AUP2013 - MOP: Design, Espaço, Ambientação (2023)

CADERNO
DE PROJETO:
ÀS ESCONDIDAS
Design Ambiental para
Exposição de Fotografia

Ana Caroline Colombi Nai | NUSP 10872322

Bianca Bardela | 11236974
Patrícia Yuri Carneiro Tomiyoshi | NUSP 11236870
 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 4

DESIGN AMBIENTAL PESQUISA E REFERÊNCIAS 6

PARA EXPOSIÇÃO DE CONCEITO: CABARÉ 10

FOTOGRAFIA PLANTA BAIXA E LAYOUT 18
PLANIFICAÇÃO 20
CATÁLOGO 26
CARTAZ 28
REPRESENTAÇÃO TRIDIMENSIONAL 30
MATERIAIS E RECURSOS 38
1
sexualização

mulheres

brasil

INTRODUÇÃO brazil
O objetivo do projeto é desenvolver uma exposição física de fotografias com o tema: a mulher
brasileira e seus estereótipos, conscientizando o público de como a mulher é objetificada dentro
e fora do país, e que a mulher brasileira é muito mais diversa e real do que o estereótipo que é
criado sobre ela. A exposição será composta pelas fotografias de dois fotógrafos: Brian Baldrati e
estereótipo
Christopher Pillitz, que trarão suas obras como contrapontos uma das outras.

A exposição será de pequeno porte, podendo chamá-la de módulo expositivo, contendo 12 obras
fotográficas que serão expostas na área do Caracol, na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e
mulheres brasileiras
Design (FAUD) da USP.
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PESQUISA E REFERÊNCIAS
Trecho de poema de Gregório de Matos
que retrata a imagem da negra:

INDO O POETA PASSEAR PELA ILHA DA

CAJAÍBA, ENCONTROU LAVANDO ROUPA A
MULATA ANICA E LHE FEZ ESTE

[...] Tanto deu, tanto bateu

Co’a barriga, e co’as cadeiras,
Que me deu a anca fendida
A pesquisa foi feita com base em artigos científicos e materiais de jornais eletrônicos. Fizemos uma
Mil tentações de fodê-la. [...]
extensa revisão bibliográfica dos estereótipos das mulheres brasileiras e suas origens. Para ilustrar alguns
pontos históricos, foi interessante trazer referências históricas de relatos, obras de arte e poemas.

O primeiro relato da mulher brasileira: “Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e
bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão
cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma
vergonha [...]. E uma daquelas moças [...] era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha (que
ela não tinha) tão graciosa, que a muitas mulheres da nossa terra, vendo-lhe tais feições, fizera
vergonha, por não terem a sua como ela.“ (Trecho da carta de Pero Vaz de Caminha,1500)
Atualidade
O papel que a indígena
representava nas cartas de
Pero Vaz de Caminha passaram
para a mulher negra, por sua
vez massivamente sexualizada
e objetificada por conta do
Carnaval. O apelo era representar
uma mulher com grandes curvas,
carismática, com samba no pé,
sensual e com um apetite sexual
inesgotável.
A representação da mulher
brasileira é constantemente
associada a uma visão
exageradamente sexualizada
de seus corpos. No Carnaval,
o aspecto físico da mulher é
vangloriado com fantasias que
destacam suas curvas. Esse tipo
de visão é difundida tanto pela
mídia brasileira, como no exterior.
Tanto que, o Brasil exportou para
os EUA um padrão de beleza para
as bundas, chamado de brazilian
butt lift ou a cirurgia da bunda
brasileira.
3
O nome “Às escondidas” foi escolhido para fazer um
jogo duplo de sentidos.

A ideia aqui é usar os nomes “Às escondidas” com

crase, fora do caracol, o ambiente da exposição, e “As
escondidas” sem crase, dentro da exposição.

Como estamos trabalhando com essa dualidade de

mulher real x mulher estereotipada, usaremos do título
com crase fora da exposição, onde vamos colocar
elementos gráficos que iriam para esse lado mais
sensual do cabaré. Dentro do caracol, a crase do título
iria piscar algumas vezes, como se o neon estivesse
falhando, e o nome da exposição não seria mais “Às
CONCEITO: CABARÉ escondidas” e sim “As escondidas”.

O objetivo de fazer esse jogo de título com crase

x título sem crase é exatamente por estarmos
Como todo o projeto gira em torno do estereótipo e da sexualização da mulher brasileira, a ideia
trabalhando com dois lados de uma mesma moeda: a
era trabalhar uma identidade visual que trouxesse um cenário mais sexualizado.
mulher brasileira.
O que é melhor para representar a mulher objetificada e “sexy” do que os cabarés? Cortinas
Estamos falando da mulher objetificada, a mulher
pesadas de veludo, luzes neon, ambiente abafado. A identidade visual roda em torno da
sexualizada principalmente pelos homens de outros
referência dos cabarés. Letreiros neons chamativos para tipografia, cores quentes para despertar
países, a mulher cheia de curvas perfeitas e rosto
esse sentimento de sedução e romance.
sem espinhas. Mas também estamos falando da
mulher real, a mulher do dia a dia, a mulher que tem
O ambiente certo para fazer tudo “Às escondidas”.
celulite, que tem estrias, que tem vasinhos. Que não
tem paciência pra passar maquiagem pra esconder as
olheiras nem as espinhas.
Qual a primeira imagem que
se passa na cabeça de um
homem do exterior, e até de
mulheres, quando falamos em
“Brazilian Woman”?
ofuscada
esquecida
apagada
Bom, era assim que o Rio de Janeiro, e o Brasil
no geral, eram vendidos: bundas

“Hot girls from Brazil”, isso! Estamos falando

escondida
daquela primeira mulher que comentamos.
A que existe na cabeça do exterior. A mulher
sexualizada, objetificada e “perfeita”.

Mas não parece que tem mais alguma mulher

escondida nesse meio?
As escondidas
Sem crase dessa vez. As mulheres
reais sempre são ofuscadas
quando comparamos com as
mulheres sexualizadas. 3.1
Para o exterior, essas mulheres
praticamente não existem. Ficam Identidade Visual
realmente escondidas, no literal
da palavra.
Cores quentes, pensadas
Foi pensando nesse objetivo que na referência dos
quisemos trazer esse nome e cabarés, usando cores
conceito para a exposição, pois bem vibrantes e que
traz os dois lados do problema: a despertem os sentimentos
mulher objetificada, que serviria de sedução, paixão,
para “satisfazer” os fetiches dos encantamento.
homens, “às escondidas”... E
a mulher real brasileira, que é
apagada na presença das outras
mulheres mais estereotipadas,
são elas “as escondidas”.
Cortinas
Utilizaremos as cortinas como
elemento principal para fazer
nossa exposição, de forma
que as obras relacionadas às
mulheres reais serão literalmente
escondidas, ficando atrás das
cortinas.

As mulheres mais estereotipadas

ficarão à mostra na exposição, de
forma intercalada com as obras
escondidas pelas cortinas.

“Brazil Incarnate”, por Christopher
4
Pillitz é uma série que mergulha
nas profundezas da sensualidade
e da feminilidade das brasileiras.
Com um olhar atento e uma
perspectiva artística, Pillitz
explora a riqueza cultural e a alma
vibrante do Brasil por meio de
suas fotografias.
Ao retratar a sensualidade das
brasileiras, Pillitz busca capturar
a beleza natural, a expressão
individual e a energia vibrante
que permeiam a cultura brasileira.
CURADORIA
Seu objetivo não é simplesmente
reforçar estereótipos, mas
sim explorar a autenticidade
e a diversidade das mulheres
brasileiras, reconhecendo que a
sensualidade é apenas uma faceta
de suas identidades complexas.
Já o trabalho de Baldrati é
conhecido por sua habilidade de
capturar o cotidiano das mulheres
brasileiras, oferecendo uma
perspectiva que vai além dos
estereótipos de sensualidade.
Ao viajar pelo Brasil, Baldrati se
dedica a retratar a diversidade
de experiências e identidades
das mulheres brasileiras. Ele
se concentra em mostrar a
autenticidade e a individualidade
de suas personagens, indo além
das representações superficiais
que são frequentemente
associadas à cultura brasileira.
Ao fotografar o cotidiano das
mulheres brasileiras, Baldrati
destaca suas histórias, desafios,
conquistas e aspirações.
Enquanto Christopher Pillitz
enfatiza a sensualidade em sua
série “Brazil Incarnate”, Brian
Baldrati oferece uma visão mais
ampla e inclusiva das mulheres
brasileiras, retratando suas vidas
cotidianas, suas lutas e suas
vitórias. Ambos os fotógrafos
contribuem para a compreensão e
a apreciação da cultura brasileira,
cada um com sua abordagem
única e valiosa.
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A exposição contará com o total
de 12 obras, separadas por
40cm cada uma. As obras serão
intercaladas, uma exposta e outra
escondida atrás de uma cortina
vermelha.

A exposição também contará com

uma cortina em elipse no centro,
para alocar o painel expositivo
com o texto das curadoras, sobre
o tema: a mulher brasileira e seus
estereótipos. Ao centro também
irá ficar um porta catálogo, livre

PLANTA
para o público pegar uma amostra
do mesmo.

BAIXA E
Teremos dois tipos de luzes
principais para a iluminação das
obras: uma lâmpada direcional

LAYOUT
com luz forte, focal para criar
a sensação de “holofote” nas
cortinas das obras, e uma
lâmpada direcional com luz fraca,
vinda de cima, para iluminação
das obras em geral.
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PLANIFICAÇÃO
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CATÁLOGO

Capa do catálogo
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CARTAZ

Cartaz Impresso Cartaz Digital

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REPRESENTAÇÃO
TRIDIMENSIONAL
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Item Descrição Tamanho Quantidade Preço Total
Entrada 2m x 2m 1 300 300
Cortina de Veludo Obra de arte 2m x 4m 6 600 3600
Miolo 2m x 10m 1 1500 1500
Mulher na entrada 1,7m x 0,8m 1 500 500
Luz Neon Decoração/Letreiros Diversos 5 1000 5000
Nome da exposição 2,5m x 0,5m 2 1500 3000
Cortinas Variados 1 3000 1000
Suporte de Aço
Fotografia - 12 200 2400
Suporte do Catálogo - - 1 400 400
Parede Falsa - 2m x 4m 1 1000 1000
MATERIAIS E Moldura dourada -
Catálogo
80cm x 60 cm
A5
12
500
200
10
2400
5000
RECURSOS Impressão Prancha PVC para
fotografia
80cm x 60 cm 12 200 2400

Luz direcional forte - 6 100 600

Iluminação/ Ventilação Luz direcional fraca - 15 100 1500
Exaustor - 3 300 900
Carpete 15m2 1 4000 4000
Estrutura Teto 15m2 1 5000 5000
Instalação - 1 20000 20000

Total R$62.000,00