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eixo
secçao
transversal
Do ponto de vista estrutural as vigas são elementos projectados para suportar car-
gas aplicadas em vários pontos ao longo do seu comprimento e transmitir através
dos apoios (apoio simples, fixo, encastramento) ao exterior ou à outros elemen-
tos estruturais. As acções que actuam sobre as vigas (representáveis por forças
e/ou momentos) podem ser: concentradas ou distribuídas. A distância entre apoios
chama-se vão.
Pi qi Pj M
qj
L L L/2 L
L L L L
As vigas podem ser ligadas entre si por apoios formando estruturas reticuladas:
pórticos de edifícios, estruturas articuladas (caso particular são as treliças treliças).
As reacções obtêm-se a partir do diagrama de corpo livre, figura d), sendo iguais
para os três casos de carregamento.
P
P Fx = 0 HA = 0
M A = 0 ⇒ VB = P2 ↑
P
VA = P2 ↑
Fy = 0
Obs As acções nas figuras a), b) e c) definem três
sistemas de vectores equipolentes, têm os mesmos elementos de redução em
qualquer ponto, sendo as reacções iguais nas três vigas.
Para calcular as reacções as cargas distribuídas serão substituídas por cargas con-
centradas, força resultante actuante no eixo central (centro de gravidade da super-
fície que define a carga), de acordo com a Secção 3.18.5
Na Tabela 8.1 apresentam-se alguns exemplos de cargas distribuídas (sistemas de
forças paralelas distribuídas em linha) e as correspondentes cargas concentradas
equivalentes e a posição do eixo central.
8.1 Esforços nas vigas 97
Sistema p(x) xc , R
EC
~
R a
p(x) = p xC = ,R = pa
p~ 2
a
~ EC
R
p~ 2 pa
p(x) = p xa xC = a , R =
a 3 2
xC
~ EC
R
p~ 2 3 pa
p(x) = p xa2 xC = a , R =
a 4 3
xC
EC
~
R
x2 3 2p a
p~ p(x) = p(1 − ) xC = a , R =
a2
a 8 3
xC
Pi Pj Pi VC
m M MC −MC Pj
A C B m C M
A B
HA qj HA C HC −HC
VA VB VA qj VB
a) −V
C
b) c)
98 Esforços em estruturas isostáticas
ESQ DIR M2
face M1
positiva 1 V x3
V2
G n n G
V1 Mt Mt
N N
M1 x3 face
x1 V2 negativa x1
M2
x2 x2
M1 M1 V
n x3
N N n
V
x2 x2
Para o caso plano a convenção dos sinais positivos podem ser interpretados da
seguinte forma:
M M V V N N
+
E + D x3
E + D E D
M M
N N
D + E
x3 V D +E V D +E
M M V V _
_ N N
E _ D E D E D
x3
D _E V D _E V
N
D
_E N
x3
M M
• esforço normal N :
Sentido positivo se o esforço axial têm a direcção do normal exterior ~n da
secção no qual está avaliada.
O valor numa secção é igual a soma das projecções na direcção do eixo da
barra do sistema das forças exteriores (forças aplicadas e reacções) actu-
antes na parte “retirada”.
O seu efeito é o de comprimir ou traccionar a peça.
100 Esforços em estruturas isostáticas
• esforço transverso V :
Sentido positivo se o esforço transverso tenta rodar no sentido horário a
secção no qual está avaliada.
O valor numa secção é igual a soma das projecções na direcção do nor-
mal ao eixo da barra do sistema das forças exteriores (forças aplicadas e
reacções) actuantes na parte retirada.
O seu efeito é de corte da peça na secção em que está calculada.
• momento flector M :
Sentido positivo depende da orientação da barra, respectivamente do refer-
encial adoptado. Para a orientação da figura o sentido positivo do momento
flector coincide com o sentido horário na face direita e sentido anti-horário
na face esquerda.
O seu valor numa secção é dado pelo momento do sistema da forças ex-
teriores da parte à esquerda ou à direita em relação ao centro de massa da
secção.
O seu efeito é o de flectir a peça no plano (x3 , x2 ) (provoca tracção na face
inferior e compressão na face superior).
Obs: No caso das estruturas constituídas por mais do que uma barra a aplicação da
convenção dos sinais requer a identificação prévia do sentido do eixo x 3 , adoptado
arbitrariamente em cada uma das barras.
q q x
A 3
A B B
S l HA l
x VA VB
y
x2
x
x2
x2
_ M
M
M + x3 + x3
M
M+
M+
C A C x3
A B B
HA l
l
a VB
a VA y
x2
x
VS1 = P 1 − La
int 0<x<a:
MS1 = P 1 − La x
2
VS = −P al
int a<x<l:
MS2 = P 1 − La x − P (x − a)
Os diagramas completos do esforço transverso e momento flector:
P
A C x3
B • Diagrama V : constante nos in-
0 a
Pa/l
tervalos com descontinuidade no
P(1−a/l)
ponto C igual a carga P ;
V+
V • Diagrama M : diagrama do 1o
+P_
P(1−a/l)
grau, no intervalo V > 0 cres-
Pa/l
x3
cente e V < 0 decrescente. No
M ponto C declive à esquerda e à di-
reita diferente.
+ x3
Pa(1−a/l)
M+
8.1 Esforços nas vigas 105
q=2kN/m M=2.4kNm ME
B Q=12kND E x3
A
C
1m 1m 1m 1m HE
q=2kN/m M=2.4kNm x2 VE
I II III P=6kN IV
B Q=12kND E
A N+
1m 1m
C
1m 1m N x 3
12
4 VE
P=6kN
V+
I II III IV
V
M=2.4kNm ME 2 x3
q=2kN/m
Q=12kND E x3
A B
C
12.4
M
x 3
1m 1m 1m 1m HE
VA
x2 y P=6kN VE
M+
0.6 1.4
x
x2
N (x) = 0 ; V (x) = −q x = −2 x ; M (x) = −q = −x2
2
N (x) = 0 ; V (x) = −q × 1 = −2 ;
M (x) = −q × 1 (x − 0.5) + M = −2 (x − 0.5) + 2.4
NE = 12 kN ←; VE = 4 kN ↓; ME = 1.4 kN m
8.1 Esforços nas vigas 107
X
Fx = 0 ; −N + q dx + (N + dN ) = 0 ; (8.1)
X
Fy = 0 ; −V + p dx + (V + dV ) = 0 ; (8.2)
X (dx)2
MB = 0 ; M + V dx − p −(M + dM ) = 0 . (8.3)
2 }
| {z
=0
p=0
p>0 p<0
num ponto no intervalo
d 2M
p=− x3 x3
dx 2 x3
+
+
+
+
+
+
+
x x
dM
V= x x
V
decresce
V=constant
Vcrescente
3 3 3 3
dx
valor extremo
x 3
x
x 3
x 3 3
Func. M +
+ + +
concav p/cima ponto inflexao M linear concav p/baixo
V=0
V>0 V<0
V=
dM + +
num ponto no intervalo
+
dx
x
x
3
3
x x
3 3 x 3
Func. M
+ + +
x3
M crescent valor extremo M=constant M decrescente
8.1 Esforços nas vigas 109
Z B Z xB Z xB
dN = − q(x) dx ; ⇒ NB = NA − q(x) dx ; (8.7)
A xA xA
Z B Z xB Z xB
dV = − p(x) dx ; ⇒ VB = VA − p(x) dx ; (8.8)
A xA xA
Z B Z xB Z xB
dM = V dx ; ⇒ MB = MA + V dx ; (8.9)
A xA xA
A equação (8.7) mostra que o esforço normal no ponto B pode ser obtido sub-
traindo do esforço normal num ponto A a área abaixo do diagrama de carga axial
compreendida entre A e B. No caso de existir carga concentrada aplicada rep-
resentara uma descontinuidade aumentando/diminuindo o valor de esforço nesse
ponto com o valor da carga.
A equação (8.8) mostra que o esforço transverso no ponto B pode ser obtido
subtraindo do esforço transverso no ponto A a área abaixo do diagrama de carga
normal compreendida entre A e B. No caso de existir carga concentrada aplicada
isto representara uma descontinuidade aumentando/diminuindo o valor de esforço
nesse ponto com o valor da carga.
A equação (8.9) mostra que o momento no ponto B pode ser obtido adicionando
ao momento flector no ponto B a área abaixo do diagrama de esforço transverso
compreendida entre A e B. No caso de existir momento aplicado isto representara
uma descontinuidade aumentando/diminuindo o valor do momento nesse ponto
com o valor do momento aplicado.
Para determinar completamente os diagramas de esforços:
• entre esses pontos o andamento dos diagramas é dado pelas equações (8.1) –
(8.3). Os pontos
110 Esforços em estruturas isostáticas
M max
2ªgr. linear
cres.
M
M+
V>0 V<0 V>0
M crescente tg 0
M decresce M crescente
p>0
B 50kN 3m B
3m 50kN
HA 20kN
A 20kN
A y C
C
2m 2m RA x 50kN
50kN
D D
2m 2m HE E
E
4m 4m RE
4m 4m
HA = 46 kN → RA = 94.5 kN ↑
HE = −16 kN ← RB = 175.5 kN ↑
Para determinar a variação dos esforços na estrutura procede-se a isolamentos
das vigas (fazendo cortes pelos nós), e desenham-se os diagramas de corpo livre
para cada viga.
30kN/m 25kN/m
RC
HB 50kN
MC
HB B
HC 20kN
B R 3m RB C
3m B
HC 2m
46kN 50kN
C D
A RC 2m
MC E 16kN
94.5kN 4m
4m 175.5kN
8.2 Diagramas de esforços em estruturas isostáticas 113
A partir dos diagramas de corpo livre obtém-se as reacções internas. Para traçar
os diagramas de esforços as cargas distribuídas são substiuídas pelas cargas
equivalentes decompontas na direcções normal e tangencial relativamento ao
eixo das barras.
y
30kN/m 25kN/m
x3
x 125.5kN 50kN
46kN
B 164kNm
46kN
46kN 3m
3m B C 20kN
x2 2m
25.5kN x2 25.5kN
46kN 46kN 50kN
C D
A 164kNm 2m
125.5kN E 16kN
x2
94.5kN 4m x3
4m 175.5kN
x3
25.5kN 25.5kN 2m
C D
A
46kN 164kNm 2m
x2
M
M =60kNm 175.5kN
48
7.2
164kNm
66
175.5
48 21.5
52.1
72.8
N N 50
93.5
112.1
M
16
N
V
%$%$ %$%$ %$%$ %$%$ %$%$ %$%$
7.2
#"#" #"#" #"#" !!#"#" !!#"#" !!!!!!!! 52.1 21.5
%$%$ %$%$ %$%$ %$%$ %$%$ %$%$ #"#"#"#" #"#" !!#"#" !!#"#" !!!!!!!!
M =32kNm
B
%$ %$ %$ %$ %$ %$
112.1
164 66
16 175.5
peça contínua, com uma ligação ao meio exterior por encastramento e caracteri-
zada pela existência de um caminho único que liga qualquer ponto de aplicação
de forças ao meio exterior (nenhuma barra se fecha sobre si). O grau de indeter-
minação estática de uma estrutura arborescente é igual a zero, pois é globalmente
isostática.
αe = NLe − 3(6)
αi = 3(6) × NM F − NLi
αg = α e + α i
Alem dos métodos apresentados nas Secções 6.1.6 e 8.2.2 existem outros métodos
para avaliação da estatia de uma estrutura.
116 Esforços em estruturas isostáticas
Nc =2 Nl = 6
Est = 3x2−6 = 0
a)
c) Nc =3 Nl = 9
Est = 3x3−9 = 0
Nc =4 Nl = 11 Nc =4 Nl = 9
b) Est = 3x4−11 = 1 d) Est = 3x4−9 = 3
Nc =5 Nl = 11
e)
Est = 3x5−11 = 4 f) Nc =4 Nl = 6
Est = 3x4−6 = 6
a) NLe = 3 × 1 + 2 = 5 ; NLi = 2 ; NM F = 0
αe = 5 − 3 = 2 ; αi = 3 × 0 − 2 = −2 ⇒ αg = αe + αi = 2 − 2 = 0
b) NLe = 2 × 1 + 1 = 3 ; NLi = 8 ; NM F = 3
αe = 3 − 3 = 0 ; α i = 3 × 3 − 8 = 1 ⇒ α g = α e + α i = 0 + 1 = 1
c) NLe = 2 × 1 + 1 = 3 ; NLi = 6 ; NM F = 2
αe = 3 − 3 = 0 ; α i = 3 × 2 − 6 = 0 ⇒ α g = α e + α i = 0 + 0 = 0
d) NLe = 2 × 1 + 2 = 6 ; NLi = 6 ; NM F = 2
αe = 6 − 3 = 3 ; α i = 3 × 2 − 6 = 0 ⇒ α g = α e + α i = 3 + 0 = 3
e) NLe = 2 × 1 + 1 = 3 ; NLi = 8 ; NM F = 4
αe = 3 − 3 = 0 ; α i = 3 × 4 − 8 = 4 ⇒ α g = α e + α i = 0 + 4 = 4
f) NLe = 3 + 2 = 5 ; NLi = 5 ; NM F = 3
αe = 5 − 3 = 2 ; α i = 3 × 3 − 5 = 4 ⇒ α g = α e + α i = 2 + 4 = 6
8.2 Diagramas de esforços em estruturas isostáticas 117
Nc =4 Nl = 0
Est = 6x4−0 = 24
e)
NLe = 6 × 4 = 24 ; NLi = 0 ; NM F = 1
αe = 24 − 6 = 18 ; αi = 6 × 1 − 0 = 6 ⇒ αg = αe + αi = 18 + 6 = 24