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REPORTAGEM

Numa aldeia de Lamego ou no Centro


Ismailita de Lisboa, estes voluntários
da JMJ querem derrubar qualquer
fronteira
MATILDE FIESCHI

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Há vários meses — até anos — que muitos voluntários trabalham pelo


país e fora dele para a realização desta Jornada Mundial da Juventude. O
que os move? A comunidade, a curiosidade e, claro, a fé.

Cristiana Faria Moreira


8 de Julho de 2023, 7:26

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O
primeiro pensamento que surgiu na cabeça de Maciel Filipe quando começou a “febre” da Jornada Mundial da
Juventude ( JMJ) foi “não estar em Lisboa”. “Íamos para o Alentejo. Das multidões, eu fujo delas.” Mas no meio
dessa ideia quase definitiva, surgiu um convite inesperado: e se, durante uns meses, fossem morar e “gerir” o
espaço que acolheria os voluntários estrangeiros que vinham uns meses mais cedo para ajudar na preparação da JMJ?

Mais uma vez, um rotundo não era a resposta assente. Mas, bem vistas as coisas, porque não?

Quando deram por si, Maciel e a mulher, Ana João, estavam a aceitar o convite que o padre Duarte da Cunha, da
paróquia de Santa Joana Princesa, em Lisboa, e que os dois costumam frequentar, lhes fizera. E a deixar a sua casa em
Alvalade e a gerir um negócio de produção de azeite a partir do enorme e belíssimo Convento de Nossa Senhora da
Conceição do Monte Olivete (ou Recolhimento do Grilo), no Beato. Tornou-se a casa deste casal, mas transformou-se
também num lar para pessoas do Brasil, do México, do Panamá, de Itália e de França, da Guatemala ou da Venezuela.

e Nossa Senhora da Conceição do Monte Olivete (ou Recolhimento do Grilo) foi construído ainda antes do Terramoto de 1755 e
TILDE FIESCHI

Mal se passa a antiga portaria conventual, impõe-se uma longa escadaria de pedra polida, ladeada por azulejos azuis e
brancos, com representações campestres. “Aproveitem este espectáculo”, aconselha Maciel, de 60 anos.

Este convento setecentista, que sobreviveu ao Terramoto de 1755, estava há muito fechado. Quando ali entraram pela
primeira vez, não acreditavam que fosse possível tornar o espaço habitável. Havia lixo acumulado, os jardins interiores
onde hoje fazem churrascos e aproveitam o sol eram um acumulado de entulho. Parecia impossível tornar o espaço
acolhedor, mas, depois do trabalho das equipas da JMJ, tornou-se mesmo “um lar para os voluntários".

“Ainda hoje esteve cá o Sr. Fernando, que é aqui o nosso faz-tudo, a dar um jeito ali na cozinha. É mesmo como viver
numa casa, uma casa diferente, grande, muito grande”, repara Ana João, de 55 anos.

Neste convento, muito próximo ao “quartel-general” da JMJ, cabem até 40 voluntários. Por agora, estão lá dez. Mas
mais chegarão, e há mais camas de campanha disponíveis se for necessário.

Por ali, a missão é “criar um ambiente comunitário". "Aqui temos as refeições e as orações comunitárias, encontramo-
nos, falamos, divertimo-nos”, conta Ana João. Já foram, todos juntos, ao Santuário de Fátima, celebraram os santos
populares com uma sardinhada. Levam amigos lá a casa e reúnem-se à volta de uma imponente mesa de madeira.
“Tenta-se aqui criar um ambiente de família, com um objectivo muito concreto: criar memórias.”

“Aqui não somos propriamente pais e filhos, mas é quase como se fôssemos”, diz Maciel. “É giro chegar ao fim do dia e
ouvi-los a contar o que se passou, as coisas melhores, as coisas menos boas, as saudades de casa, as ligações. No outro
dia estava a chegar e um deles estava a falar com a mãe. E disse, ‘Ó mãe, deixa-me apresentar-te a minha mãe de cá’”,
recorda Ana João.

MATILDE FIESCHI MATILDE FIESCHI

Maciel e Ana não têm filhos, mas ganharam ali laços que acreditam que ficarão para a vida. “De repente, somos
testemunhas da generosidade de voluntários vindos de várias partes do mundo. Eles vêm para Portugal, deixam os
seus trabalhos, às vezes têm dificuldade para conseguir juntar dinheiro para comprar o bilhete de avião, para ficarem a
trabalhar na JMJ”, repara Maciel.

A fé e a generosidade
É assim em todas as JMJ. Os voluntários (https://www.publico.pt/2023/04/23/sociedade/noticia/falta-terco-30-mil-
voluntarios-necessarios-jmj-aconteca-2047067) são um dos grandes alicerces do evento. Garantem alojamento e
alimentação para milhares de peregrinos, tratam da comunicação no site e nas redes sociais. São essenciais para
manter a organização. E ajudam a derrubar muitas fronteiras — religiosas, culturais, linguísticas.

Para Lisboa, inscreveram-se 22.282 voluntários de 143 países. A maioria chegará apenas na semana anterior ao
encontro, embora haja muitos que estão já a trabalhar há vários meses — até anos.

É uma generosidade, que, assumem Maciel e Ana João, os impressiona. “Quando se juntam crentes e se vive a fé nessa
comunidade, o sentimento que aparece, o relacionamento que se constrói, tem aromas e sabores diferentes. E é esse
encontro com o outro que nos torna mais humanos. O que faz as pessoas permanecerem, é este sentido comunitário”,
diz o voluntário.

capacidade para acolher 40 voluntários ou até mais, se for necessário MATILDE FIESCHI

É pela comunidade, pelos amigos que faz pelo caminho que Germán Arturo volta a cada edição. “Há pessoas que
conheci no Rio de Janeiro, há dez anos, e reencontrámo-nos na JMJ seguinte. Conhecer o Papa acaba por ficar para
segundo plano porque o voluntariado é ajudar os peregrinos, garantir que estão bem”, diz o professor universitário de
42 anos.
Foi no Brasil, em 2013, que participou pela primeira vez numa JMJ, logo como voluntário. “O meu trabalho era fazer e
entregar os pequenos-almoços aos peregrinos. Levantava-me às cinco da manhã para preparar e entregar tudo até às
9h, 10h.” E nem chegou a ver o Papa Francisco — que sucedera a Bento XVI há escassos meses — porque os eventos
acabaram deslocalizados por causa da chuva. “Não havia forma de chegar, era muita gente. Eu estava numa ponta da
cidade e ele noutra. Não cheguei a ver o Papa, a não ser pela televisão”, ri-se.

Germán está a trabalhar na área do design gráfico na sede da JMJ, no Beato MARIA ABRANCHES/ARQUIVO

Ao Rio de Janeiro seguiu-se Cracóvia, e foi também voluntário “virtual” no Panamá na comunicação, mas nem chegou
a ir ao encontro. “Em cada JMJ, a experiência é totalmente diferente. No Brasil, por exemplo, fui acolhido por uma
família. Então, pude viver a experiência como um local, com a família, com comida feita em casa. Na Polónia, convivi
com muito mais gente porque fiquei num pavilhão desportivo. Mas estás, de alguma forma, sozinho porque compras a
tua própria comida. E agora cá, num seminário [dos Olivais]. Nunca tinha estado num seminário. Está tudo
organizado, temos pequeno-almoço, refeições”, reflecte Germán.

Por agora, sente-se bem acolhido em Lisboa, uma cidade nova que acaba de conhecer. “Nos poucos dias em que cá
estou já conheço muita gente. E isso é o mais bonito.”
Lisboa recebeu 22.282 inscrições de voluntários de 143 países MATILDE FIESCHI

"Porque não estarmos ao lado dos nossos irmãos católicos?"


A menos de um mês para o arranque da JMJ, todas as mãos são poucas para cumprir a missão de ter um milhão de kits
pronto para os peregrinos nas próximas semanas. Por isso, num pavilhão em Setúbal, montou-se uma linha de
montagem: mochila verde, garrafa de água reutilizável embrulhada numa T-shirt, terço. “É uma festa cada vez que se
faz uma palete de mil kits”, ri-se Salima Nizarali, muçulmana ismailita de 46 anos, que respondeu ao apelo da
organização, que precisava de mãos para montar estes kits.

Ainda que isso surpreenda alguns. “Ainda no outro dia, estava à minha frente uma rapariga que me perguntou: 'Tu és
de que paróquia?' E eu disse-lhe: ‘De nenhuma, sou muçulmana.’” A jovem, também voluntária, ficou surpreendida.
Salima compreende, ainda que ache que esta é também uma oportunidade para que “as pessoas conheçam os
muçulmanos e não ouçam só falar de muçulmanos na televisão de formas menos simpáticas”.

Faz questão de fazer parte. "Quero ajudar para que corra bem. Sei que vai ser um momento intenso, com muita gente.
Nós tivemos há alguns anos o nosso momento ismailita [o jubileu de diamante do príncipe Aga Khan], numa
proporção ínfima em relação ao que vai acontecer aqui com o Papa. Éramos 50 mil e tínhamos cinco mil voluntários.
Aqui, estamos a falar de um milhão de pessoas”, conta Salima, que será também uma das chefes de equipas de
voluntários durante a JMJ.

Deste armazém de Setúbal onde se montam os kits até ao Centro Ismaili de Lisboa, Alida Castro só tem uma resposta à
questão do porquê de uma comunidade muçulmana se querer juntar a um evento visto como tradicionalmente
católico. “E porque não? Somos todos portugueses. E temos um orgulho enorme em que isto esteja a acontecer aqui. O
facto de haver esta mescla de religiões a participar como voluntários — até como peregrinos… O Papa pediu este
encontro para os jovens. Mas também diz que não é só para os jovens católicos. Acho que as pessoas têm um enorme
respeito pelo Santo Padre e não tem que ver com professar a religião católica”, diz Alida, muçulmana ismailita de 62
anos, que tem marido e filhos católicos. É voluntária na JMJ e coordenadora do Ismaili Civic, um projecto global da
comunidade isamailita que visa organizar iniciativas ligadas ao voluntariado.

Samir confessa que não sabia bem o que era a JMJ antes de saber que seria em Portugal, mas adora “falar e conhecer
pessoas” e de “estar sempre a fazer coisas”, não tinha outra coisa a fazer: inscreveu-se como voluntário e é um dos 220
que responderam ao apelo da comunidade para participar no evento. “Achei que era uma óptima oportunidade para
nós jovens, como ismailitas (https://www.publico.pt/2016/04/10/sociedade/noticia/ismailitas-a-elite-muculmana-da-
diplomacia-e-dos-negocios-1728365), participarmos. Vamos poder estar com gente de todo o mundo, vamos conseguir
ter experiências que se calhar nunca mais vamos ter na nossa vida. E isto é muito enriquecedor para um jovem que
está a crescer agora”, diz Samir Ali, de 17 anos.

azem parte dos cerca de 220 voluntários que a comunidade ismailita RUI GAUDÊNCIO

Por agora, ainda não sabe qual será a sua tarefa. Como ainda não tem 18 anos, talvez fique a ajudar na paróquia de S.
Tomás de Aquino, ali vizinha, com quem a comunidade está também a colaborar. Ou então ajudar nas actividades que
o centro tem programadas no âmbito da JMJ: no dia 31 de Julho haverá um concerto, e na primeira semana de Agosto
serão feitas visitas guiadas ao centro, no âmbito do “roteiro dos percursos espirituais”, que contemplará ainda uma
visita à mesquita, à sinagoga, ao templo hindu, além de igrejas de Lisboa, enquadra Faizal Ali, porta-voz do centro
ismailita.
Além disso, haverá no centro dois salões para que os voluntários possam pernoitar, com capacidade para albergar 300
a 400 jovens. “Porque não estarmos ao lado dos nossos irmãos católicos? Estamos prontos para ajudar no que for
necessário.”

"A fé não pode nunca ser fechada"


O padre Nuno Teixeira reconhece bem o sentido comunitário da JMJ. “A expressão 'católica', etimologicamente,
significa 'universal'. Sendo um movimento e um encontro católicos, não é fechado. Nem pode ser, porque a fé não
pode nunca ser fechada. É um convite e uma experiência de abertura a outras posturas na fé, na vida”, considera o
pároco de São Julião da Barra, em Oeiras.

Teixeira já esteve em várias edições da JMJ NUNO FERREIRA SANTOS

Já participou em várias JMJ pelo mundo e tem uma infinidade de histórias para contar. Como quando, no Brasil, um
jovem português peregrino se sentiu mal e “uma família muito humilde” lhes ofereceu a sua casa para que tivessem
um bocadinho mais de conforto do que na escola onde estavam a pernoitar. “Era uma família muito pobre, mas que
mesmo assim abriu as portas de casa para que ficássemos num sofazinho, tivéssemos água fresca e uma refeição. Isso
foi muito bonito.”
Ou até quando no meio de uma multidão e de um calor insuportável, nas ruas de Paris, não conseguiu reencontrar-se
com o seu grupo e ficou “perdido” na cidade. “Eram centenas de milhares de pessoas a sair debaixo de um calor
horrível. Não sabia ir para casa, só sabia o nome da estação de comboio e não havia telemóveis, estava ainda tudo a
começar. E neste desespero, viro-me para a pessoa que estava ao meu lado, muito preocupado, e pergunto: ‘Como é
que eu faço para ir para Nanterre?’” De repente, Paris tornou-se pequena. “Eu estou a reconhecê-lo. O senhor foi
acolhido pela família que mora ao lado da minha casa", responderam-lhe. "Com certeza a mão de Deus esteve ali por
trás.”

“Apesar da diferença cultural, social, económica, de tantas e tantas diferenças, estamos ali uma semana em que
partilhamos essa proximidade e esse triunfo da fraternidade universal. E isso, para mim, é extremamente consolador”,
partilha o padre Nuno Teixeira.

Agora é tempo de receber. Por ali, vão ser acolhidos quatro, cinco mil peregrinos. “Temos cerca de 230 voluntários
inscritos, temos 202 famílias de acolhimento, temos 82 ministros da comunhão que vão ajudar a servir a comunhão
nas duas missas da Jornada”, diz o pároco.

Também ele já se disponibilizou para ajudar nas confissões. Como, além de português, fala espanhol, inglês, um pouco
de francês e de italiano, a língua não será uma barreira. “Já confessei nas outras jornadas. Sempre que posso,
participo.”

O padre Nuno Teixeira não espera que na JMJ se faça “um grande retiro, uma grande experiência de profundidade
espiritual". "Pode ser que aconteça, com certeza, mas o que eu busco é esta alegria de vivermos juntos a mesma fé.”
O padre Nuno já se inscreveu para fazer confissões no Parque do Perdão, nos confessionários que foram construídos por reclusos NUNO FERREIRA
SANTOS

“Mostrar-lhes como é a vida numa pequena aldeia”


Em Lamego, há muito que se prepara o evento, porque, para esta terra do Douro, a semana da pré-jornada será o
ponto alto da celebração. A Avões, uma pequena freguesia com 500 habitantes, deverão chegar algumas dezenas de
jovens franceses na última semana de Julho. Nesta preparação, Ricardo Fonseca recua muitas vezes a 2005 e aos dias
que passou em Colónia, na Alemanha, na JMJ.

“Sinceramente, foi algo muito novo. Eu pensava que era um evento grande, não tinha ideia de que era mundial, de que
havia tantos jovens de vários sítios. Sentimo-nos parte de algo que é superior a nós. É algo muito único”, conta o
jovem, que na altura, tinha 16 anos.

É, como diz, um lugar para todos. As várias línguas, mesmo para quem não as domina, deixam de ser uma barreira.
“Estamos todos na mesma página. É muito bom ver que não há nenhuma barreira religiosa, nem cultural, nem
linguística. Ali arranja-se forma de estarmos todos envolvidos.”

Agora é a vez de retribuir. Ricardo vive no Porto há 16 anos, mas todos os fins-de-semana volta “a casa”. E com uma JMJ
em solo nacional, jamais perderia a oportunidade de ajudar os jovens da freguesia a viverem o evento. “Somos de uma
pequena aldeia. E eu vi isto como uma chance de levarmos mais jovens a ter essa oportunidade que vai ser única.”
Ricardo Fonseca vive há 16 anos no Porto, mas todos os fins-de-semana volta a Avões. Está a ajudar na recepção de jovens peregrinos franceses e o
grupo de jovens da terra que irá a Lisboa MANUEL ROBERTO

Os últimos tempos têm sido stressantes para garantir que tudo está pronto, quer para os jovens franceses peregrinos
que ali vão ficar na semana anterior à JMJ, quer para o grupo da paróquia que vai até Lisboa. “Aqui só se ganham duas
coisas: noites mal dormidas e a sensação de realização, que é superior a tudo. Só o facto de no dia 1 de Agosto ir dizer
adeus a um bom grupo de jovens, para mim, é suficiente. Vão viver algo que sei que vai ficar na memória deles. E isso
para mim é uma recompensa enorme."

Ricardo nem sequer irá a Lisboa, mas antes porá uma semana de férias do trabalho de consultor para acolher os cerca
de 50 jovens franceses que chegarão a Avões e a Penajóia. “Para nós, é muita gente. Eles ficam cá cinco dias e
queremos dar-lhes um bocadinho de nós, da nossa cultura”, diz Ricardo. E mostrar-lhes como se vive numa típica
aldeia do Douro, passar-lhes a “riqueza religiosa, cultural e gastronómica". "Se em casa se come sopa às oito horas da
manhã, eles vão comer sopa às oito horas da manhã. A ideia é seguir o ritmo da casa."

Isilda Pinto já abriu as suas portas para receber os jovens. “Eu abdico do meu quarto e os meus filhos também abdicam
do deles. Estou muito contente por recebê-los”, diz Isilda, de 52 anos. Não hesitou um segundo, porque, para ela, é
uma espécie de retribuição. Quer que eles cheguem às suas terras tão felizes como quando a filha voltou da JMJ de
Madrid, há dez anos. "Ela adorou!"

A língua, diz, não será uma barreira. Isilda “arranha” o francês. “Mas se fosse outra nacionalidade, não era por isso
que me ia atrapalhar. A gente fala por gestos.”

Por agora, pensa num plano sobre o que gostaria de fazer com os seus peregrinos. O almoço de domingo, farto e mais
“caprichado”, não poderá faltar. Gostava de os levar à Régua, passear pelo Douro. “Quem vem a Lamego e não
conhece lá em baixo o Douro é como ir a Roma e não ver o Papa”, ri-se. “Estamos a pensar nesses pormenores para
podermos mesmo mostrar o que é a nossa vida diária. Quero mostrar realmente o que somos. Tentar fazê-los sentir-se
bem como fizeram sentir a minha filha.”

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