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A Situação da Mulher na Maçonaria

Dival G. Costa*

Introdução

A mulher sempre foi considerada de nível inferior desde os primórdios da história,


servindo quase que exclusivamente para a procriação, cuidar de sua prole, da casa e
esperar o seu macho com alegria e encantamento, a fim de recompensá-lo da árdua
tarefa de prover o sustento do lar e defesa do seu ambiente. Paradigma este alicerçado
na capacidade física do homem na luta diária para enfrentar as maiores adversidades,
enquanto a mulher – frágil – se encarregaria de manipular a vestimenta e alimentação de
sua família.

Esta posição sempre foi acatada e ratificada por praticamente todas as religiões, e até de
não religiosos, com reflexos, em graus variados, no modus vivendi de diferentes povos,
seitas e ritos na atualidade, formando uma carapaça na psique do macho, no sentido de
mascarar a sua pseudo-superioridade.

A maçonaria se insere neste contexto, aproveitando a onda machista da sociedade,


adotada pelas três religiões de uma mesma base: o Judaísmo, o Cristianismo e o
Islamismo, dominantes no chamado Mundo Ocidental, com repercussões no Oriental.
Caracteriza-se pela predominância das ideologias dominantes, impondo condições
diferentes a homens e mulheres quanto às posições a serem ocupadas no contexto social.

Os textos proibidos da Bíblia falam abertamente de sexo e violência, nos quais os


fundamentalistas das três religiões baseadas na Bíblia alegam encontrar nas Sagradas
Escrituras um pretexto divino para a repressão e coisa bem pior... (1)

A personificação de Deus engendrada pelo homem como figura masculina corrobora


com esse sistema hierárquico e desigual, em relação à condição feminina. A confinação
da mulher à alcova e à cozinha durante tantos milênios, negando-lhe abertamente a
condição de ser pensante, acrescentando-se ainda todas as barbaridades físicas e
emocionais possíveis e imagináveis contra ela (que ainda hoje se perpetuam), é um fato
para a qual se aventam possibilidades diversas. Esse paradigma vem sendo modificado,
graças às conquistas no âmbito da educação em cursos superiores e pós-graduação e
conseqüente liberdade dos grilhões do conservadorismo.

Como se cria um Paradigma

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram
uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para
apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no
chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros agrediam-
no.

Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das
bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que
o substituto fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o
surraram. Depois de algumas surras o novo integrante do grupo não mais subia a
escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado, com entusiasmo, da surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o
fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo
tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.

Criou-se, então, um Reflexo condicionado (Pavlov). Se fosse possível perguntar a


algum deles por que batiam em quem tentasse subir a escada, certamente a resposta
seria: Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui.

Fatores Pré-existentes das mudanças políticas e comportamentais

A independência das colônias inglesas da América, transformadas em Estados Unidos,


serviu de inspiração aos líderes da Revolução Francesa como Montesquieu, o Marquês
de Lafayete e outros, para implantar o regime democrático no mundo, contestado pela
monarquia.

O culto da liberdade de consciência, a tolerância religiosa, a difusão dos princípios da


filosofia e dos conhecimentos científicos, a idéia nacional e a prática da democracia,
com a soberania do povo e a limitação de poderes pelas Constituições, passavam a
representar o ideal comum dos povos e, se escondia nas sociedades secretas, disfarçadas
em Academias literárias, Arcádias, etc.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, assinada em Paris em 10/12/1948,


logo depois da 2ª Guerra Mundial, foi proclamada e adotada pela Resolução nº 217 da
Organização das Nações Unidas. Certamente, influenciaram o surgimento das proteções
jurídicas dos direitos fundamentais em outros países.

Origem da Maçonaria

A origem da Maçonaria é atribuída a duas correntes de opiniões: a Lendária – que diz


ter iniciado no Antigo Egito; e a Real – fundamentada em documentos históricos desde
a sua fase operativa, ou de ofício. Um desses documentos é o manuscrito Regius,
também conhecido como “Old Charges” (Velhas Obrigações), tão importante para a
história quanto a Constituição de 1723, compilada por Anderson e Désaguliers.

Em 1376, a Santa Arte e Associação dos Pedreiros (The Hole Craft and Fellowship of
Masons), corporação de pedreiros de Londres, fundada em 1220, passava a se
denominar Companhia dos Franco-Maçons. Cerca de 20 anos depois, entre 1390 e
1400, foi produzido o mais antigo documento histórico da Maçonaria, conhecido como
Poema Regius, ou Documento de Halliwell – “The Early History of Freemasonry in
England, publicado em 1840”.

A obra principal sobre o manuscrito Regius foi escrita por Knoop, Jones e Hamer,
embora outros autores, como Findel, Begemann, Gould, Speth, Baxter, Mazet, Crepin,
Fiorentino, Aston, Turner, etc. [Notas transcritas em (2)].
Essa Maçonaria Operativa era formada por Talhadores de Pedra e Assentadores de
Pedra com “Regulamentos para o exercício da profissão de Maçom” nos moldes de uma
guilda, com características próprias. Em 1717, foi criada a Grande Loja de Londres
(Maçonaria Especulativa).

“Princípios Básicos Constitutivos da Franco-Maçonaria Universal aprovados em


Assembléia Geral de Franco-Maçons que se reuniu em PARÍA, no ano de 1523”. Diz
seu artigo 4:

É costume antigo, firme e inviolável, não admitir como Franco-Maçom os seus inimigos
naturais que são: os clérigos das religiões, os possuidores de títulos e privilégios das
castas da nobreza e os homens que têm convicções contrárias aos princípios da Franco-
Maçonaria salvo, nos casos de rebeldia franca destes contra a ideologia dos grupos
mencionados.

As Constituições de Anderson publicadas em 1723, não são de modo algum um antigo


Lindeiro e sim uma verdadeira "reforma nos usos e costumes" da maçonaria operativa,
levada a cabo pela necessidade de organizar a fraternidade, a fim de reunir os elementos
dispersos e coordenar seus esforços. Isto está claramente explicitado na página 73 do
Livro das Constituições de 1723 e lá se pode ler: Havendo sido - em Inglaterra -
consideravelmente interpoladas e mutiladas e lamentavelmente alteradas as
constituições, nosso antigo e Respeitável Grão Mestre encarregou ao autor examinar,
corrigir e detectar, seguindo um método melhor, a história, deveres e regulamentos de
nossa velha fraternidade. Em conseqüência, este último tem estudado diversos
documentos provenientes da Itália, da Escócia e de distintas regiões da Inglaterra - entre
os quais, encontrou grande número de erros, assim como de outros antigos arquivos
maçônicos, tirou as Constituições aqui publicadas como os Deveres e Regulamentos
Gerais”.
MAÇONARIA FEMININA:
Prós & Contra (3) (William Carvalho)*
“Não se abordam, aqui, as diversas instituições paramaçônicas femininas que ainda
possam assemelhar-se à maçonaria por suas estruturas. Algumas, mesmo apresentando
um ritual e por segredos maçônicos próprios, não se caracterizam como tal. Entre estas,
citam-se : a Eastern Star, as Job's Daughters, a Order of Rainbow for Girls, nos EEUU,
Maria Order na Noruega, Ordem das Fiandeiras nos Países Baixos, Fraternidade
Feminina, no Brasil, etc.”.

I - Ascensão e Queda das Lojas de Adoção

Maçonaria andrógina ou Lojas de Adoção são aquelas que admitem mulheres aos seus
trabalhos. Normalmente, são adotadas por uma Loja masculina ligada a alguma
Obediência legal, mas considerada irregular pela Grande Loja Unida da Inglaterra, pois,
desde que os ingleses inventaram a maçonaria obediencial e abriram franquia para o
resto do mundo, colocaram como um ponto de honra a não-iniciação de mulheres,
instituindo o Clube, essencialmente masculino. Os partidários da adoção reclamavam o
direito de as mulheres participarem das ocupações maçônicas. As Irmãs, entretanto,
estavam longe de participar em igualdade com os Irmãos; o próprio nome dado a essa
maçonaria feminina indicava já que seus membros formavam uma classe inferior na
sociedade secreta. As Irmãs não fundaram Lojas particulares e independentes a serem
administradas ou dirigidas por elas mesmas; pelo contrário: eram "adotadas" por Lojas
masculinas e convidadas nas assembléias por aqueles que tinham criado um ritual
especial para elas. A Loja de Adoção era essencialmente um anexo de uma Loja
masculina. As reuniões da Loja de Adoção eram, em geral, precedidas de uma sessão da
Loja masculina. As Irmãs deveriam estar a postos a fim de poder entrar na sala onde os
Irmãos estavam trabalhando previamente. Na verdade, a maçonaria feminina do século
XVIII nunca teve uma organização independente e jamais constituiu uma Obediência.

As Lojas de Adoção tem origem tipicamente francesa, e são, pois, um produto do


espírito francês, daí o seu permanente conflito com a Inglaterra. Clavel afirma, ainda
que "a Franco-Maçonaria das mulheres foi instituída em 1730, mas suas formas só
foram fixadas definitivamente a partir de 1760".

Forestier divide estas sociedades em três tipos: i) sociedades eróticas; ii) associações
parodiando as provas que a maçonaria impunha aos candidatos ou buscando fazer-lhe
concorrência; e, iii) sociedades que estabeleciam laços de afeição platônica entre os
membros pertencentes aos dois sexos. Entre as principais podem-se citar as seguintes:
Ordem da Liberdade, Ordem da Felicidade, Ordem dos Cavaleiros e Cavaleiras da
Âncora, Ordem dos Cavaleiros e das Ninfas das Rosas, Ordem das Rosas, Ordem dos
Mopses, etc.

Podem-se citar aqui dois fatos pitorescos ligados ao "grand monde": um bilhete,
endereçado em 1776 por Maria Antonieta, rainha de França, à princesa de Lamballe,
Grã-Mestra de uma Loja de Adoção, prova que esta ilustre maçona não conseguiu
observar a discrição recomendada às Irmãs, pois a rainha dizia: "Li, com grande
interesse o que se pratica nas lojas maçônicas que você presidiu no começo do ano e que
você tanto me divertiu, contando-me. Vê-se que nestas reuniões não se faz mais do que
belas canções e que se pratica o bem".
O Irmão Bernadin dizia que o rito da adoção não tem história, pois esta "maçonaria
consistia somente em sessões de iniciação, em cerimônias ritualísticas, em bailes e em
divertimentos artísticos".

As principais Lojas de Adoção em Paris e nas províncias anexadas às Lojas masculinas


foram as seguintes: i) nas províncias: Verdadeira Virtude em Annonay (de 1774 a
1780); Perfeita União em Rennes (1774); Concórdia de Rochefort, Francesa Eleita
Escocesa de Bordeaux; Sinceridade de Besançon (1777); Filadélfia em Narbonne
(1780); São Luís (1783) em Dieppe; Perfeita Amizade em Toulouse; São Luís no
regimento da Infantaria do Rei (loja militar volante estabeleceu Lojas de Adoção em
Caen e Nancy); São Luís, São Felipe da Glória e a Bons Amigos em Nancy, Nove Irmãs
em Toul, etc.

II - Algumas Mulheres Iniciadas Individualmente em Lojas Maçônicas

A primeira menção histórica sobre mulheres na maçonaria operativa encontra-se,


segundo Cryer, em 1693 no Manuscrito York nº 4 pertencente à Loja de York que relata
quando um Aprendiz é admitido "os mais velhos tomando o Livro Sagrado, ele ou ela
(sic) que devem tornar-se maçom colocam suas mãos sobre o mesmo e prestam o
juramento".

Um dos mais famosos casos de uma mulher iniciada na maçonaria é o de Elizabeth St.
Leger, filha de Lord Doneraile do Condado de Cork na Irlanda. Nasceu em 1693,
faleceu em 1773 e casou-se com Richard Aldworth de New Market em 1713. Lá pelo
ano de 1710, esta filha do Visconde de Doneraile, zeloso maçom que possuía uma loja
regular no seu castelo na qual freqüentavam os elementos de sua própria família e
irmãos da vizinhança e era devidamente registrada na Grande Loja da Irlanda. Ela
conseguiu abrir um buraco na parede e assistir não só à reunião da loja como a iniciação
do dia. Descoberta pelo cobridor externo que chamou os membros no interior da loja,
notou que tinha assistido a todos os trabalhos do dia. Após considerável discussão foi
aprovada a sua admissão na ordem, sendo iniciada e chegando a tornar-se Mestra da
loja. Segundo o historiador maçônico irlandês Milliken foi iniciada na loja nº 95 que até
hoje se reúne em Cork, contudo inexistem documentos de sua recepção na ordem.
Aparecem, contudo, registros de sua assinatura no Livro das Constituições Irlandesas
que veio à luz em 1744.

Pode-se citar mais um caso de espia através das paredes: o da senhora Harvard que foi,
posteriormente, proposta como membro honorário e iniciada na Loja Paládio nº 120 em
Hereford na Inglaterra em 1770. Esta loja ainda está no registro inglês.

As norte-americanas começaram a emular as inglesas em 1815 quando a senhora


Catarina Babington, nascida em Princess Furnace no Kentucky se escondeu durante um
ano e meio num quarto adjacente à loja, observando tudo que ocorria neste período.
Desnecessário dizer que foi iniciada e prestou juramento!

O México também não fica atrás no tocante às questões da maçonaria feminina. Sua
história maçônica é quase tão conturbada quanto sua história política. Depois de muitas
brigas e conflitos foi, finalmente, fundada em 1890, a Grande Dieta Simbólica dos
Estados Mexicanos, uma obediência maçônica que teve como Grão-Mestre o general
Porfírio Diaz. Cinco anos mais tarde, o Grão-Mestre Canton foi acusado de estabelecer
lojas femininas e de ter conferido graus a sua mãe e a sua mulher!

III - A Co-Maçonaria

A Co-Maçonaria se distingue das Lojas de Adoção pelo fato de que ela não admite
dependência, aprovação ou adoção de uma loja masculina. É na opinião de suas adeptas
plenamente maçônica, fato não reconhecido por nenhuma obediência regular de
linhagem anglo-saxônica. A co-maçonaria tem mais prevalecido entre os maçons de
linhagem latina.

Em 1879 vários Capítulos pertencentes ao Supremo Conselho da França do REAA


(Rito Escocês Antigo e Aceito), instigados pelo Grande Oriente, se separaram daquela
obediência e se constituíram como A Grande Loja Simbólica de França. Um destes
Capítulos, ostentando o nome Os Livres Pensadores, reunidos em Pecq, uma cidade do
Seine e Oise, em novembro de 1881, propôs iniciar na maçonaria Maria Desraimes,
escritora declaradamente anticlerical e batalhadora pelos sufrágios das mulheres. Por tal
iniciação, ocorrida em 14 de janeiro de 1882, o Capítulo foi suspenso, mas já era tarde,
pois Maria Desraimes, uma vez dentro das hostes maçônicas começou a iniciar outras
mulheres de renome, criando um corpo andrógino batizado de Grande Loja Simbólica
Escocesa, em 4 de abril de 1893, tendo sob sua jurisdição uma única loja chamada de O
Direito Humano (Le Droit Humain) e que em 1900 passou a adotar os 33 graus do
REAA.

Na ata de fundação de "Le Droit Humain" (14/03/1893) consta o nome de George


Martin como o único homem presente, e sua mulher (Maria Martin) assinam a ata como
secretária do evento.

Em 1907, a Co-Maçonaria foi para os EEUU. Em 1918, de acordo com Neville Cryer, a
descendente direta de Elizabeth St. Leger Aldworth - Alicia St. Leger Aldworth -
juntou-se a essa nova obediência. Em 1922, segundo Arthur Edward Waite, autor da
"Nova Enciclopédia de Maçonaria", existiam mais de 450 lojas co-maçônicas.
Atualmente, encontram-se lojas co-maçônicas em mais de 50 países, incluindo-se aí, os
EEUU, Canadá, Grã-Bretanha, Austrália, Grécia, Holanda, Chile, Peru, México,
Bélgica, Venezuela e também Brasil.

IV - A Posição do GOB (Grande Oriente do Brasil)

O GOB é radicalmente contra a iniciação de mulheres nas hostes maçônicas por


diversas razões que passaremos a enumerar. A jurisprudência maçônica sobre o assunto
pode ser dividida em duas partes: i) a lei não-escrita (leges non-scriptae); e, ii) a lei
escrita (leges scriptae).

Leis não-escritas:
A Tradição das Antigas Obrigações inglesas proibiam a admissão de mulheres não só na
maçonaria operativa como na Ordem dos Maçons Livres e Aceitos.

A imensa maioria dos classificadores de landmarks da maçonaria proíbe o ingresso de


mulheres na ordem: i) o 18º de Mackey diz: "a exigência de que o candidato (seja)
homem, não mutilado, livre de nascimento e maior de idade"; ii) o 4º de Findel: "a
necessidade de, para ser iniciado, ser homem livre e de bons costumes, ter liberdade
espiritual, cultura geral e ser maior de idade; iii) Pike não faz menção sobre a proibição;
iv) o 7º de Pound: - “a necessidade do maçom ser homem livre e de idade viril" (para
ser iniciado); v) o 4º de Berthelon (GLNF): "o recrutamento masculino", etc.

As Leis escritas (documentos ingleses)

O primeiro documento escrito são as Constituições de Anderson de 1723 que, nos


'Deveres de um Franco-maçom', no item III - das Lojas - reza o seguinte: "As pessoas
admitidas na qualidade de membros das Lojas devem ser homens bons e leais, de
nascimento livre, de idade madura e razoável, de boa reputação; é proibido admitir na
Maçonaria, escravos, mulheres e homens imorais cuja conduta seja motivo de
escândalo". Desnecessário dizer que a proibição se repete nas diversas reedições, de
1738 até a última, quando da fusão com os "Antigos" em 1813.

Leis escritas (documentos brasileiros):

A Constituição do GOB no seu artigo 2º - item VI - reza o seguinte: "São postulados


universais da Instituição Maçônica: a exclusiva iniciação de homens".

O Regulamento Geral da Federação, o Código Eleitoral Maçônico, a Lei Penal


Maçônica, o Código de Processo Penal Maçônico, o Regimento de Recompensa e os
Estatutos das Lojas explicitam em inúmeros capítulos e artigos a "exclusiva iniciação de
homens".

A posição do GOB é, pois consentânea com a posição da maçonaria regular


internacional.

V – Conclusão: A questão da iniciação de mulheres, contudo, não é pacífica, pois, num


mundo em rápido processo de mudanças e cada vez mais globalizado, o avanço
tecnológico vem libertando as mulheres e elas conquistam, cada vez, mais espaço
político, econômico, social e cultural.
MAÇONARIA FEMININA: Prós & Contra II

“Gemischte Freimaurerei“ (Maçonaria Mista) – criada em Hamburgo na Alemanha em


1759. (4). Maria Deraismes fundou a Loja Livres Pensadores, em Paris baseada na
Grande Loja dos Direitos Humanos, em 1893.

A Maçonaria Feminina de Colônia – Alemanha, criada sob a designação de Ordem de


Mopses,segundo Adelino de Figueiredo Lima (Nos Bastidores do Mistério, pág. 302),
foi fundada em 28 de abril de 1738, sob a proteção de Frederico Guilherme I da Prússia,
em represália à bula do papa Clemente XII (atribuía os poderes dos tribunais de
inquisição ao braço secular, especialmente contra as instituições de caridade que a
maçonaria sustentava). (5)

Tanto a Ordem de Mopses como a Maçonaria de Adoção eram mistas e atraíram nomes
ilustres da alta nobreza, tais como as duquesas de Bourbon e de Choiseul, a princesa de
Lamballe, amiga íntima de Maria Antonieta, o que dava a essas Lojas uma requintada
elegância a que não eram insensíveis os gigantes do pensamento moderno, tais como J.
J. Rousseau, d’Alembert, Cabanis, Voltaire, Diderot, Helvetius, etc. (5).

A Maçonaria Feminina influiu poderosamente nas grandes assembléias mundiais, a


contar da paz de Versailles e na Declaração dos Direitos Humanos da ONU. Esta
Ordem conta com milhares de membros nas Américas, Europa e Ásia, sob a designação
de Ordem da Acácia, exclusivamente para senhoras. Essa Ordem reivindica desde 1937,
a supressão do Landmark 18, que veda às mulheres o ingresso na Maçonaria Regular.
(6)

No Brasil, temos notícias da existência de Lojas Mistas já no século XIX. Em


14/01/1871, um grupo de homens fundou uma Loja de mulheres, que recebeu a
designação de Sete de Setembro, sendo desde o início uma Loja Capitular e sua 1ª
Venerável foi a Sra. Francisca Carolina de Carvalho; Secretária a Sra. Philadelpha
Maria de Oliveira Paes; Oradora a Sra. Constantina Augusta de Oliveira Campos. Os
fundadores da Loja foram os Irmãos pertencentes ao quadro das Oficinas Amizade, 7 de
Setembro e América, do Grande Oriente dos Beneditinos, mais tarde unido ao Grande
Oriente Unido do Lavradio, cuja fusão em 1872 deu origem ao Grande Oriente Unido e
Supremo Conselho do Brasil. Em 10 de julho de 1872, a Augusta e Respeitável Loja
Capitular 7 de Setembro recebeu uma Comissão de Regularização, em nome do Grande
Oriente Unido do Brasil, que concedeu o “Brevê Constitutivo”, em obediência ao
decreto de 15/12/1871. O presidente da Comissão foi o Venerável da Augusta e
Respeitável Loja Capitular Amizade, o ilustre Irmão Dr. Joaquim Augusto de Camargo.
Em 1875, o cadastro dessa Loja junto ao Grande Oriente era o de nº 134, segundo o
Irmão Kurt Prober em seu Cadastro Geral das Lojas Maçônicas do Brasil. Ainda
existiram mais 9 Lojas. Suas Cartas constitutivas foram cassadas por ato do Grão
Mestre Quintino Bocaiúva em 25/09/1903. Esses dados encontram-se no Museu do
Grande Oriente do Brasil em São Paulo, Rua São Joaquim, 457. (6). (V Congresso
Maçônico de História e Geografia, em 1990, na sede do GOB, no Lavradio.
www.glada.org.br).

Giuseppe Garibaldi, quando Soberano Comendador Grão Mestre da Maçonaria em


Palermo, a 25 de maio de 1864, decidiu fundar Lojas Femininas, na prática Mistas, já
que irmãos participavam normalmente de seus trabalhos. Iniciou sua esposa e
companheira, a brasileira Anita Garibaldi. Em seus Placets, constam Iniciações de sua
filha Teresita e de Luigia Candia, esposa do Irmão do Grau 33 Paulo de Michelis. Em
1881, Garibaldi reuniu os Ritos de Memphis e Misraim e se tornou o Grande Hierofante
de ambos. Após a morte de Garibaldi, em 1882, os Ritos entraram em um período
"obscuro" até que, em 1890, várias lojas de ambos os Ritos foram reunidas e surgiu o
Rito de Memphis - Misraim. Em 1900, para a liderança do Memphis - Misraim foi
indicado o italiano Ferdinando Francesco degli Oddi que foi substituído, em 1902, pelo
inglês John Yarker. O Rito chegou aos 97 graus.

Simon Bolívar, o grande Libertador da América, era membro de Lojas Lautarianas -


Mistas: ele igualmente fez iniciar sua companheira Manuela de Sáenz.

Organização de Lojas Maçônicas Femininas e Mistas

Em meados do Século XVIII Luisa de Kerruel fundava em França uma Loja do Rito
Escocês, destinada exclusivamente a mulheres. Outras Lojas femininas se lhe seguiram,
incluindo em Portugal. A grande Loja Feminina de Portugal está filiada ao CLIMAF,
Centro de Ligação Internacional das Maçonarias Femininas.

CLIPSAS (Centro de Comunicação e Informação dos Poderes Maçônicos Firmados no


Apelo de Estrasburgo). Foi constituída em 22 de janeiro de 1961 pelos Grandes
Orientes da Bélgica e da França que, motivados pela crescente intransigência e
exclusividades de certas obediências, convidaram toda a Maçonaria do mundo com a
finalidade de reuni-las, respeitando sua soberania, seus ritos e seus símbolos, em uma
grande e verdadeira cadeia de União Universal. (7)

Catena - International Masonic Union Catena (8)

Fundada em julho de 1961, por três Grandes Lojas da Alemanha, Holanda e Áustria às
quais adotaram o princípio básico de posição de igualdade entre homens e mulheres
dentro da Maçonaria. Essas três Grandes Lojas foram: Humanitas Freimaurerei für
Männer und Frauen in Deutschland; Nederlandse Grootloge der Gemengte
Vrijmetselarij NGGV; Österreichischer Universaler Freimaurerorden "HUMANITAS".

Confederação Interamericana de Maçonaria Simbólica (CIMAS) (9)

Entidade soberana e independente da Maçonaria Universal é de inspiração liberal e


adogmática, no espírito da Maçonaria do Terceiro Milênio. Dez Obediências da
América Latina assinaram o documento de sua criação, no dia 21 de setembro de 2002,
em São Paulo, durante as festividades do Equinócio de Primavera, promovidas pela
Obediência-anfitriã, Grande Loja Arquitetos de Aquário.

POTENCIAS INTEGRANTES DA CIMAS:


1) Grande Loja Arquitetos De Aquário-GLADA / Brasil - Sob.·.G.·.M.·. Vera
Facciollo.
2) Gran Oriente de La FrancMasoneria Mixta Universal - GOFMU / URUGUAY -
Ser.·.G.·.M.·. María del Huerto ECHENIQUE SAN PEDRO
3) SOBERANO SANTUARIO DEL RITO PRIMITIVO DE MEMPHIS Y MISRAIM
DE LA REPUBLICA ARGENTINA - Presidente Enrique MORRA
4) Grande Loja Feminina da Maçonaria Brasileira (de Mato Grosso) Sob.·. G.·. M.·.
Gassy BOTELHO MARTINEZ
5) Grande Loja Feminina do Brasil - Sob.·. G.·.M.·. Izilda Aparecida de Carvalho
Ferreira
6) Ordem Maçônica Mística Esotérica do Brasil - Sob.·. G.·. M.·. Gilvan Araujo de
SOUZA
7) GRAN LOGIA FEMENINA DE LA REPUBLICA ARGENTINA DEL ANTIGUO
Y PRIMITIVO RITO DE MEMPHIS Y MIZRAIM - Sob.·. G.·. M.·. Carmen
DAESTER
8) GRAN LOGIA ARQUITECTOS DE ACUARIO‑ ECUADOR - Delegadas del G.·.
M.·. Marina MUÑOZ de MEDINA / Dolores UGARTE GANGOTENA
9) GRAN LOGIA MIXTA DE BOLIVIA - G.·. M.·. Hugo Silva Gonzalez
10) GRAN ORIENTE MASÓNICO CHILENO - G.·. M.·. Héctor Díaz Montenegro.

Ao contrário das Ordens Maçônicas tradicionais sujeitas aos dogmas da Grande Loja
Unida da Inglaterra, a GLADA repudia energicamente o Landmark nº 18, cujo texto,
datado 1723, literalmente proíbe o ingresso na Maçonaria "de escravos, mulheres e
aleijados".

Existem hoje na França cerca de dez Obediências maçônicas, que pertencem ao Grande
Oriente da França. Entretanto, a única Potência Francesa reconhecida pela Grande Loja
da Inglaterra é a Grande Loja Nacional Francesa, fundada em 1913 - masculina, - que
congrega apenas 8 mil membros. Todas as demais Potências são consideradas
irregulares.

É preciso considerar ainda o fato que os 92 mil maçons franceses (ditos irregulares), são
os mais ativos, os que mais participam dos eventos históricos do país, e os que
apresentam as mais importantes contribuições para a Paz Mundial - como a União
Européia, o Parlamento Europeu, a Corte Européia, e reerguimento da maçonaria nos
paises do leste europeu e nos que foram longamente dominados por ditaduras, a luta
pelo laicismo e a defesa dos direitos da mulher em todo o mundo.

Qualquer mulher maçom que se faça reconhecer como tal, às portas do Grande Oriente
da França, tem livre entrada no grande prédio da Rue Cadet nº. 15, em Paris.
Identificando se na rua como maçom, não somente na França, mas em qualquer lugar da
Europa, uma mulher receberá assistência fraternal, da mesma forma que qualquer
homem, e o Irmão que lhe prestar ajuda não terá qualquer expressão de estranheza,
dúvida ou desdém, como é tão comum na América Latina.

(Extraído do Texto "Maçonaria Brasileira do Terceiro Milênio" da GLADA).

Em dezembro de 1988, as 4 Obediências Belgas – Grande Loja Feminina da Bélgica,


Grande Loja da Bélgica (masculina), Federação Belga do Direito Humano (mista) e
Grande Oriente da Bélgica (masculina) assinaram uma declaração conjunta, cujos
termos são os seguintes:
Co-herdeiras de vários séculos de história maçônica, durante os quais tantos maçons
ilustraram a história de nossas regiões, as Obediências signatárias declaram participar da
mesma ordem iniciática, tradicional e universal, que, baseada na Fraternidade, constitui,
sob o nome de Franco-Maçonaria, uma comunidade de pessoas probas e livres; embora
conservando cada uma sua soberania e sua autonomia de decisão, as Obediências
constatam que, para além da sua diversidade e da variedade de suas Lojas, elas têm em
comum:
•A iniciação e a prática do método simbólico.
•A preocupação de trabalhar pela melhoria da condição humana sob todos os aspectos.
•A defesa da liberdade de consciência, de pensamento e de expressão.
•A busca da harmonia entre todos os seres humanos pela conciliação dos opostos.
•A rejeição de todo dogma.

A Carbonária

Nenhuma sociedade secreta fascinou tanto as multidões sequiosas de sua liberdade, ou


da independência política conquistada à custa de sangue e lágrimas, quanto a Maçonaria
Florestal, conhecida como Carbonária, por ter sido fundada pelos carvoeiros de Hanover
– Alemanha, no último quarto do século XV. Expandiu-se depois para a Itália, França,
Áustria, Espanha e Portugal, com fama de violenta e sanguinária. Entrou na história
como organização de caráter político após a Grande Revolução Francesa. (5)

Enfrentou três grandes inimigos: o absolutismo monárquico; a Companhia de Jesus; e


os Bourbons, que se espalhavam pela Europa ligados aos dois primeiros. Organizou-se
em sistema hierárquico do ápice à base em Alta Venda, Choças/ Cabanas e Barracas.
“Barraca” e “choça” designam hierarquias na agremiação da Maçonaria da Madeira.

O seu ideário é idêntico ao da maçonaria, defende o lema celebrizado pela Revolução


Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade (ou Humanidade, em versões carbonárias
atuais).

Identificavam-se como Bons Primos, o Presidente, após certificar-se pela senha e


contra-senha de que todos os presentes eram carbonários, expunha os fins da reunião e
anunciava que ia por em votação uma Raiz, de cuja aprovação dependeriam os destinos
da Sociedade e o futuro dos homens livres.

A Carbonária, também chamada Maçonaria da Madeira e Maçonaria Florestal, em


paralelo com a Maçonaria da Pedra, é o ramo desta que, em Portugal, desencadeou a
implantação da República, e garantiu a sua integridade nos primeiros anos.

O Naturalismo Universal a que se refere o Sereníssimo Grão Mestre, B\ Pr\ Giuseppe


Garibaldi, é a Maçonaria Universal, significando isto que “maçom” e “naturalista” são
palavras sinônimas.
José Bonifácio Andrada e Silva, (um dos alunos de Domingos Vandelli), fundou no
Brasil uma Ordem Carbonária. Legítimo será concluir que foi na Maçonaria Florestal –
Carbonária que Vandelli iniciou os discípulos. (10)

Contribuição da Carbonária feminina

As componentes da Choça “Eva Restituta” espelhadas no exemplo que a princesa


Lamballe dera à Maçonaria Francesa, contribuíram para combater os preconceitos que
entorpeciam as mentes de alguns nobres na Espanha, Portugal e Itália. Elas se
colocaram contra a propaganda clerical realizada nos confessionários, para que
dissuadissem os homens do caminho errado que trilhavam.

Espionagem na Maçonaria (11)

Em 1750, o monge franciscano José Torrubia, revisor e assessor do Santo Ofício na


Espanha, foi encarregado pelos seus superiores de fazer-se iniciar numa Loja sob nome
suposto, com o propósito de conhecer os segredos da Maçonaria e os nomes dos que
dela faziam parte.

Torrubia recorreu então a um meio verdadeiramente jesuítico, depois de ter obtido do


grande penitenciário do papa, dispensa e absolvição do juramento que lhe seria exigido
ao entrar para a Maçonaria. Foi Iniciado numa Loja. Em pouco tempo percorreu todas
as Lojas da Península e inteirando-se de tudo o que nelas se passava, apresentou-se
diante do Tribunal da Inquisição em Madrid, entregando uma acusação espantosa
"contra a abominável instituição da Maçonaria", à qual estava anexa uma lista de 97
Lojas então existentes na Espanha. O rei Fernando VI mandou publicar o seu decreto de
2 de Julho de 1751, em que milhares de maçons foram presos e torturados.

1751 - 18/5 - Bula "Apostolicae Provida", de Bento XIV, confirmando a Constituição


"In Eminenti" de Clemente XII e na qual é repisada a razão principal para esta
condenação: "é que nas tais sociedades e assembléias secretas, estão filiados
indistintamente homens de todos os credos; dai ser evidente a resultante de um perigo
para a pureza da religião católica".

Do lado da Igreja também houve condenação dos Carvoeiros, através da encíclica


Ecclesiam, de Pio VII, em 1821.

Análise conclusiva final

1 – Dificilmente a GLUI (Grande Loja Unida da Inglaterra) abdicará das prerrogativas


de seus Landmarks, especialmente o de número 18;

2 – O GOB (Grande Oriente do Brasil), e a maioria de seus Obreiros, temerosos de


perder a regularidade internacional através da GLUI, não se arriscariam a reconhecer as
demais Potências Maçônicas, mantendo o paradigma de posições irredutíveis,
especialmente quanto à exclusividade de homens em seus quadros de Obreiros;

3 – Apesar das mudanças ocorridas no mundo desde 1717, a Maçonaria Regular não
abdica de seus conceitos para acompanhar a evolução da sociedade e adaptar-se ao novo
mundo. Não passa de puro dogmatismo e é contrário a todos os ensinamentos de nossas
Iniciações. A petrificação é um dos sinais de estagnação e morte, mormente quando se
pretende lutar pelo progresso da Humanidade.

4 – Seria lógico, nos tempos atuais, seguir fielmente alguns conceitos bíblicos?
Exemplos:

Levítico 18: (19-22) – Não te chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, durante a
sua menstruação; Nem te deitarás com a mulher de teu próximo, para te contaminares
com ela; Com homem não te deitarás, como se fosse mulher: é abominação.

Levítico 25:44 - estabelece que posso possuir escravos, tanto homens quanto mulheres,
desde que sejam de países vizinhos...

Êxodo 35:2 - estabelece que quem trabalha nos sábados deve receber a pena de morte.

São conceitos anacrônicos para nós atualmente.

5 – Manter o potencial criativo é a marca do não-envelhecimento; desistir dele em favor


de hábitos, rituais, crenças rígidas e comportamento retrógrado é a marca do
envelhecimento. Na antiga China, o Tao Te Ching proclamou a mesma verdade: Tudo o
que for flexível e fluente tende a crescer, tudo o que for rígido e bloqueado definha e
morre. (12)

6 – A mulher no mundo contemporâneo conseguiu quebrar quase todas as barreiras, e


hoje elas exercem praticamente todas as atividades humanas, inclusive prestam serviços
às Forças Armadas.

A suposta inferioridade da mulher é resultado de um conjunto de fatores


comportamentais, legais, tradicionais e religiosos e não podemos esquecer que a
Maçonaria, e poderíamos juntar as religiões, são os remanescentes de toda essa memória
sagrada da humanidade e, portanto, não poderia fugir à sua herança atávica.

7 – A Maçonaria Regular adota princípios e conceitos dogmáticos como se fossem


verdades absolutas. Canonizada no Século XVIII e proibida de se submeter a uma
revisão, per omnia secula seculorum, totalmente defasada no tempo e no espaço... É
uma alienação refratária ao óbvio ululante. Afinal de onde vem esta pretensa autoridade
Divina para dizer o que é REGULAR ou ESPÚRIO? A verdadeira evolução avança em
forma de espiral e é por isso que quando o caminho parece retornar a um determinado
ponto, na verdade ele está passando novamente por lá, porém em outro nível, mais
acima, numa nova dimensão.

8 – Nos Estados Unidos é editada, a cada ano, a “List of Lodge", contendo todas as
Lojas regulares - na visão norte-americana - do mundo. O que acontecerá quando algum
obreiro, de qualquer parte do mundo, chegar representando uma Loja, e se ela não
estiver na list of lodge? Ele poderá ir passear, porque não entrará em Loja nenhuma do
local. Quem deu tal poder à maçonaria norte-americana, de julgar quem é regular, ou
não? E quem o deu à Inglaterra, a não ser o fato dela ter criado a moderna maçonaria e
ter aberto franchising? Exigindo, dos franqueados, absoluta vassalagem? Por aí se pode
ver como são estranhos os conceitos de regularidade e de irregularidade, que só servem
para dividir, ainda mais, uma maçonaria, que, por definição, deveria ser unida. (13).

9 – Somente a profunda mudança interior de cada um é que fará finalmente com que o
mundo mude para melhor. Quanto mais pessoas se religarem a verdade mais íntima,
mais próxima a humanidade estará atingindo o ponto de equilíbrio. Religiões, seitas e
gurus funcionam muito bem para os que necessitam de regras ou se sentem mais
seguros pertencendo a um certo grupo.

Há pessoas que conseguem beber em todos os ensinamentos e usufruir do melhor que


eles lhes oferecem sem ter de se enquadrar em nenhum específico.

Brasília – DF, em 21/04/2007


Dival Gomes da Costa

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