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A TUTELA JURIDICA DOS ANIMAIS

Dayane Ketleyn Santos Barros

RESUMO

O artigo tem como objetivo principal analisar o parâmetro do ordenamento jurídico brasileiro
em que discorre sobre a tutela jurídica dos animais não humanos e do meio ambiente que
durante muito tempo foi praticamente inexistente. Com o passar do tempo, ao passo que
estudos filosóficos e científicos demonstraram que os fundamentos que baseavam o
tratamento irresponsável dispensado aos animais e ao meio ambiente eram refutáveis e que as
consequências práticas desses atos estavam pondo em risco a existência até mesmo do ser
humano, houve uma relevante evolução no ordenamento jurídico a respeito desse tema.
Atualmente, o posicionamento da doutrina e da jurisprudência brasileiras vem provocando
debates sobre a tutela jurídica tradicional dos animais, tendo em vista a possibilidade de
atribuição de personalidade jurídica a esses seres, a exemplo do que tem ocorrido no
ordenamento jurídico de outros países.
A priori trata-se de um tema apaixonante, que reflete diretamente na moralidade de cada ser e
vai muito além disso, pois visa a busca pelo respeito para com os animais e seus direitos
fundamentais, que embora já sejam previstos em Lei Federal, necessitam ainda de mudanças
significativas.
Para tanto, conclui-se que o presente trabalho fará uma abordagem inicial sobre o Direito
Ambiental e a tutela animal no Brasil, a sua posição dentro da Constituição Federal de 1988, a
proteção aos animais.

Palavras-chave:.

THE

Dayane Ketleyn Santos Barros

ABSTRACT

Keywords:.

¹Discente o Curso de Direito. Escola Superior Madre Celeste (ESMAC). E-mail: dayanebarros121@gmail.com
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1 INTRODUÇÃO

Com base na evolução histórica, sobre o Direito Ambiental e a tutela animal no Brasil,
a sua posição dentro da Constituição Federal de 1988, a proteção aos animais foi timidamente
abordada no capítulo acerca do Meio Ambiente. O art. 225 § 1º, VII descreve a seguinte
premissa:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VII - proteger a fauna e
a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
A pesquisa visa identificar se há uma aplicação expressa quanto à proteção animal e
ainda, analisar o Projeto de Lei nº 6054/2019 aguardando em pauta, uma possível alteração da
disposição sobre a natureza jurídica dos animais. Atualmente, no ordenamento jurídico
brasileiro, os mesmos são considerados “coisas” e este Projeto preconiza a alteração de sua
natureza jurídica, transformando-os em sujeitos de direito. Trata-se de um tema de grande
relevância jurídica atual, tendo em vista que os animais não possuíam previamente um
amparo jurídico favorável e à vista disso, houve mudanças significativas nas previsões
jurídicas. em matéria civil ou não e se consta incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro
de forma limitada, em matérias penais, descrito no art. 5º, §2º, da Constituição Federal/88, em
cláusulas que tratam sobre os direitos fundamentais.
O tema proposto está relacionado à nova lei n° 14.064/20 denominada de lei sansão
que dispõe penas de reclusão para quem vir a cometer tais delitos; é evidente o debate gerado
em torno do status jurídico tradicional dos animais, que os define como coisas e bens à
disposição do ser humano. A partir de questionamentos sobre a moralidade e a ética de ideias
arraigadas e fundamentadas no antropocentrismo, os ordenamentos jurídicos de diversos
países foram revisados, alterando a condição jurídica dos animais não humanos. Atualmente,
em alguns lugares do mundo, os animais são reconhecidos como seres sensíveis, e não mais
como coisas. Além disso, questões práticas como a proibição de utilização de animais em
experimentos científicos, a caça predatória, que representa a causa do grande risco de extinção
de algumas espécies, e a realização de eventos que expõem os animais a diversas crueldades,
mas que são considerados como expressão da cultura e tradição de uma sociedade, estão

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sendo, cada vez mais, alvos de protestos de uma parte da sociedade que entende como injusto
e inaceitável o tratamento que o ser humano destina aos demais animais. Com isso, é possível
perceber no Brasil e no mundo alterações fundamentais causadas por um novo pensamento
crítico acerca da relação entre os homens e os animais não humanos.
Como hipótese de pesquisa, utilizou-se o estudo prévio junto ao Código Penal de
1940, atualmente em vigor no país, segue a tendência observada do Código Civil de 2002,
visando identificar a sua eficácia para sua aplicação na nova lei incorporada na legislação
brasileira, se está ocorrendo a aplicação, sem a devida observância.
A justificativa adotada surgiu a partir de dúvidas quanto ao amparo legal no âmbito
jurídico, os animais não humanos, em alguns países da Europa são considerados como
sujeitos de direitos, e conforme o tratamento dado pelo ordenamento jurídico brasileiro não
condiz com o avanço das demais ciências, sendo até o ano de 2019 considerados como
objetos, de acordo com o Código Civil.
De acordo com NUNES JÚNIOR (2019), em seu livro Curso de direito Constitucional
p.661, “Admitir que os animais são titulares de direitos fundamentais será um grande avanço
na visão contemporânea do Direito, na qual o homem é um ser inserido no ambiente que o
cerca, suas condutas não tem fim em si mesmo, mas devem ser sopesadas a luz de direitos dos
outros seres vivos e da própria natureza.[...] Por fim, defendemos que os animais são titulares
de direitos, mas não consideramos ‘humanizar os animais’.
Torna-se uma pesquisa relevante, uma vez que iniciados os estudos em caráter
jurídico, em matéria penal e possivelmente constitucional e civil, havendo possibilidades
dentro da lei, seja constitucional, em identificar a aplicação civil e penal, ou até mesmo, uma
solução para futuras alterações nos dispositivos legais a serem encontrados, que municiou os
profissionais de direito que atuam em matéria ambiental.
O objetivo geral foi para analisar e constatar o parâmetro do ordenamento jurídico
brasileiro, onde o animal passa a ter capacidade jurídica, veda ou não expressamente ou limita
a múltipla incidência de crimes cometidos, tendo como objetivos específicos, verificar a
atuação do Estado e sua efetividade no ordenamento jurídico brasileiro, constatar a previsão
legal da lei sansão no código penal e demonstrar via exemplos práticos a ocorrência, que
estaria ferindo os direitos dos animais, com base nas obrigações principais.
A metodologia aplicada à pesquisa tem a finalidade básica e estratégica, com objetivos
descritivos e exploratórios, partindo de uma abordagem mista, por ser utilizando métodos de

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pesquisa hipotéticos e aplicando procedimentos bibliográficos, documentais e estudos de


caso.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 ATUAÇÃO DO ESTADO QUANTO A SUA EFETIVIDADE E ORDENAMENTO


JURÍDICO BRASILEIRO

A atuação do Estado, sua efetividade em relação a matéria abordada, no que concerne


à prática junto ao ordenamento jurídico brasileiro, parte do entendimento e aceitação quanto a
aplicação de sanções branda. A proteção animal no Brasil vem ganhando espaço e força na
legislação brasileira, pois nos dias atuais a relação entre seres humanos e “bichos” tem
tomado grande proporção, estando presentes na coexistência da grande maioria da população,
em que há um vínculo de amor, companheirismo e são considerados até integrantes da
família. É claro que muitas pessoas encaram essa realidade de outra forma, deixando de
dedicar os mesmos tratamentos afetuosos e dando início aos maus-tratos animais, esgotando
sua capacidade e colocando-os no papel de ajudantes de trabalho, explorando e os
maltratando-os, retratando a imagem dos animais apenas como seres desprezíveis.
Animais de diversas espécies sempre estiveram em convívio com o ser humano, mas a
convivência entre ambos nunca foi pacífica, pois desde a antiguidade o animal é visto como
um ser não humano inferior ao homem. O grande questionamento era: como outros seres
vivos poderiam ser tratados da mesma forma que o ser humano?
Após longos anos sem a mínima garantia de boa conduta aos animais, em 1934 surgiu o
decreto nº 24.645, determinando medidas de proteção aos animais e impondo uma
contravenção penal a quem tratasse os animais com crueldade, estabelecendo ainda que todos
os animais seriam tutelados pelo Estado.
Apenas em 1941, houve a edição da Lei de Contravenções Penais, Lei Federal nº 3.688,
estabelecendo em seu artigo 64 a contravenção penal para a prática de atos de crueldade
contra animais, acrescentando à Constituição Federal de 1988, a previsão de sanção para a
prática de maus-tratos. Posteriormente, esta adesão estendeu-se à Lei de Crimes Ambientais
(Lei nº 9.605/98) e recentemente, no ano de 2020, à grande conquista da Lei 14.064/20,
batizada como Lei Sansão - a ser explanada no decorrer da pesquisa.

2.1.1 A PROTEÇÃO DOS ANIMAIS E A TUTELA JURÍDICA DO MEIO AMBIENTE

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A proteção jurídica dos animais não humanos está estritamente relacionada à proteção
do meio ambiente. Por este motivo, inicialmente será abordado o conceito jurídico de meio
ambiente, a partir das suas principais normas e dos ensinamentos da doutrina brasileira, para
que, posteriormente, sejam apresentadas as normas que tratam especificamente da tutela dos
animais e a evolução, no campo teórico e prático, das relações entre os seres humanos e não
humanos. Conceito jurídico de meio ambiente O Direito, por ser objeto cultural, tende a ser
constituído a partir de diversos fatores presentes em uma determinada época e sociedade.
Dessa forma, o conceito jurídico de meio ambiente deriva de uma construção cultural, ou seja,
a partir das características e necessidades da sociedade naquele instante. Nesse sentido, Paulo
de Bessa Antunes (2015, p. 3 e 160) ensina que “as relações intermediadas pelo direito e que
se estabelecem entre os homens e a forma de apropriação dos recursos naturais são de caráter
cultural” e que a tutela do meio ambiente deve ser compreendida “concretamente e dentro das
condições específicas de cada sociedade, com os seus próprios olhos". Inicialmente, as
regulações jurídicas do meio ambiente foram dirigidas para elementos ambientais isolados
(como, por exemplo, o solo, a água e o ar), e não para o meio ambiente considerado em sua
integralidade. Além disso, o trato jurídico destinado a tais elementos visava basicamente o
proveito econômico que à época rendiam ao comércio nacional e internacional. Porém, devido
ao desenvolvimento da compreensão do fenômeno ambiental, o entendimento do meio
ambiente como um todo complexo e indissociável no qual os seus elementos permanecem em
constante interação e interdependência demonstrou a insuficiência da consideração do valor
comercial isolado de cada elemento. (MARANHÃO, 2016) A Lei nº 6.938/81, que dispõe
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), define o conceito de meio ambiente
como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as 14 suas formas”. Existem críticas
acerca da definição adotada pela referida lei, tendo em vista que, apesar de citar a expressão
“a vida em todas as suas formas”, dando a impressão de um conceito amplo dos elementos
que integram o meio ambiente, incluindo, desse modo, a vida humana, torna-se evidente o
foco voltado basicamente ao meio ambiente natural ao citar os fatores de interação (físico,
químico e biológico) associados à noção de biosfera. Por essa perspectiva, defende-se que o
conceito de meio ambiente foi adotado pela referida lei sob uma visão restrita e que torna
insuficiente a abrangência de todos os bens jurídicos ambientais que devem ser reconhecidos.
Ao citar apenas interações naturais e biológicas inerentes às relações entre os seres vivos e o
meio em que habitam (biosfera), o referido dispositivo legal não abarcou outros fatores que
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exercem relevante influência sobre o meio ambiente e sobre a qualidade de vida do homem,
como os aspectos políticos, éticos, econômicos, sociais e culturais, intrínsecos à dimensão
humana (sociosfera). (MARANHÃO, 2016) O não reconhecimento da inserção do ser
humano na discussão jurídica ambiental pode ocasionar consequências negativas ao tornar
incapaz a compreensão adequada da questão ambiental. Mais uma vez recorre-se aos
ensinamentos de Paulo de Bessa Antunes (2011, p. 7): “um dos fundamentos da atual 'crise
ecológica' é, sem dúvida, a concepção de que o humano é externo e alheio ao natural”. Essa
afirmativa corrobora com a ideia de que o homem integra o meio ambiente, não devendo ser
considerado um simples agente externo causador de impactos ambientais. Sobre essa
integração, o referido autor explica: Certamente, a natureza é parte importante do meio
ambiente, talvez a mais importante delas. Mas o meio ambiente não é só a natureza. Meio
ambiente é natureza mais atividade antrópica, mais modificação produzida pelo Ser Humano
sobre o meio físico de onde retira o seu sustento. Não se deve, contudo, imaginar que o
Homem não é parte do mundo natural, ao contrário, ele é parte essencial, pois dotado de uma
capacidade de intervenção e modificação da realidade externa que lhe outorga uma posição
extremamente diferente da ostentada pelos demais animais. (ANTUNES, 2011, p. 7) Acerca
da definição adotada pela Lei nº 6.938/81, apresenta-se o seu ponto de vista: A definição de
meio ambiente, que consta da PNMA, é feita sobre a base de uma concepção confusa e que
mistura elementos que, dificilmente, poderiam ser entendidos como aqueles que se encontram
no entorno dos seres vivos, seja o Homem ou quaisquer dos demais seres vivos. (ANTUNES,
2015, p. 107 e 108).

2.1.2 A NOVA LEI “SANSÃO”: CRIME DE MAUS-TRATOS CONTRA CÃES E GATOS


(LEI Nº 14.064/20).

Um acontecimento revoltante que deu o pontapé inicial para a mudança da Lei foi o
caso do pitbull de nome Sansão, que foi amordaçado com arame farpado e teve suas pernas
decepadas com um facão. O crime ocorreu em 06 de julho de 2020, na cidade de Confins,
Estado de Minas Gerais. O autor do crime, Júlio César dos Santos foi denunciado com base
no art. 32, caput e parágrafo 2º da Lei nº 9.605/98 C.C artigo 69 do Código Penal. Como se
não bastasse, o autor do crime ainda praticou maus-tratos contra outros 12 animais, sendo eles
três gatos, três cães - incluindo-se Zeus, pai de Sansão, que precisou ser eutanasiado - e seis
galináceos. Com base na legislação vigente à época Júlio César não foi preso.

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São diários os casos de maus-tratos e por isso, nessa época, já tramitava no Congresso
Nacional o projeto de Lei 1.095/2019 de autoria do Deputado Fred Costa (PATRI-MG), com
intuito de impor pena de reclusão para quem viesse a praticar atos de abuso, maus-tratos, ferir
ou mutilar animais domésticos ou domesticados, silvestres, nativos ou exóticos e ainda
estabelecer penas para os estabelecimentos comerciais ou rurais que favorecessem a prática
do crime, frisando a responsabilização penal jurídica do estabelecimento.
Em 16 de dezembro de 2019, foram apresentadas na Câmara dos Deputados as alterações do
PL/1095 pelo relator e deputado Celso Sabino, do partido PSDB/PA, em Parecer da Comissão
Especial Permanente. O projeto foi aprovado pela Comissão na forma do Substitutivo
apresentado, embora tenha sido aumentada a pena de reclusão para cinco anos, apenas
abrange tal situação para crimes contra cães e gatos.
O projeto originou a Lei Federal nº 14.064, aprovada em 29 de setembro de 2020 pelo
Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, que em seu teor dispõe: “Altera a Lei nº
9.605, de 12 de fevereiro de 1998, para aumentar as penas cominadas ao crime de maus-tratos
aos animais quando se tratar de cão ou gato.” (BRASIL, 2020).
Ligeiramente verificamos que o objetivo principal dessa nova Lei foi retirar dos Juizados
Especiais Criminais (JECRIM), norteados pela conciliação, simplicidade e informalidade, o
crime de maus-tratos animais contra cães e gatos que ocorrem em maior número, isso para
que os autores do crime não tenham os benefícios de crimes de menor potencial ofensivo.
COMENTÁRIOS SOBRE A NOVA LEI “SANSÃO” E SEUS REFLEXOS
A referida Lei Federal incluiu no artigo 32 da Lei º 9.605/98 o parágrafo 1º-A, veja a nova
redação:
Art. 32. (...)
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo
será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda. (Incluído pela Lei
nº 14.064, de 2020)
Vislumbra-se a grandiosidade do avanço que tal alteração trouxe na legislação brasileira em
relação aos animais. Depois de tempos de luta pela proteção animal, com a elevação do
mínimo penal de dois anos de reclusão e prisão decretada do infrator no ato, diferentemente
da redação anterior, em que a pena máxima era de um ano, possibilitando ao autor sair livre
no mesmo dia. Agora, de maneira oposta, além de ser processado pelo Juizado Especial
Criminal (crimes de menor potencial ofensivo), o autor será processado pela Justiça Criminal
Comum, em que haverá uma maior formalidade e rigor.
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Essa mudança na competência impede a aplicação do “Sursis Processual”, onde ocorre a


suspensão condicional do processo, instituto previsto no artigo 89 da Lei 9.099/95 para penas
máximas de até um ano e nesta situação, ao cumprir alguns requisitos o autor do crime é livre
do processo criminal. Inicialmente, o intuito do Projeto de Lei era majorar a pena aplicada
contra qualquer ato de crueldade contra todas as espécies de animais, já previstas no caput do
art. 32 da Lei de Crimes Ambientais. No entanto, embora haja um avanço proporcionado pela
Lei Sansão, não se pode deixar de lado o fato de que ao abranger apenas duas espécies (cães e
gatos) que são as maiores vitimas desse crime, resultará em uma distinção hierárquica entre os
animais, em que sua importância estaria ligada tão somente ao quão próximo esse animal é do
ser humano, quando em suma, busca-se haver um tratamento igualitário em prol de todas as
espécies de vida animal.

2.1.4 A PROTEÇÃO AOS ANIMAIS PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE


1988

A fauna é composta por uma diversidade de animais, dentre eles os nativos, silvestres,
exóticos, domésticos ou domesticáveis e por sua vez, são lembrados através da Carta Magna
de 1988, em seu artigo 23, inciso VII, e 24, estabelecendo que os entes políticos tenham
competência e responsabilidade para com a proteção dos animais, independentemente da
repartição de competências entre o Estado.
O texto Constitucional veda qualquer conduta que acarrete prejuízos à função ecológica,
resultando na extinção das espécies e/ou crueldade aos animais, é o que diz o artigo 225, § 1º,
inciso VII, da Constituição Federal de 1988, vejamos:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
[...]VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à
crueldade.
A previsão de animais domésticos na Constituição foi assertiva, uma vez que estes correm
risco de serem extintos. Porém, inseridos na sociedade, fazem parte do meio ambiente e

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merecem respeito e dignidade, ainda que sua função principal não atue diretamente no papel
ecológico da fauna de forma significativa.

2.2 O DIREITO PENAL COMO INSTRUMENTO HÁBIL DE TUTELA AMBIENTAL

O Direito Penal possui como função precípua a tutela de bens jurídicos relevantes,
cuja regulamentação em outros ramos do direito não é suficiente para protegê-los. Trata-se
dos princípios da fragmentariedade e da intervenção mínima.
O princípio da fragmentariedade afirma que “o Direito Penal não deve tutelar todos os bens
jurídicos, mas somente os mais relevantes para a sociedade (vida, liberdade, patrimônio, meio
ambiente etc.), e, mesmo assim, somente em relação aos ataques mais intoleráveis.”.
(AZEVEDO,2010, p. 27, grifo nosso).
Já o princípio da intervenção mínima diz que o Direito Penal é uma das formas de controle
social, assim como o Direito Civil e o Direito Administrativo. Todavia, a sanção penal é
considerada a mais grave das sanções, justamente por permitir a privação da própria
liberdade. É exatamente por isso, que o Direito Penal deve atuar de forma subsidiária, pois ele
é de ultima ratio, isto é, a sua aplicação só se justifica quando insuficientes as outras formas
de controle social. (AZEVEDO, 2010, p. 27/28)
Verifica-se, assim, que o meio ambiente, elevado a Direito Fundamental pela Lei Maior, é um
bem jurídico de extrema relevância para a sociedade, razão pela qual é plenamente cabível a
sua tutela pelo Direito Penal.
Além disso, por ser de ultima ratio, somente justifica-se a sua aplicação nos casos em que os
outros ramos no direito não forem suficientes para o controle social. É o que ocorre com o
bem ambiental. Indiscutivelmente, as áreas cível e administrativa não conseguem reprimir, de
forma efetiva, todas as espécies de danos ambientais. É exatamente neste aspecto em que o
Direito Penal Ambiental atua.
Dentro deste contexto, a tarefa legislativa é crucial para selecionar bens jurídicos que
merecem a proteção da lei penal. O principal norte é a tutela constitucional a determinados
bens.
Quando a Constituição designa algo como de relevante valor, pode-se afirmar que isso será
um marco de referência ao legislador ordinário, que deverá regulamentá-lo e garanti-lo nos
ditames da Lei Maior.
Nestes termos, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado pela Constituição
como um bem de suma relevância para as presentes e futuras gerações; é indisponível e de
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caráter difuso, uma vez que alberga a coletividade como um todo. Assim, ultrapassa as
questões individuais, é mais amplo e representa o interesse social. O dano ambiental pode ter
repercussão fora das fronteiras nacionais, a título de exemplo, cita-se um acidente nuclear, a
poluição de rios e mares. Enfim, por esses motivos é que a tutela penal do meio ambiente é
tão significativo.

Sobre o tema:
Do direito penal social faz parte integrante certamente o direito penal ecológico, se é verdade
que o homem retira da natureza os meios necessários à sua existência. Homem e natureza são,
portanto, como recorda Abbagnano, dois mundos que vivem em relacionamento recíproco e
só ‘nesse relacionamento o homem encontra a condição de sua sobrevivência e de sua
dignidade’. A ecologia apresenta-se, pois, como um bem social por excelência. E a garantia
de um ambiente puro representa um ‘direito social’ de todo indivíduo, que reivindica tutela
eficaz diante do impressionante alargar-se do enquinamento na era presente. (COSTA
JUNIOR, 1996, p. 40).
O Direito Penal, por impor sanções mais graves aos indivíduos, possui um caráter
intimidatório maior que os demais ramos do direito. É evidente que alguém, em sã
consciência, preferirá penas que atinjam seu patrimônio, a penas que o privem da liberdade. É
exatamente por isso que o Direito Penal, ao menos na mente das pessoas, é dotado de um
poder inibitório maior. Ele amedronta através das suas penas abstratamente cominadas, razão
pela qual acaba por acovardar a prática das condutas lesivas que alberga.
Daí a sua importância na tutela ambiental, na medida em que este é um bem jurídico de
intensa relevância para a sociedade como um todo. Por isso e, também, pelo mandamento
constitucional, o legislador criou a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605), no ano de 1998.
De uma análise geral desta lei, é possível perceber que, além das sanções penais, também
dispõe sobre sanções administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente. Inclusive, representou um grande avanço dentro do ordenamento jurídico brasileiro,
principalmente por prever a responsabilização penal da pessoa jurídica causadora de danos
ambientais. Tal inovação trouxe grandes benefícios para a proteção do bem ambiental, pois,
geralmente, são as pessoas jurídicas as principais causadoras de danos neste bem jurídico.
Além disso, a lei nº 9.605 de 1998 centralizou o Direito Penal Ambiental, concentrando em
seu texto a tutela de uma expressiva diversidade de bens ambientais. Sendo eles: a fauna, a
flora, a poluição, o ordenamento urbano, o patrimônio cultural e a administração ambiental.
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Observa-se que esta lei é avançada, na medida em que abrange bens como a administração
ambiental, o ordenamento urbano e o patrimônio cultural. Eis que de fato, abarcou todos os
elementos que compõem o conceito de meio ambiente.
No que tange os aspectos penais específicos, também foi arrojada ao regulamentar
circunstâncias relacionadas à dosimetria da pena diversas das dos crimes em geral. Ela previu:
agravantes e atenuantes relacionadas intrinsecamente com as questões ambientais; penas
restritivas de direito a serem realizadas em unidades de conservação, parques e jardins
públicos e outras, também interligadas à conservação e melhoramento do meio ambiente;
reparação do dano ambiental como condição para a concessão de institutos despenalizadores.
Neste sentido:
Na década de 1990, a legislação do meio ambiente já se achava quase completa. O Brasil
contava com a pioneira Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/81), como
regramento da ação cvil pública (Lei n. 7.437/85), com a Constituição Federal de 1988 a tratar
de forma exemplar a questão ambiental (art. 225 e outros) e legislação avulsa de grande
relevância (v.g., Lei n. 7.802/89, agrotóxicos). Faltava, porém, a tutela penal do meio
ambiente, complemento indispensável para a ampla efetividade. Criada uma comissão de
juristas pelo Ministério da Justiça, encaminhou-se projeto de lei ao Poder Legislativo e, em
breve prazo, foi aprovado. Daí a vigência da Lei dos Crimes Ambientais – Lei n. 9.605, de
12/02/1998. Sob forte polêmica, criticada por muitos, ela alterou as práticas brasileiras no
cuidado ao meio ambiente. Para melhor, sem dúvida (FREITAS, 2006, p.8).
Antes do surgimento da Lei 9.605/98, o arcabouço legislativo-penal sobre o meio ambiente
era marcado pela proliferação de um conjunto infindável de leis esparsas, que mais causavam
insegurança jurídica do que tutelavam esse precioso bem jurídico do gênero humano. A Lei
Penal Ambiental em comento teve a valia de sistematizar e unificar as infrações penais contra
o meio ambiente em um único diploma legal, embora ainda haja infrações ambientais
tipificadas em outros textos normativos. (GOMES; MACIEL, 2015, p.8).
Verifica-se, assim, que este diploma normativo representa um legítimo microssistema
jurídico-penal ambiental. Trata-se, em outras palavras, de um minicódigo penal ambiental. Ele
é dividido em: parte geral (art. 1º ao art. 28) e parte especial (art. 29 ao art. 69-A). Sua
integração é feita pelas normas gerais de integração. Para tanto, há normas de subordinação
imediata e mediata. Aquelas ligam o fato diretamente à norma incriminadora. Estas, ao
contrário, precisam de outras normas inseridas da parte geral para sua complementação ao
tipo penal. (SIRVINSKAS, 2013, p.861).
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2.2.1 A PREVISÃO DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS PELO DIREITO PENAL


AMBIENTAL

A previsão da Lei Federal por um meio ambiente ecologicamente equilibrado fez com
que a tutela integrasse o rol de bens jurídicos fundamentais e por esta razão, é digno de
proteção penal, elencado no artigo 225, § 3º, como responsabilização criminal por ações
lesivas ao meio ambiente, não sendo necessária a aplicação de punições administrativas ou
reparação de danos na esfera cível.
Em todo caso, como de praxe, o direito penal deve ser utilizado como ultimaratio e sendo
assim, deve o legislador verificar se a prática do crime provoca lesão ou perigo relevante para
o Direito Penal. Ainda que o Direito Penal seja utilizado em último caso, auxilia na coibição
de atos prejudiciais a esse bem jurídico, pois seus efeitos geram consequências morais e
socais ao indivíduo que os comete. Trata-se de uma prevenção geral e especial, que
primariamente busca um senso de intimidação, porém por vezes não ocorre, havendo falha de
advertência, recaindo sobre o agressor a execução de sentença penal condenatória, definida de
acordo com a importância social do bem jurídico tutelado.
Mesmo que haja previsão da tutela jurídica dos animais no Direito Penal Ambiental, o
legislador não a trouxe de forma individualizada, demonstrando que o bem jurídico tutelado é
exclusivamente relacionado ao meio ambiente, assim, animais não humanos tornam-se apenas
meros objetos materiais do delito. Aqui então é feito um questionamento: O Direito Penal
Ambiental, exclusivamente nessa questão, não deveria atribuir aos animais uma personalidade
limitada, com a qual afastaria diversos crimes cometidos contra eles?
Como dito anteriormente, a previsão da tutela penal do meio ambiente encontra-se
estabelecida na Constituição Federal, mas para tal possuímos legislação especial, a Lei nº
9.605 de 12 de fevereiro de 1998. O texto legal não aborda todos os crimes ambientais, porém
como Lei brasileira predominante, trata sobre a tutela penal do meio ambiente, trazendo em
seu teor as sanções penais e administrativas que resultam da prática e/ou condutas que lesem o
bem jurídico protegido. A previsão legal dos crimes contra a fauna encontra-se elencada dos
artigos 29 ao 37, estabelecendo ainda a aplicação das penas para crimes praticados contra
animais domésticos nos artigos 6º e 24 da Lei supramencionada.
O artigo 6º traz requisitos para a aplicação da penalidade, vejamos:
Art. 6º- Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:

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I- a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequenciais para a


saúde pública e para o meio ambiente;
II- os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III- a situação econômica do infrator no caso de multa. (BRASIL, 1998).
A Lei, no entanto, em seus artigos 7º e 8º estabelece que as penas restritivas de direito, são
autônomas e podem ser substitutas das penas privativas de liberdade, tal substituição é válida
somente para condenação inferior a quatro anos - é importante salientar que as penalidades da
Lei em sua maioria não ultrapassam quatro anos. Mais adiante, no artigo 16, a Lei dispõe que
pode haver suspensão condicional da pena no caso de condenação de pena privativa de
liberdade inferior a três anos, assim não haverá execução da pena, mas devem ser observados
alguns requisitos que estão elencados nos artigos 78, 46 e 48, todos do Código Penal.
Em crimes de menor potencial ofensivo pode ocorrer a aplicabilidade do instituto
despenalizador, ou seja, a transação penal, a composição dos danos e a suspensão condicional
do processo, de acordo com o artigo 27 da Lei de Crimes Ambientais. Tais eventos devem ser
bem observados em sua aplicação, uma vez que o meio ambiente é um direito fundamental.
Recentemente passou a vigorar por meio da Lei nº 13.964 de dezembro de 2019 (Pacote
Anticrime) em nosso ordenamento jurídico, o instituto do acordo de não persecução penal.
Trata-se de um instituto pré-processual, em que há negociação entre o acusado e o
representante do Ministério Público, homologado pelo Magistrado, aplicável quando se tratar
de crime inferior a quatro anos. Este instituto tem o condão de evitar o encarceramento do
acusado, disposto no artigo 28-A do referido diploma legal.
Diferentemente do Direito Penal comum, que objetiva a proteção por meio de sanção, no
Direito Penal Ambiental nota-se um caráter totalmente reparatório, em que alguns
doutrinadores o nomeiam como “direito penal reparador”. Através da breve reflexão feita na
Lei de Crimes Ambientais, tratada pelo Direito Penal Ambiental, vislumbra-se que a Lei não é
meramente efetiva, mesmo havendo garantia constitucional. O que deixa a desejar então são
as penas, que além de serem pequenas, são facilmente substituídas, podendo ocorrer a não
persecução penal afastando-se uma eventual condenação. O Direito Penal Ambiental prioriza
a reparação dos danos, mas tal reparação não faz jus aos maus-tratos sofridos pelos animais,
uma vez que mesmo os seres não humanos sentem dor, fome, sensações, e possuem
sentimentos.
Seria necessário, portanto, que o Direito Penal Ambiental brasileiro optasse pela prevenção do
dano, com sanções mais gravosas, que certamente preveniriam os abusos e maus-tratos
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sofridos por estes animais. A lacuna deixada pela Lei na falta de penalização severa faz com
que a Lei Penal não seja respeitada, causando frustração à comunidade protetora dos animais
que ministra esforços diários para que crimes contra os animais não ocorram, enquanto quem
os pratica tem a sensação de estarem impunes às penas cominadas pela Lei, pois são
alternativas.

3 METODOLOGIA
Quanto ao modo de abordagem da pesquisa é descritivo e exploratório, pois está
baseado em assuntos consultados em livros, artigos e trabalhos acadêmicos, quanto ao tema
tratado, e também a partir da coleta de dados específicos, através das análises de documentos
selecionados. Os livros, revistas, artigos e trabalhos acadêmicos pesquisados em direito a
pesquisa classificasse em exploratória realizada. Conforme a abordagem da problemática, a
partir do estudo coletou-se os dados:
A posição do Supremo Tribunal Federal
De acordo com NUNES JÚNIOR (2019) o entendimento do Supremo Tribunal Federal,
acompanha a maioria das doutrinas constitucionais brasileiras, considerando o animal como
“coisa”, sendo, portanto, objeto de direito e não sujeito de direito.
Projeto Lei Complementar 27/2018
O Projeto lei da Câmara que teve iniciativa do deputado federal Ricardo Izar, acrescenta a Lei
nº 9.605/98 dispositivos para dispor sobre a natureza jurídica dos animais não humanos,
determinando assim que os animais não humanos possuem natureza jurídica sui generis e são
sujeitos de direitos despersonificados, os quais devem gozar e obter tutela jurisdicional em
caso de violação, sendo, portanto vedado o seu tratamento como coisa.

A pesquisa trabalhada, utiliza abordagem mista, que analisa enfaticamente os dados


coletados da pesquisa, a partir das informações.
Hipotético, ao identificar a previsão legal, quanto a tutela jurídica dos animais, que faz
parte do problema, havendo a criação de hipóteses, para a solução.
Os procedimentos utilizados na pesquisa, envolvem os bibliográficos, documental e
estudo de caso, através de livros, artigos, teses acadêmicas, citações de textos jurídicos lidos,
materiais científicos de autores da área, pesquisas em citações de leis, pareceres, relatórios do
objeto pesquisado, colaborando para a construção de hipóteses e conclusões do caso
verificado.
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4 CONCLUSÃO

Conclui-se que a partir da pesquisa e metodologia adotada, houve na prática a


comprovação da necessidade de um estudo em pauta, a pesquisa tem a finalidade básica
estratégica, que é aprofundar o conhecimento científico do tema em questão, além de avançar
nos estudos abordados, a partir do problema pontuado, visando deixar as possíveis soluções
que serão as bases para fazer uma pesquisa aplicada.
a finalidade é aprofundar a sua aplicação e identificar a lei que está amparando a sua
atuação diante das múltiplas incidências, inclusive a previsão legal.
Constatou-se a existência de fatos relativos, no entanto, necessita-se do amparo legal,
que proíba tal prática, que deixou de ser considerada relevante, portanto, passa despercebida e
sem a devida atenção. É de suma importância ao âmbito jurídico, enfatizando e chamando
para a observância de um dispositivo legal expresso, que seria a capacidade jurídica para um
amparo legal com base solida sobre, inclusive diante das ações processuais movidas em prol
da proteção dos animais domésticos e domesticados, que anualmente cresce.

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