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Discipulado: o que é, o que fazer e como começar

Bobby Jamieson20 de Julho de 2015 - Igreja e Ministério


Nota do editor: Este é um folheto que a liderança da Capitol Hill
Baptist Church distribui a novos membros. Pensamos que pode ser
útil também a outras igrejas, embora você precise alterar os detalhes
necessários.

Novos membros de igreja têm muitas perguntas. Uma muito comum é:


Como eu me envolvo em um relacionamento de discipulado?

Que importante pergunta! Discipulado é crucial para o nosso


crescimento cristão enquanto indivíduos, assim como para tornar o
evangelho visível em nossa vida comunitária como igreja. Assim, nós
fazemos todo o possível para cultivar uma cultura de discipulado em
nossa igreja.

1. O que queremos dizer por “discipulado”?

Em certo sentido, quase tudo o que fazemos como igreja local é sobre
ser e fazer discípulos. Os cânticos cantados, as orações oradas e,
certamente, os sermões pregados todos almejam nos edificar para
sermos discípulos que glorifiquem a Deus.

Mas, neste folheto, temos algo mais específico em mente ao usarmos


a palavra “discipulado”. Estamos pensando particularmente em
relacionamentos individuais. Mais formalmente, estamos falando
sobre o encorajamento intencional e o treinamento de discípulos de
Jesus com base em relacionamentos deliberadamente amorosos.

Jesus nos diz para acompanharmos uns aos outros deste modo: “O
meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como
eu vos amei” (João 15.12). Como Jesus amou os seus discípulos de
maneiras que possam ser imitadas? Ele os amou intencional,
propositada, humilde, alegre e normalmente. Vamos pensar nessas
descrições.

Intencional: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo


contrário, eu vos escolhi a vós outros [...]” (João 15.16a). Jesus não
simplesmente esbarrou em seus discípulos; ele tomou uma amorosa
iniciativa. Ele os escolheu. O amor semelhante ao de Cristo não é
passivo; ele toma iniciativa. Amar outros cristãos como Cristo nos
amou significa tomar a iniciativa.

Propositado: “e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso


fruto permaneça” (João 15.16b). O amor de Cristo por seus discípulos
é propositado. Ele os chamou a darem fruto para a glória de Deus. Em
outras palavras, o seu amor não é meramente sentimental, mas tem o
compromisso maravilhoso de glorificar a Deus. Se havemos de amar
uns aos outros como Cristo nos amou, certamente iremos compartilhar
os objetivos de Jesus para conosco, isto é, o bem espiritual dos
nossos amigos e a glória de Deus por meio da alegria deles no
evangelho.

Humilde: Jesus diz: “Como o Pai me amou, também eu vos amei”


(João 15.9) e “Já não vos chamo servos, [...] mas tenho-vos chamado
amigos” (João 15.15a). Jesus condescende em ser nosso amigo,
muito embora esteja ele infinitamente acima e além de nós em
majestade, santidade e honra. Certamente, então, nós devemos nos
relacionar com toda a humildade com nossos irmãos e irmãs com
quem compartilhamos a queda. Nós os tratamos como amigos a quem
amamos, não como “projetos” ou “inferiores”. Nós não nos colocamos
por cima, antes honramos e cuidamos.

Alegre: “Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em


vós” (João 15.11, ARC). Jesus nos ordena a amarmos uns aos outros
a fim de conhecermos a sua alegria. Cuidar de outros cristãos e
encorajar o seu crescimento na graça pode ser trabalho árduo. Mas é
um trabalho maravilhoso e Jesus diz que é um trabalho que traz
alegria!

Normal: Jesus torna esse tipo de discipulado amoroso o seu


mandamento básico para todo o seu povo e, assim, algo normal para
todos os cristãos. Ouça novamente: “O meu mandamento é este: que
vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. Não é
surpreendente que você encontre essa conversa sobre o discipulado
cristão básico ao longo da Palavra de Deus:

 “Exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós

seja endurecido pelo engano do pecado” (Hebreus 3.13).


 “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”

(Romanos 12.10).
 “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo”

(1 Tessalonicenses 5.11).
O Novo Testamento está cheio de tais exortações. Jesus e os
apóstolos não desejavam que o discipulado entre cristãos fosse
excepcional, e sim normal.

Como um membro de nossa igreja, nós desejamos que você seja

 intencional,

 proposital,

 humilde

 e alegre
à medida que nós trabalhamos juntos para tornar normal esse tipo de
relacionamento entre indivíduos.

Faça isso deixando que as pessoas o conheçam. Faça isso


trabalhando para conhecê-las. De fato, todo o nosso trabalho consiste
em cultivar uma cultura de discipulado neste lugar.

2. O que queremos dizer por uma “cultura de discipulado”?

Você provavelmente ouvirá bastante essa expressão entre nós. A


maioria dos dicionários define “cultura” mais ou menos como “os
valores, objetivos e práticas compartilhados que caracterizam um
grupo”. É basicamente isso o que temos em mente no que se refere
ao discipulado em nossa igreja. Nós não queremos apenas um
programa, queremos que o amor e o encorajamento mútuos sejam um
valor, um objetivo e uma prática que caracterizem cada um de nós de
maneira crescente.

Programas formais não são necessariamente ruins, mas nós


queremos ter certeza de que não nos desviamos do ideal bíblico. E o
ideal bíblico, como dissemos, é nos tornarmos um lugar em que seja
normal tomar a iniciativa de fazer o bem espiritual uns aos outros. Nós
não precisamos nos inscrever em nada nem obter permissão alguma
para começarmos a amar nossos companheiros de membresia dessa
maneira. Tampouco você deseja uma igreja na qual o discipulado
ocorre apenas quando sustentado pela liderança. Essa não é uma
igreja saudável! Não, nós queremos que você ore e pense em como
pode se envolver. E então converse com um presbítero ou algum
outro membro sobre suas oportunidades e mordomias peculiares.

3. O que eu devo fazer em um relacionamento de discipulado?

O aspecto mais significativo de qualquer relacionamento de


discipulado, com frequência, não é exatamente o que vocês fazem ao
se encontrarem, mas o fato de vocês edificarem um relacionamento
que tenha a verdade bíblica em seu âmago. Desse modo, não há um
“programa estabelecido” para relacionamentos de discipulado em
nossa igreja. Os membros fazem uma variedade de coisas:

 Reúnem-se semanalmente para discutir o sermão de domingo, um livro cristão ou um livro da Bíblia.

 Participam juntos de um Seminário Essencial[1] e discutem aplicações específicas para a vida uns dos

outros.
 Convidam membros solteiros para se ajuntarem às devoções familiares.

 Acompanham mães com crianças pequenas em suas caminhadas.

 Ajudam pais no trabalho de jardinagem e buscam conselhos.

 Agendam “dias de jogos” para as crianças e conversam sobre o sermão dominical da noite.
Os exemplos abundam e os locais de encontro são flexíveis. O que é
importante, de novo, é que você busque uma ocasião na qual tenha
tempo para se relacionar com outro membro com o alvo intencional de
encorajar e ser encorajado pela verdade da Palavra de Deus.

Então, seja criativo! Mas seja intencional com respeito a amar uns aos
outros do melhor modo, o mais elevado e mais bíblico – almejando
fazer o bem espiritual a outra pessoa.

Se você necessitar de ainda mais ajuda para pensar em


relacionamentos de discipulado, nós temos um Seminário Essencial
de treze semanas a respeito de discipulado. Participe dele na próxima
vez que for oferecido, nas manhãs de domingo, às 9h30min. Ou baixe
a apostila da aula sobre discipulado em www.capitolhillbaptist.org.[2]

4. Como eu posso entrar em um relacionamento de discipulado?

Há três maneiras de estabelecer um relacionamento de discipulado


em nossa igreja. Primeiro, tome a iniciativa pessoal de tentar construir
um relacionamento de discipulado com qualquer outro membro (do
mesmo gênero seu, por favor). Não é preciso nenhuma permissão da
liderança! Em vez disso, chegue cedo à igreja. Fique até tarde.
Participe das refeições após os cultos nas noites de domingo. E
comece a conhecer outras pessoas. Com o tempo, esperamos que
você começará a construir o tipo de relacionamento no qual essas
coisas acontecem naturalmente.

Segundo, peça ao líder do seu pequeno grupo sugestões e auxílio, se


você participar de um pequeno grupo (o que não é obrigatório). Eles
podem não estar livres para se encontrar com você regularmente,
mas, à medida que o conhecerem melhor, possivelmente eles poderão
ajudá-lo a se conectar com outro membro que possa fazê-lo.

Terceiro, se nenhum desses caminhos resultarem num


relacionamento de discipulado regular, sinta-se livre para contatar um
dos líderes da igreja para obter ajuda. Sempre há um número de
membros que, por causa da agenda, da geografia ou de outras
razões, têm dificuldade em se conectarem individualmente a outros
membros. Nesses casos, a liderança da igreja tem o prazer de ajudar.
Apenas ligue para o gabinete e agende com um dos pastores
auxiliares.

Nós o encorajamos, de fato, a começar por sua própria iniciativa. Isso


pode levá-lo a alongar, ou até mesmo desenvolver, os músculos da
disciplina e do evangelismo que irão servir a você mesmo e a outros
por anos a fio. Você pode descobrir que fazer isso é uma das
experiências mais satisfatórias em sua vida como cristão. E você pode
se ver compreendendo mais claramente o que Jesus pretendia ao
dizer: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes
amor uns aos outros” (João 13.35).

Notas:

[1] N.T.: Seminários Essenciais (Core Seminars) são classes de


escola dominical para adultos, oferecidas na Capitol Hill Baptist
Church, com o objetivo de ajudar os membros a compreenderem “as
sutis complexidades e as abrangentes verdades do nosso Deus e da
teologia, do ministério e da história que ele escreveu”.

[2] N.T.: Em inglês.


Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel

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