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3 – Curto

Curto--Circuito nas Instalações Industriais

 As correntes de curto‐circuito são geralmente causadas pela perda de isolamento de algum 
elemento energizado (cabo, transformador, motor);

Podem chegar a valores entre 10 a 100 vezes o valor nominal (dependem da localização da 
falta);

 A estimação das correntes de curto‐circuito é fundamental para elaboração do projeto do 
sistema de proteção;
i d ã

 Os danos provocados na instalação ficam condicionados à intervenção/atuação da 


proteção;

As correntes de falta podem provocar queima de componentes da instalação assim como 
p p q p ç
gerar solicitações de natureza mecânica sobre os barramentos, chaves e condutores;

 Fontes de corrente
de corrente de curto‐circuito: geradores, capacitores
de curto circuito: geradores capacitores e motores
e motores de indução;
de indução;

1
3 – Curto
Curto--Circuito nas Instalações Industriais

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3 – Análise das Correntes de Curto
Curto--Circuito 3

 Posição em relação ao eixo dos tempos:
Corrente simétrica Parcialmente assimétrica Totalmente assimétrica Assimétrica e simétrica

 Curto‐circuito nos terminais do Gerador Síncrono

( ’’)):
1.Reatância subtransitória (Xd
• Td’’=50 ms
2.Reatância transitória (Xd’):
• Td’=1500 a 6000 ms
3.Reatância síncrona (Xs):
• Td =100 a 600 ms
3 – Análise das Correntes de Curto
Curto--Circuito 4

Curto‐circuito distante dos terminais do gerador


Icis: Componente alternado inicial de falta 
(eficaz);
p (p );
Icim: Impulso da corrente de falta (pico);
Ics: Corrente de falta permanente ou corrente 
de falta simétrica (eficaz);
Ct: Constante de tempo.

Z t  Z d  Xd '' , Xd ' , Xd  I cis  I cs

Formulação Matemática:
  t   2t 
I cc (t )  2  I cs   sen t       e Ct  sen      
  I ca  I cs  1  2  e  Ct 

X X
Ct  ( s)   arctg   Fa: Fator de assimetria
2   f  R R

 :deslocamento angular da tensão, Ica: corrente eficaz assimétrica de falta


medido no sentido positivo da variação
dV/dt de V=0 até o instante do defeito t=0.
3 – Análise das Correntes de Curto
Curto--Circuito 5
3 – Análise das Correntes de Curto
Curto--Circuito 6

t=1/4 ciclo – t=0,00416 s – valor de pico do primeiro semi‐ciclo.


3 – Análise das Correntes de Curto
Curto--Circuito 7

Tipos de Curto‐Circuito.  Importância e emprego:

• Apresentam os maiores valores de corrente de falta; 


Ajustes dos dispositivos
•Ajustes dos dispositivos de proteção
de proteção contra sobrecorrente;
contra sobrecorrente;
• Capacidade de interrupção dos disjuntores;
p
• Capacidade térmica dos cabos e equipamentos;
q p ;
• Capacidade dinâmica dos equipamentos.
Trifásico

• Apresentam os menores valores de corrente de falta; 


• Ajustes dos valores mínimos de sobrecorrente;
• Seção mínima do condutor da malha de terra;
• Limite das tensões de passo e de toque;
• Dimensionamento de resistor de aterramento.
M
Monofásico
fá i a terra
t
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 8
Terminal de motores
Ponto de entrega de energia
Ponto de entrega de energia

Barramento CCM

Barramento QGF

Zg – Impedância do gerador.
t – Impedância
Ztr pedâ c a do
do sistema de Transmissão.
s ste a de a s ssão
Zstr – Impedância do sistema de Subtransmissão.
Zdis – Impedância do sistema de Distribuição.
Zs – Impedância reduzida do sistema.
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 9

Layout de uma indústria para cálculo das correntes de curto‐circuito 
y p
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 10

Impedância reduzida do sistema

Impedância do transformador

B Impedância do circuito de baixa tensão

C
D Impedância do barramento QGF
E

Impedância entre QGF e CCM


Impedância entre QGF e CCM

I
Impedância entre CCM e Motor
dâ i t CCM M t

G
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 11

Impedância reduzida do sistema (Zus)
a) Resistência (Rus): 
Rus  0 (resistência do sistema de suprimento é muito pequena em relação a reatância).
b) Reatância (Xus):
Scc : potência de curto-circuito no ponto de entrega (kVA)
Vnp : tensão nominal primária no ponto de entrega (kV)
Scc  3  Vnp  I cp (kVA)
I cp : corrente de curto-circuito simétrica (A)
Sb
X us  ( pu ) Z us  Rus  jX us ( pu )
Scc

Impedância dos Transformadores da Subestação (Zut)
Dados:
• Potência nominal Snt dada em kVA.
• Impedância percentual Zpt. (mudança de base do transformador para o sistema)
• Perdas ôhmicas no cobre P
d ôh b cu em W.
• Tensão nominal Vnt em kV.
a) Resistência (Rut)
2
Sb  Vnt  R pt 
Pcu
(%) ou R pt 
Pcu
Rut  R pt     ( pu ) ( pu )
Snt  Vb  10  S nt 1000  Snt
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 12

b) Reatância (Xut): 
2
Sb V 
Z ut  Z pt    nt  ( pu )  X ut  Z ut2  Rut2 ( pu )
S nt  Vb 
Impedância do circuito que conecta o transformador ao QGF (Zuc)
Ru  Lc1
Rc1  ()
1000  N c1
X u  Lc1 Ru : resistência do condutor de sequência positiva em m /m.
X c1  ( )
1000  N c1 X u : reatância do condutor de sequência positiva em m /m.
Sb Lc1: comprimento do circuito, medido entre os terminais do
Ruc1  Rc1  ( pu )
1000 Vb 2 transformador e o ponto de conexão com o barramento (m).
N c1: número de condutores por fase do circuito mencionado.
Sb
X uc1  X c1  ( ppu ) Z1cir : impedância do circuito
circuito, compreendendo transformador
1000  Vb 2

e os condutores em  ou pu.
Z uc1  Ruc1  jX uc1 ( pu ) N trp : número de transformadores em paralelo.
Z1cir Z uc1  Z ut
Z c1   ( pu )
Ntrp N trp
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 13

Impedância do barramento do QGF (Zub1)

Ru  Lb1
Rb1  ()
1000  N b1
X u  Lb1
X b1  ( )
1000  N b1 Ru : resistência da barra em m /m.
Sb X u : reatância da barra em m /m.
Rub1  Rb1  ( pu )
1000  Vb 2
Lb1: comprimento da barra (m).
Sb N b1: número de barras em paralelo.
X ub1  X b1  ( pu )
1000  Vb 2

Z ub1  Rub1  jX ub1 ( pu )


Notas:
1. As impedâncias dos circuitos entre o QGF e CCM (Zuc2) e entre o CCM e Motor (Zuc3) são 
calculadas analogamente a impedância do circuito Zuc1.
2. A impedância do barramento do CCM1 é desprezada devido sua pequena dimensão. No 
caso de barramentos de grandes dimensões (acima de 4 m) considera‐se o efeito de sua 
impedância.
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 14

Corrente simétrica de curto‐circuito trifásico (sem contato a terra)


Para o cálculo dessa corrente de falta em qualquer ponto do circuito, procede‐se a soma 
vetorial de todas as impedâncias calculadas até o ponto desejado através da equação:
n
Z utot    Rui  jX ui  ( pu ) Rui , X ui : resistências e reatâncias em pu até o ponto de defeito.
i 1

Ib
Ics  (kA) I cs : corrente de falta simétrica trifásica (valor eficaz).
1000  Z utot
C
Corrente
t assimétrica
i ét i de curto‐circuito trifásico (sem contato a terra)
d t i it t ifá i ( t t t )

I ca  Fa  I cs (kA) I ca : corrente de falta assimétrica trifásica (valor eficaz).

Impulso da corrente de curto‐circuito

I cim  2  I ca (kA) I cim : impulso da corrente de falta (valor de pico).


pico)

Corrente bifásica de curto‐circuito

3
I cb   I cs (kA) I cb : corrente de falta bifásica sem contato a terra (valor eficaz).
2
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 15

Corrente simétrica de curto‐circuito fase‐terra – Casos considerando a impedância a terra

Lado secundário da subestação


impedância desprezível
Lado primário da subestação

Lado secundário da subestação


impedância considerada
impedância considerada
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 16

Corrente simétrica de curto‐circuito fase‐terra

Rct : resistência de contato ou de arco.


Rmt : resistência da malha de terra.
Rat : resistor
i de
d aterramento.
40
Rct   13,33 
3
Rmt : Calculada através do terrômetro.
(permitido  10 )

• Corrente de curto‐circuito fase‐terra máxima


3  Ib
Icftma  (A)
2  Z utot  Z u 0t  Z u 0 c Z : impedância de sequência zero do transformador em pu.
u 0t

Z u 0 c  Ru 0 c  jX u 0 c ( pu ) Z u 0 c : impedância
p de sequência
q zero dos cabos em pu
p .
Rc 0 , X c 0 :resistência e reatância de sequência zero (dados do cabo).
Sb
Ru 0 c  Rc 0  ( pu ) Obs: Na prática pode‐se desprezar a impedância de
1000  Vb 2
sequência zero dos barramentos (QGF,
(QGF QDL e CCMs).
CCMs)
Sb
X u 0c  X c 0  ( pu ) Para o transformador a impedância de seq. zero é igual a
1000  Vb 2
de seq. positiva, isto é: Z u 0t =Z ut
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 17

Diagrama de Sequência
de Sequência Zero para Transformadores
Zero para Transformadores
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 18
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 19

• Corrente de curto‐circuito fase‐terra mínima

3  Ib
Icftmi  (A)
2  Z utot  Z u 0t  Z u 0 c  3   Ruct  Rumt  Ruat 

Sb
Ruct  Rct  ( pu )
1000  Vb 2

Ruct : resistência de contato ou de arco em pu.


Sb
Rumt  Rmt  ( pu ) Rumt : resistência da malha de terra em pu.
1000  Vb 2
Ruat : resistor de aterramento em pu.
Sb
Ruat  Rat  ( pu )
1000  Vb 2

Nota: É muito difícil precisar o valor da corrente de falta fase‐terra mínima em virtude da longa
faixa de variação que a resistência de contato pode assumir nos casos práticos. Logo, em geral,
pode‐se considerar somente a parcela da resistência da malha de terra, cujo valor pode ser obtido
através da medição da resistência de terra utilizando‐se um terrômetro.
terrômetro
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 20

 Contribuição dos motores de indução nas correntes de falta


Diagrama de Impedâncias

Diagrama Unifilar
Contribuição dos 
motores

• Pequenos motores em tensões de 220V, 380V e 440V: reatância do agrupamento igual a 25% na base 


da soma das potências individuais. Grandes motores considerar separadamente.
da soma das potências individuais Grandes motores considerar separadamente

X gm  25%  0, 25 ( pu ) (nas bases de  Pnm e Vnm )


2
Sb V 
X ugm  0, 25    nm  ( pu ) (nas bases de Sb e Vb )
 Pnm  Vb 
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 21

Exemplo de Aplicação 3.1: Considere a indústria representada na Figura abaixo. Pede‐se:


Calcular
l l os valores
l d
de corrente d
de curto‐circuito nos terminais de alimentação
d l d
do CCM3.
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 22

 Dados do sistema elétrico da indústria:
D d d it lét i d i dú t i

• Tensão nominal primária: Vnp=13,80 kV.

• Tensão nominal secundária: Vns=380 V.

• Impedância percentual do transformador: Zppt=5,5%.

• Potência nominal do Transformador: Snt=1000 kVA.

• Corrente de curto‐circuito
de curto circuito simétrica no ponto de entrega de energia, fornecida pela 
no ponto de entrega de energia fornecida pela
concessionária local: Icp=5000 A.

• Comprimento
p do Circuito TR‐QGF=15 m.
Q

• Barramento do QGF: duas barras de cobre justapostas de 80x10mm.

• Comprimento da barra do QGF: 5 m.
C i d b d QGF 5

• Comprimento do Circuito QGF‐CCM3: 130 m.

• Resistência de contato do cabo com o solo (falha de isolação): 40/3 Ω.

• Resistência da malha de terra: 10 Ω.
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 23
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 24
3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 25

Exemplo de Aplicação 3.2: Considerando a mesma instalação industrial do exemplo 3.1, 


d
determinar as correntes de curto‐circuito
d na barra
b d
do CCM3 considerando
d d a contribuição
b d
dos 
motores a ela ligados. As potências dos motores instalados no CCM3 são:
• Motores de C1 a C12: 5 cv // 380 V – IV polos;
p ;
• Motor D1: 100 cv / 380 V – IV polos.

Diagramas Unifilares para resolução do exemplo 3.2.


3 – Determinação das Correntes de Curto-
Curto-Circuito 26

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