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XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.

ANÁLISE DE RISCOS AMBIENTAIS NO


ESTOQUE DE SECOS E CÂMARAS
FRIAS DE UM SUPERMERCADO DE
ATACADO E VAREJO.
adriano cosmo do nascimento (universidade salgado de oliveira )
adrianocosmo01@gmail.com
marcos antonio da silva (universidade salgado de oliveira )
marcuss7756@gmail.com
antonio machado de souza neto (universidade salgado de oliveira )
machado-axe@hotmail.com
Helder Henrique Lima Diniz (Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção )
Helderhld@gmail.com

O presente trabalho tem por finalidade avaliar as condições de


trabalho no Estoque seco e nas Câmaras frias em um supermercado,
localizado na cidade de Recife - PE, a fim de verificar os riscos
ambientais sob os quais os trabalhadores estãoo expostos e pro

Palavras-chave: : Riscos ambientais. Supermercado. Cargas secas.


Câmaras frias. APR. Prevenir acidentes.
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1 Introdução
As grandes empresas do segmento de varejo (Supermercados) não possuem uma cultura
prevencionista voltada ao reconhecimento, controle, redução ou eliminação dos riscos à saúde
e a integridade física dos seus trabalhadores. Tal condição traz consequências desagradáveis:
Doenças Ocupacionais e Acidentes de Trabalho. Tanto o empregador quanto os empregados
saem prejudicados por essas consequências. Quando se possui o mapeamento dos Riscos
Ambientais existentes no ambiente de trabalho, pode-se reduzir, evitar e controlar as
ocorrências de acidentes e doenças ocupacionais.
A análise preliminar de riscos é uma técnica simples, porém bastante utilizada pelas empresas
que se preocupam com a segurança e saúde dos seus trabalhadores, tendo como objetivo
identificar riscos existentes nas atividades ou ambientes de trabalho e prevenir acidentes,
tornando os locais de trabalho adequados para realização das atividades (ALEVEDO, 1999).

Nesse contexto, o presente artigo tem por objetivo identificar e avaliar os riscos ambientais
sob os quais os trabalhadores estão expostos no estoque seco e nas câmaras frias em um
supermercado, localizado na cidade de Recife - PE, e com isso propor melhorias. Para
identificação dos riscos ambientais serão feitas inspeções in loco nas áreas do depósito de
cargas secas e nas câmaras frias do supermercado, serão realizadas medições dos agentes
físicos presentes, observação das atividades realizadas, entrevistas com os funcionários dos
referidos setores e aplicação de APR. Os resultados encontrados serão avaliados e
comparados com aqueles descritos em normas e na legislação pertinente.

1.1 Objetivo Geral


Identificar as condições de trabalho no Estoque seco e nas Câmaras frias em um
supermercado a fim de verificar os riscos ambientais sob os quais os trabalhadores estão
expostos e propor melhorias.

1.2 Objetivos Específicos


Identificar condições inseguras nas áreas de estoques de cargas secas e câmaras frias;
Verificar os riscos ambientais sob quais os trabalhadores estão expostos;

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Utilizar ferramenta APR para análise dos riscos ambientais e da operação;


Realizar avaliação quantitativa dos agentes ambientais identificados;
Verificar o atendimento das Normas Regulamentadoras;
Apresentar resultados e propor melhorias.

2 Referencial Teórico
2.1 Segurança no Trabalho
Segurança do Trabalho corresponde ao conjunto de ciências e tecnologias que tem por
objetivo proteger o trabalhador em seu ambiente de trabalho, buscando minimizar e/ou evitar
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Assim, dentre as principais atividades da
segurança do trabalho, pode-se citar: prevenção de acidentes, promoção da saúde e prevenção
de incêndios.

Atualmente, observa-se, que inúmeras pessoas passam grande parte de suas vidas no ambiente
de trabalho (CARDELLA, 2011). Portanto, o ideal é que, o local de trabalho proporcione
ambientes agradáveis e saudáveis para os funcionários, para que possam trabalhar de forma
segura.

2.2 Acidente de Trabalho


A legislação trabalhista brasileira (Lei nº 8213) define acidente de trabalho como aquele que
decorre do exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional, que cause a morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária,
da capacidade para o trabalho.

2.3 Gestão dos Riscos


Para se conseguir a eliminação ou mitigação da ocorrência de acidentes de trabalho, bem
como de doenças ocupacionais é imprescindível que se tenha implementado um
gerenciamento dos riscos existentes no ambiente/processo. Diversas técnicas de identificação
e análise de riscos vêm sendo desenvolvidas e aplicadas nas organizações. A utilização dessas
técnicas torna possível controlar um maior número de fatores que intervêm no processo,
resultando no crescimento qualitativo e quantitativo da produção(ARAÚJO, 2009).

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2.4 Análise Preliminar de Risco (APR)


Análise Preliminar de Risco (APR) trata-se de uma técnica/metodologia de avaliação prévia
dos presentes riscos envolvidos na realização de um determinado trabalho. Consiste no
detalhamento minucioso de cada etapa do trabalho assim como, dos riscos envolvidos (ILDA,
2005).
Segundo Mattos e Másculo (2011), a APR é utilizada para identificar fontes de perigo,
consequências e medidas corretivas simples, sem aprofundamento técnico, resultando em
tabela de fácil leitura. A técnica é de especial importância na investigação dos sistemas novos
de alta inovação e pouco conhecidos e quando a experiência em riscos na sua operação é
carente ou deficiente. Também pode ser utilizada como ferramenta de visão geral de
segurança, revelando aspectos que pode passar despercebidos.

Os resultados da APR são comumente registrados em formulário, conforme estrutura da APR


mostrada no Quadro 1, que exibeos perigos identificados, bem como as causas e os danos
causados, levando em consideração na avaliação dos riscos a probabilidade para acontecer o
acidente e a gravidade, com isso, obtendo o valor considerável para o risco.

Quadro 1 – Estrutura de Análise Preliminar de Risco

Fonte: Pantaleão (2018)

Os sequenciais quadros mostram exemplos de categorias de severidade, frequência e


classificação de riscos usados na APR, pois para a realização de uma avaliação deveser feita
uma estimativa subjetiva com base em escalas padronizadas de riscos.

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Araújo, 2009(2011) afirma que a medida qualitativa de risco pode ser classificada a partir de
duas variáveis: frequência (probabilidade das causas) e severidade (efeito do perigo).

A frequência se classifica nas seguintes categorias: A – extremamente remota, B – Remota, C


– Pouco provável, D – Provável e E – Frequente como ilustrado no quadro 2 a seguir.

Quadro 2. – Categorias de Frequência dos cenários da APR.

Fonte: Araújo, 2009

A severidade se classifica como: I – Desprezível e não ocorrendo nenhuma lesão, II –


Marginal, onde há ocorrência de lesões leves com no máximo 15 dias de afastamento, III –
Crítico, com lesões de gravidade moderada e IV – Catastrófico, com lesões graves ou mortes
como mostrado no quadro 3, a seguir.
Quadro 3. – Categorias de Severidade dos cenários da APR.

Fonte: Araújo, 2009


A partir da correlação entre frequência e severidade promove-se uma matriz de classificação
de risco, sendo eles: 1 - Baixo, 2 – Moderado e 3 – Alto, mostrado no quadro 4, a seguir.

Quadro 4. – Matriz de classificação de riscos usada na APR.

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Fonte: Araújo, 2009


No quadro 4 pode-se observar as cores correspondentes a cada categoria de risco e a
respectiva numeração. Ao avaliar o risco, deve-se escolher uma classificação para gravidade e
probabilidade segundo o quadro 2 e cruzar as duas informações no quadro 4, obtendo-se então
o número e a cor que representa o risco. Já a classificação e descrição final de cada categoria
do risco pode ser vista no quadro 4.

2.4.1 Riscos ambientais e normas regulamentadoras


Antes de se desenvolver estudo sobre os riscos ambientais e normas regulamentadoras
relacionadas, deve-se observar a definição de risco. Segundo Maia (2010, p. 13), riscos é “[...]
tudo o que pode causar acidentes, ou seja, tudo com potencialidade ou probabilidade de
causar acidentes”

A NR – 9, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, estabelece a


obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho,
tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

Na literatura consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos


existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Além
destes riscos ambientais, Barbosa Filho (2011, p. 105) nomeia outros dois: ergonômicos e de
acidente. Neste trabalho os riscos evidentes são: riscos físicos, ergonômicos e de acidente.

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3 Metodologia
3.1 Delineamento da pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida através da pesquisa bibliográfica (Cervo e Berviam, 2006) que
utilizou assuntos relacionados a identificação e análise dos riscos ambientais, bem como o
atendimento das legislações vigentes de saúde e segurança do trabalho nos setores analisados,
sendo a discussão de dados realizada sob os paradigmas qualitativo e quantitativo, utilizando-
se de trabalhos científicos da área de segurança do trabalho e inspeção de segurança, entre
outros.A pesquisa pode ser considerada descritiva, pois conforme Cervo e Berviam (2006, p.
66) “uma pesquisa descritiva visa observar, registrar, analisar e correlacionar fenômenos ou
fatos, sem interferir no ambiente analisado. É o tipo mais usado nas ciências sociais”.

3.2 Forma de Coleta de Dados


A coleta de dados foi realizada da seguinte forma, utilizou-se os dados disponibilizados pela
empresa do período de janeiro de 2017 a junho de 2018 que são caracterizados como dados
secundários, segundo Mattar (1996). Referente aos afastamentos de funcionários por
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais dos setores da empresa objeto de estudo, bem
como pelo número de multas geradas pelos órgãos fiscalizadores, sofridas pelo não
atendimento das legislações vigentes. Após este procedimento, foram feitas observações in
loco que são caracterizados como dados primários, conforme Mattar (1996), e o
acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos funcionários, entrevistas sobre uso de
EPI's e condições de trabalho, foram realizadas medições de iluminância e de temperatura nos
setores da empresa objeto de estudo. Segue quadro 5, com estrutura do questionário realizado
com os colaboradores que operam nas câmaras frias e no depósito de cargas secas, no período
de agosto a outubro de
2018. Ver apêndice A e B.
Quadro 5 – Estrutura do questionário aplicado aos colaboradores

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Fonte: Autores (2018)

3.3 Forma de Análise dos Dados


Para análise dos dados coletados, foi realizado um estudo comparativo entre os resultados
obtidos nas medições de iluminância e temperatura com o que preconiza as Normas
Regulamentadoras do ministério do Trabalho. Ainda para análise dos dados coletados,
identificação das medidas de controle e para elaboração do plano de ação foi utilizada a
Análise Preliminar de Risco (APR), uma metodologia qualitativa estruturada para identificar
os potenciais perigos decorrentes da própria operação dos setores objeto de estudo, onde é
avaliado cada um dos perigos identificados, as suas causas, os métodos de detecção
disponíveis e os efeitos sobre os trabalhadores.

4 Resultados
Medições feitas com o uso de Luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do
olho humano e em função do ângulo de incidência.

As medições foram realizadas nos ambientes/postos de trabalho, os níveis de iluminamento,


verificados na avaliação, foram observando-se as atividades e rotinas desenvolvidas pelos
trabalhadores, sendo realizadas no campo de trabalho onde se realizam as tarefas visuais do
trabalhador, ou na falta deste a um plano horizontal a 0,75 cm paralelo ao piso. A Iluminância
e sua distribuição nas áreas de trabalho e no entorno imediato têm um maior impacto em
como uma pessoa percebe e realiza a tarefa visual de forma rápida, segura e confortável.

Para lugares onde a área específica é desconhecida, a área onde a tarefa pode ocorrer é
considerada a área de tarefa. Todos os valores de Iluminância especificados nestaNorma são
Iluminâncias mantidas e proporcionam a segurança visual no trabalho e as necessidades do
desempenho visual. Logo após a medição de dados referente à iluminação, trabalho visou-se a
comparação com os níveis mínimos estabelecidos pela NR-17, Portaria 3214/78 MTb,
conforme classificação por tipo de atividade, de acordo com NBR-5413, “Iluminamento de
Interiores” da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2013).

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A partir desta comparação, identificou-se que todos as medições realizadas estão abaixo do
que determina a NBR utilizada como parâmetro conforme pode ser verificado nos resultados
mostrados na tabela 1, a seguir.

Tabela 1 – Níveis de iluminância em cada setor.

Fonte: Autores (2018)


Em seguida, utilizando um Termômetro de Bulbo Seco (Medidor de Temperatura) modelo
PROTEMP 2 e Marca CRIFFER.

Com o instrumento ilustrado acima, realizou-se o monitoramento contínuo das temperaturas


nas Câmaras Frias com intuito de obter a temperatura média de funcionamento e por
consequência determinar a real exposição dos colaboradores que acessam esses ambientes,
que são eles: recebimento, fatiados, antecâmara, resfriados e congelados, conforme
sequenciais tabelas e gráficos a seguir.

Tabela 2 – Aferição da temperatura na área de recebimento.

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Fonte: Autores (2018)

A tabela 2, acima, nos apresenta os valores das aferições da câmara fria no setor de
recebimento, aferições essas que foram realizadas no intervalo de duas em duas (2 horas) e ao
final nos apresenta a temperatura média da referida câmara. O gráfico 1, a seguir, mostra uma
melhor visualizaçãoda variação da temperatura noreferido setor durante o período de aferição.

Gráfico 1 – Análise de variação da temperatura na área de recebimento.

Fonte: Autores (2018)


A tabela 3, abaixo, nos apresenta os valores das aferições da câmara fria no setor de fatiados,
aferições essas que foram realizadas no intervalo de duas em duas horas e ao final nos
apresenta a temperatura média da referida câmara.
Tabela 3 – Aferição da temperatura na área de fatiados.

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Fonte: Autores (2018)

O gráfico 2, a seguir, mostra uma melhor visualizaçãoda variação da temperatura noreferido


setor durante o período de aferição.
Gráfico 2 – Análise de variação da temperatura na área de fatiados

Fonte: Autores (2018)

Para que a câmara para armazenamento frigorificado possa trabalhar em regime bastante
estável de temperatura, deve-se instalar uma antecâmara, particularmente para operações a
baixas temperaturas. Essa antecâmara assume um papel de barreira de proteção, reduzindo a
entrada de ar quente, o que trará economia de energia. A temperatura da mesma pode variar.
Encontra-se a seguir tabela e gráfico, com dados da aferição de temperatura do respectivo
setor.

Tabela 4 – Aferição da temperatura na área antecâmara.

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Fonte: Autores (2018)


O gráfico 3 mostra uma melhor visualizaçãoda variação da temperatura noreferido setor
durante o período de aferição.
Gráfico 3 – Análise de variação da temperatura na área Ante-Câmara.

Fonte: Autores (2018)


A tabela 5 apresenta os valores das aferições da câmara fria no setor de resfriados, aferições
essas que foram realizadas no intervalo de duas em duas horas e ao final nos apresenta a
temperatura média da referida câmara.
Tabela 5 – Aferição da temperatura na área de resfriados.

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Fonte: Autores (2018)


O gráfico 4 mostra uma melhor visualizaçãoda variação da temperatura noreferido setor
durante o período de aferição.
Gráfico 4 – Análise de variação de temperatura na área de resfriados

Fonte: Autores (2018)


A tabela 6 apresenta os valores das aferições da câmara fria no setor de congelados, aferições
essas que foram realizadas no intervalo de duas em duas horas e ao final nos apresenta a
temperatura média da referida câmara.
Tabela 6 – Aferição de temperatura no setor de congelados.

Fonte: Autores (2018)


O gráfico 5 demonstra uma melhor visualizaçãoda variação da temperatura noreferido setor
durante o período de aferição.
Gráfico 5 – análise de variação de temperatura no setor de congelados

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Fonte: Autores (2018)


Logo após a medição de dados referente à temperatura, trabalho visou-se demonstrar os níveis
médios de temperatura do local. Os resultados obtidos são mostrados no Quadro 6.

Quadro 6 - Resultados médios obtidos.

Fonte: Autores (2018)

Durante a coleta de dados utilizou-se os dados disponibilizados pela empresa do período de


janeiro de 2017 a junho de 2018, Dados estes que se referem aos números de afastamentos de
funcionários por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais dos setores da empresa objeto
de estudo, bem como pelos Processos trabalhistas e fiscalizadores e valores de multas geradas
pelo não atendimento das legislações vigentes.
Segue sequenciais quadros e gráficos com dados referentes as ocorrências no setor objeto de
estudo.
Quadro 7 – Ocorrência de Acidentes trabalho/Doenças ocupacionais

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Fonte: SESMT da empresa objeto de estudo

O Quadro 7, mostra quantitativamente os acidentes e doenças ocupacionais fornecidos pela


empresa objeto de estudo com maior relevância nos setores. Para melhor visualização, gerou-
se um gráfico com as informações passadas pela empresa em questão e os principais pontos
que são eles: Acidentes sem afastamento, com afastamento menor que 15 dias, afastamentos
maior que 15 dias e as doenças mais relevantes que no caso foram: Pneumonia e Lombalgia.
Os dados encontram no gráfico 6.
Gráfico 6 - Percentual de acidentes/ doenças ocupacionais mais relevantes

Fonte: Autores (2018)

Como havia ocorrido problemas de acidente e doenças no período em que constam os dados
passados pelo SESMT da empresa objeto de estudo, realizou-se um checklist/questionários
para os colaboradores para verificar se ambos setores (Câmaras frias e Depósitos de cargas

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secas) atendiam as normas regulamentadoras (NBR). O resultado encontra-se nos quadros e


gráficos, a seguir.

Quadro 8 – Questionário/Checklist feito aos colaboradores das câmaras frias

Fontes: Autores (2018)

Para melhor visualização dos dados obitidos através dos questionários, os mesmos foram
representados no gráfico 7 abaixo. Dentro dos itensque estavam no questionário 59% não
atendem as normas regulamentadoras, 12% não se aplicam a setor e 29% atendem as normas -
um número muito baixo.

Gráfico 7 – Atendimento de Requisitos Legais nas câmaras frias

Fontes: Autores (2018)

No setor de depósito de cargas secas também se aplicou o questionário e da mesma forma que
aconteceu no setor de câmaras frias, os resultados não foram animadores como pode ser visto
no quadro 9.

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Quadro 9 – Atendimento dos requisitos legais nas câmaras frias

Fonte: Autores (2018)

De acordo com os dados a quantidade de itens que não atendem as normas foi superior aos
demais.,41%, não se aplicaram ao setor 29% e estavam atendendo as normas 30% dos itens –
um número muito baixo como pode-se visualizar melhor no gráfico 8.
Gráfico 8 – Atendimento de Requisitos Legais no depósito de cagas secas

Fonte: Autores (2018)


Por não atender todas as normas, a empresa objeto de estudo acabou recebendo denúncias
perante ao Ministério do Trabalho, e entre as causas,a mais relevante foi a condenação no
valor de R$ 2.000.000,00 pelo não cumprimento das determinações contidas na NR15 e NR16
referente a exposição ao frio e atividades realizadas em câmaras frias como mostrado no
quadro 9.

Quadro 10 – Ocorrências trabalhistas causadas devido as não conformidades

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Fonte: RH da empresa objeto de estudo

4.1 Aplicação da APR

A análise preliminar de riscos é basicamente um estudo antecipado e detalhado sobre todas as


etapas do trabalho a serem executadas em determinado local, a fim de identificar seus
possíveis problemas ou riscos e propor melhorias através de medidas preventivas e/ou
corretivas. A análise preliminar de risco (APR) dos setores avaliados disposto nos quadros 10
e 11, a seguir, são compostas por uma correlação entre frequência, severidade e o nível de
risco de cada atividade.

Quadro 10 – APR aplicada nas câmaras frias

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Fonte: Autores (2018)

Realizou-se a análise para verificação dos ricos através das atividades dos colaboradores,
essas atividades são: retirada dos produtos do interior dos caminhões utilizando Transpaleteira
Hidraulica manual, transporte das cargas Paletizadas para a Ante-câmara, transporte e
armazenamento das cargas no interior das câmaras frias, arrumação e separação de produtos
para abastecer os pontos de venda na Loja.

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Quadro11 – APR aplicada no depósito de cargas


secas

Fonte: Autores (2018)


Realizou-se a análise para verificação dos ricos através das atividades dos colaboradores,
essas atividades são: a retirada dos produtos do interior dos caminhões utilizando
Transpaleteira Hidráulica manual, transporte das cargas Paletizadas para a área de
recebimento, transporte e armazenamento das cargas no Depósito nas estruturas de porta
pallets e arrumação e separação de produtos para abastecer os pontos de venda na Loja.

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De acordo com a metodologia utilizada para avaliação dos riscos, os que apresentaram maior índice de gravidade foram
exposição a ambientes com frio extremo (câmaras frias) e esforço físico intenso (Cargas secas).O risco de serviços
realizados em câmaras frias está conectado ao tipo e à quantidade do agente, ao tempo de exposição e à sensibilidade
do organismo do trabalhador.

Em serviços como os realizados em câmaras frias e no depósito de cargas secas, o Equipamento de Proteção Individual
(EPI) tem a função de proteger individualmente o empregado de possíveis lesões quando da ocorrência de acidentes de
trabalho e doenças ocupacionais. Cumpre fixar que o EPI não evita os acidentes em si, mas protege o empregado
quando o risco estiver ligado ao exercício da função e à exposição ao agente.

Após o levantamento dos dados iniciais, realizou-se uma análise dos mesmos com o auxílio de algumas ferramentas
para que se possa obter o melhor resultado possível.

4.2 Análise
Com o auxílio do Ishikawa buscou-se identificar as causas e efeitos concebendo um melhor
mapeamento visual, como é demostrado nas figuras 1 e 2.

Figura 1 – Ishikawa para as ocorrências nas câmaras frias

Fonte: Autores (2018)

Através do mapeamento das causas e feitos dos principais problemas nos setores, identificou-
se que maior ponto de melhoria está nas falhas de máquinas e equipamentos, pois nas câmaras
frias há falha nos dispositivos de abertura das portas pela parte interna das mesmas, falta de
alarme ou outro sistema de comunicação possibilitando um possível aprisionamento e como
consequência disso, causar doenças ocupacionais e até morte do colaborador. Vale salientar

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que a falta de um dispositivo (alarme para aprisionamento) não atende as diretrizes da Norma
NR-36, mais conhecida como NR-frigorífico. O segundo risco com grande gravidade é o
esforço físico intenso. Devido a isso também foi realizada uma análise do mesmo para que
possa encontrar as principais causas, como ilustrado na figura 2.
Figura 2 – Ishikawa para as ocorrências no depósito de cargas secas

Fonte: Autores (2018)

4.3 Plano de Ação


Elaborou-se um plano de ação para a observação, levantamento de dados e analise de todos os
dados referentes a problemática, utilizando a ferramenta de qualidade 5w1h para auxiliar
nesta etapa de pesquisa conforme a figura 3, a seguir.

Figura 3 - 5W1H paras os dois problemas mais graves (Esforço físico intenso e exposição ao frio)

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Fonte: Autores (2018)

4.4 Execução

Nessa etapa é a aplicação de forma sistemática e prática das etapas anteriores. Depois de
observar os potencias problemas, definir a problemática que deseja focar e planejar as ações a
serem feitas, é o momento de quantificar e transformar as ações idealizadas em ações
realizadas.

5 Conclusão

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Por meio das inspeções in loco, aplicação de checklist e aplicação da ferramenta de Análise
Preliminar de Riscos APR, foi possível realizar a identificação dos riscos presentes nas
atividades / setores objeto de estudo, bem como, das não conformidades com as Normas
Regulamentadoras e Consolidação das Leis do Trabalho, onde pode-se propor melhorias,
através de medidas preventivas e/ou corretivas.

As visitas in loco proporcionaram a realização de análise detalhada das atividades executadas,


bem como das condições ambientais, realizou-se avaliações quantitativas dos agentes Frio e
Luminância, comparando os resultados obtidos com os parâmetros determinados nas
legislações vigentes. Aplicou-se um Checklist nos setores objeto de estudo, com isso
verificou-se um elevado percentual do não atendimento de requisitos legais. Realizamos
aplicação da Análise Preliminar de Riscos (APR), onde a ferramenta se mostrou bastante
eficaz,possibilitando a caracterização dos riscos, fazendo a relação entre à probabilidade e à
gravidade envolvidas em determinada atividade, facilitando a interpretação dos resultados.

Sugeriu-se medidas preventivas e corretivas para todos riscos levantados na APR. Para os
riscos com maior índice de gravidade, aplicamos o Ishikawa para identificar suas causas e
assim gerar um plano de ação utilizando a ferramenta 5W1H, onde sugeriu-se de forma
estruturada, as ações necessárias para que as causas geradoras dos problemas, sejam
eliminadas.

Foi proposto a extensão das ações e um planejamento para implementação da ferramenta


Análise Preliminar de Riscos (APR), para os demais setores da empresa objeto de estudo.

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XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.

Referências

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XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
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Apêndice A

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XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.

Questionário realizado no setor de câmaras frias

Fonte: Autores (2018)

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XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.

Apêndice B

Questionário realizado no setor de depósito de cargas secas

Fonte: Autores (2018)

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