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e
Boyveau & Chevillet
Livres en toutes langues
22,R. de la Banque, PARIS
Dn
116
1.2
BA
ME
333
>
1
.
Il 1
DANTE ALIGHIERI
A DIVINA COMEDIA
PELO
( OBRA POSTHUMA )
RIO DE JANEIRO
IMPRENSA NACIONAL
1888
3704-88
Dn 116.1.2
O EDITOR
IL POEMA SACRO
Araripe Junior.
20 de Janeiro de 1888 .
A DIVINA COMEDIA
O INFERNO
CANTO I
DA
A minha vida em meio do caminho,
Tendo perdido o rumo verdadeiro,
Em uma selva escura dei commigo.
Ah ! como é arduo descrever qual era
Aspera, brava, cspessa de tal modo,
Que só a idéa me renova o susto !
4 A DIVINA COMEDIA
CANTO II
CANTO III
9
18 A DIVINA COMEDIA
CANTO IV
.
Ora baixemos á região das trevas,
(Começou todo pallido o Poeta),
Irei adiante, e tu virás seguindo.
Eu, que aviso puzera em seu desmaio,
Respondi :- Como irei, si defalleces,
Tu que sóes animar minha fraqueza ?
Replicou : - A expressão do meu semblante
Causada pelas gentes que aqui soffrem ,
Não é temor comtudo, é sim piedade .
Urge o tempo, sus, a estrada é longa.
Disse, poz-se a caminho, e no primeiro
Circulo entrei, que ao outro reino cinge .
Ahi, si os meus sentidos crer me cumpre,
Prantos não, mas suspiros resoavam ,
Que faziam tremer o eterno ambiente .
Procediam de angustias sem martyrio
Que a muitas affligia grandes turbas,
Como de infantes, de homens, e mulheres .
Tornou-me o sabio Mestre : - Não indagas ,
Que espiritos são esses, em que advertes ?
Antes de ires além, quero que o saibas .
Não peccaram : si boas obras contam
Isto não suppre a falta do baptismo,
Que é ádito da fé, na qual tens crença.
Tendo vivido anteriormente a Christo,
Não prestaram a Deus devido culto ;
E eu proprio me acho entre estes incluido .
Por tal defeito, e mais nenhum delicto,
Fóra da graça, é pena unica nossa
Sempre almejar sem ter nunca esperança.
De ouvil-o si me encheu de magoa o peito ;
Pois colligi que muita alma excellente
Estaria suspensa neste limbo .
Para seguro então na fé basear-me,
Que debella, e que vence a todo erro,
20 A DIVINA COMEDIA
CANTO V
Assim
SSIM baixei do circulo primeiro
Ao segundo, que abrange área mais breve ,
Mas onde a dôr maior já move a gritos .
Horrido ahi os dentes range Minos ;
Aos entrantes as culpas mede, e julga,
E por laços da cauda a pena indica .
A saber, quando a almą lhe apparece
Mal vinda, logo a elle se confessa,
Que de todo peccado tem sciencia ;
Vê que logar no inferno a ella cabe ;
E quantas vezes a si proprio enleia,
Quer que a tantos gráos baixe, e ahi demore ,
24 A DIVINA COMEDIA
CANTO VI
CANTO VII
1
34 A DIVINA COMED
IA
CANTO VIII
CANTO IX
CANTO X
CANTO XI
CANTO XII
CANTO XIII
CANTO XIV
:
72 A DIVINA COMEDIA
CANTO XV
1
O INFERNO 77
7
CANTO XVI
6
82 A DIVINA COMEDIA
CANTO XVII
CANTO XVIII
MALEBOOLGE
LGE — ha no Inferno uma paragem,
Que é pedra toda, e tem a côr ferrenha,
Bem como a par o muro, que a circumda .
No vero centro do maligno campo
Vê-se a aberta de um poço fundo e amplo ,
Pormenores do qual virão em tempo .
88 A DIVINA COMEDIA
CANTO XIX
CANTO XX
VAI
Al ora nova pena dar-me assumpto
Ao vigesimo Canto deste Poema,
Na parte que do eterno abysmo trata .
No mais azado sitio então me achava
A devassar do barathro o recesso ,
O qual de afflicto pranto era banhado .
No valle circular distingui gente
Vir muda e lagrimosa, a passos lentos,
Como nas procissões no mundo se usa .
Mais perto a turba discernir podendo,
Maravilhei-me ; pois do mento ao thorax
Para trás todo rosto era transposto .
7
A
NA EDI
98 A DIVI COM
CANTO XXI
CANTO XXII
CANTO XXIII
CANTO XXIV
CANTO XXV
1.1
7. ) !
CANTO XXVI
CANTO XXVII
CANTO XXVIII
Quem
UEM ,, por mais que o tentasse, poderia ,
Mesmo sem metro, descrever o quadro
De sangue, e chagas, que os meus olhos viram ?
De certo áquem ficara qualquer lingua ;
Pois o humano discurso, o humano engenho
Somenos são a tal commettimento .
Agglomere -se embora o povo todo,
Que da Apulia na gleba mal fadada
Dos Romanos provou o impeto forte.
As turbas se reunam , que durante
A longa guerra encheu de anneis alqueires,
Segundo escreveu Livio , que não erra .
138 A DIVINA COMEDIA
>
142 A DIVINA COMEDIA
CANTO XXIX
CANTO XXX
CANTO XXXI
CANTO XXXII
1
162 A DIVINA COMEDIA
CANTO XXXIII
-
-
Que tens, disse, ó meu pai, que assim nos miras ?
Sem lagrimas nos olhos, sem resposta ,
Succumbido passei o dia, e noite,
Até que despontou o sol de novo .
No doloroso carcere enfiando
Frouxo raio de luz, a minha angustia
Despincta vi no rosto de meus filhos .
Então, de dôr transido, as mãos trinquei-me ;
E elles pensando, que importava o gesto
Desejo de alimento, asinha se erguem .
-
- Meu pai , bradaram elles, assaz menos
Nos punge, que da carne comer queiras
Que tu nos déste, e nós te restituimos .
Contive-me, por mais não confrangel-os ;
Mudos quedamos esse e o outro dia :
-
Dura terra ah ! por que te não abriste ?
No fim do quarto dia, Gado, um delles
Distenso aos pés lançou-se-me exclamando :
Meu pai, por que não vens em meu soccorro ?
Nisto expirou ; e a mim, como estás vendo,
Os mais tres um a um vi eu morrerem
No decurso do quinto ao sexto dia .
Cego então, apalpando este, ora aquelle,
Mortos chamei-os inda por tres dias :
Ao depois pôde mais que a dôr a fome. -
Quando assim acabou, torcendo os olhos,
E o craneo remordendo ao miserando,
Fortes dentes, qual cão, cravou nos ossos .
Ah ! Pisa ! Pisa ! escandalo dos povos
Do formoso paiz, onde o Si sốa !
Como tanto em punir-te os cercãos tardam !
Demovam -se a Capraia e a Gorgona,
O INFERNO 165
me :
Retorquio-me • Não sei ; de todo ignoro,
Si inda o meu corpo existe lá no mundo .
Tem esta Ptoloméa o predicado,
Que muitas vezes nella as almas caiam ,
Antes que o fio seu Atropos corte .
Porque do melhor grado me destaques
Do rosto o vitreo pranto, qual a sorte
Dos trahidores, como eu, fica sabendo .
Assim que taes trahições são comettidas,
Logo do réo no corpo entra um demonio,
E o rege o tempo, que viver devêra .
Rue aqui de igual passo emtanto a alma.
Talvez no mundo o corpo ainda appareça
Da sombra aqui atrás de mim no gelo ;
Tu o deves saber, se de lá chegas ;
E' Messer Branca d'Oria , que recluso
Neste barathro se acha , ha varios annos . -
Duvido (respondi-lhe), tu me enganas ;
Pois Branca d'Oria não é morto ainda ;
Como antes, dorme, come, bebe e traja.
Deu-se isto até (tornou -me) antes que houvesse
Miguel Zanche attingido ao pez fervente
No cavo superior de Malebranche.
Já com effeito havia se apossado
Um demonio do corpo delle, e outro
De um seu parente, cumplice na culpa .
Mas ora a mão me estende, abre-me os olhos.
Eu, porém , não o fiz : por cortezia
A mostrar- me villão sendo forçado .
Ah ! Genovezes, falsos, fementidos
Mais que ninguem de todo vicio escoria ;
O INFERNO 167
CANTO XXXIV
CANTO I
CANTO II
1
O PURGATORIO 181
CANTO III
1
O PURGATORIO 185
CANTO IV
1
O PURGATORIO 189
CANTO V
1
O PURGATORIO 195
CANTO VI
11
CANTO VII
CANTO VIII
CANTO IX
CANTO X
CANTO XI
>
O PURGATORIO 227
CANTO XII
CANTO XIII
CANTO XIV
O PURGATORIO 241
CANTO XV
CANTO XVI
CANTO XVII
ܪ
O PURGATORIO 255
..
O PURGATORIO 257
17
258 A DIVINA COMEDIA
CANTO XVIII
Havia
AVIA rematado o seu discurso
O excelso Doutor, e me afitava ,
No olhar o meu alvitre perscrutando .
Entretanto cu de nova séde urgido,
Calado dentro em mim a sós dizia :
Talvez o muito perguntar o ennoje.
Mas esse vero Pai logo avisando
O silencioso meu timido anhélo,
Fallando deu-me de fallar o arrojo .
E pois : - O' Mestre ( disse) , em minha mente
Luz tal derramas a orar, que vejo
Claro e distincto quanto me descreves ,
}
O PURGATORIO 259
CANTO XIX
ERA
RA a hora na qual o ardor diurno
Já não pode entibiar o frio á lua,
Quer da terra vencido, ou de Saturno :
Surgir por momentanea senda escura
Via -se a conjunctura desses astrcs,
Que antes d'alva ao Geomante é a mór fortuna ;
Tartamuda mulher me assoma em sonhos,
Estorcidos os pés , vesgos os olhos,
As mãos disformes, rosto macilento .
Comecei de fital- a ; e como aquece
( Sol cs membros, que enregela a noite,
264 A DIVINA COMEDIA
CANTO XX
CANTO XXI
CANTO XXII
381
O PURGATORIO 281
CANTO XXIII
CANTO XXIV
CANTO XXV
1
Si tu de Meleagro te acordasses,
Que expira ao modo de tição, que exarde,
Penetrarias bem este argumento . 1
CANTO XXVI
CANTO XXVII
1
.
O PURGATORIO 307
..
310 A DIVINA COMEDIA
CANTO XXVIII
CANTO XXIX
34
320 A DIVINA COMEDIA
CANTO XXX
CANTO XXXI
CANTO XXXII
CANTO XXXIII
O PURGATORIO 337
Mim
O PARAISO
CANTO I
O PARAISO 345
.
CANTO II
ONDE
NDE ides vós, sequiosos de escutar-me,
Em pequeno baixel seguindo a esteira
Do lenho meu , que singra, e vai cantando ?
Voltai a ver de novo as vossas plagas :
Não afironteis o pélago, que pode
Perder-vos, si de mim vos desgarrardes .
Ondas fendo jámais antes sulcadas ;
Minerva inspira-me ; é meu guia Apollo,
E Musas nove as Ursas me indigitam .
O PARAISO 347
CANTO III
O PARAISO 353
CANTO Iy
CANTU V
CANTO VI
CANTO VII
CANTO VIII
CANTO IX
>
$
O PARAISO 385
25
386 A DIVINA COMEDIA
CANTO X
CANTO XI
.
O PARAISO 393
F
396 A DIVINA COMEDIA
CANTO XII
CANTO XIII
CANTO XIV
CANTO XV
CANTO XVI
CANTO XVII
CANTO XVIII
CANTO XIX
CANTO XX
CANTO XXI
CANTO XXII
CANTO XXIII
CANTO XXIV
1
O PARAISO 457
CANTO XXV
1
Por estandarte arvoram a esperança,
Como o alvo das almas a Deus caras .
Trajará cada qual, disse Isaias,
Na sua terra duplicadas vestes ;
E é esta doce vida aquella terra .
O teu irmão no trecho em que se occupa
Das niveas roupas, mais expressamente 1
30
466 A DIVINA COMEDIA
CANTO XXVI
1
O PARAISO 471
CANTO XXVII
CANTO XXVIII
CANTO XXIX
CANTO XXX
.
O PARAISO 487
CANTO XXXI
1
O PARAISO 493
CANTO XXXII
Es-SSE,
se, que absorto contemplando estava
O seu amor, em Mestre converteu-se,
E proferio estas palavras santas :
.
Quem abrio, e aggravou aquella chaga
Fechada por Maria, e della ungida,
E' a que vês tão bella ás plantas suas .
Como pódes notar, abaixo dellas
Beatriz e Rachel no mesmo plano
Na terceira secção se acham sentadas .
Seguem Sára, Rebeca, Judith, e essa
Bisavó do Cantor, que do seu erro
Entoou Miserere mei, contricto :
De gráo em gráo sob - postas, discernil - as
( PARAISO 497
CANTO XXXIII
FIM
*
.
Dn 116.1.2
A Divina comedia.
Widener Library 003065615