EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO

PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO

PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA,

Quando pensar em desistir, lembre-se porque começou.

LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:

1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação,
dispostas da seguinte maneira:

ATENÇÃO:
escolhida
2.

3.

4. z cinco horas e trinta minutos

5.
6.

7.
8.

9.
30 minutos

04/06/2022
LINGUAGENS, CÓDIGOS E A não gosta da comida que lhe foi entregue.
B odeia todos os garçons.
SUAS TECNOLOGIAS C não gosta que lhe façam perguntas pessoais.
Questões de 01 a 45 D destruiu a própria casa.
E não tem paciência para conversar com garçons.
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
Questão 01 Questão 03
UK becomes first to authorize Merck and
Ridgeback Biotherapeutics' antiviral molnupiravir
to treat mild-to-moderate Covid-19
By Jamie Gumbrecht, CNN

The UK Medicines and Healthcare Products Regulatory

Agency said Thursday it had authorized Merck and
Ridgeback Biotherapeutics' oral antiviral, molnupiravir, to
treat mild-to-moderate Covid-19 in adults at risk for severe
illness.
It is the world's first oral antiviral to be authorized anywhere
for the treatment of Covid-19. The drug comes in capsule
form and will be known as Lagevrio.
The companies have sought US Food and Drug
Administration emergency use authorization for the
drug, and the FDA said it will convene its Antimicrobial
Drugs Advisory Committee on November 30 to discuss
molnupiravir's ability to treat mild-to-moderate Covid-19 in
adults who are at high risk for severe disease, including
hospitalization or death.
O abuso infantil pode ocorrer nos mais diferentes hori-
zontes da vida de uma criança, desde a escola até suas
relações familiares. A campanha acima pretende alertar
acerca da problemática do abuso infantil ao
A dizer às crianças que devem gritar com o sujeito que
as ameaçar.
B convocar crianças a unirem-se em manifestações con-
tra o abuso infantil.
C ensinar crianças a somente confiar em adultos que di-
zem a verdade.
D mostrar ao público infantil a necessidade de ser caute-
loso com o que se diz e com como se veste.
E indicar às crianças modos de lidar de maneira segura
com situações de abuso. Merck and Ridgeback also say the European Medicines
Agency has initiated a rolling review of its marketing
Questão 02 application.
Merck announced last month that the capsule reduced the
GOOD GRIEF! WHAT HAPPENED risk of hospitalization or death from Covid-19 by half.
SUPPERTIME! TO YOUR DOG HOUSE?
"At the interim analysis, molnupiravir reduced the risk of
hospitalization or death by approximately 50%; 7.3% of
patients who received molnupiravir were either hospi-
talized or died through Day 29 following randomization
(28/385), compared with 14.1% of placebo treated patients
(53,377)," the company said in a news release in October.
NEVER I HATE WAITERS WHO
MIND! ASK PERSONAL QUESTIONS!
"Through Day 29, no deaths were reported in patients who
received molnupiravir, as compared to 8 deaths in patients
who received placebo."
www.snoopy.com

The data has not yet been peer-reviewed or published, but

spurred excitement about a potentially easy, accessible
treatment for Covid-19.
Peanuts, ou Minduim, em sua versão brasileira, é uma fa- Disponível em: https://edition.cnn.com/2021/11/04/health/
uk-authorizes-merck-antiviral-molnupiravir-covid/index.html
mosa tira de jornal desenhada e roteirizada por Charles
Schulz, de 1950 a 2000, ano de sua morte. Na tira acima, Segundo o texto, a Agência Regulatória de Medicamentos
é possível identificar que o cãozinho Snoopy e Cuidados de Saúde do Reino Unido
LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação 2
A proibiu a circulação de quaisquer medicamentos que Questão 05
sejam antivirais. 1984 (excerpt)
B permitiu que empresas privadas passem a produzir no-
vos medicamentos contra infecções por Covid-19. 'Is it your opinion, Winston, that the past has real exis-
C autorizou uma empresa de medicamentos a produzir tence?' [...] O'Brien smiled faintly. 'I will put it more preci-
um antiviral a ser usado no combate a infecções mode- sely. Does the past exist concretely, in space? Is there so-
radas e severas por Covid-19. mewhere or other a place, a world of solid objects, where
D impediu que um medicamento irregular ingressasse no the past is still happening?'
mercado. 'No.'
E autorizou uma empresa de medicamentos a produzir
um antiviral para o tratamento de todos os casos de 'Then where does the past exist, if at all?'
Covid-19. 'In records. It is written down.'
'In records. And — —?'
Questão 04 'In the mind. In human memories.'
'In memory. Very well, then. We, the Party, control all re-
Texto I cords, and we control all memories. Then we control the
A Free World-class Education for Anyone Anywhere past, do we not?'
ORWELL. G, Nineteen Eighty-Four. New
The Khan Academy is an organization on a mission. York: Signet Classics, 1977
We're a not-for-profit with the goal of changing education
O romance 1984 descreve os perigos de um Estado to-
for the better by providing a free world-class education to
talitário em uma narrativa ficcional. A ideia evidenciada
anyone anywhere. All of the site's resources are available
nessa passagem é que o controle do Estado se dá por
to anyone. The Khan Academy's materials and resources
meio do(a)
are available to you completely free of charge.
Disponível em www.khanacademy.org. A contraposição à conduta liberal.
Acesso em: 24. fev. 2012. (Adaptado) B proibição da leitura e escrita.
C dominação cultural por meio do controle da memória
Texto II histórica.
D censura a toda forma de expressão artística.
I didn't have a problem with Khan Academy site until very
E manipulação e vigilância do comportamento individual.
recently. For me, the problem is the way Khan Academy
is being promoted. The way the media sees it as “revolu-
tionizing education”. The way people with power and mo-
ney view education as simply “sit-and-get”, i.e., teaching is
telling and learning is listening, then Khan Academy is way
more eficiente than classroom lecturing. Khan Academy
does it better. But TRUE progressive educators, TRUE
education visionaries and revolutionaries don't want to do
these things better. We want to DO BETTER THINGS.
Disponível em http://fnoschese.wordpress.
com. Acesso em: 2 mar. 2012

Com o impacto das tecnologias e a ampliação das redes

sociais, consumidores encontram na internet possibilida-
des de opinar sobre serviços oferecidos. Nesse sentido, o
segundo texto, que é um comentário sobre o site divulga-
do no primeiro, apresenta a intenção do autor de
A apontar a necessidade de repensar o que se concebe
por uma educação verdadeiramente revolucionária.
B elogiar o modo como as redes permitiram o progresso
da educação a distância.
C evidenciar a superioridade do ensino a distância frente
ao ensino regular.
D demonstrar como todo o sistema de ensino está falido
e precisa de uma revolução.
E reforçar como o modelo de ensino da Khan Academy é
revolucionário.

3 LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação

Questões de 01 a 05
(opção espanhol)
Questão 01
Adaptaciones respiratorias al buceo
Las aves y mamíferos buceadores están sometidos, ob-
viamente, a períodos de hipoxia durante la inmersión.
El sistema nervioso central de los vertebrados no puede
resistir la anoxia y debe suministrársele oxígeno duran-
te el buceo. Los animales buceadores han resuelto este
problema utilizando reservas corporales de oxígeno. Para
atenuar el agotamiento de los depósitos disponibles, el
oxígeno es utilizado solamente por el cerebro y el corazón
durante el buceo, el flujo de sangre al resto de órganos se
reduce y estos tejidos adoptan vías metabólicas anaeróbi-
cas. Existe un notable descenso en la frecuencia cardíaca
y una reducción del gasto cardíaco. La sangre es recircu-
lada a través del cerebro y el corazón.
(ECKERT, R. Et. Al. Intercambio de gases: Fisiologia
Animal. Madrid, ed. Interamericana. 1989)
Hipóxia é um temo médico que se refere à baixa concen-
tração de oxigênio em transporte para os tecidos do cor-
po, podendo causar falhas orgânicas múltiplas. Anoxia,
por sua vez, é um termo referente à falta de oxigenação
especificamente no cérebro. O texto acima trata, em geral
da temática da falta de oxigenação quando em mergulho.
Segundo o que foi dito acima, os animais mergulhadores
resolvem este problema
A variando entre emersão e submersão.
B Costa y Wright roban una casa. Costa asesina a Wright
utilizando oxigênio apenas para manter o cérebro ativo.
C y se queda con la valija llena de joyas y dinero. Va a la
entrando em hibernação aquática.
D estación para escaparse con el primer tren. En la sala
expelindo menos oxigênio e reutilizando-o no processo
metabólico.
E utilizando reservas corpóreas de oxigênio.
Questão 02
Patos silvestres
Un grupo muy numeroso de aves acuáticas son los patos.
En Chile existen veintiún especies diferentes, entre ellas,
algunos muy pequeños y escasos como el "Pato rincone-
ro", ave que tiene la rara costumbre de no construir nido
propio, poniendo sus huevos en nidos de otros patos, ta-
guas u otras aves. Otro pato admirable por sus costum-
bres es el "Pato cortacorrientes", que vive solo en ríos y
esteros correntosos. Su costumbre de remontar torrentes
y de nadar por rápidos es única entre los patos.
El "Pato rana" prefiere zambullirse para buscar el alimento
en el fondo del agua. Es excelente nadador y buceador;
sin embargo, no vuela bien. Construye nidos toscos de to-
toras. Es frecuente que algunos huevos se caigan al agua
debido a que el nido muchas veces es confeccionado con
poca perfección. Los huevos son grandes, blancos y tie-
nen cáscara rugosa. Los patitos nacidos tienen el cuer-
po cubierto de pelusa negra. Son excelentes nadadores
e zambullidores. Desde el primer día de vida bucean por
su propio alimento. Sólo en primavera lucen los machos
adultos plumaje, de llamativos colores. Las hembras, crí-
as y machos fuera de la época reproductiva tienen plumas
café grisáceas.
(Extraído de: Aves de Chile. Thomas Daskan & Jürgen
Rottmann, Publicaciones Lo Castillo, ed. 2, 1986)
LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
De acordo com o texto, o "Pato rana"
A prefere buscar alimento em águas rasas.
B nada, mergulha e voa muito bem.
C busca seu alimento de forma independente desde o
nascimento.
D tem, desde pequeno, pelagem branca.
E é muito cuidadoso com a feitura dos ninhos.
Questão 03
Hubo cambios culturales muy grandes. En la sociedad
argentina había valores muy importantes, la decencia,
la verdad, el trabajo, la perseverancia, la solidaridad. Yo
sentía que eso se inculcaba en el hogar y en la escuela. Y
también en la prensa. Hoy eso ha sido sustituido por otro
tipo de modelos, especialmente el muy nefasto de los ricos
y famosos, que justamente son aquellos que consiguen
dinero en forma rápida, fácil, a veces ilegítima y que son
famosos porque integran la frivolidad y la farándula.
(Disponível em: https://www.lanacion.com.ar/cultura/vivimos-
dentro-de-una-paradoja-nid304941Acesso em 19.04.2020).
Ao dar seu parecer sobre a Argentina atual, o autor
A censura a corrupção e impunidade na política.
B renega a herança cultural latinoamericana.
C reprova a proeminência de ricos e famosos.
D lamenta a ausência de patriotismo nas escolas.
E critica os parâmetros comportamentais passados.
Questão 04
Sala de espera
de espera, una señora se sienta a su izquierda y le da
conversación. Fastidiado, Costa finge con un bostezo que
tiene sueño y que va a dormir, pero oye que la señora
continúa conversando. Abre entonces los ojos y ve, sen-
tado a la derecha, el fantasma de Wright. La señora atra-
viesa a Costa de lado a lado con la mirada y charla con
el fantasma, quien contesta con simpatía. Cuando llega el
tren, Costa trata de levantarse, pero no puede. Está pa-
ralizado, mudo y observa atónito cómo el fantasma toma
tranquilamente la valija y camina con la señora hacia el
andén, ahora hablando y riéndose. Suben, y el tren parte.
Costa los sigue con los ojos. Viene un hombre y comienza
a limpiar la sala de espera, que ahora está completamen-
te desierta. Pasa la aspiradora por el asiento donde está
Costa, invisible.
(Imbert, Enrique A. "Sala de Espera" in Esto
Funciona/B Madrid: Ed Pragma, 1986)
Ao final do texto, fica subentendido que Costa
A tenha morrido.
B tenha perdido o trem.
C tenha pulado do trem.
D tenha sido assassinado pela senhora, por ignorá-la.
E tenha alucinado por perder a mala com dinheiro.
4
Questão 05
Campanhas públicas têm o objetivo de informar a popula-
ção acerca de temas importantes para a manutenção da
ordem social. O cartaz acima pretende
A informar a população quanto aos riscos de contrair a
Dengue.
B avisar os cidadãos sobre os sintomas que tipicamente
surgem ao desenvolver a Dengue.
C solicitar que os cidadãos participem de ações de com-
bate ao mosquito da Dengue.
D conscientizar as pessoas acerca da necessidade de
evitar manter recipientes com água parada.
E defender o sistema público de saúde.
5 LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Linguagens, códigos e suas tecnologias
Questões de 06 a 45
Questão 06
Marco Civil da Internet: cinco anos de
evolução nos direitos digitais
Acesso à internet como um direito universal e essencial;
sistemas jurídicos para assegurar a liberdade de expres-
são e impedir a censura; proteção de dados pessoais e
privacidade reconhecidas como direito do internauta; de-
ver dos provedores de acesso à internet de tratarem de
forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distin-
ção por conteúdo ou aplicação e independentemente de
questões econômicas, políticas ou religiosas – a neutra-
lidade da rede. Essas são algumas conquistas do Marco
Civil da Internet (MCI), de 24 de abril de 2014, que com-
pletou cinco anos.
Ao longo de todo o processo de construção da lei, que se
iniciou com uma consulta pública aberta em 2009, com
ampla participação social, a proposta ganhou robustez em
virtude de amplos e democráticos debates. Aliás, é impor-
tante frisar que uma das conquistas do MCI foi a garantia
de que a governança da internet se dará por mecanismos
multissetoriais, com representação de governos, empre-
sas, academia e terceiro setor, de modo a viabilizar que
as diretrizes estratégicas para o desenvolvimento e uso
da internet no Brasil sejam definidas em ambiente demo-
crático.
Flávia Lefèvre. “Marco Civil da Internet: cinco anos de
evolução nos direitos digitais”. Fonte: www.cartacapital.
com.br, 25.04.2019. Acesso: 10/05/2022 – Adaptado.
O Marco Civil da Internet é apresentado, no texto, como
A causa e consequência do exercício da democracia no
que respeita à gestão da internet.
B resultante do esforço de sistemas jurídicos para asse-
gurar o caráter privado do debate.
C garantia do acesso público e irrestrito aos dados dispo-
nibilizados pelos usuários da rede.
D fruto de uma parceria inesperada entre empresas es-
pecializadas em governança na internet.
E uma lei implantada desde 2009 graças ao trabalho co-
letivo de diferentes setores da sociedade.
Questão 07
O que você deve entender antes de di-
zer que é perfeccionista no trabalho
Você sente (ou conhece alguém) que nunca consegue
trabalhar em equipe porque acredita ser a única pessoa
que sabe fazer a tarefa direito? Está sempre tentando
agradar aos outros, anulando as próprias vontades? E,
de tão acostumado à autocrítica, acaba vendo “defeitos”
em tudo e em todos? Essas características são comuns
aos perfeccionistas, e, se antes esse termo era sinônimo
de dedicação, agora se transformou em um sinal de aler-
ta. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos e no Reino
Unido apontam para uma população que não está se tor-
nando mais bem-sucedida apesar de buscar a perfeição,
mas que, na verdade, está ficando cada vez mais doente.
Segundo os estudos, existem dois tipos de perfeccionis-
mo. O primeiro é o adaptativo, que é saudável. Nele a
pessoa se sente motivada a novas conquistas, tem um pa-
drão alto de metas e disciplina para alcançá-las. Porém, o
outro tipo de perfeccionismo, o mal-adaptativo, é perigoso
para a saúde. O tipo mal-adaptativo nunca está satisfeito
com seu desempenho. Isso acontece porque suas metas
não são apenas altas, mas irreais. Seus padrões de au-
tocobrança passam do limite, afetando a forma como se
comporta, além de estimular uma personalidade controla-
dora, impactando negativamente suas relações interpes-
soais e levando ao esgotamento físico e mental.
Sofia Esteves. “O que você deve entender antes de dizer
que é perfeccionista no trabalho”. Fonte: <https://exame.
abril.com.br>, 10.10.2021. Acesso: 10/02/2022 – Adaptado.
O texto apresenta uma alteração de paradigma no que
diz respeito ao comportamento do indivíduo dito “perfec-
cionista”. Tal alteração aponta o surgimento de condutas
negativas que
A impedem o perfeccionista de trabalhar em equipe e
de estabelecer qualquer tipo de relação com outras
pessoas.
B podem conduzir a pessoa perfeccionista ao adoecimen-
to, devido ao alto grau de exigência que ela impõe a si.
C são resultado de um convívio com pessoas controlado-
ras e que estão sempre anulando as vontades alheias.
D Tua frieza aumenta o meu desejo:
levam o perfeccionista a impor metas inalcançáveis a
seus colegas, deixando-os completamente doentes.
E Mas quanto mais procuro não te ver,
promovem esgotamento físico e mental nas pessoas
que vivem ao redor de um sujeito perfeccionista.
Questão 08
EDIFÍCIO ALPHAMA
Lindo Apartamento. Edifício com localização Nobre
em Alphaville Alameda Grajaú esquina com Alameda
Mamoré. Prédio Novo. Rua tranquila.
03 Dorms (01 Suíte) – 02 vagas.
Base R$ 650.000. Documentação com Escritura
Fonte: <https://alphavilleimoveis.wordpress.com/tag/folha-
de-alphaville-anuncios-imobiliarios/> - Acesso: 10/02/2022.
Os gêneros textuais nascem emparelhados a necessida-
des e atividades da vida sociocultural. Por isso, caracte-
rizam-se por uma função social específica, um contexto
de uso, um objetivo comunicativo e por peculiaridades
linguísticas e estruturais que lhes conferem determinado
formato. Esse classificado procura convencer o leitor a
comprar um imóvel e, para isso, utiliza-se
A de uma enumeração de vocábulos, que visam conferir
ao texto um efeito de certeza.
B da predominância de substantivos, cujo objetivo é re-
forçar os dados objetivos do texto.
C do emprego de numerais, quantificando as caracterís-
ticas e aspectos positivos do produto.
D da exposição de opiniões de corretores de imóveis no
que se refere à qualidade do produto.
E de uma riqueza de adjetivos que modificam os subs-
tantivos, revelando as qualidades do produto.
LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Questão 09
Planejamento
Ele chegou na hora certa. Aluno da Unicamp, me pedira
uma entrevista. Eu não sabia o que ele queria saber de
mim. Assentados, ele com prancheta e caneta na mão fez
a grande pergunta: “Eu queria saber como foi que o se-
nhor planejou a sua vida para chegar aonde chegou...”.
Compreendi imediatamente. Ele gostava de mim. Me ad-
mirava. Queria ser como eu. E queria que eu lhe revelasse
o segredo, o mapa... Fiquei triste por ter de desapontá-lo.
Minha resposta, absolutamente verdadeira, foi: “Eu estou
onde estou porque tudo que planejei deu errado...”.
Rubem Alves. Do universo à jabuticaba.
São Paulo: Planeta do Brasil, 2010.
O texto de Rubem Alves apresenta ao leitor uma pequena
reflexão a respeito do fato de que
A o presente não estabelece relação com o passado.
B o modo de vida de cada um não deve ser copiado.
C as melhores decisões são fruto dos improvisos.
D a vida nem sempre está sujeita a estratégias.
E o passado se altera com a imaginação.
Questão 10
Tua frieza aumenta meus desejos
Fecho os meus olhos para te esquecer,
Quanto mais fecho os olhos mais te vejo.
Humildemente, atrás de ti rastejo,
humildemente, sem te convencer,
Antes sentindo para mim crescer
Dos teus desdéns o frígido cortejo.
Sei que jamais hei de possuir-te, sei
Que outro feliz, ditoso como um rei
Enlaçará teu virgem corpo em flor.
Meu coração no entanto não se cansa:
Amam metade os que amam com esperança,
Amar sem esperança é o verdadeiro amor.
Eugênio de Castro, Sonetos escolhidos.
Lisboa: Editora Santelomo, 1946.
O poema apresentado foi escrito pelo escritor simbolista
português Eugênio de Castro. Com base nas ideias trazi-
das pelos versos, é correto afirmar que o eu poético
A possui alguma esperança de que seu amor será cor-
respondido, apesar da indiferença da mulher amada.
B insiste em cortejar a mulher amada, sentindo que há
futuro para esse amor, apesar do menosprezo da
moça.
C está convicto de que, apesar do descaso da mulher
amada, vai conquistá-la, passando a idealizar o rela-
cionamento.
D admite que a concretização desse amor exige sacrifí-
cios e aceita ser submisso, apesar da vaidade da mu-
lher amada.
E reconhece que não será bem-sucedido, mas pretende
ser sempre fiel a esse amor, apesar do desprezo da
mulher amada.
6
Questão 11
Sobre esses índios assombrados com o que lhes sucedia
é que caiu a pregação missionária, como um flagelo. A
cristandade surgia a seus olhos como o mundo do peca-
do, das enfermidades dolorosas e mortais, de covardia,
que se adonava1 do mundo indígena, tudo maculando,
tudo apodrecendo.
Darcy Ribeiro, O povo brasileiro. São
Paulo: Companhia das Letras, 1995.
1
adonava: aquele que se torna dono
No texto acima, o sociólogo Darcy Ribeiro disserta sobre a
noção de “cristandade” e suas consequências para os po-
vos indígenas. Da leitura do trecho, pode-se depreender
que tal noção religiosa
A modificou a perspectiva de mundo original dos indíge-
nas e usurpou seus valores.
B carregava com ela várias concepções positivas que
forma mal interpretadas pelos nativos.
C era necessária para salvar as almas dos infortúnios do
mundo, do pecado e das enfermidades.
D estava alinhada a ideias já integradas à vivência indí-
gena, como a liberdade de culto e de crença.
E expôs a decadência dos valores primitivos e reorientou
a experiência para uma vida menos bárbara.
Questão 12
Anabelle
Um casal se prepara para a chegada de sua primeira filha
e compra para ela uma boneca. Quando sua casa é inva-
dida por membros de uma seita, o casal é violentamente
atacado e a boneca, Anabelle, se torna recipiente de uma
entidade do mal.
Distribuidor: Warner Bros. Não recomendado para me-
nores de 14 anos
Data de lançamento: 9 de outubro de 2014
Duração: (1h 38min)
Direção: John R. Leonetti
Elenco: Annabelle Wallis, Ward Horton, Alfre Woodard e
mais.
Gênero: Terror
Nacionalidade: EUA
Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/
filme-225218>. Acesso em: 29 jul. 2019 (adaptado).
Os diversos gêneros textuais possuem distintas funções
sociais e são identificados por meio de suas característi-
cas, situação de comunicação etc. Observa-se que o texto
acima pertence ao gênero
A resenha crítica, por expor aspectos do texto de origem
e problematizá-los.
B sinopse, por expor os pontos principais do texto de ori-
gem, de maneira resumida.
C resumo opinativo, por ser um texto sucinto e reflexivo
acerca do texto de origem.
D síntese, por ser um texto mais breve que o resumo e
pouco explicativo.
E verbete, pois define o significado do que é exposto no
texto de origem.
7 LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Questão 13
Toda gente tinha achado estranha a maneira como o Capi-
tão Rodrigo Cambará entrara na vida de Santa Fé. Um dia
chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o cha-
péu de barbicacho1 puxado para a nuca, a bela cabeça de
macho altivamente erguida, e aquele seu olhar de gavião
que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. De-
via andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava um ala-
zão2, vestia calças de riscado, botas com chinelas de prata
e o busto musculoso apertado num dólmã3 militar azul, com
gola vermelha e botões de metal. Tinha um violão a tiraco-
lo; sua espada, apresilhada aos arreios, rebrilhava ao sol
daquela tarde de outubro de 1828 e o lenço encarnado que
trazia ao pescoço esvoaçava no ar como uma bandeira.
Apeou na frente da venda do Nicolau, amarrou o alazão no
tronco dum cinamomo4, entrou arrastando as esporas, ba-
tendo na coxa direita com o rebenque5, e foi logo gritando,
assim com ar de velho conhecido:
– Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de prancha e
nos grandes dou de talho!
Érico Veríssimo. Um certo Capitão Rodrigo.
São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
1
barbicacho: cordão
2
alazão: cavalo de pelo castanho
3
dólmã: casaco curto
4
cinamomo: tipo de árvore
5
rebenque: pequeno chicote
Publicado nos anos 1970, o romance Um certo Capitão
Rodrigo é um extrato da famosa trilogia "O tempo e o ven-
to" (publicada entre 1949 e 1962). No pequeno romance,
Érico Veríssimo apresenta ao leitor detalhes da vida de um
de seus personagens mais marcantes da trilogia, o capi-
tão Rodrigo Cambará. No fragmento em destaque, vemos
que o autor adota um processo descritivo, cujo objetivo é
A focalizar os gestos de Rodrigo e retratá-lo como um
homem pessimista.
B retratar os sentimentos de Rodrigo e retratá-lo como
um homem debochado.
C realçar a personalidade de Rodrigo e retratá-lo como
um homem dissimulado.
D evidenciar as vestimentas de Rodrigo e retratá-lo como
um homem vulnerável.
E destacar a aparência exterior de Rodrigo e retratá-lo
como um homem confiante.
Questão 14
O filho de um amigo é negro. Outro dia, na escola, a pro-
fessora chamou sua atenção e disse: “Você está na minha
lista negra”. Meu amigo fez uma reclamação à coordena-
dora da escola, por entender que a expressão é racista.
Por que a lista é “negra”?
Palavras e expressões racistas fazem parte do repertório
cotidiano sem que, muitas vezes, a gente tenha consciên-
cia do que realmente está dizendo. Eu mesmo me surpre-
endo dizendo coisas que não quero, por força do hábito.
Ainda se ouve “amanhã é dia de branco”, “a coisa tá pre-
ta”. Nos anúncios de emprego, pedia-se “boa aparência”.
Uma forma de dizer que negros não seriam aceitos?
Continuamos a usar termos racistas. A linguagem forma
as pessoas, molda o modo de pensar. Não aceito mais
essas palavras e expressões, policio meu vocabulário. É
preciso reaprender a falar.
Walcyr Carrasco, “Uma linguagem racista”. In:
Revista Veja, 31.07.2019. – Adaptado.
A respeito do fragmento de texto apresentado, é correto A leitura do poema de Silviano Santiago nos permite afir-
afirmar que o autor mar que o eu lírico deseja estabelecer
A sugere que é a intenção de ofender que agride, não as A um elogio ao desenvolvimento urbano e industrial nas
palavras empregadas. sociedades contemporâneas.
B reafirma preconceitos que se expressam propositada- B uma reflexão a respeito de como a natureza se agrega
mente pela linguagem. espontaneamente ao espaço urbano.
C defende posturas pessoais que evitem o emprego de C um julgamento crítico de como a natureza pode, em
expressões ofensivas. alguns casos, dificultar o avanço social.
D condena o racismo por entender que ele deturpa a lin- D uma análise imparcial de como o homem superou os
guagem cotidiana. entraves naturais para alcançar o progresso.
E constata existir justa censura a comentários racistas E uma crítica ao fato de o espaço urbano se construir
feitos nas escolas. pela referência à natureza para depois destruí-la.

Questão 15 Questão 17
NÃO VOU FAZER OLHA SÓ QUANTOS PROBLEMAS SE EU RESOLVER ISSO NUNCA TINHA
A LIÇÃO DE PRA RESOLVER. UM NÚMERO
CONTRA O OUTRO NUM
AQUI, VOU ACABAR COM O PARADO PARA
MATEMÁTICA.
COMBATE MORTAL. UM DELES SUSPENSE, VOU ACABAR COM PENSAR NAS PREFIRO
PRECISA SER SUBTRAÍDO, O CONFLITO E TRANSFORMAR QUALIDADES CONTINUAR
MAS POR QUÊ? COMO? POSSIBILIDADES INTRIGANTES LITERÁRIAS DA COM O
EM FATOS TEDIOSOS. MATEMÁTICA.
O QUE VAI SOBRAR DELE? MISTÉRIO.

Bill Watterson. Os dias estão todos ocupados:

as aventuras de Calvin e Haroldo. São
Paulo, Conrad Editora do Brasil, 2011.

Conforme a tira, a personagem Calvin abdica de fazer a

lição de Matemática porque, segundo a sua perspectiva,
A solucionar os problemas matemáticos traz intensa sa-
tisfação, então ele prefere postergar esse momento a Fonte: <http://www.sermelhor.com.br/espaco/40-ilustracoes-
fim de prolongar seu contentamento. criticas-de-pawel-kuczynski.html>. Acesso em 01/05/2022.
B a resolução dos problemas matemáticos representaria
As ilustrações do desenhista Pawel Kuczynski costumam
um encerramento de uma situação cuja permanência
apresentar, de forma sugestiva, críticas de experiências
ele considera bastante interessante.
C sociais contemporâneas. Na imagem apresentada, a crí-
as situações propostas nos problemas matemáticos
tica consiste na
acabam não lhe despertando interesse por estarem
muito distantes dos fatos da vida real. A livre concorrência de mercado.
D a tentativa malsucedida de estimular o interesse por B romantização da igualdade social.
meio de situações duvidosas torna os problemas mate- C ineficácia do assistencialismo social.
máticos chatos e entediantes. D comercialização de produtos nocivos.
E a Matemática, por ser muito rígida, deixa de ser inte- E desigualdade social e extrema pobreza.
ressante quando comparada aos conflitos e mistérios
proporcionados pela Literatura. Questão 18

Questão 16 Capítulo sexto: das fruitas da terra

Ha na terra tantos destes caroços que os medem aos ad-
Frutos do espaço
queires. Tambem ha huma fruita que lhe chamão Bana-
O progresso convence por estranhas ilações1: nas, e pela lingua dos indios Pacovas: ha na terra muita
pega “parque” e faz dele abundancia dellas: parecem-se na feição com pepinos,
parque industrial. nascem numas arvores mui tenras e não são muito altas,
nem têm ramos senão folhas mui compridas e largas. [...]
O progresso convence por estranhas ilações1:
Esta he huma fruita mui sabrosa e das boas que ha na
pega “selva” e faz dela
terra, tem huma pelle como de figo, a qual lhes lanção
selva de pedra.
fora quando as querem comer e se come muitas dellas
[...] fazem dano á saude e causão febre a quem se desman-
Nos dá em jogo de palavra da nellas. [...] Ha duas qualidades desta fruita huma são
o que nos rouba em pequenas como figos berjaçotes, as outras são maiores e
terra, vegetação, animais. mais compridas. Estas pequenas têm dentro em si huma
cousa estranha, a qual he que quando as cortão pelo meio
“Sempre pensei em fundir a imagem com huma faca ou por qualquer parte que seja acha-se
dentro do espaço em progresso.” nellas hum signal á maneira de Crucifixo, e assi totalmen-
Silviano Santiago. “Frutos do espaço” (Adaptado). in: te o parecem.
Vale quanto pesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
GANDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do
1
ilações: conclusões; deduções; resultados. Brasil / História da Província de Santa Cruz. Belo
Horizonte: Itatiaia / São Paulo: Edusp, 1980 (Fragmento).

LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação 8

O fragmento de texto apresentado foi produzido por Pero
de Magalhães Gandavo no ano de 1576, e trata das pri-
meiras impressões registradas pelo cronista a respeito do
território brasileiro, que havia sido recentemente encon-
trado pela coroa portuguesa. Sendo um tipo de texto dire-
cionado para a sociedade de Portugal, que desconhecia
o novo território, as crônicas de viagem se sustentam em
uma estratégia de
A depreciação do espaço, em que a estrutura metoními-
ca não revela todos os dados.
B detalhamento excessivo do espaço, valendo-se inclu-
sive de estruturas sinestésicas.
C registro formal do espaço, em que a estrutura referen-
cial valoriza a descrição objetiva.
D descricionismo esvaziado do espaço, em que a estru-
tura metafórica cria ambiguidades.
E valorização do espaço, em estrutura comparativa que
ajuda a trazer informações novas.
Questão 19
Abane a cabeça leitor; faça todos os gestos de increduli-
dade. Chegue a deitar fora este livro, se o tédio já o não
obrigou a isso antes; tudo é possível. Mas, se o não fez
antes e só agora, fio1 que torne a pegar do livro e que o
abra na mesma página, sem crer por isso na veracida-
de do autor. Todavia, não há nada mais exato. Foi assim
mesmo que Capitu falou, com tais palavras e maneiras.
Falou do primeiro filho, como se fosse a primeira boneca.
Machado de Assis, Dom Casmurro.
São Paulo: Ateliê Editorial, 2011.
1
fiar: acreditar.
Nesse trecho da obra Dom Casmurro, fica explícita uma
característica muito recorrente nas obras de Machado de
Assis, que consiste em:
A a narração se desenvolver ao mesmo tempo em que
ocorrem os eventos.
B homem e mulher regerem-se, respectivamente, por ra-
zão e emoção.
C a opinião do leitor ser determinante para o desfecho da
história.
D a mulher da época estar sujeita aos desígnios do homem.
E o discurso do narrador não ser inteiramente confiável.
Questão 20
Fonte: <https://obutecodanet.ig.com.br/30-
ilustracoes-que-satirizam-nossa-dependencia-
de-tecnologia/>. Acesso em 01/05/2022.
9 LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
A ilustração apresenta uma crítica que se sustenta apenas
na linguagem não verbal. Analisando-a, é possível inferir
uma crítica
A ao crescimento de usuários jovens nos espaços virtuais.
B à dependência tecnológica no momento contemporâneo.
C ao fim das mídias impressas provocado pela moderni-
dade.
D à ampliação exponencial da compra de aparelhos celu-
lares.
E ao isolamento das pessoas de qualquer contato com o
mundo.
Questão 21
DRUMUNDANA
e agora maria?
o amor acabou
a filha casou
o filho mudou
teu homem foi pra vida
que tudo cria
a fantasia
que você sonhou
apagou
à luz do dia
e agora maria?
vai com as outras
vai viver com a hipocondria
Alice Ruiz, “Drumundana” in: Navalhanaliga.
São Paulo: Editora Zap, 1980.
O poema de Alice Ruiz configura suas relações de sentido
a partir de uma estratégia que envolve uma
A problematização do papel feminino na poesia, a partir
de um gesto metalinguístico.
B reflexão sobre variados dilemas femininos, organizada
a partir um sistema de paródia.
C discussão sobre o papel da mulher nas artes, colocada
em uma estrutura de paráfrase.
D observação dos dramas de uma mulher descontrolada,
modulada em uma base intertextual.
E análise irônica da situação de uma família que se dilui
até que sobre apenas a mulher liberta.
Questão 22
Texto I
A aristocracia doutoral é constituída pelos cidadãos for-
mados nas escolas, chamadas superiores, que são as de
medicina, as de direito e as de engenharia. Há de parecer
que não existe aí nenhuma nobreza; que os cidadãos que
obtêm títulos em tais escolas vão exercer uma profissão
como outra qualquer. É um engano. Em outro qualquer
país, isto pode se dar; na Bruzundanga, não. Lá, o cida-
dão que se arma de um título em uma das escolas citadas
obtém privilégios especiais, alguns constantes das leis e
outros consignados nos costumes. O povo mesmo aceita
esse estado de coisas e tem um respeito religioso pela
sua nobreza de doutores. Uma pessoa da plebe nunca
dirá que essa espécie de brâmane1 tem carta, diploma;
dirá: tem pergaminho. Entretanto, o tal pergaminho é de
um medíocre papel de Holanda.
Lima Barreto, Os Bruzundangas. São
Paulo: Carambaia, 2017.
1
brâmane: membro superior de uma casta sacerdotal.
Texto II
Nos dicionários, “bruzundanga” significa algaravia, ba-
rafunda, coisa de pouca serventia, ninharia. É com essa
confusão que Lima Barreto nomeia um país fictício, a Re-
pública dos Estados Unidos da Bruzundanga, cujas crô-
nicas publicou de janeiro a maio de 1917 no semanário
A.B.C., depois reuniu em livro, lançado apenas em 1923,
após sua morte. Bruzundanga é “uma grande bagunça
que, no entanto, se dá ares de importante, povoada por
doutores, políticos e literatos”
Beatriz Resende, “Posfácio” in: Lima Barreto, Os
Bruzundangas. São Paulo: Carambaia, 2017.
A obra Os Bruzundangas é formada por um conjunto de
crônicas em que o escritor pré-modernista Lima Barreto
satiriza a “República dos Bruzundangas”, que seria uma
espécie de alegoria do Brasil em seus anos iniciais da Pri-
meira República. No fragmento apresentado no Texto I, é
possível notar que o autor realiza uma crítica direta
A às dificuldades das classes inferiores em conseguir
maiores oportunidades acadêmicas.
B à baixa respeitabilidade das escolas superiores, que
prejudica a formação dos cidadãos.
C às regalias de determinados grupos aristocráticos por
conta de seus diplomas acadêmicos.
D ao modo como os interesses de grupos favorecidos co-
lide com os das classes empobrecidas.
E Um baixo nível de expectativa faz com que a sociedade
ao mau uso do dinheiro público na área educacional,
favorecendo um sistema de desigualdades.
Questão 23
Texto I
Leonardo da Vinci. O homem Vitruviano.
(1490) - Lápis e tinta sobre papel.
Texto II
Os portugueses nem haviam chegado ao Brasil quando
Leonardo Da Vinci (1452-1519) começou um dos mais im-
pressionantes levantamentos de anatomia para entender
o funcionamento de órgãos, do esqueleto, dos músculos
e tendões. Esta é a história pouco conhecida do artista
LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
anatomista italiano — sim, além de pintor, escultor, músi-
co, cientista, arquiteto, engenheiro e inventor, ele também
atuou na medicina. Ao longo de 15 anos (de 1498 a 1513),
Leonardo desenhou órgãos e elementos dos sistemas
anatomofuncionais do corpo humano.
Alessandro Silva. “Leonardo da Vinci, o desbravador
do corpo humano.” In: <https://www.unicamp.br/
unicamp/ju/568/leonardo-da-vinci-o-desbravador-
do-corpo-humano>. Acesso em 01/05/2022.
É possível afirmar que os estudos de anatomia realizados
pelo pintor Leonardo da Vinci e sua busca pela precisão
das formas corporais humanas estão devidamente alinha-
dos com a experiência artística do Renascimento por con-
ta de seu desejo de
A aperfeiçoar a representação pictórica e escultural, se-
guindo preceitos fundados na Antiguidade clássica.
B questionar a visão problemática que a igreja católica
havia constituído a respeito do corpo humano.
C alcançar um melhor detalhamento das expressões fa-
ciais, valorizando a representação de emoções.
D representar mais adequadamente a burguesia cres-
cente no período, inclusive em suas vestimentas.
E estabelecer uma arte que passasse a se sustentar em
parâmetros inéditos, afastada da imitação clássica.
Questão 24
perceba o professor de Educação Física simplesmente
como um agente de "instrução física". Para os professo-
res que atuam na área, ficam estabelecidos padrões que
acabam constituindo pré-requisitos para o exercício da
profissão. Tudo isto contribui para o desvirtuamento do
perfil daquele que se utiliza das atividades físicas como
elemento da Educação. A história dos cursos superiores
de Educação Física no Brasil é bem recente. Eles carre-
gam em seu bojo características que colaboraram e/ou
colaboram para o seu envolvimento numa atmosfera de
anti-intelectualismo. As exigências para o ingresso nas
Faculdades são um exemplo bastante significativo. Até a
década de cinquenta, bastava o candidato haver conclu-
ído o 1º grau. Era o suficiente para iniciar um curso que
seria de 3° grau! Obviamente não se poderia exigir mui-
to daqueles que possuíam apenas o chamado ginasial.
A imagem do professor de Educação Física ficou com-
prometida e criou-se um ambiente de discriminação em
relação à matéria.
Vitor Marinho de Oliveira, O que é Educação
Física. São Paulo: Brasiliense, 2004.
O texto discute uma espécie de visão histórica negativa
que sempre recaiu sobre os professores de Educação Fí-
sica. Podemos afirmar que esse olhar negativo se deve ao
fato de esse profissional
A ser um sujeito que não é muito ligado a atividades de
cunho intelectual.
B nunca ter conseguido ser capaz de alcançar o 2º grau
do Ensino Médio.
C ter sua credibilidade afetada por fatores de base curri-
cular de ensino.
D só ter conseguido a formação ginasial e ter preferido
pular o 2º grau.
E apresentar uma formação em Educação Física extre-
mamente rasa.
10
Questão 25
Caminhando por uma calçada de Copacabana, o amigo
me alertou: “Olha a patinete!”. Fiquei na dúvida: “É a pa-
tinete ou o patinete?”. Mas, antes que pudesse concluir a
frase, o bicho surgiu como um touro bravo e mal consegui
afastar-me para que ele passasse a um centímetro. Ali,
aprendi. A patinete ou o patinete, tanto faz – se você não
ficar esperto, ele ou ela passa por cima e você vai discutir
questão de gênero no outro mundo.
O Rio de Janeiro está tomado pelas patinetes elétricas,
daquelas que, tendo você chegado ao seu destino, po-
dem ser deixadas em qualquer lugar – na porta de farmá-
cias ou hospitais, nas vagas para deficientes ou entre as
motos nos estacionamentos das delegacias. Ninguém se
importa. Já vi gente de todos os sexos, idades e massa
corporal voando nessas patinetes. E soube que, pela inci-
dência de ombros, quadris e joelhos avariados em quedas
e colisões, os ortopedistas estão fazendo a festa.
Ruy Castro. “A invasão das patinetes voadoras”.
In: Folha de S.Paulo. 01.05.2021. – Adaptado.
As informações do último parágrafo do texto permitem
concluir que
A é intensa a disputa entre as empresas que alugam as
patinetes.
B muitos acidentes têm decorrido do uso desenfreado
das patinetes.
C é urgente a limitação dos locais onde conseguir alugar
as patinetes.
D é necessária a limitação do uso das patinetes a um
público específico.
E as patinetes têm se mostrado um meio de transporte
rápido e seguro.
Questão 26
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue
a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista per-
turba-se. Diante dela e todo a contemplá-la, está um guer-
reiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da
floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o
mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas
armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido,
como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no
arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do des-
conhecido. De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a
cruz da espada; mas logo sorriu.
José de Alencar. Iracema. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016.
O trecho retirado de Iracema, romance indianista de José
de Alencar, embora retrate a cena de uma narrativa que
busca revelar a identidade nacional, estabelece um para-
lelo com a experiência artística clássica ao
A consolidar metáforas que trazem à tona imagens de
uma natureza paradisíaca e selvagem.
B manter a tradição de narrar os primeiros encontros en-
tre os casais oriundos da literatura romântica.
C remeter a flechada de Iracema em Martim à ideia de
um amor platônico, associado à flecha do Cupido.
D reler contos da mitologia grega nos quais a violência
conduz, posteriormente, a uma experiência amorosa.
E retomar a idealização romântica com a constante asso-
ciação do amor entre as personagens e ideia do sono.
11 LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Questão 27
Texto I
Kevin Carter – Sudão (1993)
Texto II
A ideia de verdade fotográfica é retórica. Por mais convin-
cente que possa ser uma imagem, ela só comunica uma
mensagem que seja respaldada por um contexto social,
político, econômico, cultural e editorial. O ceticismo cres-
cente no fim do século XX quanto à objetividade da evi-
dência fotográfica fez com que fosse reconhecida a ten-
são entre o registro neutro da câmera e o envolvimento do
fotógrafo. Em outras palavras, o poder de uma represen-
tação fotográfica da realidade depende intrinsecamente
do controle visual estratégico exercido pelo fotógrafo ao
codificar a verdade em sua mensagem visual.
Chantal Fabres “Sudão” in: Tudo sobre
fotografia. São Paulo: Sextante, 2018.
Na fotografia de Kevin Carter, o “controle visual estratégi-
co exercido pelo fotógrafo ao codificar a verdade em sua
mensagem visual” a que se refere o Texto II manifesta-se
na ideia de que
A o registro deve abordar sempre histórias de padeci-
mento humano.
B a força imagética se constrói por um gesto de intencio-
nalidade.
C a imagem deve ser fruto de um procedimento arbitrário
do autor.
D o registro deve ser pautado por uma ideia de verossi-
milhança.
E o cenário da imagem deve ser previamente preparado
pelo autor.
Questão 28
LISBELA Compre um curió pra mim.
DR. NOÊMIO Não, Lisbela, eu não gosto de ver animais
presos.
CITONHO Por quê, Doutor?
DR. NOÊMIO Porque isso é malvadez. Os animais foram
feitos para viver em liberdade.
PARAÍBA E como é que o Doutor está me vendo aqui pre-
so e nem se importa? LELÉU E como é que ajudou a me
botar na cadeia?
DR. NOÊMIO Vocês são criminosos. Já os animais não
merecem, de maneira alguma, ser mortos nem presos.
Fazer isso é uma estupidez. Uma selvageria.
TIÃOZINHO Pois no meu fraco entender, o Doutor pode
entender de leis, mas não entende disso.
CITONHO Boa!
TEN. GUEDES (A Citonho) Que modos são esses!
LELÉU Estou com você, Citonho.
DR. NOÊMIO Lisbela, vamos. Você é minha noiva. Não
deve opor-se às minhas convicções. As convicções do
homem devem ser optarum causa, as de sua esposa ou
sua noiva.
LELÉU Não pense como ele, dona.
DR. NOÊMIO Cale o bico!
Osman Lins. Lisbela e o Prisioneiro.
São Paulo: Planeta, 2014.
A peça teatral Lisbela e o Prisioneiro, de Osman Lins, foi
lançada no ano de 1964. A cena retratada no fragmento
se passa no interior de uma pequena cadeia pública, na
cidadezinha de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco,
e revela ao leitor
A a opressão que recai sobre aqueles que detêm algum
conhecimento acadêmico.
B a força do pensamento patriarcal em regiões mais
afastadas dos grandes centros.
C as diferenças ideológicas entre aqueles que são oriun-
dos de classes sociais distintas.
D os maus-tratos a que estavam sujeitos os indivíduos
que eram presos nos anos 1960.
E o baixo nível de escolarização da maioria dos indivídu-
os que vivem no Nordeste do país.
Questão 29
Disponível em: <http://professorjeffersonrosado.
blogspot.com/2014/08/perolas-por-ai-estoque-
ilimitado-de.html>. Acesso em: 10/02/2022.
A placa apresenta uma situação inusitada em relação ao
uso da língua, gerando um efeito de humor. Para conse-
guir tal efeito, o texto se sustenta em uma estrutura
A metafórica, que desloca o texto do campo denotativo e
o conduz ao campo figurado.
B irônica, cujo objetivo seria fazer o leitor entender que o
bar nunca estaria fechado.
C hiperbólica, que distorce a compreensão ao criar um
exagero sobre a informação.
D pleonástica, em que a reiteração de uma informação
se mostra desnecessária.
E anafórica, por meio do qual são repetidas ideias no iní-
cio de algum período.
LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Questão 30
Quatro negros e uma negra pararam na frente deste prédio.
A primeira mensagem do porteiro foi: “Meu Deus!” A segun-
da: “O que vocês querem?” Ou “Qual o apartamento?” Ou
“Por que ainda não consertaram o elevador de serviço?
“Estamos fazendo um filme”, respondemos.
Caroline argumentou: “Um documentário”. Sei lá o que é
isso, sei lá, não sei. A gente mostra o documento de iden-
tidade de cada um e ponto.
“Estamos filmando.”
Filmando? Ladrão é assim quando quer sequestrar. Acom-
panha o dia a dia, costumes, a que horas a vítima sai para
trabalhar. O prédio tem gerente de banco, médico, advo-
gado. Menos o síndico.
O síndico nunca está.
– De onde vocês são?
– Do Morro do Pavão.
– Viemos gravar um longa-metragem.
– Metra o quê?
Metralhadora, cano longo, granada, os negros armados
até as gengivas. Não disse? Vou correr. Nordestino é ho-
mem. Porteiro é homem ou não é homem?
Marcelino Freire, “Solar dos príncipes” in: Contos
negreiros. São Paulo: Record, 2010.
O fragmento de texto apresentado, do escritor contem-
porâneo Marcelino Freire, focaliza uma situação em que
deseja tornar evidente
A o desejo artístico dos grupos desfavorecidos.
B os problemas de segurança na vida privada.
C o racismo explícito do porteiro do prédio.
D a convivência da sociedade com o medo.
E o preconceito estrutural da sociedade.
Questão 31
Ó GENTE OUSADA, MAIS QUE QUANTAS
NO MUNDO COMETERAM GRANDES COUSAS,
TU, QUE POR GUERRAS CRUAS, TAIS E TANTAS,
E POR TRABALHOS VAÕS
NUNCA REPOUSA,
POIS OS VEDADOS TERMINOS QUEBRANTAS
E NAVEGAR MEUS LONGOS MARES
OUSAS,
QUE TANTO TEMPO HÁ JÁ QUE GUARDO E TENHO,
NUNCA ARADOS DE ESTRANHO OU
PRÓPRIO LENHO;
Fido Nesti, Os Lusíadas em quadrinhos.
São Paulo: Peirópolis, 2006.
A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra
Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, que preserva o tex-
to original e focaliza o famoso episódio do Gigante Ada-
mastor. Na representação gráfica, a inter-relação de dife-
rentes linguagens caracteriza-se por
12
A desconstruir a diagramação do texto literário ao elimi-
nar a versificação.
B romper com a linearidade das ações que existia na
narrativa literária original.
C potencializar a dramaticidade do episódio com recur-
sos das artes visuais.
D ilustrar de maneira realística passagens que são repre-
sentativas da história.
E articular a tensão da epopeia com a desproporcionali-
dade dos desenhos.
Questão 32
A maior lista do mundo
se você me visse dormindo, me amaria
se me visse naquele dia em 1997, me amaria
se me visse dobrando um lençol de elástico, me amaria
se me visse descascando uma laranja, me amaria
se me visse folheando o jornal, me amaria
se me visse aos seus pés, me amaria
se me visse entre seus joelhos, me amaria
se me visse chorando, me amaria
se você me visse, me
Luana Claro. Disponível em: < http://mallarmargens.
com/2022/03/poemas-ineditos-de-luana-
claro.html>. Acesso em maio de 2022.
O poema da escritora contemporânea Luana Claro retrata
A com lirismo, a fragmentação da possibilidade de amor
no cotidiano.
B com ironia, o anseio do eu lírico em se sentir amado a
todo momento.
C com eufemismo, a tristeza existencial do indivíduo que
só deseja ser amado.
D com rebuscamento, a tensão existencial do amor nos
gestos cotidianos.
E com anáforas, o comportamento opressivo do amor
sobre o indivíduo.
Questão 33
Pois bem, no estudo de uma família, de um grupo de se-
res vivos, creio que o meio social tem igualmente uma
importância capital. Um dia, a Fisiologia nos explicará
possivelmente o mecanismo do pensamento e das pai-
xões; saberemos como funciona a máquina individual do
homem, como ele pensa, como ele ama, como ela vai da
razão à paixão e à loucura. Mas, estes fenômenos, estes
fatos do mecanismo dos órgãos que agem sob a influ-
ência do meio interior, não se produzem, externamente,
de modo isolado e no vazio. O homem não está só, ele
vive numa sociedade, num meio social; assim, para nós
romancistas, este meio social modifica constantemente os
fenômenos.
Émile Zola, O romance experimental. São
Paulo, Editora Perspectiva: 1979.
O fragmento de texto do crítico e escritor Émile Zola faz
apontamentos sobre experiências humanas, do ponto de
vista fisiológico, e também de cunho social, as quais de-
vem ser observados pelos romancistas. Tal abordagem
literária refere-se à escola
A romântica em sua vertente de emotividade mais exage-
rada, que conduzia o indivíduo a insanidades sociais.
B realista em sua preocupação com o psicologismo dos
seres em suas ações e relações sociais.
13 LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
C naturalista em sua exposição do caráter instintual do
indivíduo e do determinismo do espaço social.
D parnasiana em suas ações de valorização da arte que
criaram um novo modo de relação entre sociedade e
literatura.
E modernista em seu gesto de exibir não só a loucura do
homem, mas também as relações dessa loucura com
a sociedade.
Questão 34
Texto I
Felicidade vem depois (se você disser)
se você disser
que ainda me quer, amor
eu vou correndo lhe abraçar
seus beijos, seus carinhos
vivo a procurar
como o poeta busca a inspiração
nas noites de luar
se você disser
que ainda me quer, amor
eu vou correndo lhe abraçar
e unidos, bem juntinhos
partiremos só nós dois
e o bom, felicidade, vem depois.
Gilberto Gil, “Felicidade vem depois” in: Retirante
(volume 1). Gege Produções Artísticas, 1962.
Texto II
“(...) língua é um item mais complexo do que puramente
o conceito de falar correto (português culto) e falar errado
(variações populares) (...)
Maria da Paixão dias Santos, “Variações linguísticas
relacionadas aos contextos sociocultural”.
Fonte: <https://eventos.set.edu.br/enfope/article/
download/1289/236/5789>. Acesso: 10/05/2022.
Muitas das canções do músico Gilberto Gil, por tratarem
de temas da experiência popular, são sustentadas por
marcas de linguagem coloquial. Podemos encontrar uma
dessas marcas no verso
A “eu vou correndo lhe abraçar”, por conta do uso não
normativo do pronome oblíquo.
B “vivo a procurar”, por conta do uso equivocado da pre-
posição após o verbo viver.
C “como o poeta busca a inspiração”, pela ausência de
crase diante da palavra “inspiração”.
D “partiremos só nós dois”, pelo uso inadequado da pala-
vra “só” no singular.
E “e o bom, felicidade, vem depois”, por conta do posicio-
namento da palavra “felicidade”.
Questão 35
O amor
O amor. sem palavras. Ou. A palavra amor, sem amor.
Sendo amor, ou. A palavra ou. Sem substituir nem ser
substituída por. Si, a palavra si, sem ser designada ou
gnificada por. O amor. Entre si e o que se. Chama amor,
como se. Amasse (esse pedaço de papel escrito amor).
Somasse o amor ao nome amor, onde ecoa. O mar, onde
some o mar onde soa. A palavra amor, sem palavras.
Arnaldo Antunes. “O amor” em: Como é que chama o
nome disso: antologia. São Paulo: Publifolha, 2006.
Os diferentes gêneros textuais desempenham funções so-
ciais diversas reconhecidas pelo leitor com base em suas
características específicas, bem como na situação comu-
nicativa em que ele é produzido. Assim, o texto “O amor”
A C evoluíram bastante por conta de seu potencial de equi-
narra fatos reais vivenciados por todos os indivíduos.
B surpreende o leitor por conta de seu efeito poético.
C D apresentam conexões mais amplas com experiências
forja uma definição literal de uma experiência humana.
D descreve ações de caráter subjetivo vividas por muitos
seres.
E apresenta caráter metalinguístico ao discutir o que é
“amor”.
Questão 36
Fonte: <https://br.pinterest.com/
pin/828310556437924735/>. Acesso em 01/05/2022.
Os anúncios publicitários utilizam diversos recursos para
mudar o comportamento de seu público-alvo. Mesmo sen-
do um anúncio que concentra sua mensagem na lingua-
gem não verbal, é possível afirmar que seu objetivo é
A mostrar as capacidades de conversão dos brinquedos
de montagem.
B promover brinquedos que pregam a simplicidade e o
baixo custo.
C relacionar a diversão das crianças com um futuro pro-
fissional.
D enaltecer o fato de que brinquedos estimulam a imagi-
nação.
E criticar propagandas enganosas de produtos infantis.
Questão 37
Surgimento do Esporte Espetáculo
A evolução do esporte até tornar-se “espetáculo” acon-
teceu de forma “natural”, pois, no sistema capitalista, um
fenômeno aceito e incorporado tanto pela classe trabalha-
dora quanto pela classe dominante não poderia passar
despercebido. Assim, o esporte, principalmente depois da
Segunda Guerra Mundial, passou a ter conotações mer-
cadológicas. O esporte, na segunda metade do século
XX, assumiu grande relevância social. Para muitos pra-
ticantes, esse fenômeno representava uma forma de sta-
tus e, principalmente para as classes menos favorecidas,
era o meio mais rápido de ascensão social. Os meios de
comunicação de massa contribuíram para a divulgação e
ajudaram a criar essas “falsas ilusões”, valorizando o es-
porte e tornando-o uma mercadoria de consumo.
Vários autores. Educação Física (Livro Didático
Público - Ensino Médio). Curitiba: SEED-PR, 2006.
O texto promove uma reflexão mais ampla a respeito do
conceito de esporte, permitindo ao leitor inferir que as prá-
ticas esportivas
LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
A fomentam financeiramente todas as atividades de co-
municação televisiva.
B fundamentaram-se como uma ilusão por responsabili-
dade absoluta das mídias.
paração de classes sociais.
sociais, políticas e econômicas.
E cresceram rapidamente por serem uma celebração
voltada às classes trabalhadoras.
Questão 38
A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma
literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o bri-
lho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e po-
etas. Nem se pensariam em atribuir o Prêmio Nobel a um
cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo
que a crônica é um gênero menor. “Graças a Deus” – seria
o caso de dizer, porque sendo assim ela fica perto de nós.
Antonio Candido. Crônica: o gênero e sua
fixação e suas transformações no Brasil.
Campinas, SP: Editora da Unicamp; Rio de Janeiro:
Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992.
O crítico literário Antônio Cândido, ao discorrer sobre a
crônica, enfatiza uma das principais características desse
gênero texto, que seria a
A metalinguagem e função referencial da linguagem.
B narração romântica e pluralidade de núcleos.
C intertextualidade e paródia da realidade.
D linguagem popular e temas cotidianos.
E uso de neologismos e de metáforas.
Questão 39
Fonte: http://www.genildo.com/2018/12.
Acesso em 01/05/2022.
A charge do cartunista Genildo Ronchi carrega uma crítica
implícita, que deve ser interpretada pelo leitor. Tal crítica
diz respeito à
A troca de terras indígenas por riquezas naturais em
suas terras.
B exploração das terras indígenas e mortes de seus po-
vos residentes.
C negociação com povos indígenas em relação à demar-
cação e terras.
D desigualdade de recursos entre os povos indígenas e
a sociedade urbana.
E incrementação de políticas ineficazes para se poder
explorar recursos naturais.
14
Questão 40 Questão 42
Não é raro ouvirmos dizer que “lugar de estudante é na Texto I
sala de aula e não na rua, fazendo passeata” ou “estudan-
te estuda, não faz política”. Mas também ouvimos o con-
trário, quando alguém diz que “os estudantes estão alie-
nados, não se interessam por política”. No primeiro caso,
considera-se a política uma atividade própria de certas
pessoas encarregadas de fazê-la – os políticos profissio-
nais −, enquanto no segundo caso, considera-se a política
um interesse e mesmo uma obrigação de todos. Assim,
um primeiro paradoxo da política faz aqui sua aparição:
é ela uma atividade específica de alguns profissionais da
sociedade ou concerne a todos nós, porque vivemos em
sociedade?
Marilena Chauí, Convite à filosofia.
São Paulo: Editora Ática, 2003.
No texto, a autora utiliza o do termo “paradoxo” para expli-
citar o modo como lidamos com a experiência política. O
uso de tal palavra se justifica porque
A não é natural que um estudante abra mão do espaço Vladimir Kush, Natureza-morta com
escolar para fazer política. bandolim. (s/d) – Óleo sobre tela.
B a palavra “política” é usada com sentidos contraditó-
rios, em diferentes contextos. Texto II
C seria muito difícil para um estudante dividir seu tempo Vladimir Kush é um artista contemporâneo, classificado
entre estudar e fazer política. por muitos como sendo um surrealista, mas ele prefere
D as palavras “alienados” e “política” possuem sentidos chamar a si mesmo de “realista metafórico”. Nasceu na
diferentes, a depender do contexto. capital da Rússia em 1965, num bairro próximo do parque
E o estudante pode se interessar por política sem que florestal de Moscou. (...) Suas pinturas combinam mito,
necessariamente participe de passeatas. metáfora e poesia em novas formas. Através da justapo-
sição de objetos previamente independentes e da explo-
Questão 41 ração de diferentes pontos de vista, seu trabalho faz refe-
Muitas culturas consideram a alucinação, assim como os rência a significados mais profundos. Alguns confundem
sonhos, um estado de consciência especial, privilegiado, sua obra com a de Salvador Dalí, mestre do surrealismo.
e a buscam ativamente através de práticas espirituais, Fonte: <https://arteeartistas.com.br/biografia-de-
meditação, drogas ou solidão. Na cultura ocidental mo- vladimir-kush/>. Acesso em: 01/05/2022.
derna, contudo, as alucinações são com maior frequência
consideradas presságio de loucura ou de algo medonho O texto II refere-se ao caráter “realista-metafórico” da obra
acontecendo com o cérebro – muito embora a grande do pintor Vladimir Kush. Essa expressão em metáfora
maioria das alucinações não tenha tais implicações ruins. pode ser constatada no texto I pelo fato de o autor
O estigma é grande, e muitos pacientes relutam em admi- A aproximar imagens diferentes no quadro, de modo
tir que sofrem alucinações, com receio de que seus ami-
comparativo.
gos e até seus médicos pensem que eles estão enlouque- B congregar elementos que apresentam uma semelhan-
cendo. Tive a boa sorte de encontrar, na prática clínica e
ça semântica.
em correspondência com leitores (algo que eu vejo, sob C explorar um sistema de imagens em que a parte repre-
alguns aspectos, como uma extensão da minha prática),
senta o todo.
muitas pessoas dispostas a compartilhar suas experiên- D promover a junção figurativa de objetos inteiramente
cias. Várias delas expressaram a esperança de que con-
antagônicos.
tar suas histórias ajudasse a atenuar os cruéis equívocos E fundir em um mesmo desenho elementos originalmen-
em torno desse assunto.
te autônomos.
Oliver Sacks, A mente assombrada. São
Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Questão 43
A partir do texto apresentado, é correto afirmar que as alu-
Reflexão
cinações
A estão relacionadas a comportamentos de risco, como Está fora
uso de determinadas substâncias ilícitas. de meu alcance
B podem ser tratadas e até curadas se a pessoa que so- o meu fim
fre com elas compartilhar suas experiências. Sei só até
C são indícios de que o indivíduo pode possuir algum
onde sou
problema cerebral que requer maior atenção.
D obrigam as pessoas a se isolarem da sociedade, pois contemporâneo
são entendidas como um problema transmissível. de mim
E são valorizadas em algumas sociedades que, inclusi- Ferreira Gullar, “Reflexão” in: Muitas vozes.
ve, utilizam meios variados para poder provocá-las. São Paulo: José Olympio, 2013.

15 LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação

A reflexão do eu lírico, manifestada no poema, indica que
ele
A despreza o momento contemporâneo por querer viver
o futuro.
B desconhece o seu presente e, por consequência, teme
o futuro.
C reconhece ser mais fácil pensar no futuro do que no
presente.
D projeta o fim de sua vida para um momento contempo-
râneo.
E tem consciência de sua vida até o momento presente
vivido.
Questão 44
A filosofia não desempenhou grande papel na cultura ro-
mana, salvo o estoicismo, que era admirado pelos roma-
nos por sua ênfase na conduta virtuosa e no cumprimento
dos deveres. A tradição filosófica mais ampla estabelecida
pelos gregos clássicos ficou, portanto, marginalizada sob
o Império Romano. A filosofia continuou a ser ensinada
em Atenas, mas sua influência diminuiu e nenhum filóso-
fo de relevo surgiu até Plotino, no século III, que fundou
uma importante escola neoplatônica. Durante o primeiro
milênio da era cristã, a influência romana também dimi-
nuiu política e culturalmente. O cristianismo foi assimila-
do e, depois da queda do Império no século V, a Igreja
tornou-se a autoridade dominante na Europa Ocidental,
permanecendo assim por quase mil anos. A noção grega
de filosofia como uma investigação racional independen-
te de doutrinas religiosas foi contida com a ascensão do
cristianismo. As questões sobre a natureza do universo e
o que constitui uma vida virtuosa, acreditava-se, deveriam
ser respondidas pelas Escrituras1: não eram considerados
temas para discussão filosófica.
Vários autores, O livro da filosofia. Rio
de Janeiro: Globo Livros, 2008.
1
Escrituras: as escrituras sagradas, a Bíblia.
Segundo o texto, durante os primeiros séculos de existên-
cia do cristianismo,
A o sentido da palavra filosofia passou a ser determina-
do, na Europa Ocidental, pela Igreja.
B
a religião atribuía menos valor que a filosofia às ques-
tões relativas às condutas virtuosas.
C
a prática da filosofia convivia harmonicamente com a
ascensão da Igreja e de suas práticas.
D
as bases do que seria uma vida virtuosa saíram do do-
mínio da filosofia para o domínio da Igreja.
E
o Império Romano resistiu à influência da Igreja en-
quanto nele perdurou a influência da filosofia grega.
LC - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Questão 45
Texto I
Ô, Décio! Acorda, pô!
O porteiro não tinha sossego, estava sempre exposto às
intempéries do síndico, aos abusos mais idiotas do coti-
diano. Já nem me surpreendia o modo como Adriano fa-
lava com ele [...]
Pô Décio. Imagina se algum louco ou trombada aparece
aí na porta e você nem percebe.
Estou de olho, disse Décio, desligando o rádio. Preocupe
não, seu Adriano. Não vou mais, quero dizer.
Aqui no prédio ninguém quer pagar vagabundo pra es-
quentar cadeira, falou Adriano, sem se mover da frente da
mesa do porteiro.
Não era a primeira vez que o síndico se irritava com ele,
para em seguida tentar suavizar a própria atitude com um
tapinha amigo nas costas do homem.
Lucrécia Zappi, Acre. Todavia: São
Paulo, 2017. Páginas 77 e 78.
Texto II
Desde que mudáramos para o prédio, o jeito nervoso de
Décio era o mesmo. Dona Vera implicava com ele, sem-
pre por motivos diferentes. A última reclamação aconte-
ceu depois de tê-lo visto entrar numa biboca na Amaral
Gurgel para fazer bronzeamento artificial. Ela não tinha
nada a ver com o que ele fazia depois do trabalho, mas
argumentou que o aspecto do porteiro não condizia com a
imagem do prédio: a pele escurecida, além do cabelo tin-
gido e partido ao meio, dava-lhe uma aparência de pobre
coitado.
Lucrécia Zappi, Acre. Todavia: São Paulo, 2017. Página 67.
Os dois fragmentos apresentados do romance Acre, de
Lucrécia Zappi, apresentam as relações entre o porteiro
Décio e alguns moradores do prédio onde trabalha. Em
relação ao tratamento dado à personagem Décio por par-
te dos condôminos, vemos que o intuito do narrador é tor-
nar evidente
A a preocupação relevante dos moradores do prédio
com os procedimentos básicos de segurança e com os
locais frequentados pelo porteiro.
B
a relação de constrangimento trabalhista que alcança
inclusive espaços externos àquele em que são exerci-
das as atividades profissionais.
C os nexos entre imagem e trabalho, demonstrando que
o bom desempenho profissional não admite comporta-
mentos que sejam desleixados.
D a atenção aos lugares frequentados fora do espaço de
trabalho para que não houvesse nenhum tipo de expo-
sição dos moradores a riscos externos.
E a tentativa razoável dos moradores em tentar melhorar
o comportamento profissional do porteiro e de aconse-
lhá-lo quando estivesse fora do trabalho.
16
 INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
§ O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
§ O texto definitivo deve ser escrito a tinta, na folha própria, em 30 linhas.
§ A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copia-
das desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
§ tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
§ fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
§ apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

Texto I
Apesar das campanhas publicitárias do Dia dos Pais que exaltam famílias formadas por pais presentes, a
realidade do Brasil é muito diferente das “propagandas de margarina”. Segundo levantamento da Central Nacional de
Informações do Registro Civil (CRC), 80.904 das crianças registradas nos cartórios brasileiros somente neste ano têm
apenas o nome das mães nas certidões de nascimento, de um total de 1.280.514 nascituros.
Não é de hoje que o número de abandono afetivo amedronta as famílias brasileiras: em 2018, 5,74% dos re-
gistros de nascimento ficaram com o campo do nome do pai em branco e, em 2019, 6,15% das crianças nasceram sem
ao menos o sobrenome paterno.
No total, são mais de 5,5 milhões de adultos que nunca tiveram o reconhecimento do progenitor. O dado alar-
mante é ressaltado quando, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 12 milhões de
mães chefiam lares sozinhas, sem o apoio dos pais. Destas, mais de 57% vivem abaixo da linha da pobreza.
"Dia dos Pais pra quem? Com 80 mil crianças sem pai, abandono afetivo cresce" https://www.metropoles.com/ (08.08.2020)
Texto II
Diante do debate sobre o abandono paterno, um novo termo tem ganhado destaque entre os operadores de
Direito: a paternidade responsável. De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira, presidente nacional do
Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, o princípio da paternidade responsável interessa não apenas às
relações interprivadas, mas também ao Estado, na medida em que a irresponsabilidade paterna, somada às questões
econômicas, tem gerado milhares de crianças de rua e na rua.
Portanto, ele enfatiza que é um princípio que se reveste também de caráter político e social da maior importân-
cia. Se os pais não abandonassem seus filhos ou se exercessem uma paternidade responsável, certamente o índice
de criminalidade seria menor, não haveria tanta gravidez na adolescência, etc.
“A paternidade responsável tornou-se norma jurídica, traduzida em regras e princípios constitucionais. É um
desdobramento dos princípios da dignidade humana, da responsabilidade e da afetividade. Na verdade, ela está conti-
da nestes outros princípios norteadores e a eles se mistura e se entrelaça. Merece ser considerada como um princípio
destacado e autônomo em razão da importância que a paternidade/ maternidade tem na vida das pessoas”, diz.
“Paternidade responsável: mais de 5,5 milhões de crianças brasileiras não têm o nome
do pai na certidão de nascimento” https://ibdfam.org.br/ (07.08.2019)
Texto III Texto IV
CRINÇAS SEM Segundo a professora da Estácio e psicóloga
FILIAÇÃO COMPLETA infantojuvenil, Maria Mabel, a conexão dos pais com os
(POR ESTADO)
filhos, especialmente nos primeiros anos de vida, é cru-
cial para o desenvolvimento saudável da criança.
RORAIMA
ÚLTIMO DO RANKING
“Uma criança que cresce se sentindo sozinha
19.203 CRIANÇAS pode apresentar diversas dificuldades no futuro: na
adolescência tende a se distanciar cada vez mais dos
responsáveis e poderá ter dificuldades em manter rela-
cionamentos amorosos, pois não aprendeu a estar com
o outro no período da infância, impactando diretamente
suas relações de amizade e de relacionamentos afeti-
vos”, explica.
"Abandono paterno pode causar impacto no
desenvolvimento emocional das crianças"
SÃO PAULO RIO DE JANEIRO https://paranashop.com.br/ (06.08.2021)
SEGUNDO DO RANKING LÍDER DO RANKING

663.375 CRIANÇAS 677.676 CRIANÇAS

Fonte: Inep (Censo Escolar 2011) Disponível em https://
www.hypeness.com.br/ (Acessado em 25.11.2021)

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A PERSISTÊN-
CIA DO ABANDONO PATERNO NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos huma-
nos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
17 CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
CIÊNCIAS HUMANAS E
SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
Questão 46
Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real
para suspender as leis ou seu cumprimento. Que é ilegal
toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso
do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época
e modo diferentes dos designados por ele próprio. Que é
indispensável convocar com frequência os Parlamentos
para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afir-
mar e conservar leis.
Declaração de Direitos. Disponível em: http://disciplinas.
stoa.usp.br Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado).
No documento de 1689, identifica-se uma particularida-
de da Inglaterra diante dos demais Estados europeus na
Época Moderna. A peculiaridade inglesa está associada à
A à Revolução Gloriosa e à ascensão da burguesia.
B à dinastia Tudor e ao fortalecimento da marinha.
C ao domínio de Cromwell e ao advento do republicanismo.
D ao despotismo ilustrado e à consolidação do Parla-
mentarismo.
E à Revolução Puritana e à vitória da democracia.
Questão 47
Os princípios da justiça são escolhidos sob um véu de
ignorância. Isso garante que ninguém é favorecido ou
desfavorecido na escolha dos princípios pelo resultado
do acaso natural ou pela contingência de circunstâncias
sociais. Uma vez que todos estão numa situação seme-
lhante e ninguém pode designar princípios para favorecer
sua condição particular, os princípios da justiça são o re-
sultado de um consenso ou ajuste equitativo.
RAWLS, J. Uma Teoria da Justiça.
Martins Fontes. São Paulo, 2000.
John Rawls organiza os princípios da justiça enquanto
A existentes num estado anterior ao de sociedade.
B resultados de um processo de coordenação coletiva.
C relativos e instáveis, por terem seus termos determina-
dos via votação.
D um conjunto de princípios derivados da ordenação pró-
pria do poder judiciário.
E impraticáveis nas sociedades modernas, em vista do
alto nível de desigualdade.
Questão 48
As estações do ano estão associadas ao movimento de
translação da Terra em torno do sol, juntamente com a in-
clinação do eixo de rotação. No Brasil, as estações como
conhecemos (outono, inverno, primavera e verão) só são
claramente notadas no centro sul do país. Nas outras re-
giões, a percepção prática é outra.
O texto descreve alguns aspectos que diferenciam e in-
fluenciam diretamente nas estações do ano. Levando em
consideração o texto e seus conhecimentos geográficos,
assinale a alternativa correta a respeito do tema.
A No nordeste brasileiro, em função da sua localização
próxima ao círculo do Equador, tem-se apenas duas
estações durante o ano: a seca, de janeiro a julho, e a
chuvosa, de agosto a dezembro.
CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
B A população rural da Amazônia vive em função das
duas estações do ano: o verão, de maio a setembro,
que é a estação das chuvas, e o inverno, de outubro
a abril, que é a estação sem chuvas e de baixo nível
das águas.
C Quando a Terra se encontra em sua órbita próxima do
periélio, a sua velocidade é maior do que quando ela
se encontra próxima do afélio, e isso se reflete na de-
sigualdade da duração entre as estações do ano.
D Os fenômenos do sol da meia-noite e das auroras po-
lares nos países da península da Escandinávia ocor-
rem durante o solstício de 21 de dezembro.
E Da mesma forma que o movimento de translação da
Terra serve de base para definir a duração do dia e o
de rotação para definir o ano, a translação da Lua em
torno da Terra serve de base para definir o mês.
Questão 49
O índio era o único elemento então disponível para ajudar
o colonizador como agricultor, pescador, guia, conhecedor
da natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado
como gente, ter reconhecidas sua inocência e alma na
medida do possível. A discussão religiosa e jurídica em
torno dos limites da liberdade dos índios se confundiu com
uma disputa entre jesuítas e colonos. Os padres se apre-
sentavam como defensores da liberdade, enfrentando a
cobiça desenfreada dos colonos.
CALDEIRA, J. A nação mercantilista. São
Paulo: Editora 34, 1999 (adaptado).
De acordo com o texto, durante o período colonial, a rela-
ção com os indígenas que habitavam o território da Amé-
rica Portuguesa foi caracterizada
A pelo respeito para com suas expressões culturais tradi-
cionais.
B pelas disputas em torno do lugar que os indígenas ocu-
pariam na sociedade.
C pela incorporação de práticas religiosas indígenas ao
culto católico.
D pelos conflitos em torno da demarcação dos territórios
indígenas.
E pelo reconhecimento de suas habilidades no cultivo da
cana-de-açúcar.
Questão 50
Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que
desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no in-
teresse desse fim; e se é verdade que nem toda coisa de-
sejamos com vistas em outra (porque, então, o processo
se repetiria ao infinito, e inútil e vão seria o nosso desejar),
evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. 4. ed.
São Paulo: Nova Cultural, 1991.
A filosofia moral aristotélica é associada
A a preceitos relativistas, sendo de origem subjetiva.
B a uma perspectiva religiosa, visando à ascese pessoal.
C ao pensamento dualista e intelectualista, de inspiração
platônica.
D ao comprometimento com os valores comuns, próprios
da democracia ateniense.
E à ordem teleológica, associando a felicidade à realiza-
ção individual na esfera pública.
18
Questão 51
A partir da segunda metade do século XX, a mobilização
em torno do meio ambiente foi divulgado e se consolidou
por meio de estudos e das conferências internacionais.
As conferências climáticas possuem grande importância
mundial, esse fato deve-se
A a Rio+20, que ocorreu no Rio de Janeiro em 2012,
quando todos os países participantes ratificaram o
novo Protocolo de Kyoto, aderindo incondicionalmente
à nova ordem ambiental internacional.
B nais, mas principalmente na saúde, com a pandemia do
à Conferência de Paris, onde foram divulgadas as
Convenções sobre Mudanças Climáticas e, sobre
Diversidade Biológica, que figuram na Agenda Bioló-
gica Internacional.
C futuro das relações bilionárias entre o Brasil e a China,
à primeira conferência internacional especificamente
para a discussão da problemática ambiental ocorreu
em Estocolmo, em 1972.
D atenção para questões políticas ou ideológicas e se con-
ao acordo de Paris, que tem como objetivo fortalecer a
resposta global à ameaça das mudanças climáticas.
Os países participantes se comprometeram em reduzir
emissões de gases CFC.
E a Rio-92, fez um balanço tanto dos problemas existentes
quanto dos progressos realizados, porém pecou ao não
elaborar documentos importantes que poderiam seu usa-
dos como referência para as discussões ambientais.
Questão 52
Mirem–se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas.
BUARQUE, C.; BOAL, A. Mulheres de Atenas. In: Meus
caros Amigos, 1976. Disponível em: http://letras.
terra.com.br. Acesso em: 4 dez. 2011 (fragmento).
A música “Mulheres de Atenas”, composta por Chico
Buarque e Augusto Boal, faz referência à condição da
mulher na Grécia Antiga, cuja vivência era caracterizada
A pelo envolvimento no desenvolvimento das atividades
comerciais.
B pela igualdade de direitos em relação aos homens.
C pela organização das cerimônias religiosas.
D pela participação na vida política da pólis.
E pela restrição ao mundo doméstico.
Questão 53
O que está incorporado ao produto de seu trabalho não
mais é dele mesmo. Quanto maior for o produto de seu
trabalho, por conseguinte, tanto mais ele minguará. A alie-
nação do trabalhador em seu produto não significa ape-
nas que o trabalho dele se converte em objeto, assumindo
uma existência externa, mas ainda que existe indepen-
dentemente, fora dele mesmo, e a ele estranho, e que
com ele se defronta como uma força autônoma. A vida
que ele deu ao objeto volta-se contra ele como uma força
estranha e hostil.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos.
1ª ed. Boitempo. São Paulo, 2004.
O novo modelo de produção implementado pela segunda
revolução industrial
A aboliu o modelo de trabalho servil.
B deu início ao toyotismo na Europa.
C implicou na secularização do saber religioso.
19 CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
D inverteu a ordem de dominação entre a nobreza e o
campesinato.
E intensificou as relações de exploração entre proletários
e burgueses.
Questão 54
"Brasil e China: O que está em jogo na relação
com nosso maior parceiro comercial
O país asiático foi tema de discussões nas mais diversas
searas, não só na economia ou nas relações internacio-
novo coronavírus, e também na tecnologia, com a expec-
tativa para o leilão da tecnologia 5G. É justamente esse
último ponto, o 5G, o que acende mais atenções para o
segundo especialistas."
Para pesquisadores da área, o país asiático dá pouca
centra nas questões comerciais."
(Adaptado. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.
com.br/business/brasil-e-china-o-que-esta-em-
jogo-na-relacao-com-nosso-maior-parceiro-
comercial>. Acesso em: 27 de outubro de 2021)
As relações comerciais entre Brasil e China são impor-
tantes,
A pois os produtos chineses entram em território brasilei-
ro com preços muito baixos, o que provoca o fecha-
mento de indústrias brasileiras no ramo de sapatos,
vestuários e brinquedos.
B pois fazem parte do BRIC, um bloco econômico forma-
do por grandes mercados emergentes, que têm fortale-
cido suas economias graças a esses acordos.
C pois a China possui mais vantagens em relação ao
Brasil em suas trocas comerciais, uma vez que o Brasil
apenas importa gêneros agrícolas do país.
D uma vez que o minério de ferro, a soja, o petróleo e a
carne estão entre os produtos brasileiros mais importa-
dos pelos chineses, um dos maiores compradores do
Brasil.
E pois as parcerias comerciais entre Brasil e China sem-
pre existiram, sendo que a China exerce papel impor-
tante na atual economia brasileira.
Questão 55
O movimento abolicionista, que levou à libertação dos
escravos pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888, foi a
primeira campanha de dimensões nacionais com partici-
pação popular. Nunca antes tantos brasileiros haviam se
mobilizado de forma tão intensa por uma causa comum,
nem mesmo durante a Guerra do Paraguai. Envolvendo
todas as regiões e classes sociais, carregou multidões
a comícios e manifestações públicas e mudou de forma
dramática as relações políticas e sociais que até então
vigoravam no país.
GOMES, L. 1889. São Paulo: Globo, 2013 (adaptado).
O movimento social citado teve como seu principal veículo
de propagação
A as agremiações republicanas.
B os clubes militares.
C os debates no Parlamento.
D a Família Imperial.
E a imprensa escrita.
Questão 56
Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus
nela escreva o que quiser.
SANTO AGOSTINHO. A Cidade de Deus.
2ª ed. Vozes. Rio de Janeiro, 2016.
O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si
mesmo: é esse o primeiro princípio do existencialismo.
SARTRE, J. P. O Existencialismo é um
humanismo. 4ª ed. Vozes. Rio de Janeiro, 2014.
Acerca da relação entre liberdade e determinismo, os
autores
A buscam na crítica à teologia os fundamentos da vida
livre.
B abarcam o tema da liberdade por uma perspectiva
pragmática.
C se contradizem, ainda que ambos partam do ponto de
vista platônico.
D assumem pontos de vista opostos no que diz respeito
à autonomia humana.
E concordam com a tese que valida o poder divino como
determinante da vida humana.
Questão 57
A ciência geográfica possui várias ferramentas para a
compreensão e estudo das dimensões do espaço. Pode-
-se dizer que os mapas são instrumentos presentes no
cotidiano das pessoas. Seu estudo se dá a partir da aná-
lise dessas dimensões e das simbologias representadas
em uma superfície plana.
Em relação aos mapas, é possível observar que
A os mapas são representados a partir das duas regiões
do espaço, que são: a largura e o comprimento.
B a escala numérica é uma fração ordinária. O seu deno-
minador indica quantas vezes a realidade foi reduzida.
Então, 1:100.000 significa que a redução é de 100 mil
vezes e que 1(um) centímetro no mapa equivale a 100
mil centímetros, ou 1 quilômetro no espaço real.
C os mapas são representações curvas e reduzidas da
superfície plana da Terra, e a transferência desses
pontos se dá a partir das escalas.
D a riqueza de detalhes de um mapa se dá por meio do
tamanho da escala. Pode-se dizer, então, que mapas
com escalas pequenas possuem maior detalhamento
da região ou área representada.
E os mapas são estudados apenas pela geografia, que
os utiliza para a pesquisa, o planejamento ou para o
ensino.
Questão 58
Ordena-se pela autoridade do Parlamento, que ninguém
leve, ou faça levar, para fora deste reino ou Gales, ou
qualquer parte do mesmo, qualquer forma de dinheiro da
moeda desse reino, ou de dinheiro e moedas de outros
reinos, terras ou senhorias, nem bandejas, vasilhas, bar-
ras ou joias de ouro guarnecidas ou não, ou de prata, sem
a licença do rei.
HUBERMAN, L. História da riqueza do
homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
A lei acima mencionada, formulada na Inglaterra dos sé-
culos XVI e XVII, expressa uma associação entre
CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
A adoção de medidas protecionistas e formação das mo-
narquias nacionais.
B busca pela acumulação de metais preciosos e descen-
tralização político-administrativa.
C crescimento da produção manufatureira e fortaleci-
mento das instâncias políticas eletivas.
D expansão das atividades extrativas e questionamento
da justificativa divina para o poder real.
E exploração do território colonial e acumulação primitiva
do capital.
Questão 59
Mas dado que um Estado é apenas uma pessoa, deve
também apresentar a Deus um só culto, o que faz quando
ordena que seja ostentado publicamente pelos particula-
res. E isto é culto público, cuja propriedade é ser uniforme,
pois aquelas ações que são feitas de maneira diferente,
por homens diferentes, não podem ser consideradas como
culto público. E portanto, quando são permitidas muitas
espécies de cultos, resultantes das diferentes religiões
dos particulares, não se pode dizer que haja qualquer cul-
to público, nem que o Estado tenha qualquer religião.
HOBBES, Thomas. Leviatã. Martin Claret, São Paulo, 2009.
O livre culto, na teoria contratualista de Thomas Hobbes,
A é permitido e defendido pelo soberano, que defende o
sincretismo.
B é instaurado na formulação do contrato social, em de-
fesa das liberdades individuais.
C é proibido para que se mantenha a uniformidade do
culto público, em conformidade com a lei.
D se torna impossível após a instauração do parlamento,
pela diversidade de opiniões.
E configura-se como direito divino inegável da vontade
geral.
Questão 60
A mídia tem divulgado e trazido a conhecimento público
os malefícios que os agrotóxicos têm causado a diferen-
tes organismos, comprometendo seu papel ecológico,
bem como o meio ambiente.
Sobre o uso dos agrotóxicos, sabe-se que
A a importância das abelhas se restringe à produção de
mel.
B os agrotóxicos são produtos naturais que alteram a
composição da flora e da fauna com o objetivo de evi-
tar que doenças, insetos ou plantas daninhas prejudi-
quem as plantações.
C a queda brusca na quantidade de abelhas traz como
consequência a diminuição na produção de mel, afe-
tando, assim, a alimentação de ursos.
D o uso indiscriminado de agrotóxicos na produção agrí-
cola gera um ciclo vicioso: usa-se agrotóxico para ten-
tar fazer com que menos pragas destruam plantações,
mas junto com as pragas morrem outros seres vivos
benéficos.
E o uso de agrotóxicos cria a tendência de preservar áre-
as, contando que o uso destes evita a necessidade de
desmatar novas áreas, sendo estas preservadas.
20
Questão 61
A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da
vida administrativa da Colônia para o Rio de Janeiro, mu-
dando também a fisionomia da cidade. A presença da Cor-
te implicava uma alteração do acanhado cenário urbano
da Colônia, mas a marca do absolutismo acompanharia
a alteração.
FAUSTO, B. História do Brasil. São
Paulo: Edusp, 1995 (fragmento).
O trecho acima faz referência à vinda da família real por-
tuguesa para o Rio de Janeiro, evento que marca o início
de um período da história da América Portuguesa carac-
terizado
A pela emergência de um projeto emancipacionista repu-
blicano, que contou com a adesão das elites políticas
regionais.
B pelo fortalecimento do mercado interno, resultado da
superação da agricultura de exportação.
C pela introdução de reformas políticas e administrativas
inspiradas nos princípios iluministas.
D pela mudança na condição política do território, com o
desenvolvimento de instituições político-administrativas.
E pelas reformas urbanas implementadas nas principais
cidades do território colonial.
Questão 62
Mais da metade da população brasileira — 116 milhões
de pessoas — vive com algum grau de insegurança ali-
mentar. Ao menos 19 milhões estão passando fome, situ-
ação agravada pela pandemia e pela crise econômica do
país. Os dados são de levantamento da Rede Brasileira
de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nu-
tricional (Rede Penssan). Há três graus de insegurança
alimentar, o leve, o moderado e o grave, que acontecem
pela preocupação em não ter o que comer, pela falta de
acesso pleno a alimentos até a fome de fato, explica Mi-
lene Pessoa, professora do Departamento de Nutrição da
Escola de Enfermagem da UFMG, que estuda os efeitos
da insegurança alimentar no Brasil. “Qualquer grau de in-
segurança alimentar pode causar comprometimento na
saúde, indo de deficiências de macronutrientes, como
proteínas e carboidratos, à falta de micronutrientes, como
minerais e vitaminas, até chegar ao ponto de o corpo pa-
rar de funcionar”, afirma Pessoa.
Adaptado de: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/19-
milhoes-de-brasileiros-vive-com-fome-consequencias-
na-saude-sao-irreversiveis/. Acesso em 28/05/2022.
Uma resposta à crise alimentar no Brasil é a(o)
A adoção de contingenciamento de gastos em políticas
públicas.
B abolição da política de impostos sobre produtos ali-
mentícios.
C lonial.
ampliação de programas de isenção fiscal.
D implementação de projetos de assistência à subsistên-
cia familiar.
E término do monopólio do Estado sobre a produção ali-
mentar.
21 CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Questão 63
USMCA, o novo Nafta, estará sujeito
a renegociação a cada 6 anos
O novo tratado receberá o nome Acordo Estados Unidos-
-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), de acordo
com uma declaração conjunta. A nova versão do Nafta,
em vigor desde 1994 entre Estados Unidos, Canadá e
México, começou a ser renegociada em 2017 por exigên-
cia do presidente americano, Donald Trump, que conside-
rava o acordo um “desastre” para seu país.
Disponível: https://exame.abril.com.br/economia/
usmca-o-novona fta-estara-sujeito-a-renegociacao-
a-cada-6-anos/. Acesso: 30 out. 2018.
A renegociação do antigo NAFTA, novo USMCA, é mar-
cado
A pelo USMCA, novo Nafta, que torna menos acessível o
mercado de laticínios canadense pelos produtores es-
tadunidense.
B pela proposta do USMCA, que prevê a implantação de
moeda única para o bloco nos próximos anos.
C pela proposta de votação para inserção da Coreia do
Norte como país-membro do USMCA.
D pelo novo acordo, que prevê a livre circulação de pes-
soas e a redução nas fiscalizações nas fronteiras dos
países-membros.
E pelo novo acordo, que visa o retorno de indústrias es-
tadunidenses situadas no México com o objetivo de
criar novos posto de trabalho nos EUA.
Questão 64
O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à
Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Mé-
dia, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos
XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época
passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em
pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um
produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar
nos dotes de princesas casadoiras.
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de
Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.
A partir do texto acima e dos seus conhecimentos, o açú-
car foi o produto escolhido por Portugal para ser cultivado
nos territórios coloniais da América, por causa
A dos baixos investimentos necessários para a instala-
ção da cultura açucareira.
B do total controle português sobre as etapas de produ-
ção e comercialização.
C da experiência portuguesa adquirida com a produção
açucareira nas ilhas do Atlântico.
D da grande disponibilidade de mão de obra indígena.
E da viabilização da ocupação do interior do território co-
Questão 65
Entende-se hoje que a civilização medieval, apesar de li-
mitada segundo os padrões atuais, dava ao homem um
sentido de vida. Ele se via desempenhando um papel, por
menor que fosse, de alcance amplo, importante para o
equilíbrio do Universo. Não sofria, portanto, com o senti-
mento de substituibilidade que atormenta o homem con-
temporâneo. O medievo se sentia impotente diante da
natureza, mas convivia bem com ela. O ocidental de hoje
se sente a ponto de dominar a natureza, por isso se exclui
dela.
(Hilário Franco Júnior. A Idade Média:
nascimento do Ocidente, 1988.)
O “papel de alcance amplo”, “importante para o equilíbrio”,
representado pelas pessoas que viviam na Idade Média,
pode ser associado, entre outros fatores,
A à infixidez das relações sociais de trabalho, estabeleci-
das a partir da possibilidade de ascensão social e da
proibição de desrespeitar o rei.
B
ao reconhecimento do caráter diminuto de todo ser hu-
mano ante a grandiosidade da natureza e do conheci-
mento técnicocientífico.
C à percepção religiosa de que o homem está integrado
ao mundo, ligado diretamente a Deus e é objeto de
uma contínua luta entre o bem e o mal.
D ao sentimento de pertencer à espécie humana, dotada
de razão e com liberdade e autoridade para agir de
acordo com sua vontade.
E a formação do regime republicano.
à identificação dos homens como dotados de livre-ar-
bítrio, capazes de decidir seu destino e de recusar in-
terferências humanas ou divinas.
Questão 66
Grande São Paulo: veredas
A crise hídrica que desde o início do ano toma conta do
estado de São Paulo, atingindo nos últimos meses pro-
porções alarmantes, é apenas a ponta de um iceberg – às
avessas. A situação é semelhante ao que ocorre na perife-
ria das grandes cidades do país e decorre de um conjun-
to de fatores: da degradação dos mananciais e fontes de
água associadas à falta de transparência e participação
nos processos de gestão, até o déficit de chuvas e even-
tos climáticos extremos. Há pelo menos três verões, cho-
ve abaixo do esperado em São Paulo. Foi o outubro mais
seco dos últimos 12 anos para os sistemas da Cantareira
e do Alto Tietê, que abastecem o estado. Na Cantareira,
por exemplo, destinada à captação e tratamento de água
para a Grande São Paulo e responsável pelo abasteci-
mento de 8,8 milhões de pessoas, choveu apenas 32,49%
da média histórica.
Gerenciamos muito mal a escassez”, diz o especialista
em recursos hídricos Carlos Eduardo Morelli Tucci. “Te-
mos duas reduções de vazão: pela escassez (período
seco) e pela contaminação da água disponível por falta
de tratamento (escassez qualitativa)”. Para ele, São Paulo
desprezou o risco de falta de abastecimento e mostrou
como não se deve gerir um sistema de água.
Adaptado de: <http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/
conteudo/ grande-sao-paulo-veredas>
A escassez hídrica em São Paulo possui alguns agentes,
CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
A todos eles estão relacionados às ações humanas.
B estes envolvem, exclusivamente, os fenômenos da na-
tureza como o déficit de chuvas e eventos climáticos
extremos.
C sendo as ações humanas e as políticas também res-
ponsáveis pela crise hídrica.
D como o consumo doméstico excessivo que leva ao
problema da escassez hídrica.
E porém esta era inevitável, nenhuma ação governa-
mental poderia evitar a escassez de água.
Questão 67
Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não
desejar saber como e sob que espécie de constituição
os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três
anos submeter quase todo o mundo habitado ao seu go-
verno exclusivo — fato nunca antes ocorrido? Ou, em ou-
tras palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado
a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar
qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição
desse conhecimento?
POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.
O historiador Políbio, nesse texto escrito no século II
a.C., descreve um processo que trouxe importantes con-
sequências para a civilização romana, dentre as quais
destaca-se
A a submissão à hegemonia cartaginense.
B o aumento no número de escravizados.
C
D o declínio da atividade comercial.
E a expansão do cristianismo.
Questão 68
Com a retração do binômio taylorismo/fordismo, vem
ocorrendo uma redução do proletariado industrial, fabril,
tradicional, manual, estável e especializado, herdeiro da
era da indústria verticalizada do tipo taylorista e fordista.
Esse proletariado vem diminuindo com a reestruturação
produtiva do capital, dando lugar a formas mais desregu-
lamentadas de trabalho, reduzindo fortemente o conjunto
de trabalhadores estáveis por meio de empregos formais.
ANTUNES, R. O caracol e sua concha: ensaio sobre a
nova morfologia do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005.
Dada a temática apresentada, pode-se inferir que as mu-
danças nas relações de trabalho
A vêm trazendo maior estabilidade econômica à classe
trabalhadora.
B se submetem às regulamentações da legislação traba-
lhista.
C envolvem a adesão do mercado ao modelo de empre-
gos plenos.
D reduziram a burocracia, ao tempo em que fragilizaram
a vida econômica dos proletários.
E engrandeceram o contingente de trabalhadores con-
cursados.
22
Questão 69
As formas da superfície da terra são explicadas pela di-
nâmica geomorfológica, resultante de processos do pas-
sado e do presente, ou seja, sob transformações lineares
ou esporádicas e episódicas, direcionadas pelo tempo. O
terremoto ocorrido no início de 2010, no Chile, atingiu 8,8
graus na escala Ricther, deslocando o eixo de rotação da
Terra, em 8 centímetros, causando efeitos catastróficos
sobre o território desta nação latinoamericana.
A movimentação das placas que compõe a litosfera é es-
sencial para a formação do relevo terrestre, os abalos sís-
micos são consequência desta movimentação, sobre eles
A a ocorrência de terremotos está ligada a três tipos de
causas: desmoronamentos de prédios, vulcanismos e
tectonismos.
B as áreas de território chileno mais atingidas foram as
próximas ao epicentro, zona da superfície exatamente
em cima do local de origem do terremoto.
C o Chile localiza-se próximo à Placa do Pacífico, o que
explica a atividade sísmica.
D os avanços técnico-científicos podem amenizar catás-
trofes naturais.
E os tsunamis, conjunto de ondas de grande comprimen-
to e velocidade, provocadas por deslocamentos de pla-
cas tectônicas, são frequentes nos mares do Pacífico,
Índico e Atlântico.
Questão 70
Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela so-
brevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigan-
tes estava fadada a ser um teste debilitante e severo para
uma economia de base tão estreita. Lopez precisava de
uma vitória rápida e, se não conseguisse vencer rapida-
mente, provavelmente não venceria nunca.
LYNCH, J. As Repúblicas do Prata: da Independência
à Guerra do Paraguai. BETHELL, Leslie (Org).
História da América Latina: da Independência
até 1870, v. III. São Paulo: EDUSP, 2004.
A Guerra do Paraguai, maior conflito da história da Améri-
ca do Sul, teve consequências importantes para o Império
do Brasil, pois
A contribuiu para a consolidação do Exército brasileiro
como ator político relevante na sustentação do regime
imperial.
B inaugurou um período de crescimento da economia
brasileira, em razão das indenizações recebidas.
C B a importância geomorfológica do gelo, que é verificada
levou ao fim imediato da escravidão no Brasil, apesar
da oposição dos grandes proprietários de terra.
D marcou o início da crise do regime monárquico, que
levaria ao fim do Império nas décadas seguintes.
E C a infiltração das águas de chuva, que se verifica em
resultou na consolidação do Paraguai como potência
regional, rivalizando com o Brasil.
Questão 71
Tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém
sabe quem é
23 CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente
por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos bran-
cos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada
de nada.
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa.
Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). 252.
O século XX trouxe consigo uma série de novas vertentes
poéticas e filosóficas, típicas da vanguarda moderna. O
poema acima, do poeta português Fernando Pessoa, traz
temática similar ao pensamento
A epicurista, de valorização do corpo.
B cartesiano, pela perspectiva mecanicista.
C hobbesiano, defendendo o totalitarismo.
D existencialista, por inexistir caminho pré-determinado.
E agostiniano, ao explicitar a tese da predestinação.
Questão 72
Observe atentamente a figura a seguir. Nela se percebe
uma série de interações entre a hidrosfera, a atmosfera, a
biosfera e a litosfera.
Condensação
4 Nuvens
precipitação Transpiração Evaporação
3 neve e gelo
1 Oceanos, lagos
infiltração 2 Lençóis de água e rios
Fonte: htps://salinhadossonhos.blogs.sapo.pt/34857.html
Com relação aos elementos paisagísticos, ressaltados no
esboço de paisagem, destaca-se
A a representação, de maneira esquemática, de um
importante ciclo terrestre, denominado “Ciclo do
Carbono”.
nos lugares onde ele mesmo possa se acumular por
um período de tempo curto, desaparecendo durante a
estação de verão.
áreas tectonicamente falhadas, independentemente
das características físicas da superfície rochosa.
D a evapotranspiração, que é um processo que influen-
cia consideravelmente a formação de massas de nu-
vens, que podem acarretar precipitações fluviais em
áreas continentais, conforme ocorre sobre a Floresta
Equatorial Amazônica.
E a altitude da linha de neve, que depende tanto da in-
tensidade da precipitação nival como da distribuição e
duração da temperatura mais elevada do verão.
Questão 73 C a alternância entre a estação seca e chuvosa, em
A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, divi- Bombaim, é determinada pelos ventos monçônicos.
dida em três: uns oram, outros combatem, outros, enfim, D o climograma II corresponde a um tipo de clima tem-
trabalham. Essas três partes que coexistem não supor- perado, cuja vegetação é formada por florestas
tam ser separadas; os serviços prestados por uma são a equatoriais.
condição das obras das outras duas; cada uma por sua E as precipitações típicas do clima representado em II
vez encarrega-se de aliviar o conjunto... Assim a lei pode são orográficas.
triunfar e o mundo gozar da paz.
ADALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de Questão 76
textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981. A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas
mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, au-
O texto, escrito pelo bispo Adalberon de Laon entre 1027 tonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada
e 1030, está vinculado por viajantes e por missionários portugueses que visita-
A à valorização das atividades comerciais. ram a costa a partir do século XV, consta também na am-
B ao questionamento dos poderes da Igreja Católica. pla documentação sobre a região. A literatura é rica em
C à estruturação das relações entre a nobreza feudal. referências às grandes mulheres como as vendedoras
D à legitimação da organização social. ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a auto-
E à condenação do monasticismo guerreiro. nomia e mobilidade, é tão típico da região.
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas:
Questão 74 a agência feminina e representações em mudança
(...) a pura lealdade na amizade não pode exigir-se me- na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S.
nos de todo o homem pelo facto de até agora talvez não (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras
ter existido nenhum amigo leal, porque este dever, como africanas, Brasília; LGE; Luanda: Nzila, 2006.
dever em geral, anteriormente a toda a experiência, resi-
O trecho discorre sobre um elemento da vida social da
de na ideia de uma razão que determina a vontade por
África Ocidental que pode ser relacionado a uma carac-
motivos a priori.
KANT, Immanuel. Fundamentação da terística marcante das cidades no Brasil escravista nos
Metafísica dos Costumes. Lisboa, 2007. séculos XVIII e XIX, que se observa
A pelo desaparecimento de hábitos tradicionais das afri-
De acordo com a doutrina moral kantiana,
canas escravizadas e sua integração à sociedade.
A toda ação deve-se orientar por princípios universais a B pelo domínio que as mulheres negras exerciam sobre
priori. as atividades urbanas do período.
B a felicidade deve direcionar todos os processos deci- C pela importância das mulheres negras, escravizadas e
sórios. libertas, no comércio de rua, vendendo alimentos e ou-
C a consequência da ação precisa ser calculada visando
tros produtos.
os melhores resultados. D pela posse de imóveis urbanos por mulheres negras,
D todo agir deve visar o bem comum, considerando as
que obtinham renda através do aluguel dessas pro-
circunstâncias. priedades.
E agir bem consiste em seguir convicções religiosas. E pela restrição à realização do comércio ambulante im-
posta aos africanos escravizados e seus descendentes.
Questão 75
Bombaim (Índia) Atenas (Grécia) Questão 77
19ºN 37ºN 58’ N
T(ºC) P(mm)
620
Convém observar ainda uma segunda divisão entre nos-
600
580
560
sas percepções, que se aplica tanto às impressões como
540
520
500
às ideias. Trata-se da divisão em simples e complexas.
480
460
440
T(ºC) Percepções simples, sejam elas impressões ou ideias,
são aquelas que não admitem nenhuma distinção ou se-
420 180
400
380 160
360
340
320
140 paração. As complexas são o contrário dessas, e podem
300
280
260
120 ser distinguidas em partes. Embora uma cor, um sabor
240
220
200
100
e um aroma particulares sejam todos qualidades unidas
nesta maçã, é fácil perceber que elas não são a mesma
180 40 80
160
140 30 60
120
100
80
20 40 coisa, sendo ao menos distinguíveis umas das outras.
30 60
20
10
40
20
10 20
HUME, David. Tratado da Natureza
0 0 0 0
J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D Humana. São Paulo, 2000.
Precipitação TMA: 26,9 ºC Precipitação TMA: 17,8 ºC
Temperatura média P. Total: 1940 mm Temperatura média P. Total: 402 mm
De acordo com o texto, ideias simples
I II A referem-se a objetos percebidos que contém múltiplas
A partir da análise dos climogramas, aliada aos conheci- qualidades.
mentos acerca das paisagens climatobotânicas do mun- B podem ser, a exemplo, referentes a cores.
do, sabe-se que C são qualidades particulares, apreendidas momentane-
A o climograma I representa uma variante do clima tropi- amente e nunca repetidas.
D se diferem de ideias complexas por não se referirem
cal típico onde se desenvolvem as savanas.
B os verões quentes e secos de Atenas se devem à ao mundo material.
E capturam o fenômeno completo, com todas as suas
expansão das massas de ar seco formadas sobre os
mares. particularidades.

CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação 24

Questão 78
Aquecimento Global
PAI,
EXISTIU
MESMO
GELO?
A imagem acima refere-se ao derretimento das geleiras,
ambiente essencial para a manutenção da vida de certas
espécies animais, como os pinguins retratados na char-
ge. Sobre os conhecimentos científicos acerca do aqueci-
mento global tem-se que
A o IPCC (sigla, em inglês, para Painel Intergovernamen-
tal sobre Mudanças Climáticas) afirma que existem in-
certezas sobre a origem antropogênica do aquecimen-
to global.
B o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis
são cada vez mais intensos, com isso a concentração
desses gases poluentes está aumentando, especial-
mente as de O2 e CFCs.
C o Brasil ganha destaque no desenvolvimento de matri-
zes energéticas de origem vegetal ou animal como o
carvão mineral e o petróleo.
D alguns cientistas defendem que uma das alternativas
para enfrentar o desmatamento está no desenvolvi-
mento de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo.
E as regiões glaciais do planeta estão diminuindo signifi-
cativamente, enquanto aumentam também as áreas
em processo acelerado de desertificação.
Questão 79
Áreas em estabelecimento de atividades econômicas
sempre se colocaram como grande chamariz. Foi assim
no litoral nordestino, no início da colonização, com o pau-
-brasil, a cana-de-açúcar, o fumo, as produções de ali-
mentos e o comércio. O enriquecimento rápido exacerbou
o espírito de aventura do homem moderno.
FARIA, S. C. A Colônia em movimento. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).
O processo descrito no texto teve como consequência
A a concentração da população no litoral, onde as princi-
pais atividades produtivas se desenvolveram.
B a diversificação econômica, propiciando o surgimento
de um próspero mercado interno.
C a emergência de uma estrutura social diversificada,
com possibilidades de ascensão social.
D a formação de grandes cidades coloniais, a partir do
comércio com outras regiões da América.
E o surgimento de tensões entre colonos e metropolita-
nos, alimentando os movimentos emancipacionistas.
Questão 80
A cultura é pública porque o significado o é. Você não pode
piscar (ou caricaturar a piscadela) sem saber o que é consi-
derado uma piscadela ou como contrair, fisicamente, suas
pálpebras, e você não pode fazer uma incursão aos carnei-
ros (ou ímitá-ía) sem saber o que é roubar um carneiro e
como fazê-lo na prática. Mas tirar de tais verdades a con-
clusão de que saber como piscar é piscar e saber como
roubar um carneiro é fazer uma incursão aos carneiros é
25 CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
revelar uma confusão tão grande como, assumindo as des-
crições superficiais por densas, identificar as piscadelas
com contrações de pálpebras ou incursão aos carneiros
com a caça aos animais lanígeros fora dos pastos.
GEERTZ, Clifford. “Uma descrição densa.
Por uma teoria interpretativa da cultura”. In:
A interpretação das culturas. 1981.
Infere-se do texto que a definição de cultura
A é objetivamente compreendida por meio do método
científico.
B é de natureza fisicalista, reduzindo comportamentos a
processos físico-químicos.
C se constitui pela análise contextual, por depender de
diferentes conjuntos de significados.
D é universal e categórica, independendo de quaisquer
variações socioculturais.
E envolve a contraposição de uma cultura original com
suas derivações.
Questão 81
Energia sustentável é aquela que utiliza os recursos natu-
rais disponíveis de forma a preservá-los para uso futuro,
ou seja, que consome os recursos em quantidade e velo-
cidade nas quais a natureza consegue repôlos de forma
a evitar ou minimizar os impactos sobre o meio ambiente.
O conceito de energia sustentável é proposto como uma
diretriz que se busca seguir e um desafio a ser alcançado.
São exemplos a energia hídrica, a solar e a eólica. Porém,
existem outros considerados mais sustentáveis ainda, por
serem de recursos repostos e emitirem menos dióxido de
carbono (CO2), como a biomassa (bagaço da cana e re-
síduos da madeira), gás natural, gás de biodigestores de
esterco animal e o gás liberado pelos aterros sanitários.
É considerado recurso de energia secundário
A xisto.
B gasolina.
C água.
D petróleo.
E urânio.
Questão 82
O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a repu-
tação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e
leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser
mais clemente do que outros que, por muita piedade, per-
mitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São
Paulo: Martin Claret, 2009.
O trecho acima faz parte da obra “O Príncipe”, escrita pelo
florentino Nicolau Maquiavel no século XVI, considerada
um manual para os governantes do período. Dentre as
estratégias defendidas por Maquiavel para que os gover-
nantes se mantivessem no poder, destaca-se
A a adaptação das ações do governante às mudanças
de conjuntura.
B a persistente perseguição aos adversários políticos.
C a recusa do uso de métodos violentos para sustentar-
-se no poder.
D a submissão das instituições políticas aos interesses
próprios do governante.
E o uso da religião para justificar as ações políticas.
Questão 83
Na produção social que os homens realizam, eles entram
em determinadas relações indispensáveis e independen-
tes de sua vontade; tais relações de produção correspon-
dem a um estágio definido de desenvolvimento das suas
forças materiais de produção. A totalidade dessas rela-
ções constitui a estrutura econômica da sociedade – fun-
damento real, sobre o qual se erguem as superestruturas
política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas
formas de consciência social.
MARX, K. Prefácio à Crítica política. (Adaptado)
No marxismo, as relações identificados no texto corres-
pondem
A à didática entendida como motor da história.
B ao materialismo histórico que propõe a leitura econo-
mista da sociedade.
C à expropriação praticada pelos Estados no processo
de dominação política.
D à consolidação das forças produtivas que não são
compatíveis com o progresso humano.
E à constituição do mais-valia associada ao lucro obtido
pelo capitalista.
Questão 84
"A balança comercial brasileira registrou superávit de US$
4,322 bilhões em setembro de 2021, segundo dados di-
vulgados pelo Ministério da Economia nesta sexta-feira.
Na média diária, o saldo positivo é 15% menor ao registra-
do em setembro do ano passado. Naquele mês, em 2020,
o superávit chegou a US$ 5,1 bilhões"
(G1- Adaptado)
Sobre o comércio brasileiro:
A os minerais nacionais são importantes para a manu-
tenção do saldo positivo do comércio exterior do País.
B mantendo-se o dólar em alta, a balança comercial bra-
sileira se prejudica com a comercialização de produ-
tos, tais como o frango, no mercado internacional.
C a safra de soja brasileira é um fator negativo para a ex-
portação, gerando déficit na balança comercial do País.
D a exportação da safra de trigo brasileira é um dos fato-
res que contribuem para o índice positivo da balança
de pagamentos.
E o principal parceiro comercial do Brasil é o Reino Uni-
do, responsável por 26% das exportações.
Questão 85
O número de votantes potenciais em 1872 era de 1 097
698, o que correspondia a 10,8% da população total.
Esse número poderia chegar a 13%, quando separamos
os escravos dos demais indivíduos. Em 1886, cinco anos
depois de a Lei Saraiva ter sido aprovada, o número de
cidadãos que poderiam se qualificar eleitores era de 117
022, isto é, 0,8% da população.
CASTELLUCCI, A. A. S. Trabalhadores, máquina
política e eleições na Primeira República. Disponível
em: www.ifch.unicamp.br. Acesso em: 28 jul. 2012.
Um dos motivos que explicam a redução do número de
indivíduos qualificados para participar das eleições é
A a abolição do voto secreto.
B a criação da Justiça Eleitoral.
C a exclusão dos negros libertos.
D a exigência da alfabetização.
E a instituição da eleição direta.
CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Questão 86
Se temos conhecimento e crença justificada, eles obvia-
mente foram produzidos por alguma fonte. As mais comuns
são: a percepção, a introspecção, a memória, a razão e o
testemunho. Cada uma dessas fontes gera problemas di-
ferentes para o epistemólogo. Considere, o testemunho.
Diferentemente das outras fontes de conhecimento, não
há uma faculdade cognitiva que seja responsável pelo
testemunho. Saber uma proposição via testemunho en-
volve apenas a palavra de alguém, dita ou escrita. Mas se
você já brincou de telefone sem fio, provavelmente lembra
que, a depender do tamanho da fila de pessoas que passa
a informação inicial adiante, a informação final pode ser
completamente desfigurada. Na medida em que recebe-
mos conhecimento pela palavra dos outros, que diferença
há entre uma cadeia de informação sobre, digamos, as
condições de uma estrada no interior de Minas Gerais,
iniciada por moradores locais e entre uma brincadeira de
telefone sem fio? Parte da tarefa do epistemólogo é expli-
car o que torna o conhecimento por testemunho possível.
Textos selecionados de epistemologia e filosofia da
ciência. Universidade Federal de Pelotas, 2020.
O testemunho, para a epistemologia,
A consiste em capturar alguma forma de expressão.
B enuncia a verdade ao descrever um dado contexto.
C é dotado de objetividade plena.
D é passível de crença indubitável.
E dá-se sempre vazio de valor de verdade.
Questão 87
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-
mento usou, pela primeira vez, o conceito de Desenvolvi-
mento Sustentável no Relatório Brundtland, de 1987.
O Desenvolvimento Sustentável procura satisfazer as
necessidades da geração atual, sem comprometer a ca-
pacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas
próprias necessidades. Significa possibilitar que as pes-
soas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de
desenvolvimento social e econômico e de realização hu-
mana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso ra-
zoável dos recursos da Terra e preservando as espécies
e os habitats naturais.
Apud BRUNDTLAN, Comissão. Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: o nosso
futuro comum. Universidade de Oxford, Nova Iorque:
1987 (http://eubios.info/BetCD/Bt14.doc).
Com relação aos componentes do Desenvolvimento
Sustentável:
A a sustentabilidade ecológica avalia a manutenção dos
estoques de recursos naturais a serem incorporados
às atividades produtivas.
B a sustentabilidade ambiental refere-se à capacidade
das cidades em absorver e se recompor das agres-
sões antrópicas.
C a sustentabilidade social refere-se à adoção de políti-
cas distributivas e à privatização do atendimento dos
serviços de saúde, educação e seguridade social.
26
D a sustentabilidade econômica caracteriza-se pelo
uso intensivo dos recursos naturais e pela procura
de produtos substitutos quando surge a ameaça de
esgotamento.
E a sustentabilidade política refere-se ao processo de
construção da cidadania para garantir a incorpora-
ção parcial dos indivíduos ao processo de desenvol-
vimento.
Questão 88
Mas era sobretudo a lã que os compradores, vindos da
Flandres ou da Itália, procuravam por toda a parte. Para
satisfazê-los, as raças foram melhoradas através do au-
mento progressivo das suas dimensões. Esse crescimen-
to prosseguiu durante todo o século XIII, e as abadias da
Ordem de Cister, onde eram utilizados os métodos mais
racionais de criação de gado, desempenharam certamen-
te um papel determinante nesse aperfeiçoamento.
DUBY, G. Economia rural e vida no campo no Ocidente
medieval. Lisboa: Estampa, 1987 (adaptado).
O texto faz referência aos avanços nas técnicas de cria-
ção pastoril na Europa Ocidental, vinculados
A ao avanço do racionalismo renascentista.
B ao crescimento das atividades urbanas.
C à importância econômica das abadias e mosteiros
católicos.
D ao processo de centralização monárquica.
E à uniformização do processo produtivo.
Questão 89
A não aceitação do mérito moral como base da justiça dis-
tributiva é moralmente atraente, mas também inquietante.
É atraente porque abala a concepção presunçosa, muito
aceita em sociedades meritocráticas, de que o sucesso é
a coroação da virtude, de que os ricos são ricos porque
são mais merecedores do que os pobres. Como Rawls
nos lembra, “ninguém merece ter maior capacidade na-
tural ou ocupar um ponto de partida privilegiado na socie-
dade”. Tampouco é mérito nosso o fato de vivermos em
uma sociedade que por acaso valorize nossas qualidades
particulares. Isso é fruto da nossa sorte, e não da nossa
virtude.
SANDEL, Michael J. Justiça. O que é fazer
a coisa certa? Rio de Janeiro, 2009.
Tendo em vista os padrões de desenvolvimento econômi-
co brasileiro, é coerente afirmar que a meritocracia
A opera plenamente no seio da sociedade brasileira, ori-
ginalmente equitativa.
B configura-se distante da realidade nacional, em que há
inúmeras desigualdades de princípio.
C é uma tese amplamente aceita pela comunidade aca-
dêmica, como princípio de análise sociológica.
D se constitui como um padrão de verificação da existên-
cia ou não de desigualdades regionais.
E abarca a totalidade da realidade social nacional, já que
considera fatores predeterminantes.
27 CH - 1° dia | Caderno - 3ª Aplicação
Questão 90
24,9 PRODUÇÃO AGRÍCOLA POR ESTADO
Participação sobre o total de produção (em%) em 2015
18
15,2
9,3
8,3
5,5
4,2 3,6
3,1 1,9
1,8 1,5 0,9 1,7
MATO PARANÁ RIO GRANDE GOIÁS MATO
GROSSO DO SUL
MINAS BAHIA
GROSSO GERAIS
SÃO PAULO SANTA MARANHÃ TOCANTIS PIAUÍ
CATARINA
PARÁ DEMAIS
ESTADOS
E DF
DO SUL
Fonte: IBGE. Com adaptação.
O agronegócio brasileiro vem se configurando como uma
atividade cada vez mais próspera, competitiva e rentável,
embora enfrente, ainda hoje, desafios estruturais e con-
junturais.
Sobre o assunto e a análise dos dados fornecidos sobre a
produção agrícola brasileira, observa-se que
A considerando a distribuição por unidades da federação
brasileira implícita no gráfico, constata-se a liderança
da Região Sudeste na produção agrária nacional.
B o Brasil é um dos líderes mundiais na produção e ex-
portação de vários produtos industriais, configurando-
-se como um grande produtor e exportador de café,
açúcar, álcool, sucos de frutas, entre outros.
C o desenvolvimento científico-tecnológico e a moderniza-
ção das atividades agrárias conquistadas nas últimas
décadas, através de incremento à pesquisa e do empre-
go e expansão da indústria de máquinas, foram avan-
ços que contribuíram para transformar o Brasil numa
considerável plataforma mundial do agronegócio.
D no período considerado (2015), Minas Gerais apresen-
tou um percentual superior ao estado do Mato Grosso
do Sul na participação sobre o total da produção agrá-
ria por estado.
E o quadro natural diversificado, marcado pelo clima tro-
pical, a presença de solos férteis, a disponibilidade hí-
drica e a rica biodiversidade, colocam o Brasil numa
posição complicada para a produtividade agrícola,
sendo que o uso de agrotóxicos fica proibido no país.
 enem2022
Transcreva a sua Redação para a Folha de Redação.

O
8

H
9

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