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MANIPULAÇÃO
BRENDO OTÁVIO PAIVA CASTRO - brendoopc@outlook.com
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV
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XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
1. Introdução
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materiais. Ainda segundo os mesmos autores, na prevenção desses acidentes, deve-se buscar,
primeiramente, a eliminação do risco e posteriormente a prevenção do mesmo.
O local de trabalho, de acordo com as características da atividade executada, pode
comprometer a saúde do trabalhador, gerando lesões, doenças e morte, além de acarretar em
prejuízo legal e patrimonial para a organização (MUNIZ, 2015). No intuito de reduzir esses
danos, as avaliações de risco estabelecem uma série de procedimentos para calcular o
potencial risco à saúde do trabalhador, ocasionado pela exposição a agentes ambientais
(HÖKERBERG et al., 2006). A Norma Regulamentadora n° 9, Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais - PPRA, define riscos ambientais como “os agentes físicos, químicos e
biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador”
(BRASIL, 1978).
Além dos riscos ambientais, existem também os riscos ergonômicos e mecânicos. De
acordo com Muniz (2015), cada um dos riscos citados anteriormente pode ser definido como:
● Riscos Físicos: agentes capazes de alterar as características físicas do
ambiente, que necessitam de um meio de transmissão para propagar sua nocividade e
podem afetar trabalhadores sem ter contato direto com a fonte de risco.
● Riscos Químicos: substâncias compostas ou produtos que podem ser
absorvidas pelo organismo via respiratória, cutânea ou por digestão, causando danos à
saúde física e mental dos trabalhadores;
● Riscos Biológicos: microrganismos, geneticamente modificados ou
não, aptos a causarem infecções, alergias ou toxicidades no trabalhador;
● Riscos Ergonômicos: relacionado à execução de tarefas, à organização
e às relações de trabalho;
● Riscos Mecânicos: são bastante diversificados, podem estar presentes
no ambiente físico de trabalho e nos equipamentos.
O Mapa de Riscos é uma representação gráfica dos riscos no ambiente de trabalho,
capazes de causar dano à saúde do trabalhador (MATTOS e FREITAS, 1994). A Portaria nº
05, de 17 de agosto de 1992, do Ministério do Trabalho e Emprego, estabelece a
obrigatoriedade da elaboração de Mapas de Riscos Ambientais em empresas cujo grau de
risco e número de empregados requer uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –
CIPA (BRASIL, 1992).
O Mapa deve ser fixado em locais visíveis para os trabalhadores, com o intuito de
advertir e orientar aqueles que circulam no local. Ele é formado por círculos de tamanhos e
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cores diferentes, mostrando os locais e os tipos de riscos presentes que podem gerar situações
de perigo. Tal análise, sobre o ambiente de trabalho, gera a propagação de uma atitude mais
cautelosa dos trabalhadores diante da exposição dos perigos identificados e expostos
graficamente, contribuindo para a redução e controle de acidentes (MUNIZ, 2015).
O Quadro 1 mostra a classificação dos riscos de acordo com sua natureza e a Figura 1
identifica a simbologia usada no Mapa de Riscos.
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Em um primeiro momento, foi realizada uma visita ao local de estudo para conhecer as
principais atividades desempenhadas na farmácia e conhecer sobre o perfil dos funcionários
que trabalham nela. Por meio de um roteiro de entrevista semiestruturado foram levantados,
juntamente à farmacêutica responsável pela farmácia que tem conhecimento de todos os
processos, os riscos aos quais os funcionários da farmácia estão expostos, onde esses riscos se
encontram no ambiente físico da empresa, qual a intensidade de risco envolvido (pequena,
média ou grande) e possíveis soluções de melhoria.
Os dados coletados durante a entrevista foram registrados por meio de fotos e vídeos e
analisados posteriormente pelos autores do estudo. Após o registro de todos os riscos
presentes na farmácia de manipulação em questão, eles foram divididos de acordo com sua
natureza (física, química, biológica, ergonômica e mecânica), grau de risco e local de
exposição e dessa forma foi montado o Mapa de Risco da empresa. Posteriormente, foram
levantadas possíveis soluções para a eliminação ou redução de cada um dos perigos
identificados.
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4. Resultados e Discussões
4.1 Caracterização da farmácia de manipulação
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Riscos biológicos
Riscos ergonômicos
Observou-se que a farmacêutica e sua auxiliar possuem muitos movimentos
repetitivos ao exercerem suas funções dentro do laboratório de sólidos, uma vez que, os
remédios são encapsulados manualmente. Além disso, a farmacêutica faz o uso do
computador no escritório várias vezes ao dia, muitas delas em uma posição desconfortável.
Também é importante ressaltar que os funcionários que trabalham no balcão ficam
diariamente em pé. Logo, há muitas exigências de posturas e movimentos repetitivos, que
podem causar cansaço, dores musculares, fraquezas, doenças nervosas, acidentes, problemas
na coluna vertebral, tensão, ansiedade e fadiga. A atividade de encapsulamento foi
caracterizada como sendo de grande risco, enquanto a postura no computador e os trabalhos
na posição em pé foram classificados como de pequeno risco.
Riscos físicos
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Riscos mecânicos
Riscos químicos
Com base nos riscos encontrados, algumas das soluções possíveis e propostas pela
equipe são apresentadas na Quadro 2.
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Movimento repetitivo Grande demanda para apenas uma Pausas a cada uma hora de
funcionária, ausência de máquinas trabalho e revezamento de função
que realizam esta função. com a farmacêutica.
Postura no computador Falta de instrução sobre perigos da Instrução sobre a postura correta
postura, cadeira inapropriada para ao computador, uso de cadeiras
longos períodos de uso. ergonômicas e paradas para
alongamento caso o tempo de uso
seja alto.
Ficar em pé longos períodos Grande demanda em certos períodos Distribuir acentos ao longo do
do ano, ausência de acentos de balcão para descanso enquanto
acesso rápido. não surgem clientes.
Contato com máquinas perigosas Máquinas sem sistema de proteção, Cumprir com as exigências da
com parte mecânica a mostra, NR12 e evitar que os funcionários
desatenção no uso. tenham acesso à máquina se por
algum motivo estiverem
desatentos.
Contaminação por material Descarte incorreto, uso indevido de Descarte correto dos materiais
perfuro cortante ou contato direto seringas, espirros de pacientes, contaminados e treinamento para
com o infectado contato manual com fluido corporal. manipulação adequada, uso de
máscaras ao lidar com pessoas
infectadas.
Grande ruído dos exaustores Sistema de exaustão antigo Troca do sistema de exaustão
existente e uso de equipamento de
proteção auricular.
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5. Considerações Finais
Referências
BORGES, M. F.; RIBEIRO, N. K. A tipologia de solução de riscos aplicada numa farmácia de manipulação.
XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção: ENEGEP/ABEPRO, 2007. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2007_tr600452_9207.pdf> Acesso em 09 de junho de 2018.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
Brasília, 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR09/NR-09-2016.pdf>
Acesso em 09 de junho de 2018.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Nº 5, de 17 de agosto de 1992. Brasília, 1992. Disponível
em: <http://www.ctpconsultoria.com.br/pdf/Postaria-DNSST-05-de-17-08-1992.pdf> Acesso em 09 de junho de
2018.
HÖKERBERG, Y. H. M. et al. O processo de construção de mapas de risco em um hospital público. Ciência &
Saúde Coletiva, v. 11, p. 503-513, 2006.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Classificação nacional de atividades
econômicas (CNAE). Disponível em: <https://cnae.ibge.gov.br/> .Acesso em: 11 de junho de 2018.
MATTOS, U. A. de O.; FREITAS, N. B. B. Mapa de risco no Brasil: as limitações da aplicabilidade de um
modelo operário. Cadernos de Saúde Pública, v. 10, p. 251-258, 1994.
MUNIZ, M. L. Segurança e Saúde do Trabalho. Pernambuco, 2015. (Apostila).
NISHIDE, V. M.; BENATTI, M. C. C.; ALEXANDRE, N. M. C. Ocorrência de acidente do trabalho em uma
unidade de terapia intensiva. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 12, n. 2, p. 204-211, 2004.
SEBRAE. Como montar uma farmácia de manipulação. 2014. Disponível em: <
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-uma-farmacia-de-
manipulacao,48287a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD> Acesso em 10 de junho de 2018.
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