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John Stott

Pastor, teólogo e escritor britânico ele Foi indicado pela revista Time
como uma das cem personalidades mais influentes do mundo.
Escreveu inúmeros livros, dentre eles O Discípulo Radical, o qual
acabei de ler e escrevo essa resenha. Nesta obra o autor fala sobre o
que é ser um discípulo de Jesus. Nascido em 1921 e veio a falecer no
ano de 2011.

O termo discípulo abrange obviamente mais profundidade do que o


termo Cristão, pois demonstra um relacionamento mais pessoal, mais
intimo. Os cristãos dos séculos seguintes, inclusive o nosso, deveriam
ser chamados de discípulos de Jesus, desta forma compreenderiam
melhor o valor disso.
Ao abordar a expressão “discípulo radical” Stott argumenta que o
discípulo verdadeiro é aquele que está ligado com o mestre desde a
raiz, ou seja, em todas as áreas da vida, não sendo seletivo. E muitos
cristãos são seletivos a respeito das áreas da vida que irão se
comprometer com Cristo, deixando, por conveniência algumas de fora,
e ele continua sua argumentação dizendo que “por Jesus ser Senhor,
não temos o direito de escolher as áreas nas quais nos submetemos à
sua autoridade. Pois bem: no objetivo de discorrer sobre esse tema
Stott nos apresenta 8 características do discipulado cristão que por
vezes acabam sendo deixadas de lado ou memo esquecidas. Mas que
deveriam ser levadas muito em consideração.

1 Característica (INCONFORMISMO) Ou seja: o Discípulo tem a


missão de anunciar as boas novas do evangelho, no entanto em contra
partida não pode se contaminar com as artimanhas do mundo o qual
ele precisa exercer sua missão. Stott argumenta que a tendência dos
cristãos tem sido extremista, ou se envolvem no mundo e na cultura,
deixando de pregar a Cristo, ou se envolvem tanto que deixam suas
características de cristão e discipulo de lado, se conformando com o
presente século. O cristão deve estar inconformado com o mundo, mas
sem se distanciar dele. assim como Jesus foi em seus Dias. Ou seja: é
muito mais um processo de semelhança com Cristo, do que apenas
ser diferente do "mundo".

2 Característica (SEMELHANÇA COM CRISTO). esse é talvez o ponto


que mais necessário seja para o discipulo de Jesus. Ser como ele,
parecer-se com ele. Aqui Stott afirma que devemos ser imitadores
dele, que pareçamos com ele. Ser inconformado é apenas uma
característica desse parecer-se com Ele. Há uma ênfase grande
demais nos dias atuais para que o Discípulo seja diferente de tudo.
Aqui a ênfase é outra, a preocupação não é ser diferente por ser, o que
de fato importa é ser como ele (Cristo) buscar não uma diferenciação
com o "mundo" mas buscar ser semelhante a ele. Como Caio Fabio
diz: "não é um processo de dessemelhança com o mundo, mas antes
um processo de semelhança com Cristo"

3 Característica (MATURIDADE) aqui talvez esteja um dos pontos em


que mais Paulo teve trabalho em seus dias. Mais de uma vez o
apóstolo sugeriu que algumas comunidades de Cristãos era imatura,
ao ponto do mesmo chama-los de meninos ou crianças de peito. Hoje
vê-se um crescimento absurdo do número de membros das igrejas em
geral, porem é possível perceber que a maior parte desse crescimento
é sem profundidade, sem raizes, é um cristianismo Genérico como diz
Eugene Peterson em seu livro: A maldição do Cristo Genérico. Nas
palavras de Stott: “ser maduro é ter um relacionamento maduro com
Cristo, no qual o adoramos, confiamos nele, o amamos e lhe
obedecemos”.

4 Característica (CUIDADO COM A CRIAÇÃO). Para Stott o discípulo


maduro carrega consigo não só aspectos pessoais e individuais. Mas
também obviamente aspectos globais, que envolvem os deveres para
com Deus e nosso próximo. Dentre eles destaca-se o cuidado com o
meio ambiente. Deus deu ao homem na criação, o dever de cuidar da
natureza. Para Stott o discípulo precisa retomar esse aspecto que foi
deteriorado com o pecado. Esse cuidado com a terra deve gerar no
discípulo um modo de ser e viver. Um modo consciente responsável e
maduro. O discípulo precisa viver de tal modo que suas práticas
revelem tais cuidados com a terra.

5 Característica (SIMPLICIDADE) Ou seja: Uma vida simples é parte


integrante da nova vida iniciada em Cristo. O Discípulo deve
desenvolver uma vida piedosa e se lembrar das inúmeras pessoas que
ainda não receberam o evangelho. Adotando uma vida sem
extravagância, coisa que hoje em dia muitos "discípulos" são criticados
justamente por ter uma vida regada e extravagante. Inúmeros cristãos
são criticados e muitas vezes com razão por ter uma vida extravagante
e não demonstrar piedade nem solidariedade com seus próximos. Será
que essa característica é levada a sério pelos discípulos de Cristo?

6 Característica (EQUILIBRÍO) Equilíbrio é a sexta característica


abordada pelo autor. Como cristãos devemos manter um equilíbrio,
seguindo Pedro nas ilustrações que ele traz em sua primeira carta, no
cap 2, vers de 1 ao 17. Stott traz comparações metafóricas usando a
imagem de um bebê um recém nascido em Cristo que precisa do leite
disciplinadamente para poder crescer. Crescendo ele se torna uma
pedra viva, pedra essa que será parte de um todo juntamente com
seus irmãos os outros Discípulos. Cada um exercendo suas funções
ajudando uns aos outros, servindo uns aos outros. Em seguida Stott
transmite a importância do sacerdócio que o discípulo exerce. Assim
sendo o discípulo juntamente com seus irmãos outros discípulos se
tornam o povo de Deus. Ele segue demonstrando que o discípulo
adquire o carater de um estrangeiro em terra estranha e nesse
processo ele é servo de Cristo. Um servo obediente tanto a Cristo
quanto as autoridades seculares, exercendo equilíbrio em seu serviço
e mostrando sempre com suas práticas a Cristo seu Senhor e Mestre.

7 Característica (DEPENDÊNCIA) Obviame é impossível ao discípulo


não depender única e exclusivamente do seu mestre. Dependendo de
sua graça, perdão, misericórdia e poder. Stott conta algumas
experiências vividas por ele mesmo, mostrando que o discípulo deve
saber que depende também das pessoas, do próximo para ajuda-lo em
diversas coisas. Stott sugere que o verdadeiro Discípulo deve vencer
muitas vezes seu orgulho bobo, e entregar-se a uma vida simples e
consciente de suas limitações. O discípulo é alguém que é dependente
de Deus e demonstra através de sua vida que essa dependência lhe é
uma característica muito importante, pois lhe põe de encontro a
tentação de se sentir alto suficientes e com isso exercer humildade de
caráter.

8 característica (MORTE) Stott propõe que em Cristo o discípulo tem


vida, mas antes ele precisa passar pela morte. O autor afirma que “vida
por meio da morte é um dos mais profundos paradoxos da fé e da vida
cristãs” Mesmo a morte inspirando terror para os seres humanos, para
os cristãos ela não é horrível. Ele cita Paulo que diz que o viver para
ele era Cristo, e o Morrer era ganho. Pois assim ele estaria com Cristo
para todo o sempre e de uma vez por todas. Primeiro o discípulo morre
para uma vida regrada ao pecado e vive para uma vida em Cristo. Em
seguida quando o discípulo enfrentar a morte, essa morte é a porta
que se abrira para uma outra vida, esta não mais terrena, mas celeste.
Ou seja: morre-se para se viver. É o grão de trigo que se não morrer
fica só ele, mas que se morrer gerara muitos frutos. É um paradoxo
simples de compreender. Morrer para viver.
John Stott conclui o livro convidando os Discípulos a criarem suas
próprias listas. Mas que atentem para que elas seja bíblicas.
O discípulo radical é um livro lindo, suave e absolutamente honesto em
seu conteúdo com os Princípios Bíblicos para um discípulo.

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