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EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO
PERÍODO BÁSICO
COLETÂNEA DE MANUAIS
DE
TÉCNICAS MILITARES II
UD 6 e 7
2021
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................1 /90)
ÍNDICE DE ASSUNTOS
UD 6- TÉCNICAS ESPECIAIS
6.1.1 Definição 4
6.1.2 Constituição das Cordas 4
6.1.3 Espécie de fibras 5
6.1.4 Tipo de Cordas 5
6.1.5 Características 5
6.1.6 Tabela de Resistência 6
6.1.7 Nomenclatura 6
6.1.8 Utilização e Manutenção 8
6.1.9 Nós e Laçadas 11
6.1.10 Assentos 18
6.3.1 Pinguela 27
6.3.2 Passadeira Pênsil 27
6.2.3 Ponte de Cordas 28
REFERÊNCIAS....................................................................................................
INTRODUÇÃO
Finalidade
O presente manual tem por finalidade divulgar conhecimentos gerais, processos
e técnicas para a transposição de obstáculos pelo combatente a pé
Objetivo
Padronizar no âmbito do Exército, os métodos e a instrução de transposição de
obstáculos pelo combatente a pé. Destina-se ao uso em instrução e em campanhas.
Importância do Treinamento
As operações colocam frequentemente as pequenas frações e o combatente a
pé diante de obstáculos que devem ser transpostos com rapidez e segurança, a fim de
permitir o cumprimento da missão. Tais obstáculos são mais comuns em ambientes
especiais como a selva, a montanha, etc. A capacidade e a destreza das frações e dos
combatentes para vencer estes obstáculos, utilizando meios reduzidos e recursos
locais, vai condicionar sua eficiência em combate. Instruir e treinar o combatente e as
pequenas frações para a transposição de obstáculos significará, muitas vezes,
garantir-lhes a sobrevivência e o êxito
Conhecimentos Complementares
O T5-725- Aparelhos de força - oferece dados complementares, e mais
detalhados, à Primeira Parte deste Manual, Igualmente, o C21-72 – Montanhismo
Militar oferece conhecimentos complementares à transposição de obstáculos
propriamente dita.
Generalidades
Definição
Corda é um conjunto de cordões de fibra, torcidos ou trançados entre si.
Espécies de Fibras
a. As fibras de origem animal (seda, crina e couro) têm o seu uso limitado.
b. As fibras de origem vegetal têm larga aplicação. As mais utilizadas são: sisal,
cânhamo , algodão, coco e manilha (juta)
c. As fibras de origem sintética (nylon, perlon e polietileno) têm grande emprego
e duração.
Tipos De Cordas
Os tipos de cordas são designados de acordo com a combinação das fibras, fios e
cordões que as constituem. Existem dois tipos básicos, a corda trançada e a torcida
(Fig 2-2).
Características
a. Bitola - é o diâmetro da corda expresso em polegadas, É comum encontrar a
bitola referenciada à circunferência da corda (perímetro)
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................5 /90)
b. Peso - é o número de quilos por metro de corda
c. Resistência
(1) Resistência é a máxima tração que a corda pode suportar, também conhecida como
carga de ruptura.
(2) A carga de ruptura é obtida através de tabela específica para cada tipo de corda,
uma vez que depende do material componente das fibras, da combinação dos fios e
dos cordões, bem como, da bitola da corda.
(3) Por medida de segurança, não se deve submeter uma corda a uma tração superior
à metade de sua carga de ruptura.
Tabela De Resistência
Para exemplificar, e para efeito de comparação do peso da carga de ruptura entre
as cordas de sisal e as de nylon, é apresentada a tabela 2.1.
Nomenclatura
Utilização e Manutenção
Generalidades
A utilização adequada das cordas e sua criteriosa manutenção têm por objetivo
prolongar o tempo de duração do material.
Inspeção
As cordas devem ser inspecionadas periodicamente, a fim de ser verificado o
seu estado, deve-se distorcer ligeiramente os cordões para examinar o interior da
corda; caso este se apresente escurecido, a corda não poderá ser utilizada em
situações que exijam segurança
Utilização
a. Evitar friccionar a corda sobre arestas vivas
b. Evitar o contato da corda com areia ou terra.
c. Evitar pisar na corda
d. Evitar arrastar a corda sobre qualquer superfície ásperas
Semanas 1ª 2ª 3ª 4ª
Atividades 1 1e2 1e3 1e4
Tab 2-2. Plano de manutenção
(1) Atividade 1 - expor as cordas ao sol e surrá-las para que se desprenda a lama
(2) Atividade 2 realizar a inspeção visual para verificar se a corda apresenta excessivo
desgaste
(3) Atividade 3- submeter a corda a tração correspondente a 1/2 da carga de ruptura.
(4)Atividade 4- banhar a corda em alcatrão.Tal atividade só será realizada com cordas
de fibra vegetal que tenham tido contato com água salgada.
b. A água e a umidade diminuem o tempo de duração das cordas. Se durante
sua utilização a corda ficou molhada, deve-se inicialmente estendê-la, evitando-se as
cocas, em local arejado e, se possível, à sombra.
c. Quando seca e limpa, a corda deverá ser enrolada de maneira tal que
facilite seu transporte e armazenamento, e possa ser desenrolada sem perda de tempo
para utilização.
Nós Alceados
d. Volta completa com cote – é a combinação da volta completa com cote, para
fixar a corda no ponto de amarração (Fig 3-15).
Assentos
Introdução
Os assentos são confeccionados com o cabo solteiro e o mosquetão de
escalada. Têm como finalidades permitir as descidas de grandes alturas ou
ângulos negativos e a evacuação de acidentados através de paredões, quando se
torne impraticável o "rappel" em "S". Permite, também, a transposição da ponte de
uma corda.
Assento de Um Nó
a. Confecção — permear o cabo solteiro; mantendo o seu ponto médio nas
costas, laçar a cintura dando um nó direito à frente; passar os chicotes por entre as
coxas, apanhando-os à retaguarda; passá-los por baixo da laçada da cintura e
ajustar o assento ao corpo; passar os chicotes por baixo do firme da corda que se
encontra sobrepondo os glúteos e trazê-los à frente do corpo, unindo-os em seguida
na lateral através de um nó direito; a fim de que os chicotes não fiquem soltos,
envolvê-los na laçada da cintura; por fim, passar o mosquetão de escalada na
laçada da cintura e por entre as cordas das pernas, de tal forma que a abertura
permaneça para frente e para cirna (Fig 5-1 e 5-2).
b. Emprego — é utilizado no "rappel'', seja com o mosquetão de escalada
seja com o freio de descida, na "tirolesa" e na transposição da ponte de uma corda.
Cabo submerso
Generalidades
a. Construção – O cabo submerso consta de uma corda, de preferência de
origem sintética, ancorada em ambas as margens do curso d‘água, tangenciando a
superfície líquida. Para larguras de até 15m, usa-se corda de 1/2 pole, acima de 15m,
deve-se usar corda de 3/4 pol.
b. Processos de ultrapassagem –
(1) Deitar sobre o cabo submerso, empunha-lo com ambas as mãos, mantendo as
pernas abertas, em movimentos iguais e sucessivos, tracionar o corpo com os braços,
deslizando sobre a corda, até atingir a margem oposta (Fig 7-1).
(2) Empunhar o cabo submerso, com as costas voltadas para o sentido da correnteza
do rio, tracionar o corpo lateralmente, através de movimentos sucessivos dos braços,
até atingir a margem oposta (Fig 7-2).
Boia de Cantis
Prender ao cinto de guarnição cerca de oito cantis vazios e fechados, fixando-o
à cintura ou ao tórax do combatente (Fig 7-3).
Balsas Improvisadas
Pontes de Cordas
Generalidades
As pontes de cordas são meios improvisados e temporários para cruzar
obstáculos, tais como cursos d‘água, canais, desfiladeiros, etc. Este método só é usado
quando resulta em economia de tempo.
Fig 8-4. Travessia pela ponte de uma corda pelo processo da preguiça
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................29 /90)
Fig 8-5. Travessia pela ponte de uma corda pelo processo do assento
Falsa baiana
a. Construção - Esta ponte é construída da mesma maneira que a de uma
corda, só que se instalam duas cordas, uma acima da outra, separadas de 1,2m a 1,8m
nos pontos de amarração. Para evitar uma separação excessiva, pode-se ligar uma à
outra, através de cabos auxiliares, junto aos pontos de amarração. A corda inferior da
falsa baiana pode ser substituída por um cabo de aço de 0,5 polegada, com as
vantagens de diminuir o tempo de transposição e evitar a necessidade de ajustagens
frequentes.
b. Processo de travessia - Colocar os pés sobre a corda de baixo, apoiando-os
na junção do salto com a sola do coturno; as mãos empunham, inversamente, a corda
superior. Para a transposição basta deslizar as mãos e os pés ao mesmo tempo, na
direção do deslocamento (Fig 8-6). É importante manter permanente contato dos pés e
das mãos com as cordas. É aconselhável não juntar pés e mãos ao mesmo tempo.
Generalidades
a. O cabo aéreo conta com um cabo de aço ou corda, preso a dois pontos de
amarração, servindo como trilhos (cabo trilho) e de meios para transportar e tracionar
material ou pessoal.
b. É utilizado na transposição de carga e de feridos através de pequenas
depressões ou cursos d‘água de travessia difícil por outros meios.
Construção
a. Cabo trilho de cordas:
Fig 9-1. Cabo aéreo com cabo-trilho de corda, cabo de carga e cabo de tração
b. Cabo-trilho de aço:
Semelhante ao descrito na letra ―a‖ anterior, o cabo-trilho de corda é substituído
pelo cabo de aço e o mosquetão de escalada por uma roldana o petasca (Fig 9-2).
Fig 9-2. Cabo aéreo com cabo-trilho de aço, cabo de carga e cabo de tração
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................34 /90)
Processo de Travessia
a. Deve-se preparar um assento de um ou três nós para o combatente ferido e,
com o mosquetão de escalada, prendê-lo ao cabo de carga. Para ultrapassar o
obstáculo, o combatente é tracionado para outra extremidade, por meio do cabo de
tração. Quando o cabo-trilho tiver uma inclinação acentuada, a ação da gravidade
poderá auxiliar na travessia e uma das pernas do cabo de tração será utilizada para
controlar a velocidade (Fig 9-3).
b. Quando se tratar de carga, a travessia será semelhante, havendo
necessidade apenas de preparação dos fardos ou pacotes (Fig 9-4).
Utilização da Baioneta
a) Muitas vezes, o fogo, isoladamente, não é suficiente para desalojar de suas
posições um inimigo resoluto e disciplinado. Fazendo um aproveitamento adequado
das cobertas e abrigos, o adversário permanecerá muitas vezes em suas posições, até
que delas seja expulso por uma ação corpo a corpo, rápida e brutal, mas decisiva. A
ação da baioneta ou simplesmente a sua ameaça é, no entanto, o argumento
fundamental de todo assalto.
b) À noite, em missões de infiltração, e sempre que o sigilo deva ser preservado, a
baioneta é a arma, por excelência, do silêncio e da segurança de que o infante se
utiliza.
c) No combate aproximado, quando amigos e inimigos estão demasiadamente
próximos e entrevados, impedindo o emprego das armas de fogo ou granadas, a
baioneta é a arma principal de que se vale o soldado de infantaria para levar a cabo
sua missão.
Posições e Movimentos
1) Generalidades
Tomando qualquer posição ou executando qualquer movimento, o combatente à
baioneta relaxará os músculos que não serão utilizados diretamente no esforço.
Mantém o fuzil firmemente, mas sem rigidez. Músculos tensos causam fadigas e
retardam a velocidade dos movimentos.
Dando-se a devida importância ao treinamento, todos os movimentos se
tornarão instintivos. O combatente à baioneta aproveitará automaticamente qualquer
brecha da guarda adversária e forçará o ataque sem hesitação. Evitará repetir
sequências de movimentos. Manterá o equilíbrio em todos os seus movimentos e uma
constante presteza para ferir instantaneamente em qualquer direção, e continuar
ferindo até que o inimigo seja destruído. Observará continuamente a baioneta e o corpo
do adversário. As posições e os movimentos descritos neste artigo têm por finalidade
atingir estes fins.
As posições adotadas no combate e a baioneta são: a GUARDA, a GUARDA
CURTA e o PASSO DE CARGA. E os movimentos prescritos são: a MUDANÇA DE
FRENTE, a PONTADA A FUNDO, a PONTADA, O ARRANCAMENTO, a PARADA A
DIREITA (ESQUERDA). A PANCADA HORIZONTAL (VERTICAL) COM A CORONHA,
A PANCADA COM O COICE e o GOLPE CORTANTE. O principiante deverá aprender
esses movimentos como ações independentes; pelo treinamento, entretanto, aprenderá
a executá-los não só variando as combinações como a rapidez, de maneira a imprimir
aos mesmos a aparência de ações contínuas.
2) Guarda
a. Entrada em guarda
1) Frente para o adversário.
2) Avançar o pé esquerdo um pouco a frente e à esquerda, com a ponta
deste voltada para o adversário. Flexionar ligeiramente os joelhos, inclinar o corpo
ligeiramente para frente, a arma na altura dos quadris.
3) Ao mesmo tempo, lançar o fuzil à frente com a ponta da baioneta voltada
na direção do adversário, empunhando o fuzil com ambas as mãos. Este movimento
deverá ser rápido e decisivo.
4) Abarcar o fuzil com a mão esquerda, mantendo a palma da mesma, do
mesmo lado do fuzil, no ponto mais cômodo, imediatamente à frente da braçadeira
inferior; braço esquerdo ligeiramente flexionado. Com a palma da mão direita voltada
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................37 /90)
para esquerda, empunhar o delgado da coronha. Para evitar que o dedo indicador seja
contundido, empunhar o delgado de maneira que este dedo fique logo atrás do guarda
mato. Manter o pulso apoiado de encontro ao delgado, e a parte extrema da coronha
apoiada de encontro ao quadril direito. Empunha firmemente o fuzil com ambas as
mãos, sem entretanto empunhá-lo com rigidez, ou incliná-lo demasiadamente. Apontar
a baioneta para a base da garganta do adversário.
5) Distribuir o peso do corpo sobre ambas as pernas, pronto para deslocar-
se instantaneamente em qualquer direção.
6) Olhar vigilante, mantendo-o sobre a baioneta e o corpo do adversário.
b. Guarda curta
Para entrar em guarda curta, partindo da posição de guarda, o executante
deve trazer o fuzil à retaguarda, de modo que a mão direita fique junto ao quadril
direito. Esta posição de transporte é aconselhada para deslocamentos através de
bosques densos e terrenos matosos, sobre trincheiras, em torno de edifícios, ou
quando o inimigo possa ser encontrado repentinamente, em espaços muito reduzidos.
c. Erros mais comuns
a) Separação dos pés, não assegurando um equilíbrio estável;
b) Linha dos quadris não perpendicular à direção do inimigo;
c) O corpo muito erguido;
d) Falta de firmeza no antebraço direito, por não manter a coronha de
encontro ao corpo;
e) Braço direito estendido ou demasiadamente flexionado;
f) Fuzil empunhado com rigidez, prejudicando a liberdade de movimento;
g) A ponta da baioneta muito alta.
d. Guarda Alta
a) Para entrar em guarda alta, partindo da posição de guarda, sem mudar a
posição dos pés e a empunhadura do fuzil, trazer a arma diagonalmente à frente do
corpo, para à esquerda e bandoleira para frente, até que o pulso esquerdo fique na
altura e na frente do ombro esquerdo.
b) Emprego na transposição de trincheiras e outros obstáculos.
1) Para saltar mantendo a arma em guarda alta, o homem deve levar a arma
francamente para cima e para frente no início do salto, e trazê-la à posição normal, no
fim do mesmo. Este salto será também executado utilizando-se somente a mão
esquerda para empunhar a arma, ficando, então, a direita livre para auxiliar a limpeza
do obstáculo.
2) Para saltar, mantendo a arma na posição de guarda, o homem levantará
a arma, rapidamente, no início do salto, sem modificar a empunhadura, e começará a
descê-la, ao atingir o ponto mais alto do salto. A arma será trazida à posição de guarda
à medida que o homem finalizar o salto.
Pontada a Fundo
Execução
1) Para executar uma pontada a fundo, partindo da posição de guarda,
avançar o pé traseiro e dar uma estocada à frente, distendendo completamente o corpo
(figura 44).
2) Completar a distensão do corpo no momento em que o pé traseiro atingir
o solo. Durante esse movimento, o fuzil empunhado firmemente por ambas as mãos,
será orientado decididamente pela mão esquerda numa linha reta, em direção à
garganta ou contra outra parte vulnerável do adversário, em cuja guarda tenha
provocado uma brecha. Rapidamente distender totalmente o braço esquerdo, de modo
que a baioneta seja arremessada na direção do alvo. No momento da distensão total,
manter a coronha junto e de encontro ao antebraço direito, flexionar a perna dianteira,
inclinar o corpo bem à frente e distender a perna de trás.
3) Manter os olhos no ponto do ataque, durante todo o movimento.
4) Se a pontada for evitada, aplicar rapidamente outra pontada ou uma
pancada com a coronha. O recuo e a recaída em guarda, após o apontar, deverão ser
instantâneos. Não deverá nunca haver demora na posição distendida.
Fig. 3 – Arrancamento
Pontada curta e arrancamento
Execução
Estando na posição de guarda, guarda curta ou tendo arrancado de uma
pontada a fundo, a execução da pontada curta é idêntica à da pontada à fundo, com a
diferença de que, na pontada curta avança-se mais à frente, no momento do golpe
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................40 /90)
(Figura 46). A pontada curta será empregada quando o inimigo for encontrado
repentinamente, ou quando estiver muito próximo para uma pontada a fundo. O
exercício abrangerá a prática da pontada curta com o pé direito e o pé esquerdo à
frente.
Arrancamento
O arrancamento de uma pontada curta é semelhante ao de uma pontada a
fundo. Terminado o arrancamento, retomar a posição de guarda, ou executar uma
outra pontada ou uma pancada com a coronha.
Batidas
Finalidade
A batida é uma ação destinada a criar uma brecha na guarda adversária;
consegue-se essa brecha, desviando-se a arma adversária da direção do seu próprio
corpo. O ímpeto da batida é continuado por uma pontada ou uma pancada com a
coronha. A posição da arma adversária determinará a direção da batida. A batida,
invariavelmente, será feita numa direção que provoque a brecha mais favorável à
execução de uma pontada ou uma pancada com a coronha.
Execução
a) Batida à direita
- Para parar à direita, partindo da posição de guarda, investir à frente como para
uma pontada a fundo.
- Ao mesmo tempo, lançar a arma diagonalmente à frente, e à direita,
distendendo o braço esquerdo na direção da batida, e deslocando a coronha para a
direita, a fim de manter a arma paralela a posição que tinha, quando usada na posição
de guarda. A coronha deverá ser mantida firmemente de encontro ao pulso e parte
inferior do antebraço. Limitar o movimento diagonalmente à frente, o necessário para
desviar a baioneta inimiga da frente do corpo.
- Aproveitando o passo dado para a batida, continuar o ímpeto da investida com
uma pontada a fundo. À medida que a baioneta atinge a lâmina adversária, desviando-
a da direção do corpo e produzindo uma brecha na guarda do adversário, investir sobre
ele num movimento contínuo.
- Para bater à direita, antes da pontada curta, executar o movimento acima
descrito, fazendo a batida, imediatamente antes do avanço à frente, com a perna
dianteira.
b) Batida à esquerda
Para bater à esquerda, investir à frente, como numa batida à direita, lançar o
fuzil à frente e à esquerda, de maneira que a coronha fique aproximadamente a frente
da virilha esquerda, desviando a baioneta adversária da frente do corpo. A batida à
esquerda é seguida por uma pontada, ou por uma pancada com a coronha, caso a
ponta da baioneta não esteja na direção do adversário.
Execução
a) Pancada vertical com a coronha - Para executar a pancada vertical com a
coronha, avançar com a perna traseira e ao mesmo tempo levar a coronha para à
frente e para cima, descrevendo um arco no plano vertical em direção à virilha, plexo
solar, ou queixo do adversário, e concentrar no golpe o peso de todo o corpo (Figura
49). Essas pancadas poderão ser aplicadas, partindo-se de uma posição agachada,
quando os objetivos forem pontos baixos do corpo do adversário, ao mesmo tempo que
a este se oferecerá um alvo pequeno e difícil.
b) Pancada com o coice - Se o adversário recuar e evitar a coronha vertical,
avançar rapidamente com a perna esquerda
Fig. 4
(Figura 50) e dirigir energicamente a chapa da soleira contra a cabeça do inimigo,
distendendo completamente os braços à frente, e avançando o pé direito para manter o
equilíbrio.
Fig. 5
Fig. 10
Generalidades
a) O homem que no combate ficar desarmado em virtude da perda ou inutilização
de sua arma, não está ainda perdido. Terá duas coisas a fazer: apanhar imediatamente
outra arma, qualquer que seja, e continuar a luta; se isto não for possível, tratará de
desarmar seu adversário e matá-lo com sua própria arma.
b) O homem, temporariamente desarmado, reagir agressivamente, como se
estivesse armado. Com seus olhos, cérebro e músculos se preparará para um oportuno
combate corpo a corpo. O justo momento, dar-se-á no instante em que o adversário
assaltar ou executar uma pontada, quando ficará momentaneamente incapaz de
recobrar-se ou opor-se a uma repentina manobra do adversário desarmado.
Fig. 11 Fig. 12
Primeiro processo
a) Com a mão direita para a baioneta do adversário para a esquerda e, ao mesmo
tempo, dar um passo lateral à direita, com a mão esquerda, palma para cima, agarrar o
fuzil entre as braçadeiras. Então, com a face externa da mão direita, golpear a parte
interna da articulação do cotovelo esquerdo do adversário e agarrar seu antebraço.
Segurando firmemente o fuzil avançar rapidamente pelo lado esquerdo do atacante
num movimento enérgico, empurrar a arma para cima e para trás em arco, sobre o
ombro do adversário. Se este ainda continuar segurando o fuzil, golpeá-lo ou atingi-lo
com o pé arrancando a arma já frouxa; voltar-se a atacar o inimigo, empregando a
baioneta arrebatada.
Segundo processo
a) Com a mão esquerda parar a baioneta do adversário para a direita e ao mesmo
tempo, dar um passo lateral à esquerda. Com a palma da mão direita voltada para
cima, segurar o fuzil entre as braçadeiras. Então, com a palma da mão esquerda
voltada para baixo, agarrar a arma na altura do depósito e girá-la vivamente para cima
e para trás, em arco, por cima do ombro do atacante. Segurando o fuzil firmemente,
com ambas as mãos, ultrapassar rapidamente o atacante pelo lado, arrebatando-lhe a
arma; aplicar-lhe, então, pancadas com a coronha ou voltar-se para atacá-lo com a
própria baioneta.
Generalidades
a) As ações básicas para desarmar um adversário armado de faca são: desviar a
facada e imediatamente, aplicar no atacante um golpe que o force a largar a arma. Os
movimentos aqui descritos para um homem, são os que deverão ser empregados por
um combatente que tenha de enfrentar um atacante, armado de faca na mão direita. Se
o atacante for canhoto, os movimentos sofrerão uma adaptação: o preconizado para a
mão direita será feito pela esquerda e vice-versa.
b) Golpe de cima para baixo - Parar o braço do adversário antes que o mesmo se
distenda, com o antebraço direito; e flexionar o pulso para evitar que o braço do
adversário escorregue para os lados. Avançar a perna direita, aplicando contra o
inimigo uma joelhada na virilha, ou se isso não for possível, ultrapassá-lo para proteger
o corpo. Passar o antebraço direito por baixo e por trás do braço do adversário e
segurar o próprio pulso esquerdo, com a mão direita. Fazer uma pressão para trás, a
fim de forçar o adversário a largar a faca, e possivelmente, deslocar o cotovelo.
c) Golpe de baixo para cima - Dar rapidamente um passo lateral à esquerda,
fugindo ao golpe, empurrando ao mesmo tempo com o braço esquerdo, o braço do
adversário para o lado oposto. Com a mão direita, agarrar o pulso direito do adversário,
fazendo simultaneamente uma pressão sobre seu cotovelo direito, com o antebraço ou
mão direita. À medida que vai sendo torcido o pulso do adversário, a mão direita
continua a pressão sobre seu cotovelo, exercendo-a de cima para baixo. Colocando
uma perna na frente da perna do adversário, que estiver mais próxima, poderá colocá-
lo, e derrubá-lo no solo.
d) Outros tipos de ataque - Um adversário, que vibra sua arma em rápidos arcos
em todas direções, e não emprega o golpe de cima para baixo e nem o de baixo para
cima, será dificilmente desarmado. O melhor será, então, manter-se fora do raio de
ação de sua arma, e atirar-lhe qualquer coisa na cara ou golpear-lhe os joelhos,
enquanto mantém-se alerta para o corpo a corpo, aproveitando qualquer brecha.
O Instrutor
a) O instrutor deve ter bom físico e ser capaz de demonstrar pessoalmente todos
os movimentos e posições; além disso, deve possuir um grande entusiasmo, vigor e as
qualidades de chefe, capazes de despertar nos instruendos a serem exercitados a
melhor boa vontade. Essas qualidades ou sua falta se refletirão no aproveitamento dos
homens.
b) Segunda sessão
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................50 /90)
1) Recordação da sessão anterior
2) Novos movimentos
- Pancada vertical com a coronha e volta à guarda;
- Pancada horizontal com a coronha e volta à guarda;
- Batida à direita, pontada, arrancamento; executado por duplas,
trocando-se as funções, repetir na cadência do marche-marche;
- Batida à esquerda, pancada vertical com a coronha; executada
por duplas, trocando-se as funções.
c) Terceira sessão
1) Recordação das sessões anteriores
2) Novos movimentos
- Série de pancadas verticais com a coronha;
- Série de pancadas horizontais com a coronha;
- Batidas e pontadas contra manequins executadas quando parado
ou em movimento.
d) Quarta sessão
1) Revisão das sessões anteriores;
2) Instruções preliminares sobre o bastão de treinamento;
3) Batidas e pontadas com o bastão de treinamento, processo do instrutor-
instruendo, sabre- baioneta sem a respectiva bainha.
4) Batidas e pontadas contra manequins executadas na cadência do
marche-marche.
e) Quinta sessão
1) Revisão (prática de pontadas e batidas com o bastão de treinamento);
2) Pancadas com a almofada do bastão de treinamento;
3) Tática do assalto em grupos: dois contra um, sabre-baioneta com bainha;
4) Batidas e pontadas contra manequins executadas na cadência de
marche-marche.
f) Sexta sessão
1) Revisão de todos os movimentos com o bastão de treinamento
2) Tática do combate em grupos
- Dois contra um
- Três contra dois
- Dois contra três
- Um contra dois
3) Pista de assalto, ao passo.
g) Sétima sessão
1) Revisão
2) Pista de assalto, em marche-marche.
h) Oitava sessão
Desarmar um adversário munido de fuzil-baioneta ou faca b) Pista de
assalto, em marche-marche.
i) Décima sessão
1) Revisão de: desarmar um adversário munido de fuzil-baioneta ou faca.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................51 /90)
2) Pista de assalto em marche-marche, equipamento completo A repetição
constante das sessões de treinamento é necessária para treinar e manter
o homem em boas condições. Essas sessões deverão ser orientadas nos
moldes do treinamento básico aqui esboçado. Uma prática de vinte
minutos, três dias por semana, é indispensável para manter a forma e a
perfeição física. Durante essas sessões a importância dos exercícios na
pista de assalto, e de outros exercícios de natureza enérgica deverão ser
levados em consideração.
Fig. 16- Manequim oscilante. (Pode obter-se a livre oscilação no treinamento avançado,
soltando-o da ancoragem).
Fig. 25- Obstáculos a serem transpostos como se fosse uma escada horizontal.
Altura variável; intervalos também variáveis; nunca, porém maiores de 65cm.
b) Manequins suspensos –
Quando os instruendos tiverem aprendido a técnica da pontada a fundo e da
pontada curta, deverão ser treinados nas pontadas contra discos de papel, ou
círculos pintados nos manequins suspensos. Os grupos não devem exceder de
seis a oito homens por manequim. Os homens munidos de baionetas sem as
respectivas bainhas agirão da seguinte maneira:
1) O instrutor riscará uma linha-base no solo para as primeiras pontadas,
fará em seguida uma distensão total de corpo e de fuzil em uma pontada a fundo, a fim
de determinar a localização exata dessa marca. Essa marca será riscada na posição
que ocupar o pé dianteiro. Uma vez que a contínua preocupação com a linha-base
desvia para a posição do pé a atenção da pontada a ser executada; o instruendo
deverá abandonar a utilização da linha-base, tão logo se familiarize com o alcance de
sua pontada.
2) De início, o instruendo executará a pontada parado, em seguida,
começará a apontar após ter dado alguns passos. Gradualmente aumentará a distância
e a velocidade do avanço. E, finalmente, fará o avanço em marche-marche, de um
ponto situado a 20 passos do manequim. Quando estiver a 5 passos do manequim, o
instruendo tomará a posição de guarda antes de executar a pontada. Avançará
naturalmente, sem se preocupar com o pé que terá à frente, quando executar a
pontada.
3) Após ter realizado o acima prescrito, o homem executará uma pontada a
fundo em um círculo, e uma ou várias pontadas curtas em outros círculos, em rápida
sequência.
Figura 29 Figura 30
b) Descrição
1) As pistas de assalto deverão ser construídas em terreno
acidentado e, de preferência, matoso. O comprimento da pista poderá variar de 180 a
270 metros. O número e o tipo dos obstáculos dependerão das condições locais e da
engenhosidade do construtor. O construtor deverá aproveitar os obstáculos naturais,
tais sejam: riachos, ravinas, dobras do terreno, e árvores grossas. Completará o
Finalidade
O presente manual trata das medidas defensivas contra o emprego de agentes
químicos, biológicos e nucleares (QBRN). É um guia dos oficiais e sargentos para a defesa
contra os ataques QBRN, devendo ser usado tanto na instrução individual como na coletiva.
Refere-se, apenas, às medidas defensivas, sendo o emprego dos agentes tratado nos manuais
relativos ao emprego tático das munições e armamento QBRN.
7.1 Definições
Os seguintes termos técnicos ou especializados são empregados, frequentemente,
neste manual, e devem ser aprendidos.
a. Aerossol — É uma nuvem de finas partículas, líquidas ou sólidas, suspensas no ar. A
neblina e a fumaça são aerossóis. Os agentes QBRN, tais como agentes químicos,
microorganismos e substâncias radioativas, podem ser dispersados como aerosóis.
b. Agente Químico (AO) — Chama-se agente químico de guerra a toda substância que,
por sua atividade química, produz, quando empregada para fins militares, um efeito tóxico,
fumígeno ou incendiário.
c. Agente Biológico — É um organismo vivo, ou seus derivados tóxicos, empregado
para causar morte, doença ou ferimento no homem, nos animais e nas plantas. Alguns
produtos químicos, utilizados como veneno para plantações, poderão ser empregados como
tal.
d. Agente Nuclear (AN) — E qualquer substância que produza baixas pela emissão de
radiação. O termo se aplica aos materiais radioativos que podem ser disseminados corno
poeira ou nuvem, com o fim de causar baixas, e aos produtos secundários de urna explosão
atômica.
e. Agente QBRN — É um termo genérico que compreende agentes químicos,
biológicos, radiológicos e nucleares.
f. Baixado QBRN — É uma pessoa, ou animal, de tal forma atingida por um agente
QBRN que se torne incapaz para o desempenho de sua função ou missão.
g. Concentração — É a quantidade de gás ou fumaça presente num dado volume de ar.
A concentração pode ser expressa em miligramas por metro cúbico (mg/m3). A concentração
pode ser eficiente, letal e inquietante:
(1) Concentração eficiente — É aquela em que o agente produz o efeito que lhe é
característico;
(2) Concentração letal — É aquela em que o agente é capaz de produzir a morte
em pessoal desprotegido;
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................62 /90)
(3) Concentração inquietante --- É aquela em que o agente, embora não produza
integralmente o seu efeito característico, exige o uso de equipamentos de proteção, para evitar
outros efeitos secundários inquietantes.
h. Contaminação — É a presença de um agente QBRN, em quantidade ou
concentração perigosas para uma pessoa, objeto ou área, ou o ato de aplicá-lo.
i. Descontaminação — É o processo de tornar inofensiva, para o pessoal desprotegido,
uma determinada área, quer removendo, absorvendo ou destruindo os agentes QBRN, quer
tornando-os inoperantes.
j. Dosagem química (Ct) — É a concentração (C), à qual o homem ou animal foi
exposto, multiplicada pelo tempo de exposição (t). O tempo (t) é usualmente expresso em
minutos (min) e o produto Ct em miligramas por minuto, por metro cúbico (mg/minim3).
(1) Dosagem de vapor — É a concentração do gás na atmosfera, multiplicada pelo
tempo durante o qual a mesma persiste;
(2) Dosagem líquida — É a quantidade de agente líquido sobre a pele, sendo expressa
em gramas de agente líquido sobre a pele e considerando que um grama equivale,
aproximadamente, a 20 (vinte) gotas de agente líquido.
7.1.2 Classificação básica dos agentes químicos - A classificação chamada básica,
divide os agentes químicos em três grupos:
(1) Gases — São todos os agentes que, quando empregados contra pessoal, para
contaminar áreas e materiais, produzem efeitos tóxicos;
(2) Fumígenos — São todos os agentes que por queima, hidrólise ou condensação,
produzem fumaça ou neblina;
(3) Incendiários — São todos os agentes, que após significados, queimam a altas
temperaturas, provocando incêndios e destruindo materiais.
m. Hidrólise — É a reação de qualquer substância química com a água, produzindo uma
ou mais substâncias novas.
Agentes Químicos
Características e Propriedades Gerais
a. Toxidez — É a maior ou menor capacidade que, num mesmo período de tempo,
dosagens iguais de agentes diferentes, têm de produzir efeitos sobre o organismo
b. Dosagem letal média (Ct L 50) — A produção de 100% (cem por cento) de mortes na
tropa inimiga seria, certamente, o objetivo desejado em um ataque; entretanto, devido às
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................63 /90)
limitações observadas no emprego de um agente em campanha, é considerada satisfatória a
produção de 50% (cinquenta por cento) de mortes na tropa inimiga. A dosagem letal média é,
portanto, aquela considerada letal para 50% do pessoal desprotegido. Quando a dosagem se
refere a líquido, ela é indicada pela expressão "DL 50".
c. Dosagem média de incapacitação (Ct 1 50) — É aquela considerada suficiente para
incapacitar 50% do pessoal exposto. Em se tratando de agente líquido sobre a pele, é
expressa como "D I 50".
d. Efeito acumulativo — Propriedade de alguns agentes de não serem eliminados pelo
organismo, ou fazerem-no lentamente, de modo que a próxima dose absorvida pelo organismo,
venha a somar seus efeitos com a anterior.
e. Efeito Persistente — Capacidade que possui um agente de permanecer, em
concentração eficiente, no ponto em que for lançado. Este efeito dependerá dos seguintes
fatores: Propriedades físico-químicas do agente; condições meteorológicas; características do
terreno, material ou equipamento.
Agentes Biológicos
Generalidades
Agentes biológicos são microorganismos vivos, seus produtos tóxicos ou compostos
herbicidas, empregados em operações militares para: causar baixas na tropa inimiga, pela
morte ou incapacitação; através de doenças, ferir ou matar animais domésticos e rebanhos;
danificar ou destruir alimentos e produtos agrícolas; reduzir o rendimento da produção ou
destruir plantações. Embora estes agentes atuem em diferentes tipos de alvos e produzam
variados efeitos, seu objetivo principal é reduzir o poder de combate das tropas inimigas.
(2) Roupa protetora impermeável — É uma roupa que não exige impregnação, para que se
torne resistente aos agentes químicos, pois é feita de material resistente ou impermeável aos
agentes líquidos e seus vapores. Em virtude do desconforto e da perda de eficiência,
consequentes do uso da roupa impermeável, ela não é utilizada em combate, sendo mais
eficiente para os trabalhos de descontaminação ou em outras operações que envolvam perigo
de derramamento ou vazamento, na manipulação de agentes líquidos. Isto não afasta a
possibilidade de empregar-se roupas protetoras impermeáveis, mais modernas e confortáveis,
nos combates em áreas contaminadas. Apesar da boa proteção que oferece, o prazo de seis
horas de uso deve ser respeitado, para maior segurança. A roupa deve ser descontaminada no
corpo, sumariamente, antes de ser retirada e, logo após, deve ser descontaminada totalmente.
A grande maioria dos modelos é reaproveitável após a descontaminação e, de acordo com o
material, podem ser classificadas como leves e pesadas.
Reconhecimento QBRN
Realizado para obter informações sobre as Ameaças e Perigos QBRN, configurados ou
em potencial. Utiliza meios com tecnologia de detecção em detrimento da observação humana.
O Reconhecimento QBRN é regido pelos seguintes princípios:
a) ser realizado de forma contínua;
b) não manter meios de detecção em reserva;
c) priorizar os objetivos;
d) manter a liberdade de ação e movimento;
e) reportar as informações obtidas com rapidez e precisão;
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................71 /90)
f) manter atualizada a situação sobre o Perigo QBRN; e
g) determinar o Perigo QBRN e suas implicações para as operações.
Vigilância QBRN
Observação dos espaços aéreo-superfície-subterrâneo, de locais de interesse, de
pessoas e objetos. Utiliza meios visuais, fotográficos, eletrônicos e outros com o objetivo de
confirmar a presença ou não do Perigo QBRN.
Informar qualquer alteração ocorrida no ambiente sendo orientada pelos seguintes
princípios:
a) Vigilância QBRN contínua na Região de Interesse para a Inteligência (RIPI);
b) realizar o alerta QBRN e reportar informações com rapidez e precisão; e
c) monitorar e avaliar as Ameaças e Perigos QBRN detectados.
As formas da Vigilância QBRN são as seguintes:
a) Vigilância de ponto: observação, intermitente ou contínua, de um local de interesse, pessoa
ou objeto e é realizada no menor espaço geográfico;
b) Vigilância de área: observação temporária ou contínua, de uma área específica ou pré-
determinada. É de fundamental importância a utilização de detectores remotos; e
Proteção Individual
Procedimentos realizados para evitar a contaminação e a exposição oriundas do Perigo
QBRN. Prevista na DEO, está associada à Avaliação do Risco QBRN, decorrente de ataques
com ADM e incidentes com MIT.
As medidas de proteção são as seguintes:
a) treinamentos integrados;
b) análise da MOPP periodicamente; e
c) EPI em condições de ser empregado.
Os EPI são constituídos pela máscara contra gases, roupa protetora permeável de
combate (RPPC), sobre botas e luvas de proteção. Proporcionam a máxima proteção e
permitem operações com o mínimo de degradação da performance. Este binômio proteção
performance fundamenta a escolha da MOPP.
A diferença entre os EPI está relacionada com a permeabilidade. As roupas de proteção
permeáveis filtram as partículas sólidas do ar contaminado e as impermeáveis bloqueiam a
contaminação em qualquer tipo de estado físico. As roupas permeáveis degradam menos a performance
do que as impermeáveis. As primeiras são vocacionadas para a Atividade de Sensoriamento QBRN
enquanto as outras se destinam à Atividade de Sustentação.
Proteção Coletiva
Permite a realização de tarefas sem as restrições impostas pelo EPI. De acordo com a
Avaliação do Risco, a DEO estabelece os parâmetros da Proteção Coletiva.
A Proteção Coletiva possui três tipos:
a. Fixa: estabelecida em bases permanentes. Utiliza sistemas de filtragem de ar de alta
eficiência em construções e abrigos hermeticamente selados (proteção ativa). Podem ainda
Controle da MOOP
Tem por objetivos analisar, determinar e atualizar a MOPP em uma área. Acompanha a
performance e os limites de execução de suas atividades. O Controle da MOPP orienta os
trabalhos de Proteção Individual e Coletiva, executados conforme a DEO.
O principal fator para determinar a MOPP deve ser a Ameaça QBRN. Considerando a
probabilidade de ataque do oponente é possível classificar o grau de ameaça. Conforme os
dados anteriormente citados, adota-se a MOPP mais conveniente, de acordo com a Tab 5-1.
Após a ocorrência do ataque QBRN, a MOPP será reavaliada e atualizada. Os
indicadores considerados para definir a proteção são os seguintes:
a) tipo de Perigo QBRN;
b) máxima exposição permissível; e
c) mínimo de proteção indispensável e degradação da performance.
limite
Verde 27-28 Sem limite 500 50/10 min 750 30/30 min 1000
Amarela 29-30 Sem limite 750 40/20 min 750 30/30 min 1000
Vermelha 31-32 Sem limite 750 30/30 min 750 20/40 min 1000
Preta > 32 50/10 min 1000 20/40 min 1000 10/50 min 1000
Generalidades
As medidas de defesa contra os ataques químicos incluem o treinamento individual, as
ações a serem tornadas antes, durante e após o ataque, bem corno, os primeiros socorros e a
descontaminação.
a. Possibilidades do inimigo realizar um ataque químico — Devido ao potencial do
inimigo e às informações colhidas sobre suas possibilidades, pode concluir-se que realizará um
ataque maciço sobre determinada unidade, em um curto espaço de tempo. Em ações deste
tipo, o perigo de inalação e absorção, pela pele, de agentes químicos, antes do combatente
colocar seu equipamento de proteção, é relativamente grande. Em altas concentrações, uma
ou duas inalações do agente tóxico podem ser fatais ou, pelo menos, causar sérias lesões, É
perfeitamente possível o combatente ser contaminado por um agente líquido antes de vestir a
cobertura protetora e, se isto ocorrer, o agente apresentará seus efeitos, levando o combatente
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................82 /90)
a crer que a proteção não foi eficaz. Para haver uma proteção contra esta capacidade potencial
do inimigo, deve a tropa adotar medidas operacionais de proteção preventiva, quanto ao
equipamento a ser utilizado.
b. Medidas Operacionais de Proteção Preventiva (MOPP) — É uma situação em que
todos os homens que se encontram sob ameaça de iminente ataque químico, ou ante a
necessidade de atravessar uma área contaminada, devem estar vestidos com suas roupas
protetoras e máscaras contra gases. Caso as condições meteorológicas, o trabalho a ser
realizado ou as necessidades pessoais impeçam tal procedimento, poderá haver exceções;
entretanto, o equipamento de proteção só deve ser retirado durante o espaço de tempo que se
faça necessário conceder tal exceção. O equipamento e o grau de proteção a serem adotados,
devem ser determinados pelo comandante da unidade; contudo, não deve ser arbitrado o uso
permanente de todo o equipamento de proteção individual disponível.
Generalidades
As ações de proteção individual, contra os efeitos de um arrebentamento nuclear, são
voltadas, especificamente, para os efeitos térmico, mecânico e radioativo. a. Efeito
térmico — O calor e a luz, liberados durante um arrebentamento nuclear, compõem o efeito
térmico. A luz intensa que é liberada, deve ser evitada e, em hipótese alguma, o combatente
deverá olhar diretamente para a bola de fogo. O uniforme de combate oferece uma pequena
REFERÊNCIAS