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Curso de Farmácia
Trabalho de Conclusão de Curso
Itumbiara-GO
2019
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Itumbiara-GO
2019
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4
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me proporciona a vida com saúde, por ter me dado força durante toda a minha
vida, por não me deixar faltar nada e me ajudou a trilhar pelo caminho certo.
Ao meu querido pai Adnival Duarte da Silva por me impulsionar e apoia a iniciar o curso de
farmácia, por cuida de mim e de todas as minhas finanças.
A minha querida mãe Maricélia Alvina da Fé Silva por ser meu braço direito ajudando em
tudo que fosse necessário, até mesmo ajudando a deixar meu jaleco sempre branquinho.
As minhas irmãs Thaynara Duarte da Fé Silva e Thayane Duarte da Fé Silva por todo carinho
e apoio.
A toda minha família que tanto amo, e que estão sempre me apoiando, incentivando e
mostrando o melhor caminho a seguir.
Ao meu amor Leonardo Borges da Silva por toda compreensão e apoio nos dias de grandes
desafios.
A minha amiga e companheira Thâmide Emanuela Freitas dos Santos pela amizade que se
intensificou durante o curso e que será para toda a vida, vivenciamos juntass muitos
momentos de descontração e muitos momentos tensos, que em todos tiveram aprendizados.
A minha amiga Stephanie Rodrigues Araújo pelos conselhos, apoio e carinho.
A Profº Dra. Joyce Rover Rosa, minha orientadora e prof do coração, pelo apoio, empenho,
dedicação, conhecimentos transmitidos, paciência com que supervisionou e confiança
depositada na realização deste trabalho.
Ao Laboratório de Química Experimental pela disponibilização dos meios de utilização no
decorrer do trabalho, aos técnicos do laboratório Roseane, Karolaine e Tarcísio, e a empresa
Rai Ingredientes Industrial.
A Universidade Estadual de Goiás pela oportunidade oferecida.
Aos Bibliotecários e demais Funcionários pelo suporte durante a elaboração desse trabalho de
curso e durante toda a graduação.
Aos demais professores da Universidade Estadual de Goiás por todo o conhecimento e todo o
apoio durante o curso.
A todos os demais colegas do curso, que tive o prazer de conhecer durante este período
acadêmico.
Faço meus agradecimentos a todos que direta e indiretamente contribuíram para a efetivação
deste trabalho.
6
RESUMO
ABSTRACT
It is estimated that billions of people include caffeine in their daily meals and its
applications occur in several sectors like food, beverage and pharmaceutical industry. Despite
its benefits, excessive consumption of caffeine can lead to the development of addiction and /
or other factors that directly affect one’s quality of life. This paper’s purpose is to extract
caffeine from commercial foods and beverages and determine their content. Five types of
samples were used (traditional coffee powder, milk chocolate bar, cola, black tea and energy
drink), each sample was diluted in hot water and the liquid-liquid separation method was used
with the addition of chloroform. For comparison purposes, a morphological and microscopic
analysis was performed. It characterized caffeine by thin layer chromatography (TLC). A
bibliographic study on the benefits of caffeine was done. Regarding the quantitative analysis
of caffeine, it was found that coffee (2.4%) and black tea (0.7%) were the beverages that had
the highest concentration of caffeine, not complying with Brazilian legislation (1.2 to 2 % for
coffee and 0.08% for black tea). Milk chocolate (0.3%) does comply with the country’s
legislation (0.4%). The cola and energy drinks (both 0.2%) are the least caffeinated beverages
and there is no specific legislation to determine the right content. In the morphological
analysis, the samples showed a yellowish-agglomerated and pointed crystalline appearance
different from the pure caffeine in comparison, which appears as a white powder. Optical
microscope analysis confirmed the presence of caffeine due to the presence of crystals. In
addition, cellulose TLC allowed the identification of standard caffeine (Rf 0.83) and coffee
samples (Rf 0.39) and black tea (Rf 0.42). From the bibliographical research, caffeine could
be said to play an important role in the prevention of neurodegenerative, cardiovascular, and
dyslipidemic diseases, besides being useful in the treatment of migraine.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................12
2. REVISÃO DE
LITERATURA.............................................................................14
2.1. CAFEÍNA........................................................................................................
.......15
2.2. REGULAMENTAÇÃO PARA O TEOR DE
CAFEÍNA.......................................17
2.3. CARACTERIZAÇÃO DA
CAFEÍNA....................................................................21
3. OBJETIVOS..........................................................................................................24
3.1. OBJETIVO
GERAL...............................................................................................24
3.2. OBJETIVOS
ESPECÍFICOS..................................................................................24
4. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................25
4.1. EXTRAÇÃO DE CAFEÍNA DAS
AMOSTRAS....................................................25
4.2. OBSERVAÇÃO DA CAFEÍNA NO MICROSCÓPIO
ÓPTICO...........................26
4.3. CARACTERIZAÇÃO DA CAFEÍNA ATRAVÉS DA
CROMATOGRAFIA EM CAMADA
12
DELGADA...........................................................................................26
4.4. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE OS BENEFÍCIOS DA
CAFEÍNA..........28
5 RESULTADOS E
DISCUSSÕES.........................................................................29
4.5. EXTRAÇÃO DE CAFEÍNA DAS
AMOSTRAS...................................................29
4.6. COMPARAÇÃO DA CAFEÍNA EXTRAÍDA DAS AMOSTRAS COM A
CAFEÍNA COMERCIAL ......................................................................................32
4.7. OBSERVAÇÃO DA CAFEÍNA NO MICROSCÓPIO
ÓPTICO..........................33
4.8. CARACTERIZAÇÃO DA CAFEÍNA ATRAVÉS DA
CROMATOGRAFIA EM CAMADA
DELGADA...........................................................................................34
4.9. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE OS BENEFÍCIOS DA
CAFEÍNA..........35
5. CONCLUSÃO.......................................................................................................38
REFERÊNCIAS....................................................................................................39
1 INTRODUÇÃO
as implicações para a saúde resultantes do consumo desta substância, são de interesse dos
consumidores de alimentos, bebidas e medicamentos. Sobretudo, o consumo excessivo de
cafeína pode levar ao desenvolvimento da dependência dessa substância, além de sintomas
como dores de cabeça, insônia e outros fatores que afetam diretamente a qualidade de vida.
É importante ressaltar, que existem estudos sugerindo o papel fundamental da cafeína
como auxiliar na prevenção de várias doenças, o que enfatiza a importância da
regulamentação sobre quantidade do consumo desta substância, uma vez que há a necessidade
da população estar alerta sobre os males que a ingestão exagerada pode causar.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CAFEÍNA
Identifica-se por ser quimicamente estável, solúvel em água quente e pouco volátil
(BONACIN, 2013; SANTO, 2016; BRENELLI, 2003).
NOTA: Enzimas: (1) 7-metilxantosina sintase (xantosina N-metiltransferase), (2) N-metilxantina nucleosidase,
(3) teobromina sintetase (7-metilxantina N-metiltransferase) e/ou cafeína sintetase (7- metilxantina e teobromina
N-metiltransferase), (4) cafeína sintetase (7-metilxantina e teobromina Nmetiltransferase).
Fonte: ASHIHARA; SUZUKI, 2004.
Diante do estudo de revisão literatura feita por Carvalho et al. (2006) sobre o perfil dos
principais componentes da bebida energética é possível destacar a cafeína afeta a função
normal celular e tem diversos efeitos fisiológicos, sendo que apresenta dois efeitos
importantes no sistema respiratório sendo eles, a estimulação dos neurônios do centro
respiratório do cérebro proporcionando um aumento discreto da frequência e a intensidade da
respiração, e um satisfatório efeito broncodilatador nos brônquios. Com isso, evidenciam-se a
utilidade do consumo regular de bebidas que contém cafeína, por pacientes asmáticos.
A cafeína também é utilizada na indústria alimentícia como agente de sabor, por
apresentar sensação amarga bem apreciada nos sabores de alguns alimentos. Em algumas
bebidas consumidas em grandes quantidades, como café e chás esta sensação é uma
peculiaridade importante do sabor. Para tanto, a cafeína é adicionada como agente
modificador de sabor em bebidas tipo soft drink (CARVALHO et al., 2006).
Na medicina terapêutica, a cafeína é empregada em medicamentos para auxiliar no
tratamento de dores de cabeça e enxaqueca. Há pouco tempo tem sido usada também como
coadjuvante em medicamentos para controle do peso, para melhorar o estado de alerta e alívio
de alergias (BALLONE, 2008).
triptofano, que, além de outras propriedades, auxiliam na redução do estresse e ansiedade das
tensões do dia a dia (MARTINS; LIMA; JELLER, 2016). Os brasileiros preferem o chocolate
ao leite por ser mais adocicado e contém em média 30% de cacau, sendo que o contribuinte
para o sabor amargo é a quantidade dos alcaloides teobromina (1,75%) e cafeína (0,4%)
(LANNES, 1997). O chocolate ao leite é preparado com pasta de cacau, açúcar e leite, leite
em pó evaporado ou condensado (BATISTA, 2008).
O FDA (USA, 2018b) monitora rigorosamente o mercado de produtos perigosos,
incluindo suplementos alimentares que consistem em cafeína pura e altamente concentrada, e
constantemente, tomam medidas conforme apropriado. Se existirem violações, a FDA pode
tomar medidas de execução, como a apreensão do produto ou uma medida cautelar para evitar
que a empresa continue a fabricar ou comercializar o produto.
A cafeína pode ser determinada por vários métodos, sendo comum a todos eles a
necessidade de uma extração e purificação inicial, dentre eles estão a caracterização por
Cromatografia em Camada Delgada (CCD), quantificação por espectrofotometria de
infravermelho (IV) e ultravioleta (UV), reação de murexida e processo com fluidos
supercríticos.
Segundo Prasniewsk et al. (2015), a CCD baseia-se no mecanismo de adsorção pois a
fase móvel elui pela fase estacionária, devido a capilaridade, e assim interage com a amostra e
o padrão que estão na fase estacionária. À medida que o solvente sobe pela placa, a amostra é
compartilhada entre a fase líquida móvel e a fase sólida estacionária. Durante este processo,
os diversos componentes da mistura são separados. A CCD é tradicionalmente usada para
separar substâncias por meio do fator de retenção (R f) que é a razão entra a distância
percorrida pela substância estudada e a distância percorrida pela fase móvel (TOSATO,
2016).
A CCD tem sido escolhida por apresentar resultados satisfatórios de exatidão e
precisão, e possui como vantagem a rápida realização do procedimento. De fato, é uma
técnica de adsorção líquido-sólido em que a separação ocorre por diferença de afinidade, com
isso, permite a purificação e identificação de compostos e substâncias da mistura sobre a
superfície de um papel de filtro de qualidade especial (fase estacionária) (DE MARIA;
MOREIRA, 2007; MONTEIRO et al., 2014; ANVISA, 2010).
23
A Farmacopéia Brasileira (BRASIL, 2010) retrata que a fase estacionária pode ser
composta por uma fina camada de adsorvente aplicado sobre um suporte plano, o qual pode
ser constituído de diversos materiais tais como vidro, alumínio ou poliéster.
Essa técnica pode ser aplicada na a identificação de compostos, para purificação de
compostos e na separação dos componentes de uma mistura. Pode-se utilizar escalas analíticas
ou preparativas, as quais ambas utilizam placas de vidro com espessura de 3 a 4 mm. Além
disso, apresenta rapidez, facilidade, baixo custo e fácil identificação visual, sendo a preferida
para acompanhar reações orgânicas, purificação de compostos e identificação de substâncias
previamente obtidas através de cromatografia líquida clássica (MONTEIRO et al., 2014).
Nos últimos anos, a técnica de espectroscopia de IV revelou resultados muito
interessantes quando aplicada nas áreas farmacêutica e de alimentos. Nesse contexto,
destacar-se o uso dos espectrômetros de IV com transformadas de Fourier (IVTF) e seu
emprego na identificação e dosagem de cafeína em medicamentos, chás e café. Essa técnica
consiste em diluir os princípios ativos em clorofórmio, e posteriormente ocorre a filtração das
soluções para remover os excipientes (DE MARIA; MOREIRA, 2007; BONACIN, 2013).
Segundo Batista et al (2015) a cafeína é responsável pelas bandas na região entre
1550-1750 cm-1 no espectro de IV da cafeína pura. De fato, duas vantagens importantes dessa
técnica é que durante a análise não há produção de resíduos químicos e ainda permite a
obtenção de espectros de pós, sólidos e espécies químicas adsorvidas em sólidos.
Quanto ao método de espectrofotometria de ultravioleta (UV) pela cafeína ocorre por
absorção de radiação eletromagnética na região do UV, sendo que o extrato aquoso da matriz
é tratado com óxido de magnésio e ferrocianeto de zinco para remoção de trigonelina e outros
compostos interferentes. A quantificação é conduzida com base na análise da absorvância no
comprimento de onda de 272 nm. Este método é considerado de baixo custo, é mais rápido,
simples e preciso que técnicas gravimétricas, porém, os resultados podem ser superestimados
pela presença de interferentes (DE MARIA; MOREIRA, 2007).
Outra caracterização de cafeína pode ser realizada pela reação de murexida, devido a
presença da metilxantina, essa reação fundamenta-se na cisão oxidativa da cafeína em
aloxano que sob aquecimento com clorato de potássio 8% (KClO 3 8%) e ácido nítrico 65%
(HNO3 65%) dá origem a aloxantina que em contato com vapores de revelada com hidróxido
de amônio 30% (NH4OH 30%) forma o purpurato de amônia, sal que apresenta cor violácea
(LOPES; NETO JUNIOR, 2011; COSTA; GUIMARÃES; VIEIRA, 2014).
Sobre o processo com fluidos supercríticos (FSC) faz-se necessário destacar que este
processo baseia-se na exploração das propriedades do fluido em torno do seu ponto crítico,
24
sendo que o fluido apresentar densidade bem parecida com a da fase líquida. Além disso, as
propriedades de transporte são próximas da fase gasosa. Segundo Saldaña (1997, p. 2) “na
região supercrítica, as propriedades são particularmente sensíveis á temperatura e pressão,
gerando mudanças enormes na densidade e, portanto, no poder de solubilização”. Isso
acontece nos processos de extração devido a densidade de solventes líquidos ser somente
alterada pela adição de outros solventes ou aumento na temperatura. Uma vantagem do uso de
FSC é o fato do líquido possuir uma viscosidade menor e um coeficiente de difusão de massa
maior, apresentando, portanto, maiores taxas de transferência de massa.
25
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
3.2 ESPECÍFICOS
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Após calcular o rendimento, colocou-se uma pequena porção das amostras em lâmina
e foram levadas a um microscópio óptico, onde sob um aumento de 100 vezes para observar
a presença de cristais de cafeína, assim constatando a presença desse elemento no produto
analisado (MONTEIRO, 2015).
Para esta análise foram usadas a amostra comercial e as cafeínas extraídas do café e
chá preto devido ao maior rendimento de extração.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte: 1CAMARGO; TOLEDO, 1998; 2BURGOS, 2008; 3MONTEIRO et al, 2014; 4ALTIMARI, 2001.
etapa de extração da cafeína com um solvente orgânico, assim provocando a formação de uma
emulsão difícil de ser tratada que consequentemente haverá um aumento no rendimento de
cafeína extraída como pode ter ocorrido no estudo. Portanto, faz-se necessário utilizar uma
solução aquosa de carbonato de cálcio para purificar e minimizar a formação dessa emulsão
pois o meio básico irá promover a hidrólise do sal de cafeína-tanino, aumentando assim o
rendimento de cafeína pura extraída (NUQUIOCAT, 2015).
Ao analisar a extração da cafeína empregando o clorofórmio como solvente observa-se
que demonstrou ser muito eficiente no procedimento, uma vez que o clorofórmio apresenta
maior afinidade com a cafeína, sendo nove vezes maior no clorofórmio do que em água na
mesma temperatura. Sendo assim, o clorofórmio é imiscível em água e é seletivo com a
cafeína, o que possibilita a separação da cafeína do extrato aquoso (SANTO, 2016;
FERNANDES, 2007; ASHIHARA; SUZUKI, 2004).
Além disso, o clorofórmio é capaz de inferir um grau maior de pureza ao precipitado,
promovendo a cristalização do alcaloide por causa da evaporação do solvente. Desta forma,
no funil de separação há uma mistura imiscível de duas fases, uma fase aquosa e outra (fase
orgânica) contendo a cafeína devido a diferença de densidade entre o solvente orgânico e a
água. Com isso, permite com que a fase orgânica se deposite na parte inferior do funil, assim,
o analito é purificado, tornando essa diferença de polaridade um facilitador no processo de
purificação da xantina (PRASNIEWSKI et al., 2015).
Quanto ao rendimento de cafeína que foi menor no procedimento do refrigerante e
energético, há a possibilidade de que a adição de água não potencializou a extração de cafeína
como observado também por Santo (2016). Ainda segundo Santo (2016), a incorporação da
água como co-solvente é considerado vantajoso devido a hidrossolubilidade da cafeína com a
água, entretanto em uma concentração elevada prejudica o comportamento mecânico do
processo de extração.
É necessário destacar que as quantidades de cafeína encontradas nos diferentes tipos
de alimentos e bebidas consumidas variam conforme o tipo de produto, quantidade de amostra
utilizada e a forma de preparo. Entretanto, a diferença entre os teores de cafeína se deve
principalmente às variedades dos grãos utilizados nas formulações (BORTOLINI; SICKA;
FOPPA, 2010). Segundo estes autores os teores de cafeína variaram de 0,534 a 1,051% entre
as diversas marcas de café e a quantidade encontrada no seu estudo foi de 3,99%, considerado
acima dos valores preconizados. Batista et al. (2004) encontraram um teor bem inferior
(0,64%) para o café tradicional em pó usando a mesma marca de produto usado no presente
estudo, o qual encontrou-se 2,4% de cafeína. Essa variação de teor de cafeína no café pode
32
estar associada ao tipo de café analisado, se é com alto ou baixo teor de cafeína, bem como ao
cultivo da planta usada para a produção do pó, pois a cafeína é um metabólito de vegetais,
portanto, sua concentração pode variar com as intempéries externas do cultivo (clima,
sazonalidade, fertilidade de solo, entre outros).
Batista et al. (2004) extraíram 0,92% de cafeína de chá preto, enquanto que Bortolini,
Sicka e Foppa (2010) encontraram um teor de 2,99% de cafeína para amostra de chá preto e
de acordo com esses autores, quanto à composição de cafeína em chás, deve-se considerar que
a composição das folhas de chá varia de acordo com a espécie, clima e condições de cultivo.
Estes valores se aproximam dos encontrados por Alves e Bragagnolo (2002) cujos resultados
variaram de 2,41 a 2,61 g/100 g nas amostras de chá preto. O rendimento de cafeína em chá
preto revelou 0,7%, porém padrões preconizados pela legislação é de 1,5% (SVS/MS, 1998).
Ressalta-se que os chás provenientes da Camellia sinensis são classificados em três
tipos de fabricação, de acordo com seu nível de fermentação: chá não fermentado (Chá
verde), chá semifermentado (chá de oolong) e chá completamente fermentado (chá preto). No
entanto, existem outras variedades de chá específicas na China: chá amarelo, chá branco (chá
levemente fermentado) e chá escuro (chá pós-fermentado) (LI; ZHU, 2016). Ao considerar
essas diferenças no processamento das folhas de Camellia sinensis, observa-se que cada chá
apresenta diferenças no sabor, aspecto, propriedades antioxidantes, principalmente porque,
ocorrem mudanças significativas de um chá para outro e essas mudanças estão relacionadas às
diferentes concentrações de polifenóis específicos (VENQUIARUTO; DALLAGO, 2018).
A determinação de cafeína em amostra de refrigerante a base de cola foi de 0,2%.
Comparando com a literatura, Bortolini, Sicka e Foppa (2010) encontrou 1,82% de
cafeína. Observa-se que o valor encontrado no rendimento é menor que o encontrado em
outro estudo. A RDC 273/2005 preconiza que deve conter em produtos bebidas denominadas
para o consumo é de no máximo 35 mg/100 mL (0,035%) de cafeína. Além disso, a literatura
é bastante escassa nesse assunto, fazendo com que a formulação possa ser modificada
favorecendo assim para a ocorrência de falhas de fiscalização.
Da extração a partir da bebida energética foi possível encontrar 0,2% de cafeína e de
acordo o Decreto de 6871/2009 preconiza que a “bebida não-alcoólica que contiver ou for
adicionada em sua composição de cafeína (trimetilxantina), natural ou sintética, não deverá
ter o limite de cafeína superior a vinte miligramas por cem mililitros do produto a ser
consumido” ou seja, 0,032% (BRASIL, 2009). Por outro lado, existe a possibilidade de falha
na homogeneização e distribuição de cafeína durante o processo de fabricação permitindo
assim concentrações tão diferentes (BORTOLINI; SICKA; FOPPA, 2010).
33
a) b) c)
d) e) f)
34
a) b) c)
Fonte: (SOUSA et al, 2017; b) FERNANDES, 2007; c) Autoria Própria, 2019.
se a presença de cristais menores e translúcidos. Por outro lado, a cafeína pura comercial
apresentou formato de grãos do tipo pó branco, como pode ser visto na Figura 5.a.
A cafeína também pode apresentar-se anidra ou monohidratada, com o formato de
agulhas hexagonais (cristais) e incolores dependendo do solvente em que é extraída, fato que
pode ser observado na cafeína obtida nas extrações (Figura 3. b, c, d, e e f e Figura 4. b e
Figuras 5. b, c, d, e e f). Todavia, em relação à avaliação dos cristais de cafeína por
microscopia óptica, pôde-se observar que os cristais extraídos apresentaram morfologia
diferente da cafeína pura comercial. Segundo Mazzafera e Carvalho (1991 apud JAIME,
2016) a cafeína existe comumente em forma de um pó branco, cristalino, com aspeto brilhante
como observado na cafeína pura comercial (Figura 3. a e Figura 5.a).
a) b) c)
d) e) f)
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Nas análises de caracterização da cafeína por meio da CCD em Celulose (CCDC), foi
possível identificar que apenas as amostras de café (Figura 6.b), de chá preto (Figura 6.c) e
amostra da cafeína comercial (Figura 6.a) ocorreram um forte aparecimento de mancha de cor
amarelo escuro como observar-se na Figura 6, indicando a presença da cafeína nessas
amostras. É importante ressaltar que as amostras de café e chá preto apresentaram coloração
mais acentuada que as outras amostras nas análises de morfologia a olho nu (Figura 3.b e 3.d)
36
e nas análises microscópicas (Figura 5.b e 5.e). Vale ressaltar que, os rendimentos das
extrações obtidas (Tabela 4), também foram maiores para o café (2,4%) e o chá preto (0,7%).
Figura 6 - Imagens da CCDC usando revelador iodo. a) cafeína pura comercial; b)
cafeína extraída do café em pó; c) cafeína extraída do chá preto em sachê
a) b) c)
Fonte: Autoria própria, 2019.
Para a identificação da cafeína foram calculados os valores de Rf para as amostras de
cafeína comercial, café e chá preto. Os Rfs calculados foram: cafeína comercial 0,83, café
0,39 e chá preto 0,42. Esse valor considerado relativamente baixo para o fator de retenção
indica que o analito foi fortemente adsorvido na superfície das partículas sólidas da fase
estacionária, mostrando menor afinidade pela fase móvel. Segundo Prasniewski et al. (2015)
“essa diferença de interação pode ser explicada pelo fato da fase móvel ser mais apolar que a
fase estacionária”. De fato, a separação ocorre em função das diferentes interações que
ocorrerem entre a fase estacionária, a fase móvel e analitos. Sendo possível identificar que
quando há um deslocamento característico na eluição é devido a interação da polaridade que o
analito apresenta com uma maior afinidade com a fase móvel, pois, este é menos polar que a
fase estacionária. Isto pode ter ocorrido pelo fato de possivelmente os cristais de cafeína
extraídos do café e do chá preto estarem hidratos, o que corrobora com a coloração
marrom/amarelada verificada nas análises visual e microscópica.
Os autores mencionados acima (PRASNIEWSKI et al., 2015) usaram a CCD de gel de
sílica 60 para caracterizar cafeína de chá preto, sendo a fase móvel a mistura de
diclorometano/etanol 9: 1 e o revelador físico de fluorescência em 240 nm. Os Rfs calculados
foram 0,87 para amostra de chá preto e 0,86 para padrão de cafeína.
No estudo de Monteiro el al. (2014) a caracterização da cafeína em pó de guaraná por
meio da CCD em sílica, sendo sua fase movél 12:1 1,2-dicloroetano + ácido acético, e o
método de revelação iodo. foi comprovada com o aparecimento de faixas amarelas na sílica
indicando presença de cafeína no pó de guaraná, sendo o Rf de 0,6.
visual (p = 0,04) e audiovisual (p = 0,05), enquanto que, o estímulo auditivo não identificou
efeitos significativos (p = 0,1).
Segundo os autores citado acima, o efeito psicoestimulante é de relevância tanto na
prática esportiva quanto em condições de trabalho nas quais indivíduos precisam manter e/ou
melhorar a atenção e velocidade de processamento de uma informação visual. Este efeito
psicoestimulante da cafeína pode ocorrer devido ao aumento na atividade do SNC, provocado
pela ação da cafeína no bloqueio dos receptores de adenosina nos neurônios do cérebro.
Araújo et al. (2011) realizaram uma pesquisa experimental no qual utilizaram 60
amostras de soro de ratos Wistar machos, com o objetivo de avaliar o efeito da cafeína, em
diferentes concentrações, sobre os valores séricos de colesterol total e frações e triglicerídeos
em ratos. Estes foram submetidos à ingestão de solução aquosa de cafeína durante quatro dias,
sendo que as análises de colesterol e frações foram realizadas por equipamento automatizado
e os valores de VLDL colesterol, calculados pela equação de Friedewald. Os autores afirmam
que a cafeína apresenta benefícios sobre os níveis séricos de colesterol e triglicerídeos, devido
a uma diminuição significativa (p >0,01) nos níveis de colesterol total, triglicerídeos, VLDL
colesterol e HDL colesterol principalmente em altas doses de cafeína.
Sendo assim, afirmar-se que o consumo de cafeína auxilia na redução do risco de
doença coronariana, bem como, pode ser útil na perda de peso, devido a sua capacidade de
estimular a lipólise. Entretanto, Araújo et al. (2011), observa uma desvantagem devido à
redução nos níveis séricos do HDL colesterol, que reduziria, assim, o efeito cardioprotetor.
O consumo de cafeína também está associado a benefícios para a saúde, incluindo
redução do risco de Diabetes Mellitus tipo 2 e obesidade, redução do risco de doença de
Parkinson e Alzheimer e melhora do desempenho atlético (RATH, 2019). Quanto a
diminuição do risco de Diabetes sabe-se que quando administrada de forma aguda, a cafeína
aumenta a resistência do organismo perante a insulina, gerando disfunções no controle do
açúcar no sangue, na produção de proteínas e consumo de carboidratos (BATISTA et al.,
2015).
Silva et al. (2014), em seu estudo experimental verificaram sobre os efeitos da
suplementação com cafeína associada ao exercício físico agudo sobre a resposta glicêmica em
ratos diabéticos. Utilizaram 32 ratos sendo que receberam 6 mg de cafeína ou salina para os
grupos-controles 60 minutos antes do exercício físico. Estes realizaram um protocolo de
natação de 60 minutos de exercício físico, com sobrecarga de 6% do peso corporal.
Identificaram que a cafeína promoveu uma significante redução na glicemia sanguínea (42%;
p<0,05) após 60 minutos do protocolo de exercício nos ratos diabéticos em relação aos
39
6 CONCLUSÃO
Além disso, a cafeína possui papel importante na prevenção de doenças como doença
de Parkinson, doença de Alzheimer, Diabetes Melitos do tipo 2, doença coronariana, além de
ser um importante fármaco no tratamento de enxaqueca e ter ação psicoestimulante útil para
desportistas e trabalhadores noturno.
REFERÊNCIAS
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