Você está na página 1de 3

ELETIVA - GUIA DE APRENDIZAGEM

IEMA PLENO CURURUPU


Título da Eletiva BAILE DE FAVELA: desbravando a arte marginal
Professores Coordenadores Professores Colaboradores Disciplinas Envolvidas
Carlos Viana Pimentel Língua Portuguesa
Hugo Moreira Gomes Saúde, Meio Ambiente e Segurança
do Trabalho e outros

Justificativa

A cultura marginal é uma produção artística que não se enquadra dentro dos padrões tradicionais de se
produzir cultura. É uma arte maldita, no sentido de ser arte do deboche, arte do conflito e da provocação,
sempre buscando novas formas de expressão e novos olhares num mundo esteticamente voltado para a
cultura do belo e do politicamente correto. A cultura marginal tenta aproximar a arte com aspectos
coloquiais que possam refletir a realidade sem maquiagem, dando voz a quem não tem voz e incentivar
o pensamento crítico.
No Brasil podemos situar o surgimento da cultura marginal, mesmo ainda sem este nome ter sido citado,
ou seja, durante a semana de arte moderna de 22, onde diversos artistas buscaram romper com os
padrões Europeus e criar uma arte própria que retratasse a realidade brasileira e fundasse uma produção
cultural de caráter nacional no sentido literal da palavra. Deste feito, surgiram heróis da cultura
nacional, como Jeca tatu de Monteiro Lobato e Macunaíma de Mario de Andrade, personagens fictícios
que possuem a força de refletirem a realidade de um povo sofrido.
Neste interim, foi na década de sessenta com o surgimento da contracultura que surge também o nome:
Arte Marginal. Influenciados pelos movimentos Europeus, Nouvelle Vague e Realismo, que a cultura
marginal tomou forma e tamanho espalhando-se pelo cinema, literatura, teatro, música e poesia. A ideia
era criar arte de fácil compreensão e contundente. Entre os artistas que despontavam nesta época,
podemos citar: Plínio Marcos no teatro e literatura, Roberto Piva na poesia, Bressani e Sganzerla no
cinema.
A cultura marginal é muito rica e citar toda sua obra é loucura. Uma coisa estranha da década de 1960
é que por mais que tivéssemos muitos artistas em vários campos da arte, a cultura marginal não se
caracterizou por uma união dos interessados, enorme contradição para quem queria fazer arte de
margem, isto poderia ter fortalecido o movimento.
Hoje os maiores representantes da cultura marginal são os Rappers e os punks tradicionais. No cinema
há uma retomada pelo cinema de margem, mais sem querer levantar bandeira, somente na literatura
que surgiu com força total um movimento interessado em levar a frente esta ideia, e vem provocando
muita discussão em torno, devido, o fato de eles escreverem sem concordância e desrespeitando a
ortografia, a justificativa é o realismo e a desmistificação de que escrever é coisa de gênio, ser divino
que recebe uma entidade e coisa e tal.
O que diferencia esta geração de escritores marginais de outras, é o fato que esta produção não mais é
feita por gente do asfalto sensibilizada com a realidade brasileira, mas por pessoas que vivem essa
realidade e escrevem sobre ela. Destaques para Paulo Lins, Férreis, Sacolinha, Sérgio Vaz, Gog,
escritores marginais que assumem um compromisso militante. Paulo Lins realiza saraus de discussão,
secretariaiemacpu@outlook.com
Travessa Castelo Branco, s/n, Areia Branca, CEP: 65268-000, Cururupu-MA.
seu livro Cidade de Deus, virou filme e mostrou ao mundo que a periferia também tem bons escritores,
Ferréis segue a mesma linha, escreveu o livro Capão pecado (considerado um clássico da literatura de
periferia) e levanta a bandeira de uma literatura marginal, organiza discussões em torno de projetos de
bibliotecas comunitárias e da importância da leitura como ferramenta de luta social.
A verdade é que o Brasil não é só Paulo Coelho. Há muitos outros artistas produzindo cultura da melhor
qualidade, pena que não temos espaço para falar de todos, mas vai uma dica, procure na Internet sobre
estes que foram citados e descobrirá grandes obras e outros grandes como estes. Salve a margem!
Por fim, a eletiva BAILE DE FAVELA: desbravando a arte marginal, tem como objetivo fazer com
que os estudantes repensem a arte a sua volta, de forma critica e consciência, observando a periferia e
a arte marginal como algo além do círculo daquela comunidade, mas como uma voz que ecoa um
clamor de um povo sofrido, mas com muita história e cultura.
Habilidades e Competências

❖ (EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir


criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais).
❖ EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes
contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e
sensível aos contextos de uso.
❖ EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural,
política, histórica, econômica, estética e ética
❖ Desenvolver a capacidade de trabalhar em grupo tendo em vista um objetivo comum,
respeitando as poéticas e potencialidades individuais.
Objeto de Conhecimento (Conteúdo)

❖ Relações de poder: Periferia, racismo e violências;


❖ Racismo e preconceitos na prática;
❖ Vida na favela: relação dicotômica;
❖ Literatura marginal;
❖ Músicas marginais;
❖ Criminalidade e Política do desencarceramento;
❖ Meio social e as desigualdades;
❖ Aulas práticas: Oficinas: Dança, Grafite, Pintura, Fotografia , Documentário
Recursos Metodologia

Aula expositiva; Visita a lugares periféricos;


Quadro; Roda de história\ depoimento;
Caderno; Pesquisas no laboratório de informática;
Multimídia; Entrevistas com familiares e membros da sociedade;
Palestras;
Fotografias;
Análises de textos e fotos;
Desenhos;

secretariaiemacpu@outlook.com
Travessa Castelo Branco, s/n, Areia Branca, CEP: 65268-000, Cururupu-MA.
Vídeos, documentos históricos;
Produções de narrativas históricas.

Proposta para Culminância

Organização de mostra
artístico\cultural e produção de um mini
Referências
documentário.

CARDOSO, Francilene. Racismo e necropolítica: a lógica do


genocídio de negros e negras no Brasil contemporâneo.
Revista de Politicas Públicas, 2018GELEDÉS, Instituto da
Mulher Negra. Racismo institucional uma abordagem
conceitual: São Paulo: Ibraphel Gráfica, 2016.
FERNANDES, Florestan. A integração do negro na
sociedade de classes. 3. ed. São Paulo: Ática, 1978, v. 1.

FOUCAULT, M. Da amizade como modo de vida. De


l'amitié comme mode de vie. Entrevista de Michel Foucault
a R. de Ceccaty, J. Danet e J. le Bitoux. Tradução: Wanderson
Flor do Nascimento. Gai Pied, [S.l.], n. 25, p. 38-39, abr.
1981. Disponível em:
<http://www.unb.br/fe/tef/filoesco/foucault/amitie.html>.
Acesso em: 22 abr. 2020.

_. Herculine Barbin: o diário de um hermafrodita. Rio de


Janeiro: F. Alves, 1982.

_. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1996.

Critérios Avaliativos

Participação oral e espontânea dos questionamentos, entrevistas, produção de textos e de narrativa


histórica, pesquisa na internet, produção de painéis, produção de um mini documentário.

secretariaiemacpu@outlook.com
Travessa Castelo Branco, s/n, Areia Branca, CEP: 65268-000, Cururupu-MA.

Você também pode gostar