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O IMPACTO QUE O GRUPO DO BRICS CAUSA NA GOVERNANÇA GLOBAL1

Autores:
Arthur Ramos Borges de Melo
Bacharelando, ASCES-UNITA2
Vanderson Ramos Borges de Melo
Bacharelando, ASCES-UNITA3

Resumo: o presente trabalho busca apresentar e compreender como países emergentes em


especial o BRICS podem deixar de ser coadjuvantes do sistema político-econômico
internacional. Adquirindo o desempenho de um papel mais relevante. Se objetiva analisar de
que forma o BRICS pode obter uma maior influência em âmbito internacional causando uma
modificação no atual cenário status quo de governança global. Através de análise das relações
existenciais entre os países que compõe o BRICS é desenvolvida uma avaliação da atual
influência do grupo, observando também as particularidades positivas e negativas acerca do
posicionamento entre si e o desenvolvimento de cada um dos países do grupo. Será explicado
a origem do acrônico BRICS e o que se entende como governança global. Na produção do
presente trabalho foi utilizado o método dedutivo, e realizada análise de produções cientificas

Palavras chaves: BRICS, relações internacionais, governança global

INTRODUÇÃO

Dentre os grupos de países emergentes, há um que vem obtendo destaque no cenário


global, esse grupo e o BRICS, composto por 5 países, quais são Brasil, Rússia, Índia, China e
África do sul (South África, em Inglês). E apontado que esses países devem assumir ou fazer
parte do grupo de líderes mundiais em diversos segmentos e consequentemente acarretando
uma quebra na atual ordem de governança.

Inicialmente o artigo visa apresentar qual seria o conceito básico de governança


global, tendo como objetivo trazer entendimento da forma que a ordem dominante pode ser
atingida pelo desenvolvimento dos componentes do BRICS. Também será abordado o
contexto que influenciam para o atual cenário global. Depois e explicado a origem do termo
BRICS e sua relação com as nuanças da atual configuração política e econômica em nível
global. Em sequencia o trabalho se foca nos acontecimentos históricos que impulsionaram a
estruturação da atual hegemonia e como a presença de grupos emergentes podem apresentar
uma ameaça a essa configuração.

1 - OBJETIVO(S)

O presente trabalho tem como objetivo mostra a importância do grupo do BRICS para
a economia global. um dos objetivos e mostra que os membros do BRICS mostram potencial
para assumirem o topo do poder e influência em âmbito global. Também e visado mostra

1
GTT 04 – Governança
2
End. Praça Agamenon Magalhaes, nº350, centro, vertentes-PE, 81 99654-2275, e-mail: 2018101143
3
End. Praça Agamenon Magalhaes, nº350, centro, vertentes-PE, 81 99229-1232, e-mail:
2016201091@app.asces.edu.br
como e estrutura o BRICS, qual as barreiras encontradas para se alcançarem os objetivos de
expansão global de seu poder.

2 - JUSTIFICATIVA

O BRICS em um grupo que desempenha um papel de extrema importância a nível


global, em especial para o Brasil, a formação desse grupo permite que o poder de barganha de
seus membros aumentem , sem contar que o comércios entre os membros acaba sendo
aquecido fazendo assim com que os países continuem produzindo em uma grande, seja
matéria prima ou produto manufaturas e tenha com quem contar para adquiri-los. também
pode ser um trufo participar do grupo ganhar mais visibilidade pelos demais países,
principalmente os emergentes do eixo sul. A forma como e composto o BRICS e
extremamente estratégica, situando as economias mais desenvolvidas de sua região a fim de
aumentar a influência em pontos estratégicos que se encontram mais suscetíveis a
estabelecerem negociados

3 - METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi o método dedutivo, onde através de bibliografias e de


artigos científicos, realizou-se uma análise qualitativa das informações colhidas e a partir
destas, foi discorrido a conjuntura do BRICS e o papel que este desempenha na economia
global, e qual pode vim a ser o seu alcance no futuro.

4 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1- GOVERNANÇA GLOBAL DO BRICS

A expressão governança global passou a ser utilizada pelo banco mundial no período
da década de noventa para fazer análise de resultados obtidos pelas políticas de governo, mas
também para observar como o governo exercer sua liderança em escala internacional.

Governança global pode ser entendido não só como meios e processos


políticos usados para governar, mas também como todos os outros elementos
que compõem a sociedade e estão vinculados com a influência exercida pelo
estado no ambiente transnacional. (GOLÇANVES,2015, P. 7).

Visando complementar a ideias anterior e trazido a concepção de Mingst (2004), “para


quem a governança global implica que os atores do cenário internacional podem coordenar
seus interesses e necessidades através das estruturas transnacionais existentes, mesmo que não
exista uma autoridade política que nos une”. (MINGST,2004, p-274)

Os BRICS sabem que o surgimento de uma nova ordem mundial pode vim a ocorrer
devido aos efeitos de suas políticas de governo e da multipolaridade que o sistema
internacional vem pressionando desde o fim da hegemonia unilateral americana. Dessa forma
pode ser analisado que no cenário atual buscar compreender o papel dos países emergentes
que estão obtendo um maior destaque sendo favoritos para ingressarem no comando da nova
ordem econômica-política mundial.(VISENTINE, 2005)

Com o fim da segunda guerra mundial, o mundo se encontrava dividido entre dois
polos, do qual de um lado estava o Estados Unidos da América (EUA) e do outro a união
soviética (URSS). Esta disputa pela hegemonia durou ate o ano de 1991 com o fim da URSS.
Foi quando os EUA passaram a exercer a hegemonia de poder em inúmeros setores e
vertentes, como no aspecto econômico, político e bélico. Com o percorrer dos anos a
hegemonia américa também passou a perde força e outros atores entraram em ação, como
china, Japão e união europeia. Essas mudanças ocasionaram uma reacomodação das forças no
sistema mundial.

A china e as demais nações emergentes, especialmente as que integram o


BRICS, puderam ocupar maior espaço. Mas esse precário equilíbrio foi
significamente afetado pela crise econômica nos países da organização para
a cooperação e desenvolvimento econômico (OCDE) a partir de 2008-2009
(VISENTINI, 2015, P. 7)

Em consequência da crise de 2008, embora os EUA tenham continuado como a maior


potência econômica do planeta, sua hegemonia ficou ameaçada pelo forte crescimento de
países emergentes como o chinês e pela expectativa de novas lideranças para a organização
global. (VISENTINI, 2015)

Se antecipando a necessidade de haver a existência de um contrapeso para a


hegemonia americana pós-guerra fria, a comunidade internacional buscou um país ou grupo
de países que conseguisse combater o poder desproporcional dos EUA. Nesse contexto surge
o BRICS. (VISENTINI, 2015)

4.2- SURGIMENTO DO BRICS

O grupo que compõe o acrônico BRICS foi inicialmente criado como BRIC,
introduzido pelo economista-chefe da Goldman Sachs, o inglês Jim O Neil no ano de 2001 e
servia para identificar, entre os países emergentes, o que possuíam uma maior capacidade de
evolução, crescimento e influencia no mercado internacional. De forma posterior em abril de
2011, ou seja, dez anos depois o país da África do Sul (South África) foi adicionado ao grupo,
por ser considerado uma potência regional, mas especialmente pela necessidade de inclusão
de um país africano no grupo de países chamado de Groeth markents, que significa mercado
em crescimento. (ASANI, 2016)

Consequentemente o termo BRIC passou a ser usado por economistas,


acadêmicos e jornalistas com frequência e entusiasmos, pois se esperava que
estes países fossem assumir um cargo além do que lhes cabia à época no
cenário político e econômico mundial. A partir da inclusão da África do sul,
o grupo passa a ser chamado de BRICS. (ASANI,2016, P. 56)

O início do grupo com a participação de quatro países, quais sejam Brasil, Rússia,
Índia e China. Que eram países que possuem mercados de alto potência de crescimento e
influencia na economia internacional, mas sem possuírem ainda instituições econômicas e
politicas que tenham como objetivo promover negociações e estímulos a convergências entre
eles. (ASANI, 2016)

Em seguida ao surgimento do termo BRIC os países que eram designados nesse termo
perceberam que o termo cunhado pelo inglês O Neil poderia ser mais que um acrônimo
chamativo e passaram a se organizar para institucionalizar os BRIC, concretizando assim a
então teoria. Peculiarmente, o BRIC pode ter sido o primeiro grupo “constituído a partir de
uma sugestão teórica de um economista coorporativo, e não por iniciativa original dos
próprios envolvidos” (ALMEIDA,2010, P.132)
Insta salientar que provavelmente os quatro países não tivessem se aproximado do
modo que fizeram e no momento que fizeram se não fosse o acrônimo cunhado por O ‘Neil.
Percebendo que a ideia podia render ganhos significativos, o BRICS passou a explorar meios
de transformar em realidade a ideia. Tendo início a realizações de inúmeras reuniões da
cúpula, que ajudaram a definir as metas, foco e agenda do grupo. (ALMEIDA,2010)

Já ocorreram dez reuniões, sendo a primeira no ano de 2009 e a última no ano de


2015, onde foi debatido os alinhamentos do grupo e tomadas certas ações em conjunto
visando o fortalecimento do comercio e entendimento político entre os membros.

Cúpula Participantes Data País anfitrião Líder anfitrião Localização


1ª Cúpula do
BRIC 16 junho de 2009  Rússia Dmitry Medvedev Ecaterimburgo
BRIC
2ª Cúpula do 15 de abril de Luiz Inácio Lula da
BRIC  Brasil Brasília[46]
BRIC 2010 Silva
3ª Cúpula do 14 de abril de
BRICS  China Hu Jintao Sanya
BRICS 2011
4ª Cúpula do 29 de março de
BRICS  Índia Manmohan Singh Nova Déli[47]
BRICS 2012
5ª Cúpula do 26 de março de  África do
BRICS Jacob Zuma Durban
BRICS 2013 Sul
6ª Cúpula do 15 de julho de
BRICS  Brasil Dilma Rousseff Fortaleza[48]
BRICS 2014
7ª Cúpula do 9 de julho de
BRICS  Rússia Vladimir Putin Ufa[49][50]
BRICS 2015
8ª Cúpula do 16 de outubro de
BRICS  Índia Narendra Modi Goa
BRICS 2016
9ª Cúpula do 5 de setembro de
BRICS  China Xi Jinping Xiamen
BRICS 2017
10ª Cúpula do 26 de Julho de  África do
BRICS Cyril Ramaphosa Joanesburgo
BRICS 2018 Sul
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/BRICS

Sendo que a sexta cúpula realizada em fortaleza se apresentou uma das mais
importantes, pois foi quando se tomaram medidas mais concretas e significativas como a
criação do banco do BRICS, se apresentando como uma alternativa ao fundo monetário
internacional (FMI).
A sexta cúpula, realizada em Fortaleza em 2014, possui destacada
relevância, pois marcou um novo momento para o desenvolvimento de
contra peso às instituições financeiras existentes, principalmente por instituir
o novo banco de desenvolvimento, conhecido como banco do BRICS e que é
visto, com certo teor de exagero e otimismo, como uma alternativa às
instituições convencionais de financiamento, como o fundo monetário
internacional (FMI). (ARSANI,2016, P.57)

Apesar de ser cedo para confirmar que a possível posição global será de contrapeso ao
FMI e as demais instituições de Bretton Woods, e possível observar que há um alinhamento
sul-sul visando diminuir a influência do norte sobre o futuro dos países emergentes, que se
encontram em sua maioria ao sul. (ANSANI, 2016)

4.3- ATUAL COMPOSIÇÃO DO BRICS

O BRICS atualmente e composto por cinco membros que são Brasil, Rússia, Índia,
china e África do sul (South África). Os mesmos se encontram espelhados estrategicamente
entre quatros continentes possuindo vastos territórios e populações numerosas.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/BRICS

Os atuais presidentes dos países são respectivamente Jair Bolsonaro presidente do


Brasil; Vladimir Putin presidente e Dmitri Medvedev primeiro ministro da Rússia; Ram Nath
Kovind presidente e narendra Modi primeiro ministro da Índia; Xi Jinping presidente e Li
Kegiang primeiro ministro da China; Cyril Ramaphosa presidente da África do Sul.

PIB PIB per capita


País Líder (nominal·PPC) (nominal·PPC) IDH População
$milhões de USD $USD
Jair 2.023.51 10.47
 Brasil Presidente 2.181.677 11.289 0,755 201.032.714
Bolsonaro 8 1
 Rússi Vladimir 1.476.91 10.52
Presidente 2.218.764 15.807 0,798 141.927.297
a Putin 2 1
Primeiro- Narendra 1.430.02 1.180,251.00
 Índia 4.001.103 1.176 3.290 0,609
ministro Modi 0 0
5.878.25 10.085.70 1.338.612.96
 China Presidente Xi Jinping 4.382 7.518 0,727
7 8 8
 Áfric President Cyril 10.50 0,66
354.414 524.341 7.101 49.320.500
a do Sul e Ramaphos 5 6
a
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/BRICS

Conforme o embaixador Roberto Jaguaribe, o BRICS elaborou a sua agenda em


eventos paralelos a reuniões de chefes de estado, também pode ser observado que as pautas do
grupo tem como objetivos principais as negociações econômicos financeiras, visando o
aumento da influência do grupos em âmbito internacional principalmente em foros
multilaterais que apresentam um ambiente mais favorável a mudanças. (ANSANI, 2016)

A pauta do grupo e voltada principalmente para negociações econômico-


financeiras e maximizar a capacidade de influência do grupo nos foros
multilaterais apropriados na defesa de mudanças consideradas importantes,
nos quais a negociação é necessária (BRASIL,2014, P.1)

São diversos fatores que impulsionam a Ascenção do BRICS, entre elas seu vasto
espaço geográfico, populações numerosa e alta capacidade de crescimento com presença de
diversos recursos naturais em abundância.

O grupo apesar de ser composto apenas de cinco países ele detém uma participação
significativa no PIB mundial que gira em torno de 22% e possui uma população que equivale
a quase 41% da população mundial.

Para se ter uma ideia da grandiosidade do grupo, seu PIB é superior que US$
17 trilhões, que correspondem à uma participação de 22% do PIB mundial e
juntos têm uma população de mais de 3 bilhões de pessoas, ou pouco mais
de 41% do total da população mundial( ANSANI, 2016, P. 58)

Visando assumir o papel de maior influência na política e no mercado em âmbito


internacional, o BRICS está investido multilateralmente em diversos aspectos econômicos e
políticos.

No âmbito da política, os países do BRICS se envolvem em inúmeras ações


humanitárias com o objetivo de demonstrar boa vontade em bancar capital visando manter a
ordem no mundo. Afinal, quem se propõe a promover mudanças no cenário político global
necessita ajudar a bancar os gastos da manutenção da ordem. (ANSANI, 2016)

Conforme, este conceito, os países que compõe o BRICS fazem parte de programas de
pacificação e apoio humanitário das nações Unidas, principalmente em regiões geográficas
onde possuem maior influência. Inclusive nos últimos anos Brasil Rússia e china vem
passando por transtornos políticos e econômicos, resultando numa diminuição da intensidade
e alcance de suas ações humanitárias. (ANSANI, 2016)

ao contrário ocorre que a Rússia se encontra atualmente em sua política externa


demonstrando uma maior agressividade em nível internacional interferindo diretamente na
Guerra da Síria, nos confrontos que ocorrem na região leste da Ucrânia, e recentemente na
crise da Venezuela. Já a China tenta impor sua presença nos mares do sudoeste asiático,
reivindicando território que encontram-se em litigio de titularidade, onde indonésia, Japão,
Malásia e outros também reivindicam esse espaço, o brasil apesar de caráter não
intervencionista vem adotando discursos fortes na busca da retira do presidente Nicolas
Maduro, ficando contrário a seus parceiros no BRICS. (ANSANI, 2016)
E um possível reconhecimento do brasil de que Jerusalém e a capital de Israel vem
ocasionando desconforto nos países de mundo árabe em relação ao Brasil, o qual são
responsáveis por quantias consideráveis de carne exportada pelo Brasil. Outra ação que o
BRICS visa uma reforma no conselho de segurança da ONU objetivando uma maior
representatividade. (ANSANI, 2016).

Apesar dessas barreiras, os membros BRICS pressiona o Conselho de Segurança da


ONU em busca de uma reforma, com o intuito de proporcionar ao referido conselho maior
representatividade. Ressaltando também que os países do BRICS se empenham no sistema
internacional atuando em diversos assuntos, as vezes juntos as vezes separadamente, mas
sempre tendo como o objetivo de exercer uma maior influência em políticas regionais e
mundiais. (ANSANI, 2016)

No ano de 2019 a presidência de turno do BRICS, será exercida pelo Brasil, sendo de
responsabilidade da presidência elencar as prioridades do grupo e definir as pautas anuais do
BRICS.
O Brasil exerce, em 2019, a presidência de turno do BRICS, agrupamento
formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. É responsabilidade
da presidência rotativa propor prioridades para o grupo e coordenar as cerca
de 100 reuniões anuais, inclusive em nível ministerial, dos diversos foros e
grupos de trabalho que debatem e propõem iniciativas conjuntas em ampla
gama de temas econômico-comerciais, financeiros, científico-tecnológicos,
culturais, de saúde, de segurança, sociais e de gestão.

A presidência do turno do BRICS e rotativa, onde cada da pais membro do grupo


exercer a presidência por um período de um ano, a ordem de presidência tem inicio com o
Brasil passando para Rússia onde esse passa para Índia que passa para a China que por sua
vez passa para a África do Sul e a termino dessa o clico se renova. Esta fórmula permite que
todos os países possam liderar o grupo em um período igualitário

4.4- AS SIMILARIDADES E DIFERENÇAS DOS MEMBROS DO BRICS

As semelhanças em termos econômicos e de projeção para o futuro levou o BRICS a


ser composto de um grupo de países emergentes, o fato de conseguirem ser em um mesmo
momento distantes e distintos entre si faz com que certos autores a mostrar o que lhes
aproxima e o que lhes distância. Sendo pontuados que uns destacam as semelhanças como o
fator impulsionador da aproximação e possibilidade de resultados uteis e concretos em favor
dos componentes do grupo. Enquanto outros destacam que a distância política e econômica
entre eles e o que gera resultados negativos.

Para o colunista do Folha de São Paulo, Marcos Troyjo, (TROYJO, 2014, p. 1) “estão
se consolidando ao menos duas formas com que a comunidade internacional enxerga grupo”.
Sendo que a primeira se volta para a atualidade e a sua visa de futuro do grupo BRICS que da
mais prioridade a fatores como grandeza territorial e população para conseguir avaliar a
grandeza econômica dos países membros e traçar um norte do seu futuro. A segunda visa
avaliar o impacto institucional que o BRICS causa nas organizações internacionais já
existentes e na possibilidade da criação de novos organismos multilaterais que tenha impacto
para modificar a governança global. (ANSANI, 2016)

Os membros do BRICS têm grupos de trabalhos em áreas de combate ao terrorismo,


cooperação especial, saúde publica e um fundo de mais de US$ 100 bilhões à disposição de
qualquer membro do grupo no caso de crises de liquidez. Como a composição internacional
dos países membros do grupo está se tornando cada vez mais objetiva, a segunda forma de
enxergar o BRICS vem se destacando em detrimento da primeira, pois consegue apresentar
uma possível mudança nos polos do poder, enquanto a primeira forma só pode ganhar
importância caso a segunda consiga eficiência;

[...] pois entende-se que é composta por instrumentos que podem modificar
os polos de poder, enquanto a primeira forma só se faz importante caso a
segunda seja eficiente. Ou seja, de nada vale ter abundância em território,
população e recursos naturais se eles não são bem aproveitados e protegidos
e, consequentemente, usados como vetor de influência no sistema
internacional. Assim, os fatores que mais aproximam os BRICS uns dos
outros são similaridades demográficas e geográficas, pois todos os países
têm alta população e território extenso (ANSANI, 2016).

Insta salientar que as diferenças existentes entre os membros do BRICS nem sempre
devem ser vistas de forma negativa. Por serem países tão distantes, tanto economicamente
quanto geograficamente, as diferenças podem servirem como complemento entre si.
Conforme trata Carmona (2015), as diferenças individuais se tornam complementares:

Os cinco BRICS reúnem poder combinado extraordinário: dois membros


‘não ocidentais’ do Conselho de Segurança das Nações Unidas, três
potências nuclearmente armadas, além de serem países com forte base de
recursos naturais, capacidades industriais, parques científicos, tecnológicos e
de inovação em áreas, em geral, complementares e capacidade de produção
de alimentos (CARMONA, 2015, p. 41).

Em relação as diferenças entre os países que compõem BRICS, a distância comercial e


a falta de um objetivo comum entre eles são os principais elementos de discrepância. Ao
observamos apenas o Brasil, podemos ver que a maior parte de produtos exportados para os
demais membros do BRICS são de baixo valor.

As exportações brasileiras para o BRICS são compostas, em sua maior parte,


por produtos básicos, que representaram 80,1% do total em 2014, com
destaque para soja, minério de ferro, óleos brutos de petróleo e carnes. Os
semimanufaturados posicionaram-se em seguida com 13,3% (açúcar em
bruto e pastas de madeira) e os manufaturados com 6,7% (BRASIL, 2015, p.
14).

Enquanto as importações brasileiras compreendem quase inteiramente de produtos


manufaturados, ou seja, produtos com valor agregado maior que os exportados.

Os produtos manufaturados somaram 95,1% da pauta das importações


brasileiras procedentes do BRICS em 2014, representados sobretudo por
máquinas elétricas e mecânicas. Os produtos semimanufaturados
posicionaram-se em seguida com 2,8% e os semimanufaturados com 2,1%...
(BRASIL, 2015, p. 14).

As informações só desmontarão o tamanho da desigualdade de comercio entre o brasil


e os demais membros do BRICS expondo assim a dependência de importação de produtos
manufaturados e exportação de matéria prima. Essa realidade ocorre com a maioria dos países
que fazem comercio com a China.
Em alguns temas, o membros do BRICS se esforçam em conjunto para divergirem do
alinhamento das atuais potencias, mas e diversos assuntos mantem alinhamento em comum
com a finalidade de ter uma agenda unificada, em resumo mesmo atuando em consenso em
algumas situações os mesmos não conseguem chegar em um senso comum das suas decisões
(ANSANI, 2016).

Os membros BRICS tem um objetivo em comum que e Ascenção economia e de


influência global, mas apesar disso não conseguem se coordenar para obter maior influência
no mundo. tem quatro razões para justificar essa ausência de influência conforme aborda
Gustavo Borges Ansani:
há quatro razões principais para essa ausência de influência: a proporção
gigantesca da china, o sistema político de cada país, o sistema econômico de
cada membro e por último a diferença das necessidades de cada país
(ANSANI, 2016).

A formação grandiosa da china em população e também economicamente se mostra


um fato dez equilibrador da balança do BRICS. atualmente a china detém a segunda maior
economia do mundo é sozinha e maior que todos os demais membros do BRICS

(...)deve-se destacar as diferenças significativas em termos de desempenho


econômico entre tais países, sendo que China e Índia têm recebido atenção
especial no período mais recente em função de suas excepcionais taxas de
crescimento econômico, que diferem significativamente quando comparadas
com Brasil, Rússia e África do Sul, ao se tomar como referência o período
pós-década de 1990 (VIEIRA, 2009, p. 514).

Quando se trata do comercio entre eles o brasil e a Rússia são responsáveis em sua
maioria pela exportação de recursos naturais tendo a China e Índia como os maiores
compradores destes recursos naturais. Já China e responsável por exporta uma grande
quantidade de produtos manufaturados sendo os demais membros do BRICS clientes
constantes dos produtos chineses. O cenário pode ser definido como proveitoso para ambos,
mas isso não acaba ocorrendo na prática. Principalmente devido a diferentes objetivos de cada
governo membros e a indisponibilidade de elaborar acordos multilaterais ou bilaterais entre si.
Devendo os acordos serem elaborados com a presença de todos os membros.

4.5 - A PARTICIPAÇÃO DO BRICS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Separadamente, os membros do BRICS são importantes para o comércio internacional,


em especial a China que detém o segundo maior PIB mundial. Porém, unidos como um
bloco, são gigantes em termos de recursos, população, comercio e território.

Devido a suas grandes populações e territórios vastos os países do BRICS se


aproveitam dessas vantagens para impulsionarem suas economias. Sendo que juntos os
membros do BRICS são responsáveis por quase metade da população mundial e possuem uma
participação de 2/5 das quantidades de exportações globais. em de ocorrência disso e
estimado que os membros do BRICS continuarão crescendo economicamente, como afirma
Paulo Roberto de Almeida:

(...)em todo caso, pela sua grande importância demográfica, econômica e


militar, assim como através da disseminação gradual de tecnologias
proprietárias e de investimentos diretos a partir dos centros avançados da
economia mundial, pode-se prever com toda segurança que a participação
dos BRICS nas exportações mundiais de bens e serviços e no PIB total
deverá se expandir...(ALMEIDA, 2010, p. 144).

Mesmo com a recente desaceleração econômica chinesa e a crise política e econômica


brasileira se mostrarem uma espécie de negativismos na análise de Almeida (2010), com os
anos ambas a crises tendem a ser superadas e apresentando uma nova evolução destes
reforçando a ideia da Goldman Sachs de que os membros do BRICS vão ultrapassar as atuais
potencias econômicas ainda neste século. (ANSANI, 2016).

Em relação ao brasil Somados, os outros membros do BRICS foram destino, em


2018, de 30,7% das exportações brasileiras. O valor dos bens comprados por esses quatro
membros do grupo atingiu US$ 73,8 bilhões (contra US$ 56,4 bi em 2017). Vieram desses
países 23,8% das importações nacionais, correspondentes a US$ 43,1 bilhões. O saldo
comercial do Brasil com o BRICS foi, no ano passado, positivo em US$ 30,7 bilhões (era de
US$ 23 bilhões em 2017), equivalente a 52% do superávit comercial brasileiro no ano.

4.6 - ANÁLISE DOS PRINCIPAIS RESULTADOS

A formação de um grupo de juntou Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e um


grupo como o BRICS trouxe fortalecimento destes países no sentido de buscarem em união
aumentar seu poder e influência nas relações internacionais.

A relação deste como um grupo apresentou avanços que talvez não ocorressem se não
existisse um empenho em comum entre os membros do BRICS.O BRICS tem como objetivo
aproveitar o atual cenário mundial para tomar um papel coletivamente mais influente para
assim ter uma real expansão de suas economias. O BRICS detém um poder de barganha alto
no qual consegue negociar de igual para igual com os demais países e blocos econômicos,
esse alto poder de barganha traz para o BRICS um crescente de seus PIB e de capacidade de
negociações comerciais

Um dos desafios para se alcançar tal objetivo sejam as divergências entre os próprios
membros, onde em especial a superioridade econômica da China em relação aos demais
acarreta em barreiras, os envolvimentos dos Russos em diversas crises políticas como na
Ucrânia, Síria e agora na Venezuela. Além do recente estreitamento do atual governo
brasileiro com Israel e EUA, movimento esse que não é visto como positivo pelos demais
membros do grupo.

Suas questões econômicas e socias devem ser melhoradas e alinhadas para que o grupo
tenha condições de alcançar a posição de líder global; assim na pratica o BRICS em inúmeros
aspectos ainda se mostra uma promessa de liderança e influencia, a qual se faz necessário
haver um consenso entre si para consolidar essa promessa.

Não se tem consenso se a liderança desse de fato vai ser exercida mas há uma forte
expectativa através do crescimento de suas economias e a presente decadência das potências
atuais, o BRICS inclinem a balança de poder do mundo em seu favor, por meio da crescente
cooperação Sul-Sul e do mútuo desejo de contrapor o atual sistema de governança global.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma e preciso dizer que a influência do BRICS na governança global, deve ser
vista sob o prisma de que a mesma exercer um papel de grande impacto no cenário global,
podendo nas próximas décadas assumir o papel de protagonista no cenário global
economicamente, ou entra em colapso, caso os governantes dos membros não consigam
alinhar seus objetivos em benefícios do fortalecimento do BRICS.

Insta salientar que os membros necessitam abrirem mão de se envolverem em conflitos


regionais e mundiais com o intuito de prologarem suas durações ou ampliarem seu campo de
alcance danoso. Se justificando apenas suas interferências em conflitos apenas para mediar
conflitos e prestar ajudas humanitárias.

Portanto, a postura a respeito das divergências políticas entre os membros devem ser
superadas e os esforços dos mesmos se pautarem em uma consolidação dos objetivos e metas
traçados pelo bloco econômico, que é se torna os controladores da economia global.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Roberto de. O BRICS e a substituição de hegemonias: um exercício


analítico. In: RENATO BAUMANN (Org.) O Brasil e os demais BRICS: Comércio e
Política. Brasília, DF: CEPAL. Escritório no Brasil/IPEA, 2010, pp. 131-154.

ASANI, Gustavo Borges. O papel dos BRICS na governança Global. Revista de


Geopolítica, v. 7, nº 2, p. 54 - 66, jul./dez. 2016.

BRASIL, Portal. “Espaço de governança global é insuficiente para os BRICS”. Brasília,


2014. Disponível em < www.brasil.gov.br/governo/2010/04/201cespaco-de-governanca-
global-einsuficiente-para-os-Brics201d >. Acesso em 02.mai.2019.

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