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No tempo em que vivemos, onde a violência e a desigualdade na sociedade

prevalecem, é imperativo que todos atentem e cuidem de quem mais precisa, lutando
em conjunto contra a pobreza, a solidão e o sofrimento foi no seguimento deste
pensamento que em 19 de junho de 2002, foi criado o CASA (Centro de Apoio ao Sem
Abrigo), fruto da iniciativa e inspiração do Presidente Honorário Pema Wangyal
Rinpoche.

O esforço conjunto dos nossos 1703 voluntários nesta instituição particular de


solidariedade social, que constituem do CASA, bem como o apoio de todos os
parceiros, permitiu dar uma resposta diária às 1998 pessoas em situação de Sem
Abrigo e um total de 6844 utentes ajudados em território nacional, através das 10
delegações espalhadas pelo território de Portugal, sendo a sede em Lisboa.

Sob o ponto de vista organizacional, o CASA tem uma identidade muito bem
definida, tendo como visão atingir um mundo em que todos possamos ser livres de
sofrimento, e das respetivas causas, de forma a contribuir para satisfazer as
necessidades básicas de cada um nomeadamente, a alimentação e vestuário.

A missão desta organização passa por dar apoio aos mais vulneráveis e
àqueles que se encontram em situação de sem abrigo, através da promoção de ações
de solidariedade social. Para o efeito, o CASA disponibiliza serviços de reintegração
social para qualquer indivíduo, independentemente do estrato social, etnia, religião ou
género.

Comparação dos dados de 2019 com 2020:


De acordo com os Relatórios e Contas do Centro de Apoio ao Sem Abrigo, dos
anos de 2019 e 2020, é possível afirmar que há uma discrepância entre os valores dos
dois anos, nas dez diferentes regiões do continente, salientando a evolução do
número total de utentes apoiados no ano de 2020, em contexto pandémico, que sofreu
um aumento decorrente dos pedidos de ajuda, devido a perdas de emprego, e
consequente pioria das condições de vida de algumas pessoas.

O ano de 2020 apresentou-se como um ano atípico e diferente de tudo o que


até ao momento se esperava. A situação pandémica mundial do COVID-19, não sendo
diferente em Portugal, levou a que no intuito de assumir a missão e continuar a
mesma, a que fosse necessária a reinvenção na forma de trabalhar. Os constantes
estados de emergência que foram determinados no país, com confinamentos
prolongados, impossibilitando algumas pessoas de se deslocar, as novas formas de
trabalho com o teletrabalho e outras formas de comunicação não presenciais, com o
intuito de podermos em conjunto conter a propagação do vírus, reduzindo contactos,
levou a uma diminuição presencial dos recursos humanos disponíveis para o trabalho,
tanto voluntariado como contratado. No entanto as necessidades da população não
diminui, pelo contrário houve um aumento nos pedidos de ajuda, devido a perdas de
emprego, e consequente pioria das condições de vida de algumas pessoas.

Impacto do COVID no CASA

Durante a pandemia, o número de utentes ajudados pelo CASA aumentou


drasticamente. Antes do COVID distribuíam-se em média 400 refeições diárias em
Lisboa, sendo que agora quase que duplicou, com um total de 700 refeições por dia.
As alturas mais árduas são sem dúvida os períodos de confinamento total. Nos
momentos em que a economia volta a abrir, ainda é possível para as pessoas com
mais dificuldade de se sustentarem minimamente, mas basta os restaurantes e as
lojas fecharem para ser fácil ir parar à rua. Quando tudo para, ficam sem qualquer tipo
de apoio.
Mas felizmente, Lisboa não foi indiferente a nenhuma destas situações. A
Câmara de Lisboa, junto com um certo número de empresas privadas viram o que
estava a acontecer e reforçaram o apoio a esta associação. A estagnação dos voos e
do encerramento das escolas, por exemplo, fez com que um grande stock de
alimentos como a comida dos aviões ou das cantinas deixasse de ser utilizado e
pudesse encontrar uma nova vida no Centro de Apoio ao Sem Abrigo. Surgiu uma
onda de solidariedade espontânea! As pessoas não queriam deixar de contribuir. A
atividade no CASA reajustou-se, mas não desapareceu: Aqueles que não podiam
contribuir presencialmente tornaram-se doadores de dinheiro e a presença destes foi
rapidamente substituída por voluntários que, por terem deixado de poder exercer as
suas profissões devido à pandemia, decidiram ajudar. Portanto, felizmente é possível
afirmar que o COVID não deixou o CASA ir abaixo!

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