

cas que são adversas para um material em uma aplicação podem não ser adversas para o
numa aplicação diferente. O ensaio biológico se baseia em modelos animais e um
de, portanto, conclusivamente, ser apresentado como tendo as mesmas reações teciduais
lém disso, diferenças entre seres humanos sugerem que alguns pacientes podem ter
s, mesmo para materiais bem estabelecidos.

ensaio biológico baseia-se em modelos animais. Entretanto, como o conhecimento


ta nosso entendimento de mecanismos básicos, recomenda-se que seja dada preferência
o, em situações onde a evidência científica produza informação igualmente relevante.

ara a saúde e materiais, a aplicação de um grupo rígido de métodos de ensaio e critérios


eição poderia resultar numa restrição desnecessária ou num falso senso de segurança em
aso de uma aplicação particular já aprovada, os especialistas no produto ou na área de
ida podem estabelecer critérios e ensaios específicos estabelecidos numa norma vertical
oduto.

BR ISO 10993 não é, entretanto, projetada para ser uma série de afirmações definitivas a
por indivíduos não qualificados por treinamento e experiência; recomenda-se que seja
terpretação e julgamento por profissionais adequados, qualificados por treinamento e
ando em consideração os fatores relevantes para o produto/material, seu uso pretendido,
atual fornecido pela literatura científica e a experiência clínica preliminar.

os para seções específicas

s para seções específicas nesta parte da NBR ISO 10993, com números de seção
s no corpo do documento, são os seguintes:

abe-se que existem outras características importantes de material além das biológicas e
ue sejam levadas em consideração para o projeto do produto como um todo.

avaliação pode incluir tanto um estudo de experiência relevante, quanto um ensaio real.
ode resultar na conclusão de que nenhum ensaio não é necessário, se o material tiver um
strável de uso em uma aplicação específica que seja a mesma do produto sob projeto.

que a avaliação considere interações desejadas e indesejadas entre o material e os

Esta seção pretende evitar a necessidade de experimentos redundantes quando a


e o material e/ou produto estiver disponível em outras fontes.

A seleção e avaliação de materiais que estarão em contato com o tecido requerem um


urado, de forma que os materiais incorporados no projeto final contribuam para a
aliação biológica total do projeto.
________________________
NBR ISO 10993-1:2003
13
/ ANEXO B
14

Anexo B (informativo)
para auxílio na abordagem sistemática para avaliação biológica de produtos para a
saúde

INÍCIO

O produto Não
entra em Avaliação biológica
contato com o não aplicável
corpo direta ou
indiretamente?

3.8a) 3.3, 3.4a)


Si
m 3.2, 3.3a) O produto tem as
O material é o mesmo
CARACTERIZAÇÃ Sim mesmas propriedades? Sim
que o existente em
a) fabricação
O DE MATERIAL um produto disponível
b) contato com o corpo
comercialmente? c) esterilização

Não
Não

4.2, 4.1a)

Não
Caracterização do produto AVALIAÇÃO Justificativa suficiente
a) natureza do contato e/ou dados de ensaio
b) duração do contato
BIOLÓGICA
disponíveis?

Sim

3.1a)
3.5, 3.6 e 6a) a)
5, 6
Seleção de ensaios de Ensaiar e/ou
avaliação biológica: Avaliação
fundamentar/justificar
Tabelas 1 e 2 final

Sim

Requisitos normalizados de
acordo com a NBR ISO 10993-1

ão no documento principal NBR ISO 10993-1

Figura B.1

Figu 
NBR ISO 10993-1:2003
15

Bibliografia
Organização Internacional de Normalização (ISO)

[1] ISO 7405:1997, Dentistry – Preclinical evaluation of biocompatibility of medical devices used in
dentistry – Test methods for dental materials

[2] ISO 9000:2000, Quality management systems – Fundamentals and vocabulary

[3] ISO 9001:2000, Quality management systems – Requirements

[4] ISO 9004:2000, Quality management systems – Guidelines for performance improvements

[5] ISO 10993-3:– 1) , Biological evaluation of medical devices – Part 3: Tests for genotoxicity,
carcinogenicity and reproductive toxicity

[6] ISO 10993-4:2002, Biological evaluation of medical devices – Part 4: Selection of tests for interation
with blood

[7] ISO 10993-5:1999, Biological evaluation of medical devices – Part 5: Tests for in vitro citotoxicity

[8] ISO 10993-6:1994, Biological evaluation of medical devices – Part 6: Tests for local effects after
implantation

[9] ISO 10993-9:1999, Biological evaluation of medical devices – Part 9: Framework for identification and
quantification of potential degradation products

[10] ISO 10993-10:2002, Biological evaluation of medical devices – Part 10: Tests for irritation and
delayed-type hypersensitivity

[11] ISO 10993-11:1993, Biological evaluation of medical devices – Part 11: Tests for systemic toxicity

[12] ISO 13485:2003, Quality systems – Medical devices – System requirements for regulatory purposes

[13] ISO 13488:1996, Quality systems – Medical devices – Particular requirements for application of ISO
9002

[14] ISO/IEC 17025:1999, General requirements for the competence of calibration and testing laboratories

C.2 Organização de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD)

[15] Guidelines for testing of chemicals – Section 4: Health effects

_________________________

1)
A ser publicada (Revisão da ISO 10993-3:1992)

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