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MULHERES E MEMÓRIA:

MAPEANDO ARQUIVOS PESSOAIS BRASILEIROS

Vitória Regina de L. C. Barros1


FGV CPDOC
E- mail: vrbarros1988@gmail.com
vitoria.barros@fgv.br

Palavras-chave: Arquivos Pessoais, Memória, Mulheres e Representatividade.

Introdução
O presente trabalho tem o objetivo de discutir a existência de repositórios
femininos em instituições arquivísticas. A partir desse propósito, foi realizado um
mapeamento analítico de quatro arquivos brasileiros em busca de verificar
quantitativamente a presença de mulheres entre os titulares dos acervos e analisar
qualitativamente as apresentações biográficas das proprietárias desses documentos
históricos e arquivísticos.
Dessa forma, será levantado reflexões a respeito do espaço destinado as mulheres
no arquivo, o qual apresenta, em sua maior parte, documentos masculinos, fazendo com
que seja possível debater a influência que a instituição arquivística possui na construção
de uma “memória feminina silenciada”. Partindo dessa perspectiva, a busca por
representações sobre mulheres nos arquivos selecionados tomou como modelo o debate
acadêmico sobre memória, arquivo e gênero.
Os arquivos selecionados para a delimitação do campo empírico da pesquisa
foram: o Programa de Arquivos Pessoais do Centro de Pesquisa e Documentação de
História Contemporânea do Brasil (CPDOC), o Arquivo de História e Ciência do Museu
de Astronomia e Ciências Afins (MAST), o Departamento de Arquivo e Documentação
da Casa de Oswaldo Cruz (COC) e o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB).
A opção pelos quatro arquivos se deu pela pluralidade entre as linhas de acervo
seguidas por eles. Acredito que a diversidade entre as linhas de acervos seja um indicador

1
Graduada em História pela Escola de Ciências Sociais (FGV CPDOC). Graduanda em Ciências Sociais
na Escola de Ciências Sociais (FGV CPDOC) e Mestranda no Programa de Pós-graduação em História,
Política e Bens Culturais (FGV CPDOC).
que nos permita verificar aproximações e distanciamentos entre arquivos de mulheres que
seguiram diferentes trajetórias pessoais e profissionais.
Com essa perspectiva, vale notar que o CPDOC abriga arquivos pessoais de
homens e mulheres com atuação na vida pública brasileira contemporânea, o MAST tem
arquivos de cientistas, técnicos, professores e gestores de ciência e tecnologia, o COC
capta a documentação de cientistas, sanitaristas, profissionais da saúde e técnicos e o IEB
guarda documentos de personalidades da cultura brasileira.
Além disso, o CPDOC, o MAST, o COC e o IEB possuem acervos pessoais,
questão importante para a discussão sobre memória feminina, posto que, segundo a
historiadora francesa Michelle Perrot (1989), a documentação e a memória de mulheres
se expressam mais intensamente em arquivos pessoais, uma vez que os arquivos públicos
em geral calariam as mulheres por privilegiarem a cena pública, espaço por muito tempo
restrito a homens. Nesse sentido, a historiadora afirma que os arquivos pessoais seriam
um espaço mais livre de expressão feminina.
Em vista do exposto, o trabalho a seguir foi dividido em três partes: a primeira
busca debater a relação entre arquivo, memória e mulheres, com o objetivo de questionar
a (in)visibilidade de fundos femininos em instituições arquivísticas. Na sequência, será
apresentado os dados qualitativos e quantitativos extraídos dos fundos e coleções
arquivísticas dos quatro acervos analisados, estes disponíveis nos sites das bases de dados
e guias de cada arquivo. Por último, foi realizado uma síntese dos dados em conjunto com
uma breve discussão sobre a importância do debate sobre gênero e arquivo para o campo
das Ciências Humanas, sobretudo no cenário brasileiro, uma vez que esforços voltados a
essa questão ainda estão incipientes.
No mais, por querer, de certo modo, recuperar a importância da memória das
mulheres, esse trabalho também se propõe a dar visibilidade aos repositórios femininos
presente nos arquivos, identificando e reconhecendo o nome dessas personagens.

Arquivo, Memória e Mulheres


A escassez de vestígios acerca do passado das mulheres, produzido
por elas próprias, constitui-se num dos grandes problemas
enfrentados pelos historiadores [...] Destinadas à esfera privada, as
mulheres por largo tempo estiveram ausentes das atividades
consideradas dignas de serem registradas para o conhecimento das
gerações subsequentes [...] (SOIHET, p.295, 1997).
Enquanto instituição, o arquivo consiste em um espaço que recolhe, organiza,
preserva e disponibiliza um rico patrimônio documental relevante no estudo e na
compreensão sócio-político-cultural de uma coletividade. Nesse aspecto, Nascimento e
Oliveira (2019, p.263) nos faz lembra que “os arquivos são identificados por vários
estudiosos como espaços de constituição e conservação de memória de uma sociedade”.
Seguindo essa linha de pensamento, na década de 1980, o historiador francês
Pierre Nora introduziu o conceito de lugar de memória. O autor define esses lugares de
acordo com três aspectos que coexistem simultaneamente, sendo eles: seu caráter
material, simbólico e funcional. A partir dessa conceitualização, Nora aponta o arquivo
como um dos exemplos possíveis para o entendimento dessas entidades enquanto
construções que consolidam e perpetuam tanto a ação humana quanto a memória coletiva
de uma sociedade. Portanto, existe uma estreita relação entre os arquivos e memória,
segundo o autor.
Com essa perspectiva, Nora afirma que os lugares de memória possuem a intenção
de recordar, isto é, uma intenção plenamente política e não espontânea, afinal, essa
vontade de guardar determinados vestígios faz que com outros sejam apagados,
marginalizados e/ou silenciado. Nesse aspecto, Halbwachs (1950) sublinha que a
memória é um fenômeno coletivo e social, algo que Pollak (1992) retoma e complementa
afirmando que se a memória é um fenômeno socialmente construído, é obvio que toda
documentação também o é.
Logo, essa ação voluntária que prioriza determinadas memórias em detrimento de
outras, fez e faz com que os vestígios e, consequentemente, a memória feminina fosse/seja
silenciada ou até mesmo apagada. Nesse sentido, é importante lembrar que “o que se
preservou e guardou foi escolhido de acordo com os valores de quem participou da
escolha, e foi somente um segmento da sociedade que o fez. A história oficial que se conta
sempre é feita por quem tem o poder, são os vencedores” (GRUNBERG, 2000, p.163 e
164). Partindo dessa perspectiva, Nascimento e Oliveira (2019, p.263) aponta que o
“surgimento dos arquivos tem um entrelaçamento com o surgimento da escrita e das
sociedades patriarcais, na qual os portadores e transmissores dos valores eram/são
homens”.
Cabral (2019) ainda ressalta que as primeiras escolas de pensamento, como o
historicismo e o positivismo, possuíam o interesse pela narrativa dos grandes homens,
aqueles que detinham o poder, e seus feitos. Portanto, não havia, incialmente, o interesse
e nem o estímulo à produção de documentos e de memória feminina. Dessa forma, apesar
de Pollak (1989 e 1992) nos lembrar que a memória é constituída por pessoas, por
personagens, ao longo dos séculos, a seleção de eventos a serem escritos, preservados e
interpretados potencializaram e privilegiaram apenas a narrativa masculina das elites.
Com essa perspectiva, Michelle Perrot (1989) argumenta que as mulheres foram
constantemente recusadas enquanto indivíduo (biológico, político e histórico), fazendo
com que os procedimentos de registro selecionassem e privilegiassem apenas um público.
Ou seja, os arquivos são os olhares dos homens sobre homens, calando as mulheres.
Portanto,
a conservação ou não de acervos arquivísticos, e a forma como esse processo
se dá, faz parte de interesses políticos de poder e que afetam a perpetuação de
informações de cunho memorialístico [...] Assim, não cabe ao arquivo apenas
ser caracterizado como lugar de guarda e preservação dos discursos de um
povo ou ainda de testemunho da identidade. O arquivo também é um espaço
de referência dessa produção de conhecimento (BRITTO; MOKARZEL;
CORRADI, 2017, p. 164 e 165).

Assim, a necessidade de refletir sobre o fazer arquivístico e o papel social do


arquivo na construção da memória feminina só começaria a ganhar destaque a partir da
década de 1960, momento em que a história das mulheres deu seus primeiros e
importantes passos na discussão crítica sobre o lugar destinado as mulheres tanto na
escrita da história quanto nos debates sobre memória.
Nesta chave de pensamento, aqueles que visavam escreve a história de/com
mulheres passaram a investir em documentos históricos que refletissem suas ações,
procurando-os, essencialmente, nos arquivos. É neste contexto que o cenário acadêmico
internacional, especificamente o europeu e o norte-americano, passou a questionar a
ausência ou o pouco espaço reservado para as fontes femininas em instituições de
memória, como o arquivo, de maneira bem incipiente.
O desenvolvimento desses debates foi essencial para impulsionar a discussão
sobre o apagamento de vestígios de mulheres, afinal, “o silêncio tem razões bastante
complexas. Para poder relatar seus sofrimentos, uma pessoa precisa antes de mais nada
encontrar uma escuta” (POLLAK, 1989, p.6). No caso da memória feminina, seria e é
necessário encontrar um espaço que se apresente aberto para realizar o processo de
recolhimento, organização e disponibilização, possibilitando colocá-las de maneira
visível e acessível para a coletividade.
Diante desse cenário, Britto, Mokarzel e Corradi (2017, p.178) afirmam que o
“arquivo enquanto espaço sociocultural é um local não apenas de preservação de
informações documentais, mas também de construção, defesa e refutação de memórias e
identidades. É um local de poder e de luta pela afirmação de diferentes grupo”.
Partindo dessa premissa, nas últimas décadas, a relação entre teoria e prática
arquivística vem sendo repensadas à luz de discussões pós-modernas a respeito do “poder
que arquivos e arquivistas exercem sobre o campo da memória, do conhecimento e das
identidades” (HEYMANN; NEDEL; 2018, p.7). A partir de então, passou-se a evidenciar
a função social intrínseca ao arquivo, uma vez que a instituição atua na preservação de
elementos essenciais ligados a cidadania e o acesso à informação..
Essa discussão ganhou destaque no Brasil a partir de duas publicações recentes.
Tanto a publicação da edição “As mulheres e seus arquivos” 2 da Revista do Instituto de
Estudos Brasileiros (2018) quanto a edição “As várias faces dos feminismos: memória,
história, acervos”3 da Revista Acervo (2020) ressaltaram a importância de ampliar e
melhorar o debate sobre a relação entre gênero e arquivos.
É válido pontuar que uma das primeiras publicações sobre estudos de gênero e sua
aplicabilidade na compressão sobre arquivos aconteceu em 1996, volume 9 n.1-2, da
própria Revista Acervo, em que há dois artigos livre que abordam diretamente a temática,
sendo eles: “A guardiã da memória”, da historiadora Angela de Castro Gomes, e “Da
prisão cor-de-rosa aos arquivos: fontes documentais sobre a mulher no Arquivo
Nacional”, da arquivista Beatriz Moreira Monteiro. Dessa forma, há um intervalo de mais
20 anos sem publicações sobre o tema em uma das revistas sobre arquivologia mais
importante do Brasil.
Em vista do exposto, o arquivo enquanto processo constante de escolhas nos
permite refletir sobre as noções de memória, consequentemente, de esquecimento. Ao
selecionar certos documentos em prol de outros, muitas narrativas são silenciadas,

2
Acesso em <http://www.revistas.usp.br/rieb/issue/view/10898/1516>
3
Acesso em <http://revista.arquivonacional.gov.br/index.php/revistaacervo/issue/view/81/32>
demonstrando, portanto, um jogo complexo entre memória, saber e poder. Portanto, é
válido reforçar o caráter empoderador dos arquivos na sociedade, uma vez que a
instituição apresenta um importante papel social assim como os documentos sob sua
tutela.

Mapeando arquivos pessoais femininos


O período entre o final da década de 1960 e o final da década de 1980 foi marcado
pela valorização dos arquivos pessoais como fonte de pesquisa. Devido a isso, houve o
surgimento de instituições arquivísticas no Brasil, bem como uma intensificação de
pesquisas que tinham como base esses acervos.
Estão contemplados nessa onda de arquivos pessoais o Acervo do Instituto de
Estudos Brasileiros (1968), o Programa de Arquivos Pessoais do CPDOC (1973), o
Arquivo de História e Ciência do Museu de Astronomia e Ciências Afins (1985) e o
Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz (1989).
Borges e Murguia (2017) argumentam que o fortalecimento do movimento de
instituições arquivísticas, bibliotecas, museus e centros de documentação, observável no
período acima descrito, teve uma orientação no sentido de viabilizar o exercício da
cidadania. Luciana Heymann (2011), por outro lado, destaca a dimensão da legitimidade
que esses arquivos procurariam atribuir aos seus projetos institucionais “produzindo
discursos sobre o passado e projetando perspectivas para o futuro”. A autora também
afirma que “ainda que possam existir instituições dedicadas à memória de quaisquer
segmentos da elite, tradicionalmente, no Brasil, as instituições de memória que abrigam
acervos pessoais concentram-se em três áreas: política, ciência e literatura”.
A maioria dos arquivos pessoais que nos interessam são contemplados por essas
três categorias: o CPDOC é constituído por “arquivos pessoais de homens e mulheres
com destacada atuação na vida pública brasileira contemporânea”4; o MAST é composto
por arquivos de “cientistas, técnicos, professores e gestores de ciência e tecnologia com
atuação relevante no cenário científico e tecnológico brasileiro, nas áreas de ciências
exatas e da terra e engenharia”5, sobretudo durante o século XX; o COC capta arquivos

4
Texto extraído da Política do Acervo (2015). Disponível em:
https://cpdoc.fgv.br/acervo/arquivospessoais/politicaacervo. Acesso em 04. Mai. 2020.
5
Texto extraído da Política de Aquisição e Descarte de Acervos (2011). Disponível em
http://www.mast.br/images/pdf/politica_de_aquisicao_e_descarte.pdf. Acesso em 23. Mar. 2020.
de “cientistas, sanitaristas, profissionais da saúde e técnicos, cujas trajetórias
contribuíram para a história das ciências e da saúde, que cobrem registros documentais
do final do século XVIII até os dias atuais”6. O Arquivo do IEB, por outro lado, se
aproxima da categoria da literatura, mas não se limita a essa, combinando “personalidades
ligadas a diversas áreas do conhecimento, refletindo a multiplicidade da cultura
brasileira”7.
Partindo dessa perspectiva, é possível perceber que o encantamento por esses
documentos pessoais reflete um contexto marcado por significativas mudanças nas
Ciências Humanas, em específico no campo da História e da Arquivologia, onde emergiu
a necessidade por novas fontes, objetos e metodologias para a pesquisa acadêmica
(GOMES,1998; GONÇALVES, 2007 e 2015).
Uma das estratégias traçadas para rastrear memórias de mulheres, proposta por
Michelle Perrot (1989), é a de perscrutar arquivos privados, uma vez que arquivos
públicos em geral silenciam as mulheres por privilegiarem a cena pública, espaço por
muito tempo restrito a homens.
Esses arquivos seriam compostos por materiais como diários íntimos, anais do lar
e correspondências familiares. Esse tipo de documentação sofreria um processo de
autodestruição e desvalorização externa, porém, já que tanto as próprias mulheres
poderiam avaliar os documentos como inúteis, quanto suas famílias, que poderiam não
ter o cuidado de conservar os materiais.
É possível inferir, a partir da argumentação de Perrot acerca dos descartes
documentais, que no caso das mulheres há uma seleção específica, relacionada à condição
feminina, que é realizada em um momento anterior à seleção de instituições arquivísticas.
Nesse sentido, os arquivos pessoais femininos passariam por um crivo triplo:
primeiro pela autocrítica, depois pelo filtro familiar, e após pelos critérios dos
profissionais responsáveis por selecionar arquivos adequados às linhas de acervos. Além
disso, não se deve perder de vista que a caracterização de quais documentos devem ser
mantidos pelas instituições arquivísticas passa pelas dinâmicas historiográficas de quais

6
Texto extraído do Manual de Organização de Arquivos Pessoais (2015). Disponível em:
http://www.coc.fiocruz.br/images/PDF/manual_organizacao_arquivos_fiocruz.pdf. Acesso em 12. Abr.
2020.
7
Texto extraído de publicação no site sobre o Guia do IEB. Disponível em: http://www.ieb.usp.br/guia-
ieb-2/. Acesso em 04. Abr. 2020.
personagens e narrativas estão sendo estudados. Logo, há uma “retroalimentação” entre
as seleções arquivísticas e historiográficas.
Assim, tendo em mente a importância de visibilizar a memória feminina, a seguir,
será apresentado um mapeamento analítico de quatro acervos que abrigam arquivos
pessoais, com o objetivo de realizar comparações a partir das formas quantitativa e
qualitativa sobre a maneira como se manifesta a presença feminina nesses registros. A
análise quantitativa será construída diante da verificação do número de arquivos pessoais
femininos conservados nos acervos, ao passo que a análise qualitativa se manifestará por
meio da investigação sobre a forma como os textos que apresentam os conjuntos
documentais trazem as titulares femininas.

Acervo do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)


O Instituto de Estudos Brasileiros foi criado em 1962 pelo historiador Sérgio
Buarque de Holanda, sendo um órgão público pertencente à Universidade de São Paulo.
Nesse aspecto, o IEB privilegia demasiadamente o caráter multidisciplinar em sua linha
de pesquisa e arquivística, como bem apontam as diretrizes que orientam a política de
ampliação de acervos do Instituto:
“O IEB incorpora acervos considerados notórios por serem relacionados às
áreas constitutivas do Instituto, a saber: Antropologia; Arquitetura; Artes
Plásticas; Cinema; Direito; Economia; Educação; Geografia; História; Língua;
Literatura; Música; Sociologia; Teatro; Toponímia”. 8

Atualmente, o arquivo do IEB é responsável por 92 fundos e coleções pessoais,


dentre os quais 21 são de titulares femininas.
A primeira integrante do arquivo do Instituto foi Veridiana Prado, considerada
uma das pioneiras do feminismo no Brasil e membra da elite paulista. Seu acervo foi
doado por Flavio Motta em 1977. É importante perceber que a presença feminina no
acervo do IEB aconteceu somente 9 anos após sua criação, momento em que o repositório
arquivístico já contava com 13 fundos/coleções de titulares masculinos.
Após Veridiana Prado, sucederam-se Maria Thereza de Arruda Camargo (1989),
Anita Malfatti (1989), Mariana Quito (1992 e 1994), Waldisa Russio Camargo Guarnieri
(1992), Julieta de Godoy Ladeira (1997), Yolanda Mohalyi (1998), Julieta Telles de

8
Texto extraído de publicação no site sobre o Guia do IEB. Disponível em: http://www.ieb.usp.br/guia-ieb-2/.
Acesso em 04. Ago. 2019.
Menezes (2001), Lídia Besouchet (2001), Carla Milano (2002), Heloísa Pires Ferreira
(2002), Isa Aderne (2002), Martha e Erico Stickel (2002), Odette de Barros Mött (2002),
Alice Piffer Canabrava (2003), Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (2003), Tarsila do
Amaral (2003), Julita Scarano (2005), Lélia Abramo (2005), Lupe Cotrim Garaude
(2007) e Marta Rossetti Batista (2007).
Dos 21 fundos ou coleções de titulares femininas, 8 estão processados, 11 estão
parcialmente processados e 2 não estão processados.
Vale notar ainda a postura que o IEB tem adotado em relação aos arquivos de
mulheres. Por exemplo, recentemente, em 2017, ocorreu o I Seminário Internacional
Arquivos, Mulheres e Memórias, promovido pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)
em parceria com o Centro de Pesquisa e Formação do SESC. O evento buscou estimular
reflexões epistemológicas e metodológicas, de caráter interdisciplinar, acerca dos
desafios e potencialidades dos arquivos de mulheres.

Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil


(CPDOC)
O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil
(CPDOC) da Fundação Getulio Vargas foi criado em junho de 1973 com o objetivo de
reunir, guardar e disponibilizar os documentos privados de relevantes figuras do cenário
público da política brasileira do pós 1930.
Os conjuntos documentais de Getulio Vargas e de Oswaldo Aranha foram doados,
respectivamente, em junho e outubro de 1973, concretizando a origem do Centro de
Pesquisa e Documentação e estimulando que novos documentos fossem depositados na
instituição. Assim, as primeiras reflexões teóricas a respeito do acervo do CPDOC
ressaltam que, inicialmente, seu repositório arquivístico foi constituído de fundos de
homens públicos da elite política brasileira e que, ao longo do tempo, a linha do acervo
ampliou-se, passando a incluir importantes personagens do cenário brasileiro, para além
da política, como Hebert de Souza (sociólogo) e Evandro Lins e Silva (Jurista) (GOMES,
1998; GONÇALVES, 2017).
Todavia, não encontramos uma expressiva literatura que ilumine a presença e
importância dos arquivos pessoais de mulheres na construção e ampliação do acervo do
CPDOC. Nesse sentido, vale evidenciar que anexado aos arquivos de Oswaldo Aranha,
também foram depositados os documentos de Delminda Aranha, presidenta do Comitê
de Auxílio às Famílias das Vítimas de Atentados e sua esposa, e de sua mãe, Luiza
Aranha, em 1973.
Além disso, mais quatro acervos de mulheres seriam depositados na mesma
década de criação do CPDOC: Rosalina Coelho Lisboa (1976), Niomar Moniz Sodré
(1977), Hermínia Collor (1977) e Hilda Machado (1977) – os dois últimos também
vieram anexados aos fundos de titulares homens, Lindolfo Collor e Cristiano Machado.
Dado isso, são 223 arquivos sob guarda do CPDOC. Destes, apenas 14 são de
titulares mulheres9. Além das já citadas, são elas: Almerinda Farias Gama (1980), Alzira
Vargas do Amaral Peixoto (1985), Celina Vargas do Amaral Peixoto (1990), Anna
Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça (2010) e Yvonne Maggie (2016).
Recentemente, foram doados três acervos a instituição: Luiza Erundina(2019), Silvia
Escorel de Moraes (2019) e Alba Zaluar (2020).
No mais, é importante ressaltar que em 2015, pela primeira vez, a política de
acervo do CPDOC aderiu ao indicador de gênero na definição de sua linha de acervo: “O
acervo é constituído, de maneira geral, por arquivos pessoais de homens e mulheres com
destacada atuação na vida pública brasileira contemporânea”10. Porém, o site do CPDOC
ainda necessita de algumas mudanças, pois em outra aba ainda apresenta a antiga
pensativa sobre a linha do acervo: “[...] reúne quase duas centenas de arquivos de homens
públicos de atuação destacada no cenário nacional, além de alguns poucos arquivos de
partidos políticos [...]”11.
De qualquer forma, é relevante atribuir o mérito a instituição que propôs melhorar
sua atuação de acordo com as mudanças que acontecem tanto no cenário acadêmico
quanto no âmbito social, afinal, os arquivos são produtos da sociedade. No quadro geral,
essa “pequena” alteração reflete o incipiente debate sobre arquivos e mulheres/gênero que
vem acontecendo no contexto brasileiro nos últimos anos.
Arquivo de História e Ciência do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)

9
Sabe-se que recentemente (dezembro de 2019), o acervo da deputada federal Luiza Erundina foi doado
ao CPDOC, porém essa informação ainda não computada na base online da instituição. Por isso, não foi
contabilizado na totalidade de fundos apresentados nesse trabalho.
10
Acesso disponível em https://cpdoc.fgv.br/acervo/arquivospessoais/politicaacervo
11
Acesso disponível em https://cpdoc.fgv.br/acervo/arquivospessoais/programa
Fundado em 1985 e sendo subordinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação, o Museu de Astronomia e Ciências Afins, conhecido também como MAST, é
uma instituição pública federal que tem como um dos seus objetivos o investimento na
preservação da memória dos estudos científicos e tecnológicos realizados no Brasil
através dos acervos arquivístico, bibliográfico e museológico - sendo o primeiro deles o
foco principal desta pesquisa.
Sendo oriundo do Observatório Nacional, criado em 1827 para a realização de
pesquisas astronômicas e meteorológicas, o acervo inicial do Museu era composto desses
documentos que vieram das pesquisas produzidas no ON. É importante destacar que o
Observatório Nacional foi fundado por Dom Pedro I com o intuito de estimular os estudos
científicos no país, e o MAST surge para preservar essa memória nacional científica.
O acervo bibliográfico e museológico do Museu com mais de “2300 objetos
precedentes do Observatório Nacional”12 e “diversos livros, dissertações, teses, folhetos,
obras de referência, periódicos, CDs e DVDs”13.
Já acervo arquivístico do MAST conta com 42 arquivos pessoais, sendo o Arquivo
de História das Ciências (AHC) o órgão responsável por preservar e tornar disponível ao
público esse material. No ano de 2014, foi lançada a base de dados online do Museu, a
Zenith, a fim de facilitar o acesso e a visualização do acervo arquivístico da instituição -
já que parte da documentação já encontra-se digitalizada e disponível na plataforma14. O
restante pode ser consultado pessoalmente. Segundo o site do Zenith,
O Arquivo de História da Ciência do MAST é guardião de importantes
arquivos pessoais de cientistas na área de astronomia e ciências afins,
como matemática, física, química, dentre outras, além de acervos
institucionais. Ao longo dos anos, o AHC especializou-se na guarda,
organização e disponibilização de arquivos pessoais de cientistas com
relevantes contribuições para a história da ciência no Brasil. 15

Neste arquivo, é possível perceber a presença de sete arquivos pessoais femininos:


Bartyra Arezzo, Feiga Rosenthal, Ivone de Almeida, Maria Laura Leite Lopes, Suzana
Barros, Elisa Frota-Pessoa e Estela Kaufmann - sendo os arquivos das duas últimas ainda

12
http://site.mast.br/hotsite_museologia/index.html
13
http://site.mast.br/hotsite_biblioteca/acervo_bibliografico.html
14
São 18 arquivos digitalizados no total.
15
http://zenith.mast.br/c_home.php
não disponíveis para consulta por ainda estarem em fase de levantamento documental
e/ou elaboração de inventário.
Três deles se encontram digitalizados na base de dados do Zenith e com seus
respectivos inventários também publicado no site oficial do Mast, e os outros dois
restantes apenas com consulta presencial. Todos os arquivos dizem respeito às trajetórias
profissionais de cada uma, e a maior parte não apresenta vinculação com cônjuge, pai ou
qualquer outro representante do gênero masculino como podemos perceber em arquivos
de outras instituições - com exceção do arquivo da Suzana Barros, que cita o marido e o
filho.
A respeito do ano de doação dos arquivos, diferente das outras instituições
arquivísticas, não é possível encontrar essa informação através do site do MAST, apenas
o período contemplado pelos acervos.

Casa de Oswaldo Cruz (COC)


O Departamento de Arquivo e Documentação (DAD) da Casa de Oswaldo Cruz é
um ramo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) voltado à memória da instituição e dos
campos da história das ciências e da saúde, criado em 1986. Dessa forma, a política do
acervo privilegia a captação de arquivos pessoais de profissionais que tenham contribuído
nesses ramos.
Atualmente, o DAD é responsável pela preservação, tratamento e disponibilização
de 116 fundos e coleções pessoais, dentre os quais 9 têm titulares femininas.
Os arquivos de titulares femininas tiveram, em sua maioria, doações no início da
década de 2010: Virgínia Portocarrero (2010), Maria Cristina Fernandes de Mello (2011),
Sarah Hawker Costa (2012), Dyrce Lacombe (2013), Hortência Hurpia (2013), Alda
Falcão (2013). As documentações de Maria José von Paumgartten Deane (1995) e
Elizabeth Leeds (2007) são casos que não refletem esse quadro, enquanto o fundo de Dely
Noronha não possui a identificação do ano de doação na descrição do fundo.
Em geral, essas mulheres atuaram como pesquisadoras em órgãos da Fiocruz, com
exceção de Virgínia Portocarrero, enfermeira da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e
Elizabeth Leeds, cientista política. Essas duas profissionais realizaram a doação de seus
acervos, bem como Maria Cristina Fernandes de Mello e Dirce Lacombe. As outras cinco
titulares tiveram seus arquivos doados por familiares ou funcionários da Fiocruz que
coletaram a documentação nos setores da instituição aos quais as mulheres estavam
vinculadas.
Dentre as nove titulares, três tinham seus acervos vinculados aos dos maridos:
Elizabeth Leeds, Sarah Hawker Costa e Maria José von Paumgartten Deanne.
Ainda que Leeds tenha doado seu arquivo, no ato da transferência da
documentação o foco era seu marido, Anthony Leeds, antropólogo. Nesse sentido,
durante a organização arquivística do fundo do antropólogo se observou a necessidade de
tornar independentes os documentos de Elizabeth Leeds, já que esses constituíam um
conjunto à parte, que necessitavam de organização própria. O caso de Sarah Hawker
Costa foi semelhante: a cientista tinha sua documentação anexada à de seu marido,
Eduardo Costa, até ser observada a necessidade de apartar os fundos. Maria José von
Paumgartten Deanne, por outro lado, é titular de uma coleção, juntamente a seu parceiro,
Leônidas Deanne.
A trajetória de Maria José von Paumgartten Deanne é interessante para refletir
sobre questões levantadas no início do artigo: belenense, nascida em 1916 e graduada em
1937 na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, Maria Deanne assumiu diversas
funções de chefia e direção no Instituto Oswaldo Cruz. Atuou colaborativamente com seu
marido, Leônidas de Mello Deanne. Apesar de sua proeminência como pesquisadora, seus
documentos são abrigados em uma coleção compartilhada com Leônidas Deanne, ao
passo que o cientista tem um fundo voltado ao seu próprio acervo.
A questão encaminha à reflexão acerca do ponto levantado por Michelle Perrot de
que arquivos privados femininos enfrentam frequentes descartes por suas produtoras e
suas famílias: ainda que os arquivos pudessem se concentrar no âmbito público da vida
de Maria Deanne, já que por muitos anos ela participou de cargos diretivos da Fiocruz,
algo interferiu na conservação de seus registros. Nesse sentido, a condição documental
da cientista fornece um exemplo de que há vezes que, mesmo quando inseridas no
domínio público, mulheres descartam e têm descartados seus arquivos.

Considerações finais: a representatividade de mulheres nos arquivos pessoais


Observando a descrição das linhas dos acervos, em suas respectivas plataformas
online, foi possível perceber que as menções a arquivos notáveis nessas instituições
trazem majoritariamente titulares homens. Como a pesquisa identificou, na própria
descrição dos acervos já é perceptível a ausência ou o pouco cuidado com o indicador de
gênero. Isso acaba por refletir no conjunto de documentos guardados pelas instituições
arquivísticas citadas ao longo do trabalho.
Assim, ao reparar a totalidade de fundos e coleções que compõem o acervo de
cada instituição, tornou-se possível identificar a pouca presença de documentos pessoais
femininos. A tabela abaixo apresenta quantitativamente a comparação entre o número
aproximado de fundos de titulares mulheres e o número de fundos de titulares homens em
busca de indicar a representatividade feminina nos arquivos analisados:
Nº de Titulares
Instituição Arquivística Total de Fundos/coleções Nº de Titulares Mulheres
Homens
IEB 92 55 21
COC 116 83 9
MAST 42 35 7
CPDOC 223 199 14
TOTAL 473 372 51

O acervo dessas instituições ainda é constituído por fundos / coleções de


instituições e eventos históricos. Assim, ao somá-los é possível ter sua totalidade.

Dessa forma, os números levantados acerca da (pouca) presença de repositórios


femininos em arquivos reflete uma sociedade predominantemente patriarcal, algo que
influencia diretamente no resultado desses dados. Afinal, o âmbito público foi pensado e
constituído para ter a presença de homens, enquanto o espaço doméstico é de
responsabilidade da mulher.
Nesse aspecto, Perrot (1989) argumenta que a escassez de documentos
acumulados por mulheres evidência tanto o pouco espaço dado para elas na narrativa
histórica quanto a própria percepção criada por elas de si mesmas quanto a importância
de seus papéis. Assim, muitas vezes, são elas mesmas que destroem e apagam esses
vestígios porque os julgam sem interesse. Afinal, elas são apenas mulheres, cuja vida não
conta muito. Esse ato de autodestruição também é uma forma de adesão ao silêncio que
a sociedade impõe as mulheres (PERROT 1989 e 2007).
Além disso, “a negligência das mulheres também significou pouco ou nenhum
espaço dado aos artigos das mulheres em repositórios de manuscritos e pouco ou nenhum
esforço para adquirir esses materiais” (MOSELEY, 1973, p.215). Mesmo aquelas que
conseguem seu lugar seja na narrativa ou nos arquivos, elas ainda apresentam, em certo
grau, “um consentimento de negação de si que está no âmago das educações femininas”
(PERROT, 1989, p.12 e 13).
Assim pode-se concluir que a pequena presença de mulheres nos arquivos, sejam
eles públicos ou privados, de natureza pessoal ou não, possui porquês e reflete as
estruturas da sociedade que delimitam uma série de práticas aceitáveis e não aceitáveis
para o papel da mulher. Nessa chave de pensamento, como bem pontua a historiadora
Michelle Perrot, a própria carência de fontes sobre elas diz muito a respeito de sua
condição na narrativa história, isto é, no teatro da memória, as mulheres são sombras
tênues (PERROT, 1989).
Em vista do exposto, levantar dados quantitativos e qualitativos acerca da
presença da memória feminina em arquivos pode fazer com que “arquivistas e instituições
reflitam acerca de como as questões sociais e de gênero estão presentes nas práticas de
construção e preservação da memória, inúmeras mudanças positivas poderão ocorrer no
corpo social” (BENASSI; MACÊDO, 2017, p.124).
Isso pode instigar as instituições e aos arquivistas a buscarem o aperfeiçoamento
de suas práticas, repensando seus respectivos papéis e atuações, além promover o debate
teórico sobre tal temática.
Em suma, sabemos que as mulheres estão presentes no espaço do arquivo, mesmo
que em pouca quantidade, entretanto é necessário trazê-las para o palco principal, dando
visibilidade para esses documentos históricos, ressaltando-os como importantes e
necessários para os estudos acadêmicos, além de evidenciar que o arquivo pode e deve
ser um lugar acessível para a memória feminina.

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