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MEDO E ANSIEDADE: O QUE SÃO?

O medo é uma resposta básica automática a um objeto, situação ou circunstância


específica que envolve um reconhecimento (percepção) de perigo real ou potencial.
Para uma pessoa com aracnofobia, qualquer coisa que sugira a possível presença
de uma aranha, como uma teia de aranha, uma casa velha, andar numa floresta, até
mesmo uma fotografia de uma aranha, pode provocar medo. Sempre que está fora
de casa, esta pessoa pode estar constantemente pensando: “Será que eu não vou
encontrar uma aranha?”, “Aranhas são perigosas porque elas podem entrar na sua
boca ou nos seus ouvidos e botar ovos” ou “Se eu vir uma aranha, vou me
apavorar”. Fisicamente, essa pessoa pode sentir-se tensa, inquieta, sentir um frio na
barriga, um aperto no peito ou o coração disparar sempre que vê algo que a faz
lembrar-se de aranhas. E o medo poderia causar uma mudança de comportamento,
tal como evitar lugares com risco de exposição a aranhas. Em termos de terapia
cognitiva, a principal característica do medo é um pensamento de ameaça ou perigo
iminente à nossa segurança.

A ansiedade, em contraste, é um estado emocional complexo muito mais


prolongado que muitas vezes é desencadeado por um medo inicial. Por exemplo,
você poderia sentir-se ansioso ao pensar em visitar amigos porque eles moram em
uma casa velha onde pode haver aranhas, ou em ir ao cinema porque o filme pode
conter uma cena com aranhas. O medo básico é de encontrar uma aranha, mas
você vive em um estado de permanente ansiedade sobre a futura possibilidade de
ser exposto a uma aranha. Assim, a ansiedade é uma experiência mais duradoura
do que o medo. Ela é um estado de apreensão e de excitação física em que você
acredita que não pode controlar ou prever eventos futuros potencialmente aversivos.
Consequentemente, você pode se sentir ansioso pensando em uma entrevista
importante, em ir a uma festa onde não conhece as pessoas, em viajar a um lugar
desconhecido, em seu desempenho no trabalho ou em um prazo de entrega.
Observe que a ansiedade está sempre orientada ao futuro; ela é governada pela
ideia de “E se?”. Não ficamos ansiosos com respeito ao passado, com o que já
aconteceu; ficamos ansiosos em relação a catástrofes ou eventos adversos futuros
imaginados: “E se me der um branco durante a prova?”, “E se eu não conseguir
terminar o trabalho?”, “E se eu tiver um ataque de pânico no supermercado?”, “E
seu eu pegar o vírus da gripe H1N1 por ficar perto das pessoas?”, “E se eu
encontrar alguém que me faça lembrar do assaltante que me atacou?”, “E se eu
perder o meu emprego?”

Como o medo e a ansiedade operam juntos?

O medo está no cerne de todos os estados de ansiedade. Quando estamos


ansiosos, o medo é o estado psicológico subjacente que governa a ansiedade. Jan
sofre de ansiedade social. Sempre que pensa em participar de uma reunião, ela fica
extremamente ansiosa. Contudo, o medo subjacente à sua ansiedade é o
constrangimento: “E se me fizerem uma pergunta que eu não souber responder?
Todos vão pensar que sou incompetente, e eu vou me sentir insuportavelmente
constrangida.” Larry sofre de ansiedade pela saúde. Sempre que ele tem o menor
sinal de incômodo abdominal, ele se sente ansioso. Seu medo subjacente, ou
essencial, é “E se eu ficar muito doente, começar a vomitar, não conseguir parar e
sufocar por não poder conseguir respirar? Mary sofre de agorafobia. Sempre que
ela pensa em ir ao supermercado, fica ansiosa. Seu medo subjacente é de que ela
vai ter um grave ataque de pânico no supermercado: “E se eu fizer um escândalo na
frente de todas aquelas pessoas?” Mack também sofre de agorafobia. Ele se sente
ansioso só de pensar em atravessar uma ponte suspensa de carro. Seu medo
subjacente é de que ele vai ficar tão nervoso na direção que vai perder o controle do
carro e dirigir para fora.

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