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BIM – Building
Information Modeling
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO 05
METODOLOGIA APLICADA ÀS COMUNIDADES TÉCNICAS 06
1 DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE TÉCNICA 12
2 PROCESSOS DE IMPLEMENTAÇÃO DO BIM 21
Indicadores BIM
Estratégias de implantação sob a ótica de proprietários
Estratégias de implantação sob a ótica de construtoras e incorporadoras
Estratégias de implantação sob a ótica de projetistas
4 BIBLIOTECAS BIM 42
O que são bibliotecas BIM?
Benchmarking Hilti
Mapeamento sobre bibliotecas BIM
8 PROJETO DE INOVAÇÃO 54
Contextualização
O plano de execução BIM
Metodologia de análise dos BEPS
3
Resultados da análise
Proposição
Principais contribuições do projeto de inovação
CRÉDITOS 70
Co-autores
Equipe CTE enredes
4
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
APRESENTAÇÃO
Composta por 110 empresas, com representantes de todos os elos da cadeia produtiva,
a RCDI+S vem aprimorando sua forma de aglutinar visões e gerar conhecimento, amplifi-
cando ainda mais o engajamento e o poder de transformação do trabalho coletivo.
Entre essas comunidades está a que se debruçou sobre o BIM (Building Information
Modeling), um tema que se consolida como o novo paradigma de avanço e digitalização
do setor da construção. Ao longo de oito meses, o grupo percorreu uma trilha consistente
de conceitos e práticas visando acelerar e ampliar o uso da modelagem da informação
da construção em suas empresas.
Este e-book é um dos produtos desta jornada, que também tem a ambição de estender
conhecimento à toda a sociedade.
Que as próximas páginas sirvam de referência e inspiração para o uso cada vez mais
consolidado do BIM pelas companhias. Mais do que uma tecnologia, essa nova forma
de trabalhar pode elevar a confiabilidade de projetos, planejamento, controle de obras e
operação dos edifícios, impulsionando a produtividade e a sustentabilidade, diminuindo
custos e riscos envolvidos.
Roberto de Souza
CEO CTE
5
METODOLOGIA APLICADA ÀS COMUNIDADES
TÉCNICAS
As Comunidades Técnicas são grupos exclu- para promover o crescimento das empresas,
sivos de profissionais de empresas que desenvolver projetos de inovação e gerar
compõem a RCDI+S. Seu objetivo é com- conteúdo para o setor da construção civil.
partilhar conhecimento técnico específico
EMPRESAS PARTICIPANTES
6
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
7
Comunidade Técnica
Absorve conhecimento dos
especialistas e colegas e
deve compartilhar as
experiências vividas
em sua empresa
Deve compartilhar os
aprendizados com a
empresa
Empresa
Multiplicador
Para cada Comunidade Técnica foi dese- Buscando mais assertividade na escolha dos
nhada uma jornada contemplando oito assuntos e, principalmente, na forma de abor-
encontros virtuais, realizados no decorrer de dá-los, foi realizada uma pesquisa junto aos
oito meses. Para desenhar a trilha a ser per- membros da Comunidade, mais detalhada no
corrida e definir quais temas eram os mais capítulo 1 deste e-book. A ideia foi mapear
pertinentes, as Comunidades contaram com o estágio de conhecimento e das práticas
um time de embaixadores, profissionais com já realizadas pelas empresas sobre cada
visão inovadora e especialistas nos temas assunto proposto, contemplando a etapa 1
em questão. da metodologia da Comunidade Técnica.
Com isso, foi possível privilegiar temas que, na visão das companhias, têm
alta relevância. Também conseguimos ajustar a abordagem, de modo a
estarmos mais alinhados ao nível de conhecimento dos participantes sobre o
assunto e ao estágio de implantação das empresas”.
Mariana Watanabe, consultora de Inovação e Tecnologia no CTE enredes
e, também, facilitadora na Comunidade Técnica.
8
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Combinando o olhar dos embaixadores e a radiografia apresentada pela pesquisa, foi desenhado o
roadmap que conduziu o trabalho da CT.
INÍCIO 1 2 3
Processo de Bibliotecas BIM Gestão das
implantação BIM informações do
modelo BIM
6 5 4
BIM na gestão de Conceitos gerais sobre BIM e lean
custos e na troc de informações e construction
orçamentação sua relação com a ISO
19.650
7
Apresentação do projeto
de inovação e síntese
dos encontros
9
OBJETIVOS DAS COMUNIDADES TÉCNICAS:
OBJETIVOS DAS COMUNIDADES TÉCNICAS:
+ DE 60
46
PROFISSIONAIS
EMPRESAS
ENVOLVIDOS
9
16
PALESTRANTES
FORMADAS
HORAS DE DEBATES
E CONVERSAS
10
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
11
1 - DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE TÉCNICA
O diagnóstico realizado no primeiro encontro com relação com relação ao BIM. Para tanto,
da Comunidade Técnica teve como objetivo foram analisadas as seguintes subtemáticas:
principal analisar a relevância dos temas e
o nível de conhecimento dos participantes
Lean Construction
Segurança Ocupacional
Gestão e Manutenção
12
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
2
Empresas de consultoria
7 23
Incorporadoras
Projetistas
e construtoras
4%
12,5%
3
Fundos de
investimento, 5% 41%
administradoras
e contratantes
25%
14
Fabricantes 12,5%
7
Empresas fornecedoras
de serviços ou tecnologia
13
O diagnóstico foi dividido em cinco seções:
Escala de 1 a 5
Levantamento da relevância,
implantação e conhecimento das
sub temáticas atreladas às
Comunidade Técnica BIM
Questão dissertativa
Identificação das dores
empresariais que podem gerar
oportunidades de inovação em
implementação do BIM
14
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
PRINCIPAIS RESULTADOS
Número de respostas
15
A qualidade em projeto e produto (75,4%) mostram-se os principais motivos de implan-
e aumento da produtividade global (65,6%) tação da temática pelas empresas.
11,5% 9,8%
29,5% 26,2% 65,6% 75,4%
Número de respostas
16
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Estimativa de Custos e
Orçamentação 4,4
Simulação de desempenho
(estrutural, ambiental e energética) 3,4
1 2 3 4 5
17
GRÁFICO 4: QUAIS DAS ESTRATÉGIAS SUPRACITADAS ESTÃO
Gráfico 4: Quais das
IMPLANTADAS estratégias
NA SUA EMPRESA?supracitadas estão implantadas na sua
empresa?
Estimativa de Custos e
Orçamentação 2,2
Simulação de desempenho
(estrutural, ambiental e energética) 1,8
1 2 3 4 5
Geração e manutenção do
modelo de informação 3,3
Estimativa de Custos e
Orçamentação 2,9
Simulação de desempenho
(estrutural, ambiental e energética) 2,3
1 2 3 4 5
18
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Escolha apropriada de
sistemas de entrega 24 40%
Alinhamento entre as finalidades
do projeto e os objetivos de 31 51,7%
implementação do BIM
Gestão de mudanças e riscos
em relação aos projetos 16 26,7%
trazidos para o BIM
Cultura organizacional alinhada 19 31,7%
ao BIM sobre a temática
Planos e objetivos bem
definidos para implementação 28 46,7%
do BIM
19
Diante das ações realizadas pelas empre- A partir do diagnóstico, conforme gráfico 7 a
sas para implantação de BIM, observa-se a cultura empresarial não alinhada ao assunto
ênfase em alinhamento entre as finalidades e a falta de capacitação do corpo técnico
do projeto e os objetivos de implementação para implementação do tema lideram as
do BIM, planos e objetivos bem definidos maiores dificuldades para implementar BIM
para implementação do BIM, infraestrutura de escala urbana.
tecnológica e suporte financeiro. Observa-se
ainda um número expressivo de empresas
que ainda não implantaram BIM (25%)
Falta de reconhecimento do
cliente e do mercado 18 30%
Baixa oferta de soluções
pela cadeia produtiva da 21 35%
construção
20
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
A ausência de
padronização de
modelos e
informações
Falta de maturidade
BIM por parte de Bibliotecas BIM
projetistas
Incompatibilidade
entre disciplinas
21
2 - PROCESSOS DE IMPLEMENTAÇÃO DO BIM
Indicadores BIM
IMPLANTAR ≠ IMPLEMENTAR
Muitas vezes utilizadas como sinônimos, implantação e implementação têm significados
distintos. Utiliza-se implementar quando associado ao planejamento da ação e
implantar quando associado à ação de implantação em si, ao pensamento estratégico
desta ação ou mensuração desta ação. Desta forma encontra-se no texto: processo de
implementação do BIM, a implantação do BIM, estratégias de implantação do BIM, níveis
de implantação do BIM.
22
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
JORNADADE
JORNADA DEIMPLEMENTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO BIMBIM
◗ Ganhos de eficiência
com a adoção do BIM
ETAPA 4 –
Implantação
do BIM
ETAPA 3 –
Desenho de novos
processos
ETAPA 5 –
Revisão do projeto
e disseminação e
integração no
◗ Adoção do o BIM em três plano estratégico
projetos diferentes
◗ Formação do pessoal e
das partes interessadas
◗ Melhoria das ◗ Produção de estratégias
capacidades de toda detalhadas
a empresa
◗ Adaptação dos mapas de
◗ Documentação e processos e incorporação de
integração de processos procedimentos lean
e procedimentos
◗ Identificação de indicadores
◗ Sustentação de novos chave de desempenho
produtos e ofertas de
processamento ◗ Documentação do plano de
implementação do BIM
◗ Avaliação e divulgação do
projeto.
Fonte: Arayici et al. (2010)
23
Conforme o diagnóstico realizado no pri- Ao longo de uma jornada de implementação
meiro encontro da Comunidade Técnica, mui- do BIM, um momento crítico é alinhar as van-
tas das empresas que compõem o grupo já tagens e os ganhos obtidos com os usos do
executam esse processo de implementação modelo e os objetivos do negócio. Pesqui-
do BIM, dando destaque a planos de imple- sadores da Penn State (EUA) destacam 21
mentação e ao alinhamento com os objeti- usos possíveis do modelo organizados por
vos da empresa. fase do projeto.
USOS DO BIM
USOS DO BIM
Validação de Códigos
Coordenação Espacial 3D
Planejamento de Utilização
Planejamento de Controle 3D
Projeto do Sist. Construção
Fabricação Digital
Modelagem de Registros
Planejamento de Manutenção
Principais usos do BIM
Análise do Sist. de Construção
Usos secundários Gestão de Ativos
Plan. Contra Desastres
Gerenc. Espaços/ Rastreamt.
24
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
A lista de usos do modelo da Penn State deve com construtoras que atuam em áreas não
ser uma referência para as empresas toma- sujeitas a tais limitações.
rem decisões e transformarem suas práticas.
Após esse diagnóstico, parte-se para a defini-
Uma aplicação muito comum do BIM é para ção sobre quais são as ferramentas necessá-
planejamento de obra. Um dos ganhos possí- rias (plataforma de modelagem, ferramenta
veis desse uso é ter um canteiro de obras oti- de planejamento, etc.) e as competências
mizado. Se a construtora tem obras em áreas requeridas para viabilizar a implementação.
urbanas ocupadas, onde há restrições de O passo seguinte é a atualização dos mapas
espaço e de logística, esse uso do BIM trará de processos dos usos do BIM que serão
ganhos importantes. O mesmo não ocorre adotados
Imagem: www.freepik.com
25
INDICADORES BIM
Outro ponto importante ao longo da jornada justificar e orientar todo o esforço realizado
de implementação do BIM é a realização de pela companhia.
mensurações. Elas são necessárias para
Horas de homens
Desenvolvimento gastas por projeto
de habilidades e
conhecimento Velocidade de
dos funcionários desenvolvimento
Investimento em
BIM
Licitações
ganhas TI por unidade de
receita
Melhor arquitetura —
Quantas tomadas de
decisões foram realizadas
Produto melhor — com a modelagem da informação?
Redução de conflitos,
menos erros, menos custos
de seguros profissionais
26
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Após levantar quais são os critérios que associadas à maturidade BIM, algumas
precisam ser mensurados, os autores do pagas e outras gratuitas.
estudo inglês listaram diversas ferramentas
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Atividades relacionadas ao estabelecimento da visão
Estratégia organizacional, objetivos de longo prazo e abordagem da gestão
do conhecimento e desenvolvimento de negócios. Estes podem ser
relacionados ao BIM e não relacionados ao BIM.
27
Benefícios BIM: mensuração das vantagens e ganhos obtidos com a
modelagem da informação
Em uma trilha complexa como é a implemen- caminho fica mais assertivo e menos tortuoso
tação do BIM, dispor de um protocolo claro e quando são identificados previamente os bene-
consistente faz toda a diferença entre obter fícios desejados associados ao uso do modelo.
os resultados esperados e a frustração. O
28
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Ricardo Bianca, Sr. technical sales specia- Afinal, ao longo de um ciclo de vida de um
list na Autodesk, discorreu sobre a visão empreendimento, os maiores custos estão
dos proprietários e incorporadores, que são relacionados à operação e à manutenção.
quem financia o empreendimento e realizam Os projetos respondem por apenas 5% des-
as primeiras contratações de projetistas e ses custos, enquanto a construção consome
da construtora. Em algumas situações, os cerca de 20%.
Melhorou sua Produziu melhores Melhorou sua Melhorou sua Melhorou sua
capacidade de documentos de capacidade de capacidade de capacidade de
participar do construção planejar a gerenciar o compreender o
processo de projeto construção escopo do projeto
projeto
Fonte: Adaptado de Dodge Data Analytics
29
Se por um lado não há dúvidas quanto aos sobre como implementar a modelagem da
benefícios proporcionados pelo BIM, por informação da construção de modo a trazer
outro ainda existem muitos questionamentos tais vantagens competitivas de fato.
BIM Mandate
Conforme definição do BIM Dictionary, o BIM Mandate é um conjunto de
requisitos de troca e entrega de informações estipulados por uma autoridade
reconhecida. Esses requisitos de informações incluem o uso obrigatório de
ferramentas e fluxos de trabalho. O BIM Mandate é como chamamos a exigência
de um processo BIM por parte de um contratante público (ou privado). Ele
formaliza e detalha tal exigência.
30
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
31
ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO SOB A ÓTICA DE
CONSTRUTORAS
Projeto Detalhado
Projeto Análise
Conceitual
Documentação
Programação
Fabricação
Retrofit
Construção 4D/5D
Operação e Logística de
manutenção construção
Demolição
Priscila Castro, gerente BIM na Sinco Enge- definição importante diz respeito à qual
nharia, expôs a visão do construtor sobre a fase do desenvolvimento vamos trabalhar
modelagem da informação da construção, com a modelagem da informação da constru-
apresentando estratégias para as constru- ção”, disse Castro.
toras serem bem-sucedidas na empreitada
É fundamental, ainda, a definição do BIM Exe-
de implementação de uma plataforma tão
cution Plan (BEP) com diretrizes e critérios
disruptiva.
para implantar a modelagem da informação
Para a incorporação, o alinhamento entre em um projeto específico. O BEP define, por
todas as partes envolvidas é fundamental exemplo, quais serão os usos do modelo,
para evitar frustrações. Como contratante, as responsabilidades durante o desenvolvi-
é preciso deixar claro ao projetista quais mento de projeto, marcos e entregas, como
são e como devem ser os entregáveis. Isso será a coordenação, os softwares a serem
precisa estar alinhado em contrato. “Outra utilizados, entre outros aspectos.
32
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Não existe receita de bolo pronta. Cada empreendimento tem seu desafio”.
Priscila Castro, gerente BIM na Sinco Engenharia.
Há três chaves
para o sucesso de Garantir infraestrutura de TI
um implementação condizente com os objetivos
almejados;
BIM em uma
construtora:
33
Priscila Castro apresentou o seguinte checklist de implantação do BIM por construtoras:
Onde a empresa Qual a meta de Qual produto ela Para quais usos a
quer chegar? utilização do BIM pretende entregar? empresa preten-
para a empresa? de usar BIM?
34
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Em uma jornada inicial com o BIM, o escritório precisa, ainda, tratar de duas áreas paralelas:
Na etapa de projeto, há uma série de usos como base. “Há uma série de usos que estão
que começam a se tornar mais comuns no surgindo e acabam gerando um potencial
mercado, além de aplicações usuais, como para novos negócios pensando em um escri-
a concepção, uso de modelos para ajudar a tório de projeto. Já há projetistas atentos a
comunicação do projeto com partes interes- essas possibilidades, incorporando novos
sadas, compatibilização e revisão. Entre elas, usos para o BIM para oferecer serviços adi-
Delatorre destaca o projeto generativo, o uso cionais que podem ser do interesse de incor-
de realidade aumentada e as simulações de poradores e construtores”, disse Delatorre.
conforto térmico e de energia tendo o modelo
35
Projeto generativo — Combina o projeto paramétrico à inteligência artificial. Ele
fundamenta-se na exploração de alternativas de projeto derivadas de certos
pressupostos definidos pelo projetista, em resposta a um dado objetivo. Na prática, o
arquiteto/designer define parâmetros, enquanto o software realiza as simulações e a
modelagem, permitindo criar múltiplas soluções simultaneamente.
36
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Planejar
Mapeamento de processos, definição de diretrizes de
modelagem e questões de coordenação técnica para evitar
os .
Fazer
Procedimentos de modelagem, documentos de boas
práticas e coordenação do trabalho colaborativo. O BIM
muda drasticamente a forma de trabalhar no escritório. Se
antes tínhamos vários arquitetos, cada um trabalhando em
um arquivo, agora temos vários arquitetos trabalhando em
um único modelo.
Checar
Inclui controles internos e de .
Agir
Fechando o ciclo, existe, ainda, um momento para
comunicar, corrigir, documentar e capacitar a equipe.
37
Para garantir um processo evolutivo do usos do modelo para definir o nível de deta-
modelo, o escritório planeja com rigor as lhe que será atingido em cada etapa e qual
diretrizes de modelagem. Há, inclusive, uma informação será extraída.
planilha de diretrizes de modelagem com
Uma prática importante diz respeito à segre-
uma EAP interna que se conecta com as
gação dos modelos, que estão cada vez maio-
EAPs das construtoras visando maior velo-
res e carregados de informação. Isso garante
cidade na troca de informações. Também
que os modelos rodem com velocidade nas
são realizadas padronizações de parâmetros
máquinas do escritório e seja possível a troca
para a construção de objetos. Com tudo isso,
de informações entre os projetistas. Para
o escritório consegue organizar as infor-
diminuir clashes e retrabalhos, outra prática
mações do modelo de forma rápida, tanto
recomendada com relação à coordenação
para verificação, quanto para extração de
técnica, é determinar as diretrizes de modela-
informações.
gem ainda nas fases preliminares com todos
A coordenação da modelagem geralmente é os projetistas
feita a partir de um plano de execução BIM.
Nesse momento, são definidos escopo e
38
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
BENCHMARKING MPD
A MPD iniciou sua jornada BIM em 2013. outras disciplinas, como paisagismo, decora-
Desde 2019, a construtora e incorporadora ção, piscina e irrigação. Mas, infelizmente, o
utiliza a modelagem para, entre outras apli- mercado ainda não tem tal grau de maturi-
cações, desenvolver planos de ataque. Mais dade. Nem todos os projetistas possuem uma
recentemente, a empresa passou a associar visão da construção virtual ou entendimento
o uso do BIM com o lean construction (cons- sobre a importância de se pensar em defini-
trução enxuta) e a outras tecnologias aces- ções antecipadas”, destacou Lígia Pires.
sórias, como o laser scaning para a produção
Para diminuir falhas de comunicação, um
de as built.
cuidado fundamental é o alinhamento de
Como ocorre em outras construtoras, a ges- entregáveis e prazo. Visando a confiabilidade
tão da informação é um aspecto crítico para e qualidade dos nesse processo, a MPD se
a MPD. Para tratar desse tema, o primeiro apoia em alguns documentos, como o BIM
ponto diz respeito às disciplinas que são Mandate, que determina os padrões de mode-
trabalhadas com BIM. Atualmente a cons- lagem da construtora, e o Plano de Execução
trutora consegue projetos BIM para arquite- BIM (PEB) para cada empreendimento, que
tura, estrutura, vedações e sistemas prediais visa deixar claras as condições antes da con-
(hidráulica, elétrica, iluminação e ar condicio- tratação dos projetistas.
nado). “Gostaríamos de estender o uso para
39
A MPD verifica a qualidade dos entregáveis por amostragem. A empresa também traba-
durante o uso do modelo através da extração lha com processos de auditoria automati-
de quantitativos e de verificações pontuais zada do modelo.
BENCHMARKING MRV
Já a MRV iniciou a sua jornada de implemen- model e code checking”. Diferente de outras
tação BIM em 2015. Desde então, já são 900 companhias que preferiram partir para o
projetos modelados e 15 obras com a mode- Open BIM, a MRV optou por determinar o uso
lagem da informação da construção conec- de ferramentas específicas e capacitar todo
tada à filosofia lean construction. o seu ecossistema para trabalhar de uma
única forma.
Um dos pilares do BIM na MRV é um núcleo
interno que conduz a implementação para o Entre as iniciativas adotadas para garantir a
processo de projetos como um todo, e não qualidade dos entregáveis está a criação de
com foco em um único empreendimento. A um template para cada disciplina de projeto
empresa olha para o processo de modela- com configurações básicas pré-definidas. A
gem, estruturação dos modelos, informações empresa criou, também, um processo para
que precisam ser inseridas, processos de disponibilizar sua biblioteca de objetos aos
análise e de colaboração, automações e os projetistas.
40
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Na MRV, cada disciplina possui um BIM Man- Todos esses cuidados visam adicionar flui-
date que rege a estruturação do modelo e dez aos diversos usos do modelo dentro da
as informações que devem ser inseridas. A MRV. Um deles é para as áreas de orçamento
companhia também desenvolveu um manual e suprimentos. Outro uso do BIM é para o pla-
de boas práticas para direcionar o projetista nejamento 4D, em sinergia com o lean cons-
para o uso da ferramenta, em alinhamento truction, com foco em facilitar a visualização
com os seus processos. do planejamento.
A construtora vem apostando no desen- Há, ainda, o uso da modelagem no canteiro
volvimento de automações com mais de de obras. Para isso, foi criada a estrutura de
50 plugins para modelagem e mais de 130 um modelo federado condizente com o pro-
itens para model e code checking. Outra ini- cesso de modelagem, com visões diferentes
ciativa que vem adquirindo grande propor- para facilitar o acesso no canteiro. Além de
ção na construtora são as auditorias BIM. fatiar o modelo federado para torná-lo mais
Mensalmente todos os projetos concluídos acessível aos dispositivos móveis, o BIM é
são submetidos à verificação com checklist aproveitado para a confecção de pranchas
pré-determinados por disciplina. O objetivo é multidisciplinares que são impressas para
analisar a consistência do modelo para uso fácil visualização por todos no canteiro.
nas fases de orçamento e obra.
41
4 - BIBLIOTECAS BIM
TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:
42
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
É necessário olhar para o conteúdo BIM também como uma ferramenta de relacio-
namento com o cliente e de conversão, complementar aos catálogos físicos. Hoje, é
mais fácil um produto ser especificado quando o fornecedor oferece conteúdo BIM. A
biblioteca, portanto, tornou-se uma ferramenta de vendas.
BENCHMARKING HILTI
O relacionamento com o cliente é um impul- é uma fase de adaptação para muitos players
sionador para o desenvolvimento da biblio- do mercado. O papel como fornecedor é tra-
teca BIM na Hilti do Brasil, comentou a espe- zer esse apoio.
cialista BIM, Giovanna Marquioreto.
A multinacional europeia trabalha com a oti-
A empresa disponibiliza objetos BIM para
mização de projetos nas áreas em que atua,
alguns produtos de seu portfólio, como
por exemplo, suporte para instalações. Mui-
linhas para ancoragens, sistemas de instala-
tas vezes essa fixação não é planejada, mas
ção e suportes, além de linhas corta-fogo. A
definida em obra. Com a otimização de pro-
empresa também trabalha com plug-ins para
jetos, consegue-se reduzir pontos de anco-
fazer a inserção direta do objeto no software
ragem e, consequentemente, diminuir o con-
de modelagem.
sumo de material, o tempo de execução, além
O cliente tem a opção de trabalhar com atri- de facilitar futuras manutenções. O trabalho
butos e editar famílias. Ele também pode inclui a entrega de relatórios de engenharia,
utilizar a equipe de engenharia da Hilti para memoriais de cálculo, plantas de distribuição
atender suas necessidades específicas. Essa e de execução, bem como listas de materiais.
43
GIOVANNA MARQUIORETO — É especialista BIM em
coordenação de projetos de selagem corta-fogo e de suportes
modulares na Hilti. Graduada em Engenharia Civil, é pós-
graduanda em BIM Manager pela PUC-MG.
A Comunidade Técnica realizou, entre seus membros, uma pesquisa com foco nas
bibliotecas BIM desenvolvidas e/ou utilizadas pelas empresas do grupo. O objetivo foi
entender como essas companhias estão aproveitando esse conteúdo.
O trabalho mostrou que, no grupo, são três os principais usos das bibliotecas de
fornecedores:
. Desenvolvimento
Desenvolvimento dede projetos
projetos
Extração
Extraçãode quantitativos
de quantitativos
Especificação
Especificação dede materiais
materiais
O diagnóstico também contou com questionamentos sobre a demanda para incluir, nos
objetos, informações associadas à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575). Para
quase metade do grupo (48%) esse é um atributo importante.
Outro dado coletado foi a de que o uso das bibliotecas está principalmente relacionado
a duas disciplinas: modelagem de arquitetura e estruturas. A evolução da adoção das
bibliotecas acompanha o processo de evolução do BIM, que ainda é mais aproveitado
na etapa de desenvolvimento de projetos e menos em pré-construção e manutenção.
44
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
O que é Lean?
SmartLeanBIM
BIM Lean
O BIM é uma plataforma com potencial catali- Ao mesmo tempo, qualquer empresa que
zador para a implementação do lean. A meto- esteja considerando a implementação dos
dologia enxuta permite a metodologia enxuta princípios lean, tem muito a ganhar conside-
permite obter melhoras no desempenho BIM. rando o uso do BIM.
45
As aplicações do Lean + BIM podem aconte- o BIM agrega facilidade de visualização e a
cer em diferentes etapas do desenvolvimento análise de compatibilidade das disciplinas.
de um empreendimento. Já o lean permite incorporar conceitos como
engenharia simultânea e simulação de cená-
Uma delas é na etapa de projetos, em ses-
rios para apoiar o projeto conceitual.
sões de desenho colaborativo. Nesses casos,
Outra aplicação ocorre na fase de plane- no detalhe para a execução dos serviços,
jamento e controle. É possível alavancar incluindo aspectos logísticos. Nesse sentido,
ganhos conectando ferramentas como visu- uma gestão BIM-Lean pode promover uma
alização de fluxo contínuo e linha de balanço melhora significativa nesse fluxo de trabalho.
com um projeto mais colaborativo, conec- O modelo BIM pode ajudar a dar mais visi-
tado ao BIM 4D. bilidade e gerar simulações, enquanto que o
lean oferece as ferramentas adequadas para
O combo de BIM com a filosofia lean também
reduzir perdas e maximizar resultados.
pode amplificar os benefícios da modelagem
para estudo e planejamento da logística do Deve-se levar em conta a importância de se
canteiro. Em obras industriais, considera-se considerar o propósito, um princípio valioso
para lean, na hora de utilizar o BIM e outras
que aproximadamente 30% do tempo é gasto
tecnologias. Importante estar entre aspas.
com logística. Ferramentas lean, como a pro-
“É buscar identificar e entender o problema
dução de kits, combinadas ao modelo 3D,
a resolver, utilizar metodologias ágeis e, só
oferecem oportunidades importantes para a
então implantar tecnologias de acordo com
diminuição desse desperdício.
as necessidades e o grau de maturidade da
Muito da ineficiência nos canteiros de obras empresa, de forma a agregar valor, efetiva-
é decorrente da falta de um planejamento mente”, pontuou Renato Mariz.
46
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
47
6 - CONCEITOS GERAIS SOBRE TROCA DE
INFORMAÇÕES E A SUA RELAÇÃO COM
A ISO 19.650
Para auxiliar o processo de gestão da infor- 2018, que trata da organização e da digitali-
mação, tão crítico para o sucesso das apli- zação de informação no BIM.
cações BIM, foi criada a norma ISO 19.650:
48
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
EIR
De troca de informações (EIR)
— Compila todas essas informações e esclarece o método
como essas informações serão inseridas ao longo do
projeto para gerar os modelos de projeto e de gestão
do ativo.
49
Os requisitos de troca de informações deta- Uma vez que o contratante estabelece tais
lham os aspectos comerciais, gerenciais e requisitos, ele começa a detalhar outros itens.
técnicos da produção da informação do pro- Por exemplo, qual é o nível de informação
jeto. Eles falam sobre os formatos de informa- requerido para cada um desses requisitos?
ção, métodos de produção e procedimentos. Na sequência, ele também define os mar-
cos de entrega e pontos-chave de decisão.
A ISO 19.650 foi criada para dar ao contra- Antes do contratado ou potencial contratado
tante suporte para que ele defina quais são começar a desenvolver o Plano de Execução
os requisitos e como vai ser o ambiente onde BIM pré-contratual, o contratante define tudo
os contratados vão gerar e entregar a infor- o que ele vai precisar que seja atendido no
mação. A norma cita dois momentos. O pri- contrato. O objetivo é permitir ao contratante
meiro é quando o contratante se estrutura equalizar as propostas. Após isso, esse docu-
para abrir a concorrência ou a licitação. O mento é consolidado com o PEB do projeto
segundo ocorre quando o contratante define em si. A norma, assim, busca esclarecer as
quais são os requisitos da organização, do questões entre as partes para que o processo
ativo e do projeto. flua corretamente.
“A ISO se volta muito para um processo lici- Delatorre. Eles apresentaram aos multiplica-
tatório. Por isso, temos discutido na AsBEA dores da CT, jornadas de contrato desenha-
(Associação Brasileira dos Escritórios de das pelo comitê de contratos da AsBEA que
Arquitetura) o que seria uma aplicação devem integrar o próximo Guia de Contratos
dessa norma voltada para o mercado imobili- publicado pela entidade.
ário”, comentaram Anderson Zanutto e Joyce
JORNADA DE CONTRATO
TERMO DE REFERÊNCIA/CARTA CONVITE
NÃO
Análise e alinhamento
Solicitação de das propostas: Contratação Alinhamento entre as ALTERAÇÕES DE Sequência da
(Projetistas e partes interessadas Gestão do
propostas técnicas ● Custo/ Nivel de
contrato
ESCOPO E/OU OBJETIVOS gestão do
e comerciais maturidade BIM consultores) sobre o desenvolvi- DO BIM? contrato
● Experiencia
mento do projeto
SIM
50
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Quando o assunto é BIM, uma das aplicações Trata-se de uma estimativa com bases con-
mais interessantes para as construtoras é no ceituais sólidas, com robusto suporte teórico
apoio à elaboração de orçamentos. e de engenharia.
O orçamento oferece uma fotografia finan-
ceira da obra em um determinado momento.
Conceitua- Manutenção
ção e Monito-
Concep- Licitação e Comissio- Uso e ramento Descomis-
Verificação Projeto Construção
ção Viabilidade Contratação namento Operação sionamento
Cost Estimation
51
Se eu deixo para fazer essa alteração na etapa de operação, como
manutenção preventiva, o custo é 25 vezes maior. A pior situação é quando
a mudança acontece como manutenção corretiva. Nesses casos, o custo da
alteração é 125 vezes maior”.
Priscila Castro, gerente BIM na Sinco Engenharia.
O BIM tem entre suas características adian- e orçamentos antes, durante e após a obra.
tar a tomada de decisão, por ele, como indi- Para a viabilidade do empreendimento, o BIM
cado acima. P ermite que a equipe de projeto é utilizado para subsidiar a compra do ter-
identifique os impactos de custo de suas reno. Ainda no estudo preliminar, o modelo
mudanças durante todas as fases do projeto. contribui na participação de concorrências.
Isso pode ajudar a conter estouros excessi- Já na fase de projeto, ele suporta a elabora-
vos no orçamento devido a modificações. ção do orçamento executivo, importante para
Na Sinco, a modelagem da informação da a contratação de terceiros.
construção apoia a elaboração de estimativas
DESAFIOS
Fonte:Priscila
Fonte: Priscila Castro
Castro
52
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Com uma cultura forte de inovação e indus- tenha ciência da necessidade de mudar para
trialização, a Tecverde também tem o BIM obter vantagens como maior precisão nos
intrincado em muitos de seus processos. levantamentos, redução de erros de interpre-
Para levantamento de quantitativos, porém, tação e melhor a transferência de informação
a construtora ainda utiliza ferramentas entre os setores da empresa.
tradicionais.
Segundo Felipe Biffi, uma oportunidade em
“Como a empresa recebe muitos projetos de potencial do BIM é a possibilidade de explo-
incorporadores em CAD, migrar para o BIM rar diferentes estratégias de design para atin-
é um processo difícil, embora a companhia gir um padrão de custo a ser perseguido.
53
8 - PROJETO DE INOVAÇÃO
Contextualização
Resultados da Análise
Proposição
CONTEXTUALIZAÇÃO
A Comunidade Técnica (CT) de BIM percor- do grupo a necessidade de maior padroniza-
reu, ao longo de oito meses, uma trilha que ção na modelagem da informação e a valo-
incluiu diversos debates e palestras con- rização do compartilhamento de boas práti-
ceituais sobre a implantação do BIM. Além cas e benchmarking entre empresas. Desta
disso, foi incentivada a realização de um forma, o projeto de inovação da CT de BIM
projeto de inovação compartilhada entre os encaminhou-se pela proposição da estrutu-
participantes, considerando as dores identifi- ração de BEP alinhado à NBR ISO 19650:2
cadas entre as empresas. (ABNT, 2022) considerando as boas práticas
da comunidade e agregando melhoramentos
O projeto de inovação desenvolvido visa,
a partir de guias internacionais. Justifica-se a
assim, perpetuar a jornada da Comunidade
ênfase no Plano de Execução BIM. pois este
Técnica e criar propostas compartilhadas
reflete os Requisitos de Informação na apli-
que solucionem gargalos do setor, buscando
cação do BIM num empreendimento, respon-
a implementação de inovação prática nas
dendo ao desejo de maior padronização na
empresas.
modelagem de informação da comunidade.
No decorrer dos encontros e debates, ficou
claro para os embaixadores e multiplicadores
Segundo Messner et al (2019), um Plano de BIM para a equipe seguir ao longo do pro-
Execução BIM (BIM Execution Plan - BEP) jeto, construção ou operação de um ativo
descreve a visão geral de implementação do construído.
55
Ainda segundo Messner et al. (2019) os benefícios trazidos pelo BEP são:
BEP
Fornecimento de
uma base para Descrição dos
medição do progresso. recursos e
competências
requeridas
Informação aos
futuros envolvidos
Definição de uma linguagem
de contrato garantindo
cumprimento das obrigações
56
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
São propostos mapas de processos asso- à ISO 19650:2 dos três principais guias bra-
ciados aos usos do BIM e modelos de plani- sileiros para BEPs (ANDI 2017; SBEA, 2015;
lhas detalhando a troca de informações. As PARANÁ, 2918) e verificaram que eles trazem
planilhas associam os componentes de um contribuições significativas em relação ao
modelo de informação, segundo a estrutura conteúdo do BEP; entretanto, atendem par-
analítica de projeto, com os usos do BIM, res- cialmente as diretrizes da norma. As sim-
ponsáveis pela informação e a especificação plificações adotadas pelos guias e cader-
de Nível de Desenvolvimento segundo o BIM nos no que se refere ao BEP poderão
Forum. dificultar o processo de implementação
dos requisitos apontados pela ISO 19650-
Messner et al. (2019) é uma das referências
2:2018 nesse sentido, caso esses materiais
internacionais principais sobre BEP e passa
sejam utilizados. Isso se dá, pois a norma
a ser complementado pela publicação da ISO
traz uma estrutura robusta e elaborada para
19650:2 (ISO, 2018). Com a publicação da
o gerenciamento da informação, o que certa-
NBR ISO 19650:2 (ABNT, 2022), o objetivo e
mente precisará ser contemplado no BEP do
a estruturação de um BEP ganha status de
empreendimento (PEINADO; PRATES; RUS-
recomendação por norma e tende a ganhar
CHEL, 2021, p. 8).
tração em adoção nacional. Peinado, Prates
e Ruschel (2021) analisaram o alinhamento
57
A NBR ISO 19.650:1 define uma equipe de entrega de um empreendimento como a contratada
e suas subcontratadas, sendo que:
O tamanho e a estrutura
de cada equipe de entrega Diversas equipes
são uma resposta à escala de entrega podem
e complexidade das ser contratadas Uma equipe de entrega
atividades de projeto, simultaneamente ou pode ser montada por
construção, operação e/ou sequencialmente para uma subcontratada
gestão de um ativo. realizar atividades ligadas ao invés da contratada.
ao empreendimento;
58
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
59
METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS BEPS
Foi realizado um benchmarking dos BEPs 19.650:2 (Quadro 1). A análise permitiu
praticados pelas empresas da CT-BIM. Os realizar uma proposição de reordenação da
BEPs foram avaliados buscando alinha- prática atual complementada com novos
mento com as recomendações da NBR ISO encaminhamentos.
BEPs
Coleta dos BEPs praticados na CTBIM;
60
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
RESULTADOS DA ANÁLISE
O primeiro passo do delineamento resultou por dois pesquisadores e confrontada para
numa amostra de estudo de 8 BEPs. A codi- a obtenção de convergência de compressão
ficação e pontuação do segundo passo do gerando uma codificação e pontuação única.
delineamento foi realizada separadamente
RESULTADOS
Pontuação versus Empresa
PONTUAÇÃO VERSUS EMPRESA
Empresa A 2,0
Empresa B 2,2
Empresa C 1,9
Empresa D 0,9
Empresa E 1,7
Empresa F 1,4
Empresa G 0,3
Empresa H 0,9
PONTUAÇÃO
3,0
2,50 2,45
2,0
1,70
1,56 1,56
1,40
1,33
1,25
1,13 1,10
1,00
1,0
0,67
0,56
0,38
0,00
0,0
A B1 B2 B3 B4 C D E1 E2 E3 E4 F1 F2 F3 G
61
PROPOSIÇÃO
A partir dos BEPs analisados e dos pré-re- é parcial, podendo haver outros capítulos
quisitos da NBR ISO 19.650:2, buscou-se, em como por exemplo Introdução e Objetivo
conjunto com os multiplicadores e embaixa- do Empreendimento, entre outros. Ainda
dores da Comunidade Técnica, levantar os lembramos que o BEP pré-contratual deve
requisitos mínimos que devem estar conti- vir acompanhado de um sumário da avalia-
dos na estruturação de Plano de Execução ção de competência e capacidade, plano de
BIM pré-contratual. mobilização e avaliação de riscos da entrega
de informação em resposta a uma licitação,
Sugere-se, nessa proposição, uma estrutura
não abordados neste projeto. Desta forma, a
básica para os capítulos do documento,
presente proposta configura-se apenas como
seguindo a ordenação conforme a NBR ISO
uma estrutura de referência às empresas
19650, considerando que essa padronização
que estão iniciando a elaboração ou reestru-
pode auxiliar na identificação dos itens que
turando seus Planos de Execução BIM, sem
atendem os requisitos da norma e facilitar a
a pretensão de esgotar ou limitar o tema no
análise comparativa entre os PEBs. Em cada
presente conteúdo.
capítulo sugerido, descreve-se o objetivo da
seção conforme a norma e exemplifica-se o Os itens A-G de composição de um BEP de
tipo de conteúdo que deve ser inserido, com pré-contratação (Quadro 1) são abaixo apre-
base no benchmarking dos BEPs analisados sentados como capítulos de um BEP e foram
e os guias do UK BIM Framework Guidance numerados de 1 a 7. Sugere-se a manuten-
(https://www.ukbimframework.org/). Entre- ção dos títulos quando aplicados no BEP de
tanto, destaca-se que a estrutura sugerida um empreendimento.
62
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
disciplina
empresa
nome
telefone de contato
currículo do profissional
63
CAPÍTULO 2: ESTRATÉGIA DE ENTREGA DA
INFORMAÇÃO DA EQUIPE DE ENTREGA
Objetivo 2.1: A abordagem da equipe de entrega para atender aos requisitos de troca
da informação da contratante.
Descrição do item: Sugere-se criar tabela com informações do projeto, tal como nome
do empreendimento, nome do cliente, endereço do empreendimento, tipo de uso, área
do terreno, área construída, número total de unidades e outras informações pertinen-
tes sobre o empreendimento. Recomenda-se listar os objetivos da modelagem para
o empreendimento. A partir disso, pode-se criar uma tabela ou uma listagem de itens
que indique a descrição dos objetivos gerais e específicos do empreendimento. Esses
objetivos podem ser associados aos usos do BIM.
Fonte: Benchmarking dos BEPs analisados.
64
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
CAPÍTULO 3: FEDERAÇÃO
Descrição do item: Recomenda-se criar uma tabela com o nome dos responsáveis, os
usos do BIM e modelos associados à cada responsável. Dessa forma, essa matriz deve
listar todos os modelos atrelados a usos específicos ou disciplina e estipular uma parte
responsável e a entrega exigida para cada uso. Por exemplo, os guias do UK BIM Fra-
mework indicam que para o uso custo, as entregas associadas a esse modelo seriam a
ordem das estimativas de custo e planos de custo e a parte responsável seria o respon-
sável pelo levantamento de quantidades.
Fonte: Benchmarking dos BEPs analisados, UK BIM Framework (2021) e ISO 19650 Guidance F: Information
delivery planning.
65
CAPÍTULO 5: MÉTODOS E PROCEDIMENTOS DE PRODUÇÃO
DA INFORMAÇÃO DO PROJETO DA EQUIPE DE ENTREGA
66
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
Exemplo: Sugere-se criar uma tabela com os campos disciplinas, usos BIM, disciplina,
uso, software e versão, e especificações de infraestrutura requerida de hardware, tal
como especificações técnicas de computador.
67
PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO DE INOVAÇÃO
A partir do exposto, os trabalhos desenvolvidos na Comunidade Técnica puderam contri-
buir com o setor da construção civil a partir de três entregáveis principais:
Análise crítica dos Planos de Execução BIM das empresas que participaram
do trabalho;
BEP
BEP
BEP Proposição de PEB a todas as empresas do setor da construção civil, configu-
rando-se como uma compensação inicial de alinhamento de BEPs à NBR ISO
19650.
Dentre
BEP os benefícios da proposição de PEB desenvolvido na Comunidade Técnica, pode-
-se listar:
68
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
REFERÊNCIAS
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESCRITÓRIOS ISO 19650-2:2018. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO
DE ARQUITETURA. Guia AsBEA Boas Práticas DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMU-
em BIM. Agosto, 2015. NICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO, 3., 2021. Anais
[...]. Porto Alegre: ANTAC, 2021. p. 1–9. DOI:
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Unido: UK BIM Framework, 2022.
rement
UK BIM FRAMEWORK. Information manage-
MESSNER, J., ANUMBA, C., DUBLER, C.,
ment according to BS EN ISO 19650 – Gui-
GOODMAN, S., KASPRZAK, C., KREIDER, R.,
dance Part C – Facilitating the CDE (workflow
LEICHT, R., SALUJA, C., AND ZIKIC, N. BIM
and technical solutions). 3. Edição. Reino
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PARANÁ. SECRETARIA DO ESTADO DE INFRA-
ESTRUTURA E LOGÍSTICA. Caderno BIM: UK BIM FRAMEWORK. Information manage-
coletânea de cadernos orientativos: caderno ment according to BS EN ISO 19650 – Gui-
de especificações técnicas para contratação dance Part F – Information delivery planning. 2.
e projetos em BIM –Edificações. Curitiba: Edição. Reino Unido: UK BIM Framework, 2022
69
CRÉDITOS
CO-AUTORES
PALESTRANTES
André Pinheiro, Coordenador de BIM na MRV
Anderson Zanutto, Sócio na Kröner & Zanutto Arquitetos
Giovanna Marquioreto, Especialista BIM na Hilti
Ligia Pires, Especialista BIM na MPD
Renato Mariz, Gerente de Projetos no Lean Institute Brasil
MULTIPLICADORES
Alessandro Frederico, Analista de Arquitetura na Leroy Merlin
Aline Zini, Engenheira de P&D na Visia
Ana Luiza Yokoo, Arquiteta de Produtos na MPD
Ana Paula Beckhauser, Analista de Engenharia Plena na BN Engenharia
Andreia Cristina Barros, Coordenador Planejamento Técnico na Tarjab
Arnaldo Lima, Design Management, Sustentabilidade e Bem Estar na Edo Rocha Arquiteturas
Arthur Feitosa Oliveira, Diretor Executivo na Otus Engenharia
Augusto Sergio Marques, Supervisor da Assistência Técnica na OR
Bruno Buzzi, Product Owner na Senior Mega
Carina Mazzini Rodrigues, Arquiteta na MCAA
70
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
71
Mario Augusto Mancuso Jorge, BIM Specialist na Tools Engenharia
Mario Antonio Junior, Analista de Estruturas na Urbem
Matheus Fontana Torre, BIM Manager na RM Mais
Mônica Abdala, Engenheira de Orçamentos no CTE
Nádia Ruiz Pedrique, Diretora executiva na MCAA Arquitetos
Natália Soares Scarpim, Analista na Tools Engenharia
Patricia Artoni, Gerente de Projetos Executivos na EZTEC
Patricia Melo, Coordenador de Projetos no CTE
Pedro Francisco Vieira, Coordenador Técnico na Gafisa
Priscila Helena Rosa, Gerente de Projetos na Ekko Group
Rafael Baroni, Associate na Brookfield
Rafael Ribeiro, Projetista na CMC Modular
Raphael Edo, Associado Senior BIM na Königsberger Vannucchi
Raphael Soares Alho, Arquiteto na Construtora Tenda
Sérgio Guimarães De Ávila, Arquiteto na MCAA Arquitetos
Talisa Da Conceição Galeazzi, Coordenadora de Projetos na Viapol
Thiago Komoto Losito, Arquiteto na Gamaro
Tiago Martins Fernandes, Gerente de Engenharia na ULMA
Vinícius Silva Garcia, Analista técnico na Bild
Willian Rafael Da Silva, Projetista BIM na CMC Modular
72
O Centro de Tecnologia de Edificações é uma
empresa de consultoria e gerenciamento especia-
lizada em qualidade, tecnologia, gestão, susten-
tabilidade e inovação para o setor da construção.
Exerce suas atividades desde 1990, desenvolvendo
metodologias e tecnologias para a melhoria da
gestão das empresas, dos empreendimentos e
das obras, estimulando e promovendo a produti-
vidade, a competitividade, a cultura diferenciada e
o crescimento sustentável da cadeia produtiva da
construção.