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O TEMPO – AS HORAS DO DIA

Peça para 2º ano

Ruth Salles – 1972


(Contém versos de Olavo Bilac, Vinícius de Morais, Gonçalves Dias; o poema final é africano,

de autor desconhecido e pode, se o professor quiser, ser dispensado. A canção “Die Mutter

Sonne” é de Christian Morgenster; a melodia da Canção da Noite é de Luiz Roberto.)

Personagens: O Tempo, os relógios, as estrelas, o lavrador com a enxada, a mulher

com a vassoura, a criança com a lancheira, o Sol, a Aurora, a Lua, o coro.

(Os relógios estão em cena. Entre o tempo. Enquanto fala, vai entrando e dando corda nos

relógios.)

Tempo: “Sou o Tempo que passa, que passa;

(e coro) a correr de segundo em segundo,

vou formando os minutos que correm ...

formo as horas que passam no mundo.”

(Os relógios dizem a primeira quadra devagar, girando o braço que representa o ponteiro

pequeno. Os outros versos são ditos depressa, girando o braço do ponteiro grande.)

Relógios “Passa, tempo, tic-tac. Passa, tempo,

(e cores) Tic-tac, passa hora. bem depressa,

Chega logo, tic-tac, não atrasa,

tic-tac e vai-te embora. não demora,

tic-tac,

tic-tac,

noite e dia,

dia e noite.”

(As 3 pessoas da família entram e se deitam para dormir. Surgem as estrelas.)


Coro: Noite escura ... Dorme a gente,

(bem devagar) dorme toda a natureza.

Noite escura ... Tic-tac,

tic-tac ... de repente!

(O Sol, que estava escondido atrás de alguma coisa que simule um morro, vai começar a

aparecer, primeiro mostrando a mãozinha. Para representar o crescendo da claridade, os

versos variam de 2 até sete pés métricos.)

Coro: – Um raio E trêmulo

(2 pés) fulgura e puro,

no espaço se aviva,

esparso, s’esquiva,

de luz. rutila,

seduz!

(O Coro fala enquanto a Aurora passa no meio de todos. As estrelas se deitam)

Coro: Vem a Aurora A seus raios,

(3 pés) pressurosa, as estrelas,

cor-de-rosa, que eram belas,

que se cora tem desmaios

de carmim. já por fim.

(O Sol aparece enquanto os relógios e o coro cantam a melodia do Carrilhão, duas vezes,

com os versos seguintes. Depois, os relógios batem 6 horas, pondo os braços na posição

correspondente.)
Relógios e coro: O Sol desponta E um manto belo

(cantam) lá no horizonte, de vivas cores

dourando a fonte, adorna as flores

e o prado e o monte ... entre verdores.

Bem! Bem! Bem! Bem! Bem! Bem!

(Ouve-se o canto do galo. A família se espreguiça e se levanta. Movimento da família

conforme os versos.)

Coro: Os galos, batendo as asas, O lavrador pega a enxada.

madrugadores já cantam. Mugem os bois à porfia,

Já há barulho nas casas, É a hora da madrugada.

já os homens se levantam. Saudai o romper do dia!

Todos: Eu sou o Sol brilhando, levando a terra eu vou, de noite e de dia.

Bem firme no ar, eu faço-a brilhar, e nela tudo crescerá.

Pedra e homem, bicho e flor, todos recebem meu calor.

Eleva o cálice do seu coração!

Ali vou brilhar, brilhar!

Assim nós dois, você e eu, somos luz, luz sempre a brilhar!

Coro: Tic-tac, tic-tac,

(com movimento toda a gente trabalhando.

da família) Tic-tac, vou à escola,

vou correndo, vou cantando,

tic-tac, tic-tac ...

(O coro fala mais lentamente e com entusiasmo. O Sol levanta os braços.)


Coro: Meio-dia! Sol a pino. Nos campos cor de esmeralda

Nas casas ferve a panela. e no céu cor de turquesa ...

Na árvore canta a cigarra. Meio-dia! O Sol escalda

Na igreja repica o sino. e brilha em toda a pureza.

(O coro fala enquanto o Sol vai se escondendo. Variação de ritmo em versos de sete, quatro,

três e dois pés métricos. Seguindo os versos, vão surgindo as estrelas e a Lua passa com um

véu prateado.)

Coro: Tic-tac, tic-tac,

(7 pés) passa tempo, vai passando,

vai descendo a tardezinha,

vão as flores se fechando.

(4 pés) Já se recolhem

os passarinhos

dentro dos ninhos.

(3 pés) Cai o Sol

no horizonte,

e as estrelas

brilham belas

sobre o monte.

(2 pés) E a Lua

parece

que acende

na mata

incêndio

de prata.
Todos: Na noite calma, silenciosa,

(cantam) o nosso corpo vai descansar.

Mas nossa alma o anjo leva,

o anjo leva a passear.

E segue a volta misteriosa,

misteriosa, que o Sol vai dar

atrás do bosque, atrás da serra,

atrás da terra, atrás do mar.

E nessa volta todas as flores

ganham as cores que vão mostrar,

e os passarinhos também aprendem

novas cantigas para cantar.

E nessa volta a nossa alma

recebe tudo que Deus lhe dá.

Fica mais leve, fica mais forte,

no novo dia que vai chegar!

(Se o professor decidir terminar a peça com este poema, então a canção anterior deve ser

cantada pelo coro, pelas estrelas e pela Lua. O sol deve permanecer escondido e a família

deve ter-se deitado no chão para dormir, antes de começar a canção. Para dizer o poema

final, então todos se levantam e o Sol aparece.)


Todos Senhor, lanço minha alegria

(em A) como pássaros no céu.

A noite foi-se embora voando;

estou contente por causa da luz.

Que dia, Senhor, que dia!

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