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- WITTGENSTEIN:
Um estudo de recepção, como este, deve ser precedido por uma apresentação –
ainda que necessariamente breve e sumária – da obra que está sendo recebida. O
problema em fazer isso com o Tractatus é que ele é um livro que, em certo sentido, não
pode ser resumido. Para começar, ele não é, aparentemente, um livro “argumentativo”,
pelo menos não no sentido usual desse adjetivo e pelo menos não na sua gramática
superficial. Trata-se de um livro aforismático, que fala desde o ponto de vista da
eternidade, um pouco como a Ética de Spinoza (autor a quem ele deve o título do livro).
- ver o artigo “Reading Wittgenstein Between the Texts” para uma metodologia
de “leitura à distância”. Um estudo da recepção de um ponto de vista quantitativo.
Wittgenstein foi para a Inglaterra estudar engenharia; lá, ele acabou encontrando
Russell e começou a estudar filosofia. ele trouxe na mala, no entanto, a filosofia alemã –
ou seja, a filosofia “continental” (é claro que na época essa designação não fazia sentido
– lembremos que boa parte da filosofia inglesa da época era hegeliana).
This work has been written originally in German and the title was [translated]
Logical Philosophical Treatise. When the work was published in English, G.E. Moore
suggested the Latin title as homage to Spinoza’s Tractatus Theologico-Politicus and
Wittgenstein agreed. This is not really strange, for not only held Wittgenstein apparently
the Dutch philosopher in high esteem, but a closer look at the TLP shows that its
structure has some similarity with the structure of Spinoza’s Ethics. Both works are
characterized by a mathematical structure and decimal arrangements.
Also the text of the TLP shows here and there a touch of Spinozism, especially
in section 6, where Wittgenstein writes: