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Vol. 1, Nº. 1, Ano 2013 PLANO DE GERENCIAMENTO EM UMA EMPRESA


MINERADORA DE AREIA NA CIDADE DE CAMPO
GRANDE/MS.

Leonardo Saratt
Anhanguera Educacional RESUMO
leonardosaratt@hotmail.com

O presente trabalho tem por objetivo contribuir para a elaboração de um


Plano de Gerenciamento de Risco (PGR) e visa levantar todos os riscos,
Andressa Maciel ocupacionais e ambientais, existentes em uma empresa de mineração de
Anhanguera Educacional areia na cidade de Campo Grande - MS, buscando a eliminação, redução e
Andressa.Maciel@unianhanguera.edu.br ou controle destes riscos de modo a preservar a integridade física e a saúde
dos trabalhadores, nos diversos setores da empresa. A Norma
Regulamentadora NR-22 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implantação por empregadores e empregados do Plano de Gerenciamento
de Risco (PGR). Para tanto foram desenvolvidas análises qualitativas e
qualitativas dos postos de trabalho e apresentadas recomendações para
cada tipo de atividade desenvolvida, objetivando melhorias no ambiente
de trabalho em relação às condições de higiene, organização e saúde do
trabalhador.

Palavras-Chave: Mineração; Saúde e segurança do trabalho; Programa de


Gerenciamento de Riscos (PGR).

ABSTRACT

This paper aims to contribute to the development of a Risk


Management Plan (RMP) and to bring up all risks, occupational and
environmental, existing in a sand mining company in the city of
Campo Grande - MS, aiming to eliminate, and reduce or control
these risks in order to preserve the physical integrity and health of
workers in the different sectors of the company. The Regulatory
Norm, NR-22, establishes the obligation of the development and
implantation of the Risk Management Plan (RMP) by employers
and employees. For that were developed qualitative analysis and
analysis of quality of jobs and made recommendations for each type
of activity developed, aiming improvements at the workplace in the
areas of hygiene, organization and worker health.

Keywords:Mining; work health and safety; Risk Management Plan


(RMP) .
Anhanguera Educacional S.A.
Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000
Valinhos, São Paulo
CEP 13.278-181
rc.ipade@unianhanguera.edu.br
Coordenação
Instituto de Pesquisas Aplicadas e
Desenvolvimento Educacional - IPADE
Artigo Original / Informe Técnico / Resenha
Recebido em:
Avaliado em:
Publicação: 1
Contribuição para implantação de um PGR em uma empresa mineradora de areia na cidade de Campo Grande/MS.

1. INTRODUÇÃO

Segundo Junior (2011, p. 96) as relações de trabalho produzem não apenas bens de
consumo, edificações, prestações de serviço, mas também acidentes, doenças
profissionais e morte. As condições de saúde e segurança dos trabalhadores tem sido
objeto de intensos debates nos últimos tempos, afinal, embora possua uma legislação
avançada sobre o assunto, o Brasil continua apresentando, lamentavelmente, índices
crescentes de infortúnio e doenças profissionais e do trabalho.

A segurança do trabalho sofreu importantes modificações ao longo dos anos,


assim como a legislação brasileira sobre acidentes de trabalho.

Em 1978 o Ministério do Trabalho (MTB) aprovou as Normas Regulamentadoras


(NR) relativas à segurança e à medicina do trabalho. Através dessas Normas estabeleceu-
se, segundo critérios de risco e número de empregados das empresas, a obrigatoriedade
de serviços e programas responsáveis pelas questões relativas à saúde e segurança no
ambiente de trabalho (BRASIL, 2012).

Dentro destas NRs surgiu a Norma Regulamentadora 22 onde disciplinou os


preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, compatível com
o planejamento e o desenvolvimento nas atividades minerarias buscando permanente
segurança e saúde dos trabalhadores.

A regulamentação da segurança e prevenção das atividades do setor de


mineração veio através da Portaria MTE 2037/1999 do Ministério do Trabalho onde
alterou a Norma Regulamentadora (NR-22 - Trabalhos Subterrâneos) para (NR 22 -
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração) (BRASIL, 2013).

De acordo com o item 22.3.7 da Norma Regulamentadora (NR-22) cabe à


empresa ou Permissionário de Lavra Garimpeira elaborar e implementar o Programa de
gerenciamento de Riscos – PGR, contemplando no mínimo: riscos físicos, químicos e
biológicos (ATLAS, 2007, p. 304).

Esta norma disciplina os preceitos a serem observados na organização e no


ambiente de trabalho da mineração, de forma a tornar compatível o planejamento e o
desenvolvimento da atividade com a busca permanente da segurança e saúde dos
trabalhadores.

As empresas de mineração são classificadas pelo Ministério do Trabalho e


Emprego MTE através da Norma Regulamentadora (NR-04), como empresas de grau de

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risco 4, por exporem seus trabalhadores a riscos ambientais com probabilidade alta de
acidentes de trabalho (MTE,2013).

“Logo estudos feitos pelo Tribunal Superior do Trabalho em 2010, aponta como
setor extrativo mineral o responsável por quase 30% das ocorrências de acidente de
trabalhos registrados no Brasil” (FREITAS, 2013).

O sucesso de um Plano de Gerenciamento de Risco – PGR segundo Dalarosa e


Nunes (2001), é a relação entre a saúde e o trabalho, visando não somente a prevenção
das doenças e dos acidentes, mas a promoção da saúde e qualidade de vida, através de
ações articuladas, capazes de assegurar a saúde individual, nas dimensões física e
mental, e a inter-relação entre as pessoas e o ambiente social.

A empresa objeto deste artigo a fim de manter pleno conhecimento dos perigos e
riscos presentes na sua atividade de mineração, autorizou um estudo de reconhecimento e
avaliação destes riscos para futuramente implantar o Programa de Gerenciamento de
Risco (PGR) de acordo com a Norma Regulamentadora NR-22 (MTE,2013).

A análise de Gerenciamento de Riscos será específica para as atividades


desenvolvidas pela empresa, cujo objeto é extração e beneficiamento mineral de areia a
céu aberto e transporte de matérias de construção (areia).

Com base no exposto e considerando a importância do PGR para a segurança do


trabalhador, o presente artigo tem por objetivo abordar os riscos das atividades
envolvidas na mineração de areia de uma empresa no município de Campo Grande/MS
visando contribuir para um futuro desenvolvimento e implantação de PGR na empresa
estudada.

O estudo visou o reconhecimento, avaliação e consequente controle da


ocorrência de riscos ambientais de trabalho existentes, preservando a saúde e da
integridade do trabalhador.

2. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHADOR EM MINERAÇÃO

Por um longo tempo a sociedade teve de se proteger ela própria dos riscos desenvolvidos
nas atividades de mineração. Esta situação mudou apenas no ano de 1978 com a
provação da Norma Regulamentadora (NR-22) Trabalhos Subterrâneos, estabelecendo
critérios de segurança e saúde do trabalhador para as minerações do País.

A partir daí em 1994, a legislação brasileira sobre segurança e saúde no trabalho


passou a adotar, além do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), o

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Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) (MIRANDA; DIAS,


2004).

Outro avanço no setor foi a Portaria MTE 2037/1999 que alterou a NR-22
Trabalhos Subterrâneos para a NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
(BRASIL, 2013).

Esta alteração na NR-22 veio a acrescentar a obrigatoriedade de elaborar e


implantar o Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), obrigando as empresas do setor
mineral a agirem de modo preventivo, garantindo assim, a saúde e a segurança dos
trabalhadores.

Em 18 de outubro de 2001 surgiu as Normas Regulamentadoras da Mineração -


NRM de acordo com a Portaria n° 237 de 2001 do Departamento de Produção Mineral –
DNPM, órgão governamental federal encarregado de gerir e fiscalizar o exercício das
atividades de mineração em todo o território nacional (BRASIL, 2013).

As Normas Regulamentadoras da Mineração - NRM têm por objetivo disciplinar


o aproveitamento racional das jazidas, considerando-se as condições técnicas e
tecnológicas de operação, de segurança e de proteção ao meio ambiente, de forma a
tornar o planejamento e o desenvolvimento da atividade minerária compatíveis com a
busca permanente da produtividade, da preservação ambiental, da segurança e saúde
dos trabalhadores (BRASIL, 2013).

3. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO

Existe uma grande similaridade entre o PGR da Norma Regulamentadora (NR-22) e o


Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da Norma Regulamentadora (NR-
09).

De acordo com o item 9.1.1 da NR-09 para atender os objetivos do PPRA existem
a necessidade da antecipação e reconhecimento dos riscos, estabelecimento de
prioridades e metas de avaliação e controle, avaliação dos riscos e da exposição dos
trabalhadores, implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia,
monitoramento da exposição aos riscos, registro e divulgação dos dados (LAGO;
GLASENAPP; SOUZA, 2004).

Logo o subitem 22.3.7 alínea “a” e o subitem 22.3.7.1 alíneas “a” a “g” da NR 22
definem que o Programa de Gerenciamento de Risco deve reconhecer e avalizar os riscos
da exposição do trabalhador, estabelecendo prioridades, metas e cronograma, juntamente

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com a implantação de medidas de controle e monitoramento da exposição aos riscos,


assim com sua avaliação periódica (ATLAS, 2007, p. 304).

Esta semelhança fica clara no item 22.3.7.1.3 da NR-22 que desobrigada a


apresentação de PPRA às empresas que implementarem o PGR.

De acordo com o Artigo 22.3.7 da NR-22 cabe a empresa ou Permissionário de


Lavra Garimpeira elaborar e implementar o PGR, contemplando todos os aspectos desta
norma, incluindo, no mínimo, os relacionados à: riscos físicos, químicos e biológicos;
atmosferas explosivas; deficiências de oxigênio; ventilação; proteção respiratória;
investigação e análise de acidentes do trabalho; ergonomia e organização do trabalho,
além de obrigar empregado e empregador a notificar o INSS – Instituto Nacional de
Previdência Social, sobre qualquer acidente que envolva pessoas, no trabalho. (ATLAS,
2007, p. 304).

O PGR se aplica às minerações subterrâneas e a céu aberto, garimpos,


beneficiamentos de minerais e pesquisa mineral, cabendo ao permissionário da lavra
garimpeira e ao responsável pela mina, zelar pelo seu estrito cumprimento, estando
sujeito à fiscalização do MTE – Ministério do Trabalho, do MME – Ministério de Minas e
Energia e dos órgãos fiscalizadores judiciais, quando se fizer necessário.

Segundo Barreiros (2002) a Norma Regulamentadora (NR-22: Segurança e Saúde


Ocupacional na Mineração) determina a elaboração do Programa de Gerenciamento de
Risco (PGR), obrigando as empresas do setor de mineração a agirem de modo
preventivo, garantindo assim, à saúde e a segurança dos trabalhadores.

4. RISCOS AMBIENTAIS

Para efeito da NR-9, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos,


biológicos, e também os ricos ergonômicos e de acidentes existentes nos ambientes de
trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de
exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador (MTE, 2013).

De acordo com o item 9.1.5 da NR-09 conceitua riscos ambientais como sendo:

Os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho


que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são
capazes de causar danos à saúde do Trabalhador. (ATLAS, 2007, p. 93).

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Consideram-se agentes físicos diversas formas de energia, tais como: ruído,


vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não
ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. (ATLAS, 2007, p. 93).

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que


possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.
(ATLAS, 2007, p. 93).

Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,


protozoários, vírus, entre outros. (ATLAS, 2007, p. 93).

Podem-se citar, ainda, dois outros agentes ambientais, ergonômicos e acidentes


que poderão estar presentes neste artigo.

Agentes ergonômicos são considerados aqueles introduzidos no processo de


trabalho por agentes (máquinas, métodos, etc) inadequados às limitações de seus
usuários, podendo causar danos à sua saúde, tais como esforço físico intenso, postura
inadequada, ritmos excessivos, monotonia e repetitividade e outros fatores que possam
levar ao stress físico e/ou psíquico (PIAZA, 1999).

Os Riscos de acidentes são muito diversificados e estão presentes no arranjo


físico inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material ou matéria-prima fora
de especificação, máquina e equipamentos sem proteção, ferramentas impróprias ou
defeituosas, iluminação excessiva ou insuficiente, instalações elétricas defeituosas,
probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais
peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de
acidentes (SEBRAE, 2005).

Também a Norma Regulamentadora NR-15 diz que são consideradas atividades


ou operações insalubres as que se desenvolvem:

a) Acima dos limites de tolerância nas atividades que envolvam ruído


contínuo ou intermitente, ruídos de impacto; exposição ao calor,
radiações ionizantes, agentes químicos, poeiras minerais ( ATLAS, 2007,
p. 136).
b) Nas atividades sob pressões hiperbáricas, agentes químicos específicos,
agentes biológicos( ATLAS, 2007, p. 136).
c) Atividades de radiações não ionizantes, de vibrações, de frio e de
umidade, comprovadas através de laudo de inspeção do local de
trabalho. ( ATLAS, 2007, p. 136).
O exercício do trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a
percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 40%

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(quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 20% (vinte por cento), para
insalubridade de grau médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de grau.
(ATLAS, 2007, p. 136).
No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado
aquele de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada à
percepção cumulativa. A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a
cessação do pagamento do adicional respectivo. (ATLAS, 2007, p. 136).
De acordo com a Norma Regulamentadora NR 15 – Atividades e operações insalubres,
a eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento
do adicional, podendo a eliminação ou neutralização ocorrer: a) com a adoção de
medidas de ordem geral, que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância; b) com a utilização de equipamento de proteção individual. A eliminação ou
neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por
órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador.
(ATLAS, 2007, p. 136).

5. EMPRESA DE MINERAÇÃO DE AREIA

A empresa alvo do presente estudo foi implantada no município de Campo Grande/MS


em 15 de janeiro de 2007 com objetivo de realizar o comércio de materiais de construção
em geral, extração e beneficiamento de areia e transporte rodoviário de cargas.

A empresa atua na atividade de extração mineral de areia desde 27 de setembro


2012, em conformidade com a legislação vigente estabelecida pelos órgãos responsáveis,
ou seja, pelo Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM e pela Secretária
Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano – SEMADUR.

A empresa desenvolve suas atividades em 02 (dois) locais: depósito de materiais


de construção localizado no centro da cidade de Campo Grande/MS e extração mineral
localizado em zona rural também na cidade de Campo Grande/MS.

5.1. Processo de Produção Mineral

A empresa de mineração em questão realiza a extração de areia a céu aberto, em cava


submersa (lagoa), onde uma draga (embarcação) realiza o desmonte hidráulico da areia,
através do jateamento de água sobre pressão nas paredes de uma cava aberta no terreno,
utilizando uma tubulação. Uma segunda tubulação tem a função de conduzir e
descarregar a areia + água dragada do fundo da cava sobre uma peneira suspensa
disposta sobre o terreno.

A areia fica depositada sobre o terreno enquanto que a água resultante deste
processo primeiramente é conduzida para um tanque de decantação e logo após retorna à
lagoa.

O carregamento da areia em caminhões que farão o seu transporte até o centro


realiza os carregamentos de areia utilizando pá carregadeira sobre os caminhões

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basculantes, onde estes seguirão diretamente para a entrega do produto em obras na


cidade de Campo Grande, assim como também podem abastecer o depósito de materiais
de construção da própria empresa, localizada no centro de Campo Grande.

A empresa conta atualmente com oito funcionários diretos, conforme o quadro 1.

Quadro 1 – Relação de funcionários da empresa


SETOR FUNÇÃO ATUAL QUANTIDADE CBO

Dragueiro 02 7821-05
Lavra
Operador de pá carregadeira / escavadeira 01 7151-35
Motorista de caminhão basculante 03 7825-10
Auxiliar administrativo 02 4110-05
Administrativo
Motorista de caminhão basculante 01 7825-10
TOTAL DE FUNCIONÁRIOS 09

5.2. Análise do processo produtivo

O primeiro passo realizado foi uma análise geral do processo produtivo da empresa,
desde os procedimentos básicos de preparação dos maquinários, extração da matéria
prima e carregamento do produto até a comercialização, com o intuito de reconhecer no
ambiente de trabalho, os riscos em que os trabalhadores estão expostos (Figura 1).

Estudo do Processo: fluxograma do processo,


descrevendo cada etapa da produção.

Postos de Trabalho: estudo dos postos de


trabalhos, verificando a quantidade de
pessoas em cada posto de trabalho.

Recursos: verificação das condições das


instalações e maquinários necessários para a
realização das atividades

Figura 1 - Fluxograma geral das etapas realizadas no processo de produção.

Atividades que são desenvolvidas pela empresa

• Extração mineral de areia;


• Carregamento de areia em caminhões basculantes próprios e de clientes.

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Atividades que são desenvolvidas pelos trabalhadores

• Operação de draga;
• Operação de pá carregadeira;
• Operação de escavadeira;
• Operação de caminhão basculante;
• Atividades administrativas;
• Manutenções mecânicas.

Equipamentos e veículos que são utilizados pela empresa

• 02 Dragas equipadas com motores de sucção;


• 03 Pá carregadeira;
• 01 Escavadeira;
• 01 Peneiras;
• 04 Caminhões basculantes;
• 01 Carros.

6. ANÁLISE DE RISCOS NA EMPRESA

Após o reconhecimento do processo produtivo e avaliação do ambiente de trabalho, foi


realizado uma Análise Preliminar de Riscos (APR).

A Análise de Riscos, em um sentido amplo, tem por objetivo responder as


seguintes perguntas relativas a uma instalação: O que pode acontecer de errado neste
processo? Com que frequência pode acontecer? Quais são os efeitos e as consequências
deste erro? Como podemos reduzir os riscos, e de que modo isto pode ser feito?

Após fazer esta análise deve-se então partir para a elaboração das análises
qualitativas para se obter resultados de como o processo de trabalho está interagindo com
os demais, qual implicação ou efeito está sendo gerando.

Assim, realizou então o reconhecimento dos riscos efetuando um levantamento


qualitativo nos postos de trabalho, utilizando um formulário denominado de (APRHO)
Análise Preliminar de Risco para Higiene Ocupacional, onde teve a finalidade de
identificar, bem como determinar sua origem (fonte) e meio de propagação, número de
trabalhadores expostos e suas funções, tempo de exposição, existência de medidas de
controle e possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados.

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Também foram incluídos os riscos ergonômicos e de acidentes por motivos de


funcionalidade geral do programa. O quadro 2 traz um exemplo do formulário utilizado
para Análise Preliminar de Riscos para Higiene Ocupacional.

Quadro 2 – Formulário de Análise Preliminar de Riscos para Higiene Ocupacional


Função: Jornada de Trabalho:

Máquinas e equipamentos Utilizados: Turno de Trabalho:


Risco Agente Fonte Geradora Meio de Propagação Tempo de Exposição

6.1. Análise Quantitativa

Posteriormente realizou-se o levantamento quantitativo completo, buscando representar


as condições reais em que se encontra o ambiente de trabalho da empresa. Assim pode
se, verificar a intensidade ou concentração dos agentes físicos e químicos existentes nos
locais analisado.

Para os níveis de ação identificados devem ser adotas medidas preventivas, de


forma a minimizar a probabilidade de ultrapassagem dos limites de exposição
ocupacional, implementando-se princípios para o monitoramento periódico da exposição,
informação dos trabalhadores e o controle médico, considerando as seguintes definições:

d) Limites de exposição ocupacional são os valores de limites de tolerância


previstos na Norma Regulamentadora N-15 (MTE, 2013);
e) Os níveis de ruído continuo ou intermitente devem ser medidos de
decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no
circuito de compensação “A” e circuito d resposta lenta (SLOW). As
leituras devem ser próximas ao ouvido do trabalhador - Anexo N° 1,
(ATLAS, 2007, p. 137).
f) Os limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho
intermitente com períodos de descanso no próprio local - Anexo N° 3,
(ATLAS, 2007, p. 138).

6.2. Avaliação Ambiental

Para fins da avaliação qualitativa e quantitativa empresa de mineração foi divida em


setores:

• Setor Administrativo – localizado no centro da cidade de Campo Grande/MS;


• Setor de Lavra – localizado na zona rural da cidade de Campo Grande/MS.

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Riscos ergonômicos

As avaliações ergonômicas na empresa teve o objetivo de verificar a situação geral no que


toca ao posto de trabalho, pressões, densidade do trabalho, organização do trabalho,
modo operatório, ritmos, posturas, entre outros fatores relevantes, buscando evitar
acidentes, lesões, danos à saúde, danos materiais e afetando a qualidade o serviço.

Riscos de acidentes

A avaliação de risco de acidente foi determinada em função do potencial de ocorrência de


consequências indesejadas decorrentes na realização do tipo de atividade.

Riscos físicos

Níveis de pressão sonora (ruído)

As medições foram realizadas utilizando o decibelímetro modelo DEC-5010, classificado


como de Classe 2, da marca Instrutherm, número de série 100307282, fabricado conforme
as normas ANSI S1.4:1983 Tipo 2, IEC-60651:1979 Tipo 2, IEC-60804:1985 Tipo 2 e EC-
61672-1:2002 Tipo 2. Este equipamento atende o item 4.1 da NBR 10.151:2000 da ABNT.

O decibelímetro possui uma memória interna responsável por gravar os dados


de medições. Estes dados gravados apenas podem ser visualizados através do download
das informações no software computacional “SLMM”. Este software realiza as diversas
leituras de medições tais como: Db max, Db média-Leq, Db 05% a 95%.

No estudo de processamento das medições foram considerados os valores


médios denominados no software de (Leq).

Ao microfone do decibelímetro foi acoplado um protetor de vento para


minimizar as possíveis interferências causadas pelo vento com velocidade superior a
2,0m/s s.

Também foi utilizado um calibrador acústico modelo CAL-3000 da marca


Instrutherm, número de série 09061700527325, fabricado conforme a norma IEC-
60942:2003 Tipo 2, conforme estabelece o item 4.2 da NBR 10.151:2000 da ABNT.

O medidor de nível de pressão sonora e o calibrador possuem Certificado de


Calibração da Rede Brasileira de Calibração (RBC), n° RBC3-7870-447 e n° RBC2-7870-666,
ambos emitidos no dia 20 de julho de 2010 pelo CALILAB Laboratório de Eletroacústica,
conforme item 4.3 da NBR 10.151:2000 da ABNT.

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Contribuição para implantação de um PGR em uma empresa mineradora de areia na cidade de Campo Grande/MS.

As medições de nível de ruído contínuo ou intermitente foram medidos em


decibéis (dB) operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta
(SLOW) próximas ao ouvido do trabalhador de acordo com a (NR-15 Anexo N° 1).

Os tempos de exposição aos níveis de ruído devem ficar abaixo de 85 dB (A)


para exposição de 8 horas de trabalho diário, não sendo permitida exposição a níveis de
ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.

Níveis de exposição ao calor

De acordo (ATLAS, 2007, p. 138) para as medições de exposição ao calor a Norma


Regulamentadora (NR 15) define que devem ser utilizados os seguintes termômetros:

• Termômetro de buldo úmido natural;


• Termômetro de buldo seco;
• Termômetro de mercúrio.

Logo houve grande dificuldade da aquisição destes termômetros, sendo


utilizado um Termômetro Digital MV-365, tipo vareta de aço inoxidável, resolução de
0,1°C / 0,1°F, precisão básica de 1°C / 1,8°F, medida de temperatura na faixa de -50°C a
300°C / -58°F a 572°F.

Este termômetro foi utilizado em desacordo com a NR-15, no entanto é


importante resalta que este artigo é uma contribuição para implantação de um Programa
de Gerenciamento de Risco, devendo o profissional responsável pelo futuro PGR seguir
todas as Normas Regulamentadoras pertinentes.

Níveis de iluminamento

Os níveis de iluminância dos postos de trabalho foram medidos na execução de suas


atividades utilizando-se o aparelho luxímetro, calibrado marca ICEL, modelo LD 550, na
escala de leitura mais adequada. O nível de iluminância é uma variável que abaixo do
adequado pode influenciar na ocorrência de acidentes de trabalho.

Para avaliação desta variável foram considerados os valores estabelecidos na NR


17.5.3 que remete à NBR 5413, de abril de 1992. O item 5.1 classifica iluminância em lux,
por classe de atividade, sendo as atividades classificadas de acordo com a tabela 1.

• Extração Mineral – Classe A - Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto
de maquinaria – 300 (lux);
• Administrativa – Classe B - Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho médio de
maquinaria, escritórios - – 750 (lux);

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Sendo considerado o valor médio de acordo com o item 5.2.4.1 desta mesma
norma.

6.3. Setores da empresa

6.3.1 Setor Administrativo

Este setor está localizado no centro da cidade de Campo Grande/MS, possuindo um


setor administrativo e um pátio de estocagem de areia. Neste ambiente trabalham 03
(três) colaboradores como já descrito anteriormente no quadro 1.

• Função: Auxiliar Administrativa

Jornada de trabalho: 8 horas / dia.

Atividades desenvolvidas: Executa serviços de apoio de recursos humanos,


administração, finanças e logística; atende fornecedores e clientes, fornecendo e
recebendo informações sobre o produtos e serviços; trata de documentos variados,
cumprindo todo o procedimento necessário referente aos mesmos; prepara relatórios e
planilhas; executa serviços gerais de escritórios.

Máquinas e Equipamentos utilizados: Máquinas calculadoras,


microcomputadores, terminais de vídeo e outros.

Ambiente de Trabalho: Recepção.

Tempo de Exposição: Intermitente.

• Reconhecimento dos riscos

Risco Ergonômico: Postura inadequada; iluminação inadequada, movimentos


repetitivos;

Riscos Físicos: Ruído intermitente NR-15 – Anexo N° 1 e Exposição ao calor NR-


15 – Anexo N° 3 (MTE, 2013).

• Meios de propagação dos riscos

Risco Ergonômico: Desajustes de máquinas e equipamentos, posturas


inadequadas.

Riscos Físicos: Ruído intermitente, sendo a trajetória pelo ar se propagando


através de ondas senoidais.

• Riscos Físicos: Exposição ao calor, sendo a trajetória pelo ar se propagando através de


raios solares.
• Avaliação quantitativa no local de trabalho

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Contribuição para implantação de um PGR em uma empresa mineradora de areia na cidade de Campo Grande/MS.

Para a avaliação quantitativa da exposição ao calor foi consultado o Quadro N° 3


- (150 Kcal/h), Quadro N° 2 (30 IBTUG) e Quadro N° 1 (Leve) da NR-15, onde a atividade
é considerada leve de trabalho continuo, sendo recomendados índices máximos de
exposição ao calor de 30°C. Os resultados quantificados podem ser obervados no quadro
3.

Quadro 3 – Avaliação quantitativa do local de trabalho


Avaliação Índice encontrado Índice recomendado e/ou limitante
Iluminamento (lux) 810 750
Ruído (dB) 64,4 85
Calor °C 29,5 30°

Na figura 2 pode ser obervado o resumo dos valores modelados do


decibelímetro para o software de computação, onde o valor médio equivalente
encontrado na medição se apresenta como (Leq).

Figura 2 – Descritivo da medição no local de trabalho.

• Conclusão: Verificadas as tarefas e as condições de trabalho, concluí se que as


atividades dever classificadas como “Não Insalubres”, pois não foi constatados indícios
de exposição a agentes permitam o enquadramento na Portaria 3214/78 em sua(NR 15
(MTE, 2013).
• Recomendações: A empresa deve implantar equipamento de proteção coletiva (EPC),
melhorando as condições no local de trabalho modernizando máquinas e
equipamentos, alteração no ritmo de trabalho ferramentas adequadas, exigindo
posturas adequadas.
• Função: Motorista de caminhão basculante

Jornada de trabalho: 8 horas/dia

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Leonardo Saratt, Andressa Maciel 15

Atividades desenvolvidas: Executa serviços gerais de limpeza do pátio, alem de


realizar os carregamentos de cargas, manobras, manutenção do veículo.

Máquinas e Equipamentos utilizados: Caminhão Basculante.

Ambiente de Trabalho: Pátio da empresa.

Tempo de Exposição: Eventual.

• Reconhecimento dos riscos

Risco Ergonômico: Postura Inadequada;

Riscos Físicos: Ruído intermitente NR-15 – Anexo N° 1, Exposição ao calor NR-


15 – Anexo N° 3 e Vibrações NR-15 – Anexo N° 8 (MTE, 2013).

Risco de Acidentes: Incêndios, queda da máquina, choque com a máquina,


atropelamento.

• Meios de propagação dos riscos

Risco Ergonômico: Desajustes dos acentos das máquinas e equipamentos,


posturas inadequadas.

Riscos Físicos: Ruído intermitente, sendo a trajetória pelo ar se propagando


através de ondas senoidais;

Riscos Físicos: Exposição ao calor, sendo a trajetória é pelo ar se propagando


através de raios solares;

Risco físico: Vibrações, sendo a trajetória pelo contato com os motores que
geram vibrações;

Riscos de acidente: Incêndios, queda da máquina, choque com a máquina e


atropelamento.

• Avaliação quantitativa no local de trabalho

Para a avaliação quantitativa da exposição ao calor foi consultado o Quadro N° 3


- (150 Kcal/h), Quadro N° 2 (30 IBTUG) e Quadro N° 1 (Leve), onde a atividade é
considerada leve de trabalho continuo, sendo recomendados índices máximos de
exposição ao calor de 30°C.

Quadro 4 – Avaliação quantitativa do local de trabalho


Avaliação Índice encontrado Índice recomendado e/ou limitante
Iluminamento (lux) 1.890 300
Ruído (dB) 86,70 85
Calor °C 30,20 30

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Contribuição para implantação de um PGR em uma empresa mineradora de areia na cidade de Campo Grande/MS.

Na figura 3 pode ser obervado o resumo dos valores modelados do


decibelímetro para o software de computação, onde o valor médio equivalente
encontrado na medição se apresenta como (Leq).

Figura 3 – Descritivo da medição no local de trabalho.

• Conclusão: Verificadas as tarefas e as condições de trabalho, concluí se que as


atividades dever classificadas como “Não Insalubres”, pois não foi constatados indícios
de exposição a agentes permitam o enquadramento na Portaria 3214/78 em sua NR-15
ou que não tivesse sido satisfatoriamente neutralizado com o uso de EPI e EPC
• Recomendações: A empresa deve implantar ar condicionados nos caminhões afim de
reduzir a exposição ao calor, modernização de máquinas e equipamentos, alteração no
ritmo de trabalho, postura adequada, implantar placas de sinalização nas dependências
do pátio, exigir máquinas com sonorizador de ré. Também deve fornecer protetor
auricular (tipo plug de inserção de silicone proteção de 13 dB (A), botas, camisa de
manga comprida, treinar, registrar e fiscalizar o uso destes protetores.

6.3.2 Setor de lavra

Este setor está localizado na zona rural da cidade de Campo Grande/MS. Neste ambiente
a empresa desenvolve a extração e beneficiamento de areia, onde atualmente possuem os
seguintes colaboradores:

• 02 (dois) dragueiros responsáveis pela extração mineral da areia;


• 03 (três) motorista de caminhão basculante responsável pelas entrega;
• 01 motorista de pá carregadeira/escavadeira, responsável pelos carregamentos de areia
em caminhões de clientes.
• Função: Dragueiro

Jornada de trabalho: 8 horas/dia

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Leonardo Saratt, Andressa Maciel 17

Atividades desenvolvidas: Realizar a extração mineral e manutenção das


máquinas e equipamentos.

Máquinas e Equipamentos utilizados: Draga (motor), tubulações.

Ambiente de Trabalho: Ambiente semiaberto, com piso metálico, guarda corpo


metálico e cobertura metálica, iluminação natural e ventilação natural.

Tempo de Exposição: Intermitente.

• Reconhecimento dos riscos

Risco Ergonômico: Postura Inadequada e movimentos repetitivos.

Riscos Físicos: Ruído continuo NR-15 – Anexo N° 1, Exposição ao calor NR-15 –


Anexo N° 3 e Vibrações NR-15 – Anexo N° 8 (MTE, 2013).

Risco de Acidentes: Afogamento, incêndios, animais peçonhentos, motor com


movimentos de correias, puxar, esmagar, decepar, furar ou queimar.

• Meio de propagação dos riscos

Risco Ergonômico: Desajustes dos acentos das máquinas e equipamentos,


posturas inadequadas.

Riscos Físicos: Ruído contínuo, sendo a trajetória pelo ar se propagando através


de ondas senoidais.

Riscos Físicos: Exposição ao calor, sendo a trajetória é pelo ar se propagando


através de raios solares.

Risco físico: Vibrações, sendo a trajetória pelo contato das tubulações e dos
motores da draga que geram vibrações.

Riscos de acidente: Distração e problemas mecânicos.

• Avaliação quantitativa no local de trabalho

Para a avaliação quantitativa da exposição ao calor foi consultado o Quadro N° 3


- (550 Kcal/h), Quadro N° 2 (25,0 IBTUG) e Quadro N° 1 (Pesada) onde a atividade é
considerada pesada de trabalho contínuo, sendo recomendados índices máximos de
exposição ao calor de até 25°C.

Os resultados quantificados podem ser obervados no quadro 4.

Quadro 4 – Avaliação quantitativa do local de trabalho


Avaliação Índice encontrado Índice recomendado e/ou limitante

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Contribuição para implantação de um PGR em uma empresa mineradora de areia na cidade de Campo Grande/MS.

Iluminamento (lux) 1.550 500


Ruído (dB) 102,50 85
Calor °C 30,20 25,00

Na figura 4 pode ser obervado o resumo dos valores encontrados no local de


trabalho, onde o valor médio equivalente na medição se apresenta como (Leq).

Figura 4 – Descritivo da medição no local de trabalho.

• Conclusão: Verificadas as tarefas e as condições de trabalho, concluí se que as


atividades dever classificadas como “Não Insalubres”, pois não foi constatados indícios
de exposição a agentes permitam o enquadramento na Portaria 3214/78 em sua (NR-15)
ou que não tivesse sido satisfatoriamente neutralizado com o uso de EPI e EPC.
• Recomendações: A empresa deve fornecer protetor auricular (tipo concha com proteção
acima de 17 dB(A), botas, camisa de manga comprida, treinar, registrar e fiscalizar o uso
destes protetores. Também deve melhorar as condições no local de trabalho,
modernizando as máquinas e equipamentos, alteração no ritmo de trabalho,
ferramentas adequadas, implantar boias salva vidas na draga, assim como dispor de
caixa de primeiros socorros dispondo de soro antiofídico.
• Função: Motorista de caminhão basculante

Jornada de trabalho: 8 horas/dia

Atividades desenvolvidas: Executa serviços carga e descarga de matérias, alem


de realizar manobras, manutenção do veículo.

Máquinas e Equipamentos utilizados: Caminhão basculante.

Ambiente de Trabalho: Pátio de extração

Tempo de Exposição: Intermitente

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Leonardo Saratt, Andressa Maciel 19

• Reconhecimento dos riscos

Risco Ergonômico: Postura Inadequada;

Riscos Físicos: Ruído intermitente NR-15 - Anexo N° 1, Exposição ao calor NR-


15 – Anexo N° 3 e Vibrações NR-15 – Anexo N° 8 (MTE, 2013).

Risco de Acidentes: Animais peçonhentos, incêndios, queda da máquina,


choque com a máquina e atropelamento.

• Meios de propagação dos riscos

Risco Ergonômico: Desajustes dos acentos das máquinas e equipamentos,


posturas inadequadas.

Riscos Físicos: Ruído intermitente, sendo a trajetória pelo ar se propagando


através de ondas senoidais;

Riscos Físicos: Exposição ao calor, sendo a trajetória é pelo ar se propagando


através de raios solares;

Risco físico: Vibrações, sendo a trajetória pelo contato com os motores que
geram vibrações;

Riscos de acidente: Distração e problemas mecânicos.

• Avaliação quantitativa no local de trabalho

Para a avaliação quantitativa da exposição ao calor foi consultado o Quadro N° 3


- (150 Kcal/h), Quadro N° 2 (30 IBTUG) e Quadro N° 1 (Leve) da NR-15. Sendo a
atividade considerada leve de trabalho continuo, sendo recomendados índices máximos
de exposição ao calor de 30°C.

Os resultados quantificados podem ser obervados no quadro 5.

Quadro 5 – Avaliação quantitativa do local de trabalho


Avaliação Índice encontrado Índice recomendado e/ou limitante
Iluminamento (lux) 1.750 300
Ruído (dB) 78,30 85
Calor °C 33,10 30

Na figura 5 pode ser obervado o resumo dos valores encontrados no local de


trabalho, onde o valor médio equivalente na medição se apresenta como (Leq).

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Contribuição para implantação de um PGR em uma empresa mineradora de areia na cidade de Campo Grande/MS.

Figura 5 – Descritivo da medição no local de trabalho.

• Conclusão: Verificadas as tarefas e as condições de trabalho, concluí se que as


atividades dever classificadas como “Não Insalubres”, pois não foi constatado indícios
de exposição a agentes permitam o enquadramento na Portaria 3214/78 em sua NR 15
ou que não tivesse sido satisfatoriamente neutralizado com o uso de EPI e EPC.
• Recomendações: Melhorar as condições no local de trabalho, modernização de
máquinas e equipamentos, alteração no ritmo de trabalho, postura adequada, implantar
placas de sinalização nas dependências do pátio, exigir máquinas com sonorizador de
ré, fornecer botas, camisa de manga comprida, treinar, registrar e fiscalizar o uso destes
protetores. Também deve dispor de caixa de primeiros socorros dispondo de soro
antiofídico.
• Função: Motorista de Pá Carregadeira / Escavadeira

Jornada de trabalho: 8 horas/dia

Atividades desenvolvidas: Executa serviços de carga e descarga sobre os


caminhões basculantes, alem de realizar manobras e manutenção do veículo.

Máquinas e Equipamentos utilizados: Pá Carregadeira e Escavadeira

Ambiente de Trabalho: Pátio de extração

Tempo de Exposição: Intermitente

• Reconhecimento dos riscos

Risco Ergonômico: Postura Inadequada;

Riscos Físicos: Ruído intermitente NR-15 – Anexo N° 1, Exposição ao calor NR-


15 – Anexo N° 3 e Vibrações NR-15 – Anexo N° 8 (MTE, 2013).

Risco de Acidentes: Animais peçonhentos, incêndios, queda da máquina,


choque com a máquina e atropelamento.

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Leonardo Saratt, Andressa Maciel 21

• Meios de propagação dos riscos

Risco Ergonômico: Desajustes dos acentos das máquinas e equipamentos,


posturas inadequadas.

Riscos Físicos: Ruído intermitente, sendo a trajetória pelo ar se propagando


através de ondas senoidais;

Riscos Físicos: Exposição ao calor, sendo a trajetória é pelo ar se propagando


através de raios solares;

Risco físico: Vibrações, sendo a trajetória pelo contato com os motores que
geram vibrações;

Riscos de acidente: Distração e problemas mecânicos

• Avaliação quantitativa no local de trabalho

O funcionário desenvolve a atividade utilizando 02 (duas) máquinas, logo as


medições foram realizadas em ambas. Para a avaliação quantitativa da exposição ao calor
foi consultado o Quadro n° 3 – (150 Kcal/h), Quadro n° 2 (30 IBTUG) e Quadro N° 1 da
NR-15.

Os valores de medições podem ser obervados no quadro 6.

Quadro 6 – Avaliação quantitativa do local de trabalho


Avaliação Índice encontrado Índice recomendado e/ou limitante
Pá Carregadeira
Iluminamento (lux) 1.750 300
Ruído (dB) 89,10 85
Calor °C 32 30
Escavadeira
Iluminamento (lux) 1.750 300
Ruído (dB) 77,10 85
Calor °C 29,80 30

Na figura 5 podem ser obervados os resumos dos valores encontrados no


interior dos maquinários de trabalho, onde o valor médio equivalente na medição se
apresenta como (Leq).

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Contribuição para implantação de um PGR em uma empresa mineradora de areia na cidade de Campo Grande/MS.

Figura 5 – Descritivo das medições na pá carregadeira e escavadeira

• Conclusão: Verificadas as tarefas e as condições de trabalho, concluí se


que as atividades dever classificadas como “Não Insalubres”, pois não foi
constatado indícios de exposição a agentes permitam o enquadramento
na Portaria 3214/78 em sua NR-15 ou que não tivesse sido
satisfatoriamente neutralizado com o uso de EPI e EPC.
• Recomendações: Melhorar as condições no local de trabalho,
modernização de máquinas e equipamentos, alteração no ritmo de
trabalho, postura adequada, implantar placas de sinalização nas
dependências do pátio, disponibilizar máquinas ar condicionado, exigir
máquinas com sonorizador de ré, fornecer botas, camisa de manga
comprida, treinar, registrar e fiscalizar o uso destes protetores.

7. MEDIDAS DE CONTROLE

Buscando eliminar ou reduzir a concentração de agentes de riscos atuantes sobre a


atividade de extração mineral de areia, foram propostas algumas medidas de controle à
saúde dos trabalhadores:

Medidas de exposição ao calor

• Reduzir tempo de exposição – períodos de descanso, visando reduzir a carga térmica a


níveis compatíveis da NR-15;
• Programar o trabalho para horários mais frescos;
• Programar pausas mais frequentes para indivíduos não climatizados;
• Aclimatização dos maquinários;
• Fornecer EPIs para neutralizar os efeitos do calor,,

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Leonardo Saratt, Andressa Maciel 23

Medidas de exposição a ruído contínuo e intermitente

• Eliminação ou substituição por máquinas mais silenciosas;


• Redução do tempo de exposição;
• Avaliação Audiométrica regular;
• Fornecer EPIs;
• Educação e Treinamento.

8. RESPONSABILIDADES

Buscando tanto as responsabilidades do trabalhador quanto as da empresa


permissionária de lavra garimpeira e se baseando na NR-22 segue :

Responsabilidades da empresa

• Designar um profissional legalmente habilitado para realização definitiva do PGR, onde


este artigo servirá de base para os trabalhos;
• Implantar o Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, contemplando os aspectos
da Norma Regulamentadora (NR-22) Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;
• Coordenar a implementação das medidas relativas à segurança e saúde dos
trabalhadores das empresas provendo os meios e condições para que estes atuem em
conformidade com a Norma Regulamentadora (NR-22) Segurança e Saúde Ocupacional
na Mineração;
• Providenciar treinamentos de capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro e
prevenção de acidente;
• Garantir aos empregados o direito de interromper imediatamente as suas atividades
quando constato risco grave iminente de acidente ou agravo à saúde;
• Fornecer às empresas contratadas as informações sobre os riscos potenciais nas áreas
em que desenvolverão suas atividades.

Responsabilidades dos trabalhadores

• Cumprir rigorosamente as normas de segurança e de prevenção de acidentes


determinadas pela empresa;
• Participar e colaborar efetivamente na implementação das medidas de proteção
estabelecidas neste artigo;
• Zelar pela sua segurança e saúde ou de terceiros que possam ser afetados por suas
ações ou omissões no trabalho, colaborando com a empresa para o cumprimento das
disposições legais e regulamentares, inclusive das normas internas de segurança e
saúde;
• Comunicar imediatamente, ao seu superior hierárquico as situações que considerar
representar risco para sua segurança e saúde ou de terceiros;
• Não iniciar nem executar atividades para as quais não tenha recebido treinamento e não
esteja capacitado e autorizado pela empresa.

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25


Contribuição para implantação de um PGR em uma empresa mineradora de areia na cidade de Campo Grande/MS.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho buscou contribuir para a realização de um Programa de Gerenciamento de


Risco (PGR), servindo de suporte para o desenvolvimento de ações que possam
minimizar ou neutralizar a possibilidade de ocorrências de doenças ocupacionais e
acidentes durante a jornada de trabalho dos trabalhadores.

Os limites de tolerância para exposição de calor e ruído, na avaliação


ocupacional do ruído (NR-15), foram excedidos em alguns pontos de medição sem o EPI,
sendo necessárias medidas corretivas.

Estas medidas já estão sendo implantadas com investimentos na utilização de


EPI’s, EPC’s e treinamentos buscando uma política de Segurança e Saúde do
Trabalho. No entanto existe grande dificuldade de conscientização, pois a
atividade é desenvolvida por funcionários com baixo grau de instrução que
relutam em não utilizar estes equipamentos por desconforto.

Entretanto com a conscientização dos trabalhadores em relação aos riscos


e o envolvimento da gerencia, tais questões podem ser solucionadas a custos
relativamente baixos, se comparando as consequências de um acidente de
trabalho.

REFERÊNCIAS
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de legislação atlas. São Paulo: Ed. Atlas. 60ª ed.2007.
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2013.

Leonardo Saratt
Eng. Sanitarista e Ambiental. Esp. Engenharia de
Segurança do Trabalho.

Andressa Ertzogue Maciel Souza


Orientadora: Eng. Esp. Coordenadora do Curso
de Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho. Centro Universitário Anhanguera de
Campo Grande.

Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-25

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