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APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE ANÁLISE DE ERROS

NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

Diovana Bzunek
PIBID/UFPR – Licenciatura em Matemática
diovanna25@hotmail.com

Amanda Ferreira Procek


PIBID/UFPR – Licenciatura em Matemática
amandaferreiraprocek@hotmail.com

Anderson Roges Teixeira Góes


PIBID/UFPR – subprojeto Matemática
Departamento de Expressão Gráfica
artgoes@ufpr.br

Juliana de Melo e Cruz


PIBID/UFPR – Escola Municipal Coronel Durival de Britto e Silva
jcmelo@hotmail.com

Resumo
Esse trabalho apresenta resultados em relação à metodologia de Análise de Erros em
Matemática desenvolvida no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID)
– subprojeto Matemática 3, vinculado ao Departamento de Expressão Gráfica e ao Grupo de
Estudos e Pesquisas das Relações Interdisciplinares da Expressão Gráfica (GEPRIEG). Tal
atividade foi aplicada no início do ano letivo de 2015 aos alunos do 6º ano do Ensino
Fundamental da Escola Municipal Coronel Durival Britto e Silva. A Análise de Erros teve como
objetivo verificar a compreensão de conceitos matemáticos desenvolvidos no processo de
ensino-aprendizagem - ano de 2014 – assim aplicamos atividades de sondagem para verificar
possíveis déficits relacionados aos conceitos/conteúdos. As resoluções destas atividades foram
submetidas à metodologia de Análise de Erros, sendo a questão selecionada aquela onde os
alunos apresentaram mais erros e dificuldades. Os erros cometidos na questão selecionada
foram classificados em categorias, seguindo a Análise de Conteúdo. Um exemplo a ser
mostrado é o fato do aluno não compreender o significado do termo “produto”, no entanto,
executar perfeitamente o algoritmo da multiplicação. Assim, com esta metodologia de análise
constata que os professores necessitam propor atividades interpretativas em relação aos termos
matemáticos.

Palavras-chave: Expressão Gráfica. Análise de Erros. Avaliação do processo de


ensino-aprendizagem.
XIII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática
Ponta Grossa - PR, 02 a 04 de outubro de 2015
ISSN 2175 - 2044

Introdução
Neste trabalho são apresentados resultados referentes à Análise de Erros em
atividades diagnósticas aplicadas aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental - Escola
Municipal Coronel Durival Britto e Silva. Tal atividade diagnóstica foi elaborada pelos
alunos participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(PIBID) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), sobre orientação do coordenador
de área de Matemática de um dos subprojetos do PIBID/UFPR e pelo supervisor da
escola.
O objetivo da atividade foi o de avaliar o processo de ensino-aprendizagem,
tanto a aprendizagem dos alunos, como sugerir ações ao professor para suprir
necessidades dos estudantes em relação aos conceitos matemáticos. Para isto, no
referido nível do Ensino Fundamental, a atividade estava composta de questões
previamente selecionadas pelos alunos participantes do programa PIBID no qual
deveriam estar apropriadas para o nível de escolaridade dos alunos, ou seja, obter
questões de conteúdos do ano anterior ao ano que estão atualmente. Além disto, muitas
das questões continham, por exemplo, gráficos, imagens ou desenhos, para que os
estudantes pudessem interpretar esses elementos na resolução das questões.
Com a utilização destes elementos, evidenciaram-se os recursos relacionados à
Expressão Gráfica no ensino, que entendemos como

“[...] um campo de estudo que utiliza elementos de desenho, imagens,


modelos, materiais manipuláveis e recursos computacionais aplicados
às diversas áreas do conhecimento, com a finalidade de apresentar,
representar, exemplificar, aplicar, analisar, formalizar e visualizar
conceitos. Dessa forma, a expressão gráfica pode auxiliar na solução
de problemas, na transmissão de ideias, de concepções e de pontos de
vista relacionados a tais conceitos”. (GÓES, 2012, p. 53).

Como todo processo no PIBID, após a elaboração e seleção das questões, essas
foram avaliadas pela supervisora do PIBID na escola e demais professores da série
indicada e equipe pedagógica. Com a aprovação, realizamos a aplicação das atividades
nas aulas pelos professores de matemática da escola. A correção foi realizada pelos
alunos do PIBID, sob supervisão do coordenador e supervisor. Ao mesmo tempo em
que ocorria esta atividade na escola, na UFPR os alunos do PIBID participavam de
seminários de fundamentação teórica, com o intuito de realizar a análise das questões
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por meio da metodologia de Análise de Erros. Para isto, foi selecionado o livro “Análise
de Erros – O que podemos aprender com os erros dos alunos” da autora Helena
Noronha Cury. Durante a leitura se depararam com a metodologia de Análise do
Conteúdo de Laurence Bardin, que já haviam estudado no trabalho de Góes (2012)
sobre uma conceituação inicial de Expressão Gráfica.
Na metodologia de Análise de Conteúdo primeiramente foi realizada a
organização das questões na etapa da pré-análise, onde separamos e realizamos a leitura
das questões. Na sequência, houve a exploração do material e a criação das categorias
de análise. Por último realizamos a interpretação e ações com os resultados.
Assim, neste artigo analisaremos uma das questões contidas na atividade
diagnóstica, mostrando como a categorização ocorreu para a análise dos resultados.
Apresentamos a metodologia de Análise de Erros e de Análise do Conteúdo.
Com isso, este trabalho está organizado em quatro seções, incluindo esta
introdução. Na seção 2 “Fundamentação Teórica”, descrevemos a metodologia de
Análise de Erros apresentada por Cury (2007) e Análise de Conteúdo de Bardin (1977).
A questão que foi analisada, bem como a criação das categorias é apresentada na seção
3, ou seja, a metodologia da pesquisa. Por fim, na seção 4, realizamos as considerações
finais e indicamos ações que podem ser realizadas com esses resultados.

Fundamentação Teórica – Análise de Erros e Análise do Conteúdo


Uma das funções do PIBID é introduzir os alunos das licenciaturas na escola
para que possam vivenciar sua futura profissão. Desta forma, uma das metodologias que
precisam experimentar é a Análise de Erros em questões de matemática que, segundo
Cury (2007), é um processo de avaliação realizada pelos próprios docentes para
verificar a aprendizagem e as dificuldades enfrentadas pelos alunos.
Geralmente, em qualquer correção de provas ou trabalhos, os professores
costumam apontar os erros cometidos passando pelos acertos como se estes erros
fossem esperados, ou seja, o erro em uma avaliação revela se o processo, sob análise do
processo, foi suficiente para atender todos os alunos. Mas como afirma Cury (2007), o
que pode garantir que os acertos mostrem o que o aluno sabe? Ou, quem pode afirmar
que os erros apresentam apenas o que ele não sabe?
Por meio destas perguntas pode-se identificar que existe muito conhecimento
escondido, ou não visível, atrás de um acerto ou um erro do que podemos perceber.
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Muitas das produções feitas pelos alunos demonstram como eles pensam sobre tal
conteúdo, ou quais influências, para esta aprendizagem, ele trouxe a partir de sua
aprendizagem anterior. Desta forma, é possível trabalhar e analisar esses erros e acertos
o que traz para os professores e alunos a possibilidade de identificar como acontece a
adaptação do saber pelos estudantes. (CURY, 2007).
Ainda, Cury (2007), afirma que o processo de avaliação dos erros e organização
de classes para cada tipo torna mais fácil o processo da identificação dos principais
erros cometidos pelos alunos. Muitos desses erros apontam as principais dificuldades
que não foram esclarecidas durante o processo de ensino-aprendizagem no nível
anterior, informando e alertando os professores sobre a aprendizagem e as dificuldades
dos alunos durante o ensino da disciplina de Matemática.
Em sua obra, Cury (2007) apresenta um exemplo de análise por meio de
categorias, tendo como metodologia a Análise de Conteúdo. Esta metodologia também
é utilizada por Góes (2012) em seu trabalho que propõe uma definição para o campo de
estudos “Expressão Gráfica”, já citada na introdução deste artigo. Assim, a Análise de
Conteúdo é “um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”
(BARDIN, 1977, p. 38).
Esta metodologia fornece técnicas que são precisas para analisar textos e
documentos, na busca de informações não visíveis quando analisado apenas um dos
tópicos ou especificando um assunto do texto em que se quer pesquisar. Em nosso caso,
os textos analisados são questões de avaliação diagnóstica da disciplina de Matemática
do 6º ano.
A metodologia de proposta por Bardin (1977) é composta de três fases: pré-
análise, exploração do material e tratamento dos resultados. Na fase de pré-análise, há a
organização do material e sistematização do trabalho inicial, onde se realiza uma leitura
flutuante dos textos, com a finalidade de conhecê-los. Na sequência são escolhidos os
textos, em nosso caso, foi escolhida a questão a ser apresentada neste trabalho. Ainda
nesta fase há a preparação do material, onde verificamos que para realizar a análise era
preciso observar outras questões contidas na avaliação, pois estas se complementavam.
No final da fase de pré-análise são apresentados recortes dos textos que evidenciam
cada um dos temas observados.
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Feito isto, na fase de exploração do material, são realizadas categorização. Por


fim, ao final da metodologia há o tratamento dos resultados, sendo sugerida a utilização
de estatísticas como auxiliar para variedades de interpretação.
No entanto, além do proposto por Bardin (1977), utilizou-se também o
proposto por Góes (2012, p. 22), ou seja, a organização de “forma qualitativa,
favorecendo uma descrição densa e situada do material sob análise”.
Com isso, nossa metodologia de Análise de Erros, é descrita na seção a seguir.

Metodologia da Pesquisa
Todo o processo de análise de erros e criação das categorias foi realizado de
forma a encontrar conceitos não compreendidos pelos alunos. Isto leva os estudantes a
terem dificuldades em entender alguns conceitos, métodos de resolução,
desconhecimento de algoritmos e falta de interpretação. Assim, a Análise de Erros
utilizada como metodologia de pesquisa pode nos fornecer respostas verificando se os
alunos se apropriaram dos conteúdos, e também a metodologia de ensino dos
professores.
Como já comentado, a análise de erros cometidos pelos alunos foi desenvolvida
com base nas atividades aplicadas pelos alunos do PIBID. Esta análise teve a finalidade
de verificar a apropriação do conhecimento/conceito matemático pelos estudantes da
escola de Educação Básica, onde foram abordados conceitos de sistema de medidas,
propriedades dos números naturais, porcentagem, sistema decimal, operações com
números naturais e questões solução problema. Cabe ressaltar que estes conceitos
matemáticos se referiam aos estudados em anos anteriores cursados pelos alunos da
instituição parceira. Após a aplicação das atividades, estas foram entregues aos alunos
do PIBID, para que fossem realizadas a correção e análise das questões. Para isto, foi
explorado um exercício proposto da atividade diagnóstica aplicada aos 6º anos,
realizada por 101 alunos da Escola Municipal Coronel Durival Britto e Silva.
Tendo como base as definições de Bardin (1977) foram separadas as provas de
acordo com as respectivas turmas e em ordem alfabética. Realizada a correção de todas
as questões, escolheu-se a, após a primeira leitura/análise, uma questão para ser relatada
neste artigo.
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Inicialmente as atividades foram entregues aos alunos da escola, onde os


mesmos teriam que resolvê-la sem a ajuda do professor. Os alunos tiveram uma aula, ou
seja, 50 minutos para a resolução.
Dentre os conteúdos explorados nesta atividade diagnóstica, baseadas nas
Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Educação, Curitiba (2007/2008),
estão: Valor posicional, Medida de tempo, Medida de massa, Medida de Capacidade,
Representação do Espaço, Operações com Números Naturais, Operações com Números
Decimais, Estatística: Gráficos, Proporcionalidade, Medida da superfície: cálculo de
área, Representação Fracionária, Identificação de corpos redondos.
No entanto, após a correção decidiu-se analisar, neste trabalho, apenas a questão
cinco (Figura 01).

5) Calcule e responda:
a) Qual é a soma de 2386 com 991 b) Qual é a diferença entre 900 e 478
c) Qual é o quociente de 960 por 5 d) Qual é o produto de 37 e 17
Figura 01 – Questão 05 – Atividade Diagnóstica
Fonte: Os autores
A escolha desta questão buscou entender por que os erros foram cometidos e
onde estaria a dificuldade dos alunos. Dentro os resultados já verificados no início na
análise pode-se perceber que alguns dos alunos não sabiam o que significava o termo
“produto”, mas conheciam o algoritmo “multiplicação”.
A afirmação acima é esclarecida por meio da ilustração a seguir (Figuras 02 e
03), onde o aluno não calculou o produto, mas em outra questão da avaliação
diagnóstica, ele possuía total domínio do algoritmo da multiplicação.

Figura 02- Resolução da Atividade Diagnóstica - Questão 5- Aluno “A”


Fonte: Os autores
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Figura 03 - Resolução da Atividade Diagnóstica - Questão 6- Aluno “A”


Fonte: Os autores

Com isso, percebeu-se que para analisar os erros cometidos na questão


escolhida, era necessário analisar outras questões. A partir disso, buscamos métodos de
separar diferentes erros na questão, não somente com o desconhecimento de alguns
termos utilizados, mas também com erros de cálculo, falta de interpretação, dificuldade
de efetuar a montagem das contas, entre outras. No total foram definidas oito categorias
descritas a seguir, e justificadas por meio de recortes das resoluções dos alunos.

a) Categoria 1 - O aluno não resolveu a questão proposta;

Figura 04 – Exemplo da categoria 1 – Questão 05 – Aluno “B”


Fonte: Os autores

Pode ser observado que nesta categoria, cerca de 4,9% dos alunos não
resolveram a questão proposta.

b) Categoria 2 - O aluno não conhece o termo “produto”;

Figura 05 - Exemplo da categoria 2 - Questão 5 – Aluno “C”


Fonte: Os autores
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Nesta categoria têm-se um total de 34,6% dos alunos. Para análise foi necessário
verificar a questão 6, onde era solicitado realizar a multiplicação.

Figura 06 - Questão 6 – Aluno “C”


Fonte: Os autores

c) Categoria 3 - O aluno conhece os termos adição, subtração, quociente e produto,


mas errou os cálculos;

Figura 07 – Exemplo da categoria 3 - Questão 5 – Aluno “D”


Fonte: Os autores

Foi verificado que esta categoria foi a que mais se obteve erros, pois 82% dos
alunos conhecem tais algoritmos. No entanto, cometeram erros em algum dos cálculos.
Ainda, verificou-se que os erros mais frequentes ocorreram devido à desatenção ou por
motivo de não dominar a tabuada ou ainda por não realizar corretamente as operações
em questão.

d) Categoria 4 - O aluno não conhece o algoritmo para calcular o quociente;

Figura 08 - Exemplo da categoria 4 - Questão 5 – Aluno “E”


Fonte: Os autores
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Notou-se que 24,7% dos alunos não conhecem o algoritmo da divisão, visto que
na questão 6, como pode ser verificado na figura 09, em que o aluno conhece sabe
resolver o algoritmo da divisão.

Figura 09 - Questão 6 – Aluno “E”


Fonte: Os autores

e) Categoria 5 - O aluno não sabe a distinção entre soma e subtração;

Figura 10 - Exemplo da categoria 5 - Questão 5- Aluno “G”


Fonte: Os autores

Nesta categoria percebeu-se que 9,9% dos alunos utilizam as operações de


adição e subtração na mesma questão.

f) Categoria 6 - O aluno não soube efetuar corretamente o algoritmo;

Figura 11- Exemplo da categoria 6 - Questão 5- Aluno “H”


Fonte: Os autores
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Figura 12- Exemplo da categoria 6 - Questão 5 – Aluno “I”


Fonte: Os autores

Figura 13 - Exemplo da categoria 6 - Questão 5- Aluno “J”


Fonte: Os autores

Analisou-se que 1,98% dos alunos conhecem os termos adição, subtração,


quociente e produto. No entanto, não souberam efetuar corretamente o algoritmo.
Na Figura 11 observa-se que o aluno tem conhecimento do termo produto, mas
não efetuou corretamente o cálculo, já na Figura 12, verifica-se que o aluno conhece o
termo diferença, mas não efetuou de forma correta o cálculo. Na figura 13, nota-se que
o aluno resolve a unidade e a unidade de dezena corretamente, mas quando realiza o
cálculo da unidade de centena ao invés do aluno subtrair 8 de 4, ele simplesmente soma
8 e 4.

g) Categoria 7 - O aluno resolveu corretamente a questão proposta;


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Figura 14- Exemplo da categoria 7 - Questão 5- Aluno “K”


Fonte: Os autores

Figura 15- Exemplo da categoria 7 - Questão 5- Aluno “L”


Fonte: Os autores

Constatou-se que 3,9% dos alunos conseguiram atingir o objetivo da questão


proposta, ou seja, resolveram adequadamente a questão, compreendendo os termos:
soma, diferença, quociente e produto.

h) Categoria 8 - O aluno não conhece o algoritmo diferença;

Figura 16 - Exemplo da categoria 8 - Questão 5- Aluno “M”


Fonte: Os autores

Percebeu-se que 6,9% dos alunos não dominam o algoritmo diferença, como
pode ser observado na Figura 16, no qual o aluno conhece o algoritmo soma, mas não
conhece o algoritmo diferença ou não sabe realizar corretamente.
No quadro 01 é apresentada a quantidade de alunos por categoria.
Quadro 01 – Quantidade de alunos por categoria
CATEGORIA QUANTIDADE
1 – O aluno não resolveu a questão proposta 5
2 – O aluno não conhece o algoritmo da multiplicação 35
3 - O aluno conhece os termos adição, subtração, quociente e 83
produto, mas errou os cálculos
4 – O aluno não conhece o algoritmo da divisão 25
5 – O aluno não sabe a distinção entre soma e subtração 10
6 – O aluno não soube efetuar corretamente o algoritmo 2
7 – O aluno resolveu corretamente a questão proposta 4
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8 - O aluno não conhece o algoritmo diferença 7


TOTAL 171
Fonte: Os Autores

Pode-se notar que houve uma distinção entre o número total de alunos
classificados nas categorias apresentadas e entre o número total de alunos que
resolveram a atividade diagnóstica. Isto ocorreu, pois durante a correção das atividades
diagnósticas e a exploração das mesmas, alguns alunos se classificaram em mais de uma
categoria.
Em síntese, a análise de erros demonstrou que a maior dificuldade dos alunos
está na interpretação do enunciado, bem como o conhecimento e a dificuldade em
desenvolver as operações matemáticas básicas como adição, subtração, multiplicação e
divisão analisado neste artigo, e ainda, o conhecimento de termos semelhantes, como
pode ser observado durante a correção das atividades, em que grande parte dos alunos
não conhece o termo produto, mas sabe desenvolver o algoritmo da multiplicação.

Considerações Finais
Com esta atividade de Análise de Erros, após a classificação de cada resolução
verificou-se que alguns alunos conseguiram atingir o objetivo, ou seja, solucionar a
questão proposta. No entanto, foi constatado que grande parte dos alunos apresentou
dificuldade em interpretar o solicitado pelo enunciado ou não sabiam o conteúdo ou,
ainda, desconheciam alguns algoritmos e termos matemáticos, como quociente e
produto, por exemplo. Notou-se também que teve aluno que não resolveu a questão
proposta. O uso da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, com ênfase em
análise de erros como metodologia de ensino, com a retomada dos conceitos não
apropriados, pode ajudar os alunos a compreender suas dificuldades.
Dentre as ações que podem ocorrer a partir desta análise é o professor retomar
esses conteúdos que foram avaliados, incluindo-os em conteúdos que estão sendo
trabalhados no momento, ou ainda, expor com alunos os erros que surgiam durante a
atividade diagnóstica.
Assim, com essa atividade de Análise de Erros no processo de ensino-
aprendizagem de Matemática, constatamos que os professores de matemática precisam
propor mais exercícios interpretativos, atividades que envolvam diferentes operações
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matemáticas, que explorem mais termos matemáticos semelhantes, como produto e


quociente, por exemplo, bem como retomar conceitos fundamentais.
Quanto aos alunos do PIBID/UFPR que aplicaram e analisaram a atividade,
estes consideraram:
“uma grande experiência na qual através de atividades diagnósticas
desenvolvidas, tivemos a oportunidade de explorar as respostas dos alunos e visualizar
quais são as maiores dificuldades e quais são os erros que ainda estão sendo
praticados pelos alunos que deveriam avançar para o próximo ano. Ainda, verificamos
a origem dos obstáculos que muitas vezes impedem que o professor aprofunde o
conteúdo ou, além disso, construa um novo conceito matemático.”

REFERÊNCIAS

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Edições 70, LDA. Lisboa/Portugal, 1977.

CURITIBA. Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Educação -


2007/2008. Curitiba/PR, 2007.

CURY, Helena Noronha. Análise de Erros – O que podemos aprender com os erros
dos alunos. Editora Autêntica. Belo Horizonte/MG, 2007.

GÓES, Heliza Colaço. Expressão Gráfica: Esboço de conceituação. Dissertação


(Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática).
Universidade Federal do Paraná. Curitiba/PR, 2012.

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