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Eligência Luis Matsinhe


Jaime Abílio Rajabo
Manuel Francisco
Milton Reginaldo Dias
Mónica Júlia Vicente

AMBIENTES BIOCLIMÁTICOS

Licenciatura em Geografia

Universidade Save
Massinga
2023
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Eligência Luis Matsinhe


Jaime Abílio Rajabo
Manuel Francisco
Milton Reginaldo Dias
Mónica Júlia Vicente

AMBIENTES BIOCLIMÁTICOS

Trabalho de carácter investigativo a


ser apresentado na cadeira de
Geografia Física de Moçambique
sobre forma de Avaliação

Docente: Orlando Francisco Bene

Universidade Save
Massinga
2023
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Índice
0.1.Introdução..................................................................................................................................4

0.2.Objectivos..................................................................................................................................5

Geral................................................................................................................................................5

Específicos.......................................................................................................................................5

0.3.Metodologia...............................................................................................................................5

2.0. Conceitos Básicos.....................................................................................................................6

3.0.Relação do clima com espécies faunísticos e florestais.............................................................7

4.0.Relação do tipo de clima com espécies faunístico e florestal em Moçambique......................14

5.0.Factores de Distribuição da flora e fauna................................................................................16

6.0.Topografia................................................................................................................................19

7.0.Factores Edáficos.....................................................................................................................19

8.0.Distribuição Geográficas das Regiões Bioclimáticas..............................................................19

9.0.Importância da protecção e conservação dos recursos bioclimáticos......................................22

10.0.Zoneamento Ecológico Economico (ZEE)............................................................................22

10.1. Objectivos.............................................................................................................................23

10.2.A Importância do Zoneamento Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável.................23

10.3.Conservação da Biodiversidade e dos Ecossistemas.............................................................23

10.4.Redução dos Impactos Ambientais Negativos......................................................................24

11.0.Conclusão..............................................................................................................................25

12.0.Referências bibliográficas.....................................................................................................26
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0.1. Introdução
O presente trabalho surge na cadeira de Geografia Física de Moçambique, cujo tema é Ambientes
Bioclimáticos, este envolvem os elementos bióticos e abióticos e suas interacções com meio
ambiente. Para compreensão deste conteúdo, neste trabalho temos de princípio a definição de
ambiente bioclimático, de seguida a descrição das duas ciências que constituem o ambiente
bioclimático, seguida a relação do tipo de clima com espécies faunísticos e florestais, factores de
distribuição da flora e fauna, distribuição geográficas das regiões bioclimáticas, importância da
preservação e conservação dos recursos bioclimáticos e por fim zoneamento ecológico
económico. O presente trabalho visa a compreender a dinâmica do ambiente bioclimático, e
contem objectivos específicos que contemplam o objectivo geral. Para elaboração do presente
trabalho recorreu-se a vários métodos que destacam: método da revisão bibliográfica, que
consistiu na leitura e interpretação de diversos manuais, sites inerentes a abordagem do tema em
estudo.

O presente trabalho esta estruturado da seguinte forma, introdução, objectivos específicos e


objectivo geral, metodologia usada para a produção do mesmo, o desenvolvimento do tema em
estudo, conclusão e por a respectiva referência que estão alistadas as obras para compilação do
mesmo.
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0.2. Objectivos

Geral
 Compreender a dinâmica do ambiente bioclimático

Específicos
 Identificar os factores de distribuição da fauna e flora;
 Explicar os factores da distribuição e a relação do tipo de clima com fauna e flora;
 Explicar importância da preservação e conservação dos recursos bioclimáticos.

0.2. Metodologia
Para a elaboração deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico que consistiu na leitura,
análise e interpretação de dados retirados em obras científicas, na consulta de vários artigos da
internet e por fim compilação da informação cujas bibliografias estão localizadas na última
página

Como forma de querer aprofundar o trabalho, recorreu-se à igualmente, à pesquisa bibliográfica


que na visão de LAKATOS (1999:66), “ela abarca toda a Bibliografia tornada publica em
relação ao tema de estudo, desde publicações de boletins, pesquisas, monografias, obras, sites
etc. e este método será importante para a obtenção de bases teóricas e científicas para justificar
os factos e fenómenos observado através de consultas de livros e documentos disponíveis nas
bibliotecas”.
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2.0. Conceitos Básicos

Ambientes Bioclimáticos
O ambiente bioclimático é a combinação dos elementos bióticos e abióticos dentro do
ecossistema. Consideram-se elementos bióticos os seres vivos (plantas e animais) e elementos
abióticos são aqueles que não tem vida (a temperatura, água, o ar, etc).

Climatogeografia
Ciência geográfica que estuda os climas, ou seja, os fenómenos que ocorrem na atmosfera,
tomando em conta os aspectos de repartição territorial (Ayoade, 2003)

Biogeografia
A Biogeografia, é a ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos no espaço
através do tempo, procurando entender padrões de organização espacial e processos que
resultaram em tais padrões.

Biogeografia é a área da ciência biológica que estuda a distribuição dos seres vivos no espaço e
através do tempo. Assim, estuda-se a distribuição da vida com base em sua dinâmica na escala
espacial e temporal no planeta Terra (UCM,sd)
Abiótico (A = ausente, BIO = vida) - factores ausentes da presença de seres vivos ou suas
relações, mas sim pelas propriedades físicas e químicas da biosfera (factores ambientais)

Biótico (BIO = vida) - factores ocasionados pela presença de seres vivos ou suas relações.

Flora - Conjunto das espécies vegetais de uma determinada localidade. É também um conjunto
de plantas que servem para um determinado fim.

Fauna é o termo colectivo para a vida animal de uma determinada região ou período de tempo

.
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3.0.Relação do clima com espécies faunísticos e florestais


Clima é o padrão de comportamento atmosférico de uma determinada região em um determinado
período de tempo.

Os principais tipos de clima do mundo são divididos em 10 tipos, são eles: Temperado,
Equatorial, Tropical, Subtropical, Mediterrâneo, Frio, Frio de Montanha, Polar, Semi Árido e
Desértico (Ayoade,2003),

 Temperado

Na visão Semedo & Queiroz (s/d), o clima temperado se caracteriza por ter as quatro estações do
ano bem definidas. No período de verão as temperaturas são altas (com médias de 18 graus) e no
inverno são baixas (com máximas em torno de 5 graus).

O outono tem temperaturas mais amenas em comparação com o inverno e a primavera tem
temperaturas mais quentes que preparam para a chegada do verão. As chuvas são bem
distribuídas ao longo de todo ano e podem chegar a 2000 milímetros anuais.

Flora e fauna

A flora do clima temperado é composta principalmente por árvores altas, como as araucárias, que
formam as florestas temperadas. Existem também áreas de planícies, com uma espécie de
vegetação baixa chamada pradaria.

Na floresta temperada, durante o outono, as folhas das árvores mudam de cor, deixando a
paisagem em tons avermelhados e amarelados.

Como as estações do ano são bem definidas, a fauna do clima temperado é bem diversa. Alguns
animais que representam a fauna do clima temperado são gambás, corujas, lobos, javalis e
morcegos

Localização

O clima temperado ocorre uma parte da Brasil Argentina e da Austrália, além de muitos países
do Continente Europeu e da Ásia.

 Equatorial
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O clima equatorial tem temperaturas altas e muita humidade durante o ano todo, com grande
ocorrência de chuvas em todas as estações. É comum que a quantidade de chuva ultrapasse os
2000 milímetros por ano.

Além disso, a amplitude térmica é pequena, ou seja, a diferença entre temperaturas máximas e
mínimas é pequena. A média anual fica em torno de 26 graus, com mínimas de 18 graus e
máximas de 35.

Flora e fauna

A floresta equatorial é o bioma que melhor representa esse clima, formada principalmente por
uma vegetação diversa com árvores de grande porte. As espécies típicas da floresta equatorial
são bem adaptadas aos ambientes húmidos.

O solo é igualmente húmido, formado por camadas de restos do processo de decomposição de


animais, folhas de árvores e plantas.

A fauna do clima equatorial é de animais bem adaptados aos ambientes húmidos das florestas,
como sapos, macacos, papagaios tucanos, onças e uma grande variedade de insectos.

 Tropical

Para Gómez, (2007), no clima tropical não existem muitas diferenças entre as estações do ano.
Por isso, a temperatura também não é muito variável e as médias são altas, em torno de 20 graus.

Apesar das estações não serem bem definidas, o clima tropical possui duas épocas que se
diferenciam pela quantidade de chuva: um período de bastante seca (clima tropical seco) e outro
chuvoso (clima tropical húmido). A quantidade de chuva pode chegar a 3000 milímetros em um
ano.

Flora e fauna

O clima tropical tem dois tipos de vegetações predominantes, que variam conforme a região e
quantidade de humidade local. A vegetação pode ser mais seca - chamada de savana - ou típica
de climas mais húmidos, como a Floresta Amazônica. Esse clima conta com uma diversidade de
animais, como peixes, pássaros, onças, tucanos, araras, macacos, bichos-preguiça e insectos.
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Localização
No mundo, o clima tropical ocorre em regiões de Equador, Peru, Costa Rica, Cuba, Venezuela,
Austrália, Tailândia, Singapura, Madagáscar, Angola, Congo e Quénia.

 Subtropical

O clima subtropical tem algumas semelhanças com o tropical. Tem as quatro estações do ano
bem definidas, sendo o verão seco e com altas temperaturas e o inverno seco, mas com
temperaturas baixas. A temperatura anual é de 20 graus.

A quantidade de chuva é bem distribuída ao longo de todo ano e não costuma ultrapassar a média
de 1000 milímetros anuais.

Flora e fauna
A vegetação é formada por árvores altas e as florestas subtropicais podem ter vegetações
diferentes, de acordo com a região e com índice de chuva local, que também influência no tipo
de vegetação encontrada.

As florestas de araucárias são típicas, principalmente nas zonas mais elevadas e os bambus
também se desenvolvem em algumas regiões. Em outras regiões podem ser encontradas espécies
menores, como herbáceas e musgos.

No Rio Grande do Sul e em parte do Uruguai e da Argentina esse clima é representado pelo
Pampa, formado por pequenos arbustos e espécies rasteiras.

A fauna subtropical é bastante diversa e abriga espécies como sapos, onças, jacarés, cobras,
peixes, tamanduás, capivaras e gado

 Subtropical

O clima subtropical tem algumas semelhanças com o tropical. Tem as quatro estações do ano
bem definidas, sendo o verão seco e com altas temperaturas e o inverno seco, mas com
temperaturas baixas. A temperatura anual é de 20 graus.

A quantidade de chuva é bem distribuída ao longo de todo ano e não costuma ultrapassar a média
de 1000 milímetros anuais.
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Flora e fauna
A vegetação é formada por árvores altas e as florestas subtropicais podem ter vegetações
diferentes, de acordo com a região e com índice de chuva local, que também influência no tipo
de vegetação encontrada.

As florestas de araucárias são típicas, principalmente nas zonas mais elevadas e os bambus
também se desenvolvem em algumas regiões. Em outras regiões podem ser encontradas espécies
menores, como herbáceas e musgos.

A fauna subtropical é bastante diversa e abriga espécies como sapos, onças, jacarés, cobras,
peixes, tamanduás, capivaras e gado.

É típico de países como Uruguai, Argentina, México, Argélia, Tunísia, Egipto, Israel, Índia,
Brasil, Nova Zelândia e Austrália.

 Mediterrâneo (mediterrânico)

O clima mediterrâneo é caracterizado por estações do ano com temperaturas bem variadas e
chuva mal distribuída durante os meses, com médias anuais de aproximadamente 1000
milímetros.

Os Verões são bastante quentes e secos, com temperaturas médias de 20 graus. Já o inverno é
bem chuvoso, com temperaturas baixas que podem chegar a 1 grau em alguns locais.

Nas regiões mais próximas do mar os índices de humidade são bastante altos, a média anual fica
entre 70% e 80%.

Flora e fauna

A vegetação do clima mediterrâneo é representada pelas Florestas Mediterrâneas e por espécies


resistentes ao calor e à baixa humidade do verão mediterrâneo. É composta por árvores de porte
pequeno ou espécies rasteiras, como oliveiras, videiras, alfazema e cedro.

São animais típicos desse clima: répteis, veados, raposas, lebres, esquilos, corujas, cobras e
coelhos. Existe também uma grande diversidade de aves e de insectos.
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Oliveira
As oliveiras são árvores típicas do clima mediterrâneo.

Localização
O clima mediterrâneo ocorre nas regiões que ficam entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio.
Predomina nos locais banhados pelo Mar Mediterrâneo, principalmente ao norte da África e ao
sul da Europa. Marrocos, Espanha, Itália, Croácia, Turquia, Líbano, Síria, Argélia e Tunísia são
alguns países com clima mediterrâneo.

Frio (subpolar)
Segundo Torres (2008), o clima frio se caracteriza por duas estações bem definidas durante o
ano: verão e inverno. O verão costuma ser ameno, com temperaturas pouco elevadas que não
costumam ultrapassar a média de 10 graus. Já o inverno é muito gelado e facilmente as
temperaturas chegam abaixo de zero e por isso a formação de neve é comum. As chuvas não são
muito frequentes e normalmente não ultrapassam 1000 milímetros durante o ano todo.(p.99)

Flora e fauna
A vegetação mais típica do clima frio são as coníferas, espécies altas e muito resistentes ao frio.
A floresta dessa região é chamada de boreal ou alpina. Como as temperaturas são muito baixas, a
diversidade de vegetação é menor, já que poucas espécies são resistentes aos invernos longos e
rigorosos. Coníferas, floresta boreal é uma das vegetações mais encontradas no clima subpolar,
possuidores de uma casa especial, na fauna árctica constam raposas, lobos, vienas, gansos,
doninhas, falcões e ursos (Azevedo, 1991).

Localização

O clima subpolar acontece somente nas regiões mais extremas, nas localidades próximas ao
Círculo Polar Árctico. Apresentam esse clima países como Finlândia, Suécia, Noruega, Islândia e
Groenlândia e algumas regiões do Canadá, Estados Unidos (Alasca) e Rússia.
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 Frio de Montanha

Na visão Ayoade (2003), esse tipo de clima é caracterizado por grande variação entre as
temperaturas mínimas e máximas. A variação das temperaturas é regida pela altitude, as
temperaturas são mais baixas nas áreas com mais altitude. No inverno, a formação de neve
sempre acontece e as temperaturas registadas são negativas. Nas regiões mais altas a neve tende
a não derreter durante o ano todo, independentemente da temperatura. Normalmente a
quantidade de chuva não passa 1500 milímetros por ano.

Flora e fauna

Como acontece em outras regiões frias, nesse a vegetação é composta basicamente por árvores
resistentes ao frio intenso (como as coníferas) e por vegetações rasteiros e húmidas (como os
musgos). Quanto maior a altitude, menor é a quantidade de vegetação encontrada e nas regiões
mais elevadas a vegetação não existe. Alguns animais que são adaptados às grandes altitudes e
ao frio são veados, ursos, lhamas e os leopardos das neves. As lhamas são originárias dos Andes
e os leopardos do Continente Asiático.

Localização

O clima frio de montanha é típico de regiões montanhosas, onde as altitudes são maiores. Ocorre
em alguns países europeus, asiáticos, sul-americanos e em parte dos Estados Unidos. Alpes
Suíços, Himalaia, Pirineus e Cordilheira dos Andes são regiões de frio de montanha.

 Polar

A característica mais marcante do clima polar são as temperaturas extremamente baixas. No


período de inverno, a média das temperaturas é 30 graus negativos, podendo ser ainda mais baixa
em alguns momentos. No verão, as temperaturas também são baixas normalmente não
ultrapassam os 5 graus. A chuva é bem escassa no clima polar e as médias anuais não costumam
ultrapassar a marca de 150 milímetros (Torres, 2008)

 Semiárido

Para Torres e Machado (2008), o clima semiárido tem temperaturas elevadas e pouca humidade,
com sensação térmica de calor e ar seco. A variação térmica não é muito grande e as
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temperaturas médias ficam em torno de 28 graus. Os índices de chuva são baixos e não
uniformes ao longo do ano, sendo mais comuns no primeiro semestre. A média de chuvas não
costuma ultrapassar 750 milímetros por ano. No Brasil as chuvas são mais abundantes, quando
comparamos com outros países com o mesmo clima.

Flora e fauna

A vegetação típica do semiárido é composta por zonas de Cerrado e Caatinga. As árvores são de
pequeno porte e a vegetação é pouco desenvolvida, pela ausência de chuvas e excesso de calor.

Cactos e gramíneas são espécies encontradas nessas regiões. A fauna é formada por animais bem
adaptados ao clima, como algumas espécies de anfíbios, répteis e mamíferos. Sapos, cobras,
onças, veados, macacos e lobos são alguns dos animais que vivem no clima semiárido.

Localização

O clima semiárido é comum em zonas com altas temperaturas durante o ano todo ou em regiões
com invernos e Verões bem definidos. Ocorre em algumas zonas da América do Norte e alguns
países da América do Sul e da África.

 Desértico

O clima desértico se caracteriza por grande amplitude térmica, ou seja, muita diferença entre as
temperaturas mínimas e máximas. O calor tem temperaturas muito elevadas e os frios são de
temperaturas muito baixas. A amplitude térmica pode acontecer em um mesmo dia, com
temperaturas elevadas durante o dia e temperaturas excessivamente baixas durante a noite. Em
um mesmo dia as temperaturas podem variar até 45 graus. O índice pluviométrico é bastante
baixo e as médias anuais de chuva não passam de 250 milímetros durante um ano. Em
consequência disso, a humidade relativa do ar também é muito baixa, sendo inferior a 10%
durante quase todo o ano https://www.todamateria.com.br/deserto - recuperado no dia 14-05-
2023

Flora e fauna

O clima desértico tem pouca variedade de vegetação, já que o clima não é favorável ao
desenvolvimento vegetal. Poucas espécies são adaptadas à sobrevivência em condições tão
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variáveis como essas, sendo os cactos e os arbustos pequenos os tipos mais comuns. O solo é
pobre nutriente e bastante seco, por conta do calor e dos índices de humidade, que são muito
baixos. Por isso, o solo arenoso não é fértil.

A fauna também não é diversa, já que são poucos os animais adaptados a esse clima. Insectos e
alguns tipos de répteis são animais que podem sobreviver no clima desértico.

Saara

O Deserto do Saara, que se estende por mais de dez países do Continente Africano, é uma região
de clima desértico.

Localização

Esse clima ocorre em regiões próximas aos Trópicos de Câncer e Capricórnio, como parte de
África, Ásia, Estados Unidos, Chile, Peru e Austrália. Deserto do Saara, da Namíbia e do
Atacama são alguns exemplos desse tipo de clima.

4.0. Relação do tipo de clima com espécies faunístico e florestal em Moçambique


Tipo de Localização Característica Fauna Flora
Clima
Clima Tete (Sul), As Elefantes, Vegetação
Tropical Manica temperaturas Leoa, não é
Seco (Norte e Sul) médias anuais Rinoceronte, abundante,
e Inhambane acima dos Cervo, plantas
e Gaza no 20°c e as Zebras, xerófilas,
interior precipitações Javali, Cobra espinhosas, e
inferior á 60 suculentas,
mm. Capim,
Clima De Norte a TMA variam Lagartos, Savana
Tropical Sul na parte entre 24°-26° tigre, (Vegetação
Húmido litoral e cobre Precipitações leopardo arbustiva e
quase todo cerca de 1000 Macacos, arbórea,
território do a 1400mm de morcegos, capim e
Norte pluviosidade leão, trepadeiras)
borboletas, e
mais
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Clima de As regiões de São as regiões Lagartos, Savana


Altitude montanhas mais frescas e tigre, (Vegetação
mais leopardo arbustiva e
Macacos,
pluviosas, as arbórea,
morcegos,
temperaturas capim e
leão,
médias anuais trepadeiras
borboletas, e
a 22°c,as
mais
precipitações
são
abundantes
(1400-
2000mm)
Clima Pafúri no As Cabrito do Estepe( Vege
Tropical interior de temperaturas mato,búfalo tacao com
Semi- Árido Gaza e são elevadas e muito mais. poucas folhas
Inhambane acima de 26°c e adptadas
e escassez de para períodos
precipitações de seca
Fonte: http://www.ucm.ac.mz/

5.0. Factores de Distribuição da flora e fauna


A distribuição geográfica dos animais está dependente dos mesmos factores que influem
na distribuição das plantas. As plantas, por sua vez, condicionam a distribuição dos animais,
especialmente dos herbívoros, que delas se alimentam, consequentemente, dos carnívoros que
procuram os herbívoros.

Os ecossistemas são compostos pelos organismos vivos que habitam um local e


interagem entre se e pelas condições físicas e químicas do meio ambiente que afectam tanto as
populações quanto ao funcionamento do ecossistema. A este conjunto de características físicas
damos o nome de factores abióticos.

Os factores principais são:

1. Climáticos (luz solar, temperatura, humidade).


2. Topográficos (altitude, declive do solo, exposição, etc.).
3. Edáficos (natureza do solo, influência física e química do meio).
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a) Factores climáticos

 Temperatura

Segundo UCM, a variação térmica de uma região define os limites de vida dos organismos vivos.
Em mutos casos, ocorre nas zonas temperadas, as baixas temperaturas fazem os organismos
migrarem ou hibernarem, alterando toda dinâmica do ecossistema. Inversamente, os períodos
quentes e secos das savanas africanas exigem o máximo de resiliência das populações que nelas
abitam. As adaptações comportamentais e morfológicas dos seres vivos relacionadas as
condições térmicas tem uma longa história evolutiva e, por este motivo, o rápido e recente
aquecimento do planeta é extremamente preocupante, pois muitos organismos não serão capazes
de sobreviver as tais mudanças. Do mesmo modo, há também um limite superior específico,
acima do qual a Vida se torna impossível para a espécie. Por isso, as plantas dividem-se em:

Megatérmicas – São plantas mais exigentes em calor, isto é, o seu óptimo está entre 20 °C e um
pouco mais como a maioria das espécies da floresta, tais como, girassol.

Microtérmicas – São as espécies menos exigentes em calor, o seu óptimo é próximo dos 0 °C,
por exemplo, as coníferas da taiga.

Hequistotérmicas – São espécies vegetais adaptadas aos climas de frio rigoroso quase sempre
abaixo dos zero graus.

Mesotérmicas – São plantas que melhor se adaptam, quer ao calor do Verão, quer aos Inverno
frios dos climas temperados; o seu óptimo é cerca de 15 °C.

Euritérmicas – São plantas que suportam grandes amplitudes térmicas e estão adaptadas ao frio
e a altas temperaturas. Perdem a folha na época fria como defesa; outras possuem folhas largas e
grandes a fim de aumentarem a evaporação na época quente, provocando uma diminuição da
temperatura.

 Humidade

Para UCM, a água é fundamental para vida e condiciona a biodiversidade num determinado
lugar nos ecossistemas terrestre. Cada ser necessita determinada quantidade de água para
sobreviver, e podem desenvolver determinadas adaptações á quantidade de água disponível no
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ecossistema onde habita. A humidade é a quantidade de água que existe na atmosfera e no solo.
As plantas são muito sensíveis a pluviosidade. Por exemplo em climas secos, as plantas tem
raízes superficiais e longas, caules carnudos e folhas em forma de espinhos (ex: cactos), os
animais podem apresentar adaptações como impermeabilização de seu corpo, redução da urina e
da transpiração (ex: camelos e dromedário)

A humidade permite a fotossíntese e a dissolução dos sais minerais. Em relação as necessidades


em humidade, as plantas dividem-se em: higrófilas, hidrófilas, tropófilas, xerófilas e halófitas.

 Higrófilas- São plantas muito exigentes à água; vivem permanentemente em meio


aquático (algas).
 Hidrófilas – São plantas muito exigentes à água, vivem em ambientes muito húmidos na
superfície terrestre, no clima equatorial ou à beira dos rios (arroz).
 Tropófilas – Estão compreendidas entre as higrófilas e as xerófilas, isto é, aquelas que se
adaptam a um período húmido e a um período seco, espécies dos climas temperados ou
tropicais; perdem a folha na estação seca.
 Xerófilas – Espécies vegetais dos climas com estação seca ou desértica. Desenvolvem-se
em ambiente de pouca água.
 Halófitas - Espécies dos climas temperados ou tropicais que vivem em meios salgados,
especialmente junto ao mar, ou sob influência das marés: avicénia, coqueiro, etc.

 Luz solar

É uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o sol. É indispensável ao desenvolvimento


das plantas. De facto, os vegetais produzem a matéria de que o seu organismo é formado através
de um processo. A fotossíntese é realizada a partir da captação da energia luminosa.
Praticamente todos os animais necessitam de luz para sobreviver. São excepção algumas
espécies que vivem em cavernas e as espécies que vivem no meio ambiente aquático. As
borboletas são espécies que necessitam de elevada intensidade luminosa, pelo que são
designadas por espécies lucífilas. Por oposição, seres como o caracol e a minhoca não necessitam
de muita luz, evitando-a, pelo que são denominadas espécies lucífugas. (UCM, sem data)
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Todas as plantas com clorofila precisam de luz para realizar a fotossíntese, mas as espécies não
têm as mesmas exigências em luz solar; há um óptimo para cada espécie que se adapta a um
determinado grau de luminosidade, nesta base distinguem-se dois tipos de plantas:

Heliófitas: as mais exigentes em luz, como o girassol.

Esquisiáfitas: as que desenvolvem todo o seu ciclo apenas com alguma luz ou na sombra, como
é o caso das hortícolas.

 Vento

Na visão de Ayoade (2003), o vento, ar em movimento, é um outro parâmetro climático que


afecta na distribuição da fauna e flora. Positivamente, o vento desempenha um papel importante
na dispersão das plantas. O consumo de bióxido de carbono das plantas e as taxas de transpiração
tendem a crescer com aumento de velocidade do vento, é responsável pelo transporte de pólen,
ajudando a fecundação. Devido à agitação das folhas, o vento vai renovando o ar húmido
substituindo-o por mais seco, activando a transpiração, e disseminando, as sementes (p. 275)

6.0. Topografia
O relevo do solo é principal agente responsável pelas das condições locais em que vivem os
vegetais terrestres. Durante parte do ano as encostas umbrias apenas recebem luz difusa ao passo
que as soalheiras são frequentemente banhadas por luz solar directa. A exposição das encostas
tem uma influência extraordinária na cobertura vegetal, quer devido as diferenças de
temperatura, quer as precipitações atmosféricas, assim como ao predomínio dos ventos e a
intensidade da luz.

7.0. Factores Edáficos


São plantas que procuram substâncias minerais para sobrevivência, deste modo, segundo este
critério podem ser agrupadas em:

Calcícolas – As que preferem terrenos de calcário.

Calcífugas – As que vivem em terrenos ricos em cloreto de sódio.


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Halófitas – As que preferem solos ricos em sais de potássio enquanto as plantas de solos ricos
em proteínas se designam nitrófilas.

8.0. Distribuição Geográficas das Regiões Bioclimáticas


Estudos efectuados sobre os principais ambientes bioclimáticos munidas, relacionam as áreas de
distribuição das principais formações vegetais e a respectiva vida animal dominante com
características de natureza climática dessas mesmas áreas. As principais regiões bioclimáticas do
mundo são: a região intertropical, a região temperada, a região fria e a região das grandes
altitudes.
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Figura 1 – Zonas Bioclimáticas da Terra

Fonte: https://www.tabalhosfeitos.com/ensaios/Regioes-Bioclimaticas/53974250.html
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Figura 2 – Zonas bioclimáticas de Mundo

Fonte: https://www.tabalhosfeitos.com/ensaios/Regioes-Bioclimaticas/53974250.html
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9.0. Importância da protecção e conservação dos recursos bioclimáticos


A protecção dos recursos bioclimáticos é um assunto de alta importância, e que tem resultado na
criação ou surgimento de várias organizações com único propósito.

Os recursos bioclimáticos têm uma grande importância para vários sectores da vida quotidiana,
desde a medicina, saúde, alimentação e inter-relação (fauna e flora). Portanto a sua extinção
destes recursos poderia comprometer esses sectores e muitos outros, o equilíbrio ecológico e
biológico.

Para além disso, a poluição do ar, da água e dos solos produz alterações nocivas nos habitats de
muitas espécies, conduzindo á sua extinção.

Proteger esses recursos envolve o cumprimento dos calendários para pesca (recursos
pesqueiros),caça, evitar o desmatamento, poluição do solo e da água, controlar as actividades
industriais, criar áreas de protecção para preservar as espécies de flora e fauna em vida de
extinção e outros actos que possam causar a extinção destes.

Além disso, outro ponto é a necessidade de proteger para as futuras gerações possam fazer o
uso, porque é de se afirmar que sem esses recursos a vida ficaria comprometida.

A poluição, ou não conservação dos recursos (faunísticos ou florais), pode resultar na poluição
atmosférica, e isso por sua vez, vai causar o aquecimento global, é o caso da queima ou
libertação de gases de grandes indústrias é um ponto de destaque no que corresponde a poluição
atmosférica.

A conservação ou protecção do ambiente atmosférico envolve o controlo dos gases libertados, o


plantio de árvores, isso para a purificação do ar. E levando a cabo, esses actos de actos de
controlo, evitamos aquilo que é a destruição da camada triatómica, o carbono.
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10.0. Zoneamento Ecológico Economico (ZEE)


ZEE é um instrumento técnico e político para o planeamento das diversas esferas de governo,
para a gestão do território e para o fortalecimento institucional e da participação social.

Zoneamento ecológico económico é a classificação de um território de forma a definir zonas


homogéneas, segundo critérios ou objectivos prés estabelecidos. Ela e baseado nos três pilares do
desenvolvimento sustentável sociedade, económico e meio ambiente (Santos, 2004)

ZEE também proporciona diversos benefícios para a sociedade sendo estes:

Contribuição para a melhorarias na eficácia das políticas publica de desenvolvimento e do meio


ambiente, melhoras da capacidade de percepção das inter-relações entre os diversos componentes
ambientais, melhoria de capacidade de prever os impactos ambientais e sócias.

10.1. Objectivos
O objectivo principal do zoneamento ambiental é promover o desenvolvimento sustentável,
buscando conciliar o crescimento económico com a protecção ambiental, garantindo a qualidade
de vida da população actual e das gerações futuras (Vasconcelos, 2013)

10.2. A Importância do Zoneamento Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável


Equilíbrio entre Desenvolvimento Económico e Protecção Ambiental

O zoneamento ambiental é uma ferramenta importante para o equilíbrio entre o desenvolvimento


económico e a protecção ambiental, garantindo que as actividades humanas ocorram de forma
sustentável. Com ele, é possível identificar as áreas onde as actividades humanas podem ocorrer
sem prejuízo ao meio ambiente e à qualidade de vida das populações locais.

10.3. Conservação da Biodiversidade e dos Ecossistemas


O zoneamento ambiental contribui para a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas,
identificando e protegendo áreas importantes para a manutenção da diversidade biológica e dos
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serviços ecossistêmicos, tais como a regulação do clima, a polinização, a purificação do ar e da


água, entre outros.

10.4. Redução dos Impactos Ambientais Negativos


O zoneamento ambiental também busca reduzir os impactos ambientais negativos das
actividades humanas, identificando as áreas onde as actividades económicas são incompatíveis
com a preservação ambiental e restringindo a sua realização nessas áreas
https://oeco.org.br/dicionario-ambiental/27545-o-que-o-zoneamento-ecologico-economico/
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11.0. Conclusão
Findo do trabalho conclui-se que o clima tem uma grande relação com as espécies
faunísticos e florestais. O planeta Terra, apresenta vários tipos de clima, com as respectivas
características em cada tipo de clima. A vegetação é influenciada directamente com o tipo de
clima, na região intertropical é caracterizado por clima tropical e equatorial, devido maior
abundância da precipitação ao longo do ano a vegetação é do tipo densa, onde constituídos pela
aproximação das árvores.

Conclui-se que, a flora do clima temperado é composta principalmente por árvores altas,
como as araucárias, que formam as florestas temperadas. Existem também áreas de planícies,
com uma espécie de vegetação baixa chamada pradaria.

Conclui-se que, a vegetação típica do semiárido é composta por zonas de Cerrado e


Caatinga. As árvores são de pequeno porte e a vegetação é pouco desenvolvida, pela ausência de
chuvas e excesso de calor.

Conclui-se que, a distribuição geográfica dos animais está dependente dos mesmos
factores que influem na distribuição das plantas. As plantas, por sua vez, condicionam a
distribuição dos animais. F actores climáticos (temperatura, sol, humidade), topográfico,
edáficos.

Conclui-se que, a protecção dos recursos bioclimáticos é um assunto de alta importância, e que
tem resultado na criação ou surgimento de várias organizações com único propósito. Os recursos
bioclimáticos têm uma grande importância para vários sectores da vida quotidiana, desde a
medicina, saúde, alimentação e inter-relação (fauna e flora). Portanto a sua extinção destes
recursos poderia comprometer esses sectores e muitos outros, o equilíbrio ecológico e biológico.

Conclui-se que, zoneamento ecológico económico é um instrumento técnico e político para o


planeamento das diversas esferas de governo, para a gestão do território e para o fortalecimento
institucional e da participação social.
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12.0.Referências bibliográficas
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TRMM microwave radiometer surface rainfall retrievals. 2007.
2. SEMEDO, Énio, QUEIROZ, José. Geografia – 7o de escolaridade, Lisboa: Porto Editora,
s/d.
3. TORRES, Fillipe Tamiozzo Pereira e MACHADO, Pedro José de Oliveira. Introdução à
Climatologia. Ed. Geographica. 2008.
4. AYOADE, J.O. Introdução à climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro:
5. Bertrand Brasil, 2003.
6. AZEVEDO, G. G. Panorama do mundo: natureza e sociedade. São Paulo: Editora Atual,
1991.
7. https://www.todamateria.com.br/deserto - recuperado no dia 14-05-2023
8. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE (sd). Manual de Biogeografia.
Moçambique – Beira, disponível no site http://www.ucm.ac.mz/
9. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE (sd). Geografia de Moçambique I
Moçambique – Beira, disponível no site http://www.ucm.ac.mz/
10. SANTOS, R. F. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos,
2004. 184p.
11. VASCONCELOS, V.V; HADAD, R.M; JUNIOR, P.P,M; Zoneamento
EcológicoEconômico - Objetivos e Estratégias de Política Ambiental. Gaia Scientia.
2013.
12. https://www.tabalhosfeitos.com/ensaios/Regioes-Bioclimaticas/53974250.html
13. https://oeco.org.br/dicionario-ambiental/27545-o-que-o-zoneamento-ecologico-
economico/ recuperado no dia 14-05-2023

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