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PROJETO CULTURAL
2. Teatro
6.
1. Realizar ensaios durante todo o período de apresentações;
2. Apresentar um monólogo em casas de cultura da cidade de São
Paulo;
3. Possibilitar o acesso ao maior número de pessoas possível;
4. Realizar rodas de conversa após as apresentações;
7. O início do projeto se deu através de experiências pessoais da própria atriz, que
se reuniu com a equipe e elaborou a ideia, assim, criando o "Monólogo Mestiços: A
dificuldade de identificação racial no Brasil".
Na literatura brasileira tem sido praticamente unânime apontar que o processo de
classificação de cor/raça no Brasil é baseado na aparência e não na ascendência
(Nogueira, 1998). Alguns raros estudos, porém, se referem a um sistema
classificatório que se basearia também na origem ou ascendência.
Talvez o texto que tenha dado mais atenção a este aspecto tenha sido o de Piza e
Rosemberg (2003) que efetuam uma análise exaustiva dos Censos desde o de
1872. O
primeiro recenseamento geral da população, o de 1872, diferenciava as pessoas
pela
condição de serem livres ou escravas. As categorias de cor utilizadas foram aquelas
que
estavam mais disseminadas na população à época: preto, pardo, branco e caboclo.
Preto e pardo eram as categorias de cor, reservadas aos escravos, mas também
para as pessoas livres. A categoria caboclo, que possuía raiz na origem racial do
declarante, era reservada aos indígenas (PIZA e ROSEMBERG, 2003).
Percebe-se a utilização de um critério misto de fenótipo e de origem para a
caracterização racial da população (PIZA e ROSEMBERG, 2003; OSÓRIO, 2004 e
PETRUCCELLI, 2004). Segundo Rosemberg (2003, p. 94), no entanto, nem sempre
foi desse jeito, pois “o critério de descendência vigorou no Brasil, em determinados
momentos históricos [século XVIII e século XIX] e circunstâncias”. O segundo censo
geral, o de 1890, também adotou o critério misto para compor as categorias (preto,
branco, caboclo e mestiço), de modo a referir-se, explicitamente, à ancestralidade
ou ascendência das pessoas. Nota-se que o termo mestiço substituiu o termo pardo
e deveria ser usado para se referir, exclusivamente, aos descendentes da união de
pretos e brancos (PIZA e ROSEMBERG, 2003).
Os censos que se seguiram, 1900 e 1920, não coletaram cor da população.
Apesar de o Censo de 1920 não ter incluído a investigação sobre cor/raça da
população, Piza e Rosemberg (2002), citando Lamounier (1976), destacam a
justificativa oficial referente à exclusão do quesito, na qual se percebe, novamente,
um modo de classificação de cor/raça assentado na origem: [...] as respostas
[ocultam] em grande parte a verdade, especialmente [...] de ordinário refratários à
cor original a que pertencem [...] sendo que os próprios indivíduos nem sempre
podem declarar sua ascendência [...].Além do mais, a tonalidade da cor deixa a
desejar como critério discriminativo, por seu elemento incerto [...] (Censo 1920,
apud Lamounier, 1976, p. 18, apud PIZA e ROSEMBERG, 2003, p. 6).
O quesito só voltou a ser coletado no Censo de 1940, o primeiro da série de
censos modernos decenais e que utilizam as categorias branco, preto, pardo e
amarelo. O termo mestiço deu lugar ao termo pardo e criou-se a categoria amarelo
para designar os imigrantes asiáticos, particularmente japoneses e seus
descendentes, que ingressaram no país a partir de 1908. O Censo de 1950,
segundo dos censos modernos, seguiu as cores do Censo de 1940 e explicitava
que a categoria pardo deveria abranger os índios, mulatos, caboclos, cafuzos e
outros, um amálgama de aparência e origem.
No senso de 1976 foram coletadas 136 cores diferentes autodeclaradas, isso
significa que foram identificados conflitos e aflições diárias de uma parcela da
sociedade, que pode se sentir deslocada, perdida e até mesmo sem um espaço
para chamar de seu.
De acordo com a psicanalista especializada em relações raciais, Maria Glória
Calado, "A autodeclarar-se significa a possibilidade de se olhar no espelho de ver
como somos, de reconhecer nossa corporeidade, nossa geografia do corpo, nosso
legado histórico, nossas contribuições na construção da sociedade rasteira, na
construção da identidade do Brasil. Tornar-se negro é um processo que nos liberta
dessa alienação, desse processo que fomos internalizando valores que não são
nossos."
8.
- 3 de ensaios semanais/reuniões de pré produção (durante 1 mês antes do
início das apresentações)
- 3 ensaios por semana de 3 horas cada
- 12 apresentações (durante 2 meses) de 1 hora cada
- 2 apresentações noturnas por semanas (aos sábados e domingos)
- 6 rodas de conversa após-apresentações (de sábado) de 50 minutos cada
9. Todas as nossas metas ocorrerão na cidade de São Paulo, SP, Brasil. Com
apresentações em casas de cultura dentro da cidade.
10. Nossa proposta tem como público alvo jovens adultos, enquanto que a
estimativa é dos moradores da cidade que residem em regiões próximas às casas
de cultura.
14.
Unidade de medida Serviços/Itens