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BÁRBARA FONTANELLI – 11135761

GUILHERME LUIZ LOMONACO LODDE – 11083623

HERICK MANZINI AMADIO – 11029816

PRISCILA LOPES BORIN – 10010346

RODRIGO RIBEIRO VIEIRA – 10009736

MODELAGEM ATMOSFÉRICA

ATIVIDADE APRESENTADA NA DISCIPLINA DE


POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA, FACULDADE DE
ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA,
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
CAMPINAS.

PROFESSOR: CAROLINA MARQUES STOLFI

PUC-CAMPINAS

2014

1.0 – Introdução

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A modelagem de pluma atmosférica tem como objetivo avaliar a contribuição das
principais fontes de emissões conduzidas de efluentes atmosféricos, e todos os resultados irá
depender do tipo de modelagem utilizado.
Para entender como ocorre a dispersão dos contaminantes na atmosfera, precisa-se
saber o processo de transporte dos mesmos, que é controlado na horizontal pelo vento médio
e na vertical pela turbulência. O transporte horizontal dos poluentes pode ser intensificada
dependendo da magnitude do vento, ou seja, quanto maior a velocidade maior a intensidade
dos ventos. Importante também considerar o terreno estudado, uma vez que, na presença de
diferentes relevos, o transporte de contaminantes pode sofrer mudança na direção/velocidade
e limitar os diferentes modelos de dispersão.
Deve ser também observado o grau de estabilidade atmosférica, classificado em: forte
estabilidade que significa fraca dispersão e forte instabilidade que significa forte dispersão,
obtida através do perfil de temperatura potencial na vertical. A estabilidade atmosférica é
crucial na descrição das condições, nas quais o poluente será disperso.
A realização de modelagem da difusão turbulenta é extremamente difícil, onde deve
ser capaz de simular os efeitos da turbulência para obter previsões confiáveis de
concentrações de contaminantes.

Figura 01: Configuraçã o com os tipos de pluma de acordo com a estabilidade atmosférica (Zannetti, 1990)

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2.0 – Definição de Modelagem Atmosférica

A Modelagem de Dispersão Atmosférica é uma ferramenta que simula o transporte de


poluentes atmosféricos. O resultado desta modelagem nos permite determinar as áreas de
maior impacto sobre a qualidade do ar, definir quais poluentes merecem ser monitorados no
ambiente, avaliar a parcela de poluição gerada por fontes conhecidas e analisar impactos
futuros das fontes ainda não instaladas.

Para realizar tal estudo, utiliza-se um modelo matemático de dispersão, que consiste
em representar através de equações escritas em um programa computacional os processos
físicos e químicos que ocorrem na atmosfera, representando analiticamente o comportamento
dos poluentes durante o processo de dispersão no ar. Os principais modelos matemáticos são
o Gaussiano e o Lagrangeano.

Devem-se levar em conta as características de fonte de emissão, topografia da área


de influencia e condições meteorológicas de dispersão (com destaque à temperatura,
estabilidade atmosférica, altura de mistura dos gases, direção e velocidade do vento).

3.0 – Modelo Lagrangeano

3.1 – Equação de Lagrange

O modelo de dispersão Lagrangeano simula as trajetórias das partículas de poluentes


em um sistema de referencia que se desloca de acordo com o movimento das partículas.

A equação fundamental de um modelo Lagrangeano, para a descrição de dispersão


atmosférica de um determinado poluente é:

É a concentração média em x no tempo t;

É o tempo de fonte (massa do poluente por unidade de volume por unidade de


tempo);

É a Função de Densidade de Probabilidade (FDP) da parcela de fluido que está na


posição Xo, no instante to, vir a ocupar X no instante t.

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3.2 – Embasamento da Equação de Lagrange

A equação Lagrangeana foi embasada na equação de Langevin (Wilson e Sawford,


1996; van Dop, 1995), na qual diz que, “ os movimentos das particulas em um escoamento
turbulento é descrito de fórmula análoga ao movimento Browniano, permitindo tratar a
aceleração sofrida da partícula, em um escoamento turbulento, com a soma das acelerações
do tipo determinísticas e aleatória”.

3.3 – Gráfico de Modelagem Atmosférica através da Equação Lagrangeana

Ao aplicar os dados no programa computacional, iremos obter um Gráfico de


Modelagem Atmosférica. Este modelo é mais simples quando comparado ao modelo
Gaussiano (que será visto posteriormente), uma vez que é comumente representado em um
eixo cartesiano (x e y), com pontos ou setas, indicando a dispersão dos poluentes
atmosféricos.

Figura 02: Gráfico de Modelagem Atmosférica através da Equação Lagrangeana

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4.0 – Modelo Gaussiano

4.1 – Equação de Gauss

Este modelo é classificado como Gaussiano, pois é baseado primariamente na teoria


de distribuição estatística normal (Curva de Gauss), e é dado pela equação a seguir:

4.2 – Dispersão de pluma pelo método de Gauss

O modelo de dispersão gaussiana, para tempos relativamente reduzidos, é a


abordagem mais aceita para explicar o comportamento da pluma de contaminação.

A pluma, ao sair da chaminé, eleva-se em função de sua temperatura e da temperatura


ambiente (cuja diferença provoca empuxo) e velocidade de saída. Ao ser lançada na
atmosfera, a pluma sofre efeito de dispersão de acordo com parâmetros meteorológicos, tais
como velocidade e direção do vento, temperatura, estabilidade atmosférica, etc. O resultado
é um processo de advecção pelo vento médio (que transporta para onde o vento está
soprando) e de difusãoo turbulenta (“abertura” horizontal e vertical da pluma).

Esse processo advectivo-difusivo pode ser representado por equações


matemáticas e as concentrações resultantes no entorno da fonte (com coordenadas x, y e z)
podem ser calculadas, em função dos aspectos meteorológicos e topográficos.

Figura 03: Dispersão de uma pluma atmosférica

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4.3 – Gráfico de Modelagem Atmosférica através da Equação Gaussiana

A representação gráfica do modelo Gaussiano pode ser encotrada em plano com duas
dimensões (eixo x e y), como também em 3 dimensões (eixo x, y e z)

Figura 04: Dispersão dos poluentes pelo modelo de Gauss, com representação do eixo x, y e z

Figura 05: Gráfico de Modelagem Atmosférica através da Equação Gaussiana, com representação do eixo x e y

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5.0 – Sistema Computacioanal

5.1 – Modelo ISCST3

O programa mais famoso que aplica o modelo Gaussiano é conhecido como ISCST3 –
Industrial Source Complex, desenvolvido nos Estados Unidos, na EPA (U.S. Environmental
Protection Agency) e utilizado mundialmente desde a década de 70. Ele é aceito como
“modelo regulatório”, ou seja, é metodologia padronizada por várias agências ambientais do
mundo para apresentação dos resultados de simulação de impactos ambientais. Este modelo
é classificado como Gaussiano, pois é baseado primeiramente na teoria de distribuíção de
estatística normal (curvas de Gauss).

O sistema computacional é programado em linguagem FORTRAN e funciona, no


mínimo, com dois arquivos de entrada: arquivo de definições e opções de simulação e arquivo
de meteorologia. No primeiro estão definidas opções de modelagem (calculo de concentração,
deposição, definição de área urbana ou rural e outras), a localização das fontes e seus
parâmetros (taxa de emissão, altura e diâmetro da chaminé, velocidade e temperatura dos
efluentes), localização dos receptores (pontos em que se deseja calcular as concentrações),
especificação dos dados metereológicos que serão utilizados (período, código da estação,
altura de medição do vento) e as opçoes de saída (médias a serem calculadas, tabelas a serem
geradas, etc) Outro arquivo necessario é o de metereologia, que deve ter formatação
adequada e conter informações necessárias para as simulações (direção e velocidade do
vento, temperatura, precipitação, estabilidade atmosférica, altura de mistura-inversão
térmica).

5.2 – Configurações do ISCST3

Resumidamente, o ISCST3 lê um arquivo de entrada, em que se definem várias opções


de modelagem, sendo elas a fonte de emissão, topografia da área de influencia e condições
meteorológicas de dispersão, gerando arquivos de saída com as concentrações na região
desejada, médias horárias, diárias e anuais.

Abaixo segue uma imagem que retata um dos programs compoutacionais em


execução, mostranto a estapa em que se insere os dados.

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Figura 06: Programa computacional em momento de inserção de dados

Figura 07: Programa computacional gerando o arquivo

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6.0 – Aplicações da modelagem

6.1 – Tsunami no Japão

Em meados de Março de 2011, um tsunami devastador atingiu o Japão,


matando milhares de pessoas e destruindo centenas de construções. Os detritos foram
arrastados para o oceano e movimentados pelas correntezas. O sistema de modelagem foi
aplicado nessa situação para identificar a movimentação dos detritos no mar. Com esse
sistema, também foi possível prever para quais regiões do planeta, tais detritos seriam
levados.

Figura 08: Sistema de modelagem sendo utilizado para mostrar a dispersão dos detritos

“Os pesquisadores viram que os detritos vão atingir as ilhas do Noroeste do Havaí (as
Northwestern Hawaiian Islands), que são parte do Monumento Marinho Nacional
Papahānaumokuākea, em um ano. Em dois anos, os detritos vão começar a ser encontrados
nas praias das ilhas ao sul do arquipélago Havaiano, que também são as mais habitadas:
Hawaii, Maui, Molokai, Oahu (onde vivo) e Kauai.

Em três anos, o material vai chegar a costa oeste dos Estados Unidos e Canadá
(Califórnia, Alaska, British Columbia). O restante vai continuar circulando no meio do oceano,
no grande giro de lixo, e quebrará em pedaços menores. Em cinco anos, uma parte desse
material vai ser novamente transportado para as praias havaianas. As consequências disso
para a vida marinha ainda precisam ser investigadas.”

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6.2. – Vulcão Chileno

Neste caso o Sistema de Modelagem foi utilizado para analisar a fumaça emitida por
um vulcão Chileno.

Figuras 08 e 09: Mapa identificando a região afetada pelo vulcão e foto do vulcão emitindo fumaça

“A nuvem de cinzas do vulcão chileno Puyehue deixou a região de Porto Alegre e,


agora, concentra-se em Caxias do Sul (RS), Santa Maria (RS) e Florianópolis (SC), indica o último
boletim emitido pelo Volcanic Ash Advisory Centres da Argentina (VAAC), instituto responsável
pelo monitoramento da situação no Cone Sul.

Segundo o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), o relatório também


aponta que a nuvem está mais baixa, a cerca de 1.000 metros. O VAAC informou que a emissão
de fumaça pelo vulcão vem perdendo força progressivamente.”

7.0 - Conclusão

Com o estudo de dispersão atmosférica, o lançamento de poluentes na atmosfera


passa a ser monitorado por sistemas computacionais facilitando e agilizando o seu controle,
podendo prever possíveis dispersões nos lançamentos das plumas nas indústrias,
principalmente as químicas. Com essa facilidade, os impactos ambientais, que antes sem
estudos poderiam acarretar em grandes desastres na natureza, hoje podem ser minimizados
com a tecnologia e com a tomada de ação preventiva eficiente.
Assim, sabendo-se para onde os gases estão sendo direcionados, há uma grande
possibilidade de ter um controle rígido e eficaz para não se alastrar em diferentes regiões,

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impossibilitando seu controle. Utilizando a tecnologia ao favor da natureza e aplicando as
ações corretivas para a diminuição dos impactos, pode-se garantir uma melhor qualidade do ar
e consequentemente de vida, previstos por lei.

8.0 - Referencia Bibliográfica

Boçon, T.F., DISPERSÃO DE POLUENTES NA MICROESCALA ATMOSFÉRICA, p.7-11,


1998.
Japão, 2011 http://1drop.wordpress.com/category/oceanografia-oceanography. Acesso em:
21 de abril de 2014.

Malheiros, L.A; Nocko R.H; Grauer, A., ESTUDO DA DISPERSÃO ATMOSFÉRICA DE


POLUENTES, UTILIZANDO O MODELO ISCST3 (INDUSTRIAL SOURCE COMPLEX)
PARA A USINA TERMOELÉTRICA DE AGUDOS DO SUL, 2009.
Moreira, S.V., MODELAGEM LAGRANGEANA APLICADA À DISPERSÃO DE
CONTAMINANTES EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE ATMOSFÉRICA,
2008.

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