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Rio de Janeiro
Janeiro de 2018
Samú, João Paulo Gueiros
Estudo de Sistemas de Propulsão Veiculares Elétricos
e Híbridos Através de Simulações Computacionais/ João
Paulo Gueiros Samú. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola
Politécnica, 2018.
XIV, 68 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Sílvio Carlos Aníbal de Almeida
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Mecânica, 2018.
Referências Bibliográficas: p. 58-60.
1. Simulações Veiculares. 2. FASTSim. 3. Veículos
Elétricos. 4. Veículos Híbridos. I. Almeida, Sílvio Carlos
Aníbal de. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Escola Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica. III.
Estudo de Sistemas de Propulsão Veiculares Elétricos e
Híbridos Através de Simulações Computacionais.
iii
Agradecimentos
Agradeço, acima de tudo, a minha família. Aos meus pais, Flávio e Elza, por todo
exemplo e incentivo. Sem dúvida, devo esta e todas as demais conquista em minha vida
a eles. Agradeço também ao meu irmão e grande amigo Pedro Henrique. Após todos esses
anos, acabamos sendo colegas de faculdade e agora formamos juntos.
Não poderia deixar de agradecer aos meus avós, Marlene e Jerônimo. Com
certeza, também devo tudo a eles. Agradeço a minha avó Dileta, que de algum lugar está
orgulhosa dos netos, o que me deixa muito feliz. Agradeço também a minha bisavó, Elza,
hoje com 95 anos de idade, pela qual tenho imensa admiração.
Agradeço aos muitos professores da UFRJ dos quais pude ser aluno, por todos os
conhecimentos e pela dedicação ao ensino. Em especial ao Prof. Sílvio Carlos, pelo
grande apoio e incentivo como orientador deste projeto.
Agradeço, por fim, ao meu tio Antônio Augusto. Mesmo tendo ido tão cedo, sei
que além da minha tocou a vida de muitos e sempre será um exemplo a ser seguido.
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
Janeiro/2018
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Mechanical Engineer.
January/2018
The automotive industry has been dealing with increasing influence from environmental
regulations over the past years. Consequently, a lot has been invested in the development
of alternative powertrains systems. Therefore, this work aimed to study the main
technological and economic differences between the conventional vehicle and three
alternative technologies: hybrid, plug-in hybrid and battery electric vehicles. To achieve
this goal the computer tool FASTSim was used, enabling the simulation of diverse types
of powertrain systems. Initially, Nissan Leaf and Tesla Model S, two of the most relevant
battery electric vehicles worldwide, were simulated as a form of validation of the tool. In
continuity, FASTSim was then used to simulate hybrid, plug-in hybrid and all-electric
versions of one of the best-selling conventional vehicles in Brazil, Chevrolet Onix. With
the results, it was possible to establish comparative analyzes between the traditional
internal combustion vehicle and these three alternative technologies in terms of
component sizing, fuel consumption and cost distribution.
vi
Sumário
Capítulo 1 - Introdução............................................................................................................... 1
vii
3.2.3. Saídas Gerais ............................................................................................................ 21
5.5. Análise Comparativa entre Onix Convencional e Versões Híbridas e Elétricas ............. 49
viii
Índice de Figuras
Figura 1 - Ilustração Esquemática do Sistema de Propulsão Convencional ................................ 4
Figura 2 - Ilustração Esquemática do Sistema de Propulsão Híbrido em Série ........................... 5
Figura 3 - Ilustração Esquemática do Sistema de Propulsão Híbrido em Paralelo ...................... 6
Figura 4 - Ilustração Esquemática do Sistema de Propulsão Elétrico a Bateria........................... 7
Figura 5 - Representação Gráfica do Ciclo UDDS .................................................................... 11
Figura 6 - Representação Gráfica do Ciclo HWFET ................................................................. 11
Figura 7 - Curva de Vida da Bateria .......................................................................................... 26
Figura 8 - Estratégia da Energia Cinética .................................................................................. 28
Figura 9 - Modelo de Captura de Regeneração .......................................................................... 30
Figura 10 - Procedimento Utilizado na Simulação das Versões Onix-BEV .............................. 38
Figura 11 - Versões Onix-BEV: Energia Armazenável vs. Autonomia e Trocas de Bateria em
15 Anos de Vida Útil................................................................................................................... 41
Figura 12 - Versões Onix-BEV: Potência do Motor Elétrico e da Bateria vs. Autonomia e
Trocas de Bateria em 15 Anos de Vida Útil ................................................................................ 42
Figura 13 - Ilustração dos Resultados de Custos da Ferramenta Powertrain Comparison ........ 45
Figura 14 - Composição do Preço de Fábrica dos Onix-BEV Simulados em Função da
Autonomia e das Trocas de Bateria............................................................................................. 47
Figura 15 - Valor Presente dos Custos nos 15 Anos de Vida Útil dos Onix-BEV Simulados em
Função da Autonomia e das Trocas de Bateria ........................................................................... 48
Figura 16 - Resultados da Ferramenta Powertrain Comparison para as Versões Convencional,
HEV, PHEV e BEV do Chevrolet Onix ...................................................................................... 51
Figura 17 - Custos com Gasolina e Eletricidade para as Versões Convencional, HEV, PHEV e
BEV do Chevrolet Onix .............................................................................................................. 53
Figura 18 - Frequência de Distâncias Viajadas Diariamente ..................................................... 62
ix
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Principais Parâmetros de Baterias ............................................................................... 9
Tabela 2 - Entradas na Seção Veículo (Vehicle) ........................................................................ 14
Tabela 3 - Entradas na Seção Tanque de Combustível (Fuel Storage) ...................................... 15
Tabela 4 - Entradas na Seção Conversor de Combustível (Fuel Converter).............................. 16
Tabela 5 - Entradas na Seção Motor Elétrico (Motor) ............................................................... 16
Tabela 6 - Entradas na Seção Bateria de Tração (Traction Battery) .......................................... 17
Tabela 7 - Entradas na Seção Roda (Wheel) .............................................................................. 18
Tabela 8 - Entradas na Seção Diversos (Misc.) .......................................................................... 19
Tabela 9 - Parâmetros de Condições Atuais ............................................................................... 19
Tabela 10 - Especificações na Ferramenta Powertrain Comparison ......................................... 22
Tabela 11 - Distribuição de Custos na Vida Útil ........................................................................ 23
Tabela 12 - Parâmetros Introduzidos para o Nissan Leaf........................................................... 32
Tabela 13 - Parâmetros Introduzidos para o Tesla Model S 85 kWh ......................................... 33
Tabela 14 - Simulações e Referências para o Nissan Leaf ......................................................... 34
Tabela 15 - Simulações e Referências para o Tesla Model S 85 kWh ....................................... 34
Tabela 16 - Parâmetros Introduzidos para o Chevrolet Onix ..................................................... 37
Tabela 17 - Componentes Dimensionados para as Versões Onix-BEV ..................................... 40
Tabela 18 - Custos dos Componentes Veiculares para os Onix-BEV Simulados ...................... 44
Tabela 19 - Parâmetros de Mercado Utilizados nas Simulações dos Onix-BEV ....................... 44
Tabela 20 - Distribuição de Custos para as Versões Onix-BEV ................................................ 46
Tabela 21 - Especificações das Versões HEV, PHEV e BEV do Onix na Ferramenta
Powertrain Comparison .............................................................................................................. 50
Tabela 22 - Custos dos Componentes Veiculares Restantes ...................................................... 50
Tabela 23 - Versões do Chevrolet Onix: Convencional, HEV, PHEV e BEV........................... 52
Tabela 24 - Avaliação do Desgaste em Ciclos de Descarga para o Nissan Leaf 2012............... 63
Tabela 25 - Ilustração do ciclo UDDS para o Nissan Leaf 2012 de 115s até 123s .................... 64
Tabela 26 - Desgaste no ciclo UDDS para o Nissan Leaf 2012 de 115s até 123s ..................... 64
Tabela 27 - Resultados de Versões Onix-BEV Simuladas ......................................................... 68
x
Índice de Abreviaturas e Siglas
BEV - Battery Electric Vehicle
xi
Índice de Símbolos
𝑫 - Distância percorrida
𝑭𝑳 - Fator de lucro
𝑵𝒗𝒊𝒅𝒂 - Número total de ciclos que podem ser suportados pela bateria
xii
𝑷𝒃𝒂𝒕 - Preço da bateria
xiii
𝝎 - Desgaste percentual da bateria
xiv
Capítulo 1
Introdução
Diante deste cenário, o presente trabalho tem por objetivo construir um estudo
comparativo entre o veículo convencional, que ainda ocupa a maior parte da frota
automotiva global, e as tecnologias híbridas e elétricas. Para este fim, serão avaliados
fatores como dimensionamento de componentes, distribuição de custos na vida útil e
consumo de combustíveis. São objetivadas, portanto, conclusões com relação às
vantagens específicas de cada uma destas tecnologias e possíveis barreiras que possam
impedir sua maior disseminação no mercado.
1
1.1. Metodologia
Para a implementação desta proposta será utilizada da ferramenta computacional
FASTSim, capaz de construir simulações de diferentes tipos de sistemas de propulsão
veiculares. Desta maneira, a primeira parte deste texto será estruturada com base na
formulação de conceitos fundamentais à compreensão dos veículos a serem estudados e
ao funcionamento do FASTSim.
2
Capítulo 2
Conceitos Fundamentais
Motor de
Tanque de
Combustão
Combustível
Interna
Transmissão
4
Motor de
Combustão Gerador
Interna
Motor Motor
Elétrico Elétrico
Controladores
Carregador
Bateria
Tanque de
Combustível
5
Motor de Motor
Combustão Transmissão
Elétrico
Interna
Controladores
Bateria
Tanque de
Combustível
6
está na complexidade do acoplamento mecânico entre os motores elétrico de combustão,
que se conectam simultaneamente à redução.
Nos veículos híbridos comuns, a carga das baterias ocorre através do motor de
combustão interna e do sistema de frenagem regenerativa, a ser descrito em seguida. Nos
híbridos plug-in as baterias podem ser diretamente carregadas na tomada, através do
plugue (conector).
Carregador
Motor Motor
Elétrico Elétrico
Controladores
Bateria
7
Por eliminar o uso de combustíveis convencionais, os BEV’s são caracterizados
como Veículos Zero Emissões (ZEV – Zero Emission Vehicles). Deve-se ressaltar,
entretanto, que por mais que esta perspectiva represente uma melhora considerável na
poluição em nível local, o panorama em maiores escalas dependerá da proveniência da
energia elétrica utilizada.
Uma das principais limitações da tecnologia BEV está na autonomia. Para que
seja possível alcançar longas distâncias (suficientemente atrativas aos consumidores) sem
recarga, a bateria deve ser capaz de armazenar uma alta quantidade de energia,
encarecendo este componente. Como consequência, o custo de veículos elétricos é
significantemente maior comparado aos convencionais, crescendo consideravelmente
com o superdimensionamento das baterias [3].
Entretanto, muito tem sido investido nas limitações tecnológicas das baterias
destes veículos. Os preços, por kWh, estão caindo continuamente nos últimos anos e já
são bem menores entre os líderes no mercado [4], perspectiva positiva para a maior
participação destes modelos na frota automobilística global e, portanto, para a redução
das emissões locais de poluentes.
8
A tabela 1, a seguir, apresenta os principais parâmetros utilizados na
caracterização de baterias.
Unidade
Parâmetro Descrição
Usual
Voltagem Voltagem nominal em que a bateria deve operar. V
Corrente Corrente elétrica que atravessa o condutor. A
Capacidade de Carga Quantidade de carga que a bateria pode entregar na Ah
voltagem nominal.
Capacidade Energética Energia total que pode ser armazenada na bateria. Wh
Energia Específica Mássica Razão entre capacidade energética e massa da bateria. Wh/kg
Energia Específica Volumétrica Razão entre capacidade energética e volume da Wh/l
bateria.
Potência Capacidade da bateria em fornecer/receber energia por W
unidade de tempo.
Potência Específica Mássica Razão entre potência e massa da bateria. W/kg
Potência Específica Volumétrica Razão entre potência e volume da bateria. W/l
Eficiência round-trip Razão entre a energia entre a energia total que pode ser (%)
recuperada e a energia total inicialmente armazenada.
Estado de Carga Razão entre a energia disponível e a capacidade (%)
energética total.
Profundidade de Descarga Razão entre a energia descarregada e a capacidade (%)
energética total.
Ciclos de Vida Número de ciclos que carga/descarga que a bateria Sem
pode realizar. unidade
9
As baterias de lítio-íon combinam altos níveis de potência e energia por unidade
de massa [6] e estão associadas a menor agressividade ao meio ambiente [5] e longas
vidas úteis [7]. Por esta série de características atrativas, a tecnologia li-íon é dominante
no mercado, sendo alvo de constantes investimentos [5].
A principal vantagem dos veículos que utilizam este sistema está na redução do
consumo de eletricidade, promovendo maior economia de combustível (HEV, PHEV) e
prolongamento da autonomia elétrica (PHEV, BEV).
10
A formulação destes ciclos objetiva normalizar um padrão de direção para que se
possam realizar testes, simulações e avaliações de consumo de combustível, emissões, e
demais análises. Atualmente já existem diversos ciclos, desenvolvidos por diferentes
países e agências reguladoras.
11
Capítulo 3
A Ferramenta FASTSim
12
Desta forma, pode-se definir objetivo principal do programa como possibilitar
simulações para diferentes tipos de sistemas de propulsão, visando estimar o impacto de
diferentes tipos de tecnologias automotivas.
Para cada passo de tempo são avaliados fatores como arrasto, aceleração,
inclinação da pista, resistência ao rolamento, eficiências, limites dos componentes e
frenagem regenerativa [11]. Os resultados permitem avaliar, para os diferentes tipos de
tecnologias a performance, a eficiência geral e os custos do veículo, além da vida útil da
bateria para os modelos elétricos.
3.2. Interface
O programa é dividido em diversas abas que possibilitam diferentes tipos de
análises e modificações nos modelos utilizados. Entre estas abas, todo o processo de
seleção de um veículo e criação de uma simulação se concentra na aba VehicleIO, a
principal do programa.
13
3.2.1. Entradas do Veículo
1. Veículo
2. Tanque de Combustível
3. Conversor de Combustível
4. Motor Elétrico
5. Bateria de Tração
6. Roda
7. Gerenciamento de Energia
8. Diversos
3.2.1.1. Veículo
*Observação 1:
A massa da carroceria (glider mass) é um parâmetro de obtenção não-trivial. A
informação geralmente fornecida por fabricantes corresponde ao curb mass, usualmente
denominado “peso” em ordem de marcha, no Brasil.
14
O curb mass corresponde a medida do peso do veículo com todos os equipamentos
regulares e demais conveniências, acrescido do peso de todos os consumíveis necessários
para operação (tanque cheio de combustível, óleo, refrigerante, etc.) porém sem
passageiro ou qualquer tipo de carga.
Onde:
15
3.2.1.3. Conversor de Combustível
*Observação 2:
A massa do motor elétrico é estimada de acordo com:
16
Onde:
*Observação 3:
A massa da bateria é estimada de acordo com:
Onde:
*Observação 4:
Os coeficientes de desgaste da bateria se aplicam na equação de vida da bateria,
que será descrita em detalhes mais adiante neste capítulo, no item Principais Modelos.
17
3.2.1.6. Roda
Esta seção se aplica a todos os tipos de veículos, e através dela são introduzidos
dados para a especificação das rodas do veículo.
3.2.1.8. Diversos
18
Tabela 8 - Entradas na Seção Diversos (Misc.)
Entrada no Programa Descrição
Alternator efficiency Eficiência do alternador. Aplica-se somente a veículos
convencionais, que possuem este equipamento.
Charger efficiency Entrada direta da eficiência do carregador da bateria.
Aplica-se a BEV's e híbridos.
Auxiliary loads Potência, em kW, exigida por equipamentos auxiliares,
como ar-condicionado, sistema elétrico, etc.
Transmission mass Massa da transmissão, em kg.
Transmission efficiency Eficiência da transmissão.
Max regen Máximo percentual de captura de regeneração, utilizado
no modelo de frenagem regenerativa *Observação 5
*Observação 5:
O percentual máximo de captura de regeneração é utilizado para dimensionar a
curva de frenagem regenerativa. Esta modelagem será detalhada mais adiante neste
capítulo.
Nesta parte, ainda na aba VehicleIO, novamente são estabelecidos campos para a
introdução de dados de entrada. Entretanto, estes dados não correspondem a um
determinado veículo, mas sim à parâmetros financeiros e características de utilização,
aplicados a todos os veículos, representados na tabela 9.
19
Power electronics and motor base cost Preço base do motor elétrico e demais eletrônicos de
potência, em dólares.
Engine cost ($/kW) Preço incremental do motor de combustão interna, em
dólares por kW da potência máxima do motor de
combustão interna.
Engine base cost Preço base do motor de combustão interna, em dólares.
Fuel tank cost ($/kWh) Preço incremental do tanque de combustível, em
dólares por kWh da energia máxima armazenável no
tanque.
Plug cost (PHEVs and EVs) Preço do plugue, usados em PHEV's e EV's.
Markup Fator de lucro.
Base vehicle price (without ICE, MC, PE) Preço de base do veículo, sem os componentes.
Como apresentado na tabela, definem-se fatores para a avaliação dos preços dos
componentes do sistema de propulsão do veículo. Tais fatores são obtidos através de
estudos estatísticos de dados de diversos fabricantes. Sua aplicação se dá de acordo com
as seguintes equações:
Onde:
Onde:
20
Onde:
Para a bateria:
Onde:
Onde:
21
▪ Aceleração 0 - 60 mph (96,5 km/h)
▪ Autonomia
▪ Vida da bateria
▪ Custos dos componentes
▪ Custo com combustível e eletricidade ao longo da vida do veículo
▪ Custo de trocas da bateria ao longo da vida do veículo
▪ Preço de fábrica (MSRP)
▪ Resultados para ciclos adicionais
Além destes, também são gerados dados mais específicos, cabendo ao usuário
selecionar aqueles que são de seu interesse. Através destes resultados o programa introduz
aplicações auxiliares, elaboradas para possibilitar estudos específicos.
22
O estudo faz comparações ao longo da vida útil do veículo. Por este motivo
seleciona-se o número “alvo” de trocas de baterias, ou seja, quantas trocas são esperadas
neste período.
Partindo destas características, para cada versão a ser gerada abre-se uma janela
de otimização, em que combinações de componentes (motor elétrico, bateria, etc.) são
testadas visando conciliar as especificações estabelecidas na tabela 10 e a performance
do veículo base, avaliando-se os custos na vida útil de cada versão gerada.
23
Desta maneira, a ferramenta pode, por exemplo, estudar como o coeficiente de
arrasto de um determinado veículo influencia no consumo de combustível e eletricidade
em sua versão original e em suas versões alternativas.
1. Vida da Bateria
2. Gerenciamento de Energia
3. Frenagem Regenerativa
24
3.3.1. Vida da Bateria
𝐸𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜
𝐷𝑂𝐷 = (9)
𝐸𝑏𝑎𝑡,𝑚á𝑥
Onde:
25
100%
90%
Profundidade de Descarga
80%
70%
60%
50%
y=86x-0.68
40%
30%
20%
10%
0%
1 10 100 1.000 10.000 100.000 1.000.000
Vida Máxima (Ciclos)
𝑏𝑎𝑡𝐵
𝐷𝑂𝐷 = 𝐴𝑏𝑎𝑡 ∙ 𝑁𝑣𝑖𝑑𝑎 (10)
Onde:
▪ 𝑁𝑣𝑖𝑑𝑎 − Número total de ciclos que podem ser suportados pela bateria
▪ 𝐴𝑏𝑎𝑡 e 𝐵𝑏𝑎𝑡 − Coeficientes de vida da bateria
(1) 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 −1
𝜔= = 𝑁𝑣𝑖𝑑𝑎 (11)
(𝑁𝑣𝑖𝑑𝑎 ) 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
Onde:
26
aplicação da curva de vida da bateria para estes dois tipos de ciclos estão presentes no
apêndice A.
𝐸𝐵𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎
𝑆𝑂𝐶 = (12)
𝐸𝐵𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎,𝑚á𝑥
Onde:
Para os híbridos o controle se torna mais complexo, dado que além do motor
elétrico há também o motor de combustão interna. Na simulação destes veículos o
software oferece duas estratégias de gerenciamento de energia:
27
Quando o veículo está em maiores velocidades há um potencial de maior captura
de energia via frenagem regenerativa, então a bateria deve estar suficientemente
descarregada, possuindo disponibilidade para receber energia regenerada. Por outro lado,
em baixas velocidades a bateria deve possuir energia o suficiente para se capaz de auxiliar
nas próximas acelerações.
Com estes, gera-se o modelo gráfico linear situando o estado de carga adequado
para cada velocidade do veículo, representado na figura anterior. Para cada nível de
afastamento (gap) da região de interesse, obtém-se a potência alvo da bateria para
alcançar os requisitos do modelo.
Para essa estratégia o cenário se torna mais simples. O objetivo agora é manter o
motor de combustão interna operando sempre com uma rotação em sua região de mais
alta eficiência, reduzindo-se o consumo e as emissões.
Para possibilitar que esta rotação seja mantida ao mesmo tempo em que se
respeitam as exigências do ciclo, realiza-se um equilíbrio entre a parcela da energia que
28
está sendo enviada para as rodas e a parcela que está sendo gerada e armazenada nas
baterias.
Por fim, ao introduzir o modelo de um veículo híbrido, deve-se definir qual dessas
estratégias de gerenciamento de energia será utilizada. De acordo com a escolha do
usuário, são dispostos os campos de entradas (inputs) requeridos para a construção do
modelo referente a respectiva estratégia, definindo os limites de uso da bateria e as
relações entre a potência gerada pelo motor de combustão interna e pelo motor elétrico.
Com estes limites estabelecidos, a regeneração que pode ser capturada se torna
função da velocidade desenvolvida no percurso. O FASTSim utiliza o seguinte modelo
matemático:
𝑚𝑎𝑥𝑅𝑒𝑔𝑒𝑛
𝑃𝑜𝑟𝑐𝑅𝑒𝑔𝑒𝑛 = (13)
1 + 𝐴𝑟𝑒𝑔𝑒𝑛 ∙ 𝑒 −𝐵𝑟𝑒𝑔𝑒𝑛 (𝑣𝑚𝑝ℎ +1)
Onde:
Aos coeficientes 𝐴𝑟𝑒𝑔𝑒𝑛 e 𝐵𝑟𝑒𝑔𝑒𝑛 são atribuídos, como padrão, os valores 1000 e
0,9 respectivamente. O programa permite que estes coeficientes sejam ajustados, na aba
Regen, dando ao usuário a possibilidade de modificar a equação de acordo com seu
interesse.
29
Potência Máxima Recuperada
120%
Percentual de Potência
100%
80%
Recuperada*
60%
40%
20%
0%
0 10 20 30 40 50
Velocidade (mph)
30
Capítulo 4
Validação de Dados
Para a atual análise foi selecionada a versão de 85 kWh por representar o alto nível
de dimensionamento da bateria característico da marca, e pela disponibilidade de dados
de teste, que auxiliarão na introdução das entradas no programa.
32
Tabela 13 - Parâmetros Introduzidos para o Tesla Model S 85 kWh
33
Tabela 14 - Simulações e Referências para o Nissan Leaf
Valor Valor de
Parâmetro Referência
Simulado Referência
Consumo de eletricidade urbano 0,193 kWh/km 0,169 kWh/km
Consumo de eletricidade em estrada 0,198 kWh/km 0,207 kWh/km
EPA [20]
Consumo de eletricidade combinado 0,196 kWh/km 0,187 kWh/km
Autonomia 178,6 km 172,2 km
Aceleração 0 – 96,6 km/h (60 mph) 10,8 s 10,4 s [21]
Valor Valor de
Parâmetro Referência
Simulado Referência
Consumo de eletricidade urbano 0,262 kWh/km 0,238 kWh/km
Consumo de eletricidade em estrada 0,227 kWh/km 0,232 kWh/km
EPA [22]
Consumo de eletricidade combinado 0,246 kWh/km 0,235 kWh/km
Autonomia 375 km 426 km
Aceleração 0 – 96,6 km/h (60 mph) 5,4 s 5,5 s [18]
Por outro lado, os resultados do Nissan Leaf mantiveram-se próximos aos valores
esperados, simulando uma autonomia de 178,6 km para uma referência de 172,2 km
(discrepância relativa de 3,7%).
34
4.3. Comparação Entre Leaf e Model S
Evidenciou-se que os dois modelos elétricos apresentam abordagens construtivas
e propostas diferentes. Por um lado, o Leaf utiliza uma bateria de capacidade energética
comparativamente baixa (30 kWh), mais semelhante aos demais veículos desta categoria
em mercado. Já o Model S oferece diferentes versões, todas com maior dimensionamento
deste componente (alcançando até 100 kWh).
35
Capítulo 5
Versões Elétricas e Híbridas de um Veículo
Convencional
Por este motivo, será este o modelo a ser inserido no FASTSim para a formulação
do presente estudo. A tabela 16, a seguir, representa os principais inputs selecionados
para a introdução deste veículo, da mesma maneira como foi realizado previamente para
o Nissan Leaf e o Tesla Model S.
36
Tabela 16 - Parâmetros Introduzidos para o Chevrolet Onix
Inicialmente o foco será nas versões BEV. Como introduzido previamente, devem
ser especificados a autonomia desejada, a tecnologia da bateria e seu número alvo de
trocas ao longo da vida útil do veículo.
37
performance do Onix-BEV. Dada a sua maior relevância no mercado, destacada
previamente, as baterias testadas serão todas de tecnologia Li-ion. Desta maneira, as
variáveis a serem modificadas em cada versão BEV serão o número alvo de trocas de
bateria e a autonomia desejada.
Trocas de Bateria: 0 1 2
38
útil propostos. Neste caso, espera-se identificar uma grande influência da troca de bateria
entre os três cenários propostos.
Em adição, as baterias estão sujeitas a alto desgaste, possuindo uma vida útil
limitada. Tratando-se de um equipamento de alto custo, uma possível troca pode trazer
grande prejuízo ao proprietário do veículo.
39
Tabela 17 - Componentes Dimensionados para as Versões Onix-BEV
A análise dos dados da tabela 17 será dividida em duas partes, tendo como foco
inicial apenas a capacidade energética da bateria e posteriormente nas potências de ambos
motor elétrico e bateria.
40
60
50
40
Energia (kWh)
30
20
10
0
110
140
100
120
130
140
100
110
120
130
100
110
120
130
140
50
60
70
80
90
50
60
70
80
90
50
60
70
80
90
0 1 2
Autonomia (km) / Trocas de Bateria
Alterando o foco para as diferenças entre os três cenários, os dados apontam para
a influência do dimensionamento energético na longevidade da bateria. Observa-se que
objetivando uma maior durabilidade (menor número de trocas), maior teve de ser a
energia total armazenável.
𝐸𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜
𝐷𝑂𝐷 = (9)
𝐸𝑏𝑎𝑡,𝑚á𝑥
Por outro lado, a medida que a capacidade energética aumenta (𝐸𝑏𝑎𝑡,𝑚á𝑥 ), menor
torna-se a profundidade de descarga (𝐷𝑂𝐷) destes ciclos. Da curva de vida da bateria
(figura 7), quanto menor a profundidade de descarga, menor também será o desgaste
acumulado em cada ciclo.
41
Por este motivo, os Onix-BEV com baterias mais duradouras (menor número de
trocas) exigiram maiores capacidades energéticas, conforme indicado pelos dados
simulados representados na tabela 17 e ilustrados na figura 11.
74
72
70
68
66
64
62
60
58
56
54
52
50
50
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
60
70
80
90
100
110
120
130
140
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
0 1 2
Autonomia (km) / Trocas de Bateria
42
O comportamento das curvas dentro de cada cenário de troca é resultado da rotina
de cálculo do algoritmo. Enquanto é possível garantir a aceleração do Onix original,
mantêm-se a potência máxima de ambos o motor elétrico e a bateria constantes.
Entretanto, a partir de determinada autonomia, o nível de armazenamento torna o peso da
bateria limitante, de modo que para que a performance original seja mantida necessita-se
que o veículo seja capaz de entregar maior potência.
Finalmente, por mais que a ausência de custos com uma possível troca de bateria
possa representar vantagem, a exigência de maiores da capacidade de armazenamento
observada pode tornar o preço inicial do veículo pouco atrativo aos consumidores. Em
seguida, através da análise de custos, será possível quantificar e avaliar esta proposição.
Pelo fato de não existir uma amostra de dados suficiente para realizar este ajuste
no mercado brasileiro e pelo foco da análise ser especificamente na variação dos custos,
serão mantidos os valores já presentes no programa referentes ao mercado americano, de
acordo com a tabela 18, não representando o valor de venda esperado no Brasil.
O preço específico da bateria por capacidade energética (US$/kWh), por sua vez,
será reduzido de US$ 500/kWh (valor original) para US$ 200/kWh. Como já ressaltado,
o preço das baterias tem caído significativamente nos últimos anos. O valor antigo possuía
representatividade para o momento em que o programa foi desenvolvido, porém estudos
já atribuem um valor de US$ 227/kWh referente ao ano de 2016 [4], existindo fabricantes
43
que já afirmam trabalhar abaixo de US$ 190/kWh [29]. Desta forma, US$ 200/kWh será
o valor selecionado para análise, dada sua maior representatividade do cenário atual.
44
Onde:
A figura 13 ilustra estes resultados para uma das versões Onix-BEV simuladas,
com 100 km de autonomia e 1 troca de bateria em 15 anos de vida útil. Como ilustração,
representa-se também os resultados com um valor de 48,2% para o imposto de compra,
correspondente ao Onix original no mercado brasileiro [30], destacando a diferença em
relação ao valor default do programa, de 7,8%.
$70.000
Eletricidade
$60.000
Custos (Valor Presente)
$30.000 Bateria
$20.000 Plugue
$0 Carroceria
Imposto 7,8% Imposto 48,2%
45
Da mesma maneira como foi feita a análise dos componentes, os custos foram
avaliados nas 30 diferentes combinações de autonomia e trocas de baterias na vida útil do
Onix-BEV. A tabela 20, a seguir, representa estes resultados.
46
Carroceria Motor Elétrico Plugue Bateria
$45.000
Sem trocas 1 Troca 2 Trocas
$40.000
$35.000
$30.000
$25.000
$20.000
$15.000
$10.000
$5.000
$0
50
60
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
70
80
90
100
110
120
130
140
Autonomia (km)
Comparando-se os três cenários, evidencia-se que para promover uma maior vida
útil da bateria, o preço de fábrica do veículo cresce consideravelmente para os mesmos
valores de autonomia. Esta perspectiva tem o potencial de descartar a atratividade do
cenário sem trocas, ao qual foram atribuídos preços mais altos para a mesma performance
dos demais.
Por outro lado, a ausência de trocas nos 15 anos analisados poderá reduzir os
custos totais ao longo da vida útil, tornando-se necessário a extensão da análise a este
parâmetro.
47
Preço de Fábrica Imposto de Compra Eletricidade Trocas de Bateria
$60.000
Sem trocas 1 Troca 2 Trocas
$50.000
$40.000
$30.000
$20.000
$10.000
$0
100
50
60
70
80
90
110
120
130
140
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
Autonomia (km)
Figura 15 - Valor Presente dos Custos nos 15 Anos de Vida Útil dos Onix-BEV Simulados
em Função da Autonomia e das Trocas de Bateria
Como esperado, os custos totais reduzem com a maior vida da bateria. Mesmo
com o maior preço de fábrica, a ausência de trocas possibilitou um menor valor presente
líquido (VPL) dos custos finais, comparando-se os mesmos valores de autonomia.
48
Nesse sentido, no cenário sem trocas foram simulados BEV’s com alto preço de
fábrica para baixa performance. Já nos cenários com uma e duas trocas de bateria foram
simuladas versões do Onix-BEV com capacidade energética e preços semelhantes a
BEV’s em mercado de performances próximas.
49
As especificações e objetivos selecionados para as diferentes versões a serem
comparadas do Onix estão representadas na tabela 21.
Para a gasolina o padrão no programa era de US$ 4,00 por galão (US$ 1,06/L),
valor já não mais representativo, dada a dinamicidade deste preço. Por este motivo,
através da média de levantamentos de preço realizados de agosto a dezembro de 2017 nos
Estados Unidos [31], selecionou-se um valor de US$ 2,80 por galão (US$ 0,74/L), a ser
analisado.
50
Como descrito no capítulo 3, a ferramenta Powertrain Comparison, além de
especificar os veículos e descrever sua performance e seus custos, gera um resumo dos
resultados na forma de gráfico de barras, representando as diferenças nos custos e no
consumo de combustível entre as quatro versões do mesmo veículo.
$60.000 1400
Eletricidade
$50.000 1200
Gasolina
Consumo de Gasolina (L/ano)
Custos (Valor Presente)
$0 0 Gasolina (Consumo)
Conv. HEV PHEV BEV
51
Tabela 23 - Versões do Chevrolet Onix: Convencional, HEV, PHEV e BEV
Conv. HEV PHEV BEV
Carroceria (+ Tanque) $17.067 $17.067 $17.067 $17.014
Motor de Combustão $2.047 $1.667 $1.667 $0
Motor Elétrico $0 $1.614 $1.614 $2.537
Plugue $0 $0 $750 $750
Bateria $0 $2.484 $8.586 $12.396
Imposto de Compra $1.491 $1.781 $2.315 $2.550
Troca de Bateria $0 $0 $0 $10.172
Gasolina $11.093 $9.048 $4.460 0
Eletricidade $0 $0 $2.426 $5.225
Consumo de Gasolina (L/ano) 1299 1059 522 $0
Com o veículo híbrido (HEV), por outro lado, observa-se apenas uma pequena
diferença em relação ao Onix original. Neste veículo, o preço de fábrica continua sendo
maior pela necessidade de uma bateria capaz de maior armazenamento, mas mesmo que
esta composição ainda seja mais custosa que o sistema de propulsão convencional, a
redução no consumo de gasolina implica na pequena diferença observada nos custos totais
na vida útil.
52
Gasolina Eletricidade
$12.000
Deve-se ressaltar novamente que foi estabelecida uma vida útil de 15 anos para
veículo e que os custos com troca de bateria não necessariamente serão absorvidos pelo
consumidor.
Em adição, existem outros fatores não avaliados que promoveriam um ainda maior
benefício na composição dos custos totais de veículos elétricos. A manutenção dos
componentes, por exemplo, possui grande potencial de economia, uma vez que o motor
elétrico exige menos cuidado do que a composição formada pelo motor de combustão,
sistema de alimentação, tanque e caixa de marchas. Os freios também são menos
comprometidos, já que grande parte das frenagens é feita através do sistema regenerativo.
Por fim, já existe incentivos fiscais para veículos elétricos em diversos países, reduzindo
ainda mais os custos para mantê-los.
53
Capítulo 6
Conclusões
54
(relação entre a energia do utilizada e a máxima energia armazenável) no desgaste deste
componente. Assim, para que o desgaste fosse menor, os cenários com maior durabilidade
da bateria exigiram a referida maior capacidade energética.
A análise dos Onix-BEV simulados seguiu, então, para o âmbito de custos. Para
tal foram estudados dois fatores – o preço de fábrica e o valor presente líquido (VPL) dos
custos totais ao final dos 15 anos de vida útil propostos.
Dado o alto custo inicial dos Onix-BEV sem trocas de bateria para a mesma
performance dos demais, destacou-se, assim, a menor atratividade deste cenário. Os
demais cenários, por sua vez, foram condizentes em capacidade energética com modelos
elétricos de performance semelhante em mercado.
Por fim, foi proposta uma nova aplicação da ferramenta Powertrain Comparison
do FASTSim, simulando desta vez três versões alternativas – HEV, PHEV e BEV – do
Chevrolet Onix. Para a o Onix-BEV, selecionou-se a versão com 100 km de autonomia e
1 troca de bateria nos 15 anos de vida útil, simulada previamente. Para as demais versões
mantiveram-se os parâmetros padrões no programa, semelhantes a veículos híbridos e
híbridos plug-in existentes.
55
Através dos resultados quantificou-se uma redução considerável no consumo de
gasolina em cada passo no caminho até a eletrificação completa do Onix. Na versão
convencional foi simulado um consumo de 1299 L/ano, passando para 1059 L/ano com a
versão HEV, 522 L/ano com a versão PHEV e, finalmente, para a ausência de consumo
de gasolina com o Onix-BEV. Destaca-se assim o potencial na redução da poluição local,
característica dos combustíveis convencionais, com as versões elétricas e híbridas.
Este efeito se repercutiu também de maneira positiva nos custos do veículo, onde
o valor presente simulado de US$ 11.093 dos custos com gasolina do Onix original passou
a US$ 5.225 com eletricidade no Onix-BEV.
Para o Brasil o caminho ainda parece longo, com uma participação muito limitada
destes veículos na frota, seja por motivos de disponibilidade, preço e falta de incentivo.
Dentre as principais barreiras presentes no cenário nacional, em comparação com o
padrão americano avaliado neste trabalho, destacam-se principalmente a maior carga de
impostos e uma maior instabilidade nos preços. Ainda assim, a exemplo de outros países,
é possível ter uma visão otimista da disseminação destes automóveis, principalmente se
o incentivo for crescente.
56
Finalmente, a partir deste trabalho torna-se possível indicar possíveis estudos
futuros que ampliem as análises desenvolvidas. Como destacado ao longo do texto, a
ferramenta computacional utilizada está em desenvolvimento e poderá aprimorar cada
vez mais suas análises e ampliar o número de sistemas de propulsão analisáveis. Desta
forma, poderão ser introduzidos outras arquiteturas veiculares na análise comparativa, em
especial os veículos à célula de combustível, tecnologia que tem se mostrado promissora,
principalmente na questão ambiental. Adicionalmente, como este trabalho focou na
utilização da aplicação Powertrain Comparison, um estudo futuro poderia ter seu foco na
aplicação Parametric Study do FASTSim, também descrita e com grande potencial de
construção de análises.
57
Referências Bibliográficas
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economy standards”. Disponível em: <https://www.automotiveworld.com/news-
releases/2017-global-update-light-duty-vehicle-greenhouse-gas-fuel-economy-
standards/> Acesso em 26 de Junho de 2017.
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[4] McKinsey & Company, “Electrifying insights: How automakers can drive electrified
vehicle sales and profitability”, Advanced Industries, Janeiro de 2017.
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conceitos básicos e potencialidades”, Cadernos CPqD Tecnologia, jul./dez. 2012.
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future”, Materials Today, 5 de Junho de 2015.
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Estimate Vehicle Efficiency, Cost and Performance”, SAE Technical Paper 2015-01-
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[12] DUVALL, M. “Batteries for Plug-In Hybrid Electric Vehicles”, The Seattle Electric
Vehicle to Grid (V2G) Forum, Seattle, Washington, 6 de Junho de 2005.
[13] CleanTechnica, “Tesla Model S & Nissan LEAF Clocked As World’s Best-Selling
Electric Cars In 2016”. Disponível em: <https://cleantechnica.com/2017/02/04/tesla-
model-s-clocked-as-worlds-best-selling-electric-car-in-2016/> Acesso em 24 de Junho
de 2017.
58
[15] Car and Driver, “Drag Queens: Aerodynamics Compared”. Disponível em:
<http://www.caranddriver.com/features/drag-queens-aerodynamics-compared-
comparison-test-drag-queens-performance-data-and-complete-specs-page-7> Acesso em
27 de Julho de 2017.
[17] Motor Trend, “2012 Tesla Model S First Drive”. Disponível em:
<http://www.motortrend.com/news/2012-tesla-model-s-first-drive/> Acesso em 27 de
Julho de 2017.
[18] Idaho National Laboratory. “2014 Tesla Model S 85 kWh: Advanced Vehicle Testing –
Baseline Vehicle Testing Results”, Advanced Vehicle Testing Activity, 10 de Maio de
2016.
[20] U.S. Environmental Protection Agency, “Fuel Economy - 2017 Nissan Leaf”. Disponível
em: <https://www.fueleconomy.gov/feg/Find.do?action=sbs&id=3842> Acesso em 27
de Julho de 2017.
[22] U.S. Environmental Protection Agency, “Fuel Economy - 2014 Tesla Model S 85 kWh”.
Disponível em: <https://www.fueleconomy.gov/feg/Find.do?action=sbs&id=34775>
Acesso em 27 de Julho de 2017.
59
[28] CleanTechnica, “Battery Lifetime: How Long Can Electric Vehicle Batteries Last? ”.
Disponível em: <https://cleantechnica.com/2016/05/31/battery-lifetime-long-can-
electric-vehicle-batteries-last/> Acesso em 9 de Setembro de 2017.
[29] Electrek, “Tesla confirms base Model 3 will have less than 60 kWh battery pack option,
cost is below $190/kWh and falling”. Disponível em:
<https://electrek.co/2016/04/26/tesla-model-3-battery-pack-cost-kwh/> Acesso em 17 de
Dezembro de 2017.
[30] Carros - iG, “Impostos: Saiba quanto custariam os carros no Brasil sem a alta carga
tributária”. Disponível em: <http://carros.ig.com.br/2017-03-02/carro-impostos.html>
Acesso em 9 de Setembro de 2017.
60
Apêndice A
Avaliação do Desgaste da Bateria
Ao longo da vida útil de um veículo recarregável, sua bateria passará por diversos
ciclos de recarga, com diferentes profundidades de descarga. Este fator está relacionado
diretamente com a energia que é introduzida em cada evento de recarga.
Onde:
61
0,05
0,045
0,04
0,035
Frequência
0,03
0,025
0,02
0,015
0,01
0,005
0
192
240
288
108
120
132
144
156
168
180
204
216
228
252
264
276
300
0
12
24
36
48
60
72
84
96
Distância (milhas)
62
Tabela 24 - Avaliação do Desgaste em Ciclos de Descarga para o Nissan Leaf 2012
Distância
Frequência 𝑬𝒓𝒆𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂 DOD 𝝎 𝝎/D
Entre Recarga
(%) (kWh) (%) (%) (%/mi)
(mi)
3,1 2% 0,9 4% 0,0013% 0,0004%
2,6 8% 1,9 8% 0,0035% 0,0006%
9,4 4% 2,8 12% 0,0064% 0,0007%
12,5 9% 3,7 15% 0,0098% 0,0008%
15,6 4% 4,6 19% 0,0135% 0,0009%
18,8 8% 5,6 23% 0,0177% 0,0009%
21,9 3% 6,5 27% 0,0221% 0,0010%
25,0 7% 7,4 31% 0,0269% 0,0011%
28,1 6% 8,4 35% 0,0319% 0,0011%
31,3 3% 9,3 39% 0,0372% 0,0012%
34,4 6% 10,2 43% 0,0428% 0,0012%
37,5 2% 11,1 46% 0,0486% 0,0013%
40,6 4% 12,1 50% 0,0546% 0,0013%
43,8 2% 13 54% 0,0609% 0,0014%
46,9 3% 13,9 58% 0,0673% 0,0014%
50,0 3% 14,9 62% 0,0740% 0,0015%
53,2 2% 15,8 66% 0,0808% 0,0015%
56,3 2% 16,7 70% 0,0879% 0,0016%
59,4 1% 17,6 74% 0,0951% 0,0016%
62,5 2% 18,6 77% 0,1025% 0,0016%
65,7 1% 19,5 81% 0,1101% 0,0017%
68,8 2% 20,4 85% 0,1178% 0,0017%
71,9 16% 21,4 89% 0,1257% 0,0017%
Para realizar este cálculo, o FASTSim utiliza seus principais ciclos de simulação,
o ciclo urbano (UDDS) e o ciclo de estrada (HWFET). Ambos os ciclos são avaliados
individualmente, contabilizando toda a energia recuperada como profundidade de
descarga.
63
A seguir está representada uma parte do ciclo urbano para o Leaf 2012, onde
ocorre um evento de frenagem regenerativa. Na primeira parte, tabela 25, estão indicados
os instantes selecionados do ciclo, assim como a velocidade do veículo e a energia da
bateria. Em seguida, na tabela 26 estão dispostos os cálculos de desgaste baseados na
energia recuperada.
Tabela 25 - Ilustração do ciclo UDDS para o Nissan Leaf 2012 de 115s até 123s
Instante (s) Vel. (MPH) Energia Atual (kWh)
115 31,7 22,398
116 28,6 22,404
117 25,3 22,411
118 22 22,416
119 18,7 22,421
120 15,4 22,425
121 12,1 22,428
122 8,8 22,430
123 5,5 22,430
Tabela 26 - Desgaste no ciclo UDDS para o Nissan Leaf 2012 de 115s até 123s
Energia Recuperada
Prof. Descarga (%) Desgaste (%)
Acumulada (kWh)
0,0328 0,137% 0,0000097%
Para contabilizar o efeito dos dois ciclos (urbano e estrada), este modelo considera
55% das viagens urbanas e 45% em estrada, somando-as através destas proporções.
Para quantificar a vida útil da bateria, deve-se estabelecer um valor médio total.
Através das frequências específicas de ocorrência dos desgastes de recarga obtêm-se um
valor médio de desgaste de recarga por distância percorrida. A este resultado, acrescenta-
64
se o desgaste médio de frenagem regenerativa calculado baseado nos ciclos urbano e de
estrada, como descrito.
100 %
= 102.571,8 mi
9,74927 ∗ 10−4 %
Portanto, a vida da bateria simulada para o Nissan Leaf 2012 é avaliada em 102.572
milhas (165.074 km).
65
Apêndice B
Cálculo da Potência de Frenagem Regenerativa
Entradas
Potência
nas Rodas Ciclo
Potência de
Velocidade Equação A Frenagem
Regenerativa
Limitada por
Captura de Regeneração
Máxima
Potência de
Regeneração
Limitada por
Máxima
Potência do
Motor Elétrico
Equação B
Máxima
Potência da
Bateria Limitada por
Potência de
Carga Máxima
da Bateria
66
Equação A:
Onde:
Equação B:
𝑃𝑜𝑡𝑟𝑒𝑔𝑒𝑛,𝑚á𝑥 = 𝐴𝑥 4 + 𝐵𝑥 3 + 𝐶𝑥 2 + 𝐷𝑥 + 𝐸
Onde:
Equação C:
Onde:
67
Apêndice C
Compilação de Resultados de Versões Onix-BEV
68