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IBAS vs. BRICS : O conflito de interesses entre nações

Article · June 2022


DOI: 10.53660/CLM-304-315

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Rafael Cordovil de Souza Almeida

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Revista Concilium, Vol. 22, Nº 1
DOI: 10.53660/CLM-304-315
ISSN: 1414-7327

IBAS vs. BRICS : O Conflito de Interesses Entre Nações

IBSA x BRICS : The Conflict of Interests Among Nations

Autor: Rafael Cordovil de Souza Almeida1

RESUMO

Este artigo tem como o seu objetivo central apontar para o inevitável conflito de interesses entre duas
alianças políticas que nasceram no Pós Guerra Fria, o IBAS e o BRICS. Inúmeros conflitos e eventos
internacionais foram selecionados e utilizados com o objetivo de apontar tanto para a convergência de
interesses entre o IBAS e o BRICS, mas também para apresentar a fundamental distinção entre estas
alianças. Enquanto o IBAS nasceu de uma proposta liberal e de defesa da democracia e dos valores
fundamentais dos direitos humanos, o BRICS, e principalmente Rússia e China, não compartilham destes
valores e objetivos sugerindo uma inevitável realidade de conflito. Assim, ou o BRICS irá absorver o IBAS,
ou um conflito de interesses entre as nações que compõem o IBAS irá ocorrer. Outro fator fundamental
para um eventual conflito intra BRICS jaz no interesse dos membros do IBAS em reformar o Conselho de
Segurança da ONU, uma vez que eles não são membros permanentes, no entanto, nem a Rússia quanto a
China irão aceitar ou permitir que os membros do IBAS venham a se tornar membros permanentes do
Conselho de Segurança.

Palavras-chave: Política Internacional; Geopolítica; IBAS e BRICS como Alianças Políticas; Da


Cooperação ao Conflito de Interesses; Relações internacionais.

ABSTRACT

The central objective of this article is to present the unavoidable conflict of interests among two political
alliances. The IBAS and the BRICS were born in the Post Cold War era and for some time presented them-
selves as an alternative model of diplomacy, specially to a series of international crises that took place in
the world after 9´11. These crises are presented throughout the paper and serve to show how the BRICS
glued together in most of the cases studied and presented in this paper. However the furthering study of
these cases can also point out to an ever growing divergence among the BRICS since IBAS was formed
and founded on liberal values such as the defense of democracy and human rights, while Russia and China
do not agree to promote these values in the internacional system. Thus there is a strong evidence pointing
to the following dilemma. Either IBAS is dying out as the BRICS becomes the main player, or if it is for
IBAS to survive, a conflict between these alliances will emerge, specially as the IBAS´s members aim at
reforming the UN Security Council to become permanent members but Russia and China are against it.

1 Mestre em Relações Internacionais pela Jacobs University


*E-mail: rafael01almeida@gmail.com
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Keywords: Internacional Politics; Geopolitics; IBAS and BRICS as Political Alliances; From Cooperation
to Conflict of Interests; International relations.

INTRODUÇÃO : O CONTEXTO DA POLÍTICA INTERNACIONAL NO PÓS GUERRA FRIA

O fim da Guerra Fria é um importante divisor de águas para a política internacional


uma vez que houve uma mudança de polaridade no sistema internacional que passou de
bipolar para unipolar. Todavia, argumenta-se este evento não transformou a estrutura do
sistema internacional, que permanece fundamentada pela lógica da anarquia 2 como
desenvolvida por Kenneth Waltz (1979). O quadro abaixo exemplifica duas distintas visões
a respeito da compreensão e do impacto do fim da Guerra Fria na política internacional:

Tabela 1 - Neorrealistas e Construtivistas

Transformação Estrutural Mudança de Sistema

Neorrealistas Não Ocorreu Ocorreu

Construtivistas Ocorreu Ocorreu

Fonte: Rafael Cordovil de Souza Almeida. Autor do texto (2022).

Este artigo parte do pressuposto de que não se pode compreender como as políticas
externas são desenvolvidas pelos estados que compõe o IBAS e o BRICS, se não analisá-las
sob o panorama dos eventos que produzem os processos de guerra e paz. Uma vez que não
há uma agência hierarquicamente superior ao estado nação que garanta a proteção e a
sobrevivência de um estado qualquer, sempre haverá a possibilidade de que os estados
promovam os seus interesses em detrimento dos outros e, portanto que as guerras ocorram
Waltz (1959, pp. 227). Não obstante, o estudo da política inevitavelmente se inicia com o
estudo da guerra (Keohane 2008).

SOBRE O MÉTODO UTILIZADO

2 A estrutura do sistema internacional é definida como anárquica, porém, a anarquia não significa
necessariamente que haverá caos no sistema internacional, e sim que, entre os estados não há qualquer
hierarquia, uma vez que não existe um governo mundial ou uma autoridade hierarquicamente superior a
autoridade do estado nação. Entretanto, isso não significa afirmar que não existam mecanismos e
instituições que operem com o objetivo de mediar, arbitrar e resolver contendas entre os estados. Estas
instituições obtém sua legitimidade para resolver uma disputa qualquer quando os estados nações adentram
em tratados ou fazem parte destas organizações.
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Para que os objetivos deste trabalho possam ser alcançados, o método do process tracing,
ou seja, o rastreamento de processos históricos relativos aos conflitos e sobre a guerra e a paz
serão utilizados. Algumas das vantagens deste método são: o rastreamento de processos históricos
estimula o pesquisador focar na lógica da descoberta como propagada por Karl Popper (2002) e
não na lógica da confirmação. Ademais, o método utilizado nos permite estar ciente de que todo
e qualquer trabalho possa conter falácias ontológicas e epistemológicas e que estas podem
atrapalhar o desenvolvimento de uma conclusão aperfeiçoada.
Por fim, o rastreamento dos processos históricos é muito útil para explicar os desvios,
deviant cases, ou seja, os casos que desviam do padrão e do comportamento histórico, oferecendo
uma boa oportunidade de enriquecimento teórico (George & Bennett 2005 pp. 215). Com relação
aos casos que desviam do padrão, Sidney Verba (1967) propôs que o acidente ou evento histórico
único não pode ser ignorado devendo ser tratado como um caso excepcional, o que pode vir a ser
o caso do BRICS ou do IBAS.
Os seguintes eventos da política internacional deste século e que estão representados na
linha do tempo abaixo foram analisados e utilizados neste artigo. O fim da Guerra Fria como um
marcante divisor de águas para a mudança de sistema e que ocorreu em 1991. A criação do BRICs
no dia 30 de Novembro de 2001 por Jim O'Neill3 como parte da narrativa econômica financeira
do BRICS e os atentados terroristas de 11 de Setembro que tiveram como resultado a guerra contra
o terrorismo e a intensificação da atuação, que por muitos investigadores ocorreu pelos Estados
Unidos da América de forma unilateral, no Afeganistão que são conhecidas como as “Guerras de
Bush”4. No entanto, uma profunda e detalhada análise sobre o suposto unilateralismo dos EUA,
aponta para a existência de uma coalizão de estados que aturam junto com os EUA.
A invasão ao Iraque, que ocorreu no ano de 2003 e que pode servir para comprovar o
caráter unipolar do sistema internacional. A criação do IBAS em 2003 como um instrumento intra
BRICS balancer, mas que na prática pode não ter operado neste sentido até mesmo porque o
próximo evento a ser descrito aponta para o esmaecimento to IBAS. A origem da aliança política
BRICS em 2006. A partir deste evento nasce a narrativa política do BRICS e o confronto
discursivo em relação ao comportamento unilateral e ameaçador dos EUA.
A crise financeira mundial de 2007/2008. A Primavera Árabe de 2010. A Guerra na Líbia
de 2011. A guerra na Síria de 2012 e a Crise na Ucrânia de 2013/2014. A atual guerra de agressão
de Putin na Ucrânia não está sendo utilizada para que a pesquisa foque em eventos passados, ou

3 O’Neill, Jim 2001. Building Better Global Economic BRICs. Global Economics Paper No: 66, Goldman
Sachs.
4 Suarez (2012) designa a série de guerras iniciadas pelos EUA no pós atentados de 2001 como “As
Guerras de George W. Bush e o Terrorismo no Século XXI” assim personalizando a série de guerras
iniciadas pelos EUA neste novo século.
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seja, que já ocorreram e como a guerra na Ucrânia está em plena ocorrência esta permanecerá fora
do foco, mesmo quando reconhece-se que o projeto agressivo e belicista da Rússia muito se
assemelha a um projeto imperialista e ditatorial que inclusive coloca em cheque a aliança do
BRICS e que fora anteriormente mencionada.

OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste artigo é o de comparar o comportamento político de Brasil, Rússia,


Índia, China e África do Sul a fim de descobrir se o grupo BRICS se tornou uma aliança política.
Logo, almeja-se saber se o clube, que fora elaborado por Jim Jim O'Neill conseguiu superar a
narrativa de cunho econômico financeiro e de fato iniciou uma coordenação política.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar os pontos de convergência e divergência política entre o BRICS e o IBAS nos


eventos apresentados anteriormente e que formam uma linha do tempo que vai desde o ano de
1991 até o ano 2014. Responder a seguinte pergunta: Qual dos países que compõem o BRICS tem
o papel de liderança dentro do clube ou aliança. E por último, e mais importante, almeja-se saber
se o IBAS está sendo incorporado pelo BRICS. Logo, pergunta-se, estaria o IBAS morrendo por
estar dentro do BRICS ?
Para que esta pergunta possa ser respondida a seguinte hipótese é levantada: Quanto mais
a agenda BRICS avança, maiores são as chances de que IBAS se desintegre dentro do BRICS. A
hipótese também pode ser interpretada da seguinte forma: na medida em que o BRICS se torna
mais proeminente no cenário internacional, maior é a chance de que este o BRICS incorpore o
IBAS.
Com relação ao primeiro e o último objetivos específicos acima apresentados, a IV
Cúpula do IBAS que ocorreu em abril de 2010 em Brasília, junto com a II Cúpula BRIC, serve
como um indicador da perigosa aproximação e o início de uma possível convergência nas agendas
entre o BRICS e o IBAS, já que até então as reuniões IBAS e BRICS ocorriam separadamente. O
IBAS também focava essencialmente em questões pertinentes ao campo dos direitos humanos e
observou-se um forte desinteresse ou desengajamento neste valioso tema na medida em que o
BRICS ganhou mais holofote e importância. O conflito de interesses entre BRICS e IBAS se torna
translúcido essencialmente a partir da tentativa da coordenação entre os seguintes grupos ou
alianças, RICs, OCX, IBAS e o BRICS. Ou seja, a partir do entrelaçamento de múltiplos
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interesses e organizações que são detentoras de propostas completamente distintas da essência do


IBAS.

O CONFLITO DIPLOMÁTICO

O RICs nasceu da “ideia do Chanceler russo, Evgueni Primakov, em formar uma parceria
estratégica triangular Rússia – Índia – China, lançada em 1998 durante a sua visita oficial à Índia”
(Zhebit 2012, pp.121). A formulação do RICs não recebeu um aceite unânime e o grupo não se
estruturou. Todavia, a Rússia e a China prosseguiram com a ideia que fundamentaria o RICs e
articularam o desenvolvimento de uma aliança militar antiamericana, a Organização de
Cooperação de Xangai - OCX (Roberts 2010).
Em contrapartida, Zhebit (2012) argumenta que a OCX não é uma aliança militar, e sim
um “novo modelo de integração geopolítica, diferente dos blocos políticos-militares e econômicos
existentes” (pp. 126), entretanto, o autor não consegue aprofundar nem fornecer dados ou
argumentos figadais dos porquês que a OCX não seria uma aliança militar. Zhebit nada mais nos
fornece do que a propaganda russa através de um discurso de negação de que a a OCX não seria
uma aliança militar e que na realidade atua com o objetivo de ser um contra peso aos Estados
Unidos da América no cenário internacional.
A origem do IBAS traça-se ao litígio na Organização Mundial do Comércio contra os
EUA. O grupo argumentou pela quebra de patentes farmacêuticas para que os portadores de HIV
pudessem ter acesso a um tratamento decente e fundamentando esta causa na a lógica e na
perspectiva de direitos humanos (Oliveira 2005). O IBAS se estruturou formalmente em 2003 e
sua agenda5 é composta por dezesseis grupos de trabalho [GT] e oito fóruns de interação nas mais
variadas áreas governamentais e empresariais. O IBAS sempre esteve muito mais próximo da
vida civil e da propagação de melhores formas e práticas no mundo dos negócios do que em temas
relacionados a defesa, ou ainda sobre questões pertinentes ao campo da guerra e da paz.
Se compararmos a proposta de agenda RICs, e eventualmente a OCX, com a agenda
IBAS, pode-se observar que enquanto o primeiro focava sua agenda no campo de segurança
regional. O segundo grupo foca em uma agenda fundamentalmente desenvolvimentista em seu
discurso, mas que na prática oculta o seu interesse em questões militares e de defesa para além
do campo regional, ou seja, com intenções de propagar uma agenda global de segurança
internacional com os EUA como o centro dos supostos distúrbios globais.

5 Faria (2012) enumera estes GTs da seguinte forma: (1) Administração Pública; (2) Administração
Aduaneira e Tributária; (3) Agricultura; (4) Assentamentos Humanos; (5) Ciência e Tecnologia; (6)
Comércio e Investimentos; (7) Cultura; (8) Defesa; (9) Desenvolvimento Social; (10) Educação; (11)
Energia; (12) Meio Ambiente e Mudança do Clima; (13) Saúde; (14) Sociedade da Informação; (15)
Transportes; e (16) Turismo e aponta que os GTs operam sob a estrutura dos seguintes Ministérios.
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O IBAS certamente não tem e nunca teve o interesse ou a intenção de juntar-se a estados
não democráticos, até mesmo porque parte de sua essência era a de justamente promover a
democracia. Eventualmente o IBAS iniciou conversas e iniciativas no campo de defesa, no
entanto tudo o que ocorreu nesta seara dizia respeito a defesa e a promoção da democracia entre
estas nações.
Já o BRICS, se se decantar a composição do grupo a partir dos interesses e das relações
dos países que compõe o agrupamento entre IBAS e Rússia e China, poder-se-ia argumentar que
Rússia e China, são os herdeiros da ideia de RICs, e portanto focam primordialmente na agenda
de segurança regional e internacional. No campo de defesa o IBAS desenvolveu o projeto IBSA-
MAR (Abdenur e Souza, 2013) ou seja, uma série de exercícios navais que levaram Wyk (2008
pp.280) a denominar o IBAS como uma aliança geopolítica de cunho militar.
Apesar de argumentar que as operações militares IBAS não exerçam qualquer
coordenação ou cooperação com os membros da OCX há políticos e diplomatas que argumentam
pela integração da a aliança IBAS com Rússia e China no que Wyk (2008 pp.284) considera como
a expansão do IBAS a fim de incluir Rússia e China criando uma aliança com tendências militares
e que fora denomina pelo autor de BRICSA.
Márcio Pochmann (2013, pp. 215), por exemplo, defende que o Brasil deva ampliar suas
parcerias na área de defesa com os demais membros do BRICS, o que pode demonstrar que o
clube pode vir a ter ambições militares. Ademais, na “Sessão Técnica 5 – Questões de Paz e de
Segurança” do 6 º Fórum Acadêmico BRICS que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro nos dias
18 e 19 de Março de 2014, na mesa sob coordenação de Vyacheslav Nikonov, Presidente do
Conselho do Russian National Commitee for BRICS Studies, apresentou-se a possibilidade do
desenvolvimento das Forças Armadas dos BRICS como ferramenta para a cooperação interna-
cional (IPEA 2014).
Por considerar que a Rússia e a China são atores altamente qualificados em assuntos
espaciais Wyk (2008) defende que o IBAS se expanda, todavia, o autor negligencia a
possibilidade de que Rússia e China possam estar ameaçando a sobrevivência do IBAS como uma
coalizão trilateral, uma vez que Rússia e China além de terem uma grande vantagem no campo
militar, e no caso da China ainda uma econômica, em relação aos anseios do IBAS, o que de fato
está ocorrendo é a paralisação senão morte do IBAS devido a primazia do BRICS sobre o IBAS.
Portanto, contesta-se a ideia de que o IBAS estaria expandindo a fim de incluir Rússia e China, o
que de fato pode estar ocorrendo é justamente o inverso, ou seja, Rússia e China atuam para
incorporar o IBAS.

SOBRE O BRICS
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Em relação ao BRICs, identifica-se duas maneiras de interpretar o fenômeno BRICS. A


primeira é denominada como a narrativa econômico-financeira. Esta é mais pesquisada e
divulgada por diversas instituições. Já há até um alto grau de consenso sobre o papel cada vez
mais influente que o clube poderá vir a ter na economia internacional. A segunda, designada como
a narrativa política do BRICS, é fundamentada na teoria de equilíbrio do poder e que enfoca no
tema de segurança internacional. Esta ainda é pouco divulgada na literatura da Ciência Política e
das Relações Internacionais.
Para que o objetivo geral deste trabalho possa ser respondido, se o BRICS pode ser
compreendido como uma aliança política, argumenta-se que é necessário distinguir entre o que
se denomina como narrativa econômico financeira do BRICS e a narrativa política do BRICS, já
que cada narrativa tem focos, métodos, teorias e objetivos distintos. A narrativa econômica tem
sua origem traçada ao trabalho de Jim O’Neill publicado na Goldman Sachs em 2001. O´Neill
cria o “BRICs” a fim de categorizar um conjunto de mercados emergentes para que os investidores
internacionais pudessem ampliar seus portfólios de investimentos logo após os atentados
terroristas de 11 de Setembro.
Em resumo, as principais características da narrativa econômico-financeira são: as
pesquisas produzidas pela Goldman Sachs não foram formuladas ou fundamentadas em uma
teoria política, mas sim com o interesse e o objetivo de obtenção de lucros a partir de negociações
no sistema financeiro internacional, daí a denominação de narrativa econômico-financeira. Elas
incluíram, em um passado recente, a Rússia como um país desenvolvimentista, sendo que ela não
é (Macfarlane 2009), e por fim, tais pesquisas valem-se primordialmente do método quantitativo
e em específico, o econométrico para analisar o BRICS6.
A narrativa política do BRICS, aqui definida como, uma narrativa que foca em questões
pertinentes à segurança internacional dos Estados que compõem este agrupamento a partir da
análise da estrutura do sistema internacional. Ao contrário da narrativa econômico financeira do
BRICS, a narrativa política é fundamentada na teoria política e consequentemente não focará
exclusivamente na análise das questões pertinentes ao funcionamento e a operacionalização do
mercado financeiro internacional e de como os seus lucros são produzidos e distribuídos pelos
Estados e investidores. Neste sentido, a narrativa política não tem como finalidade desenvolver
qualquer kit de ferramentas, modelos econométricos ou de negócios que permitam detectar, reagir
ou “corrigir”, as supostas falhas do mercado financeiro internacional e os seus vazios
institucionais.

6 Importante mencionar, que não se almeja desvalorizar esta narrativa nem as pesquisas com viés
estatístico. De fato, elas foram essenciais para o nascimento do acrônimo BRICs, mas não do grupo BRICS.
Menciona-se isso visto que Marcos Costa Lima, por exemplo, defende que o BRICS foi cunhado por Jim
O’Neill em 2001 (2013 pp. 225) o que, a partir da ótica e da narrativa política, seria um anacronismo já que
o “S” que se refere à África do Sul somente foi adicionado ao BRIC em 2011.
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O objetivo central da narrativa política é questionar a compreensão do BRICS como um


grupo de configuração puramente econômico-financeira como proposto pela Goldman Sachs e,
portanto, que o grupo seria apolítico, afinal, como observado por Niu (2013 pp. 205), o BRICS
não mais representaria um termo econômico e sim uma expressão geopolítica. A narrativa política
foca em observar o comportamento do BRICS como um grupo e aliança política a partir dos
eventos que envolvem questões de segurança internacional e que foram apresentados
anteriormente neste artigo.
Assim, a narrativa política tem como o seu fundamento o de contestar o já bem divulgado
discurso político e a crença de que o BRICS deveria ter um maior papel no sistema de governança
global, ou mesmo, um direito natural na liderança e na resolução das mais variadas questões
mundiais, por simplesmente serem países de grandes proporções geográficas e com potencial
econômico grandioso. Por fim, o propósito de desenvolver e apresentar as duas narrtivas do
BRICS tem como finalidade apontar e defender a existência de certa autonomia7 entre os campos
da política e da economia.
No que diz respeito a ontologia da narrativa política BRICS, sua origem histórica é tra-
çada ao dia 23 de setembro de 2006, na 61ª Assembléia Geral das Nações Unidas. A adição da
África do Sul em 2011 somente veio a concretizar o caráter político e em específico o interesse
geopolítico do BRIC que passou a se denominar BRICS. A partir destes eventos cruciais, o BRICS
se distanciou enormemente da ideia e da noção propagada pelos analistas da Goldman Sachs8.
As sucessivas reuniões de cúpula, como por exemplo, a Cúpula de Ecaterimburgo, na
Rússia, em 2009, a II Cúpula, realizada em Brasília, em 2010, a III Cúpula, que ocorreu em Sanya,
na China, em 2011, a IV Cúpula, realizada em 2012, em Nova Delhi, na Índia, e a V Cúpula, que
ocorreu em Durban, na África do Sul em 2013 começam a chamar a atenção de diversos

7 Com relação a questão da defesa da autonomia entre os campos da política e da economia, o seu
pilar de sustentação fora muito bem elaborado por Hans J. Morgenthau (1978) na sua obra Politics
Among Nations: The Struggle for Power and Peace, relacionando-se diretamente ao sexto princípio do
realismo político o qual é apresentado pelo da seguinte forma:“Intellectually, the political realist
maintains the autonomy of the political sphere, as the economist, the lawyer, the moralist maintain
theirs. He thinks in terms of interest defined as power, as the economist thinks in terms of interest de-
fined as wealth; the lawyer, of the conformity of action with legal rules; the moralist, of the conformity
of action with moral principles. The economist asks: "How does this policy affect the wealth of society,
or a segment of it?" The lawyer asks: "Is this policy in accord with the rules of law?" The moralist asks:
"Is this policy in accord with moral principles?" And the political realist asks: "How does this policy affect
the power of the nation?" [...]The political realist is not unaware of the existence and relevance of stand-
ards of thought other than political ones. As political realist, he cannot but subordinate these other
standards to those of politics” (Morgenthau, 1978).
8 Não obstante, no momento em que se inicia um processo de politização no BRICS, o grupo deixa de ser
um porto seguro para muitos economistas e analistas financeiros que criam novos acrônimos a fim de
reorientar os investimentos internacionais. Em uma breve sinopse, na media em que o BRICS se politiza o
grupo começa a se tornar um funesto negócio para muitos investidores, que passaram a questionar a
ontologia que fundamenta o desenvolvimento da narrativa econômica financeira do BRICS.
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acadêmicos ao redor do mundo, já que tais reuniões podem atestar que o BRICS tem o objetivo
ad hoc de se estruturar formalmente9.
O BRICs se reuniu formalmente, fora da ONU pela primeira vez em 2009, na Cúpula de
Ecaterimburgo, na Rússia. Por ter hospedado a primeira reunião BRICs, a Rússia se apresentou
como o país mais interessado na organização política do acrônimo, e consequentemente, ela
obteve o first mover advantage no BRICS – a vantagem de ter feito o primeiro movimento em
organizar a primeira reunião do agrupamento em seu território. Foi em Ecaterimburgo que se
estabeleceram algumas das diretrizes iniciais da agenda BRICs e como país anfitrião a Rússia
saiu na frente na questão da cooperação e coordenação intra BRICs.
A Rússia também é o primeiro país a testar a união do BRICS como uma aliança política10
em questões pertinentes ao tema da segurança internacional, afinal o país tem um enorme interesse
em manter Assad no poder na Síria, pois esta seria a garantia mais segura de que sua base militar
não sairá daquele país. O outro caso é o da Criméia uma vez que, independente da situação
política doméstica na Ucrânia, o objetivo maior da Rússia é manter sua base militar em
Sebastópolis. Em ambos os casos, a questão crucial que norteia a política externa da Rússia é
manter vivas e operantes as suas bases militares no exterior, mesmo que através de políticas
imperiais da guerra de agressão, e o BRICS como um grupo compactuou com os interesses da
Rússia, que é até o momento, o país mais beneficiado com a formação da aliança política BRICS,
já que a Rússia pode utilizar do apoio do BRICS como um escudo ou mecanismo que legitime o

9 Alexander Zhebit (2010) chegou até mesmo a categorizar o que seriam as “ETAPAS DA
INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS BRICS” em seu artigo.
10 Stephen Walt (1987, pp.1) define aliança como uma relação de segurança formal ou informal
entre dois ou mais estados soberanos. Esta definição pressupõe certo nível de compromisso e troca
de favores e benefícios entre as partes envolvidas e que o não cumprimento dos acordos, sejam eles
verbais ou escritos, presumivelmente irá ter um custo político ou econômico para uma das partes
envolvidas na aliança. As alianças políticas têm suas origens traçadas à percepção de uma ameaça
que necessita ser balanceada a fim de assegurar uma maior chance de sobrevivência do Estado e não
através de uma eventual institucionalização. No caso do BRICS, o enorme poder político, econômico
e militar dos EUA fundamenta a origem de uma ameaça que necessitaria ser balanceada.
Ademais é importante mencionar que as alianças políticas não necessitam de uma ideologia para que
elas possam se originar (Walt 1987, pp.202). Walt não sugere que as ideologias sejam irrelevantes,
mas que seu papel para a formação de alianças é geralmente exagerado. Neste sentido, o estudo de
Walt comprova a existência de diversas alianças políticas entre estados localizados no Oriente Médio
que adotavam ideologias completamente distintas e altamente conflitantes. Por último, a evidência
sugere que as alianças políticas são elaboradas de acordo com os interesses comuns das políticas
externas dos países que constituem uma aliança e não nas características internas dos países
desmistificando o papel das ideologias e das características das políticas domésticas para a formação
de alianças (Walt 1987, pp.186).
P á g i n a | 10

seu comportamento na ofensivo11 na Criméia. De forma alguma a Rússia tem atuado de modo
defensivo12 em suas relações exteriores no Pós Guerra Fria.
Então, o ponto central e mais marcante é a descoberta do fator político do BRIC e,
posteriormente, do BRICS, independentemente do desenvolvimento de uma instituição formal.
Neste sentido, o BRICS não depende de uma instituição para que ele forme uma aliança política,
bastando somente que haja interesse e compactação política por parte de seus membros.
Na prática, pode-se observar a atuação de caráter político do BRICS em especial no ano
de 2011 quando todos os membros da aliança estiveram presentes no Conselho de Segurança da
ONU e deliberaram em conjuntura na questão do reconhecimento da Palestina como um estado
(BRIC Policy Center, 2012). O BRICS também concordou sobre sua posição política de não in-
tervenção 13 em relação aos eventos relacionados à “Primavera Árabe” [BRIC Policy Center,
2011A] e na questão do “No fly zone” na guerra da Líbia, apesar de a África do Sul ter votado a
favor da resolução 1973 e, portanto, tendo aprovado a intervenção aérea da OTAN, enquanto que
o restante do grupo simplesmente se absteve (Beri, 2012).
Entretanto, a abstenção de Brasil, Rússia, India e China não deve ser automaticamente
interpretada como confrontando a posição da África do Sul já que este país tem, naturalmente,
por estar geograficamente localizada no continente africano, um maior interesse na resolução da
questão da Líbia, até mesmo porque o regime de Kadafi se apresentava como um concorrente
direto a certos interesses e aspirações da África do Sul. Então, a África do Sul participou mais
ativamente na resolução deste conflito devido ao seu interesse de ganhar poder e eliminar um
concorrente continental.
A ausência de uma oposição direta à resolução 1973, por parte dos BRICS, já que a maior
parte dos deles se absteve, acabou criando um paradoxo de consequência indesejada na aliança,
já que a ação da OTAN no continente africano e a mudança de regime que acabou por caracterizar

11 Já neste caso, o comportamento da Rússia é melhor compreendido a partir da teoria de realismo


ofensivo de Mearsheimer (2001). A Rússia certamente tem medo de uma expansão da OTAN até suas
fronteiras (Mearsheimer 2014). No entanto, o que está ocorrendo é o interesse da Ucrânia em se
vincular com a União Europa e a Otan, e não o movimento contrário, que seria a Otan convidar a
Ucrânia para se tornar um membro.
12 Kenneth Waltz (1979) elaborou a tese sobre o comportamento defensivo nas relações internacionais,
sendo ele um grande teórico do realismo defensivo.
13 O nono ponto da Declaração de Sanya trata da questão da Primavera Árabe da seguinte forma:
“Destacamos que a presença simultânea dos cinco países do BRICS no Conselho de Segurança durante
o ano de 2011 oferece valiosa oportunidade de se trabalhar de forma conjunta e estreita sobre
questões de paz e segurança, com vistas a reforçar as abordagens multilaterais e a facilitar futura
coordenação sobre temas da agenda do Conselho de Segurança da ONU. Manifestamos nossa
profunda preocupação com a turbulência no Oriente Médio, no Norte e no Oeste da África e
desejamos sinceramente que os países afetados alcancem paz, estabilidade, prosperidade e
progresso e que recuperem sua posição e sua dignidade no mundo de acordo com as legítimas
aspirações de seus povos. Compartilhamos o princípio de que o uso da força deve ser evitado.
Afirmamos que a independência, a soberania, a unidade e a integridade territorial de cada nação
devem ser respeitadas.” (Ministério das Relações Exteriores 2011).
P á g i n a | 11

um consentimento discreto com a solução que fora proposta para a questão da Líbia, mesmo
quando os discursos políticos eram contrários a intervenção. Logo, argumenta-se que somente
haveria discordância no BRICS, no que diz respeito à questão da Líbia, caso ela fosse expressa
através de votos contrários a resolução 1973, e não através da abstenção e de discursos vazios que
soam mais como uma delegação a respeito do que fazer em uma situação específica do que uma
oposição política formal.
Outro ponto interessante relaciona-se à participação cada vez maior em operações de paz
da ONU por parte de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Nesta questão, os membros do
BRICS demonstram estar cada vez mais preocupados com a possibilidade de intervenção militar
unilateral pelos países desenvolvidos (BRIC Policy Center, 2011B).
Apesar de uma incipiente relação, o BRICS já conseguiu vitórias marcantes. A reforma
de cotas do FMI que ocorreu em 2008 é o principal exemplo, uma vez que Brasil, Rússia, Índia e
China passaram a estar entre os 10 maiores cotistas do fundo e os países europeus aceitaram ceder
duas cadeiras de diretoria (Fundo Monetário Internacional 2011). Esta vitória acaba por apresentar
o BRICS como um grupo reformista e não revolucionário uma vez que o grupo não intenta
destruir ou aposentar o FMI dentre outras instituições internacionais já estabelecidas, e sim de
reformá-las para que o clube ganhe poder e prestígio.
Entretanto, há uma excessão para a argumentação reformista acima levantada. Rússia e
China não tem interesse de ampliar as cadeiras permanentes o Conselho de Segurança da ONU e
uma vez que nenhum dos membros do IBAS fazem parte deste clube, a questão da reforma do
Conselho de Segurança apresenta-se como um ponto de grande tensão entre o IBAS e Rússia e
China, podendo gerar um grande conflito de interesses no BRICS.
Por fim, argumenta-se que o BRICS, como um grupo, carece de uma narrativa política
que possa ser eventualmente útil para o desenvolvimento de um quadro analítico sobre as suas
políticas e seus objetivos. O não discernimento das duas narrativas a respeito da origem do BRICS
resulta em um grave problema ontológico e epistemológico na compreensão desta aliança política,
uma vez que a narrativa econômico-financeira não conseguirá explanar múltiplos acontecimentos
políticos que são fundamentais para a compreensão da aliança BRICS, como por exemplo, a
adição da África do Sul, a votação unânime a respeito da questão da Palestina no Conselho
Segurança da ONU além de certos padrões de comportamento que o grupo adota diante de temas
relevantes como o caso da crise financeira de 2007/2008, a Líbia, a “Primavera Árabe”, a Síria e
a Criméia. O BRICS também será abalado pela guerra de agressão da Rússia a Ucrânia.
Focando portanto na narrativa política do BRICS, pode-se observar a convergência no
comportamento de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Caso esta tendência continue e se
acentue, os componentes que formam a agenda IBAS correrão o risco de serem deixados de lado.
No entanto, caso não haja uma contínua convergência das agendas IBAS e BRICS, além da
possibilidade do conflito de interesses em relação à reforma do Conselho de Segurança da ONU,
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outro conflito pode vir a emergir, já que o IBAS é fundamento nos valores liberais de direitos
humanos e de valoração da democracia, enquanto que as políticas externas de Rússia e China
rejeitam abertamente estes valores. Logo, entrarão os interesses do IBAS conflito com os
interesses do BRICS, ou melhor, com os interesses da política externa da Rússia e da China?

CONCLUSÃO

Chega-se à conclusão de que o BRICS é uma aliança política, sendo esta a principal
descoberta deste artigo. Tal afirmação é sustentada através da observação do crescente número
de reuniões BRICS, e do comportamento sincronizado do grupo na votação da questão da
Palestina na ONU, da compreensão do caso da “Primavera Árabe”, na intervenção da OTAN na
Líbia partindo do pressuposto de que uma não manifestação em contrário implica em
consentimento, e que ao não se expressar publicamente contra o “no fly zone” o BRIC[S]
compactuou com a operação.
A Rússia, por ter tomado a iniciativa da formação do RICs e posteriormente da OCX,
além de estar fundamentalmente por trás da formação do BRICS, tem uma grande vantagem
comparativa em relação aos outros países que compõe esta aliança. A Rússia, portanto tem o first
mover advantage no BRICS, a vantagem de ter feito o primeiro movimento, e ter sido o país
anfitrião da reunião de Ecaterimburgo onde foram estabelecidos algumas das diretrizes iniciais
da agenda BRICS. Tal vantagem é demonstrada explicitamente, na questão da coordenação
BRICS nas questões da Síria e da Criméia.
Apresentou-se também uma tendência de convergência no comportamento dos membros
do BRICS, e que ele poderá fazer com que o IBAS seja incorporado dentro do BRICS. Assim,
caso os conflitos de interesses apresentados neste artigo não venham a se concretizar a hipótese
de que o IBAS esteja sendo incorporado no BRICS pode vir a ser observada. Entretanto, se o
bandwagoning - “andar de carona” não for a principal tendência do IBAS, a possibilidade de
conflito de interesses entre o IBAS e o BRICS será altíssima.
Por fim, o grande dilema do IBAS é permitir a sua incorporação no BRICS ou entrar em
conflito com o BRICS seja respeito da questão que envolve a reforma do Conselho de Segurança
ou então no que diz respeito a valorização da democracia, e sobre como operacionalizar a política
de direitos humanos de forma não seletiva. A seletividade de casos de violações de direitos
humanos poderia procrastinar o conflito de interesses entre o IBAS, a Rússia e a China, e
preservaria o BRICS, entretanto, se o IBAS abandonar estes valores liberais e que serviram de
pilar basilar para a formação desta aliança, a sua sobrevivência como um grupo e eventual bal-
ancer intra BRICS, estará em risco.
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Recebido em: 2022


Aprovado em: 2022
Publicado em: 2022

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