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América (Macusa)
By J.K. Rowling
Origens
Dos doze, apenas dois sobreviveram até uma idade avançada: Caridade
Wilkinson, que mais tarde se tornaria a terceira presidente do Macusa; e
Teodardo Fontaine, cujo descendente direto, Agilberto, é o atual diretor da Escola
de Magia e Bruxaria de Ilvermorny. Cabe destacar também Gondulfo Graves, cuja
família continua sendo influente na política bruxa norte-americana, e Abraão
Potter, cujo parentesco distante com o famoso Harry Potter seria descoberto
séculos depois por ávidos genealogistas.
Desafios
A América continuou sendo um ambiente bastante hostil para a população
bruxa, principalmente por causa dos descendentes de Purgantes, que
desapareceram para sempre na comunidade não-maj e mantiveram viva a
desconfiança na magia. Ao contrário do que ocorreu na maioria dos países
ocidentais, não houve cooperação entre o governo não-maj e o Macusa.
Inicialmente, foi erguido um edifício encantado nos Montes Apalaches
para ser sede da Macusa mas, com o tempo, a localização tornou-se
inconvenientemente remota, sobretudo porque os bruxos, assim como os não-
majs, reuniam-se cada vez mais nas cidades.
Após a promulgação do Estatuto Internacional de Sigilo, em 1689, a
presidente Wilkinson decidiu que o Macusa precisava de um lar permanente. Um
edifício encantado foi criado nos Apalaches mas, com o tempo, o local tornou-se
remoto e inconveniente, em especial porque os bruxos, assim como os não-majs,
estavam se agrupando e trabalhando em cidades.
Em 1760, o Macusa foi transferido para Williamsburg, no estado da
Virgínia, lar do exibido presidente Thornton Harkaway. Entre seus muitos
interesses, o presidente Harkaway ficou conhecido pela criação de crupes — cães
que lembram muito um jack russell terrier, exceto pela cauda bifurcada. A
devoção dos crupes aos bruxos é inferior apenas à ferocidade diante de pessoas
não-mágicas. Infelizmente, a matilha do presidente Harkaway atacou vários não-
majs da região que depois não conseguiram fazer nada, senão latir nas 48 horas
seguintes ao ataque. Essa violação do Estatuto de Sigilo levou Harkaway a deixar
o cargo desacreditado (e talvez não seja coincidência que Williamsburg tenha sido
a primeira cidade nos Estados Unidos a ter um hospital dedicado às doenças
mentais. A observação de acontecimentos estranhos nos arredores da residência
do presidente Harkaway pode explicar a admissão de não-majs que, na verdade,
eram perfeitamente sãos).
O Macusa foi então transferido para Baltimore, lar do presidente Hábil
Fleming, mas a deflagração da Guerra da Independência e a chegada do
Congresso não-maj à cidade deixaram o Macusa compreensivelmente agitado,
fazendo com que fosse deslocado para um local conhecido como Washington nos
dias de hoje.
Foi lá que a presidente Elizabeth McGilliguddy presidiu o infame debate
"País ou Classe?", de 1777. Milhares de bruxas e bruxos de toda a América
compareceram ao Macusa para participar desse encontro extraordinário, no qual
a Grande Câmara de Reunião teve que ser ampliada usando magia. A questão em
debate era: a comunidade mágica devia maior lealdade ao país no qual fixara
residência, ou à velada comunidade global de bruxos? Tinham eles a obrigação
moral de ajudar os não-majs norte-americanos na luta de libertação dos trouxas
britânicos? Ou isso, em suma, não era problema dos bruxos?
Os argumentos contra e a favor da intervenção foram longos; a disputa
tornou-se dura. Os pró-intervencionistas argumentavam que poderiam salvar
vidas; os anti-intervencionistas, que os bruxos estariam arriscando a própria
segurança ao se revelarem na batalha. Mensageiros foram enviados ao Ministério
da Magia em Londres para perguntar se pretendiam lutar. Receberam uma
mensagem de quatro palavras: "Vamos ficar de fora”. A famosa resposta de
McGilliguddy foi ainda mais curta: "É bom mesmo”. Ainda que, oficialmente, os
bruxos e bruxas norte-americanos não tenham participado da batalha, houve
várias circunstâncias extraoficiais de intervenção para proteger vizinhos não-
majs, e a comunidade bruxa celebrou o Dia da Independência junto com o resto
da sociedade norte-americana — mesmo que não necessariamente lado a lado.
Uma das leis mágicas norte-americanas mais significativas entrou em vigor em
1790, quando o Macusa aprovou um decreto obrigando a segregação total entre
as comunidades bruxa e não-maj. A Lei Rappaport, que leva o nome da então
presidente, Emília Rappaport, foi resultado de uma das piores violações do
Estatuto Internacional de Sigilo da história, quando a filha do Chanceler do
Tesouro e Dragotes de Rappaport e o descendente de um Purgante quase
expuseram a existência da magia para o mundo todo. Com a aprovação da Lei
Rappaport, o casamento e até mesmo a amizade entre bruxos e não-majs tornou-
se ilegal nos Estados Unidos.
A base do Macusa permaneceu em Washington até 1892, quando uma
imprevisível revolta da população de Sasquatches provocou outra quebra de
segurança. Os historiadores colocam a culpa da rebelião em Irene Kneedander,
diretora da Sociedade de Proteção das Espécies Mágicas (Humanoides), cuja
interpretação do próprio cargo consistia em atacar qualquer Sasquatch que
"saísse da linha". A chegada dos Sasquatches a Washington exigiu obliviações em
massa e grandes reparos na sede.
O Macusa precisava de um novo refúgio. Assim, ao longo de muitos anos,
vários bruxos se infiltraram na equipe de construção de um novo prédio em Nova
York. Quando o Woolworth Building foi concluído, pôde abrigar os não-majs e,
quando ativado pelos encantamentos certos, também se transformar em um
espaço para os bruxos. A única marca visível da nova localização secreta do
Macusa é a coruja entalhada na entrada.