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1-Linguística

1.1- Introdução à linguística

A linguística é uma disciplina que estuda as línguas humanas, seus usos,


variações e evoluções ao longo do tempo. No Gabão a diversidade
linguística é um traço marcante da sua cultura e
sociedade.
O Gabão é uma nação com uma população
linguisticamente diversa, com mais de 40
idiomas diferentes sendo faladas em seu
território. Essa diversidade na região é devida à
presença de vários grupos étnicos e culturais,
cada com seus próprios costumes e dialetos. A
língua oficial do Gabão é o francês,
amplamente falado tanto em contextos
profissionais quanto sociais. No entanto, outras
línguas com importante significado
“Tesouro linguístico” cultural e
histórico também são faladas em grande parte
https://wp.ufpel.edu.br/tesouro-
linguistico/category/literatura/
do país, como: O fang, que é o idioma tribal
mais falado, myéné e punu. Nesse contexto, o estudo da linguagem
gabonesa torna-se indubitável quando se diz em entender a complexidade
da diversidade linguística, as suas características e o seu papel na
sociedade.

1.2- Línguas Nativas

Como foi decretado após sua


independência, em 1960, e confirmado pela
Constituição da República Gabonesa de
1991, o francês é o idioma oficial do país,
sendo usando, mormente, em questões
comerciais, políticas e outras formas formais
de se expressar. Nada obstante, entre as
muitas línguas gabonesa, destaca-se os
idiomas nacionais: fang, myéné e punu.
A língua Punu é principalmente falada no
Gabão, assim como em partes da República
do Congo e da República Democrática do
Congo. É uma língua Bantu com uma sintaxe
complicada que inclui classes de substantivos
e concordância de gênero. A língua Punu é
conhecida por seu rico legado musical, com
“Mapeamento étnico” divisão de povos gaboneses
inúmeras canções tradicionais que contêm https://geografia.hi7.co/mapas-de-etnias-nacoes-e-
paises-no-continente-africano-56c3d004f25b3.html
harmonias vocais distintas e ritmos de tambores. O sistema de escrita da
língua Punu foi estabelecido recentemente e é principalmente usado por
cristãos que desejam ler a Bíblia na língua.
A língua Fang, também falada em áreas dos Camarões, Guiné Equatorial
e Congo. É uma língua Bantu e é notável por suas formas verbais
complexas e sua rica herança oral de contos populares e folclore. A língua
Fang é escrita no alfabeto latino, embora um sistema de escrita único
também tenha sido estabelecido. Além disso, a língua Fang é usada em
vários gêneros de música popular, como a música assiko gabonesa.
O grupo étnico Nzebi, fala a língua Nzebi. É uma língua Ogbom, uma
subfamília advinda da família de línguas Bantu, que é principalmente falada
na África Central e é notável por suas formas verbais complicadas e
concordância de gênero. A língua Nzebi é escrita em latim e é
principalmente utilizada em situações familiares e comunitárias. Os Nzebis
são reconhecidos por suas tradições artísticas e artesanais, e
frequentemente combinam seus padrões distintos em suas roupas e
decorações. A língua Nzebi é fundamental para a preservação dessas
heranças culturais e históricas.
Como já foi apresentado, a linguística gabonesa é dívida em famílias, ou
seja, agrupamentos de línguas que compartilham características
semelhantes, como a estrutura gramatical, vocabulário, sons e fonemas.
Essas famílias são usadas por linguistas e estudiosos para classificar e
estudar a fala em todo o mundo. Cada família pode ser dividida em
subgrupos menores, como as línguas Bantu que têm mais de 500 idiomas
diferentes, ou a família Niger-Congo que inclui várias subfamílias. O estudo
das famílias linguísticas ajuda a entender a diversidade linguística em todo
o mundo.
A família Bantu inclui muitas línguas faladas na África Central, Oriental e
Austral, incluindo o Fang e o Punu, que são duas línguas amplamente
faladas no Gabão. Essas línguas compartilham muitas características
gramaticais, como o sistema de classes de substantivos e a concordância
nominal.
A família Adamawa-Ubangi inclui línguas faladas na África Central e
Ocidental, incluindo o Nzebi, uma língua falada principalmente no Gabão. O
Nzebi é conhecido por sua complexidade gramatical, incluindo verbos com
formas intricadas e acordos de gênero.
Finalmente, a família Niger-Congo inclui uma grande variedade de
línguas faladas em toda a África Subsaariana, incluindo muitas das línguas
mais faladas na região. Por ser uma espécie de macrofamília, ela engloba a
Família Bantu e as línguas presentes nessa.

2- Legislação local
2.1- Regulamento Nacional

O Gabão é uma república presidencialista, com o presidente sendo o


chefe de Estado e o primeiro-ministro o chefe de governo. O país tem um
sistema multipartidário, mas historicamente o Partido Democrático Gabonês
tem dominado a política gabonesa desde a independência em 1960.
O sistema jurídico do Gabão é baseado no direito francês, com tribunais
de primeira instância, tribunais de apelação e um tribunal superior. O país
tem uma Constituição que garante direitos fundamentais aos cidadãos,
incluindo a liberdade de expressão, reunião pacífica e associação, assim
como o direito à propriedade privada e igualdade perante a lei. O Código
Penal, Código Civil, Código Comercial e Código de Processo Civil, são
exemplos de ordenamentos jurídicos baseados na legislação francesa.

2.2 Regulamento tribal

No entanto, o Gabão também tem um sistema de leis tribais que coexiste


com o sistema jurídico nacional. Essas leis tribais são muitas vezes
baseadas em tradições orais e costumes locais, e são aplicadas por chefes
tradicionais e conselhos tribais. Em algumas áreas rurais do Gabão, para os
participante da tribo, as leis tribais são consideradas mais importantes do
que as leis nacionais e são aplicadas em questões como casamentos,
herança e disputas territoriais.
Não obstante, quando há um conflito entre leis nativas e estaduais, há
prioridade direcionada ao regulamento nacional. Entretanto, esses tipos de
conflitos têm a tendência de serem resolvidos com acordos formais entre a
tribo envolvida e o Governo, gerando uma flexibilidade no código oficial do
país.
Um exemplo dessa versatilidade está no reconhecimento do uso de
entorpecentes na pratica do Bwiti, uma cerimônia religiosa exercida,
mormente, pelo grupo Fang, que vai contra a Lei nº 042/2018 art. 250 do
Código Penal gabonês, que estabelece pena para quem fabrica, vende ou
transporta droga ilegalmente; Lei nº 042/2018 art. 253 também do Código
Penal gabonês, que pune a posse de drogas ilícitas para o consumo
pessoal; e a Lei nº 016/2007 art. 4°, que é usada para fins de combate ao
tráfico ilícito de substâncias psicotrópicas.

3- diversidade étnica

Retomando o que já foi dito, o Gabão é um país conhecido por sua rica
diversidade étnica, com cerca de 40 grupos étnicos distintos. Cada um
desses grupos étnicos tem sua própria cultura, tradições, idioma, danças e
música, o que contribui para a rica história e cultura do país. Essa
diversidade étnica é um dos aspectos mais fascinantes e distintivos do
Gabão, tornando-o um destino interessante para aqueles que desejam
conhecer mais sobre a cultura africana. A seguir, algumas das principais
características culturais de alguns dos grupos étnicos mais proeminentes do
Gabão, incluindo os Punu, Fang e Nzebi.
O grupo étnico Nzebi, encontrado principalmente no nordeste do Gabão, é
conhecido por suas tradições musicais e danças distintas. A música
executada em instrumentos tradicionais, incluindo
tambores, flautas e instrumentos de cordas, é
frequentemente usada para acompanhar suas
danças. A dança "Ndjobi" e a dança "Koumou" são
dois exemplos de danças Nzebi bem conhecidas.
Os Nzebi também são conhecidos por sua
experiência em cerâmica. Eles usam
procedimentos convencionais de modelagem e
queima para produzir itens ornamentais e
funcionais, como pratos, potes, potes e outros
recipientes. Sua cerâmica, amplamente apreciada
“Máscara Punu” como arte popular em todo o Gabão, é
frequentemente ornamentada com desenhos geométricos e de animais.
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/mascaras-africanas/
Os povos Punu e Fang têm tradições musicais e dançantes incrivelmente
ricas. Por exemplo, o grupo étnico Punu é conhecido por sua música vocal,
que frequentemente apresenta harpas e flautas. Eles são particularmente
conhecidos por suas máscaras esculpidas em madeira, que são usadas
durante as danças cerimoniais.
Por outro lado, o povo Fang é conhecido por seu talento em tecelagem e
arte. Maracas e outros instrumentos de percussão são frequentemente
usados para acompanhar suas danças. As máscaras fang, como as feitas
pelo povo Punu, são altamente valorizadas como arte popular no Gabão e
são regularmente exibidas em museus internacionais.

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