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SUMÁRIO
1) INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 5
2) METODOLOGIA .................................................................................................................................... 8
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 13
1) INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 11
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
APÊNDICE ................................................................................................................................................. 12
1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 16
2) DESENVOLVIMENTO........................................................................................................................... 17
3) CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 22
1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 25
2) METODOLOGIA .................................................................................................................................. 27
4) CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 35
1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 48
2) METODOLOGIA .................................................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 61
1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 64
2) METODOLOGIA .................................................................................................................................. 66
2.2 Instrumentos.................................................................................................................................. 66
3) RESULTADOS....................................................................................................................................... 67
4) DISCUSSÃO ........................................................................................................................................... 4
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 6
1) INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 9
2) METODOLOGIA .................................................................................................................................. 12
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 16
1) INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 20
2) METODOLOGIA .................................................................................................................................. 24
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 33
1) INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 37
2) METODOLOGIA .................................................................................................................................. 41
3) RESULTADOS ...................................................................................................................................... 41
4) DISCUSSÃO ........................................................................................................................................ 46
5) CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 49
RESUMO
1
Psicóloga (FUNORTE). E-mail para contato: <fernandadiaspsico@yahoo.com.br>
2
Psicóloga (FUNORTE). E-mail para contato:<larafonseca1@live.com>
3
Doutor em Ciências da Educação (UEP), Mestre em Psicologia (USF), graduado em Psicologia (UFMG),
graduado em Pedagogia (FETAC), Professor adjunto das Faculdades Integradas do Norte de Minas – FUNORTE,
E-mail: <finellipsi@gmail.com>
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
5
ABSTRACT
The communication of the diagnosis of cancer has been pointed out as an important stage in the
experience of the person affected by the disease, by the fact that it could impact the experience
of the same. Through this significance in the present study was to understand the perception
that the subject diagnosed with cancer has on the way that the diagnosis it was transmitted and
discern more appropriate ways of communicating it. The research participants were 10 patients
who had been diagnosed with cancer, with ages between 22 and 86 years, and that if they were
in treatment in the oncology of a hospital in Montes Claros, MG. The instrument used for data
collection was a roadmap of semi-structured interviews and the results were qualitatively
evaluated through discourse analysis. The data indicate the need for the improvement of the
communication of the doctor forward to revelation the diagnosis and the provision of
clarification and also host the family of the patient.
1) INTRODUÇÃO
Uma revelação do diagnóstico de câncer para o paciente tem sido apontada como uma
das responsabilidades mais difíceis desempenhadas pelos profissionais da saúde. Representa
um acontecimento que interfere diretamente na relação do paciente com o próprio diagnóstico
(SOUZA; SOUZA, 2012).
Ao receber a notícia o doente pode associá-la a uma sentença de morte, pois o câncer é,
ainda hoje, considerado uma doença carregada de negativismo. Por isso, faz-se necessário
desenvolver estratégias de comunicação mais humanizadas para que o paciente possa enfrentar
o seu problema de forma adaptativa (SILVA, 2006).
É importante que haja qualidade ao transmitir informação aos pacientes e familiares
com câncer. Isso porque essa é associada a um melhor enfrentamento e satisfação. Ajuda o
sujeito doente a se sentir acolhido como também proporciona aos familiares esclarecimentos
quanto a doença para que possam auxiliar o membro familiar. Assim O paciente se sente
acolhido em seu sofrimento e auxiliado no enfrentamento do medo da morte (SOUZA; SOUZA,
2012).
O câncer é uma doença que vem acometendo o ser humano há mais de 3 mil anos antes
de Cristo, sendo já detectado em múmias egípcias. Caracteriza-se por crescimento desordenado
de células, que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. As causas são variadas podendo ser
externas ou internas ao organismo, que estão inter-relacionadas. As causas externas referem-se
ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes, próprios de uma sociedade. As causas internas
são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do
organismo de se defender das agressões externas. O tratamento pode ser feito através de
cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é
necessário combinar mais de uma dessas modalidades (MINISTÉRIO DA SAÚDE [MS];
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER [INCA], 2011).
A literatura especializada nessa área oferece orientações gerais sobre como sistematizar
a transmissão de uma má notícia, tornando-a menos traumática pelo profissional de saúde e ao
mesmo tempo focalizando a atenção no paciente. Embora seja objeto de estudo internacional,
o tema tem sido pouco abordado no Brasil (LINO et al, 2011)
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) através dos seus projetos de qualificação para
profissionais de saúde tem desenvolvido trabalho mais humanizado para a melhoria do processo
de cuidado e atenção ao sofrimento inerente ao tratamento oncológico. Dentre as iniciativas
propostas, tem investido na capacitação para que transmissão de más notícias em relação ao
diagnóstico de câncer não o relacione diretamente ao de morte (MS; INCA; SOCIEDADE
BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN [SBIBAE], 2010).
Através dos projetos desenvolvidos pelo INCA, os profissionais são capacitados a
atuarem na melhoria do acolhimento, comunicação e vinculo terapêutico com pacientes
oncológicos. Tais projetos consideram as propostas: da Política Nacional de Humanização da
Atenção; da gestão do SUS; e a Política Nacional de Atenção Oncológica. A primeira defende
como “marcas” a serem atingidas um atendimento resolutivo e acolhedor, combatendo a
despersonalização a que são submetidos os usuários dos serviços. Essa visa garantir seus
direitos instituídos nos “códigos dos usuários”, além de garantir educação permanente aos
profissionais bem como a participação nos modos de gestão como estratégia de atenção à saúde.
Na qualidade de política de Estado, assume que é necessário que a humanização seja
implementada como uma política transversal, que atualiza um conjunto de princípios e
diretrizes por meio de ações e modos de agir nos diversos serviços, práticas de saúde e instâncias
do sistema, caracterizando uma construção coletiva (GOULART; CHIARI, 2010; MS; INCA;
SBIBAE, 2010).
Internacionalmente, no âmbito da transmissão de más notícias destaca-se o protocolo
SPIKES. Esse instrumento é destinado ao médico que pretende transmitir esse tipo de notícia
ao seu paciente. O anagrama da palavra SPIKES corresponde a Setting up que se refere ao
ajuste, ou preparação, do médico e do espaço físico para o evento. Perception que significa a
verificação da percepção do paciente quanto á consciência de seu estado. Invitation que
corresponde o quanto o paciente deseja saber sobre sua doença. Knowledge que é atribuído á
transmissão da informação propriamente dita. Emotions que trata da empatia e acolhimento á
emoção demonstrada pelo paciente. E por último, Strategyand Summary que se refere à
possibilidade de diminui a ansiedade do paciente ao lhe revelar o plano terapêutico e o que pode
vir a acontecer (LINO et al., 2011).
Alguns profissionais que utilizam o protocolo o consideram um instrumento eficiente.
Por outro lado, alguns também o caracterizem como sendo sistematizado demais, necessitando
de alguns aperfeiçoamentos, pois não se atende satisfatoriamente às emoções expressas pelo
paciente. Assim, uma das tarefas mais difíceis apontadas é a falta de habilidade em reagir às
emoções dos pacientes. Muitas vezes, os médicos não são capazes de responder
apropriadamente aos sentimentos expressos ou até mesmo de identificá-los (LINO et al., 2011).
Os incômodos que se associam ao diagnóstico e ao tratamento do câncer acarretam
perdas importantes na qualidade de vida dos indivíduos. Tais necessitam de um ajustamento
psicossocial dos pacientes e seus familiares, além de demandarem intervenções
psicoterapêuticas especializadas (LOURENÇÃO; SANTOS JÚNIOR; LUIZ, 2010).
A família também vivencia variados estágios de adaptação ao sintoma. Sofre e encontra-
se impelida a gerenciar certas mudanças as quais pode não estar preparada para manejar. Muitos
dos membros podem a princípio, encontrar-se desacreditados da doença e a tratam como algo
exterior ao núcleo familiar e passageiro (VASCONCELOS; COSTA; BARBOSA, 2008).
O padecimento emocional pode levar a piora na evolução da doença, prejudicando a
adesão ao tratamento. Sabe-se que situações prolongadas de estresse, frequentemente resultam
em funcionamento desajustado do sistema imunológico. Nesse caso, este passa a ser menos
eficaz em sua ação de reconhecimento e eliminação de elementos estranhos ao organismo (VEI;
CARVALHO, 2010).
Nos últimos dez anos, os psicólogos da saúde vêm integrando as equipes médicas como
facilitadores na detecção dos sentimentos de insegurança e das expectativas do paciente. Atuam
também facilitando a comunicação mais eficaz entre médico/paciente, além de contribuírem no
desenvolvimento de estratégias de prevenção e de intervenção com o paciente e seus cuidadores
(ALMEIDA; MALAGRIS, 2011; LOURENÇÃO; SANTOS JÚNIOR; LUIZ, 2010;
SEBASTIANI; MAIA, 2005).
A atribuição do psicólogo em oncologia oferece o apoio psicossocial e psicoterapêutico
diante do impacto do diagnóstico e de suas consequências. Assim salienta a possibilidade de
auxílio para melhor enfrentamento e incremento para qualidade de vida do doente e de seus
familiares (SCANNAVINO et al., 2013).
Atualmente, a troca entre os saberes de disciplinas vem se tornando cada vez mais
frequente e necessária para o bom resultado do tratamento de pacientes oncológicos. Uma vez
que a interdisciplinaridade contribui para o compartilhamento doa saberes melhora a prática,
ameniza as limitações de cada saber e acrescenta que nenhum campo sozinho é capaz de deter
particularidades. Propõe, além da soma dos conhecimentos e contribuições específicas dos
diferentes membros de uma equipe multiprofissional, a possibilidade de troca de experiências,
saberes e práticas em ato, com a transformação da forma de pensar e atuar de cada profissional
(MS; INCA, 2013).
A experiência de estar com câncer é própria do sujeito acometido pela doença. Assim
somente aquele que a vivencia seria capaz de atribuir-lhe significado (SIQUEIRA; BARBOSA;
BOEMER, 2007). Nesse sentido o presente estudo investigou a percepção do paciente que foi
diagnosticado com câncer quanto à forma que essa comunicação lhe foi transmitida. Investigou
também, quais impactos tal notificação lhe provocam, já que apesar dos avanços na detecção
do diagnóstico de câncer, transmitir essa notícia ao paciente, ainda não é uma tarefa tão fácil.
2) METODOLOGIA
3) RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos resultados indicou duas categorias de resultados a fim de responder aos
objetivos propostos pela pesquisa: a percepção do sujeito quanto ao comunicado do diagnóstico
e os impactos que tal notificação lhes provocou.
“Eu achei que a forma que ele falou foi grosseira...” (FL09).
“Eu queria que ele chegasse e falasse comigo aos poucos e não
chegasse já falando que era câncer” (FL09).
“Tem que chegar e conversar com a pessoa primeiro, não chegar assim
abertamente, tem que preparar a pessoa pra ouvir aquilo. Com uma
maneira mais suave de falar” (FL09).
“(...). Não é mandar ler o resultado não... O médico tem que falar,
'infelizmente não é o que a gente espera, não queria dar pra você, mas
infelizmente dei o diagnóstico e esse tem tratamento, você começa a
tratar e tudo', mas esse negócio de ficar enrolando a pessoa ali, isso
não adianta não...” (FL04).
“O médico tem que ser positivo ao falar” (FL10).
momento são fortes e propiciam o desenvolvimento de ímpeto para a luta contra a doença, ou
de resignação. As pessoas que recebem diagnóstico de câncer podem passar por vários níveis
de estresse e angústia emocional (FERREIRA; CHICO; HAYASHI, 2005).
Na pesquisa foi possível compreender que o sentimento de angústia é comum no
momento da revelação do diagnóstico. Ressaltam a necessidade do apoio de um acompanhante
para conseguirem assimilar o comunicado.
A família do paciente diagnosticado com câncer não fica imune aos temores e as
preocupações referentes a esta experiência. Abrir espaço para a família faz se necessário, uma
vez que também demanda apoio e acolhimento do seu sofrimento e, além disso, os pacientes
precisam do suporte familiar para enfrentar a doença e seu tratamento (CARVALHO, 2008).
Nos discursos dos sujeitos aparece a preocupação da família diante do diagnóstico de
câncer. Esse comunicado afeta não somente o sujeito acometido pela doença, mas também seus
familiares, ainda mais se estes não possuem a informação e o esclarecimento necessários para
auxiliar o membro familiar doente. Os entrevistados ressaltam a importância do acolhimento
do profissional da saúde tanto para eles quanto para seus familiares.
“Mudou que a falta de informação da minha família fez com que minha
mãe tivesse medo da doença ser contagiosa, não queria que eu comesse
na mesma vasilha que ela” (FL08).
“Ficaram tudo afobado, né? Quem é que fica bom, né? Ninguém fica
bom com uma notícia de uma doença dessa” (FL06).
“(...) Tem sido preocupante tanto pra mim quanto pra eles” (FL09).
4) CONSIDERAÇÕES FINAIS
ser pensado com humanidade. Pode-se constatar através do estudo que há a necessidade do
profissional de saúde de aperfeiçoar a sua forma de comunicação, tornando-a mais adequada ao
momento e à demanda do sujeito como também de fornecer apoio à família para que juntos
contribuam significativamente nesse processo.
Não obstante se ter alcançado os objetivos do estudo, faz-se mister considerar que, a
partir dos dados coletados, alguns dos sujeitos consideraram o comunicado de seu diagnóstico
como adequado. Esses concordam que a forma como o diagnóstico foi apresentada é aquela
que deveria se dar. Esses não geram expectativas prévias e não se sentem desamparados frente
à comunicação de um diagnóstico de acometimento clínico grave.
Nesse sentido, reconhece-se no escopo desse trabalho a limitação do estudo, em função
do número de entrevistados. Um plano amostral de amostragem definido por saturação poderia
determinar, sobremaneira, diferenças nas percepções dos sujeitos. Ainda assim, tais limitações
não descaracterizam as conclusões observadas a partir dos dados apresentados. A humanização
no processo de comunicação tende a ampliar as possibilidades do trabalho clínico ao acolher
demandas distintas de sujeitos também diferentes entre si.
REFERÊNCIAS
MARI, H.; MACHADO, I. L.; MELLO, R. Análise do discurso: fundamentos e práticas. Belo
Horizonte: Núcleo de Análise do Discurso. Faculdade de Letras da UFMG, 2001.
POPE, C.; MAYS, N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. Porto Alegre: Artmed, 2009.
VEIT, M.; CARVALHO, V. Psico-Oncologia: um novo olhar para o Câncer. Revista Mundo
Saúde, v. 34, n. 4, p. 526-530, 2010.
RESUMO
1
Psicólogas. Email para contato: thaisb39@hotmail.com
2
Mestre em psicologia, graduada em Psicologia Psicologia (Centro Universitário Newton Paiva), Professora
Assistente do Departamento de Psicologia das Faculdades Integradas do Norte de Minas – FUNORTE, E-mail:
leilagusmao@hotmail.com
3
Doutor em Ciências da Educação (UEP), Mestre em Psicologia (USF), graduado em Psicologia (UFMG),
graduado em Pedagogia (FETAC), Professor adjunto das Faculdades Integradas do Norte de Minas –
FUNORTE, E-mail: finellipsi@gmail.com
ABSTRACT
This article is about an investigation upon what the Psychology Students know about the
domestic violence against women, since in the future they will work in several institutions
where domestic violence occurs. The knowledge about this phenomenon in the academic
world is important as it reflects direct and negatively in women’s health. This knowledge
allows interventions in attempts to reduce women's pain. A field research was realized, with
a quantitative and qualitative method, using closed and structured questionnaires, formed
by 31 items, in which 8 questions are about identification and 23 are about the domestic
violence, in order to categorize the sample group and check their knowledge and
perceptions about the theme. The results indicate that the 300 students who answered the
questionnaire are mostly between 18 and 25 years. Regarding about the knowledge of
domestic violence, 40,3% claim they know the theme, however, mostly don’t know the
rehabilitation programs to women abusers in Brazil. It was also noticed that 38,6% of the
academics based their answers from common sense knowledge. The results indicate that the
Psychology Students demonstrates insecurity to work with domestic violence.
1) INTRODUÇÃO
Este texto tem como objetivo apresentar uma análise quanti-quali da pesquisa: “A
violência doméstica contra a mulher sob a ótica dos acadêmicos da Psicologia”. A pesquisa
investigou os conhecimentos que os acadêmicos que estudam psicologia, possuem a respeito
do fenômeno. Assim, caracterizou-se o público alvo, em termos de idade, escolaridade, estado
civil e etc., em uma Instituição de Ensino Superior, na cidade de Montes Claros, região Norte
de Minas Gerais.
Serão definidos a posteriori os conceitos do fenômeno violência estabelecendo uma
interlocução com os diversos campos do saber, como a Filosofia, o Direito, a Sociologia e a
Psicologia, e posteriormente a análise dos dados na perspectiva da Teoria Filosófica.
Uma das razões pela qual a pesquisa foi realizada, parte do princípio de que é importante
o conhecimento que a comunidade acadêmica deve ter a respeito do fenômeno violência
doméstica, e sua interferência direta e negativamente na saúde da mulher e da comunidade. Este
conhecimento possibilita intervenções na tentativa de minimizar o sofrimento em que as
mulheres das diversas categorias estão expostas. Nesse sentido, esta questão fez-se relevante
investigar os acadêmicos do curso de psicologia porque possivelmente no futuro irão atuar com
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
18
A esse respeito Silva (2012), ressalta que a teoria dos Atos da Fala, faz análise da
linguagem do senso comum no que se refere à violência doméstica praticada contra o gênero
feminino. O autor ainda se refere ao assunto dizendo que existe uma diversidade de
generalizações e afirmações acerca do fenômeno, reproduzidas através da fala no cotidiano,
como os ditados populares que banalizam e inferiorizam a mulher. Sendo comum escutar no
dia-a-dia de homens e mulheres em nossa sociedade que, “mulher de cafajeste gosta de
apanhar”, dentre tantos outros de caráter pejorativos e discriminatórios.
Para aprofundar a compreensão sobre o fenômeno violência doméstica, a partir da
perspectiva da Teoria filosófica da linguagem ordinária, desenvolvida por Austin (1990) ele
propõe um caminho para analisar as situações corriqueiras que envolvem o uso da linguagem
do senso comum para explicar uma determinada realidade.
Segundo Romagnoli, Abreu & Silveira (2013), é importante marcar que as agressões
são nomeadas como violência doméstica em função do laço afetivo existente ou não entre o
casal. Com as transformações ocorridas nesta era moderna um instrumento legal importante é
a Lei 11.340 denominada Maria da Penha, que consiste em inibir os atos violentos perpetrados
à mulher.
Nesse sentido, Botelho (2013) nos ensina que é necessário compreender a quem esta lei
pode ser aplicada, portanto, são situações em que existe ou existiu uma relação afetiva com a
mulher.
De acordo com a recente Lei 11.340, nomeada Maria da Penha, a violência doméstica
é conceituada como: Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
Esta Lei amplia a discussão e define os espaços onde este fenômeno acontece, tais
como: I- no âmbito da unidade doméstica [...] II- no âmbito da família [...] III- em
qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva com a ofendida,
independente de coabitação. No que se refere à Lei Maria da Penha, alguns autores
nos ajudam a elaborar uma maior compreensão de sua empregabilidade e em quais
situações ela poderá ser aplicada. Nos casos em que exista conflitos conjugais,
independente do agressor viver ou não com a mulher (BRASIL, 2006).
Romagnoli, Abreu & Silveira (2013), pontuam que: “independente de apresentar ou não
laços sanguíneos e do local na qual ocorra, a violência doméstica possui estatísticas alarmantes
[...] efetuada por seu marido ou parceiro, desvelando dimensões de desigualdades e constituindo
sério problema de saúde pública”.
Romagnoli, Abreu & Silveira (2013), mostram que os números das agressões contra as
mulheres são relevantes no Brasil e no mundo, entretanto, algumas mulheres vítimas sentem-
se constrangidas em realizar a denúncia, ou seja, o número de subnotificações é muito maior
do que os dados estatísticos revelam. Isso compromete os dados estatísticos. É possível perceber
que tanto na região de Montes Claros Norte de Minas Gerais, quanto em diversos outros lugares
do País, os números são alarmantes, apesar da existência da subnotificação.
Segundo os mesmos autores, dizem a respeito à dificuldade de uma mulher em fazer a
denúncia, que envolve a exposição ao revelar as intimidades da vida conjugal, o que causa
constrangimento e mal-estar à mulher, já que nesses casos especificamente, existe uma profusão
de sentimentos que a deixa insegura, e por tudo isso então, a subnotificação se faz presente.
Segundo Romagnoli, Abreu & Silveira (2013), em pesquisas realizadas no contexto
Norte Mineiro em Montes Claros, percebe-se que as regiões de maior prevalência da violência
contra a mulher se localiza nos bairros da periferia de Montes Claros. Apesar desses dados não
indicarem a fidedignidade dos fatos, uma vez que a violência atravessa todas as camadas
sociais, e independe da condição econômica, cultural e étnica. Entretanto, as prevalências
nesses estudos são das camadas sociais baixas onde este fenômeno é recorrente.
O Ministério da Saúde, Brasil (2002), apresenta dados estatísticos acerca deste
fenômeno, e mostram altos índices de notificação, revelando um elevado número de homicídios
e lesões causadas por essa modalidade de violência, mudando o perfil da mortalidade de
mulheres nas últimas décadas.
Diante desta apresentação é possível perceber que estes autores tentam explicar o
fenômeno da violência doméstica contra a mulher, entretanto, pela complexidade que o
envolve, não existe um único fator indissociável, o que compromete sua conceituação.
2) MATERIAIS E MÉTODOS
período de três semanas no mês de outubro de 2015. O questionário é composto por 31 itens,
sendo 8 de identificação e 23 itens relativos ao conhecimento sobre o fenômeno violência
doméstica, conforme a Tabela 1, que são apresentados para marcação dicotômica com as
possibilidades de resposta 1 – concordo, ou 2 – discordo.
Para análise dos dados foi utilizada a Teoria dos Atos da Fala desenvolvida por Austin
(1990), e para a tabulação e apresentação dos dados estatísticos foi utilizado o Microsoft Excel.
3) RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 3- Variáveis
Variáveis N° %
Períodos
1° 27 9,0
2° 48 16,0
3° 23 7,6
4° 27 9,0
5° 60 20,0
6° 23 7,6
7° 36 12,0
8° 11 3,6
9° 16 5,3
10° 22 7,3
11° 5 1,6
Não responderam 2 0,6
Turno
Matutino 116 38,6
Noturno 178 59,3
Não responderam 5 1,6
Questão 1
É violência sair inventando mentiras sobre…
0,816
0,166 0,0166
A questão de número 5 é uma afirmativa que se trata da violência sexual. Segundo a Lei
11.340 nomeada Maria da Penha (2006) “configura-se em qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, e que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade”.
Diante disso, percebe-se que 4,3% dos acadêmicos concordam que mulheres merecem
ser vitimas de agressores devido a suas vestimentas, colocando-a como a responsável pela
agressão sofrida. No entanto, 95,3% discordam com esta afirmativa.
Dizer que a mulher provocou o homem com roupas curtas, segundo Silva (2012), é um
discurso advindo do senso comum, nesse sentido no que se refere à violência doméstica pode-
se dizer que muitas opiniões do senso comum são oriundas na sociedade, e muitas pessoas
trocam informações e acabam divulgando opiniões que vão se tornando cristalizadas no
contexto social, o que apresenta um problema a ser discutido.
Questão 5
As mulheres que usam roupas curtas, e que
expõe o corpo merecem sim ser atacadas,…
0,9533
0,0433 0,0033
Questão 7
No Brasil não existem Programas de…
0,793
0,573
0,03
Questão 8
Existem Programas no Brasil para lidar com
agressores, tendo como um dos objetivos,…
0,62
0,346
0,0333
Questão 12
A violência doméstica só acontece em…
0,98
0,0133 0,006
Questão 13
A violência é o fenômeno mais democrático que existe, não fazendo
distinções de classe econômica, raça ou cultura.
0,586
0,366
0,016
Ao comparar as respostas dos gêneros nota-se, que 28,6% concordam com a afirmativa
de que “os homens não sabem controlar suas emoções”, dentre estes 23,0% são homens e 29,0%
mulheres. Fazendo-se esta afirmativa como uma das inúmeras justificativas da violência
doméstica contra a mulher, percebida principalmente em falas de acadêmicos tanto do sexo
masculino, quanto feminino, durante a realização da pesquisa em salas de aula.
Questão 14
Os homens não sabem controlar suas
emoções.
0,706
0,286
0,006
gosta mesmo é de apanhar”, 14,0% destes são casados e 4,0% são solteiros. No entanto, a
afirmativa é falsa por diversas razões, como menciona Romagnoli, Abreu & Silveira (2013)
existem inúmeros fatores que fazem com que a mulher não realize a denúncia contra o marido,
entre eles estão à dependência emocional e financeira, uma diversidade de sentimentos como
medo, constrangimento ao expor a relação conjugal e etc.
Cabe ressaltar que para Austin (1990), o que perpetua a violência contra o gênero
feminino é justamente as falas advindas do senso comum, onde a violência é vista como algo
natural. São reproduzidas falas sem fundamentos e o senso comum, não se preocupa de onde
foi culminado o argumento, e sim com o conhecimento que foi difundido na sociedade, o que
é diferente na ciência.
Questão 17
Mulher que não denuncia o marido/companheiro é por que no fundo
gosta mesmo é de apanhar.
0,9366
0,06 0,0033
Questão 18
A mulher no Brasil não é tratada com respeito, pois ainda há
predomínio da cultura patriarcal e machista.
0,64
0,35
0,01
Questão 20
Eu acho que eu conheço o suficiente sobre os
problemas relacionados à violência…
0,58
0,403
0,017
4) CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ações. Trad. de Danilo Marcondes de Souza
Filho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO DA PESQUISA
INFORMAÇÕES GERAIS
Favor marcar com um X somente em uma única resposta que melhor se apresente para você.
6-Turma:____________________
7-Turno: Matutino ( ) Noturno ( )
Discordo
3 - Dá para entender que um homem quebre ou destrua as coisas da sua mulher se ficou
1 2
nervoso.
5 - As mulheres que usam roupas curtas, e que expõe o corpo merecem sim ser atacadas,
1 2
afinal estão pedindo para que ocorra isso!
6 - Os casos de violência dentro da própria casa devem ser discutidos somente entre os
1 2
membros da família, afinal, briga de marido e mulher ninguém mete a colher!
8 - Existem Programas no Brasil para lidar com agressores, tendo como um dos objetivos,
1 2
discutir as relações de poder e gênero em nossa sociedade.
10 - Quando uma mulher não quer fazer sexo com seu marido, ele pode forçá-la, e fazer sem
o seu consentimento, e esta situação não pode ser caracterizada como um tipo de 1 2
violência, afinal a mulher é propriedade do marido.
13 - A violência é o fenômeno mais democrático que existe, não fazendo distinções de classe
1 2
econômica, raça ou cultura.
15 - Em algum período da vida, qualquer mulher pode ser vítima da violência doméstica. 1 2
17 - Mulher que não denuncia o marido/companheiro é por que no fundo gosta mesmo é de
1 2
apanhar!
18 - A mulher no Brasil não é tratada com respeito, pois ainda há predomínio da cultura
1 2
patriarcal e machista.
21 - Eu acho que não tenho muito a oferecer aos pacientes vítimas da violência doméstica. 1 2
22 - Vítimas de violência doméstica não podem ser ajudadas antes de sofrerem agressões
1 2
claras, ou seja, visíveis.
23 - A mulher que apanha em casa deve ficar quieta, pois se contar para os outros vai
1 2
prejudicar a sua família e os filhos.
RESUMO
A alfabetização de idosos não busca somente ensinar a "ler e a escrever”, mas criar
possibilidades para que o indivíduo ou o grupo possa exercer a leitura e a escrita de maneira
a se inserir de modo mais pleno e participativo na sociedade. A Psicologia permite uma
educação libertadora que desenvolve as competências necessárias ao enfrentamento dos
desafios do envelhecimento e fortalece a coragem de romper para compor o novo, apesar
das limitações psicológicas, físicas e neurológicas. O objetivo do estágio supervisionado
básico em Intervenções Psicossociais foi promover atividades que estimulassem a cognição,
interação, autoconhecimento e aprendizagem com um grupo de 28 idosas em processo de
alfabetização na associação de moradores do bairro Jardim Brasil em Montes Claros –
Minas Gerais foram realizados 10 encontros quinzenalmente no período de fevereiro a
junho de 2018, pelos acadêmicos do 7º período do curso de Psicologia das Faculdades
Integradas do Norte de Minas (Funorte). Foram usados como instrumentos técnicos-
metodológicos duas técnicas com trabalho de grupos: A oficina psicossocial de Lucia
Afonso e grupo operativo de Pichon-Rivière. O método consistiu técnicas que
proporcionaram a autorreflexão e o autoconhecimento para possibilitar a tomada de
consciência das mesmas. Como resultado, houve melhora nas habilidades cognitivas,
ajudando assim no processo de alfabetização, nas relações entre os membros do grupo,
conclui se que a velhice é mais uma etapa de crescimento pessoal, e que é fundamental
desfrutá-la com autonomia e dignidade.
1
Psicóloga (FUNORTE).
2
Mestre em Psicologia Social. Psicóloga e orientadora do estágio nas Faculdades Integradas do Norte de Minas -
FUNORTE, Montes Claros – MG
3
Diretor de Comunicação da Liga de Psicologia Social-LAPS. Membro das Comissões de Psicologia e Relações
étnico-raciais e Psicologia, Diversidade e Gênero Sexual - CRP. Psicólogo (FUNORTE). E-mail:
<contatowoochiton@gmail.com>
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
16
ABSTRACT
Literacy to people of old age does not only seek to teach "reading and writing", but also to
create possibilities for the individual or group to exercise reading and writing in a more
fully and participatory way in society. Psychology allows a liberating education that
develops the skills needed to meet the challenges of aging and strengthens the courage to
break into the new despite psychological, physical and neurological limitations. The
purpose of the basic supervised internship in Psychosocial Interventions was to promote
activities that stimulate cognition. , interaction, self-knowledge and learning with a group
of 28 elderly women in literacy process at the Jardim Brasil neighborhood residents'
association in Montes Claros - Minas Gerais, Brazil. Ten meetings were held fortnightly
from February to June 2018, by the students of the 7th Psychology course of the Faculdades
Integradas do Norte de Minas (Funorte). Two technical group work techniques were used
as technical-methodological instruments: Lucia Afonso's psychosocial workshop and
Pichon-Rivière operative group. The method consisted of techniques that provided self-
reflection and self-knowledge to enable their awareness. As a result, there was an
improvement in cognitive skills, thus helping in the process of literacy, in the relations
between group members, it is concluded that old age is another stage of personal growth,
and that it is essential to enjoy it with autonomy and dignity.
1) INTRODUÇÃO
A partir dos 65 anos se inicia a entrada tradicional para a terceira idade, a última fase
da vida. Entretanto, muitos indivíduos nessa faixa etária não se sentem e nem agem como
idosos. E com o fim da aposentadoria obrigatória, tampouco deixam de trabalhar. Muitos
idosos desfrutam de boa saúde física e mental. Embora algumas habilidades possam
diminuir, as pessoas física e intelectualmente ativas podem manter-se muito bem na maioria
dos aspectos e até mesmo melhorar sua competência. O funcionamento físico e cognitivo
tem efeitos psicossociais, muitas vezes determinando o estado emocional do idoso e a
capacidade de viver de maneira independente (PAPALAIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
Este trabalho é um relato de experiência do “Estágio Supervisionado Básico III –
Intervenções Psicossociais”, com um grupo de 28 idosas em processo de alfabetização na
associação de moradores do bairro Jardim Brasil em Montes Claros – Minas Gerais, foram
realizados 10 encontros quinzenalmente no período de fevereiro a junho de 2018, pelos
2) DESENVOLVIMENTO
O primeiro passo foi pensar em que contexto se pretendia propor uma intervenção
com grupo de idosos. As demandas exigidas bem como as características de saúde física e
mental dos idosos que iríamos trabalhar. Segundo Cahioni & Neri (2004), os motivos dos
idosos para participarem de programas para a terceira idade incluem a busca de
carnaval representava. Com essa atividade foi possível trabalhar a interação do grupo como
também as funções motoras fina e grossa. Todas realizaram a atividade sem apresentar
problemas.
No terceiro encontro foi trabalhado o tema “revendo os papéis” com o objetivo de
conhecer de modo mais aprofundado os integrantes e suas expectativas em relação ao grupo.
Cada participante deveria apresentar-se aos integrantes do grupo mencionando o que
considerava relevante. Foi feita uma dinâmica e os materiais utilizados foram: bexigas
coloridas e pinceis. As bexigas foram cheias de diferentes cores e colocadas à disposição
dos participantes. Foi solicitado a eles que escolhessem uma delas pelo critério da cor, então
cada um deveria explicar a escolha. Por fim foi pedido que cada um desenhasse na bexiga
um rosto expressando o que estavam sentindo naquele momento e que explicassem sua
representação associada à sua vida atualmente. Foi muito produtivo, pois eles
compartilharam experiências que contribuíram para a empatia do grupo.
No quarto encontro foi trabalho o tema “O dia Internacional da mulher”, pois
coincidiu na data comemorativa. O objetivo foi apresentar a importância do dia da mulher
e trabalhar a autoestima do grupo. A comemoração do Dia Internacional da Mulher, além
do caráter festivo, levanta questões sociais importantes. Foi um momento para discutir
pontos relevantes, como a importância da mulher na sociedade, conquista de espaço no
mercado de trabalho, bem como momentos marcantes da história que foram protagonizados
por figuras femininas. Os materiais utilizados foram cartolinas, revistas, tesouras e colas.
Foi solicitado que elas fizessem colagens e frases da importância da mulher e montassem
cartazes para serem apresentados. Elas confeccionaram e foi muito produtivo, pois muitas
relataram não saber o motivo da comemoração.
No quinto encontro foi trabalho o tema “A importância da matemática em nossas
vidas”, pois a professora apresentou a demanda que o grupo tinha uma dificuldade com as
aulas de matemática, dessa forma o tema trabalhado teve o objetivo de mostrar a
importância dos números com a utilização de atividades de resolução de problemas
matemáticos e jogos de fichas, os quais proporcionaram uma reflexão sobre a relevância da
utilização dos números no dia a dia.
No sexto encontro foi trabalhado tema “Alimentação e vida saudável” com o
objetivo de conscientizar o grupo sobre a importância de ter uma alimentação saudável bem
como esclarecer eventuais dúvidas. Foi convidada uma nutricionista para uma roda de
conversa. O grupo fez muitos questionamentos e tiraram muitas dúvidas.
No sétimo encontro foi trabalhado o tema “A importância da amizade” com o
objetivo de promover uma reflexão sobre o significado da amizade, e qual a sua
importância. Além disso, foi possível trabalhar a oralidade, a crítica e a sociabilidade do
grupo. Foi apresentado um filme sobre amizade chamado “Conduzindo miss Daisy” e logo
após foi feito uma roda de conversa onde foram feitos comentários e troca de experiências
sobre o tema.
No oitavo encontro foi trabalhado o tema “Família” com o objetivo de propiciar uma
reflexão da estrutura familiar e o conhecimento da estrutura de outras famílias, e o
relacionamento entre as pessoas da família, foi oportunizado uma atividade artística onde
cada um produziu um desenho que representasse a sua família. Os desenhos foram expostos
na sala e promoveu uma interação e reflexão sobre a importância da família
No nono encontro foi trabalho o tema “Teia do envolvimento” com o objetivo de
promover uma estimulação cognitiva, ao grupo foi solicitado que tentassem relembrar as
brincadeiras da infância e cantiga que gostavam, estimulando, portanto, a memória de longa
duração, que geralmente é preservada. Todos participaram e as brincadeiras e cantigas que
foram elencadas foram realizadas.
No décimo e último encontro foi feita uma confraternização onde teve um feedback
do grupo. Eles relataram uma melhoria na interação do grupo e que o processo de ensino
aprendizagem tinha ficado mais produtivo e prazeroso.
Foram utilizados como instrumentos técnicos-metodológicos duas técnicas com
trabalho de grupos: A oficina psicossocial e grupo operativo. Segundo Afonso (2006) a
oficina psicossocial é um trabalho estruturado com grupos, independentemente do número
de encontros, sendo focalizado em torno de uma questão central que o grupo se propõe a
elaborar, em um contexto social. A elaboração que se busca na oficina não se restringe a
uma reflexão racional, mas envolve os sujeitos de maneira integral, formas de pensar, sentir
e agir.
O grupo operativo criado por Pichon Rivière define-se por um conjunto de pessoas
com um objetivo comum de discussões e tarefas que são colocadas em funcionamento por
um coordenador, cuja finalidade é obter, dentro do grupo, uma comunicação que se
3) CONCLUSÃO
Diante da busca por qualidade de vida e inserção social, pode-se avaliar o trabalho
positivamente, pois as técnicas grupais, aliadas a escuta especializada de cuidado e
acolhimento, propiciaram às participantes a oportunidade de expor sentimentos e ampliar
suas possibilidades que consequentemente refletiram na melhoria no processo de ensino
aprendizagem. As estratégias adotadas foram bem aceitas pelo grupo e houve participação
REFERÊNCIAS
BLEGER, J. Temas de psicologia: entrevistas e grupos. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
RESUMO
O objetivo desse estudo foi analisar os padrões do consumo de álcool e a percepção quanto
ao suporte social reconhecido em acadêmicos do ensino superior de um curso de Engenharia
Civil em uma universidade privada do município de Montes Claros. Participaram do estudo
65 estudantes, de ambos os sexos, mediante a aplicação de questionários auto-preenchíveis,
sendo eles o AUDIT, ASSIST, IECPA e ESSS. Os dados foram analisados de forma
descritiva, com valores em porcentagem, o procedimento estatístico feito no SPSS
(Statistical Pachage for Social Sciences) 19.0 para Windows. Os resultados evidenciaram
que 70% dos estudantes responderam não ingerir bebidas alcoólicas; 19% responderam
consumir bebidas de duas a quatro vezes ao mês; 11% consomem mais de duas a três vezes
por semana; e 0% não consomem doses iguais ou maiores que quatro semanas. Com relação
às substâncias de outras drogas 100% relataram não fazer uso, enquanto 82% informaram
que o álcool não interfere após o consumo de duas ou três doses de bebidas, e 18% relatam
que há mudanças e seu comportamento. Nota-se ainda que 53 % dos estudantes estão
satisfeitos com sua forma de pensar a respeito da sua vida social, e nessa qualificação 47%
discorda totalmente. Conclui-se que a prevalência de uso de substâncias psicoativas pelos
acadêmicos do curso de Engenharia Civil da Faculdade estudada de Montes Claros difere
das encontradas em outros grupos de estudantes universitários, porque não houve resultado
significativo no que diz respeito à dependência do álcool, já que os acadêmicos não se
mostraram vulneráveis ao uso exagerado dessa substância. Por conseguinte, apresenta-se
extremamente relevante o incentivo a novos estudos sobre a temática, já que se trata de
futuros profissionais que poderão ter suas vidas pessoais e laborais prejudicadas.
1
Psicóloga (FUNORTE). E-mail para contato:<barbaramartins88@hotmail.com>
2
Psicóloga (FUNORTE). E-mail para contato: <gleicianepereira43@yahoo.com.br>
3
Doutor em Ciências da Educação (UEP), Mestre em Psicologia (USF), graduado em Psicologia (UFMG),
graduado em Pedagogia (FETAC), Professor adjunto das Faculdades Integradas do Norte de Minas – FUNORTE,
E-mail: <finellipsi@gmail.com>
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
25
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze the patterns of alcohol consumption and the perception
of social support recognized in higher education students from a Civil Engineering course
at a private university in the municipality of Montes Claros. 65 students participated in the
study, of both sexes, through the application of self-filling questionnaires, being AUDIT,
ASSIST, IECPA and ESSS. The data were analyzed descriptively, with values In percentage,
the statistical procedure done in SPSS (Statistical Pachage for Social Sciences) 19.0 for
Windows. The results showed that 70% of the students answered not to drink alcoholic
beverages; 19% responded to consuming drinks two to four times a month; 11% consume
more than two to three times a week; and 0% do not consume doses equal to or greater than
four weeks. Regarding the substances of other drugs, 100% reported not using, while 82%
reported that alcohol does not interfere after consuming two or three drinks, and 18% report
that there are changes and their behavior. It is also noted that 53% of students are satisfied
with their way of thinking about their social life, and in this qualification 47% totally
disagree. It is concluded that the prevalence of use of psychoactive substances by students
of the Civil Engineering course at the Faculty studied in Montes Claros differs from those
found in other groups of university students, because there was no significant result with
regard to alcohol dependence, since academics were not vulnerable to overusing this
substance. Consequently, the incentive for new studies on the subject is extremely relevant,
since these are future professionals who may have their personal and work lives harmed.
1) INTRODUÇÃO
mortes e por 4% de todos os anos perdidos de vida útil. Quando se analisa este índice
relacionando à América Latina, o álcool assume uma importância ainda maior. Cerca de
16% dos anos de vida útil perdidos neste continente estão relacionados ao uso indevido
dessa substância, índice quatro vezes maior do que a média mundial (BRASIL, 2007).
A Política Nacional sobre o Álcool, instituída no Brasil em âmbito nacional no ano
de 2007, afirma que a sociedade deve colaborar com a adoção de medidas que atenuem e
previnam os danos resultantes do consumo de álcool em situações específicas, tal como no
trânsito. Dá ênfase também que deve haver proteção dos segmentos populacionais
vulneráveis ao consumo prejudicial dessa substância. Dessa forma, essa mesma Política tem
como uma de suas diretrizes a inclusão de ações de prevenção ao uso de bebidas alcoólicas
nas instituições de ensino, em especial nos níveis fundamental e médio (BRASIL, 2007).
Dentre muitos prejuízos relacionados ao consumo exagerado do álcool estão às
mortes violentas causadas no trânsito devido à embriaguez, as relações sexuais
desprotegidas e o uso de outras drogas, a queda no desempenho escolar, os prejuízos no
desenvolvimento e na formação de habilidades cognitivo, habilidades comportamentais,
sistemas emocionais, os danos ao patrimônio público e várias formas de violência (PARK;
GRANT, 2005).
O consumo de álcool entre jovens é prática comum seja no ambiente domiciliar, em
festividades, ou mesmo em ambientes públicos. A sociedade como um todo adota atitudes
paradoxais frente ao tema: por um lado, condena o abuso de álcool pelos jovens, mas é
tipicamente permissiva ao estímulo do consumo por meio da mídia (PECHANSKYA;
SZOBOTA; SCIVOLETTO, 2004).
Com a mudança do colégio para a vida universitária, a maioria dos adolescentes
passa a morar distante das famílias, unir-se a novas amizades e estreia uma época de maior
autonomia que lhes desencadeia novas experiências. Dentre as causas que influência no
consumo de bebidas alcoólicas, cita-se o grupo de amigos ou colegas, a medida do consumo,
incluindo o tipo de álcool a ser consumido, a frequência, o horário, a associação com
alimentos e petiscos (BAUMGARTEN; GOMES; FONSECA, 2012).
Quando o uso e a compra do álcool são discutidos, a maioria dos indivíduos são
jovens. Há indícios de que o surgimento da embriaguez está relacionado à facilidade de
encontrar bebida alcoólica. O álcool é atrativo por ser uma droga permitida, causadora de
reações prazerosas, além de ser aceita pela sociedade, com uma ampla disponibilidade,
variedade e por seu baixo valor (VIEIRA et al., 2008).
As expectativas relacionadas ao consumo de álcool possuem como impacto nos
universitários aumento da autoconfiança, desinibição social e atividades físicas/sexual.
Dessa maneira essas expectativas fazem com que os jovens percebam o álcool como algo
que seja beneficiador, sedutor e gratificante (LOPES, 2009).
Analisando em um contexto social, observa-se que os adolescentes são mais
vulneráveis ao uso de drogas e principalmente ao álcool, pois é na transição da adolescência
que surgem o conflito psicossocial, a interação com a sociedade, a busca por independência
a escolha de sua própria orientação sexual, além das suas emoções serem mais afloradas,
conflitantes e tempestuosas (LEITE et al., 2016).
Nesse contexto, esse estudo buscou analisar os padrões do consumo de álcool e a
percepção quanto ao suporte social reconhecido em acadêmicos do ensino superior de um
curso de Engenharia Civil em uma universidade privada do município de Montes Claros.
2) METODOLOGIA
demográfico com perguntas abertas e fechadas, contendo os seguintes itens: nome, idade,
sexo, estado civil, etnia, religião, escolaridade e situação socioeconômica.
Para a aferição do consumo de álcool foi utilizado o instrumento Audit (Alcohol Use
Disorders Identification Test), um questionário com dez perguntas desenvolvidas pela
OMS, como instrumento de rastreamento específico para identificar pessoas com consumo
nocivo do álcool, como também aquelas que apresentam dependência do álcool, nos últimos
12 meses. As três primeiras perguntas aferem a quantidade e a frequência do uso regular ou
ocasional do álcool; as três seguintes investigam os sintomas de dependência; e as quatro
últimas se referem a problemas recentes na vida do indivíduo relacionado ao consumo de
álcool (BABOR et al., 2001).
Seus itens são divididos em três dimensões: Consumo de risco de álcool, que se
refere às perguntas 1, 2 e 3; Sintomas de dependência, que envolvem as perguntas 4, 5 e 6;
e Consumo prejudicial de álcool, atribuído às perguntas 7, 8, 9 e 10. A especificidade e a
sensibilidade de cada um dos itens serão calculadas por múltiplos critérios como: consumo
diário médio de álcool, intoxicação recorrente, presença de pelo menos um sintoma de
dependência, diagnóstico de abuso ou dependência de álcool e auto percepção do problema
com a bebida. Cada questão possui cinco alternativas de resposta se para cada uma é
atribuído uma pontuação que varia de zero a quatro pontos. Ao final é somada a pontuação,
dessa forma são verificadas as “zonas de risco” em que se enquadram. Sendo elas: Zona I
(0 a 7 pontos): Abstinência ou consumo sem risco. Intervenção não necessária ou simples
informação sobre os riscos do consumo de álcool Zona II (8 a 15 pontos): Consumo de
risco. Aconselhamento necessário. Zona III (16 a 19 pontos): Consumo prejudicial ou
mesmo dependência. Tratamento pelo médico de família (intervenção breve e
acompanhamento) e Zona IV (20 a 40 pontos): Dependência. Tratamento especializado
aconselhado (se disponível).
Utilizou-se também o ASSIST (Teste de Triagem do Envolvimento com Álcool,
Cigarro e Outras Substâncias) que foi produzido pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) para detecção do uso de álcool, tabaco e outras substâncias psicoativas. O ASSIST
foi construído no intuito de complementar o já padronizado AUDIT (também em uso nesse
estudo) para detecção do uso abusivo ou dependência de outras substâncias além do álcool,
por considerar a abordagem simultânea de várias classes de substâncias, assim como a
parte”, “não concordo nem discordo”, “discordo a maior parte”, e “discordo totalmente”, à
nota final é dada pela soma de números de acontecimentos assinalados.
Inicialmente foi realizado contato via telefone com a direção da instituição de
ensino, para apresentação da proposta de pesquisa e solicitar autorização para aplicação dos
questionários em sala de aula. A partir da autorização foram explicados para os acadêmicos
os objetivos e a justificativa do estudo, assim como a importância da seriedade no
preenchimento do questionário. Todos os sujeitos aceitaram participar de forma voluntária
da pesquisa, assinou o termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e em seguida,
respondeu ao questionário.
3) RESULTADOS E DISCUSSÃO
VARIÁVEL N %
Sexo Masculino 22 14,3%
Feminino 43 27,95%
Etnia Asiático 0 0%
Branco 14 9,1%
Índio 1 0,65%
Negro 9 5,85%
Pardo 38 24,7%
Estado civil Solteiro 42 27,3%
Casado 11 7,15%
Separado 0 0%
Viúvo 0 0%
Namoro 11 7,15%
do sexo feminino. Através da análise, pôde se observar que 0% se considera asiático, 9,1%
brancos, 0,65% índio, 5,85% negro e 24,7% pardo. De acordo com a tabela I a grande
maioria dos entrevistados é solteira correspondendo a 27,3%.
AUDIT
40%
35,1%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5,85%
5%
0,65% 0,65%
0%
Baixo Risco Risco Uso Nocivo Dependencia
SUBSTÂNCIAS
Anfet Aluci
Maco
Tabac Álcoo Cocaí a Inalan Sedati nó Opioi
nh Outro
o l na mi te vo ge de
a
na no
Uso
35,75 42,25 42,25 42,25 42,25 42,25 42,25 42,25 42,25 42,25
ocasion
% % % % % % % % % %
al
Uso
6,5% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1,95%
abusivo
Dependênc
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
ia
A tabela 2 mostra que, quanto ao tabaco, 35,75% dos indivíduos entrevistados fazem
o uso ocasional, 6,5% o uso abusivo e 0% apresenta característica de dependência, já ao
consumo de álcool 42,25% dos indivíduos fazem uso ocasional, 0 % uso abusivo, e nenhum
indivíduo apresentou características de dependência de álcool, quanto ao uso da maconha,
42,25 % fazem uso ocasional e 0 % dos indivíduos possuem uso abusivo ou características
de dependência. Cocaína, 42,25 % fazem o uso abusivo dessa substância. Quanto às
substâncias anfetamina, inalantes, sedativo, alucinógeno e opióide 42,25 % fazem o uso
ocasional.
IECPA
Baixa expectativa
12%
Alta expectativa
88%
ESSS
Baixo suporte social
0%
Medio Suporte
Social
38%
Alto Suporte Social
62%
4) CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 6.117, de 22 de maio de 2007. Aprova a Política Nacional sobre o Álcool,
dispõe sobre as medidas para redução do uso indevido de álcool e sua associação com a
violência e criminalidade, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília. 23 de
maio de 2007.
VIEIRA, P. C. et al. Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares em
município do sul do Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 24, n. 11, p. 2487-98, 2008.
RESUMO
O estudo presente objetivou avaliar a motivação dos estudantes do ensino fundamental para
participação em aulas da disciplina Educação Física, e assim investigar as possíveis razões da
desmotivação dos alunos em participar das aulas, tal como atinar para quais conteúdos
despertam maior interesse dos estudantes e assim apontar soluções para maior participação dos
estudantes nas aulas. Foi produzida neste estudo uma revisão de literatura, baseada em fontes
do ano de 2012 a 2017 indexada nas bases eletrônicas de dados Scielo, Google academic e
Pubmed. Para escolha dos artigos foram empregues os descritores: Motivação, Desmotivação,
Educação Física, Ensino Fundamental. Professor. Foi possível verificar que a motivação é algo
pessoal e mutável, ela se torna mais eficaz quando ocorre intrinsecamente e deve o professor
traçar estratégias para que a mesma aflore em seus alunos. A aprendizagem e prazer dos alunos
dependem diretamente da motivação empregada às atividades propostas. A motivação é fator
primordial para o bom desempenho da disciplina, pois é o que incentiva a participação e prazer
ao realizar as atividades propostas tanto de docentes quanto de discentes, ao se fazer uso de
estratégias para motivação dos indivíduos o processo de ensino aprendizagem tende a ocorrer
com maior aproveitamento.
1
Acadêmica do curso de Educação Física da Unimontes – UAB. Montes Claros/MG
2
Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. UNIRIO/RJ
3
Doutorado em Educação pela Universidade Católica de Santa Fé/Argentina
4
Graduado em História (UNIMONTES). Montes Claros/MG
5
Doutor em Ciências da Saúde (UNIMONTES). Docente do Departamento de Educação Física da Unimontes.
Montes Claros/MG. E-mail: <wdansoa@yahoo.com.br>
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
38
ABSTRACT
This study aimed to evaluate the motivation of elementary school students to participate in
classes in Physical Education, thus investigate the possible reasons for students 'lack of
motivation to participate in classes, as well as to find out which contents arouse students' interest
and thus Solutions for greater student participation in class. A literature review, based on
sources from the year 2012 to 2017, indexed in the electronic databases Scielo, Schoolar Google
and Pubmed, was produced in this study. To choose the articles were used the descriptors:
Motivation, Demotivation, Physical Education, Elementary Education. Teacher. It was possible
to verify that the motivation is something personal and changeable, it becomes more effective
when it occurs intrinsically and the teacher must devise strategies for it to grow in its students.
The learning and pleasure of the students depends directly on the motivation employed for the
proposed activities. Motivation is a key factor for the good performance of the subject, since it
is what encourages participation and pleasure when carrying out the proposed activities of both
teachers and students, when making use of strategies to motivate individuals the process of
teaching learning tends to occur more successfully.
1) INTRODUÇÃO
Segundo Pinheiro et al. (2013) a Educação Física é eleita a disciplina com maior
aceitação pela maioria dos estudantes das mais variadas faixas etárias e gêneros. Sendo que as
modalidades esportivas, jogos e brincadeiras são os conteúdos mais utilizados nas aulas da
disciplina no ensino fundamental. No entanto, acontece uma contradição quanto ao fato de a
Educação Física ser uma das disciplinas preferidas dos alunos, este fato não implica que todos
os alunos a pratiquem de forma igualitária, já que no horário das aulas é grande a quantidade
de alunos que não participam ativamente. Percebe-se desmedida falta de interesse de uma
numerosa quantidade de alunados no que se refere à atuação nas aulas de Educação Física
Escolar.
Para Flores (2012) o professor de Educação Física tem grande influência sobre seus
alunos, seja por questões relacionadas à saúde e suas competências física ou ainda a questões
comportamentais que lhe permite moldar o caráter do alunado, podendo conhecê-lo a fundo e
proporcionar experiências agradáveis ou não, tendo em suas mãos, se desejar, uma importante
ferramenta metodológica: a motivação.
Mesmo com tal mérito do professor de Educação Física, seu trabalho não se torna mais
fácil, pois de acordo com Silva & Sampaio (2012) o aluno não muitas vezes não demonstra
interesse pela aprendizagem técnica, nem tão pouco pela participação em aulas teóricas. O que
de modo evidente dificulta seu trabalho, neste momento o professore necessita de artimanhas
pedagógicas que motivem estes jovens.
Conforme Pimentel (2017) motivação diz respeito ao ato de motivar alguém ou ainda
descreve elementos capazes de designar a conduta de um indivíduo. Assim motivação são atos
que estimulam a realização de determinada atividade. Leite et al. (2012) ressaltam que a
motivação assegura os indivíduos envolvidos assumam resultados superiores, pois aumentam
o rendimento e qualidade sobre a atividade exercida. Desta forma constata-se que para bom
desenvolvimento da ação é necessário estar minimamente motivado.
O mesmo autor ressalta que instituições que honram o peso da motivação estão muito
mais propensas a alcançar seus objetivos, consequentemente dando-se por satisfeitos ao termino
da atividade proposta (LEITE et al., 2012).
A Educação Física é uma potente ferramenta metodológica com vertentes educacionais
e relacionadas à saúde de crianças e adolescentes, sendo ela auxiliar neste processo de
aprendizagem almeja-se que empregue uma grande dose de motivação as aulas. Para Sampedro
et al. (2012) a motivação pode ocorrer devido a vários fatores (intrínsecos e extrínsecos) no
entanto é necessário que a equipe pedagógica trace estratégias de ação para que o alunado
participe e permaneça constante diante das atividades propostas em aula; estimulando a
motivação pessoal e coletiva, buscando desvendar os motivos que os levam a participar de
forma voluntaria da aula.
São vários os fatores (des)motivacionais provenientes tanto de professores quanto de
alunos. Zambon & Rose (2012) explicam que a motivação é algo que se tem ou não, alegando
assim que por vezes um resultado negativo na aprendizagem do aluno se deve a falta dessa
motivação. Nessa perspectiva, para Monteiro et al. (2012) o professor tem a função de produzir
atividades que gerem interações sociais além de incutir nos alunos anseios que os mantenham
ativos durante o processo de interação.
É importante ressaltar que a motivação é algo pessoal, portanto cada indivíduo
demonstra seu próprio nível de motivação para cada atividade. Logo o professor deve manter-
se em constante atualização de métodos e procurar optar por conteúdos diversificados e
motivantes, o que fará com que os interesses das turmas sejam sanados e evitar que a imprecisão
trazida pela falta de motivação traga dúvidas sobre quão motivados seus alunos são/estão
(MACHADO et al., 2012).
Por conseguinte, falar sobre motivação implica em averiguar os motivos que
influenciam em um determinado comportamento, isto implica que todo comportamento é
motivado por algo ou alguém. Assim motivação é um termo que compreende qualquer
comportamento dirigido para um objetivo, provocando assim a efetivação da ação desejada
(JANUÁRIO et al., 2012).
Isto posto, de acordo com Zambon et al. (2012) a motivação sob um olhar pedagógico
propõe estimula o aluno a fazer algo ou aprender algo. Dessa forma motivação está diretamente
ligado ao aprender, o professor neste processo é importante ferramenta, no entanto para aquele
que ministra aulas de Educação Física a tarefa se torna ainda mais difícil, visto que para Ferreira
et al. (2014) a maioria dos alunos enxergava nas aulas algo desmotivante para o ensino do
esporte, descrito por uma série de motivos indo desde ausência de materiais, passando por
infraestrutura escolar e chegando ao menosprezo da disciplina. Assim sendo os conteúdos da
Educação Física demandam uma carga de motivação maior devido ao não interesse dos alunos
por atividades físicas.
Nessa perspectiva essa pesquisa objetivou analisar a motivação dos estudantes do ensino
fundamental II para participação nas aulas de Educação Física, justificando-se pela falta de
estímulos/motivação dos alunados a realização e participação das aulas, ansiando por aulas de
Educação Física mais ativas e participativas.
Para esse fim, foi desenvolvida uma revisão de literatura, indexada nas consequentes
bases eletrônicas de dados Scielo, Google acadêmic e Pubmed. Para escolha dos artigos foram
utilizados os descritores a se seguir: Motivação, Desmotivação. Educação Física, Ensino
Fundamental. Professor.
Para critérios de inclusão foram selecionados estudos que relatavam experiências
vividas durante aulas da disciplina educação física que descreviam a participação e motivação
nas aulas, sendo estes artigos escritos no idioma português no período do ano de 2012 a 2017.
E excluídos artigos que antecedem ao ano de 2012 e ainda os que não contribuem para a
temática proposta.
2) REVISÃO DE LITERATURA
extrema importância que nos mantenhamos motivados a executar tal ação, visto que a
motivação é causa incontestável no desenvolvimento das atividades, dessa maneira as aulas de
Educação Física necessitam desse fator para que a participação e permanência dos educandos
aconteçam de forma satisfatória (PANSERA et al., 2016).
A motivação em um âmbito educacional é de total relevância, pois permite ao aluno está
mais introduzido dentro do processo de ensino aprendizagem, para Lira & Silva (2015) a
motivação é aquilo que estimula alguém a executar determinada tarefa e garante a
aprendizagem mais eficaz.
Sabendo o que é motivação, devemos entender que ela se manifesta de duas formas:
Intrinsecamente e Extrinsecamente, pois para que o sujeito se motive e se mantenha motivado
são necessárias causas do meio interno e externo (PANSERA et al., 2016).
A principal propriedade da motivação intrínseca é que ela possui iniciativa e desejo
próprio, De acordo com Peres & Marcinkowski (2012) este tipo de motivação é oriunda do
querer que vem de dentro do indivíduo, ou seja, sua vontade pessoal, algo que ele goste de
fazer, um estimulo pessoal.
Já a motivação extrínseca se caracteriza por ser o oposto da descrita acima. Esta se
define como algo que necessita dos agentes externos para acontecer. De acordo com Pizani
(2016) a motivação extrínseca leva o indivíduo a realizar a atividade proposta com intenções
de beneficiar a si próprio, ou seja, a espera de alguma recompensa.
Do ponto de vista educacional a motivação em si é crucial para o processo de ensino
aprendizagem, no entanto a motivação intrínseca é mais produtiva visto que o a aluno que a tem
se compromete de fato com a aprendizagem, não visando qualquer outro tipo de privilegio, haja
vista que o aprazimento advindo da motivação extrínseca não é pela atividade em si, mas sim
pelas consequências ocasionadas devido a ela (LEAL et al., 2013).
Para Ramos & Goeten (2015) no contexto escolar a motivação é algo que direciona os
alunos serem indivíduos determinados, capazes de tomar decisões e que galgam conhecimento.
Como já sabido a motivação está fortemente atrelada ao bom desempenho das aulas de
Educação Física, uma vez que a aprendizagem é por vezes mensurada a partir da mesma
(PAULINO; SÁ; SILVA, 2016). No entanto são vários os fatores que auxiliam neste processo
de motivação, visto que para que nos sintamos motivados necessitemos de fatores que nos
induzam e conduzam a tal (LIRA; SILVA, 2015).
Dentre os aspectos que nos motivam estão diversas causas, podendo elas serem pessoais
ou coletivas, e de tantas outras origens, aqui serão retratadas alguns dos mais comuns atos e ou
fatos (des)motivacionais. O professor, os alunos e as habituais ocorrências vivenciadas em aula
são alguns aspectos que designam uma aula com bom desenvolvimento ou não (USTRA;
SANTOS; ARANTES, 2015).
Considerando que uma aula com bom desenvolvimento é aquela que conta com a
participação, permanência e aproveitamento do aluno, a desmotivação dos educandos é uma
condição que afeta diretamente as aulas de Educação Física. Ela vai além da não participação
nas aulas, influencia ainda na qualidade e desenvolvimento das mesmas (ARAUJO, 2015).
De acordo com Alves & Cardoso (2016) os estudantes diferem entre si no que diz
respeito à motivação, pois são vários os quesitos que contribuem para tal entre eles podemos
nos deparar com questões psicológicas, motoras e outras manifestações que estimulam os
estudantes a aprendizagem.
Ainda segundo os mesmos autores, entre as características que estimulam os estudantes
a pratica das aulas de Educação Física estão a autonomia dos mesmos, bem como a aptidão para
a prática do esporte, a interação afetiva e social no decorrer das aulas e questões estéticas que
começam a despontar com maior influência ao final do ensino fundamental (ALVES;
CARDOSO, 2016).
Ainda com relação aos alunos, as perspectivas que podem intervir em uma circunstância
de falta de interesse se multiplicam, podendo recorrer às experiências anteriores que não
obtiveram resultados positivos, ou ainda a influência da família e questões psicológicas e
físicas. Quanto ao que diz respeito ao professor as condições de trabalho é um fator degradante
a sua motivação, bem como quantidade de alunos muitas vezes excedente. Não menos
importante consta ainda a falta de materiais pedagógicos e esportivos e infraestrutura do
ambiente escolar (CARLINDO; OLIVEIRA, 2015).
Constantes estudos garantem que as maiores causas da desmotivação para a Educação
Física são direcionadas aos estudantes por serem os indivíduos que se beneficiam do feito.
Ambientes maçantes, adversidades entre alunos e professor, grade curricular, metodologia
utilizada pelo docente são infortúnios que devem ser contornados para que se tenha o mínimo
de evolução referente às aulas. No entanto apesar de nos apoiarmos na literatura nada é mais
certeiro que ouvir abertamente a opinião dos próprios alunos sobre o assunto (RAMOS;
GOETEN, 2015).
De acordo com Carlindo & Oliveira (2015) entende-se que os fatores motivacionais
estabelecem uma conexão entre alunos e educadores o que garante a efetiva ação de ensino
aprendizagem. De tal modo é significativo conhecer a fundo as necessidades, limites e
elementos de agrado do aluno durante o processo de construção de aprendizagem.
Em estudo realizado com 22 alunos, do terceiro ao quinto ano do fundamental II de duas
instituições da rede pública localizadas na região interiorana do Rio Grande do Sul, foi apontado
que a Educação Física realmente auxilia o rendimento escolar dos alunados, no entanto é grande
a parcela de alunos que se sentem desmotivados para a pratica da disciplina, tal fato é
preocupante, deve o professor examinar detalhadamente cada caso e identificar suas
características desmotivantes com o propósito de melhorar seu desempenho escolar (NUNES
et al., 2014).
Por conseguinte, é de extrema importância reconhecer os agentes que despertam os
indivíduos a participar das aulas, pois isto garante a eles uma intervenção pedagógica de
qualidade e eficaz, dado que a motivação é decisiva para o desenvolvimento das atividades
propostas (ALVES et al., 2016).
de todas as situações criadas em aula, o mesmo ostenta o papel de figura mais motivadora neste
meio, ao menos se espera que seja, dado o fato de que cabe ao professor incutir em seus alunos
tais anseios e pensamentos relacionados a aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Ele deve
perceber neste momento aqueles que se entregam à disciplina e aqueles que se dispersam,
muitas das vezes por se considerarem menos habilidosos que outros na parte prática da
disciplina ou questões de socialização e ainda aspectos físicos.
O professor muitas vezes é o personagem de mais contato com as crianças diariamente,
podendo observa-las e analisa-las nas mais distintas situações e relações, isso possibilita a ele
compreender melhor cada pensamento e atitude e assim traçar estratégias que motivem
coletivamente ou individualmente seus alunos, além de auxiliar a moldar o caráter do mesmo,
seu papel é fundamental para que as crianças se reconheçam seguras e motivadas enquanto
alunos (QUADROS et al., 2014).
Ainda de acordo com Quadros et al. (2014), o professor de Educação Física deve
planejar suas aulas para que elas aconteçam de forma dinâmica, prazerosa e produtiva,
oportunizando aos alunos se expressarem e darem sugestões, tomando decisões e assim estar
cada vez mais inseridos no contexto escolar, participativos e motivados.
Sabe-se que a Educação Física na escola está fortemente atrelada ao esporte, no entanto
é desagradável a título de aprendizagem que muitas das vezes esteja relacionada tão somente a
competição, fomentando o individualismo, dessa forma os alunos que possuem maior
habilidade motora e cognitiva são exaltados em comparação àqueles que não se relacionam tão
bem com o esporte. Nesse sentido o docente deve estar atento e priorizar o coletivo e não
objetivar a esportivização em suas aulas (QUADROS et al., 2014).
Diante do exposto Martins & Freire (2013) compartilham da ideia de que a tão falada
motivação dos alunos é de total responsabilidade dos professores e para que eles cumpram com
suas atribuições é necessário que toda a equipe pedagógica da escola se empenhe e crie
dinâmicas motivacionais de forma informal e com aspectos comuns ao dia a dia, as quais
deverão motivar os alunos a prática das atividades propostas, e não somente submeter ao
alunado poucas vivencias para que se preencha a carga horária estipulada.
Tenório (2014) realizou um estudo com 119 escolas públicas da cidade de Recife, sobre
motivação de professores e estudantes na disciplina de Educação Física, em seus relatos ficou
comprovado que o professor deve se manter motivado a fim de motivar seus alunos. Constatou-
3) CONSIDERAÇÕES FINAIS
A motivação é fator fundamental nas aulas de Educação Física, pois é aquilo que
impulsiona e garante a eficácia do rendimento das atividades realizadas.
Assim sendo, fica caracterizado que a motivação se dá de forma intrínseca e extrínseca,
quando os estímulos ocorrem propriamente do indivíduo e devido a fatores externos
respectivamente, no entanto conclui-se que quando o aluno aponta o desejo de realizar a
atividade no caso fazendo uso da motivação intrínseca este possui melhor aproveitamento de
aprendizagem.
Uma aula para ser considerada proveitosa (motivada) deve contar com a participação,
entendimento dos alunos e permanência dos mesmos, driblando aspectos que causam seu
afastamento das aulas. Os principais e mais frequentes deles como visto nos estudos são as
inter-relações entre os alunos e o professor, questões relacionadas à sua imagem corporal, aulas
caracterizadas pela prática exacerbada do esporte de rendimento gerando a não adesão de algum
esporte principalmente o futsal, que é o mais praticado na Educação Física Escolar e a falta de
novos métodos de ensino.
O aluno ao participar de uma aula com o desenvolvimento dinâmico e diversificado se
sentirá muito mais estimulado a participação frequente, tal fato contribuiu para a socialização
dos alunos e permite o combate ao sedentarismo. As aulas neste contexto se tornam mais
agradáveis e instigam as hipóteses de que a Educação Física e seus professores são os favoritos
dos educandos.
No que tange o professor, este apesar dos seus aspectos desmotivantes como número de
alunos, remuneração, falta de materiais e espaço adequado para a prática da disciplina, deve
procurar manter-se sempre estimulado, pois ele é o principal fator para que seus alunos se
sintam motivados, deve partir dele traçar estratégias que aumentem o nível de interesse dos
alunos pelas aulas. Os professores devem despertar em seus alunos características como a
saúde, bem-estar físico, estética, autonomia, interação afetiva e social, que são os aspectos que
os alunos mais buscam encontrar nas aulas.
Através dos resultados estudados foi possível ainda inferir que a falta de motivação nas
aulas de Educação Física afeta diretamente as mesmas, sendo de responsabilidade dos
envolvidos (alunos e professores) buscar estratégias que conduzam ao bom desenvolvimento
delas afim de uma educação de qualidade e efetiva, visto que um aluno desmotivado não
conseguirá atingir 100% de suas capacidades intelectuais e físicas perante a Educação Física.
Todavia, almejo que professores e alunos possam cada vez mais estar motivados a teoria
e prática da Educação Física e encontrem neste estudo subsídios para tal. Ressalta-se ainda que
existem intermináveis fontes a serem estudas e conclusões a serem tomadas, de modo que está
pesquisa não se finda neste estudo, possibilitando novos estudos acerca do tema discutido para
benefício do meio acadêmico e cientifico, principalmente do ensino fundamental, aqui
discutido.
REFERÊNCIAS
ALVES, F. R. et al. Fatores motivacionais para a prática das aulas de educação física no ensino
médio. Conexões, v. 14, n. 2, p. 53-72, 2016.
JANUÁRIO, N. et al. Motivação para a prática desportiva nos alunos do ensino básico e
secundário: Influência do género, idade e nível de escolaridade. Motricidade, v. 8, n. 4, p. 38-
51, 2012.
LEAL, E. et al. Teoria da autodeterminação: uma análise da motivação dos estudantes do curso
de ciências contábeis. Revista Contabilidade & Finanças, v. 24, n. 62, p. 162-173, 2013.
MONTEIRO, F. A educação física escolar e a LDB. Prefeitura de São Paulo, São Paulo – SP,
2014. Disponível em:
<http://www.gpef.fe.usp.br/semef%202014/Mesa%20Fabricio_Monteiro__A_EDUCA%C3%
87%C3%83O_F%C3%8DSICA_ESCOLAR_E_A_LDB.pdf> Acesso em 08 abr. 2017.
NUNES, L. D. C. et al. Perfil de estudantes dos anos iniciais com baixo rendimento escolar:
importância da educação física na escola. Revista Brasileira de Ciência & Movimento, v. 22,
n. 2, p. 36-46, 2014.
PALUDO, D. P. A motivação das aulas de educação física para estudantes do ensino médio.
2015. 42 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação Física) – Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.
PIZANI, J. et al. (Des)motivação na educação física escolar: uma análise a partir da teoria da
autodeterminação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 38, n. 3, p. 259-266, 2016.
RESUMO
A história da loucura no Brasil foi marcada por muitas lutas e desafios. Com o advento da
Reforma Psiquiátrica teve como sua maior conquista o Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS). O CAPS refere-se a um serviço aberto e comunitário de saúde do Sistema Único
de Saúde (SUS). Este modelo surge como necessidade de oferecer um tratamento digno e
humano, através de ações terapêuticas agindo em conjunto com um acompanhamento
multidisciplinar. A pesquisa se concretizou por meio de revisão bibliográfica, considerando
trabalhos acadêmicos publicados em meio digital, no período de 2014 a 2018, nas bases de
dados Scielo, Google Acadêmico e Lilacs. Conclui-se que apesar das transformações
ocorridas com a reforma psiquiátrica no Brasil, existem severas lacunas no exercício dos
direitos humanos pelas pessoas com transtornos mentais, portanto há muito o que dicutir no
meio social nas academias, e a partir deste, venhamos auxiliar nas formas de propor uma
política mais humanizada, e que as pessoas com transtornos mentais e seus familiares
conheçam seus direitos para poder exigi-los, tornando-se reais sujeitos de direitos e
cidadãos.
1
Psicóloga (FASI). E-mail: <flaviazizina.psi@gmail.com>
2
Psicóloga (FASI). E-mail: <vilmarp2012@hotmail.com.br>
3
Mestre em Política Social (UFF). Cientista Social (UNIMONTES). Professor das Faculdades Integradas do Norte de
Minas - FUNORTE. E-mail: <marcocsmontes@yahoo.com.br>
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
52
ABSTRACT
The history of madness in Brazil was marked by many struggles and challenges. With the
advent of the Psychiatric Reform had as its greatest achievement the Center for
Psychosocial Attention (CAPS). The CAPS refers to an open and community health service
of the Unified Health System (SUS). This model emerges as a need to offer a dignified and
humane treatment, through therapeutic actions acting together with a multidisciplinary
follow-up. The research was carried out through a bibliographical review, considering
academic papers published in digital media, from 2014 to 2018, in the Scielo, Google
Academic and Lilacs databases. It is concluded that despite the transformations that
occurred with the psychiatric reform in Brazil, there are severe gaps in the exercise of
human rights by people with mental disorders, so it is a long question of what to say in the
social environment in the academies, and from this, let us help in the ways of proposing a
more humanized policy, and that people with mental disorders and their families know their
rights to be able to demand them, becoming real subjects of rights and citizens.
1) INTRODUÇÃO
Na Idade Média, os loucos eram vistos como indivíduos, porém passaram a ser
vistos como pessoas pobres de espírito e doentes da alma (FOUCAULT, 2002). No final da
Idade Média se inicia uma nova visão de sujeito, a pessoa com transtorno mental começa,
pouco a pouco, a perder sua autonomia e seus direitos, e a sociedade passa a incorporar a
imagem que a igreja construiu, submetendo esse indivíduo a rituais religiosos de exorcismo.
Nesse contexto religioso o médico Johan Weyer já tentava desmitificar a crença de
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
53
possessão sobrenatural como causa dos problemas mentais, e arriscou demonstrar que o
comportamento que caracterizava o louco era oriundo de uma doença (WAIDMAN, 1998).
A história da saúde mental no Brasil, assim como a saúde em geral foi marcada por
muitas lutas e desafios. Com o advento da Reforma Psiquiátrica Brasileira evidenciada nos
anos 1970, pelo Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental com o lema “por uma
sociedade sem Manicômios”, surgem avanços e processos de intervenção depois de uma
era marcada por mitos, maus-tratos e muitas mortes (AMARANTE, 2008).
A Reforma Psiquiátrica no Brasil começou por meio dos anos 1970 teve como maior
conquista o surgimento do CAPS. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), refere-se a
um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa ocupação
se dá a um lugar que é marcado para tratamento de pacientes com sofrimento mental,
neuroses severas, psicoses e demais quadros. Portanto sua persistência justifica assim a sua
força no cuidado intenso a população promovendo qualidade de vida (FERREIRA, 2016
apud LABBATE, 2003, p. 73).
O primeiro CAPS surgiu no Brasil por volta do ano de 1986 na cidade de São Paulo,
onde se localizava o ambulatório de instancia técnica de Saúde Mental da Secretaria
Estadual de Saúde. No presente local evitava-se internações, e assim oferecendo
acolhimento aos agressores dos hospitais psiquiátricos e sendo ofertado um bom
atendimento para usuários com sofrimento mental, oferecendo um tratamento mais digno e
humanizado através de ações terapêuticas, agindo em conjunto com acompanhamento
multidisciplinar (FERREIRA, 2016 apud BRASIL, 2004, p. 77).
Com o efeito da Reforma psiquiátrica o CAPS surge como política humanizada que
valoriza todo o contexto de mudança, a reinserção social, como suporte a família no
tratamento. Nesse contexto, o indivíduo apresentava dificuldades na inserção no mercado
de trabalho devido ao sofrimento psíquico (COSTA et al., 2016).
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
Desde 1990, a saúde mental passa pelo processo de mudança, a partir deste ano
foram evocadas as ideias do movimento de reforma sanitária e Psiquiátrica como paradigma
na efetivação dos cuidados de saúde mental, em um processo de desenvolvimento de um
padrão que compreendesse e respeitasse estas pessoas como ser humano (SANTOS et al.,
2017).
Nesse sentido, humanizar se traduz, então, como a inclusão das diferenças nos
processos de gestão e de cuidado. Tais mudanças são construídas não por uma pessoa ou do
grupo isolado, mas de forma coletiva e compartilhada. Incluir para estimular a produção de
novos modos e novas formas de organizar o trabalho (BRASIL, 2013, p. 4).
2) METODOLOGIA
combinada:
o Reforma Psiquiátrica
o CAPS
o Serviços de Saúde Mental
o Psicologia
3) RESULTADOS E DISCUSSÃO
TRABALHOS ENCONTRADOS
DESCRITOR TOTAL
Google Acadêmico Lilacs Scielo
Reforma Psiquiátrica 15 10 20 45
CAPS 9 15 15 39
Psicologia 40 20 30 90
Total de trabalhos
229
encontrados
3. Produção do cuidado em saúde mental: desafios para além dos João Pessoa-
muros institucionais Lilacs
Paraíba
Artigo 01 - Verifica-se uma discussão acerca dos Direitos humanos de pessoas com
transtornos mentais: perspectiva de profissionais e clientes. Realizado com profissionais
de saúde e clientes de um Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II) de um município do
interior do Estado de São Paulo. Os clientes descreveram experiências de desrespeito e
maus tratos vivenciados no contexto das relações sociais de forma geral, e a violação dos
direitos humanos. A partir deste cenário foi evidenciado clientes e profissionais argumentam
que a discriminação e o preconceito prejudicam a concretização dos direitos das pessoas
com transtornos mentais. Além disso, os participantes apontaram o respeito mútuo como
fator fundamental para a prestação de um bom atendimento e para a efetivação dos direitos
humanos. Vale ressaltar também a importância dos profissionais que aprimore seus
conhecimentos sobre os direitos dos clientes para, transmiti-los, e que estes profissionais
sejam facilitadores do envolvimento dos clientes e famílias é relevante para a consolidação
dos direitos.
saúde mental consiga produzir cuidados para além do sofrimento psíquico, se ocupando
com a produção de vida das pessoas.
de atenção era deficiente em grande parte dos serviços. Embora houvesse adequação na
maioria dos aspectos, observaram-se deficiências; a definição de critérios e a atualização de
legislações são necessárias para melhoria dos serviços e atendimento da proposta de
trabalho em rede.
3) CONSIDERAÇÕES FINAIS
É desejável que novos e mais aprofundados estudos sejam realizados com esta
temática para que possamos melhorar e aperfeiçoar o atendimento especializado em saúde
mental no setor público.
REFERÊNCIAS
FOUCAULT, M. História da Loucura na Idade Clássica. 6 ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. A saúde mental nos dias de hoje. Disponível em:
<https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/7824> Acesso em: 31 out. 2018.
RAMMINGER, T.; BRITO, J. C. “Cada CAPS é um CAPS”: uma coanálise dos recursos, meios
e normas presentes nas atividades dos trabalhadores de saúde mental. Psicologia & Sociedade,
Rio de Janeiro, v. 23, p. 150-160, 2011.
RESUMO
1
Mestre em Política Social (UFF). Cientista Social (UNIMONTES). Professor das Faculdades Integradas do Norte
de Minas - FUNORTE. E-mail: <marcocsmontes@yahoo.com.br>
2
Psicóloga. E-mails: <fernandasousa888@gmail.com>
3
Psicólogo (FUNORTE). E-mail: <luccasalencarpsique@gmail.com>
4
Doutor em Ciências da Educação (UEP), Mestre em Psicologia (USF), graduado em Psicologia (UFMG),
graduado em Pedagogia (FETAC), Professor adjunto das Faculdades Integradas do Norte de Minas – FUNORTE,
E-mail: <finellipsi@gmail.com>
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
64
ABSTRACT
The relationship between the Social Media and Mental Health of a group of university students
of the Dentistry course of the city of Montes Claros (MG) was studied. This is a descriptive
cross-sectional study with qualitative and quantitative data analysis. In this study, 12 (12)
academic students of both sexes were interviewed for convenience, which met the criteria of
inclusion and exclusion of the research. As a data collection instrument, a questionnaire
structured by the researchers was used. It was evidenced that the cellular apparatus and the
Social Networks exert a strong influence in the interpersonal relations. Congruent speeches
were noted among respondents, alluding that the exacerbated use of cell phones and social
media promoted an affective distance; besides being listed as one of the main motivators for
the emergence of mistrust and conflicts in relationships. Regarding aspects of mental health, an
expressive part of the interviewees reveal anxious characteristics when they are deprived of the
use of the cell phone. It was noticed a close relationship between the use of social networks and
the illusory notions transmitted by them, negatively impacting users' self-esteem, generating a
feeling of sadness and melancholy. Concerning cognitive aspects, about 80% of the participants
reported a decrease in their ability to concentrate, in which they recognize that they cannot
concentrate while performing some type of activity, and also causing their activities to be
procrastinated. It is concluded that the exacerbated use of cell phones and social networks,
predisposes to the acquisition of anxious, and depressive disorders, as it adversely affects
interpersonal relations.
Keywords: Social networks; Interpersonal relationships; Cell phones; Internet; Social media.
1) INTRODUÇÃO
entre vários pontos, foi quando um protocolo de comunicação chamado BBC, passou a ser
utilizado por professores, alunos e pesquisadores na década de 1960 (MIRA; BODONI, 2015).
Diante do exposto é visto a versatilidade causadas pelos celulares, ainda mais com a
multiplicidade de redes sociais presentes na internet. Dificilmente encontra-se pessoas que não
tenham adesão a esses aplicativos, quando questionados a maioria dizem de uma “abstinência”
quando se veem interrompidos de fazerem o uso do aparelho (CANEZIN; ALMEIDA, 2015).
O termo Redes Sociais, faz referência direta com possibilidades de expressão e
sociabilização, onde há a interação de um ou mais atores. Os mesmos deixam através dessas
redes, a não ser mais somente passivos, ou seja, que só recebem informações, mais atores ativos,
que não apenas recebem, mais criam e difundem conteúdos (SILVA; ANTUNES, 2013).
A partir da necessidade de compreensão acerca dos impactos do uso dos celulares e das
redes sociais no campo da Saúde Mental, o Modelo Cognitivo comportamental demarca as
fortes influências desse uso desmedido. As influências nos pensamentos de um indivíduo, tem
como consequência o desenvolvimento de comportamentos desadaptativos (DAVIS, 2001;
KLINGLER et al., 2017).
Segundo Lucia (2014 apud Bueno & Lucena, 2016), a forma do uso excessivo de
smartphones, pode influenciar no processo saúde-doença de indivíduos tanto em âmbito
psicológico quanto social. É referenciado o termo Nomofobia, que faz alusão a um medo que o
indivíduo sente pelo simples fato de não estar na presença do aparelho celular, o que pode
desencadear uma série de transtornos.
Diz então, de uma dependência causada por esse eletrônico, porém todo esse fascínio
pode vim a proporcionar distúrbios. Os mesmos estão relacionados ao sono, estresse e
depressão, visto que jovens tem mais predisposição a desenvolver essas alterações (BUENO;
LUCENA, 2016).
Verifica-se através dos estudos de Silveira (2004), e Nicolaci-da-Costa (2005; 2006),
que a internet traz consigo impactos e influências na forma de subjetivação, para usuários das
salas de chats, telefonias móveis, onde é presentificada a sensação de proximidade, de fazer
parte da mesma turma eletrônica, no qual não há lugares nem tempo determinado para nada.
Tudo passa fluido e liso, como características da pós-modernidade (CASTANHO; ZORZIM,
2017).
Nesse sentido o objetivo do presente estudo foi averiguar a relação entre as Mídias
Sociais e a Saúde Mental de um grupo de estudantes universitários da cidade de Montes Claros
(MG).
2) METODOLOGIA
2.2 Instrumentos
3) RESULTADOS
12
10
8 58%
6
4
17% 17%
2 8%
0%
0
A- Não percebo B- Triste C- Ansioso (a) D- Impaciente E- Nervoso (a)
alterações
Figura 1 - Com o celular se tem acesso rápido e fácil às pessoas e às informações, quando
você se vê privado destas coisas, como você se sente?
12
10
8
6 42%
4 25%
17% 17%
2
0%
0
A- Sim, quando B- Não ,consigo C-Na maior D- Parcialmente, E- NDA
estou conectado separar muito parte do tempo apenas em
(a) consigo bem da sim alguns
esquecer dos realidade momentos
meus problemas
Figura 2 - Você vê o celular e as redes sociais como uma forma de fuga da realidade?
Fonte: dados da pesquisa.
Na Figura 3 pode-se notar uma maioria expressiva de 83% dos entrevistados que
reconhece não conseguir realizar uma atividade adequadamente enquanto faz o uso do celular,
como também dificultando a realização de atividades futuras. É notória a estreita relação entre
o uso exacerbado do celular a dificuldade de concentração, o que pode evoluir até mesmo para
um TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), devido a alta produção de
estímulos, a muitas telas e as multitarefas envolvidas no espaço virtual.
12
10
8 58%
6
4 25%
17%
2
0% 0%
0
A- Sim, percebo B- Não, consigo C- Sim, não D- Não, consigo E- NDA
uma dificuldade me concentrar consigo realizar realizar duas
em me normalmente uma atividade coisas ou mais
concentrar em adequadamente ao mesmo
outras enquanto mexo tempo sem
atividades no celular prejudicar
Figura 3 - Você considera que o uso do celular prejudica sua capacidade de concentração?
Fonte: dados da pesquisa.
Evidenciou-se na Figura 4 que, 75% dos entrevistados atribuem a não durabilidade das
relações em decorrência da facilidade de comunicação das redes sociais. O que nos leva a crer
na existência de fatores sediados nas mídias sociais que provocam a quebra de valores morais
e que são prezados nas relações e vínculos afetivos, desta forma provocando a instabilidade e
até mesmo o rompimento dos mesmos.
12
10
6
42%
33%
4
25%
0% 0%
0
A- Sim B- Não C- Parcialmente D- Não vejo E- NDA
Figura 4 - Você considera que a facilidade de se comunicar e o acesso fácil às novas pessoas
contribuem para a não durabilidade das relações de modo geral?
Fonte: dados da pesquisa.
4) DISCUSSÃO
Alves, Bezerra & Sampaio (2015) constataram que, com o surgimento da ansiedade
nossa sociedade atual tem passado por diversas mudanças. Por ter um fluxo muito avançado de
informações os indivíduos têm desenvolvido mais doenças físicas e psicológicas, sendo que as
mesmas variam de acordo com o espaço onde estão inseridos. Sabendo de fato, selecionar o
que se faz pertinente, preserva não só a sua saúde física mais também a saúde mental.
Quinet (2014) alude à noção de que vivemos em uma sociedade que é presentificada
pelo consumo e abundância, criada pela multiplicação de objetos, no qual as pessoas não
buscam estabelecer o laço social, mais se cercam de objetos "celulares, carros, computadores".
As relações são norteadas pela aquisição, manipulação de bens materiais e mensagens, desse
modo, deixando o laço social em segunda instância.
A partir dos estudos dessa pesquisa é possível afirmar que os aparelhos celulares e as
mídias sociais têm assumido fortes influências nas relações interpessoais fazendo emergir crises
e conflitos nestes. Também é evidenciada uma tendência ao uso do celular como uma forma de
fuga da realidade, pelo fato deste proporcionar uma obtenção de prazer imediato em decorrência
de noções.
5) CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MIRA, J. E.; BODONI, P. S. B. Os impactos das redes sociais virtuais nas relações de jovens
e adultos no ambiente acadêmico nacional. Revista de Educação, v. 14, n. 17, p. 103-115,
2011.
RESUMO
O presente artigo aponta os aspectos subjetivos dos moradores de rua da cidade de Montes
Claros que são passíveis de intervenção por parte da saúde mental. Trata-se de um estudo
qualitativo com analise do discurso e corte transversal; sendo de caráter exploratório e
descritivo. Neste estudo foram entrevistados por conveniência, três moradores de rua que
atendesse aos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa. Considerou-se como critério de
inclusão os sujeitos cadastrados no Centro POP (Centro de Referência Especializado à
População em Situação de Rua) bem como a participação livre e espontânea desses sujeitos;
podendo ser de ambos os sexos, alfabetizados ou não. Foram excluídos os sujeitos que se
encontraram alcoolizados, drogados e desestabilizados emocionalmente no momento da
pesquisa. Como instrumentos para coleta de dados foram utilizados o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido para a participação em pesquisa, Termo de
Concordância da Instituição, roteiro de entrevista que abrange os objetivos do tema em
questão. Os dados coletados foram tabulados e analisados por meio da técnica de Análise
do Discurso. Entre os resultados obtidos, a permanência ou volta às ruas, foram
mencionados pelos sujeitos pesquisados como falta de oportunidade na vida. Espera-se que
o estudo apresentado possa contribuir para melhoria dos serviços voltados aos moradores
de rua.
1
Mestre em Política Social (UFF). Cientista Social (UNIMONTES). Professor das Faculdades Integradas do Norte
de Minas - FUNORTE. E-mail: <marcocsmontes@yahoo.com.br>
2
Psicóloga (FUNORTE). E-mail: <aureaqveloso@hotmail.com>
3
Psicólogo (FUNORTE). E-mail: <rivasqueiroz@gmail.com>
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
9
ABSTRACT
This article points out the subjective aspects of the residents of the city of Montes Claros
that are susceptible of intervention by mental health. It is a qualitative study with discourse
analysis and cross-section; being exploratory and descriptive. In this study, three homeless
people were interviewed for convenience, who met the criteria of inclusion and exclusion
of the research. Inclusion criterion was considered the subjects registered in the POP Center
(Center of Specialized Reference to the Population in Street Situation) as well as the free
and spontaneous participation of these subjects; and can be of both sexes, literate or not.
Subjects who were alcoholically, drugged and emotionally destabilized at the time of the
research were excluded. As instruments for data collection, the Free and Informed Consent
Term was used for participation in research, Institution Agreement Term, interview script
that covers the objectives of the subject in question. The data collected were tabulated and
analyzed using the Speech Analysis technique. Among the results obtained, the permanence
or return to the streets were mentioned by the subjects surveyed as lack of opportunity in
life. It is hoped that the study presented could contribute to the improvement of services for
the homeless.
1) INTRODUÇÃO
O presente artigo visa compreender os aspectos subjetivos de pessoas que vivem nas
ruas e encontram nesta a única forma de levar a vida em meio à discriminação e
desumanização. Considera-se necessário buscar entender o fato de pessoas escolherem a
rua como sua acolhida, bem como a repercussão que o morar na rua causa no psiquismo e
no emocional destes sujeitos vulneráveis a violência física e psicológica. Compreender esse
fenômeno ainda presente na atualidade pode contribuir para melhoria de políticas conjuntas
que atendam as reais demandas desse público de cidadãos excluídos.
Segundo Serafino & Luz (2015) o morar na rua é preconceituosamente considerado
como fragilidade e escolha individual. Nesse sentido falta uma visão mais ampla do
contexto de vida dos moradores de rua. A trajetória de ida para a rua deve ser considerada
como motivos particulares e não ser generalizada como fragilidade (VARANDA;
ADORNO, 2004). De acordo com Botti et al. (2010) o morar na rua ocorre por múltiplos
fatores, não podendo ser reduzida à causas específicas.
Segundo Alcantara, Abreu & Farias (2015) sendo a rua como a morada das pessoas
que romperam com seus laços anteriores e que agora dependem de instituições sociais para
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
10
muitas barreiras políticas e econômicas que dificulta esse processo. Borysow & Furtado
(2013) também afirma que existe dificuldade de acesso para os moradores de rua aos
serviços da Saúde Mental. Nesse sentindo, emerge-se uma ressignificação dos serviços
públicos intersetoriais em prol dos moradores de rua.
Os funcionários da assistência social reconhecem a necessidade do trabalho
conjunto com a saúde mental e entre outros programas da Secretaria de Saúde, considerando
os casos de transtorno mental grave entre os moradores de rua passivo desta intervenção
conjunta (VARANDA; ADORNO, 2004). Sendo a Assistência Social responsável pelos
serviços prestados à população de rua, reconhece a necessidade de serviços mais eficazes a
esse segmento.
Senra & Guzzo (2012) alerta que a política do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) garante a inserção do psicólogo na Assistência Social, mas que a contratação desse
profissional ainda apresenta burocracias e precariedades. Isso remete uma visão crítica na
busca de se fazer valer os direitos do exercício profissional do psicólogo nos Centros de
Referência de Assistência Social (CRAS) e nos Centros de Referência Especializado de
Assistência Social (CREAS) de forma ampla e mais interdisciplinar.
As questões precárias envolvendo os moradores de rua, apresentam demandas
amplas de cunho multidisciplinar e interdisciplinar, merecendo uma revisão nas estratégias
das políticas públicas brasileiras. Não se trata apenas de prestar assistencialismo a essas
pessoas, mas sim de recuperá-las e incluí-las na sociedade. Para tanto, trabalhar a resiliência
dos moradores de rua, seria uma estratégia psicológica eficaz. Pois de acordo com Benzoni
& Varga (2011) a resiliência permite ao sujeito simbolização e elaboração do trauma,
conscientizando-o das potencialidades inerentes ao seu desenvolvimento.
Outro fator que merece atenção ao se pensar em intervenções aos moradores de rua,
é considerar a repercussão causada na identidade dos mesmos devido aos estigmas sofridos.
Segundo Mattos & Ferreira (2004) a identidade de pessoas em situação de rua é construída
e materializada pejorativamente nas representações sociais. Nesse sentido em estudos feitos
por Felicissimo et al. (2013) foram encontradas relações significativas entre estigma
internalizado e consequente baixa autoestima, necessitando trabalhar a autoestima em prol
da redução de estigmas internalizados.
Braden (2004 apud Felicissimo et al., 2013) afirma que a autoestima se refere ao
que o individuo pensa e sente em relação a si próprio e é responsável pela reação positiva e
ativa de reagir as oportunidades da vida. Evidencia-se nesse sentido, que o sujeito
acometido com baixa autoestima tende a considerar-se incapaz diante de situações novas
ou desafiadoras, permanecendo assim encrustado e não desenvolvendo suas potencialidades
inerentes. Para tanto, Guede, Leitner & Machado (2008) descrevem de acordo com a
psicoterapia Centrada na Pessoa, que o homem tem a capacidade de si desenvolver e de si
construir num processo de mudança para atingir suas metas. E alerta que esse processo de
desenvolvimento pode ser facilitado com ajuda psicoterápica.
2) METODOLOGIA
3) RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste estudo foram entrevistados por conveniência, três moradores de rua de ambos
os sexos, sendo percebido uma predominância maior de pessoas do sexo masculino
morando na rua. A pesquisa focou-se na análise do discurso dos sujeitos, a fim de obter
resultados dos aspectos subjetivos que o morar na rua, repercute na vida dessas pessoas. Foi
possível perceber nas falas, nas comunicações corporais e nos suspiros (pausas para buscar
respostas para o sentimento de morar na rua), uma subjetividade vazia, triste, sentimento de
inutilidade e baixo autoestima.
De acordo com Graeff (2012) o desrespeito social sofrido pelo corpo precário,
exposto as condições do morar na rua, repercute no rebaixamento da estima social, quanto
da própria autoestima do sujeito. Esses fatores foram percebidos ao se convidar o (E01)
para participar da pesquisa; que logo respondeu: “Se eu souber responder, porque do jeito
que sou burro...”.
O mesmo durante a pesquisa afirmou: “Procuro andar sempre limpo, para não
parecer que sou morador de rua. ”. Ao agradecer o (E02) pelo tempo disponível à pesquisa,
este disse: “Ah, eu não tem nada pra fazer não, morador de rua tem o que pra fazer? ”
Logo, foi possível perceber nas falas dos entrevistados uma visão pejorativa de si
mesmo e negativa em relação às expectativas da sociedade.
Ao ser perguntado sobre o sentimento de morar na rua, 100% dos entrevistados
referiram-se ao sentimento de tristeza:
“Eu me sinto péssimo, felicidade só ao lado da família.” (E01).
“Morar na rua não presta não, o povo olha pra gente com olho torto,
eu acho que é triste. ” (E02).
“Tristeza, por ter perdido tantas oportunidades profissionais. ” (E03).
Outro aspecto que se considerou relevante nesta pesquisa, foi buscar entender os
motivos que levaram essas pessoas à morarem na rua. Todos os participantes (E01, E02,
E03) citaram o desentendimento familiar ou falta de apoio familiar como principal
antecedente à rua. Apenas o E01 citou o desemprego como outro fator contribuinte à sua
ida para a rua. Já o E03 citou as drogas como o outro fator que contribuiu para sua saída de
casa.
Foi possível perceber nos participantes de forma geral, a importância do sentimento
de família; tanto no sentindo de querer voltar para a família, quanto também no sentimento
de revolta contra a família. O sentimento de revolta foi percebido nas falas do E02 que
descreveu a saída do seu seio familiar como definitiva:
“Eu fui embora de casa com catorze anos, eles eram ruim pra mim,
pensa numa véia ruim, ruim; era minha mãe. Meu irmão me batia, eu
fui embora porquê ele me bateu e aí eu bati nele também com um pau ...
e sabia que depois minha mãe ia me pegar... Depois fiquei sabendo que
a véia morreu, nem lá eu fui...eu?” (O E02, tem dezoito anos que mora
na rua).
Todos (E01, E02, E03) mencionaram saudades apenas de filhos ainda crianças, que
deixaram para trás. De acordo com Caravaca-Morera & Padilha (2015) a família como
agente de socialização primordial na vida do indivíduo, assume também o papel de fornecer
suporte emocional aos seus membros. Nesse sentindo, para os sujeitos pesquisados, esse
suporte parece ter faltado nas suas famílias de origem, pois mencionaram não poder contar
com seus parentes. Foi percebido uma dificuldade desses sujeitos em aproximar-se
novamente das suas famílias de origem, mas em contrapartida mencionaram o desejo de ver
os filhos crianças que tiveram antes de ir para a rua ou depois de estar morando na rua.
Quando perguntado se alguém na família possui problemas mentais, apenas o E03,
disse:
“Eu tenho problemas mentais, tomo Amytril e Carbamazeprina. E
minha filha de sete anos tem transtornos psicóticos. Na minha família
não tem ninguém doido não, é só eu mesmo que sou doido, por ter
saído por aí à fora.” (E03).
Embora o E02 se diz “doido” ao sair de casa com catorze anos de idade, demonstrou
medo de morar na rua e falta de confiança nas pessoas:
“Eu não gosto de ficar no meio de gente, durmo num lugar isolado,
tenho medo de colocar fogo em mim... Além disso, tudo que acontece
põe a culpa na gente... Chama a gente de ladrão. ” (E02).
4) CONSIDERAÇÕES FINAIS
ajudados pela Assistência Social, alguns moradores de rua não conseguem permanecer fora
das ruas, regridem diante de situações que lhes parecem desafiadoras.
O assistencialismo aos moradores de rua parece não contribuir para a mudança do
seu contexto de vida e sim contribuir com uma ajuda necessária, mas momentânea. Percebe-
se a necessidade de se trabalhar os aspectos psicológicos desses sujeitos, no sentido de
resgatar a autoestima e capacidade de superação.
De acordo com Sequeira (2009) a resiliência apresenta-se como processo de
reconstrução a partir das rupturas traumáticas sofridas. Durante a pesquisa ficou evidente
pouca capacidade nos moradores de rua de conseguirem de refazer novamente. Visto que
antes de morarem na rua eram pessoas com trabalho, lar e família. Percebe-se nesse sentido
que trabalhar a resiliência dessas pessoas possibilitaria o resgate de suas capacidades
psíquicas de reconstruírem socialmente.
Espera-se que o estudo apresentado possa contribuir para melhoria dos serviços
voltados aos moradores de rua. Principalmente melhoria dos serviços voltados às questões
psíquicas desses sujeitos, espera-se uma intersetorialização entre a Assistência Social e
Saúde mental. Ao considerar as limitações da pesquisa, deixam-se em pauta, estudos futuros
mais aprofundados.
REFERÊNCIAS
BOTTI, N. C. L.; CASTRO, C. G.; SILVA, M. F.; SILVA, A. K.; OLIVEIRA, L. C.;
CASTRO, A. C. H. O.; FONSECA, L. L. K. Prevalência de depressão entre homens adultos
em situação de rua em Belo Horizonte. J. bras. psiquiatr., v. 59, n. 1, 2010.
moradores de rua usuários de crack. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 39, n. 106, p. 748-759,
jul./set. 2015.
FERREIRA, D.; SANTOS, A. J.; RIBEIRO, O.; FREITAS, M.; CORREIA, J. V.; RUBIN, K.
Isolamento social e sentimento de solidão em jovens adolescentes. Análise Psicológica,
Lisboa, v. 31, n. 2, jun. 2013.
MATTOS, R. M.; FERREIRA, R. F. Quem vocês pensam que (elas) são? - Representações
sobre as pessoas em situação de rua. Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v.16, n. 2,
mai/ago. 2004.
SERAFINO, I.; LUZ, L. C. X. Políticas para a população adulta em situação de rua: questões
para debate. Rev. Katálysis, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 74-85, jan/jun. 2015.
RESUMO
O presente trabalho objetiva identificar se existem transtornos alimentares em estudantes
viajantes. Os transtornos alimentares são frequentes em universitários uma vez que esses
podem ser desenvolvidos por mudanças de estilo de vida, sejam elas por pressões
psicológicas ou pela indisponibilidade de tempo para alimentar-se adequadamente. Na
população adolescente além das pressões socioculturais, estudos têm demonstrado que as
características pessoais dos indivíduos como autoestima, perfeccionismo, humor e sintomas
depressivos, também podem estar associadas a comportamentos de risco que levam ao
transtorno alimentar. O estudo apresenta caráter descritivo, de corte transversal, com análise
quali-quantitativa. A pesquisa foi realizada nos campuses JK, Amazonas, São Norberto e
Fasi das Faculdades Integradas do Norte de Minas- Funorte de Montes Claros, o método de
construção foi através da metodologia snowball conhecida também como “bola de neve”.
O padrão alimentar desregular nos universitários viajantes está relacionado na maioria das
vezes pelos longos períodos que passam fora de suas casas, dessa maneira, sua rotina de
alimentação acaba sendo comprometida. Consequentemente os efeitos dessa forma
desequilibrada de se alimentar acaba refletindo no corpo e mais do que isso pode acarretar
complicações psicológicas, uma vez em que seu corpo está totalmente ligado a autoestima
e seu bem-estar.
1
Psicóloga (FUNORTE). E-mail: <lorena.karen@yahoo.com.br>
2
Psicóloga (FUNORTE). E-mail: <sandramotta24@gmail.com>
3
Mestre em Política Social (UFF). Cientista Social (UNIMONTES). Professor das Faculdades Integradas do Norte
de Minas - FUNORTE. E-mail: <marcocsmontes@yahoo.com.br>
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
20
ABSTRACT
The present study aims to identify if there are eating disorders in traveling students. Eating
disorders are frequent in college students, since they can be developed by lifestyle changes,
as well as psychological depressions and also by the unavailability of time to eat properly.
In the adolescent population, in addition to sociocultural pressures, it has been shown that
the personal characteristics of individuals such as self-esteem, perfectionism, mood and
depressive symptoms may also be associated with risky behaviors that lead to eating
disorders. The study presents descriptive, cross-sectional character with qualitative-
quantitative analysis. The research was carried out at JK Campus, Amazonas, São Norberto
and Fasi from the Faculdades Integradas of Norte of Minas- Funorte from Montes Claros,
the method of construction was through methodologies known as "snow ball". The
deregulating food pattern in traveling college students is most often related to the long
periods they spend outside their homes, so their eating routine ends up being compromised.
Consequently the effects of this unbalanced way of feeding reflected in the body and more
can lead to psychological complications, once your body is totally linked to self-esteem and
well-being.
1) INTRODUÇÃO
Segundo Nunes & Vasconcelos (2010), os TAs formam um conjunto de doenças que
afetam, principalmente, adolescentes e adultos jovens do sexo feminino, causando diversos
prejuízos biológicos, psicológicos e sociais, ocasionando o aumento das taxas de morbidade
Para Oliveira & Hutz, (2010) uma das hipóteses mais aceitas para a maior incidência
de anorexia nervosa e bulimia nervosa no sexo feminino é que os homens não sofrem tanta
pressão social para a magreza e aparência física e costumam aceitar com mais facilidade a
sua imagem corporal. A satisfação para eles é conquistada através de alternativas, como
amizades e esportes, e a beleza não ocupa um papel tão central, entretanto, para muitas
mulheres, o bem-estar subjetivo, a autoestima e a felicidade aparentam estar diretamente
relacionados ao corpo ideal.
2) METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada nos campi de uma instituição de ensino superior do Norte
de Minas, onde há uma área de concentração dos ônibus escolares que trazem os estudantes
para a instituição, foram abordados estudantes de cursos variados que residentes em cidades
vizinhas de Montes Claros e que viajam todos os dias de ônibus, o método de construção
foi através da metodologia snowball conhecida também como “bola de neve”, que consiste
em uma técnica de amostragem que se caracteriza por não ser de ordem probabilística,
utilizada para populações desconhecidas, trata-se de um processo no qual os participantes
iniciais indicam novos participantes, os quais indicam novos participantes, e assim
sucessivamente.
3) RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1 – Gráfico 1
A alimentação tem mudado o seu significado para o ser humano ao longo dos anos,
bem como tem orientado e demarcado cada etapa do processo civilizatório. O avanço da
industrialização trouxe também mudanças de hábitos alimentares com consumo de
alimentos enlatados, congelados, pré-cozidos ou prontos: como no caso desse grupo
submetidos a pesquisa no qual 95% das falas dos estudantes em o que eles ingerem com
mais frequência é o salgado, salgadinho, bebidas prontas (VITAL et al., 2017).
positivas para a saúde. Considerando que grande parte dos acadêmicos desse grupo tem
uma vida exaustiva, e que consequentemente não tem controle da sua alimentação, fica
evidente que o estilo de vida dos mesmos não é o adequado e isso traz riscos à qualidade de
vida desses estudantes.
O gráfico 2 a seguir comprova o que foi dito anteriormente pelos autores, quando
perguntados se tinham um equilíbrio sobre a sua alimentação mais da metade dos estudantes
desse grupo diz não ter uma alimentação equilibrada.
Figura 2 – Gráfico 2
O resultado confirma que mesmo que as pessoas tenham ima preocupação com a
imagem corporal, nem todas se alimentam de maneira adequada, tal fato na maioria dos
submetidos à pesquisa e decorrente de uma vida corrida, onde a rotina acadêmica e o
trabalho quase se chocam, exigindo deles muita agilidade no que se refere ao fator tempo,
fazendo com que a forma de se alimentarem fique seriamente prejudicada, restando pouco
tempo o que lhes restam e procurar outras formas para se alimentarem, enquadrando em um
perfil de maus hábitos alimentares.
que essa alimentação irregular pode causar em suas vidas, tanto nas esferas emocionais,
físicas e psicológicas.
Figura 3 – Gráfico 3
Segundo Moraes et al. (2016) nos últimos tempos os padrões de beleza corporal vêm
sofrendo mudanças com grande influência da sociedade moderna que também está em uma
constante evolução, dessa maneira para que se possa ter sucesso e reconhecimento social
em diversas ocasiões, uma das principais referências e o corpo humano, que está sendo
extremamente valorizado e explorado pela mídia.
onde em uma publicação no ano de 2008 em um jornal Brasileiro de Psiquiatria, diz que os
distúrbios alimentares ocorrem mais frequentemente no sexo feminino. Os homens também
são acometidos, mas em proporções menores. Confira a seguir no gráfico 4 o sexo e a
quantidade de estudantes entrevistados.
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1 2
1)Feminino 2)Masculino
Figura 4 – Gráfico 4
Em geral, os homens estão mais satisfeitos com seu corpo e os percebem com menos
distorção. A maioria considera o corpo mais musculoso como representação da imagem
corporal masculina ideal. Ao contrário das mulheres, que estão mais preocupadas com o
peso, os homens relatam maior preocupação com a forma física e a massa corporal, e
buscam, especificamente, aumento da massa muscular, por isso fazem mais exercícios
físicos (RODRIGUES, 2008).
Figura 5 – Gráfico 5
4) CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa afirmação se dá após uma ampla análise aos dados obtidos pela pesquisa, onde
os mesmos nos revelaram que o comportamento alimentar desses estudantes viajantes em
sua maioria é totalmente desajustado e fogem de um comportamento alimentar saudável,
podendo contribuir para o possível desenvolvimento de transtornos alimentares, que e muito
frequente uma vez que esses são envolvidos por mudanças no estilo de vida.
Mudanças essas que estão relacionadas à grande carga exaustiva que a amostra nos
revelou, onde os sujeitos em sua maioria trabalham durante o dia e acaba faltando-lhes
tempo para uma alimentação adequada, dessa forma percebemos o quão a saúde dessas
pessoas encontra-se ameaçada, podendo causar a esses prejuízos fisiológicos e emocionais.
Então essa vida corrida faz com que essas pessoas optam por uma praticidade que
acabam associando a rotina acadêmica, porem por trás de tamanha praticidade pode estar
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
33
presente uma grande ameaça ao equilíbrio físico e emocional dos indivíduos, uma vez que
na nossa cultura idealiza-se muito um corpo belo e a não confirmação de tal idealização
poderá causar frustrações para quem não está encaixado nesse padrão.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, M.; SILVA, A. G.; SILVA, J. J.; SILVA, M. C. Avaliação de transtornos alimentares
em praticantes de ballet. Revista Saúde, v. 10, n. 1, mar. 2016.
BALDIN, N.; MUNHOZ, E. M. B. Snowball (Bola de Neve): Uma técnica metodológica para
pesquisar em educação ambiental comunitária. Anais do X Congresso Nacional de Educação-
EDUCERE, Curitiba, nov. 2011.
LUDEWIG, A. M.; RECH, R. R.; HALPERN, R.; ZANOL, F.; FRATA, B. Prevalência de
sintomas para transtornos alimentares em escolares de 11 a 15 anos da rede municipal de ensino
da cidade de Nova Petrópolis, RS. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, v. 61, n.1, p. 35-39,
jan/mar. 2017.
MORAES, J. M. M.; OLIVEIRA, A. C.; NUNES, P. P.; LIMA, M. T. M. A.; ABREU, J. A. O.;
ARRUDA, S. P. M. Fatores associados à insatisfação corporal e comportamentos de risco para
transtornos alimentares entre estudantes de nutrição. Revista Pesq. Saúde, v. 17, n. 2, p. 106-
111, mai/ago. 2016.
RESUMO
O objetivo desse estudo é analisar o nível de estresse dos trabalhadores informais que
trabalham nas imediações de uma praça de uma cidade em Minas Gerais. Os procedimentos
metodológicos basearam-se em uma revisão da literatura e pesquisa de campo. Essa
pesquisa se caracterizou como descritiva, qualitativa e de corte transversal. Os dados
utilizados foram obtidos pelo “Questionário Sócio Demográfico” (QSD); o questionário “Job
Stress Scale”, versão reduzida e adaptada para o português e o teste psicológico “Inventário de
Sintomas de Stress de Lipp” (ISSL). Nos quais, buscou-se verificar a relação entre os níveis de
desgastes e a demanda psicológica envolvida, a caracterização sócio-demográfica e o possível
nível de estresse do indivíduo.
Palavras chave: Trabalho; Stress; Saúde; Riscos Ocupacionais.
1
Psicóloga. Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI. E-mail: kellyfroesmoc@bol.com.br
2
Psicóloga. Faculdade de Saúde Ibituruna-FASI. E-mail: carmen.santos07@hotmail.com
3
Graduada em Letras/Inglês. Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Especialização em
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, com Ênfase em Interpretação- UNIMONTES. E-mail:
lulopes7758@gmail.com
4
Psicóloga. Faculdade de Saúde Ibituruna-FASI. Especialista em Saúde da Família pela Faculdades Unidas do
Norte- FUNORTE. MBA em Gestão de Recursos Humanos. Especialista em Metodologia e Didática do Ensino
Superior - UNIMONTES. Especialista em Psicologia Hospitalar e em Psico oncologia. Mestranda em Cuidados
Primários em Saúde – UNIMONTES. E-mail: nandac.rocha@hotmail.com
5
Enfermeira. Especialista em Enfermagem Cardiológica. Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI. Docente do
curso de graduação em Enfermagem. Departamento de Enfermagem. E-mail: brunameirarios@gmail.com
6
Psicólogo e Pedagogo. Especialização em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Especialização em Metodologia Quantitativa em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Especialização em Desenvolvimento Humano pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em
Psicologia do Trânsito pelo CFP. Especialização em Educação a Distância pela Universidade Estadual de Montes
Claros. Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Estadual de Montes
Claros. Mestre em Psicologia com Ênfase em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco. Doutor
em Ciências da Educação pela Universidad Evangélica do Paraguay- Convalidado no Brasil pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. E-mail: finellipsi@gmail.com
7
Enfermeiro. Mestre em Tecnologia da Informação Aplicada à Biologia Computacional pelas Faculdades PROMOVE-
BH. Faculdade de Saúde Ibituruna-FASI. Av. Profa. Aida Mainartina Paraiso, 99 – Ibituruna. Docente do Curso
de Graduação em Enfermagem. Departamento de Enfermagem. Montes Claros - MG, 39408-007. E-mail:
alvaroparrela@yahoo.com.br
ABSTRACT
Informal work exposes the individual to different everyday situations that cause stress at
different levels. In the increasingly competitive labor market the worker is subject to the
emotional influences that can cause stress. The objective of this study is to analyze the level of
stress of informal workers working in the vicinity of a city square in Minas Gerais. The
methodological procedures were based on a literature review and field research. This research
was characterized as descriptive, qualitative and cross - sectional. The data used were obtained
by the "Socio Demographic Questionnaire" (DSQ); the "Job Stress Scale" questionnaire,
reduced version and adapted to Portuguese and the psychological test "Stress Symptom of Lipp"
(ISSL). In order to verify the relationship between the levels of wear and the psychological
demand involved, the socio-demographic characterization and the possible level of stress of the
individual.
1) INTRODUÇÃO
No Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa, Polito (2004) define a palavra
trabalho como o tipo de ação pelo qual o homem efetua, sobre uma matéria, com o intuito
de transformá-la.
Para Morin (2001) o trabalho é uma atividade que consome energia para produzi-lo
assim como, está ligado a um objetivo específico. Esse trabalho pode ter características
agradáveis ou não, estar associado às questões econômicas ou somar valores pessoais ou
coletivos. Segundo Borges-Andrade, Bastos & Zanelli (2004) o trabalho permite a
realização do ser humano e favorece a sobrevivência fazendo com que o indivíduo relacione
sua vida a um projeto. Nas relações de dependência e poder que o homem exerce sobre a
natureza ocorre à aplicação de conhecimento e habilidades envolvendo condições
econômicas, tecnológicas, sociais, culturais e políticas.
O mercado de trabalho para Giatti & Barreto (2006) comporta basicamente quatro
categorias independentes de acordo a condição de atividade economicamente ativa ou não,
sendo: o trabalho formal – o indivíduo tem a carteira assinada, contribui para a previdência
social segundo a legislação vigente; trabalho informal – o indivíduo não tem a carteira
assinada e raramente faz a contribuição previdenciária; desempregado – o trabalhador não
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
38
2) METODOLOGIA
3) RESULTADOS
Tabela 1 - Distribuição de frequências (N) e percentuais (%) dos dados sócio demográficos.
Variável Dados N %
Menor de 1 SM* 18 36,0
Renda
De 1 a 3 SM* 30 60,0
De 4 a 6 SM* 2 4,0
1 3 6,0
2 4 8,0
3 14 28,0
4 13 26,0
Pessoas que vivem no mesmo 5 10 20,0
lar que o respondente
6 3 6,0
7 1 2,0
8 0 0,0
9 1 2,0
10 1 2,0
Nota se que os entrevistados com menor grau educacional apresentaram menor nível
de estresse. Dentre os entrevistados que não apresentaram estresse, o resultado foi igual
para ambos os sexos, sendo que dos participantes da pesquisa do sexo masculino com
sintomas de estresse, 2% possuem ensino fundamental incompleto, 8% ensino fundamental
completo, 0,0% ensino médio incompleto, 12% com ensino médio completo e nenhum
(0,0%) com ensino superior completo, já sem estresse corresponde a 6% com ensino
fundamental incompleto, 6% com ensino fundamental completo, 4% com ensino médio
incompleto, 4% com ensino médio completo e nenhum com ensino superior incompleto; já
dentre as participantes do sexo feminino com níveis de estresse 4% possuem ensino
fundamental incompleto, 4% com ensino fundamental completo, também 4% com ensino
médio incompleto, 22% com ensino médio completo e novamente 4% com ensino superior
incompleto, já as sem sinais de estresse corresponde a 8%; 0,0%; 0,0%; 12% e 0,0%
respectivamente, conforme escolaridade citada a priori.
REVISTA CATRUMANA, v. 1, n.1. 2020.
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Tabela 4 - Distribuição de frequências (N) e percentuais (%) por fator e total do Job Stress
Scale.
Fator Produção N %
Moderado 19 38,0
Alto 29 58,0
Moderado 16 32,0
Alto 28 56,0
Moderado 19 38,0
Alto 14 28,0
Moderado 39 78,0
Alto 5 10,0
resultado é indicativo de que novas pesquisas que visem à relação desses instrumentos
sejam conduzidas de modo a confirmar tal hipótese proposta.
4) DISCUSSÃO
Para Lipp (2000) o estresse é classificado em quatro fases distintas, sendo elas alerta,
resistência, quase exaustão e exaustão. A fase de alerta é considerada positiva na qual o ser
humano se energiza e favorece a sobrevivência com sensação de plenitude. Na fase de
resistência, o indivíduo faz enfrentamento às situações para a manutenção e equilíbrio interno.
Mas o cortisol acrescenta e o organismo torna-se vulnerável a vírus e a bactérias. Na fase quase-
exaustão o indivíduo perde a resistência aos fatores estressores e favorece um adoecimento no
qual os órgãos mais sensíveis emergem sintomas degradativos, embora o indivíduo ainda tome
decisões, ria de piadas e trabalhem. Na fase da exaustão, caso não providencie um manejo
interno e/ou externo, podem aparecer doenças mais graves nos órgãos mais sensíveis tais como,
coração, estômago e pele; e/ou problemas psicológicos como a depressão.
No estresse positivo de alerta, há um aumento de adrenalina que favorece ânimo e a
criatividade; estado esse em que o indivíduo não se dá ao descanso. O estresse ideal é
quando o indivíduo entende algo sobre seu mecanismo e consegue uma alternância entre
alerta e o sair desta para restituição da dinâmica do sistema, de modo que, mesmo que volte
o alerta não tenha permanência nesta. O estresse negativo é aquele no qual a pessoa se perde
de seus limites de adaptação, sendo a causa do excesso de estresse estímulo muito forte ou
por maior espaço de tempo (LIPP, 2000).
Quando analisados os escores de produção no ISSL verifica-se a distribuição de
presença e nível de estresse. Conferindo para Lipp (2000), em termos de maior nível de
estresse na fase de resistência, o qual configura com os resultados da pesquisa na tabela 22
do Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos chegando a resultados onde
1(2%) estão em nível de alerta, 25(50%) em nível de resistência, 3(6%) em nível de quase
exaustão, já 1(2%) em exaustão e 20(40%) não apresentaram sinais de estresse.
O teste ISSL permitiu mensurar alguns parâmetros relacionados entre gênero/estado
civil/estresse. Assim, no que se refere ao estresse ligado ao estado civil, os casados ou em
socialmente tanto com a família, e/ou conjugue, e amigos. Caso o mesmo considere
necessário fazer uso da atuação multidisciplinar para resgate das características afetivas
(BATISTA et al., 2013). Segundo Murta (2007), outros modelos teóricos sugerem formas
psicoeducativas de enfrentamento com técnicas cognitivas comportamentais para fins de
redução de tensão e pensamentos disfuncionais. A pessoa interessada pode fazer uso de
análise para autoconhecimento e ressignificação ou psicoterapias e vivências grupais.
Aos entrevistados, em devolutiva, serão oferecidas cartilhas sobre controle da
alimentação, exercícios físicos e panfleto com endereço e telefone da Clínica Escola de
Psicologia para eventual acompanhamento psicológico caso queiram.
5) CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALVES, M. G. D. M. et al. Versão resumida da “job stress scale": adaptação para o português.
Revista de Saúde Pública, v. 38, p. 164-171.
FISHER, S. Stress in academic life: The mental assembly line. Open University Press, 1994
LIPP, M.E.N. Sentimentos que causam stress: como lidar com eles. Campinas: Papirus,
2009.
PORTO WITTER, G.; ARDOINO PASCHOAL, G. Estresse profissional na base Scielo. Braz
J Health, p. 171-85, 2010.