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Giovanni Alves

Dimensões da Precarização
do Trabalho
Ensaios de Sociologia do Trabalho
Projeto Editorial Praxis

A Condição de Proletariedade: A precarieda- SÉRIE TELA CRÍTICA


de do trabalho no capitalismo global
Giovanni Alves Tempos Modernos
Charles Chaplin (1936)
Dilemas da globalização: O Brasil e a mun- Metrópolis
dialização do capital Fritz Lang (1927)
Francisco Luiz Corsi (Org.) Nós a Liberdade
René Clair (1931)
Dimensões da Crise do Capitalismo Global A Terra Treme
Giovanni Alves (Org.) Luchino Visconti (1948)
Ladrões de Bicicleta
Dimensões da reestruturação produtiva: En- Vittorio De Sica (1948)
saios de sociologia do trabalho
Giovanni Alves Salário do Medo
Henri-Georges Clouzout (1953)
Economia, Sociedade e Relações Internacio- Beleza Americana
nais: Perspectivas do Capitalismo Global Sam Mendes (1999)
Giovanni Alves (Org.) Segunda-Feira ao Sol
Fernando Léon de Aranoa (2002)
Lukács e o Século XXI: Trabalho, Estranha- Pão e Rosas
mento e Capitalismo Manipulatório Ken Loach (2000)
Giovanni Alves Eles não usam black-tie
Leon Hirzsman (1981)
Tela crítica - A Metodologia
O Corte
Giovanni Alves Costa-Gavras (2004)

Teoria da Dependência e Desenvolvimento O que você faria?


Marcelo Piñeyro (2005)
do Capitalismo na América Latina
Adrián Sotelo Valencia A classe operária vai ao paraíso
Elio Petri (1971)
Trabalho e cinema: O mundo do trabalho 2001 - Uma Odisséia no Espaço
através do cinema vol 1, 2 e 3 Stanley Kubrick (1968)
Giovanni Alves A agenda
Laurent Cantet (2001)
Trabalho e Capitalismo Global - O Mundo do Vinhas da Ira
Trabalho Através do Cinema de Animação John Ford (1940)
Cláudio Pinto
Laranja Mecânica
Stanley Kubrick (1971)
Trabalho, Educação e Reprodução Social
Eraldo Leme Batista e Henrique Novaes Meu Tio
Jacques Tati (1958)
Morte de um caixeiro-viajante
Volker Schlondorff (1985)
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Beto Brandt (2001)
O Sucesso a qualquer preço
James Foley (1992)

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Giovanni Alves

Dimensões da Precarização
do Trabalho
Ensaios de Sociologia do Trabalho

Projeto Editorial Praxis

1ª edição 2013
Bauru, SP
Copyright do Autor, 2013

Coordenador do Projeto Editorial Praxis


Prof. Dr. Giovanni Alves

Conselho Editorial
Prof. Dr. Antonio Thomaz Júnior – UNESP
Prof. Dr. Ariovaldo de Oliveira Santos – UEL
Prof. Dr. Francisco Luis Corsi – UNESP
Prof. Dr. Jorge Luis Cammarano Gonzáles – UNISO
Prof. Dr. Jorge Machado – USP
Prof. Dr. José Meneleu Neto – UECE

A979d Alves, Giovanni


Dimensões da Precarização do Trabalho: Ensaios de Sociologia
do Trabalho / Giovanni Alves. – Bauru: Canal 6, 2013.
240 p. ; 23 cm. (Projeto Editorial Praxis)

ISBN 978-85-7917-223-6

1. Trabalho. 2. Precarização. 3. Sociologia do Trabalho. 4. Brasil.


I. Alves, Giovanni. II. Título.

CDD: 331.0981

Projeto Editorial Praxis


Free Press is Underground Press
www.canal6editora.com.br

Impresso no Brasil/Printed in Brazil


2013
SUMÁRIO

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

PARTE 1 - O sistema do capital no século XXI

Capítulo 1
Maquinofatura: A nova forma social da produção do capital na era
do capitalismo manipulatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Capítulo 2
Crise de valorização e desmedida do capital: A natureza da crise
estrutural do capital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Capítulo 3
A condição de proletariedade
Por uma analítica existencial da classe do proletariado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

PARTE 2 - A precarização estrutural do trabalho

Capítulo 4
O novo metabolismo social do trabalho e
a precarização do homem-que-trabalha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

5
Capítulo 5
Produção do capital e a degradação da pessoa humana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

Capítulo 6
Precarização do trabalho e saúde do trabalhador no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Capítulo 7
A precarização do trabalho no Brasil na década de 2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141

Capítulo 8
Trabalho docente e precarização do homem-que-trabalha . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177

PARTE 3 - O enigma do precariado

Capítulo 9
O enigma do precariado e a nova temporalidade histórica do capital . . . . . . . . . 197

Capítulo 10
Capitalismo global, proletariedade e os limites da indignação . . . . . . . . . . . . . . . 221

Capítulo 11
A Educação do precariado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241

Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 251

6
"Os indivíduos universalmente desenvolvidos – cujas relações
sociais enquanto relações que lhes são próprias e comuns, são
igualmente submetidas ao seu próprio controle comum – não
são um produto da natureza, mas da História. O grau e a univer-
salidade do desenvolvimento das faculdades, que tornam possí-
vel esta individualidade, pressupõem precisamente a produção
baseada sobre os valores de troca, pois só ela produz a univer-
salidade da alienação do indivíduo para consigo mesmo e para
com os outros, mas igualmente a universalidade e a generalida-
de das suas relações e capacidades. Em épocas mais antigas do
desenvolvimento, o indivíduo singular revela-se mais completo
precisamente porque ainda não elaborou a plenitude de suas
relações e ainda não as contrapôs a si mesmo como potências
e relações sociais que são independentes dele. Se é ridículo crer
que se deva manter o homem neste completo esvaziamento. A
concepção burguesa não conseguiu jamais superar a mera antí-
tese àquela concepção romântica; por isto, esta a acompanhará
como legítima antítese até que chegue a sua hora."

KARL MARX. Elementos fundamentales para la crítica de la economía políti-


ca (Grundrisse) 1857-1858. México: Siglo Veintiuno Editores, 15. ed., v. 1., 1987, p. 90.

A teoria materialista de que os homens são produto das circuns-


tâncias e da educação e de que, portanto, homens modificados
são produto de circunstâncias diferentes e de educação modifica-
da esquece que as circunstâncias são modificadas precisamente
pelos homens e que o próprio educador precisa ser educado."

KARL MARX. Terceira Tese sobre Feuerbach (1847).


APRESENTAÇÃO

O livro Dimensões da Precarização do Trabalho – Ensaios de Sociologia do


Trabalho compõe, com outros dois livros – Dimensões da Globalização: O capital
e suas contradições (2001) e Dimensões da Reestruturação Produtiva (2007) – um
amplo panorama crítico da civilização do capital na primeira década do século
XXI. Este livro é composto por um conjunto de ensaios que expõe uma nova abor-
dagem da precarização estrutural do trabalho.
Primeiro, por situar a precarização estrutural do trabalho no interior da nova
temporalidade histórica do capital caracterizada pela vigência de uma nova forma
social de produção do capital, que nós denominamos de “maquinofatura”; e carac-
terizada pelos constrangimentos da crise estrutural de valorização do capital (é o
que discutimos, por exemplo, no capítulo 2). Deste modo, a precarização estru-
tural do trabalho é um elemento compositivo da totalidade concreta do sistema
mundial do capital e suas contradições.
Segundo, destacamos um aspecto da precarização do trabalho: a precarização
do homem-que-trabalha que expõe uma nova dimensão de degradação do homem
como ser genérico nas condições da crise estrutural do capital. O adoecimento la-
boral em suas múltiplas manifestações sócio-epidemiológicas é expressão da pre-
carização do homem-que-trabalha. O tema da saúde do trabalhador, ou melhor, da
saúde do homem-que-trabalha, é o tema da crise do trabalho vivo que caracteriza
a ordem burguesa hipertardia.

9
Mais do que nunca, torna-se necessário salientar essa nova forma de preca-
rização do trabalho, que perpassa as experiências vividas de trabalhadores e tra-
balhadoras na sua vida cotidiana e que diz respeito à estrutura da própria práxis
humana. A desefetivação do ser genérico do homem implica a corrosão da capaci-
dade humana de “negação da negação”. É a forma radical de dominação do capital
como sistema sociometabólico.
Este é um livro de ensaios críticos que provocam o leitor com um conjunto
de novos conceitos que criamos para expressar as novas condições da produção e
reprodução social do capital. Torna-se fundamental ir além dos autores, inclusive
do próprio Marx; ir além no sentido de “aufhebung”, isto é, superar/conservando,
criando e reinventando categorias capazes de dar visibilidade conceitual às múl-
tiplas determinações da forma concreta de ser do mundo do capital em sua etapa
hipertardia.
O marxismo fossiliza-se na medida em que adormecemos com os autores e ca-
ímos num sono dogmático. Mais do que nunca, os intelectuais radicais são intima-
dos a ter imaginação dialética rompendo com a mentalidade dogmática e sectária
que caracterizou o marxismo no século XX.
Neste livro de ensaios críticos apresentamos os conceitos de maquinofatura,
precarização do homem-que-trabalha, nova precariedade salarial, experiências
expectantes; crise do trabalho vivo como redução do trabalho vivo à força de tra-
balho e suas manifestações contingentes: crise da vida pessoal, crise de sociabi-
lidade e crise de autorreferência pessoal; dessubjetivação de classe, “captura” da
subjetividade do homem-que-trabalha, condição de proletariedade (categoria ex-
posta por nós, pela primeira vez, no livro homônimo publicado em 2009), trabalho
ideológico e a redefinição dos conceitos de crise estrutural de valorização e con-
ceito de precariado.
Enfim, apresentamos, a título ensaístico, um sistema categorial novo para tra-
tar do novo (e precário) mundo do trabalho no século XXI. Mas os novos con-
ceitos são elementos de provocação heurística, categorizações propositadamente
precárias no sentido de que exigem lapidações críticas necessárias e recorrentes;
os novos conceitos são recursos heurísticos que utilizamos para clarear novos pro-
blemas que emergem com a temporalidade histórica da crise estrutural do capital.
O próprio conceito de crise estrutural do capital é redefinido para que possamos
situar de modo radical a verdadeira tarefa epistemológica e política do século XXI:
o resgate integral do pensamento crítico e radical capaz de criar as condições so-
ciometabólicas para a “negação da negação”. Hic Rhodus, hic salta!

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Finalmente, é importante salientar que o problema da precarização do
homem-que-trabalha é o problema do estranhamento no capitalismo global,
isto é, o problema do completo esvaziamento dos indivíduos universalmente
desenvolvidos cujas relações sociais, enquanto relações que lhe são próprias
e comuns, se contrapõem a eles como potências independentes (o fetichismo
social). Na verdade, o capitalismo global explicita à exaustão hoje o problema
do estranhamento que contém em seu cerne a candente contradição entre a
universalidade da alienação dos indivíduos para consigo mesmo e para com
os outros (o fetichismo social) e a universalidade e a generalidade das suas
relações, capacidades e faculdades que tornam possível essa individualidade
(processo civilizatório). A solução necessária e urgente é o controle social da
sociedade pelos produtores organizados, isto é, a democratização radical da
sociedade.

Giovanni Alves
Marília, 22 de fevereiro de 2013

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