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Klauber Braga Castelli

DIMENSIONAMENTO DA HASTE DE UM CILINDRO UTILIZADO


EM UMA PRENSA ATRAVÉS DOS CONCEITOS DE FLAMBAGEM E
PONTO CRÍTICO

Centro Universitário Unitoledo


Araçatuba
2015
Klauber Braga Castelli

DIMENSIONAMENTO DA HASTE DE UM CILINDRO UTILIZADO


EM UMA PRENSA ATRAVÉS DOS CONCEITOS DE FLAMBAGEM E
PONTO CRÍTICO

Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito parcial


para obtenção de nota de graduação para o curso superior
em Engenharia Mecânica, no Centro Universitário
Toledo – UNITOLEDO.
Orientador: Professor Dr Rangel F. do Nascimento

Centro Universitário Toledo


Araçatuba
2015
Folha de Aprovação
DEDICATÓRIA
Dedico especialmente à Deus pela graça do dom da vida, e às
pessoas que mais amo, meus pais e meus irmãos pela ajuda, incentivo
e apoio durante a caminhada da elaboração deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela graça do dom da vida, aos
meus pais, irmãos e amigos que sempre me apoiaram
incondicionalmente durante toda minha caminhada até aqui.
Aos meus professores e colegas de sala, gostaria de agradecer,
por todos esses anos de estudos, compartilhamento de conhecimento e
por toda troca de ideias e informação que tivemos. Sou imensamente
grato, pois, de várias formas todos me ajudaram a superar os obstáculos
e a acreditar de que tudo, no final, daria exatamente certo.
A esta instituição de ensino, pela oportunidade e possibilidade
de conquistar minha tão sonhada graduação e por todo acréscimo em
meu enriquecimento intelectual.
Um especial agradecimento ao professor Dr Rangel F. do
Nascimento pela disponibilidade, orientação, incentivo, confiança,
paciência e por acreditar em minha capacidade de conseguir solucionar
todos os problemas que surgiriam durante o percurso, obrigado.
Agradeço a todas pessoas que estiveram ao meu lado, que de
alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste estudo.
A todos, pelo incentivo e apoio no percurso deste caminho
vitorioso, minha eterna gratidão!

Muitíssimo obrigado.
“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada.
Apenas dê o primeiro passo. ”
Martin Luther King
RESUMO

Por meio do conceito de flambagem e ponto crítico, busca-se o valor do diâmetro


mínimo para comprovar se a haste que compõe o sistema hidráulico de uma prensa de
compactação de embalagens descartáveis, resistirá as exigências para a perfeita execução do
trabalho. As informações obtidas visualmente e as com auxílio de equipamentos de medição,
foram utilizadas juntamente com as ferramentas numéricas obtidas na literatura e empregadas
para efetuar o dimensionamento do diâmetro mínimo necessário para que a haste não flambe.
Concluiu-se que a informação obtida com este trabalho de dimensionamento de diâmetro
mínimo proporciona para empresa a certeza que a haste empregada na construção da prensa de
embalagem descartável, suporta com tranquilidade as necessidades de trabalho.

Palavras-chave: Flambagem; Diâmetro mínimo; Embalagens descartáveis.


ABSTRACT

This paper has the objective of describing the concepts of buckling and critical point,
through researches it was conclude that the minimum diameter value to check, if the hydraulic
system cylinder of the press of disposable packaging compression can withstand the forces
required in its work operation and it will not buckle. Some information obtained through
visually and pieces of equipment along with numerical tools, it is possible to scale a value of
the minimum diamenter that does not buckle the cylinder. It was concluded that the minimum
diamenter is able to work well, the company can trust that the cylinder will not give them any
problem. In short, the cylinder is prepared to compact all kinds of the recyclabe packages
without any problem, the company can have the job done and not worry about having problems
with the buckling of the cylinder.

Keywords: Buckling; Minimum diameter; Disposable packaging


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Prensa de pequeno porte com baixa produtividade. ..................................... 14


Figura 2 - Prensa de grande porte com alta produtividade ........................................... 15
Figura 3 - Compactação e uniformidade das embalagens descartáveis. ....................... 16
Figura 4 - Prensa construída pela empresa vista frontal. .............................................. 17
Figura 5 - Prensa construída pela empresa vista esquerda............................................ 17
Figura 6 - Prensa construída pela empresa vista direita................................................ 18
Figura 7 - Vista superior da Haste ................................................................................ 19
Figura 8 - Haste vista horizontal ................................................................................... 20
Figura 9 - Vista lateral cilindro ..................................................................................... 20
Figura 10 - Vista horizontal do cilindro ....................................................................... 21
Figura 11 - Um trilho. ................................................................................................... 22
Figura 12 - Dois trilhos. ................................................................................................ 22
Figura 13 - Quatro trilhos. ............................................................................................ 23
Figura 14 - Tampa de compactação recuada. ............................................................... 23
Figura 15 - Tampa de compactação avançada. ............................................................. 24
Figura 16 - Bomba hidráulica ....................................................................................... 27
Figura 17 - Comando hidráulico ................................................................................... 28
Figura 18 - Mangueira entre a bomba e o comando ..................................................... 28
Figura 19 - Mangueira que abastece o cilindro hidráulico. .......................................... 29
Figura 20 - Medição da haste........................................................................................ 29
Figura 21 - Medição do cilindro ................................................................................... 30
Figura 22 - Comprimento da haste. .............................................................................. 30
Figura 23 - Cilindro em equilíbrio. ............................................................................... 34
Figura 24 - Intervalo do ponto crítico ........................................................................... 35
Figura 25 - Cilindro ultrapassando seu ponto de crítico. .............................................. 35
Figura 26 - Tipos de engaste nas extremidades. ........................................................... 37
Figura 27 - Relação entre Tensão e Escoamento .......................................................... 40
Figura 28 - Bomba com pressão entre 175 a 210 Bars ................................................. 42
Figura 29 - Bomba com 276 a 300 Bars ....................................................................... 43
Figura 30 - Extremidade engastada .............................................................................. 48
Figura 31 - Folga mínima de movimentação ................................................................ 49
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Primeiras informações ................................................................................. 31


Tabela 2 - Atribuindo valores para X. .......................................................................... 33
Tabela 3 - Atribuindo valores para Y ........................................................................... 33
Tabela 4 - Atribuindo valores para Z. ........................................................................... 33
Tabela 5 - Atribuindo valores para W, ......................................................................... 33
Tabela 6 - Consideração dos engastes de fixação. ........................................................ 38
Tabela 7 - Resultado das quantificações de: 𝑋, 𝑌, 𝑍𝑒 𝑊 .............................................. 47
Tabela 8 - Medidas comparativa ................................................................................... 52
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13

1.1 Apresentação ................................................................................................... 16

1.2 Objetivo .......................................................................................................... 19

1.3 Melhorias ........................................................................................................ 21

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 25

3 MÉTODOS E FUNDAMENTOS TEÓRICOS ..................................................... 27

3.1 Informações disponíveis ................................................................................. 27

3.2 Pressão ............................................................................................................ 31

3.3 Prensa hidraúlica de Pascal. ............................................................................ 31

3.4 Área seção transversal .................................................................................... 32

3.5 Coeficiente de segurança ................................................................................ 32

3.6 Força axial....................................................................................................... 33

3.7 Ponto crítico .................................................................................................... 34

3.7.1 Ponto crítico de Euler ................................................................................ 36

3.7.2 Momento de inércia .................................................................................. 36

3.7.3 Comprimento livre de flambagem ............................................................ 37

3.8 Diâmetro minimo ............................................................................................ 38

3.9 Índice de Esbeltez ........................................................................................... 39

3.9.1 Raio de giração mínimo ............................................................................ 39

3.10 Tensão crítica .............................................................................................. 40

4 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS .......................................................... 42

4.1 Obtenção da pressão na bomba hidráulica ...................................................... 42

4.1.1 Área da seção transversal da mangueira entre a bomba e o comando. ..... 43

4.1.2 Força axial que a bomba fornece para o comando .................................... 44

4.1.3 Área da Seção transversal da mangueira entre o comando e o cilindro .... 44


4.1.4 Força axial liberada do comando para o cilindro. ..................................... 45

4.1.5 Área da seção transversal hidráulica interna do cilindro .......................... 45

4.2 Forca axial da haste ......................................................................................... 46

4.3 Coeficiente de segurança ................................................................................ 46

4.4 Obtenção da ponto critico ............................................................................... 47

4.5 Escolha da condição de flambagem ................................................................ 48

4.6 Dimensionamento do diâmetro mínimo.......................................................... 50

4.6.1 Obtenção do índice de Esbeltez ................................................................ 50

4.6.2 Levantamento da tensão critica ................................................................. 51

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 53

6 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 54
13

1 INTRODUÇÃO

Em meio à Segunda Guerra Mundial, parte do mundo estava em completa destruição.


Os países envolvidos encontravam-se em ruínas com suas indústrias paralisadas, toda sua malha
rodoviária e ferroviária totalmente prejudicada, assim como cidades, fazendas, portos e
aeroportos e, principalmente, toda sua população diminuída ou envolvida no conflito
(ECOLOGIAECONCIÊNCIA,2015)
Consequentemente, as indústrias não fabricavam, a agricultura não produzia, as estradas
e portos não operavam e a população não trabalhava. Iniciou-se então, um ciclo vicioso de
escassez de matéria-prima em todo o mundo. Porém, as poucas empresas em operação que
restavam voltavam-se para a produção bélica afim de suprir as necessidades da Segunda Guerra
(MUNDOEDUCAÇÃO,2015).
Nesse período, iniciou-se uma cultura em todo mundo pela busca de fontes alternativas
para matérias-primas básicas, que eram encontradas em utensílios domésticos antigos. Essas
peças forneciam tipos de metais, como aço, alumínio, bronze nos destroços retorcidos de
automóveis e estruturas metálicas, que eram reaproveitados pelos fabricantes de material bélico
(ECOLOGIAECONCIÊNCIA,2015).
Com o final da guerra, os países capitalistas voltaram-se a reestruturação de suas
infraestruturas. Após isso, iniciou-se a necessidade de produzir em alta escala para atender a
alta demanda por produtos industrializados. Consequentemente, embalagens descartáveis
facilitariam essa distribuição até os consumidores finais, foi quando surgiram esses produtos.
As embalagens descartáveis, que dariam condições de produção em alta escala, além de
uniformidade e uma rápida logística de classificação desses produtos (ECYCLE,2015).
Essa tendência também se refletiria no Brasil, onde empresas de fabricação de
embalagens descartáveis foram fundadas. Uma das pioneiras nesse segmento, a Penha,
inaugurada em 1948, no interior de São Paulo na cidade de Itapira, produzia 40 toneladas de
papelão ondulado e contava com 35 funcionários. (PENHA, 2015).
Em 1952, na capital paulista, a Klabin também começou a produzir papelão ondulado,
na Companhia Fabricadora de Papel (KLABIN, 2015).
Em outro segmento de embalagens, a Metalúrgica Matarazzo, em meados 1971, foi a
primeira empresa brasileira a produzir latas de aço para embalar cervejas (ALMANAQUE,
2015).
14

Em 1980, a Coca-Cola, apresentou ao mercado a embalagem de garrafa Pet que se


tornou popular em todo o mundo, por ser um recipiente leve, reciclado e inquebrável (PORTAL
DO MARKETING NET, 2015).
Porém, em contraproposta de alta produção e uma eficiente logística de transporte às
embalagens descartáveis geram outro problema, o acúmulo de grandes volumes de resíduos. O
principal desafio surgido na época foi dar uma correta utilização a esses resíduos, daí então a
necessidade de elaborar ferramentas e equipamentos que viabilizariam o processo de
reutilização de embalagens como, moinhos, elevadores, extrusoras, balanças, esteiras,
caçambas e principalmente as prensas. Consequentemente com essas ferramentas pode-se
sustentar um mercado para esses novos produtos. Foi então que surgiu as prensas para
compactação, conforme modelos das Figuras 1 e 2.

Figura 1 - Prensa de pequeno porte com baixa produtividade.

Fonte: Fraqmaq (2015).

O modelo demonstrado na Figura 1 é utilizado para casos em que há poucas embalagens


para compactação no estabelecimento.

Na maioria dos casos são equipamentos utilizados em mercados e em cooperativas de


pequeno porte.
15

Figura 2 - Prensa de grande porte com alta produtividade

Fonte: Jbrmáquinas (2015).

Entretanto o modelo da Figura 2, é utilizado em estabelecimentos de empresas com


grande demanda de embalagens, sendo usada em depósitos e reciclagens de grande porte na
maioria dos casos esses estabelecimentos encontram-se em grandes cidades.
As prensas têm a função de compactar, ou seja, comprimir essas embalagens em um
caixote com a aplicação de uma força tangencial através de uma haste cilíndrica, de um sistema
hidráulico, fazendo com que as embalagens permaneçam comprimidas de acordo com o caixote.
O principal objetivo de uma prensa é diminuir o volume das embalagens, com isso é
possível o transporte a acomodação e estocagem pois viabiliza o empilhamento.
Com a diminuição do volume das embalagens, todo o processo de reutilização torna-
se menos oneroso proporcionando para as empresas do setor a diminuição dos custos de
manuseio de industrialização.
16

Figura 3 - Compactação e uniformidade das embalagens descartáveis.

Fonte: Próprio autor (2015).

1.1 Apresentação

Atualmente querendo otimizar seu processo de trabalho e produção uma empresa de


pequeno porte, suprindo-se de chapas, vigas e perfis efetivou a construção de uma prensa
hidráulica horizontal com aço reciclado. Este aço foi oriundo do estoque que a empresa já
possuía e também adquirido de outras empresas recicladoras de embalagens descartáveis.
Entretanto para que o aço seja reutilizado é necessário passar por alguns processos de
fabricação como o corte, lixamento, desoxidação, dobramento e calandragem. Esta última é
considerada a etapa mais essencial do processo, pois consiste em passar chapas, perfis, canos
ou vigas em cilindros giratórios de modo a desfazer algumas tensões de desalinhamento fazendo
com que a sua superfície se torne lisa novamente e sem ondulações ou desvios (HELMAN e
CETLIN, 2005).
A Figura 4 demonstra a prensa construída depois de utilizados os processos de
fabricação.
17

Figura 4 - Prensa construída pela empresa vista frontal.

Fonte: Próprio autor (2015).

A Figura 5 demonstra a prensa com a tampa de abastecimento aberta onde são colocadas
as embalagens para a compactação.

Figura 5 - Prensa construída pela empresa vista esquerda.

Fonte: Próprio autor (2015).

Por outro ângulo a Figura 6 demonstra por onde a prensa é abastecida.


O conjunto cilindro/haste que faz a compactação é um dos componentes da prensa e
está demonstrado na Figura 6.
18

Figura 6 - Prensa construída pela empresa vista direita.

Fonte: Próprio autor (2015).

A prensa demonstrada nas Figuras 4,5 e 6 é a segunda máquina construída pela empresa,
pois a primeira prensa construída apresentou uma deformação em sua haste.
Buscando explicações para essa deformação estrutural da haste em conceitos científicos,
obteve-se a definição de flambagem.
Sendo o momento que o elemento sofre uma força axial e começa a perder a sua
estabilidade estrutural, partindo sempre na direção do eixo de menor momento de inércia da sua
secção tranversal sem alcançar seu limite de escoamento (MELCONIAN, 2014)
Quando elementos esbeltos ou compridos submetidos a uma força axial de compressão
começa a sofrer deflexão lateral em sua estrutura é denominado de flambagem (HIBBELER,
2014).
Flambagem é a deflexão lateral que ocorre em elementos compridos (BOTELHO,
2013).
Quando peças esbeltas e compridas são submetidas a um carregamento de compressão
axial fazendo com que a peça perca sua estabilidade lateral sem atingir a tensão de escoamento
(BRAÇAL e JUNIOR, 2012)
A invergadura de peças compridas e esbeltas com aplicação de forças em suas
extremidades é considerada como flambagem.
Depois de constatado a flambagem na primeira máquina, comprovou-se da pior maneira
que a má escolha de um conjunto cilindro/haste pode acarretar a sucessivos problemas que
possam gerar prejuízos para a empresa.
Estes problemas podem ser apresentados em várias formas como, o custo da adequação
correta de um novo sistema cilindro/haste, prejuízos com desperdícios de lubrificantes, sem
19

contar que quando em manutenção o equipamento não irá produzir ou seja sem produção os
funcionários ficam parados.
Também existem os prejuízos pela parte subjetiva da empresa que é a falta de honrar
seus compromissos com seus fornecedores e colaboradores em retirar as embalagens dos pontos
de coleta.

1.2 Objetivo

Através da coleta de informações das medidas da prensa e utilizando de fontes


científicas e métodos de cálculo. Este estudo objetiva-se a saber se o diâmetro da haste. Figuras
7 e 8 é suficiente para as necessidades de trabalho e que os cálculos efetuados de
dimensionamento do diâmetro mínimo comprovem essa escolha de forma numérica.

Figura 7 - Vista superior da Haste

Fonte: Próprio autor (2015).

A Figura 7 demonstra parte da haste e uma de suas extremidades que é fixada com
parafusos

A Figura 8 demonstra a outra extremidade em que a haste é fixada com a tampa de


compactação.
20

Figura 8 - Haste vista horizontal

Fonte: Próprio autor (2015).

O cilindro que aloja a haste é demonstrado na Figura 9.

Figura 9 - Vista lateral cilindro

Fonte: Próprio autor (2015).

A figura 10 demonstra o cilindro fixado.


A instalação do cilindro/haste é feita na parte traseira da prensa pois nessa posição está
alinhado com a caixa de compactação das embalagens.
21

Figura 10 - Vista horizontal do cilindro

Fonte: Próprio autor (2015).

A Figura 10 demonstra o cilindro instalado na prensa na parte de traz, proporcionando


um alinhamento com o caixote de compactação.

1.3 Melhorias

Porém, a principal dificuldade encontrada para a construção da segunda prensa Figuras


4, 5 e 6 foi a escolha de um conjunto cilindro/haste que correspondesse com as necessidades de
compactação, produção e com um custo acessível, pois se trata de um componente com alto
valor de aquisição. Porém, o projeto necessitava de uma haste com no mínimo 2 m de
comprimento e sem saber métodos técnicos para dimensionar o diâmetro correto, a escolha foi
feita baseada em princípios empíricos. Neste projeto os técnicos responsáveis pela construção
sentiram a necessidade de assegurar que a haste não sofreria com a anomalia de flambagem que
foi detectada na primeira prensa. A solução encontrada sob as circunstâncias do momento foi
escolher uma haste com um diâmetro maior, e também a construção de trilhos em todo o caixote
da prensa, que no momento da compressão da tampa de prensagem mantinha-se alinhada, não
tendendo a desviar sua estabilidade estrutural. Para que esses trilhos pudessem direcionar a
tampa que está fixada na extremidade da haste, foi introduzido quatro quadrados que deslizam
em todo a caixa da prensa de modo a ajudar as solicitações da haste no momento de
22

compactação assegurando que a tampa de apoio e impedindo o início da flambagem, como


mostra as Figuras: 11, 12 e 13.

Figura 11 - Um trilho.

Fonte: Próprio autor (2015).

A Figura 11 demostra um trilho com seu respectivo quadrado dentro da caixa de


compactação da prensa.

Figura 12 - Dois trilhos.

Fonte: Próprio autor (2015).

A Figura 12 demonstra um dos lados do caixote da prensa com dois trilhos e


seus respectivas quadrados.
23

Figura 13 - Quatro trilhos.

Fonte: Próprio autor (2015).

Os trilhos asseguram um deslizamento dos quadrados em toda a caixa da prensa fazendo


com que o cilindro não tenha movimentos verticais em nenhum momento de compactação,
estando a tampa no começo do curso, ou seja com a haste recuada como demonstra a Figura 14.

Figura 14 - Tampa de compactação recuada.

Fonte: Próprio autor (2015).

A Figura 15 demonstra a tampa de compactação que é fixada em uma das extremidades


da haste totalmente avançada dentro do caixote da prensa.
24

Figura 15 - Tampa de compactação avançada.

Fonte: Próprio autor (2015).

A única movimentação permitida é no sentido horizontal. Com essa inserção dos trilhos
a tampa ganhou mais apoio em sua extremidade, proporcionando para a haste, a qual empurra
a tampa, um engaste com fixação de maior rigidez no momento máximo de solicitação de
trabalho, sendo o instante de compactação das embalagens descartáveis.
25

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesse capítulo ocorrerá a busca de informações para embasamento e fundamentação


dentro do tema em discussão presente no acervo existente do assunto na literatura científica
através da busca nos artigos científicos, seminários, publicações em revistas de renome, teses
de mestrado e doutorado. A ideia principal é analisar o trabalho de outros autores que possam
ser referenciados e utilizar de alguma forma esses conceitos para um correto dimensionamento
da haste/cilindro da prensa hidráulica.
Carvalhar, C. F. (2001), desenvolveu um trabalho que o envolve o estudo experimental
da flambagem de pilares de madeira de seção composta. Tendo como objetivo a comparação
dos resultados experimentais com os resultados analíticos estabelecidos pela Norma brasileira.
Foram ensaiados cinco pilares de seção composta, executados com duas peças de madeira
solidarizadas por cinco espaçadores igualmente distribuídos ao longo do pilar. Em seguida,
realizou uma comparação entre os resultados obtidos nos ensaios experimentais e os
resultados da Norma Brasileira (NBR 7190/1997).
Braçal et al. (2012), analisou o comportamento de tubos cilíndricos de paredes finas
submetidas a uma força axial de compressão, determinando a sua força crítica de flambagem e
o seu comportamento pós-crítico, considerando a não linearidade geométrica. A determinação
do valor da força crítica foi efetuada através da análise numérica utilizando-se o programa
computacional ANSYS, e também através de ensaio de compressão axial efetuado em
laboratório. O corpo de prova, tanto para a análise numérica como para o ensaio de laboratório,
foi obtido através de latas de alumínio vendidas comercialmente, considerando uma espessura
de 0,104 mm e diâmetro e altura variáveis. Compararam-se os valores obtidos das análises
numéricas e dos ensaios de laboratórios e também com os respectivos valores teóricos da força
crítica de flambagem.
Neto, D. A. J. (2015), apresentou um trabalho sobre colunas onde mostra o papel
importante que essas estruturas apresentam quando se diz respeito à resistência mecânica. Tais
elementos quando submetidos a esforços excessivos de compressão, a imperfeições
geométricas ou acidentais, podem sofrer uma deflexão lateral, evidenciando o fenômeno de
flambagem. Uma das principais consequências do fenômeno é a redução na capacidade de
resistir aos esforços solicitantes. O objetivo do estudo foi realizar uma análise teórica da carga
máxima que essas colunas podem suportar quando submetidas a diferentes condições de
26

Esbeltez e excentricidade, e equiparar ao carregamento máximo suportado por colunas ideais,


sem nenhuma imperfeição.
Após algumas pesquisas na literatura pode-se observar que os trabalhos relacionados a
flambagem não apresentam nenhuma pesquisa sobre dimensionamento de haste que compõe o
sistema hidráulico da prensa. Acredita-se que esse trabalho será de suma importância para
futuras pesquisas referentes ao estudo de dimensionamento de eixo utilizando o conceito de
flambagem que é proposto neste trabalho de conclusão de curso.
27

3 MÉTODOS E FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Este capítulo tem a finalidade de buscar informações e levantar os dados disponíveis


para uma leitura inicial da situação e escolher as ferramentas matemáticas disponíveis na
literatura para que seja feito um equacionamento literal e consequentemente um
dimencionamento da haste compatível com as necessidades do projeto.

3.1 Informações disponíveis

Para obter as informações será feita uma busca visual do equipamento e também na
literatura disponível mas precisamente nos conceitos de flambagem e ponto crítico. Foi feito
um levantamento visual da prensa de embalagem descartável e de início obteve-se o diâmetro
da mangueira que sai da bomba hidráulica. Figura 16, e abastece o comando hidráulico Figura
17.

Figura 16 - Bomba hidráulica

Fonte: Próprio autor (2015).

A finalidade da bomba hidráulica é abastecer todos os cilindros do sistema com óleo e


fornecer pressão para eles.
28

O papel do comando hidráulico Figura 17 é distribuir óleo para o sistema com as


necessidades de operação de avanço e recuo das hastes.

Figura 17 - Comando hidráulico

Fonte: Próprio autor (2015).

Interligando a bomba e o comando está a mangueira da Figura 18.

Figura 18 - Mangueira entre a bomba e o comando

Fonte: Próprio autor (2015).

Através da Figura 18, consegue-se obter o diâmetro da mangueira. Essa informação está
contida na Tabela 1.
O cilindro. Figura 9 e 10, também está interligado com o comando hidráulico Figura 17,
através, da mangueira da Figura 19.
29

Figura 19 - Mangueira que abastece o cilindro hidráulico.

Fonte: Próprio autor (2015).

Conforme a Figura 19, pode-se registrar o diâmetro na Tabela 1.


Utiliza-se a análise visual para coleta de informações, e com o auxílio de um paquímetro
obteve-se o diâmetro da haste Figura 20.

Figura 20 - Medição da haste.

Fonte: Próprio autor (2015).

O cilindro também é medido com um paquimetro conforme a Figura 21.


30

Figura 21 - Medição do cilindro

Fonte: Próprio autor (2015).

O comprimento da haste é obtido com uma trena como demonstrado na Figura 22.

Figura 22 - Comprimento da haste.

Fonte: Próprio autor (2015).

Visto que as informações necessárias disponíveis estão todas registrdas na Tabela 1


,agora sera feito uma sistemática para um levantamento de cálculo, iniciando-se com os
conceitos de pressão que serão levantados a seguir.
31

Tabela 1 - Primeiras informações


Descrição Abreviações Medida Unidade
Diâmetro do cilindro 𝐷𝑒𝑐 142 𝑚𝑚
Diâmetro da haste 𝐷𝑒ℎ 90 𝑚𝑚
Diâmetro interno mangueira da bomba 𝐷𝑚𝑏 3/4 𝑝𝑜𝑙
Diâmetro interno mangueira do comando 𝐷𝑚𝑐 1/2 𝑝𝑜𝑙
Comprimento da haste 𝐶ℎ 2,00 𝑚
Fonte: Próprio autor (2015).

3.2 Pressão

Pressão origina-se do latim “pressão”, que tem o significado de apertar, pressionar. Já


no âmbito hidrostático define-se como pressão a força exercida pelo fluido por unidade de área
no recipiente que o acomoda (FIALHO, 2004), e pôde ser expressa como:

𝐹𝑎𝑥𝑖
𝑃= (1)
𝐴𝑠𝑡

Com as seguintes considerações:

𝑃: Pressão [𝑃𝑎]
𝐹𝑎𝑥𝑖 ∶ Força axial [𝑁]
𝐴𝑠𝑡 : Área superficial transversal [𝑚2 ]

Portanto a Equação 1 representa o princípio básico de pressão visto que a seguir será
buscado através dos conceitos da prensa de Pascal a relação entre dois recipientes que se
interligam hidraulicamente.

3.3 Prensa hidraúlica de Pascal.

O princípio de Pascal diz que qualquer que seja a variação da pressão exercida em um
ponto do mesmo fluido acomodados em recipientes de áreas distintas em equilíbrio, é
transmitida para todos os pontos do sistema que acomoda o mesmo fluido (CALÇADA, 2012)
sendo:
𝑃1 = 𝑃2 (2)

Portanto:
32

𝐹1 𝐹2
= (3)
𝐴𝑠𝑡1 𝐴𝑠𝑡2

Considerações: Mesmas do item 3.2.


Entretanto para que seja levantada a pressão, é necessário saber a área da seção
transversal do cilindro que será abordado a seguir.

3.4 Área seção transversal

A igualdade de dimensões perpendiculares entre duas áreas de um cilindro é considerada


como sendo sua seção transversal e pode ser encontrada através da fórmula;

𝜋 × 𝐷2
𝐴𝑠𝑡 = (4)
4

Considerações:

𝐴𝑠𝑡 ∶ Área superficial transversal [𝑚2 ]


𝐷 ∶ Diâmetro da seção [𝑚]
𝜋 ∶ Constante matemática [3,14]

Visto métodos de encontrar as áreas será levantado a seguir ferramentas de quantificar


o coeficiente de segurança.

3.5 Coeficiente de segurança

O coeficiente de segurança é um valor numérico utilizado pelos engenheiros e


projetistas para dimensionar corretamente os componentes em uma construção mecânica,
buscando o equilíbrio entre custo e segurança em um projeto (MELCONIAN, 2014).
O coêficienti de segurança utilizado para o dimensionamento do diâmetro minímo será
levantado, através das quantificação de valores representados nas Tabelas 2,3,4 e 5 e calculados
na Expressão 6 exposta por (MELCONIAN, 2014):

𝐶𝑆 = 𝑋 × 𝑌 × 𝑍 × 𝑊 (6)

A letra " 𝑋 "da Equação 6, leva em consideração o tipo do aço utilizado na construção
do projeto O " 𝑌 "representa o tipo de solicitação de força que deve ser considerada porém, o
33

" 𝑍 ", é o tipo de carregamento existente e a letra 𝑊, possíveis defeitos de fabricação. As


Tabelas 2,3,4 e 5 completam as considerações das letras empregadas na Equação 6.
Considerações:

Tabela 2 - Atribuindo valores para X.


Tipo de material Nomenclatura Valor atribuido
Para materiais comuns 𝑋 2
Aços de qualidade e ligas 𝑋 1,5
Fonte: Adaptado de Melconian (2014).

Tabela 3 - Atribuindo valores para Y


Tipo de solicitação Nomenclatura Valor atribuido
Carga constante 𝑌 1
Carga internitente 𝑌 2
Carga alternada 𝑌 3
Fonte: Adaptado de Melconian (2014).

Tabela 4 - Atribuindo valores para Z.


Tipo de carga Nomenclatura Valor atribuido
Carga gradual 𝑍 1
Carga leves 𝑍 1,5
Carga bruscos 𝑍 2
Fonte: Adaptado de Melconian (2014).

Tabela 5 - Atribuindo valores para W,


Defeitos de fabricação Nomenclatura Valor atribuido
Para aços 𝑊 1,5
Para fofo 𝑊 2
Fonte: Adaptado de Melconian (2014).

As letras da Equação 6 quando quantificadas, consegue-se obter o coeficiente de


segurança correspondente com as necessidades do projeto que é utilizado para obter a força
axial sendo analisada a seguir.

3.6 Força axial

É a aplicação de uma força de compressão no centro da seção transversal de um


determinado corpo (HIBBELER, 2014). Vale lembrar que a força axial pode ser de tração ou
compressão, sendo a de compressão que interessa para as análises a seguir:
34

𝐹𝑎𝑥𝑖 = 𝐴𝑠𝑡 × 𝑃 (7)

𝐹𝑎𝑥𝑖 ∶ Força Axial [𝑁]


𝑃 ∶ Pressão [𝑃𝑎]
𝐴𝑠𝑡 : Área superficial transversal [𝑚2 ]

Depois de encontrar meios de levantar a força axial, o próximo passo será o ponto
crítico.

3.7 Ponto crítico

É a força de compressão aplicada nas extremidades de um corpo no momento que


antecede a flambagem sem modificar sua estrutura.
No mesmo sentido, quando um determinado corpo recebe uma força axial no instante
anterior ao início de sua flambagem mantendo suas propriedades estruturais originais
(HIBBELER, 2014).
A Figura 23, representa um cilindro no momento em que antecede a flambagem sem
deformar sua estrutura.

Figura 23 - Cilindro em equilíbrio.

Fonte: Adaptado de Hibbeler (2014).

O equilíbrio do ponto crítico é todo o intervalo que antecede o ponto de bifurcação


demonstrado na Figura 24.
35

Figura 24 - Intervalo do ponto crítico

Fonte: Adaptado de Hibbeler (2014).

Quando a força aplicada for maior que o ponto crítico de equilíbrio, inicia-se a
flambagem, fazendo com que o elemento mude suas características dimensionais deformando
sua estrutura como demostrados na Figura 25.

Figura 25 - Cilindro ultrapassando seu ponto de crítico.

Fonte: Adaptado de Hibbeler (2014).

Para calcular o ponto crítico leva-se em consideração a força axial multiplicada pelo
coeficiente de segurança sendo:
36

𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝐹𝑎𝑥𝑖𝑎𝑙 × 𝐶𝑆 (8)

Considerações:
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 : Ponto crítico [𝑁]
𝐹𝑎𝑥𝑖𝑎𝑙 : Força axial [𝑁]
𝐶𝑆 ∶ Coeficiente de segurança [Adimensional]

Porém dependendo da forma que o cilindro é fixado em suas extremidades e a geometria


da peça, ocorre diferentes tipos de flambagem. A seguir apresenta-se a equação de Euler que
utiliza essas variáveis da seguinte forma.

3.7.1 Ponto crítico de Euler

Relata (Melconian, 2014) que o suíço Leonardo Euler (1707-1783) foi quem estabeleceu
uma fórmula do ponto crítico nas peças carregadas axialmente, com variação de fixação em
suas extremidades levando em consideração as seguintes propriedades:

𝜋2 × 𝐸 × 𝐽
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 = (7)
𝑙𝑓 2

Considerações:

𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 : Ponto crítico [𝑁]


𝐽 : Momento de inércia do cilindro [𝑚4 ]
𝑙𝑓 : Comprimento livre de flambagem [𝑚]
𝐸 : Módulo de elasticidade [𝐺𝑃𝑎]
𝜋 : Constante matemática [3,14]

A variação de engastes nas extremidades é denominada de comprimento livre de


flambagem e a geometria do material vista no momento de inércia são fatores que dimensionam
o ponto crítico. A seguir é apresentado o conceito de momento de inércia.

3.7.2 Momento de inércia

A geometria tem muita influência para a resistência dos materiais, neste sentido o
momento de inércia também é uma variável do dimensionamento, pois envolve o tamanho do
37

diâmetro. O momento de inércia na seção transversal de um cilindro é obtido através da


fórmula:

𝜋 × 𝐷𝑚 4
𝐽= (8)
64

Considerações:

𝐽 : Momento de inércia do cilindro [𝑚4 ]


𝐷𝑚 : Diâmetro mínimo necessário [𝑚]
𝜋 : Constante trigonométrica [3,14]

A seguir será analisado as condições de engastes nas extremidades variando o


comprimento livre de flambagem.

3.7.3 Comprimento livre de flambagem

Conforme a fixação nas extremidades da peça apresenta-se quatro situações de


flambagem, que são demostradas na Figura 26.

Figura 26 - Tipos de engaste nas extremidades.

Fonte: Adaptado de Hibbeler (2014).


38

A constante 𝐾 demonstrada na Figura 26 considera o comprimento que o elemento tente


a flambar. Na situação (a), o comprimento total do elemento sofrerá com a flambagem por isso
a constante vale (1) porém, a situação (b) é (2) vezes o comprimento do elemento.
A situação (c) demonstra que a metade do comprimento tente a flambar por isso a
constante vale (0,5) e pôr fim a situação (d) que é (0,7) pois o comprimento que tende a flambar
é um pouco maior que a situação anterior.
O modo de como a haste é engastada tem muita importância em relação à flambagem,
pois com aplicação da força axial de compressão, a peça tende a escoar na direção que se
encontra sem apoio. O tipo (a) demostrado na Figura 26, tem o momento de curvatura logo após
a fixação dos pinos pois são móveis nas duas extremidades fazendo com que seja transferida
para barra toda a força axial; já o tipo (b) sendo o mais grave dos tipos, pois em uma de suas
extremidades não há fixação, fazendo com que a barra sofra diretamente com a força axial
deformando-a inteiramente logo após a sua extremidade engastada; porém o tipo (c) tem suas
extremidades fixadas rigidamente, fazendo com que a barra venha sofrer uma deformação em
um determinado intervalo logo após a sua fixação, pois a força axial é absorvida parcialmente
nos engastes. E por fim o tipo (d) que tem em uma extremidade fixa com pinos e na outra
extremidade engastada rigidamente, possuindo características do tipo (a) e (c). A Tabela 6

Tabela 6 - Consideração dos engastes de fixação.


Tipo Fixação 𝐾 Condição livre de flambagem (𝑙𝑓)
(a) Presas por pinos 1 𝐿
(b) Engastada e livre 2 2×𝐿
(c) Engastadas 0,5 0,5 × 𝐿
(d) Engastada e por pinos 0,7 0,7 × 𝐿
Fonte: Adaptado de Hibbeler (2014).

Com o ponto crítico e suas variáveis é possível dimensionar o diâmetro mínimo


necessário de um cilindro.

3.8 Diâmetro minimo

Em determinados projetos de engenharia é essencial estimar o diâmetro mínimo


necessário da haste para que ele não sofra com a flambagem. O diâmetro pode ser obtido
reorganizando a Equação 7 e inserindo as considerações da Equação 8 tornando-a:
39

4 64 × 𝑃𝑐𝑟𝑖 × 𝑙𝑓 2
𝐷𝑚 = √ (9)
𝜋3 × 𝐸

Considerações:

𝑃𝑐𝑟𝑖 : Ponto crítico [𝑁]


𝐷𝑚 ∶ Diâmetro mínimo necessário [𝑚]
𝑙𝑓: Comprimento livre de flambagem [𝑚]
𝐸 : Módulo de elasticidade [𝐺𝑃𝑎]
𝜋 : Constante trigonométrica [3,14]

O diâmetro mínimo dimensionado reflete as características do projeto.

3.9 Índice de Esbeltez

O índice de Esbeltez é encontrado através da relação entre o comprimento livre de


flambagem que já foi discutido na seção 3.7.3 e com o raio de giração mínimo, (MELCONIAN,
2014) que será apresentado na seção 3.9.1.

𝑙𝑓
𝜆= (10)
𝐼𝑚𝑖𝑛
Considerações:

𝜆 ∶ Índice de Esbeltez [Adimensional]


𝑙𝑓 ∶ Comprimento livre de flambagem [𝑚]
𝐼𝑚𝑖𝑛 ∶ Raio de giração mínimo [𝑚]

3.9.1 Raio de giração mínimo

Sendo um círculo considera-se o raio de giração mínima como;

𝐷𝑚
𝐼𝑚𝑖𝑛 = (11)
4

Considerações:
𝐼𝑚𝑖𝑛 ∶ Constante trigonométrica [𝑚]
𝐷𝑚 ∶ Diâmetro mínimo necessário [𝑚]
40

3.10 Tensão crítica

É a tensão máxima que um material pode suportar antes de iniciar qualquer mudança
em suas características estruturais.

𝜋2 × 𝐸
𝜎𝑐𝑟𝑖𝑡 = (12)
𝜆2

Considerações:

𝜎𝑐𝑟𝑖𝑡 : Tensão crítica [𝑀Pa]


𝐸 : Módulo de elasticidade [𝐺Pa]
𝜆 : Índice de Esbeltez [Adimensional]
𝜋 : Constante trigonométrica [3,14]

O valor da tensão crítica deve ser sempre menor que a tensão de escoamento do material
escolhido, pois, caso contrário não suportará as solicitações de funcionamento.

Figura 27 - Relação entre Tensão e Escoamento

Fonte: Adaptado de Fec Unicamp (2015).

Essa proporcionalidade é demostrada na Figura 27. Quando no aumento da aplicação de


uma tensão o material permanece em equilíbrio até o ponto (A), a partir daí o material começa
a dar início ao seu escoamento entrando no regime elástico, ou seja, é o intervalo mesmo
41

mínimo, que o material consegue retornar para sua dimensão original. Esta situação é
demonstrada entre o ponto (A) e (B). A partir do ponto (B) o material atinge o regime plástico,
sendo o intervalo no qual ele não consegue retornar para sua dimensão original, ou seja, ele
incorpora aquela dimensão essa parte é denominada de regime plástico e esta entre os pontos
(B) e (C). E finalmente chegando até o ponto C, onde o material se rompe.
Com os conceitos de tensão crítica encontra-se o material para construção mecânica,
pois estabelece parâmetros para escolha do aço informando a tensão mínima de escoamento.
42

4 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS

Nesta parte do estudo busca-se o dimensionamento do diâmetro mínimo da haste da


prensa de embalagem descartável, juntamente com a identificação da tensão de escoamento
mínima do material utilizado em sua construção, desenvolvendo os cálculos através das
equações levantadas no Capítulo 3, variando com as informações disponíveis.

4.1 Obtenção da pressão na bomba hidráulica

Para iniciar o dimensionamento da haste é necessário obter o valor da pressão que à


empurra, porém a prensa de embalagem descartável não possui nenhum tipo de medidor de
pressão nem catálogo de fabricação, pois seus componentes são oriundos de depósitos de
material reciclado. Por isso foi feito um levantamento nas oficinas e casas de peças de sistemas
hidraúlicos e expondo a Figura 16 para os técnicos que é a imagem da bomba, foi sugerido
pelos mesmos com embasamento em suas experiêcias profissionais que essa bomba hidraúlica
fornece uma pressão para o sistema entre 200 a 250 Bars.Também buscou-se em sites do
segmento de vendas de equipamentos e bombas hidraúlicas similares e obteve-se a seguinte
informação retirada do catalógo Figura 28 que tem a variação da pressão entre 175 a 210 Bars.

Figura 28 - Bomba com pressão entre 175 a 210 Bars

Fonte: Marrucci (2015).


43

A Figura 29 demostra a variação de uma bomba com pressão entre 276 a 300 Bars

Figura 29 - Bomba com 276 a 300 Bars

Fonte: Fluidpower (2015).

Para fins de cálculo e norteamento de informações, pega-se um valor mediano de 230


Bares, pois situa-se entre 200 a 250 Bares sugerido pelos técnicos e entre 175 à 300 Bars que
está entre a menor pressão demostrada na Figura 28 e a maior pressão demostrada na Figura
29.

4.1.1 Área da seção transversal da mangueira entre a bomba e o comando.

Estando a pressão da bomba definida busca-se a informação da área transversal interna


da mangueira que liga a bomba Figura 16 e o comando Figura 17. Esta mangueira esta
demosntrada conforme a Figura 18. A tabela 1 também contém essa informação .

𝐷𝑚𝑏 = 3⁄4 × 2,54 × 10−2


𝐷𝑚𝑏 = 1,90 × 10−2 𝑚
44

Portanto utilizando a Equação 4 encontra-se a área transversal da mangueira da bomba:

𝜋 × 𝐷𝑚𝑏 2
𝐴𝑚𝑏 =
4
𝜋 ∗ (1,90 × 10−2 𝑚)2
𝐴𝑚𝑏 =
4
𝐴𝑚𝑏 = 2,85 × 10−4 𝑚2

4.1.2 Força axial que a bomba fornece para o comando

Transformando a unidade do resultado da seção 4.1 tem-se:

𝑃𝑏𝑜𝑚 = 230𝑏𝑎𝑟 = 23000 ∗ 103 𝑃𝑎

Utilizando a Equação 7, e o resultado da seção 4.1.1 obtém-se a força axial da seguinte


forma:

𝑃𝑏𝑜𝑚 = 23000 × 103 𝑃𝑎


𝐴𝑚𝑏 = 2,85 × 10−4 𝑚2

𝐹𝑎𝑥𝑖𝑏𝑜𝑚 = 𝑃𝑏𝑜𝑚 × 𝐴𝑚𝑏


𝐹𝑎𝑥𝑖𝑏𝑜𝑚 = 23000 × 103 𝑃𝑎 × 2,85 × 10−4 𝑚2
𝐹𝑎𝑥𝑖𝑏𝑜𝑚 = 6555,52𝑁

4.1.3 Área da Seção transversal da mangueira entre o comando e o cilindro

É necessário obter a área da seção transversal da mangueira Figura 19 que sai do


comando Figura 17 e alimenta o cilindro Figura 9 e 10. A Tabela 1 demonstra a informação de
diâmetro da mangueira sendo:

𝐷𝑚𝑐 = 1⁄2 × 2,54 × 10−2


𝐷𝑚𝑐 = 1,27 × 10−2 𝑚

Portanto utilizando a Equação 4 encontra-se a área transversal da mangueira do cilindro:


45

𝜋 × 𝐷𝑚𝑐 2
𝐴𝑚𝑐 =
4
𝜋 ∗ (1,27 × 10−2 𝑚)2
𝐴𝑚𝑐 =
4
𝐴𝑚𝑐 = 1,27 × 10−4 𝑚2

4.1.4 Força axial liberada do comando para o cilindro.

A problemática aqui será resolvida com os conceitos da seção 3.3, pois envolve duas
áreas diferentes ligadas hidraulicamente por um mesmo fluído. Utilizando-se dos resultados
anteriores tem-se:

𝐴𝑚𝑏 = 2,85 × 10−4 𝑚2


𝐴𝑚𝑐 = 1,27 × 10−4 𝑚2
𝐹𝑎𝑥𝑖𝑏𝑜𝑚 = 6555,52𝑁

Com a Equação 3 obtém-se a força axial liberada do comando para o cilindro da seguinte
forma:

𝐹𝑎𝑥𝑖𝑏𝑜𝑚 𝐹𝑎𝑥𝑖𝑐𝑜𝑚
=
𝐴𝑚𝑏 𝐴𝑚𝑐
6555,52𝑁 𝐹𝑎𝑥𝑖𝑐𝑜𝑚
=
2,85 × 10−4 𝑚2 1,27 × 10−4 𝑚2
𝐹𝑎𝑥𝑖𝑐𝑜𝑚 = 2931,45𝑁

4.1.5 Área da seção transversal hidráulica interna do cilindro

Em relação ao cilindro, tem a informação do diâmetro externo, porém o que é necessário


para os cálculos é sua medida interna. Essa medida interna será obtida com a subtração das
espessuras das paredes do cilindro com o diâmetro externo. A espessura da parede do cilindro
foi estimada pelos mesmos profissionais citados no item 4.1, pois trata-se da mesma situação e
buscando na Tabela 1 a informação do diâmetro externo do cilindro tem as seguintes
considerações:

𝐷𝑐𝑒 = 1,42 × 10−1 𝑚


46

𝑒𝑠𝑝 = 3 × 10−3 𝑚

𝐷𝑐𝑖 = 𝐷𝑐𝑒 − 2 × 𝑒𝑠𝑝


𝐷𝑐𝑖 = 1,42 × 10−1 − 2 × 3 × 10−3
𝐷𝑐𝑖 = 1,36 × 10−1 𝑚

Utilizando a equação 4 tem:

𝜋 ∗ 𝐷𝑐𝑖 2
𝐴𝑐𝑖 =
4
𝜋 × (1,36 × 10−1 )2
𝐴𝑐𝑖 =
4
𝐴𝑐𝑖 = 1,45 × 10−2 𝑚2

4.2 Forca axial da haste

Para obter a força axial da haste é necessário utilizar os conceitos da seção 3.3, pois se
trata de áreas distintas interligadas hidraulicamente por um mesmo fluido, desta forma utiliza-
se a Equação 3 com as seguintes considerações:

𝐹𝑎𝑥𝑖𝑐𝑜𝑚 = 2931,45𝑁
𝐴𝑚𝑐 = 1,27 × 10−4 𝑚2
𝐴𝑐𝑖 = 1,45 × 10−2 𝑚2

𝐹𝑎𝑥𝑖𝑐𝑜𝑚 𝐹𝑎𝑥ℎ
=
𝐴𝑚𝑐 𝐴𝑐𝑖
2931,45𝑁 𝐹𝑎𝑥ℎ
=
1,27 × 10−4 𝑚2 1,45 × 10−2 𝑚2
𝐹𝑎𝑥ℎ = 334693,11𝑁

4.3 Coeficiente de segurança

O coeficiente de segurança vária conforme as características de cada projeto de


construção mecânica pois depende das diferentes situações de uso e utilização de cada
equipamento ou objeto construído e também leva-se em consideração o material utilizado na
construção.
47

Iniciando o levantamento do valor do coefiçiênte de segurança para o dimensionamento


do diâmetro mínimo da haste. Busca-se na seção 3.5 nas Tabelas 2, 3, 4 e 5 como quantifica lo.
Inicia sua quntificação em relação ao tipo de aço empregado na construção da haste, que nesse
caso será atribuido como de aços de qualidade e ligas que corresponde ao valor atribuído para 𝑋
conforme a Tabela 2 de 1,5. Porém na Tabela 3 o tipo de solicitação é a alternada sendo a
melhor opção que se encaixa com as circunstâncias em relação a haste pois sofre solicitação
somente quando é feita a compressão de embalagem descartável, porém no momento de recuo
e no intervalo de avanço , não há compctação não há solicitação por isso o valor correspondente
de 𝑌 é igual a 3 ,ou seja em um momento esta carregada e em outro não.
Atribui-se valor para 𝑍 quando comparado com a Tabela 4 e quantificado em relação
ao tipo de carga, podendo ser considerada como carga gradual, atribuindo o valor igual a
1,visto que a haste vai se movimentando e compactando gradualmente as embalagens
descartáveis ,não é colocada uma carga bruscamente Encontrado valores para 𝑋, 𝑌, 𝑍 falta o de
𝑊 que encontra-se na Tabela 5 que corresponde a defeitos de fabricação do aço e neste caso
foi atribuido o valor correspondente a 1,5 pois a haste não pode ser considerada como um ferro
fundido.A Tabela 7,organiza essas quantificações da seguinte forma.

Tabela 7 - Resultado das quantificações de: 𝑋, 𝑌, 𝑍𝑒 𝑊


Variáveis Condições Valores
𝑋 Aços de ligas 1,5
𝑌 Alternada 3
𝑍 Gradual 1
𝑊 Para aços 1,5
Fonte: Adaptado de Melconian, (2015).

Utilizando a Equação 6 e absorvendo as informações da Tabela-7 tem-se:

𝐶𝑆 = 𝑋 × 𝑌 × 𝑍 × 𝑊
𝐶𝑆 = 1,5 × 3 × 1 × 1,5
𝐶. 𝑆 = 6,75

4.4 Obtenção da ponto critico

Utilizando as informações disponíveis e considerando o sistema como um conjunto ideal


ou seja não computando as perdas de cargas obteve-se:
48

𝐹𝑎𝑥ℎ = 334693,11𝑁
𝐶𝑆 = 6,75

Pega-se a Equação 8 da seguinte forma:


𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝐹𝑎𝑥ℎ × 𝐶𝑆
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 = 334693,11 × 6,75
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 = 2255277,74𝑁

4.5 Escolha da condição de flambagem

A condição de flambagem é considerada como articulada e engastada conforme a Tabela


6 no tipo (d), pois no pé do cilindro ela está totalmente imóvel fixada com parafusos como
mostra a Figura 30 nesse ponto não há nenhum tipo de movimento pois os parafusos fixados
garantem essa imobilidade.

Figura 30 - Extremidade engastada

Fonte: Próprio autor (2015).

Na outra extremidade da haste a qual se encontra a tampa de compactação, conforme a


Figura 31, mesmo com os trilhos de guia, existe uma determinada folga. Podendo ser
considerado como não engastado ou presa por pinos, pois ocorre um determinado movimento
mesmo que mínimo no sentido vertical.
49

A folga necessária é de 10 𝑚𝑚 para que aconteça o movimento de prensagem


horizontalmente da haste.

Figura 31 - Folga mínima de movimentação

Fonte: Próprio autor (2015).

Sendo assim é considerada como condição de flambagem articulada nessa extremidade,


pois a folga mínima de movimentação faz com que a haste no momento em que as embalagens
descartáveis sejam compactadas receba parte da força axial conforme as condições comentadas
na seção 3.7.3.
A condição de flambagem é obtida na Tabela 6 tipos (d) da seguinte forma:

𝑙𝑓 = 0,7 × 𝐿

O comprimento da haste é obtido na Tabela 1 sendo:

𝐿 = 2𝑚
𝑙𝑓 = 0,7 × 2𝑚
50

𝑙𝑓 = 1,4𝑚

4.6 Dimensionamento do diâmetro mínimo

Depois de ter obtido as variáveis envolvidas para o dimensionamento da haste faltando


somente o módulo de elasticidade do aço que nesse caso optou-se por usar o fornecido por
(HIBBELER, 2014) que é 200𝐺𝑃𝑎. Sendo assim busca-se sob as condições da máquina o
diâmetro mínimo de construção para a haste através da Equação 9 da seguinte forma.
Considerações:

𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 = 2255277,74𝑁
𝑙𝑓 = 1,4𝑚
𝐸 = 200 ∗ 109 𝑃𝑎

64 × 𝑃𝑐𝑟𝑖 × 𝑙𝑓 2
4
𝐷𝑚 = √
𝜋3 × 𝐸

4 64 × 2255277,74𝑁 × 1,4𝑚 2
𝐷𝑚 = √
𝜋 3 ∗ 200 × 109 𝑃𝑎

𝐷𝑚 = 8,21 × 10−2 𝑚
𝐷𝑚 = 8,21𝑐𝑚
𝐷𝑚 = 3,23𝑝𝑜𝑙

Para uma medida comercial usa-se:

𝐷𝑚 ≅ 3,5 𝑝𝑜𝑙

4.6.1 Obtenção do índice de Esbeltez

Introduzindo na Equação 10 os conceitos de raio de giração exposto na Equação 11,


consegue-se encontrar o índice de Esbeltez. Conforme o diâmetro mínimo encontrado na seção
4.6 da seguinte maneira.
Considerações;

𝐷𝑚 = 8,21 × 10−2 𝑚
𝑙𝑓 = 1,4
51

𝐷𝑚
𝑖𝑚 =
4
𝑙𝑓
𝜆=
𝑖𝑚
𝑙𝑓
𝜆=
𝐷𝑚
4
4 × 𝑙𝑓
𝜆=
𝐷𝑚
4 × 1,4𝑚
𝜆=
8,21 × 10−2 𝑚
𝜆 = 68,13

4.6.2 Levantamento da tensão crítica

Com o índice de Esbeltez levantado busca-se o valor da tensão crítica mínimo conforme
a Equação 12 estipula da seguinte forma.
Considerações:

𝐸 = 200 ∗ 109 𝑃𝑎
𝜆 = 68,13

𝜋2𝐸
𝜎𝑐𝑟𝑖𝑡 =
𝜆2
𝜋 2 × 200 × 109 𝑃𝑎
𝜎𝑐𝑟𝑖𝑡 =
68,13 2
𝜎𝑐𝑟𝑖𝑡 = 425137394,63𝑃𝑎
𝜎𝑐𝑟𝑖𝑡 = 425,13𝑀𝑃𝑎

Portanto o dimensionamento de Euler só é válido se o material da haste empregado em


sua construção tiver uma tensão de escoamento maior que a tensão crítica encontrada, caso
contrário não suportará as solicitações de esforço. Sendo assim o aço empregado na construção
da haste possui uma tensão mínima de escoamento acima 425,13𝑀𝑃𝑎.
É essencial destacar também, a importância dos trilhos como forma de engaste nas
extremidades. Esse item, está descrito na Tabela 8, que utiliza a Equação 9, variando as
52

condições de flambagem na obtenção de valores meramente comparativos no auxílio de


compreensão.

Tabela 8 - Medidas comparativa


Condição de flambagem L (𝑚) Diâmetro (𝑚)
2L 2 13,89 × 10−2
L 2 9,82 × 10−2
0,7L 2 8,21 × 10−2
0,5L 2 6,94 × 10−2
Fonte: Próprio autor (2015).

A Tabela 8 evidência que, quanto menor for a fixação, maior será o diâmetro. Esta
comparação de diâmetro de fixação é muito útil, pois, em uma possível manutenção ou mudança
futura da estrutura da máquina, deve ser considerada a condição de flambagem no custo
benefício, já que, se não for empregado recursos com a fixação das extremidades, terá que ser
empregado recursos em um diâmetro maior da haste, conforme comprovado com a Tabela 8.
53

5 CONCLUSÃO

Concluiu-se que, a informação obtida com este trabalho de dimensionamento de


diâmetro mínimo proporciona para empresa a certeza de que, a haste empregada na construção
da prensa de embalagens descartáveis suporta com tranquilidade as necessidades de trabalho.
O conjunto haste/pistão foi corretamente escolhido para as condições de trabalho da
prensa, pois quando comparado o diâmetro da haste descrito na Tabela 1, ou seja, sendo o que
está em operação, em relação ao diâmetro mínimo encontrado através dos conceitos de ponto
crítico demonstrado na seção 4.6, fica claro que a haste em operação tem aproximadamente 8
milímetros a mais em seu diâmetro do que o necessário, comprovando que resistirá as condições
de trabalho sem flambar.
Todo o trabalho de dimensionamento da haste feito nesta análise, comprova que o
método de escolha da haste feita pela empresa, foi totalmente eficaz e atendeu as necessidades
de custo, operação e produção.
A partir desta análise, fica a sugestão para estudos futuros, o foco em um
dimensionamento com a utilização de métodos de elementos finitos e também a instalação de
rolamentos nas guias da tampa de compactação.
54

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