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Resumo:
1 INTRODUÇÃO
A indústria automobilística constantemente passa por um processo de
desenvolvimento e evolução, principalmente nas últimas décadas, ao longo desse período
os automóveis e seus componentes se transformaram, com destaque para os materiais que
os compõe.
Além disso, existe uma crescente necessidade de produzir automóveis mais leves,
econômicos, seguros e menos poluentes (GRITTI et al, 2002). É importante ressaltar que
há um consenso no setor automobilístico de que a crise econômica mundial, fez com que
os consumidores priorizassem carros que apresentassem as características já citadas
(leveza, economia, segurança e menos emissão de poluentes).
Com base nisso, as principais montadoras passaram a investir em inovações
tecnológicas com o propósito de fabricar veículos mais leves e econômicos sem abrir mão
do conforto, segurança e performance. A dificuldade para indústria automobilística
conceber modelos confiáveis, a baixo custo, conduz o desenvolvimento da tecnologia e
ciência dos materiais, combinando novos materiais e processos de fabricação. Assim, o
presente trabalho busca mostrar os principais metais utilizados na concepção do
automóvel na atualidade e em que aspecto cada um deles contribui para a construção de
automóveis mais leves, bem como, relatar brevemente sobre os processos que permitem
trabalhar esses elementos.
2 DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS METAIS USADOS NA FABRICAÇÃO DE
AUTOMÓVEIS
Os metais constituem a maioria das estruturas e componentes de funcionamento
existentes no automóvel e por isso é um dos mais utilizados na indústria automobilística.
No entanto sabe-se que os materiais usados na indústria automobilística estão agrupados,
segundo sua natureza, em 4 grandes categorias: Metais, Polímeros, Cerâmicas e
compósitos. Neste trabalho, tomou-se a iniciativa de relatar sobre os metais, por serem os
que estão presentes em maior quantidade nos automóveis e também, pela diversidade de
opções presentes no mercado.
2.1. Aços
O aço é uma liga metálica formada basicamente por ferro e carbono, as
porcentagens de carbono variam entre 0,008 e 2,11%, porém existem modificações
devido a adição de outros elementos como: cromo, vanádio, magnésio e tungstênio. Essas
composições deixam o material macio facilitando o processamento (CALLISTER, 2000).
Além de conter boas propriedades mecânicas o aço, atende de forma satisfatória
os requisitos ligados à conformabilidade, à resistência mecânica e resistência à corrosão.
Visando a diminuição de peso, favorecimento do ³designer´ e a complexidade dos
principais componentes da estrutura da carroceria, a indústria automotiva tem promovido
avanços na evolução metalúrgica dos aços produzindo aços com alta estampabilidade.
Dessa forma, surgiram então vários novos aços, que na década de 1990, foram
englobados em uma só família chamada de Aços Avançados de Alta Resistência
³Advanced High Strength Steels - AHSS´.
A utilização de chapas de Aços de Alta Resistencia (AHSS) no corpo do carro, ajuda a
dissipar energia na hora do impacto do veículo, combinando características como a
elasticidade e rigidez para garantir a segurança do passageiro (Figura 1).
Figura 1 - Demonstração da eficiência dos aços de alta performance no momento do
impacto.
2.2 Alumínio
Relativamente recente na indústria automotiva, o alumínio passou a ser utilizado
por ser cerca de 40% menos denso que o aço, portando permite reduzir o consumo de
combustível utilizado.
Trata-se de um material resistente e com boa capacidade de absorção de energia
na hora do impacto, bons desempenhos que juntamente com suas propriedades mecânicas
dão-lhe vantagem em relação ao próprio aço, possibilitando reduzir consideravelmente o
peso do carro.
Depois de passar por diversos testes e estudos, concluiu-se que o alumínio é capaz de
corresponder as exigências desta indústria. Além de ser usado para fabricar painéis da
carroceria ou chassi o alumínio também aparece nas rodas e em alguns motores. Diversos
fabricantes trocaram o ferro fundido pelo alumínio na fabricação do bloco do motor e
cabeçote. Igualmente durável, estes componentes em alumínio são mais leves e melhoram
a performance.
Com todas essas vantagens as principais fabricantes, optaram por utilizar este
material na concepção dos automóveis. Por exemplo, a Audi foi a primeira empresa a
produzir carros de alumínio apresentando ao público o Audi A8 (Figura 2).
Figura 2 - Estrutura do Audi A8 e seus respectivos materiais.
Fonte: Ishikawa, 2017.
Em 2015 a Jaguar trouxe ao mercado o Jaguar XE, com uma moderna plataforma
de alumínio que economiza 130 quilos em relação a similar em aço, no entanto, a
montadora traz outra novidade igualmente importante. Ele utiliza cerca de 75% de
alumínio reciclado em sua carroceria, o maior índice obtido até hoje em um modelo de
produção (Figura 3).
Figura 3 - Jaguar XE produzido com alumínio reciclado.