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CENTRO PAULA SOUZA

ETEC DARCY PEREIRA DE MORAES


ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO MÉDIO EM SECRETARIADO

Daniela Antunes Lopes


Isabella Beatriz Gomes de Moraes
Kaiquê Nunes Batista

O ASSÉDIO MORAL COMO INSTRUMENTO DE ABUSO DE PODER


E CONTROLE OPRESSOR PRATICADO NO AMBIENTE
CORPORATIVO

Itapetininga – SP
2022
CENTRO PAULA SOUZA
ETEC DARCY PEREIRA DE MORAES
ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO MÉDIO EM SECRETARIADO

Daniela Antunes Lopes


Isabella Beatriz Gomes de Moraes
Kaiquê Nunes Batista

O ASSÉDIO MORAL COMO INSTRUMENTO DE ABUSO DE PODER E


CONTROLE OPRESSOR PRATICADO NO AMBIENTE CORPORATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Ensino Técnico Integrado ao Médio em
Secretariado, da ETEC Darcy Pereira de
Moraes, como requisito parcial obrigatório para
obtenção do título de Técnico em Secretariado.

Orientador: Prof. Esp.: Ronaldo Oliveira


Santos

Itapetininga – SP
2022
DANIELA ANTUNES LOPES
ISABELLA BEATRIZ GOMES DE MORAES
KAIQUÊ NUNES BATISTA

O ASSÉDIO MORAL COMO INSTRUMENTO DE ABUSO DE PODER E


CONTROLE OPRESSOR PRATICADO NO AMBIENTE CORPORATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito parcial obrigatório para obtenção do
título de Técnico em Secretariado do curso de
Ensino Técnico Integrado ao Médio da ETEC Darcy
Pereira de Moraes, avaliado pela banca
examinadora formada pelos seguintes docentes:

Ass.___________________________________
Presidente: Prof. Esp. Ronaldo Oliveira Santos

Ass.___________________________________
1° Examinador: Prof.ª

Ass.__________________________________
2° Examinador: Prof.ª

Nota:
Itapetininga, 07 de dezembro de 2022.
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus, pois sem ele não seríamos nada,
aos nossos pais, família, amigos e a todos os professores deste curso, em especial
ao nosso professor: Ronaldo Santos, que sempre esteve presente nos ajudando e
orientando desde o início desta monografia.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos principalmente a Deus por ter dado nos saúde e força para superar
todas as dificuldades impostas a nós até aqui. A Etec Darcy Pereira de Moraes, seu
corpo docente, direção e administração que nos deram a oportunidade de um ótimo
aprendizado, visando um futuro melhor. Aos nossos pais, pelo amor, incentivo e
apoio. E a todos que fizeram parte de nossa formação, o meu muito obrigado.
Que todos os nossos esforços estejam sempre focados
no desafio à impossibilidade. Todas as grandes
conquistas humanas vieram daquilo que parecia
impossível

Charles Chaplin
RESUMO

Esta pesquisa nos objetivou o que é assédio moral, como que ele se caracteriza,
quando identificar o que é assédio moral e o que não é, desde quando esse
fenômeno ocorre, quais as medidas que devemos tomar diante do acontecido, quais
são as suas consequências, identificar o perfil do agressor, o que as empresas
devem fazer e quais as soluções que podem ser tomadas. Pois sabemos que o
assédio é uma prática que ocorre a muitos anos e não era falado e visto, e hoje em
dia podemos ver que é mais discutido sobre o assunto e que a sociedade busca
para entender os princípios básicos e compreender caso passe por alguma situação
dessa.

PALAVRAS-CHAVE: Assédio moral; Violência; Ambiente corporativo e Abuso de


poder
ABSTRACT

This research aims at moral harassment, as what identifies what is moral harassment
and what does not occur, since this phenomenon occurs, what measures should we
take in the face of the study, what are its consequences, what are its consequences .
What are the profile of the aggressor, what should be the solutions that can be taken
and taken. Because we know that harassment is a practice that has been going on
for many years and was not talked about and seen, and nowadays we can see that it
is more discussed about the case that society seeks to understand the basic
principles and understand its situation.

KEYWORDS: Bullying; Violence; Corporate environment; Abuse of power.


LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Porcentagem de homens e mulheres...................................................................24
Figura 2 - Índice de vítimas de assédio moral.......................................................................25
Figura 3 - Índice de vítimas de assédio sexual......................................................................25
Figura 4 - Controlde de avistamento assédio em público......................................................26
Figura 5 - Controle ciência de qual ação tomar.....................................................................27
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................12

2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA..............................................................12

3. ORIGEM DO SECRETARIADO......................................................................13

4. CONCEITOS....................................................................................................14

4.1 ASSÉDIO MORAL.............................................................................................14

4.2 ASSÉDIO SEXUAL............................................................................................14

4.3 DANO MORAL...................................................................................................15

5. TIPOS DE ASSÉDIO MORAL.........................................................................16

6. COMO AGIR....................................................................................................16

7. ABUSO DE PODER........................................................................................17

8. LEIS E DIREITOS............................................................................................17

8.1 LEI CONTRA ASSÉDIO MORAL......................................................................17

8.2 DIREITO TRABALHISTA..................................................................................20

8.3 CÓDIGO DE ÉTICA DAS EMPRESAS.............................................................20

9. PAPEL DO RH.................................................................................................24

10. PESQUISA DE CAMPO REALIZADA NA ESCOLA TECNICA: DARCY


PEREIRA DE MORAES......................................................................................25

10.1 PORCETAGEM DE HOMENS E MULHERES...............................................25

10.2 VÍTIMAS DE ASSÉDIO MORAL.....................................................................26

10.3 VÍTIMAS DE ASSÉDIO SEXUAL....................................................................26

10.4 ASSÉDIO MORAL EM PÚBLICO...................................................................27

10.5 QUAIS MEDISAS TOMAR?............................................................................27

11. COMODISMO, UMA FALSA SENSAÇÃO DE BEM-ESTAR......................28

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................30

REFERÊNCIAS...........................................................................................................32
12

1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho, abordaremos sobre como agir, meios de denúncias e leis protetivas,
iremos falar também sobre canais de ajudas e as formas de assédio existentes,
acompanhados de porcentagens de pessoas que sofreram tal ato.

O assédio moral é um assunto antigo que tomou grandes proporções por meio da
internet.

Um tema que ficou bem recorrente, usado como instrumento de abuso de poder
utilizado não só por chefes, e sim por vários cargos dentro de uma empresa, não é
de hoje.

Desde os primórdios, tanto o Assédio moral quanto o Assédio físico são praticados
em todo e qualquer ambiente, não se privando apenas ao ambiente corporativo.

Esta ferramenta é utilizada como uma arma contra os profissionais, que muitas
vezes tem vergonha ou medo de denunciar o agressor, também vale lembrar que,
muitos desconhecem as leis que os protegem e os meios de denúncias anônimas
que estão disponíveis para estes casos, algumas vezes mesmo denunciando, o
agressor infelizmente continua impune ou a empresa acaba abafando o caso para
dentro dela, pois não querem manchar a reputação.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

A BASTA DE ASSÉDIO MORAL [...] descreve:

Tal abuso tem recorrência histórica por todo o mundo, sobretudo nas
sociedades ocidentais industrializadas, nas quais o mercado de trabalho é
um campo de batalha do qual muitos se aproveitam de forma perversa em
busca de melhores resultados.

O assédio moral não é algo novo, mas a discussão do tema sim. Desde os
primórdios da humanidade e do surgimento do trabalho o assédio moral
existe e participa do processo disciplinar: nos ofícios dos antigos artesãos;
nos casos de escravidão; nos feudos da Idade Média; nas indústrias da Era
Moderna pós-Revolução Industrial e perdura ainda e até hoje.

Até antes dos anos 90, os estudos embasavam-se na área de saúde do


trabalho e em estudos sociológicos que analisavam as mudanças de
estrutura e as relações de trabalho. Apenas na década de 1990 inicia a
discussão e o próprio conceito de assédio moral no trabalho.

Com base no texto acima, entende-se que o assédio moral, não é um fenômeno
novo, mas sim uma prática que ocorre a muitos anos atrás, porém não era tão
falado, como nos dias atuais e com isso naquela época as pessoas que sofriam
esses tipos de conduta, não denunciavam por conta do medo, perseguição e
13

ameaças que eram sofridas, e que ainda sofrem, já que também não era um assunto
tratado de uma grande importância para a sociedade. Podemos perceber que as
mulheres são as principais vítimas desses atos, pois os homens querem se sentir
superior a uma mulher, e insinuar que a mulher não tem capacidade de trabalhar
naquele determinado setor.

O assédio moral tem a intenção de causar danos à uma pessoa, como expor,
humilhar, constranger o indivíduo na frente de outras pessoas, fazer com que a
pessoa pense que não é capaz de realizar aquele serviço, e levar o indivíduo
desenvolver sérios problemas emocionais, físicos e psicológicos, levando a ter
vários transtornos, pois quando o indivíduo sofre com esse tipo de assédio, a
produtividade no campo de trabalho abaixa Infelizmente o assédio moral não era
considerado crime naquele tempo, porém a lei foi reconhecida em março de 2019
aqui no Brasil. Já que em outros países a lei já era reconhecida, e podemos dizer
que o abuso de poder também se caracteriza no assunto abordado, já que o
superior que comete essa conduta de prejudicar o funcionário, se beneficiar a si
mesmo, e beneficiar terceiros, ou para se sentir satisfação pessoal, isso é
considerado também assédio moral.

3. ORIGEM DO SECRETARIADO
Segundo SABINO (2004), a profissão de secretário (a) teve início nos primórdios da
humanidade, com os escribas, homens dominantes da escrita, responsáveis por
redigir as leis e decretos descritos por seus governantes e com altos cargos na
sociedade. Séculos mais tarde, a profissão foi passada para os monges.

Após o fim das duas guerras mundiais, por falta de mão de obra masculina, as
mulheres tomaram posse de inúmeros cargos empregatícios e dentre eles, estava o
secretariado, que sem um molde para seguir, foi redigido da maneira que as
mulheres eram acostumadas a comandar suas casas, sendo submissas a seus
chefes e incapazes de tomar decisões.

Somente na década de 70 o cargo recebeu uma formação superior e deixou de ser


apenas uma demonstração de poder dentre os presidentes de empresas da época.
E em 1.980 teve seu primeiro sindicato.
14

Ainda assim, a profissão não era como nos dias atuais, tinha ligação direta com a
gerência e era incapacitada de demonstrar resultados e ampliar sua área de
atuação. Somente na década de 90 essa ligação foi quebrada, dando origem a um
interesse na profissão por parte dos homens e rendendo ao cargo o título de
profissão mais crescente do ano de 1.997 pela ONU (Organização das Nações
Unidas).

Na atualidade, a profissão de secretariado tem evoluído incessantemente e obrigado


os ocupantes de seus cargos a evoluírem também, buscando se adaptar entre as
novas condições de trabalho e mostrar rendimento, fazendo com que se abra um
leque de oportunidades de evolução da profissão.

Infelizmente, por estarmos numa transição de gerações, a profissão tem sofrido


muito com parâmetros e obrigações antigos, parâmetros esses que se referem ao
secretário(a) como uma máquina que deve aguentar toda ira e desprezo de seus
companheiros de trabalho e superiores, o que atualmente é caracterizado como
assédio moral.

4. CONCEITOS

4.1 ASSÉDIO MORAL

De acordo com a BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE (2022):


Assédio moral é toda e qualquer conduta que caracteriza comportamento
abusivo, frequente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou
escritos que possam ferir a integridade física ou psíquica de uma pessoa,
vindo a pôr em risco o seu emprego ou degradando o seu ambiente de
trabalho.

Ou seja, é todo e qualquer comportamento que acabe gerando certo desconforto


para com a vítima, podendo ele ser executado por meio de palavras ou gestos e
colocando em risco tanto sua integridade mental quanto física.

4.2 ASSÉDIO SEXUAL


SOBRINHO (2022) afirma que:
Para o conceito de assédio sexual é determinante o comportamento
subsequente à não aceitação da proposta de índole sexual. Assim, se a
outra parte não se mostra inclinada a aceitar essa proposta e mesmo assim
continua sendo abordada na mesma direção, nesse momento surge a figura
do assédio sexual.
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Sendo assim, o assédio sexual se caracteriza pela insistência e realização do ato


sexual sem o consentimento da vítima, gerando assim, danos à sua integridade
moral pessoal, danos físicos e até mesmo psíquicos
4.3 DANO MORAL
LAZZARIN (2021) explica.

O Dano Moral, para tanto, não pode ser um evento qualquer, que configure
mero aborrecimento do dia a dia. Por exemplo, um voo cuja partida atrase
trinta minutos é mero aborrecimento. Mas se o atraso for de cinco horas,
pode causar a perda de um compromisso importante ou de conexão para
outro voo. Nesse último caso, pode configurar-se um dano moral. O dano
moral pode decorrer de eventos mais graves. Como erro médico que deixe
sequelas físicas, ou a morte de um familiar.

O dano moral é de difícil quantificação. Pois não se pode atribuir um valor


econômico à vida humana, à integridade física, ou à tranquilidade de
alguém. Por isso, o valor da indenização deve ser obtido através de
parâmetros normalmente definidos pela jurisprudência como sendo capaz
de indenizar o dano.

O Dano Material

Já o valor do dano material é bem mais simples de ser quantificado. Na


medida em que se expressa pelo valor necessário à reparação do prejuízo
econômico sofrido. Um orçamento definirá qual a importância necessária ao
conserto de um veículo danificado num acidente de trânsito, por exemplo.

Ou seja, o dano moral tem origem do latim DAMNUM, e podemos dizer que o dano
moral pode danificar o psicológico de uma pessoa, como os direitos, o nome, e ferir
a sua intimidade, e com todos esses acontecimentos, ocorrem as indenizações que
é uma prática subjetiva, porém a pessoa tem que provar que sofreu algum tipo de
dano, pois o dano moral só vai ser identificado se ocorreu alguma lesão há algum
direito da pessoa, como o nome, a privacidade, e a imagem da pessoa. Para poder
provar que já sofreu o dano, tem que coletar provas, prints de conversas, anotar os
nomes, e até mesmo hora e a data, para comprovar que o indivíduo sofreu esses
atos.

E podemos destacar que existem alguns tipos de dano moral, são eles: assédio
moral, assédio sexual, discriminação e vários mais, pois tudo isso se interliga um ao
outro, que podem ocasionar o dano moral.

Já o dano material ocorre quando a pessoa sofre algum prejuízo do patrimônio,


como acidente de trânsito, ou queda de muro diante a sua propriedade. Isso é
reconhecido como dano material, e o indivíduo pode pedir uma indenização perante
essas ações, porém antes de tudo isso, a pessoa terá que ter provas, como: fotos,
os documentos, mostrar orçamentos para provar que teve prejuízos desses atos, e
até mesmo reunir o máximo de testemunhas, para elas confirmarem o ocorrido.
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5. TIPOS DE ASSÉDIO MORAL


Segundo FACURE (2015), existem várias formas de assédio moral, divididas
inicialmente em três vertentes, sendo elas vertical, horizontal e organizacional.

I. Vertical ascendente, é o menos comum dentro da empresa, ocorrendo


quando o funcionário de posição inferior prática o assédio contra seu
diretor, geralmente isso ocorre quando o funcionário tem acesso
restrito da empresa ou de seu diretor, usando isso ao seu favor como
forma de chantagens.

II. Vertical descendente, é o assédio mais comum dentro das empresas,


que acontece quando o funcionário sofre o assédio por seu superior
dentro da empresa, utilizando apelidos pejorativos que deixam a vítima
visivelmente desconfortável

III. O assédio moral horizontal, ocorre quando um funcionário prática o


assédio contra um colega do mesmo nível hierárquico na corporação,
por meio de deboches, intolerância religiosa, conflitos internos,
orientação sexual, bullying, e até mesmo assédio sexual.

IV. O assédio moral organizacional, é motivado quando o funcionário sofre


abusos psicológicos causados pela empresa, ao todo.

6. COMO AGIR
Para TÔRRES (2017), para comprovar a ocorrência de assédio moral, é necessário
buscar ajuda dos colegas de trabalho presentes na hora do fato, para que se unam à
vítima testemunhando a seu favor.

Deve-se também anotar todas a palavras ditas pelo agressor e se possível, grava-lo
dizendo-as e evitar diálogos com o mesmo sem a existência de alguma testemunha
no recinto.

Por fim, para denunciar, os melhores canais são o Ministério Público do Trabalho
(MPT) e a Superintendência Regional do Trabalho, órgãos esses responsáveis por
manter a ordem e a boa convivência no ambiente coorporativo, mas que se
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inacessíveis, podem ser parcialmente substituídos pelo Centro de Referência em


Saúde dos Trabalhadores ou a área de Recursos Humanos da empresa.

7. ABUSO DE PODER
No âmbito cujo se encontra o abuso de poder, o site JUSBRASIL [...], explica. O
abuso de poder pode ser visto de duas maneiras diferentes: um grau elevado de
poder, e o afastamento do caminho da finalidade. Quando se tem um grau elevado
de poder e o ocorre quando o agente público realiza fora da sua habilidade. Agora o
afastamento do caminho da finalidade acontece quando o agente, que por mais que
seja capacitado, opta pelo ato querendo vantagens miseráveis e pessoal, e ter uma
boa relação.

O abuso de poder, é uma característica quando surgem um grau elevado de poder e


da finalidade.

Desse modo o abuso de poder, posto para se apresentar-se como um abuso de


autoridade, assim em que o agente público realiza mais de sua capacidade. Porém
pode se manifestar-se pelo descaminho de poder, que o agente público realiza ao
contrário do seu interesse público, desencaminhar do afastamento do caminho da
finalidade. Vemos que esse ato ocorre diariamente, tendo em vista que muitas
pessoas, por questão de medo não denunciam.

8. LEIS E DIREITOS

8.1 LEI CONTRA ASSÉDIO MORAL


No que diz respeito ao assédio moral, a Lei nº 12.250, de 9 de fevereiro de 2006,
determina.

Artigo 1º - Fica vedado o assédio moral no âmbito da administração pública


estadual direta, indireta e fundações públicas, submetendo o servidor a
procedimentos repetitivos que impliquem em violação de sua dignidade ou,
por qualquer forma, que o sujeitem a condições de trabalho humilhantes ou
degradantes.

Artigo 2º - Considera-se assédio moral para os fins da presente lei, toda


ação, gesto ou palavra, praticada de forma repetitiva por agente, servidor,
empregado, ou qualquer pessoa que, abusando da autoridade que lhe
confere suas funções, tenha por objetivo ou efeito atingir a autoestima e a
autodeterminação do servidor, com danos ao ambiente de trabalho, ao
serviço prestado ao público e ao próprio usuário, bem como à evolução, à
carreira e à estabilidade funcionais do servidor, especialmente:

I - Determinando o cumprimento de atribuições estranhas ou de atividades


incompatíveis com o cargo que ocupa, ou em condições e prazos
inexequíveis;
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II - Designando para o exercício de funções triviais o exercente de funções


técnicas, especializadas, ou aquelas para as quais, de qualquer forma,
exijam treinamento e conhecimento específicos;

III - Apropriando-se do crédito de idéias, propostas, projetos ou de qualquer


trabalho de outrem.

Parágrafo único - Considera-se também assédio moral as ações, gestos e


palavras que impliquem:

1 - Em desprezo, ignorância ou humilhação ao servidor, que o isolem de


contatos com seus superiores hierárquicos e com outros servidores,
sujeitando-o a receber informações, atribuições, tarefas e outras atividades
somente através de terceiros;

2 - Na sonegação de informações que sejam necessárias ao desempenho


de suas funções ou úteis à sua vida funcional;

3 - Na divulgação de rumores e comentários maliciosos, bem como na


prática de críticas reiteradas ou na de subestimação de esforços, que
atinjam a dignidade do servidor;

4 - Na exposição do servidor a efeitos físicos ou mentais adversos, em


prejuízo de seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Artigo 3º - Todo ato resultante de assédio moral é nulo de pleno direito.

Artigo 4º - O assédio moral praticado pelo agente, servidor, empregado ou


qualquer pessoa que exerça função de autoridade nos termos desta lei, é
infração grave e sujeitará o infrator às seguintes penalidades:

I - Advertência;

II - Suspensão;

III - Demissão.

§ 1º - Vetado.

§ 2º - Vetado.

§ 3º - Vetado.

§ 4º - Vetado.

Artigo 5º - Por provocação da parte ofendida, ou de ofício pela autoridade


que tiver conhecimento da prática de assédio moral, será promovida sua
imediata apuração, mediante sindicância ou processo administrativo.

Parágrafo único - Nenhum servidor poderá sofrer qualquer espécie de


constrangimento ou ser sancionado por ter testemunhado atitudes definidas
neste artigo ou por tê-las relatado.

Artigo 6º - Fica assegurado ao servidor acusado da prática de assédio moral


o direito de ampla defesa das acusações que lhe forem imputadas, nos
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termos das normas específicas de cada órgão da administração ou


fundação, sob pena de nulidade.

Artigo 7º - Os órgãos da administração pública estadual direta, indireta e


fundações públicas, na pessoa de seus representantes legais, ficam
obrigados a tomar as medidas necessárias para prevenir o assédio moral,
conforme definido na presente lei.

Parágrafo único - Para os fins deste artigo serão adotadas, dentre outras, as
seguintes medidas:

1 - O planejamento e a organização do trabalho:

a) levará em consideração a autodeterminação de cada servidor e


possibilitará o exercício de sua responsabilidade funcional e profissional;

b) dará a ele possibilidade de variação de atribuições, atividades ou tarefas


funcionais;

c) assegurará ao servidor oportunidade de contatos com os superiores


hierárquicos e outros servidores, ligando tarefas individuais de trabalho e
oferecendo a ele informações sobre exigências do serviço e resultados;

d) garantirá a dignidade do servidor.

2 - O trabalho pouco diversificado e repetitivo será evitado, protegendo o


servidor no caso de variação de ritmo de trabalho;

3 - As condições de trabalho garantirão ao servidor oportunidades de


desenvolvimento funcional e profissional no serviço.

Artigo 8º - Vetado.

Artigo 9º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 60


(sessenta) dias.

Artigo 10 - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta


das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Artigo 11 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

8.1.1 Explicação da Lei nº 12.250, de 9 de fevereiro de 2006


A presente lei, em seu primeiro artigo determina que a prática de assédio moral é
terminantemente proibida a qualquer indivíduo, não importando sua classe social,
local de trabalho, cor ou qualquer paradigma estabelecido pela sociedade.

Já em seu segundo artigo, esclarece todas as características cabíveis ao ato de


assediar moralmente um indivíduo.
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A partir de seu quinto artigo, estão descritas as punições cabíveis ao praticante e a


organização onde o ato ocorreu, além de evidenciar os direitos da vítima e exigir
total sigilo público de ambas as partes.

8.2 DIREITO TRABALHISTA

Referente aos direitos trabalhistas VASCONCELOS, (2020). Afirma que, após tal
crime ser reconhecido judicialmente, a vítima tem direito a receber uma indenização
pelos danos morais causados pelo agressor.

Do praticante e da empresa recai a responsabilidade de saldar esta dívida, tal qual o


valor será determinado pelo juiz responsável pela causa após observar e avaliar os
danos causados à vítima. Valor este que não poderá causar enriquecimento ilícito,
tendo então de ser considerado por todos, um valor razoável

8.2.1 Responsabilidade da empresa


Fica por responsabilidade da empresa, proporcionar e gerenciar um ambiente de
trabalho saudável para seus funcionários, tendo assim, que ser responsabilizada,
mesmo que indiretamente, por toda e qualquer atividade em que exista risco a
integridade moral e/ou física de seus funcionários

8.3 CÓDIGO DE ÉTICA DAS EMPRESAS

O código de ética publicado no Diário Oficial da União de 7 de julho de 1989. Tem


como diligência estabelecer as leis e deveres de uma empresa.

Capítulo I

Dos Princípios Fundamentais

Art.1º. - Considera-se Secretário ou Secretária, com direito ao exercício da


profissão, a pessoa legalmente credenciada nos termos da lei em vigor.

Art.2º. - O presente Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar


normas de procedimentos dos Profissionais quando no exercício de sua
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profissão, regulando-lhes as relações com a própria categoria, com os


poderes públicos e com a sociedade.

Art.3º. - Cabe ao profissional zelar pelo prestígio e responsabilidade de sua


profissão, tratando-a sempre como um dos bens mais nobres, contribuindo,
através do exemplo de seus atos, para elevar a categoria, obedecendo aos
preceitos morais e legais.

Capítulo II

Dos Direitos

Art.4º. - Constituem-se direitos dos Secretários e Secretárias:

a) garantir e defender as atribuições estabelecidas na Lei de


Regulamentação;

b) participar de entidades representativas da categoria;

c) participar de atividades públicas ou não, que visem defender os direitos


da categoria;

d) defender a integridade moral e social da profissão, denunciando às


entidades da categoria qualquer tipo de alusão desmoralizadora;

e) receber remuneração equiparada à dos profissionais de seu nível de


escolaridade;

f) ter acesso a cursos de treinamento e a outros Eventos/Cursos cuja


finalidade seja o aprimoramento profissional;

g) jornada de trabalho compatível com a legislação trabalhista em vigor.

Capítulo III

Dos Deveres Fundamentais

Art.5º. - Constituem-se deveres fundamentais das Secretárias e Secretários:

a) considerar a profissão como um fim para a realização profissional;

b) direcionar seu comportamento profissional, sempre a bem da verdade, da


moral e da ética;

c) respeitar sua profissão e exercer suas atividades, sempre procurando


aperfeiçoamento;

d) operacionalizar e canalizar adequadamente o processo de comunicação


com o público;

e) ser positivo em seus pronunciamentos e tomadas de decisões, sabendo


colocar e expressar suas atividades;

f) procurar informar-se de todos os assuntos a respeito de sua profissão e


dos avanços tecnológicos, que poderão facilitar o desempenho de suas
atividades;

g) lutar pelo progresso da profissão;


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h) combater o exercício ilegal da profissão;

i) colaborar com as instituições que ministram cursos específicos,


oferecendo-lhes subsídios e orientações.

Capítulo IV

Do Sigilo Profissional

Art.6º. - A Secretária e o Secretário, no exercício de sua profissão, deve


guardar absoluto sigilo sobre assuntos e documentos que lhe são confiados.

Art.7º. - É vedado ao Profissional assinar documentos que possam resultar


no comprometimento da dignidade profissional da categoria.

Capítulo V

Das Relações entre Profissionais Secretários

Art.8º. - Compete às Secretárias e Secretários: a) manter entre si a


solidariedade e o intercâmbio, como forma de fortalecimento da categoria;

b) estabelecer e manter um clima profissional cortês, no ambiente de


trabalho, não alimentando discórdia e desentendimento profissionais;

c) respeitar a capacidade e as limitações individuais, sem preconceito de


cor, religião, cunho político ou posição social;

d) estabelecer um clima de respeito à hierarquia com liderança e


competência.

Art.9º. - É vedado aos profissionais:

a) usar de amizades, posição e influências obtidas no exercício de sua


função, para conseguir qualquer tipo de favoritismo pessoal ou facilidades,
em detrimento de outros profissionais;

b) prejudicar deliberadamente a reputação profissional de outro secretário;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro,


contravenção penal ou infração a este Código de Ética.

Capítulo VI

Das Relações com a Empresa

Art.10º. - Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades:

a) identificar-se com a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e


colaborador na implantação de mudanças administrativas e políticas;

b) agir como elemento facilitador das relações interpessoais na sua área de


atuação;

c) atuar como figura-chave no fluxo de informações desenvolvendo e


mantendo de forma dinâmica e contínua os sistemas de comunicação.
23

Art.11º. - É vedado aos Profissionais:

a) utilizar-se da proximidade com o superior imediato para obter favores


pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aos
demais;

b) prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho.

Capítulo VII

Das Relações com as Entidades da Categoria

Art.12º. - A Secretária e o Secretário devem participar ativamente de suas


entidades representativas, colaborando e apoiando os movimentos que
tenham por finalidade defender os direitos profissionais.

Art.13º. - Acatar as resoluções aprovadas pelas entidades de classe.

Art.14º. - Quando no desempenho de qualquer cargo diretivo, em entidades


da categoria, não se utilizar dessa posição em proveito próprio.

Art.15º. - Participar dos movimentos sociais e/ou estudos que se relacionem


com o seu campo de atividade profissional.

Art.16º. - As Secretárias e Secretários deverão cumprir suas obrigações,


tais como mensalidades e taxas, legalmente estabelecidas, junto às
entidades de classes a que pertencem.

Capítulo VIII

Da Obediência, Aplicação e Vigência do Código de Ética

Art.17º. - Cumprir e fazer cumprir este Código é dever de todo Secretário.

Art.18º. - Cabe aos Secretários docentes informar, esclarecer e orientar os


estudantes, quanto aos princípios e normas contidas neste Código.

Art.19º. - As infrações deste Código de Ética Profissional acarretarão


penalidades, desde a advertência à cassação do Registro Profissional na
forma dos dispositivos legais e/ou regimentais, através da Federação
Nacional das Secretárias e Secretários.

Art.20º. - Constituem infrações:

a) transgredir preceitos deste Código;

b) exercer a profissão sem que esteja devidamente habilitado nos termos da


legislação específica;
24

c) utilizar o nome da Categoria Profissional das Secretárias e/ou Secretários


para quaisquer fins, sem o endosso dos Sindicatos de Classe, em nível
Estadual e da Federação Nacional nas localidades inorganizadas em
Sindicatos e/ou em nível Nacional

9. PAPEL DO RH
O BLOGRH [...] explica:

Entre as diversas demandas que envolvem os processos de RH, cabe


também a este departamento o papel de administrar os conflitos que podem
surgir na relação de trabalho dos colaboradores. É preciso saber intermediar
e lidar com essa situação de forma que todos possam ter um ambiente
corporativo sadio.
Os casos de assédio dentro das empresas são uma das causas que mais
provocam o afastamento e desmotivação de funcionários. Infelizmente, são mais
recorrentes do que se pode imaginar. No entanto, com o aumento da
conscientização sobre o problema, as denúncias têm ocorrido com mais
frequência. É importante que todos os colaboradores da empresa saibam que o
RH estará sempre de portas abertas para ouvir qualquer tipo de reclamação ou
denúncia, mas sempre garantindo o sigilo dos fatos. É necessário que essa
informação seja reforçada, quanto mais o funcionário se sentir seguro, melhor.
Caso o assédio continue ocorrendo, mas a vítima não tenha provas, antes de
levar o problema para uma instância maior é fundamental que o RH oriente a
respeito das constatações. O funcionário assediado deverá controlar os
impulsos, reunir provas (e-mails, testemunhas, mensagens, memorandos,
gravações, etc.), e a partir de então, averiguando a veracidade, o RH fará essa
comunicação entre a vítima e a direção, e orientará sobre as providências
necessárias.
É interessante que durante eventos corporativos, reuniões, palestras e
treinamentos, em algum momento, a equipe de RH promova um discurso, de
maneira sucinta e objetiva, relembrando a definição de assédio e
conscientizando sobre as consequências que o ato pode gerar a vítima, ao
agressor e a empresa. É fundamental que, de alguma maneira, os possíveis
agressores saibam que todos têm conhecimento do assunto.
Como foi dito no texto acima, o papel do RH é solucionar o que está ocorrendo,
tomar medidas imediatamente para que isso possa não acontecer, garantir o
sigilo da vítima, para que ela possa não ser exposta, a mesma deverá coletar o
máximo de evidências, sejam elas: mensagens, áudios, e-mails e tentar reunir
testemunhas para que elas confirmem o que está acontecendo, para comprovar
25

a denúncia. O papel do RH, é informar todos os funcionários sobre o assédio,


através de folhetos, palestras, conversas com profissionais e fazer reuniões para
orientar a todos. De tal modo, o código de ética é muito importante nessa hora,
pois quando se tem nas empresas, a vítima que está sofrendo o assédio poderá
tomar atitudes para denunciar.
Portanto, a pessoa do RH, tem que estar treinada para quando for receber esse
tipo de denúncia, para que ela possa ir atrás do acontecido, e ajudar a vítima,
pois a saúde do trabalhador é o que mais importa para a empresa. Infelizmente o
assédio moral ocorre muito em empresas grandes e até mesmo nas pequenas,
por conta do medo, as pessoas acabam não denunciando e acabam aguentando
tudo isso calada.

10. PESQUISA DE CAMPO REALIZADA NA ESCOLA TECNICA: DARCY


PEREIRA DE MORAES
Buscando apenas coletar dados quantitativos e compreender as dificuldades no que
diz respeito ao assédio moral, uma pesquisa de campo foi realizada na ETEC: Darcy
pereira de Moraes durante uma semana. Neste período sessenta e uma pessoas
responderam o formulário, entre homens e mulheres.

10.1 PORCETAGEM DE HOMENS E MULHERES


Dentre as sessenta e uma pessoas interrogadas, aproximadamente 74% delas eram
do sexo feminino, restando assim, somente 26% dos entrevistados do sexo
masculino. Como demonstra a figura abaixo:

Figura 1 - Porcentagem de homens e mulheres


26

10.2 VÍTIMAS DE ASSÉDIO MORAL


Como podemos observar no gráfico abaixo, das 60 respostas coletadas, 70%
afirmam já terem sofrido o crime de assédio moral em sua vida ao menos uma vez:

Figura 2 - Índice de vítimas de assédio moral


10.3 VÍTIMAS DE ASSÉDIO SEXUAL.
Buscando adquirir uma visão geral sobre o assédio em si, inserimos também uma
questão onde buscamos ter conhecimento quanto as vítimas de assédio sexual. E
como descrito na figura a seguir, das 61 pessoas entrevistadas, preocupantemente
52,5% delas afirmam ter sofrido assédio sexual:
27

Figura 3 - Índice de vítimas de assédio sexual


10.4 ASSÉDIO MORAL EM PÚBLICO
Ao perguntarmos se os entrevistados já teriam presenciado uma cena de assédio
moral ou sexual com terceiros, obtivemos preocupantes 43 respostas positivas, que
evidenciam um não temor sobre as leis e direitos que defendem o ser humano em
sua casa, escola, trabalho e na rua.

Figura 4 - Controle de assédio em público


10.5 QUAIS MEDISAS TOMAR?
Como última e mais importante questão de nosso levantamento de dados,
perguntamos se os indivíduos tinham conhecimento das ações a serem tomadas
durante ou após o ocorrido e mesmo tento um retorno mais positivo,
aproximadamente 40% deles não sabe como agir. Então, no tópico a seguir, iremos
28

esclarecer as dúvidas e paradigmas quanto o que deve ou não ser feito no caso de
assédio, tanto moral quanto sexual.

Figura 5 - Controle ciência de qual ação tomar

11. COMODISMO, UMA FALSA SENSAÇÃO DE BEM-ESTAR


É de um conhecimento geral, o fato de que tanto, vítimas de assédio moral quanto
vítimas de assédio sexual, na maioria das vezes não denunciam o acontecido por
medo, dos agressores ou do julgamento da sociedade. E por guardarem esses
sentimentos para si mesmas, acabam gerando uma falsa sensação de bem-estar.

Segundo CHAKIAN (2022) existem onze motivos pelos quais as vítimas de assédio
e violência sexual não denunciam o atentado, sendo eles.

1. Não sabem identificar ou diferenciar o que aconteceu: Atualmente atos de


elogios ofensivos e pressões psicológicas infelizmente se tornaram comuns
dentro e fora de casa, o que causa um grande sentimento de dúvida nas
vítimas que acabam não denunciando por medo de, no final, estarem erradas
e causar desgosto a si e seus próximos;

2. Medo de serem consideradas mentirosas: Muitas das vezes, por seu


testemunho ser a única prova de que assédio realmente aconteceu, as
vítimas ficam com medo de denunciar e serem jugadas como mentirosas,
pois geralmente os assediadores buscam realizar suas práticas ofensivas em
29

lugares onde se encontram somente a vítima e ele, se livrando assim de


testemunhas e provas concretas;

3. Medo do criminoso: O medo de perdem seus empregos ou de sofrerem


atentados contra suas vidas ou a vida de seus familiares é o motivo mais
relatado por todas as vítimas de assédio além de que “mina a autoestima da
vítima e a humilha, acabando com sua capacidade de resistência” CHAKIAN,
(2022);

4. Vergonha: Por ainda vivermos em uma sociedade machista, as vítimas tem


vergonha de denunciar o acontecido e serem julgadas como culpadas ou
desonradas, por provocarem uma situação “propícia” para o assédio;

5. Culpa: Muitas das vítimas, por tanta inocência de sua parte acabam não
denunciando por medo de acabar com a carreira do sujeito e causar
desentendimento em sua família ou até mesmo se sentem culpadas pelo ato,
por estar usando uma roupa diferente ou não cumprir ordens, mesmo que
absurdas;

6. Vítimas são consideradas culpadas: Frases como “Mas você estava com uma
roupa muito curta” ou “Era só ter evitado”, são exemplos de acusações que
mulheres escutam após denunciar o ocorrido e que as levam a desistir da
justiça, por serem consideradas culpadas e não terem nada além de seu
discurso para comprovar a agressão;

7. Medo de reviver a experiência: A omissão da denúncia ocorre também por


que a vítima tem medo de vivenciar o acontecido novamente. E como ainda
há uma desconfiança muito grande na palavra da mulher, as instituições
obrigam as vítimas a contarem e recontarem as histórias diversas vezes, o
que acaba as desencorajando;

8. Medo de perder o emprego: Por na maioria das vezes o ato ser praticado por
um empregado em um cargo superior e até mesmo pelo dono da empresa, as
30

vítimas se sentem encurraladas e com receio de perder o emprego após


denunciarem ou contarem o ocorrido para alguém;

9. Medo do agressor não ser punido: Por sermos redigidos por uma jurisdição
fraca e cheia de brechas, as vítimas tem medo de levar o caso a júri, ser
exposta e, no final, o assediador sair impune e ser considerado a vítima da
ocasião;

10. Dificuldade para denunciar: Mesmo existindo canais de denúncias variados, a


incredibilidade na palavra da mulher acaba sendo a principal dificuldade para
se realizar a denúncia, pois as instituições responsáveis acabam, por meio de
questionamentos, fazendo com que a vítima se sinta culpada pelo acontecido;

11. “Briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”: Essa é a frase que
representa o último dos motivos pelos quais as vítimas não denunciam as
situações de assédio. Mesmo sendo um pensamento primitivo, o tabu de que
não se deve intervir em questões que envolvam um casal está muito presente
em nossa sociedade, o que leva muitas das vezes a testemunhas omitirem a
verdade e se calarem diante de situações prejudiciais as vidas alheias.

 Obviamente existem outros motivos, motivos esses que podem até ser
desconhecidos por nós. Mas o silencio nunca será a melhor opção, em um curto
prazo talvez, mas como o passar do tempo, o acontecido acaba voltando como um
fantasma do passado e se instaurando na vida das vítimas como um fardo que terão
que carregar por toda sua caminhada na Terra.
31

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista os aspectos observados conclui-se que, mesmo não sendo um


assunto recente, o assédio moral ainda tem muita força nos dias atuais.

Com o intuito de simplesmente constranger a vítima por meio de frases de ódio e até
mesmo atos covardes, tal prática é terminantemente proibida e reprimida pela lei,
assim que denunciada, porém, a grande dificuldade está aí, o ato da denúncia
geralmente é a principal dificuldade das vítimas, que por sua vez se sentem
vulneráveis diante do agressor.

Esse é um tabu que mesmo vagarosamente, vem sendo quebrado dia após dia, com
palestras de conscientização, encorajamento das vítimas e repressão de atos
danosos à suade de todos, mas que se abandonado ou esquecido, volta com o
dobro de impacto, causando doenças psicológicas e diversas coisas mais.
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REFERÊNCIAS

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