Direito das Pessoas – Prof.

Mery Chalfun

Animal como sujeito

Ana Luiza Almeida de Aguiar - 20151112726; Damiana Karolyne Matos
da Silva - 20191101099; Luiza Basilone de O. Veras - 20191104025
e Renata Maia Pereira – 20191304095.

Universidade Veiga de Almeida,

RJ
2020
 O conceito

• O Direito evoluiu e essa concepção de sujeito de direito, e até mesmo a definição de

pessoa, passou por significativas transformações.
• O sujeito de direito é todo e qualquer ente apto a ser titular de direitos e adquirir
deveres, não apenas o ser humano, mas também os determinados em Lei.
• Quando refere-se aos animais a legislação pátria define os animais silvestres como
bem de uso comum do povo, ou seja, um bem difuso indivisível e indisponível; já os
domésticos são considerados pelo Código Civil como semoventes passíveis de
direitos reais
• Embora a legislação brasileira possua respaldos e proteção para os animais, estes
acabam sendo “desmerecidos” porque o direito mais utilizado é aquele que beneficia
o homem. Contudo, deve-se buscar um maior rigor na utilização das leis, para que
sejam aplicadas de modo que beneficie a vida como um todo, seja humano ou
animal.
 A legislação brasileira em relação ao direito
dos animais 
• O Brasil é um país rico em fauna, porém
demoramos muito tempo para nos dar
conta de cuidar dos nossos animais,
assim como vários países, precisamos
evoluir bastante em termo de legislação
do Direito dos Animais, este ainda é um
tema pouco explorado, embora seja de
grande relevância, aos poucos a
sociedade está tomando consciência do
quanto é importante cuidar dos nossos
animais, o quanto o respeito a estes seres
é um tema tão nobre. 
• No meio jurídico é crescente a discussão
em torno do assunto, cada vez mais a
sociedade nos cobra um padrão de
comportamento diferenciado e tem-se
preocupado demasiadamente com o tema
em questão. 
• Em termos de legislação, o nosso
ordenamento jurídico, o Direto dos
Animais está inserido na Matéria do
Meio Ambiente, basicamente no
Capítulo VI da Constituição Federal,
no art. 225, § 1º - qual delega ao
poder público e a coletividade a
defesa dos animais, em outras
palavras, impõe-se a sociedade e ao
Estado o dever de respeitar a vida, a
liberdade corporal e a integridade
física desses seres, além de proibir
expressamente as práticas que
coloquem em risco a função
ecológica, provoque a extinção ou
submetam à crueldade qualquer
animal. 
 A legislação brasileira em relação ao direito
dos animais 

• CF - CAPÍTULO VI DO MEIO • Temos ainda a Lei Federal

AMBIENTE  9.605/98 – que igualmente trata do
• Art. 225. Todos têm direito ao meio Meio Ambiente, e condutas lesivas a
ambiente ecologicamente equilibrado, este, um artigo que cita os animais,
bem de uso comum do povo e essencial à qual dispõe sobre a aplicação de
sadia qualidade de vida, impondo-se ao pena nos casos de maus-tratos,
Poder Público e à coletividade o dever de ferimento ou mutilação de animais,
defendê-lo e preservá-lo para as silvestres, domésticos ou
presentes e futuras gerações.  domesticados, nativos ou exóticos. 
• § 1º Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao Poder Público
(Ministério Público): 
• VII - proteger a fauna e a flora, vedadas,
na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais a crueldade
 A legislação brasileira em relação ao direito
dos animais 

• Lei Federal 9.605/98  • Recentemente, foi aprovado o projeto

• Art. 32. Praticar ato de abuso, maus- de Lei - PL 2833/11, que está na fase
tratos, ferir ou mutilar animais de apreciação pelo Senado Federal –
silvestres, domésticos ou que de acordo com o texto, a pena para
domesticados, nativos ou exóticos:  os casos de matar cão ou gato terá
• Pena - detenção, de três meses a pena de detenção de 1 a 3 anos. A
um ano, e multa.  exceção será para a eutanásia, se o
• § 1º Incorre nas mesmas penas animal estiver em processo de morte
quem realiza experiência dolorosa ou agônico e irreversível, contanto que
cruel em animal vivo, ainda que para seja realizada de forma controlada e
fins didáticos ou científicos, quando assistida. 
existirem recursos alternativos. 
• § 2º A pena é aumentada de um
sexto a um terço, se ocorre morte do
animal. 
 Alterações no Código Civil - Propostas

• • A previsão do artigo 225, parágrafo

O estatuto Jurídico dos animais
vem sendo modificado em vários 1º, inciso VII, na Constituição de
países que adotam o sistema 1988, o referido texto acabou
romano Germânico. permitindo uma interpretação que
contemplasse a dignidade animal e
• O Código Civil atual, por sua vez,
viabilizou a construção
ao tratar da ocupação, prevê
jurisprudencial do conceito de não
apenas que “quem se
crueldade animal.
assenhorear de coisa sem dono • Atualmente, tramitam, no Brasil,
para logo lhe adquire a
propostas legislativas tendentes à
propriedade, não sendo essa
modificação do status jurídico dos
ocupação defesa por lei” (artigo
animais, inclusive com efeitos
1.263).
diretos sobre o Código Civil.
• Para o Direito Brasileiro os
animais são considerados coisas.
Lei nº 10.406/2002, art.82 “São
móveis os bens suscetíveis de
movimento próprio, ou de
remoção por força alheia, sem
alteração da substância ou da
destinação econômico-social”.
 Alterações no Código Civil - Propostas
• PROJETO (PL.225/2007) Propõe à criação
de um Código Federal de Bem-Estar
Animal. Dispõe sobre a obrigatoriedade de
placas de sinalização nas Rodovias
Federais. Iniciativa do deputado Ricardo
Trípoli.
• PROJETO (PL.3676/2012) Propõe a
criação de um Estatuto dos Animais, cujo
artigo 2º tem a seguinte redação: “Os
animais são seres sencientes, sujeitos de
direitos naturais e nascem iguais perante a
vida”. Iniciativa do deputado Eliseu Padilha.
• PROJETO (PL.6799/2013) *PASSOU A
SER (PL.6054/2019) O artigo 3º da
proposta dispõe que “[o]s animais
domésticos e silvestres possuem natureza
jurídica sui generis, sendo sujeitos de
direitos despersonificados, dos quais
podem gozar e obter a tutela jurisdicional
em caso de violação, sendo vedado o seu
tratamento como coisa”. Iniciativa do
deputado federal Ricardo Izar.
• PROJETO (PL.7991/2014) O
objetivo é acrescentar o artigo 2º-A
ao Código Civil, com o seguinte teor:
“Art. 2º-A. Os animais gozam de
personalidade jurídica sui generis
que os tornam sujeitos de direitos
fundamentais em reconhecimento a
sua condição de seres sencientes.
Parágrafo único: São considerados
direitos fundamentais a alimentação,
a integridade física, a liberdade,
dentre outros necessários à
sobrevivência digna do animal”.
Propõe a criação de uma
personalidade jurídica “sui generis”
em reconhecimento a senciência
nos animais. Iniciativa do deputado
Eliseu Padilha.
 Alterações no Código Civil - Propostas

• PROJETO (PL.351/2015) Propõe que os • PROJETO (PL.6054/2019) *ANTERIOR:

animais não fossem mais classificados como PL6799/2013 Acrescenta parágrafo único
coisas, mas enquadrados na categoria de ao art.82 do Código Civil para dispor
bens móveis, ressalvado o disposto na sobre a natureza jurídica dos animais
legislação especial. Acrescenta o parágrafo domésticos e silvestres, e dá outras
único ao art.82 do Código Civil para dispor providencias. Situação Atual: No senado
que os animais não serão considerados Federal; aguardando parecer do relator
coisas. Situação Atual: Aprovada por na comissão de Meio Ambiente e
comissão em decisão terminativa Iniciativa desenvolvimento sustentável (CMADS)
do senador Antônio Anastásia.
Iniciativa deputado federal Ricardo Izar.
• PROJETO (PL27/2018) Acrescenta
dispositivo à Lei nº 9.605, de 12 /02/1988,
para dispor sobre a natureza jurídica dos
animais não humanos. Determina que os
animais não humanos possuem natureza
jurídica sui generis e são sujeitos de direitos
despersonalizados, dos quais devem gozar e
obter tutela jurisdicional em caso de violação,
vedado o seu tratamento como coisa.
Situação Atual: Aprovado pelo plenário
Iniciativa deputado federal Ricardo Izar
 Como é em outros países?

• Em relação à outros países, pode-se dizer que o Brasil estava em atraso no

reconhecimento do animal como sujeito.
• Muitos movimentos foram ganhando força em outros países em prol dos
direitos dos animais. Em 2008, a Constituição do Equador passou a garantir
que a natureza tem seu direito de existência.
• Há exemplos de rios considerados sujeitos pela lei na Colômbia, na Nova
Zelândia, no Equador e na Índia.
• No caso dos animais, a França e Argentina são grandes exemplos que
modernizaram sua legislação para reconhecer esses animais como seres.
No dia 07/04/2019 o plenário do Senado aprovou um projeto de lei que
passou a classificar os animais como sujeitos de direitos, e não como
coisas.
• Em outros países europeus, como Alemanha, Suíça e Áustria, não os
tratam como coisas.
 Referências bibliográficas

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            DELASSUS, Eric. La personne, http://edelassus.free.fr. Acessado em
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            ____________ Manual de Direito Ambiental. Belo Horizonte:
Mandamentos, 2003. 
            ___________. Tutela jurídica dos animais. Belo Horizonte:
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Livraria Freitas Bastos, 5ª ed., 1980. 
            RODRIGUES, Tetu Danielle. O direito & os animais, uma abordagem
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            SINGER, Peter. Ética Prática. São Paulo: Martins Fontes, 2002. 
https://
oglobo.globo.com/sociedade/justica-congresso-analisam-mudancas-no-estatu
to-juridico-dos-animais-da-natureza-22736971
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2019/08/senado-aprova-projeto-d
e-lei-que-classifica-animal-como-sujeito-de-direito-e-nao-como-coisa-cjz22p0e
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